INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE CUSTOS PROPOSTA I Mestrado Design e Desenvolvimento do Produto
Introdução á análise de custos 2012
ALUNOS Abílio J. Meira Artur Branco Emanuel Vinhas Rafael Vieira
DOCENTES Patrícia Quesado Verónica Ribeiro
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE CUSTOS
ÌNDICE
Introdução .....................................................................3 Descrição do Produto.....................................................4
Descriminação das Peças..................................5
Ficha de Produção........................................................10 Cálculos Auxiliares ......................................................14 Cálculo CIPV................................................................16 Cálculo Ponto de Equilíbrio..........................................18 Cálculo Peças Defeituosas..........................................20
2
2012
PATRÍCIA QUESADO / VERÓNICA RIBEIRO
INTRODUÇÃO
MDDP / 2ª EDIÇÃO
De acordo com a proposta de trabalho da unidade curricular de Introdução à Análise de Custos, é solicitada a análise de custos de um objecto a nomear, tendo em conta os conteúdos abordados nas aulas, de forma a que a produção desse objecto seja lucrativa e não dispendiosa. Que parâmetros/variáveis analisar desde mão de obra a custos de materiais, entre outros bem como saber quais as variáveis que deverão ou não influenciar o preço do produto final. Saber quais os custos fixos, custos variáveis etc., saber qual a quantidade equilibrada de produção de cada produto e até saber o que fazer com a quantidade de produtos com defeito de forma a rentabiliza-los, usá-los para fazer novamente matéria prima? Vendê-los para reciclagem de forma a obter um lucro com eles de forma a não ser uma perda para a empresa? Todas estas questões serão abordas no presente trabalho a fim de tirar o maior proveito.
3
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE CUSTOS
2012
DESCRIÇÃO DO PRODUTO
O produto a selecionado para analisar, que será de seguida descrito, é um produto desenvolvido anteriormente noutra unidade curricular e designa-se como um espremedor de citrinos. Um espremedor mecânico e pensado num conceito familiar, foram tidos parâmetros em conta como a segurança, a higiene e o aproveitamento durante a sua utilização. A este conceito une-se uma espécie de conceito lúdico onde podem ser espremidas duas metades de laranja ao mesmo tempo como se fosse um jogo entre duas pessoas. Segue-se uma descrição mais pormenorizada das partes/peças constituintes do espremedor com alguma informação sobre o seu peso e material.
A
B A - Vista Geral B - Vista com Corte
4
PATRÍCIA QUESADO / VERÓNICA RIBEIRO
MDDP / 2ª EDIÇÃO
DESCRIMINAÇÃO DAS PEÇAS
As peças serão descriminadas e descritas, desde a sua carcaça principal, às suas peças constituintes de menor volume. Trata-se de um objecto onde 90% do seu material é ABS de alta resistência, devido as suas especificações técnicas.
1
2 1 - Corpo A Massa = 160.59 g 2 - Corpo B Massa = 158.88 g
5
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE CUSTOS
2012
3
4 3 - Push Massa = 8.99 g 4 - Vertedores Massa = 43.92 g 5 - Capas Massa = 21.92 g 6
5
PATRÍCIA QUESADO / VERÓNICA RIBEIRO
MDDP / 2ª EDIÇÃO
O objecto conta também com uma parte com um elastómero designado por EVA que foi selecionado de acordo com a função da peça, com a excepção da estrela que é concebida em compósito dignado por fibra de vidro. Para todas peças foi calculado um volume e um peso relativo à sua colocação
6
8
7
9
6 - Manípulo Massa = 18.08 g
8 - Borracha de Suporte Massa = 6.05 g
7 - Estrela Massa = 50.89 g
9 - Push Massa = 127.53 g
7
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE CUSTOS
2012
Os restantes materiais das peças, que neste caso o que não é polímero é concebido externamente, neste caso estas duas peças são feiras em aço inox. Podendo encontrar-se também algumas peças noutros polímeros como por exemplo o Polipropileno, e Elastómeros (borrachas).
10
11 10 - Joint Bottom Massa = 0.24 g 11 - Joint Top Massa = 0.21 g
8
PATRÍCIA QUESADO / VERÓNICA RIBEIRO
MDDP / 2ª EDIÇÃO
Por fim encontram-se as últimas peças pertencentes ao espremedor que são feitas em Teflon, são dois casquilhos pertencentes às zonas metálicas de encaixe dos manípulos.
12
13 12 - Casquilho Massa = 0.03 g 13 - Casquilho Quadrado Massa = 0.03 g
9
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE CUSTOS
FICHA DE PRODUÇÃO
10
2012
A presente tabela é respectiva à produção do produto, referente à matéria prima e materiais diretos bem como os seus custos. Informa sobre a o tipo de material a utilizar e a unidade de medida, do mesmo modo são apresentados os valores globais, quantidade necessária/utilizada, o custo unitário de cada das peças e ainda o valor a imputar em cada peça para obter os lucros. Ainda a somar à tabela não esquecer que o objecto irá contar com 5000 reprduções, logo, todos estes valores anteriormente mensionados serão multiplicados pelo número de reproduções do objecto.
PATRÍCIA QUESADO / VERÓNICA RIBEIRO
MDDP / 2ª EDIÇÃO
Relativamente à mão-de-obra é apresentada uma tabela onde estão presentes os valores respectivos à produção do produto e o seu percurso, desde o momento onde se encontra a matéria prima no seu estado inicial até ao estado de saída da fábrica, este processo engloba a própria moldagem do objecto assim como a sua montagem e o seu embalamento. O primeiro processo designa-se pela criação do molde e preparação da injeção da matéria prima, onde se irão verificar defeitos no molde que tornem a peça defeituosa ou que possam criar dificuldades na injeção.
11
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE CUSTOS
2012
A empresa dedica-se apenas à produção e injeção de polímeros, detém uma área de trabalho de 2000m2 pelos quais a empresa têm um custo mensal de 2780 €, e conta ainda com 4 máquinas de moldagem por injeção, onde foram investidos 280 000 €. A empresa conta ainda com a produção anual de mais uma peça que se designa como uma base para o espremedor. No próximo passo serão apresentados os Gastos/Custos Gerais de Fabrico referentes ao produto a conceber. Apresenta-se também em simultâneo uma tabela a informação referente aos outros produtos fabricados.
12
PATRÍCIA QUESADO / VERÓNICA RIBEIRO
MDDP / 2ª EDIÇÃO
13
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE CUSTOS
CÁLCULOS AUXILIARES
2012
Energia Base de imputação: Total de Hm = 480 + 410 + 520 = 1410 Coef. de imp. = 8450/ 1410 = 5,99 €/h Valor a imputar: Bomba de bicicleta: 480 x 5,99 = 2875,2€ Produto A: 410 x 5,99 = 2455,9€ Porduto B: 520 x 5,99 = 3114,8€ Depreciação das máquinas Base de imputação: Total de Hm = 1410 h Coef. de imp. = 14 000 / 710 = 19,71 €/h Valor a imputar: Bomba de bicicleta: 480 x 19,71 = 9460,8 € Produto A: 410 x 19,71 = 8081,1 € Porduto B: 520 x 19,71 = 10249,2 € MOI Base de imputação: Total de H MOI = 95 + 120 + 80 = 295 h Coef. de imp. = 5 000 / 295 = 16,95 €/h Valor a imputar: Bomba de bicicleta: 95 x 16,95 = 1610,25€ Produto A: 120 x 16,95 = 2 034 € Porduto B: 80 x 16,95 = 1365 € Matérias subsidiárias Base de imputação: Unidades produzidas = 5000 + 3070 + 2720= 10790 coef. de imp. = 30 000 / 10790 = 2,78 €/unid. Valor a imputar: Espremedor: 5000 x 2,78 = 13900 € Capa de telemóvel: 3070 x 2,78 = 8534,6 € Chassis de Laptop: 2720 x 2,78 = 7561 €
14
PATRÍCIA QUESADO / VERÓNICA RIBEIRO
MDDP / 2ª EDIÇÃO
Renda Base de imputação: Área (ocupada) = 1156 + 500 + 344 = 2000 Coef. de imp. = 2780 / 2000 = 1,39 € Valor a imputar: Espremedor: 1156x 1,39 = 1606,84 € Capa de telemóvel: 500 x 1,39 = 695 € Chassis de laptop: 344 x 1,39 = 478,16 € Seguro Base de imputação: Valor das máquinas =120000 + 100000+ 60000= 280000 Coef. de imp. = 2 000 / 280 000 = 0,007 € Valor a imputar: Espremedor:120000 x 0,007 = 840 € Capa de telemóvel: 100000 x 0,007 = 700 € Chassis de laptop: 60000 x 0,007 = 420 € Finalizado o processo de análise de custo dos gastos gerais de fabrico, já temos todos os valores suficientes para serem calculados os custos Industriais: Matéria-prima + Mão-de-obra direta +GGF 6745,421 + 4105,08 + 66321,94 = 77172,441 CIPA = 77172,44 Número de peças: 5000 Custo unitário: 15,434 Foram somados os valores globais da matéria-prima (6745,421) da mão-de-obra direta (4105,08 €), e por fim os valores do GGF (66321,94 €), referentes apenas ao espremedor pois é o produto que queremos analisar e desenvolver.
15
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE CUSTOS
CIPV
2012
Neste exercício iremos calcular o custo industrial do produto vendido (CIPV) tanto o resultado bruto como o resultado líquido (lucro). Supondo que existem custos industriais e que comercializamos o produto com um lucro de 35%. Custo industrial do produto acabado (unit): 15,434 Custo industrial de produtos acabados (total): 77172,44 Margem: 35% 15,434 * 0,35 = 5,40 Custos não industriais Administração (salários dos cargos de chefia e contabilidade): 8000 Distribuição (salários de vendedores, campanha publicitárias, transporte): 5000 Financeiros (juros de empréstimo): 740 Produtos acabados (unidades): Existência inicial: 0 Produção: 5000 Existência final: 40 Vendas: Unidades vendidas: 4960 Preço de venda unitário: 15,434 + 5,40 = 20,834 € CIPV- cálculos CIPV = EiPA + CIPA - EfPA = 0 + 77172,44 – (40 x CIPA unit.) = 77172,44 – (40 x 15,434) 617,36 = 76555,08 O custo industrial de produto vendido, e de 76555,08 €. Resultado bruto (RB): RB =vendas – CIPV = (4960 x (15,434 + 5,40)) – 76555,08 = (4960 x 20,834) – 76555,08 = 103336,64 – 76555,08 = 26781,56 O resultado bruto, é de 26781,56 €
16
PATRÍCIA QUESADO / VERÓNICA RIBEIRO
MDDP / 2ª EDIÇÃO
Resultado liquido (RL): RL = vendas – Custo completo Custo completo soma dos seguintes valores CIPV e os custos não industriais: CIPV = 76555,08 Administração = 8000 Distribuição = 5000 Financeiro = 740 RL = vendas – Custo completo = 103336,64 – (76555,08+ 8000 + 5000 + 740) = 103336,64 – 90295,08 = 13041,56 O resultado líquido, é de 13 041,56 €.
17
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE CUSTOS
TIPOS DE CUSTOS/GASTOS, PONTO DE EQUILÍBRIO
2012
Vamos agora classificar os diferentes tipos de custos/gastos associados ao produto (fixos e variáveis), (industriais e não industriais), para que depois se possa calcular o ponto de equilíbrio em quantidade e valor para cada produto.
O ponto de equilíbrio será feito, apenas para o espremedor, sendo assim todos os custos fixos serão suportados apenas pela produção do espremedor de citrinos. Quantidade de equilíbrio = custo fixo / (Preço de venda unit. – Custo de venda unit.)
18
PATRÍCIA QUESADO / VERÓNICA RIBEIRO
MDDP / 2ª EDIÇÃO
O custo fixo: Salários de operários: 6900 Prestações de empréstimo (aquisição de injetora): 200 Salários de cargos de chefia e contabilidade: 4000 Salários de vendedores: 1600 Renda: 2780 Seguros (máquinas): 2 000 Amortização (máquinas): 80 Publicidade: 400 Total: 17 960 Qe = CF / (Pv1 – Cv1) = 17960 / (20,834 – 15,434) = 17960 / 5,4 = 3325,92 Com esta margem de contribuição estabelecida a empresa teria de produzir e vender 3325,92 unidades para não dar prejuízo nem lucro, ou seja, para ter o ponto de equilibrio. Valor de equilíbrio = Quantidade de equilíbrio x Preço de venda unit. Ve = Qe x Pv1 = 3325,92 x 20,834 = 69292,217 € De mesma forma que acontece com a quantidade de equilíbrio, tem de receber 69 292,217 € com a venda dos espremedores a 20,834 € para obter um resultado nulo. Por exemplo admitindo que a empresa pretendia obter um resultado de 100 000 € com a mesma quantidade de espremedores produzidos e vendidos para atingir o ponto de equilíbrio, qual teria de ser o aumento do preço de venda por unidade? R = Qe x Pv1 – CF – Q x CV1 100 000 = 3325,92 x Pv1 – 17960 – 3325,92 x 15,434 100 000 = 3325,92 x Pv1 – 69292,2 Pv1 = (100 000 + 69292,2) / 3325,92 Pv1 = 50,90 €
19
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE CUSTOS
2012
Desta forma o preço de venda seria de cerca de 50,90 €, contrapondo com os 20,834 €, ou seja um acréscimo de 30,006€ Qual seria o número de unidades que seriam necessárias vender a 20,834 € para conseguir obter um resultado líquido depois de impostos de 30 000 € (considerando uma taxa de IRC de 23 %) R di = R ai – imposto 30 000 = R ai – Rai x taxa de imposto 30 000 = R ai (1 – 23 %) 30 000/ 0,77 = R ai R ai = 38961,04€ Q = 38961,04 / 20,834 = 1870,07 Teriam de ser vendidas aproximadamente 1870,07 peças.
20
PATRÍCIA QUESADO / VERÓNICA RIBEIRO
PEÇAS DEFEITUOSAS
MDDP / 2ª EDIÇÃO
Neste último exercício irá ser calculado o custo industrial da produção acabada com a respetiva valorização das peças com defeito. Tendo por base a ordem de fabrico, 5000 peças, as quais obtiveram um custo de produção no valor de 77 172,44€. Acreditando que os defeitos normais do fabrico representam 1 % da produção colocada em fabrico e que no período se obteve 60 peças defeituosas. CIPA: 77172,44 Peças boas: 5000 – 60= 4940 Defeitos normais: 5000 x 1% = 50 Os defeitos normais dividem-se em custo nulo e lucro nulo. As de lucro nulo correspondem às peças vendidas em que os proveitos são iguais aos custos. Vamos presumir que estas 50 peças não foram vendidas, então, apresentam um custo nulo. Defeitos Anormais: 60 - 50 = 10 Os custos das peças com ou sem defeito, tem o mesmo valor. C. unit. = (CIPA – Proveito dos DN) / (Peças Boas + DA) = (77172,44 – 0) / (4940 + 10) = 77172,44 / 4950 = 15,59 € Será calculado o novo CIPA, desta vez valorizando as peças defeituosas: CIPA’ = 4940 x 15,59 = 77 014,6 € Estas peças vão para o armazém de produtos acabados até serem vendidas DA = 10 x 15,59 = 155,9 € Este trata-se do resultado dos custos extraordinários acidentais.
21
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE CUSTOS PROPOSTA I Mestrado Design e Desenvolvimento do Produto