Orgulho de viver da terra e dela ser aprendiz

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Janeiro/2015 Riacho de Santana

Orgulho de viver da terra e dela ser aprendiz Contamos pra você a história de um agricultor Podem até chamar de Nilton, mas ninguém vai conhecer esse senhor Agora se falar Galego, todo mundo sabe quem é Morador da comunidade de Pau Branco que vive com a filha, neto, genro e mulher Galego conta que com tudo já trabalhou No corte de cana em São Paulo até na plantação Vivia fazendo diária e trabalhando pra patrão Até bolo fez em casa, pra vender na região A vontade de plantar era muita, Mas não havia água para molhar Até o dia que a cisterna de produção chegou E fez o destino dessa família mudar Os defensivos naturais e o adubo, Galego já sabia usar As hortaliças foram plantadas para o consumo familiar Só esperou a cisterna encher para as verduras poder colher E junto com a comunidade, a sua produção vender

O casal Galego e Dulce trabalham juntos com a agroecologia, na produção de alimentos de qualidade e convivência com o Semiárido

Cebolinha, rúcula, alface e coentro, de tudo a família plantou Era o começo de uma nova realidade na vida do agricultor Agora todos trabalham juntos, praticando a agroecologia O quintal ficou famoso, e para a família só traz alegria Vem gente de todo lugar conhecer essa riqueza Pra ter certeza que é possível conviver bem com a natureza O trabalho e a união provam que tudo isso é verdade Não precisa sair da roça pra ir morar na cidade A cisterna de produção trouxe a possibilidade de plantar mais hortaliças e frutíferas para o consumo da família e comercialização


Dulce recebe a todos com carinho e dedicação Vanda segue os passos dos pais, ajuda em casa e na plantação O genro Edmar entende de agroecologia e põe em prática essa sabedoria O neto Felipe está sempre presente, aprendendo mais a cada dia A história dessa família é um exemplo pra se copiar Respeitar o semiárido e uma nova renda criar A força do trabalho comprova o que Galego sempre diz: -Eu gosto é de sujar a mão na terra, é aqui que sou feliz! Agricultores de diversos locais dividem experiências através das visitas de intercâmbio na propriedade de Galego

Eu vivi minha vida sem água. Tá com quatro anos que a gente recebeu a caixa, você não sabe a riqueza que a gente recebeu, foi uma mudança completa. Quatro anos atrás não nha água, você não via isso aqui não. Aqui é uma agricultura familiar, de tudo eu tenho um pouquinho. Tenho laranja, tenho mamão, mandioca, cana, tem horta, tem acerola, cada coisa você tem um pouquinho. Aqui é mais pra o sustento da família, o que sobrar a gente leva pra o mercado ou entrega para o projeto*. *PNAE: Programa Nacional de Alimentação Escolar.

Eu uso remédio caseiro, remédio que a gente faz aqui, ninho, pimenta, a farinha de trigo que é bom pra pulgão, a gente usa essas coisas assim. Os cuidados da horta é não usar veneno, limpar na hora certa, fazer cobertura morta. O agricultor botou na cabeça que só produz com veneno, mas não. A gente produz sem veneno também, produz de qualidade.

Eu tenho recebido muita visita aqui, estagiária, aluno da escola agrícola, pra mim é uma grandeza, porque além de eu ser um ex-aluno (da escola agrícola), a minha propriedade hoje é reconhecida. Isso aí pra mim é um prazer. E o que eu puder fazer, passar as informações que eu passo, eu tô aqui pra isso. Tem gente que tem vergonha de falar que é agricultor, eu tenho orgulho. Eu já par cipei de assembleia em Brasília, e eu falava: Sou agricultor familiar, tenho orgulho de mostrar minhas mãos.

A família está unida na convivência com o semiárido


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