Rap da Saúde

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RAP DA SAÚDE REDE DE ADOLESCENTES E JOVENS PROMOTORES DA SAÚDE



PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE SUBSECRETARIA DE PROMOÇÃO, ATENÇÃO PRIMÁRIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE

RAP DA SAÚDE Rede de Adolescentes e Jovens Promotores da Saúde SMS/RJ PCRJ©2016


PCRJ©2016 Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro Eduardo Paes Secretário Municipal de Saúde Daniel Soranz Chefe de Gabinete Márcia Torres Subsecretária de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde Betina Durovni Superintendente de Promoção da Saúde Cristina Boaretto PUBLICAÇÃO Organizadores Igor Cruz Rafael Cavadas Projeto Editorial e Conteúdo Bel Levy Marina Rotenberg Projeto Gráfico e Diagramação Binky


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SUMÁRIO 04 OS JOVENS DO RIO DE JANEIRO ............................. 06 O RAP DA SAÚDE NO RIO ......................................... 08 LINHA DO TEMPO ....................................................... 10 PROTAGONISMO JUVENIL NO SUS ......................... 13 DE JOVEM PARA JOVEM ........................................... 14 COMPROMISSO COM A JUVENTUDE CARIOCA .....

RAP DA SAÚDE NO DIA A DIA: OS JOVENS POR ELES MESMOS ............................. 15


COMPROMISSO COM A JUVENTUDE CARIOCA Há vinte anos, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio iniciava suas primeiras experiências específicas para a Atenção Integral à Saúde do Adolescente (1996). De lá para cá, a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro investiu em muitas iniciativas - seja na educação, no esporte e lazer, no desenvolvimento social, na cultura, na saúde - para que os cariocas mais jovens pudessem crescer com mais oportunidade e melhor. Dos anos 1990 até aqui, enfrentamos momentos difíceis como a Chacina da Candelária, em 1993, e o Massacre de Realengo, em 2011, que ecoaram a pergunta: o que estamos fazendo com nossos jovens? Tivemos bons momentos também em que vivemos o prota-

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gonismo dos fóruns juvenis, a geração cara pintada até as mais recentes manifestações de estudantes que ocuparam as ruas. Ainda não superamos a desigualdade de oportunidades, a violência contra adolescentes e jovens, não alcançamos totalmente o acesso à educação, à cultura, à saúde, e temos que continuar trabalhando (e muito) para que esta cidade seja cada vez menos “partida”. Quando me lembro da minha turma de adolescência (#saudade), lembro que éramos muito plurais. Tinha o cara mais radical, a festeira, o tímido, o reclamão, a estudiosa, aquele que não ligava para nada, e por aí vai. Não éramos um só. Tínhamos muitos tipos, tribos ou galeras, como preferir. Mas todos igualmente jovens em


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direitos e necessidades. Vivíamos aquele momento e desejávamos com pressa o “por vir”. A publicação que você começa a ler agora ilumina um pouco da trajetória percorrida pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio para garantir mais qualidade de vida aos jovens cariocas, por meio do programa Rede de Adolescentes e Jovens Promotores de Saúde – o RAP da Saúde. Uma iniciativa que deu seus primeiros passos em 2007 e que amadureceu significativamente nestes quase dez anos de atuação. Aqui convido vocês a folhearem as próximas páginas para conhecerem como o programa do RAP da Saúde não só estimula o desenvolvimento pessoal e o empoderamento desses adolescentes e jovens, bem como o desenvolvimento dos territórios em que estão inseridos, nas dez áreas programáticas da cidade. Apenas para ilustrar, uma vez a coordenação do programa agendou um encontro

para reunir todos os adolescentes e jovens do RAP da Saúde e um deles compartilhou em sua rede social: “avisa pra geral e brota!”, convocando os outros a comparecerem. A ideia é essa mesma.

Brota uma mãe que leva suas filhas para tomar vacina contra o vírus do HPV sem preconceitos. Brota um adulto que cuida do seu lixo, da sua comunidade e que preza pela cultura da paz. Brota quando é adolescente. Depois cresce. Vira árvore das grandes. Vira idoso que sempre fez atividade física. E vive bem, como pensava lá no desejo do “por vir”. Ao ler as próximas páginas, espero que você também perceba que ser um adolescente ou jovem promotor de saúde é contribuir para que mais pessoas sejam autônomas e comprometidas com o seu autocuidado, com valores de prevenção e promoção da saúde, fortalecendo, assim, a Atenção Primária à Saúde e a proposta de transformação e a construção de cidades mais conscientes e saudáveis. Esta é a aposta que não poderíamos deixar de fazer.

Boa leitura!

Cristina Boaretto

O RAP da Saúde brota. Brota um pai que acompanha o pré-natal da companheira por toda a gestação e depois cuida do seu filho.

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OS JOVENS DO RIO DE JANEIRO O jovem, de uma forma geral, é um indivíduo cheio de desejos e habilidades, com bastante energia, e traz consigo questionamentos que podem quebrar paradigmas. Além disso, atualmente ele tem muita intimidade com os mais novos equipamentos tecnológicos, é dinâmico, e tem mais liberdade sexual do que as gerações anteriores. Em contrapartida, vive a exigência cada vez maior no que diz respeito às soluções rápidas, à competência profissional, à estética, e ao

sucesso. Tudo isso provoca algumas inquietações que podem resultar em atitudes impensadas e na expressão do seu mal-estar nas relações interpessoais e no seu comportamento. Neste sentido, é necessário criar estratégias que contribuam para o jovem ter um espaço para explorar suas características, desenvolver seu potencial e amadurecer de forma saudável em seu aspecto mais amplo.

VAMOS ENTENDER DE QUEM ESTAMOS FALANDO?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a adolescência e a juventude regulam entre as idades de 10 e 19 anos. Enquanto a Organização das Nações Unidas (ONU) considera adolescentes e jovens os limites entre 15 e 24 anos. Já para o Ministério da Saúde brasileiro, estes limites de faixa etária estão entre 10 e 24 anos. Se formos pensar em números absolutos, no censo de 2002, realizado pelo IBGE, a geração de adolescentes e jovens de 10 a 24 anos de idade representava a mais numerosa

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em toda a história do Brasil. Um coletivo de 51.429.397 pessoas, representando 30,3% da população brasileira, sendo 35.287.882 adolescentes de 10 a 19 anos, e 16.141.515 jovens com idades entre 15 e 24 anos.


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OS CARIOCAS Aqui, de acordo com os dados do IBGE, um quarto dos 6,3 milhões de habitantes tem idade entre 15 e 29 anos. Ou seja, a cada quatro cariocas, um está na fase de descobrir a vida e suas potencialidades. São mais de 1,5 milhão de adolescentes e jovens.

COMO CUIDAMOS DESSES ADOLESCENTES E JOVENS? Apesar do número significativo de adolescentes e jovens no Brasil, até pouco tempo atrás, as políticas públicas brasileiras consideravam a juventude apenas como uma fase de transição da adolescência para a vida adulta, sem contemplar as necessidades específicas deste grupo em relação ao crescimento e desenvolvimento, saúde sexual e reprodutiva, saúde bucal, saúde mental, dentre outras. Só na década de 2000 que a população jovem foi afirmada como prioritária na atenção integral à saúde e, em 2005, foi elaborada a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Adolescente e do Jovem (PNAISAJ). Uma iniciativa importante para pensar novos modelos de produzir saúde para esta população.

SABE POR QUÊ? Dados de 2010 do Ministério da Saúde apontam para o impacto causado na saúde deste segmento da população pelas dificuldades de acesso a educação e emprego, as desigualdades sociais, a alta taxa de morbimortalidade por violências, dentre outras. Além disso, vale ressaltar a vulnerabilidade ao uso abusivo de álcool e outras drogas, bem como as doenças sexualmente transmissíveis e Aids, mortalidade materna e início precoce de doenças crônicas. Diante disso, é evidente a necessidade de investimentos em saúde adequados para essa geração que se transforma, se moderniza com grande velocidade e exige estratégias e direções de trabalho de acordo com seus anseios.

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O RAP DA SAÚDE NO RIO CF Agenor de Miranda Araújo Neto “Cazuza” – Guaratiba CF Anthidio Dias da Silveira – Jacarezinho CF Bárbara Starfield – Del Castilho CF Bibi Vogel – Engenho da Rainha CF Cabo Edney Canazaro de Oliveira – Sampaio CF Enfermeiro Marcos Valadão – Acari CF Epitácio Soares Reis – Pavuna CF Ernani de Paiva Ferreira Braga – Santa Cruz CF Everton de Souza Santos – Senador Vasconcelos CF Felippe Cardoso – Penha CF Helande de Mello Gonçalves – Paciência CF Helena Besserman Vianna – Rio das Pedras CF José Antônio Ciraudo – Santa Cruz CF Josuete Sant’Anna de Oliveira – Guadalupe CF Lecy Ranquine – Campo Grande CF Lourenço de Mello – Paciência CF Otto Alves de Carvalho – Jacarepaguá CF Padre John Cribbin – Realengo CF Padre José de Azevedo Tiúba – Gardênia Azul CF Recanto do Trovador – Vila Isabel CF Rinaldo de Lamare – São Conrado CF Rogério Rocco – Inhoaíba CF Sandra Regina – Santa Cruz CF Sérgio Vieira de Mello – Catumbi CF Souza Marques – Madureira CF Valdecir Salustiano Cardozo – Cosmos CF Waldemar Berardinelli – Sepetiba CF Zilda Arns – Complexo do Alemão CMS Américo Veloso – Ramos CMS Athayde José da Fonseca – Bangu CMS Carlos Alberto Nascimento – Campo Grande CMS Dom Helder Câmara – Botafogo CMS Ernesto Zeferino Tibau Jr – São Cristovão CMS Hamilton Land – Cidade de Deus CMS Hélio Pellegrino – Praça Bandeira CMS Henrique Monat – Vila Kennedy CMS João de Barros Barreto – Copacabana CMS Nagib Jorge Farah – Jardim América Policlínica Manoel Guilherme da Silveira Filho – Bangu

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1988

1989 1990/91

Promulgação da Constituição Federal Brasileira e Criação do SUS.

Criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Criação do Comitê Estadual de Saúde do Adolescente.

Criação do Comitê Assessor de Adolescentes e Jovens no âmbito do Programa de Saúde do Adolescente da SMS Rio.

Criação da Gerência de Programas de Saúde do Adolescente na Secretaria Municipal de Saúde - SMS Rio.

2003

Criação do Dia da Juventude no Brasil (12 de agosto).

2004

2005

Criação do Adolescentro Paulo Freire na Rocinha.

Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável.

Ataque ao World Trade Center, em Nova York e ao Pentágono, em Washington D.C.

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ECO-92 - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Cúpula da Terra), na Cidade do Rio de Janeiro.

2001 2002

Criação Adolescentro Augusto Boal na Maré, parceria Centro de Estudos e Ações Solidárias Maré- CEASM

Chacina da Candelária, no Centro da Cidade do Rio de Janeiro com o extermínio de jovens.

Criação do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente (CONANDA).

Criação do Programa de Saúde do Adolescente-PROSAD/ Ministério da Saúde.

2000

1992 1993

Criação da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ). Lançamento do Programa Brasil Alfabetizado.

Criação do Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE).

Criação do Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego (PNPE).

Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem, Lei nº 11.129).

Projeto Homens Jovens e Saúde em quatro unidades de atenção primária municipais de saúde, parceria Instituto Promundo, NESA/UERJ, OPAS e OMS.

Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja).


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1994

1995

1996

1997

SMS Rio é pioneira na implantação da Ficha de notificação de maus tratos contra a criança e o adolescente.

Nelson Mandela torna-se o 1º presidente negro da África do Sul. Primeira iniciativa voltada para o protagonismo juvenil na unidade Dr José Breves dos Santos – SMS Rio. Projeto EDUCARTE para o desenvolvimento protagonismo juvenil, parceria SME e ONG CEDUS.

Projeto Horizontes – atenção à violência sexual e gravidez na adolescência, parceria UNICEF e SOPERJ.

Projeto Vista essa Camisinha nas unidades de atenção primária de saúde da SMS Rio.

Saúde do Adolescente nas Ondas do Rádio - adolescentes multiplicadores nas rádios comunitárias.

Inauguração do Programa de Atendimento Integral ao Adolescente no Posto de Saúde Madre Tereza de Calcutá, na Ilha do Governador.

2007 2008

Publicação da Política Nacional de Promoção da Saúde – Ministério da Saúde.

Implantação do Projeto Rede de Adolescentes e Jovens Promotores de saúde - RAP da Saúde, no Adolescentro Paulo Freire (Rocinha, Vidigal e Vila Canoas), Centro Municipal de Saúde Américo Veloso e no Adolescentro Augusto Boal (Maré) e no Alemão. Parceria CEDAPS.

1999

Projeto Sinal Verde - promoção da saúde com jovens e adolescentes do Rio de Janeiro.

Programa Mundial de Ação para Juventude da Assembleia Geral da ONU.

2006

1998

2009 2010

1ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude.

Brasil sedia 2º Encontro de Parlamentares Ibero-Americanos de Juventude. RAP da Saúde - atuação junto às comunidades com 53 Grupos Articuladores Locais (GAL) da Plataforma dos Centros Urbanos. Parceria UNICEF e CEDAPS.

Ano Internacional da Juventude. Brasil assume presidência da Reunião Especializada da Juventude do Mercosul, no Rio de Janeiro, e passa a integrar a Organização Iberoamericana de Juventude (OIJ). 1ª Mostra do Projovem Urbano. Aprovada a PEC da Juventude.

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2011 RAP recebe o Prêmio Pró-equidade em Saúde. Ministério da Saúde/Fiocruz/Conasems.

Ampliação do RAP da Saúde para os Centros Municipais de Saúde, Clínicas da Família, Escolas Municipais e comunidades.

2012

2013 Criação do Comitê Interministerial da Política de Juventude.

1º Fórum Global sobre Políticas de Juventude da ONU.

Lançamento do Plano Juventude Viva.

RAP da Saúde selecionado como experiência exitosa pelo Laboratório de Inovações em Saúde do Adolescente. OPAS/ Ministério da Saúde.

Lei nº 12.852 cria o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude e o Sistema Nacional de Juventude (SINAJUVE).

Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável - Rio+20

2015 O RAP da Saúde institucionalizado como Curso de Formação de Adolescentes e Jovens Promotores de Saúde, vinculando 190 jovens como bolsistas da SMS-Rio, nas dez regiões de saúde da Cidade.

2016 Olímpiadas e Paralímpíadas no Rio de Janeiro - RIO 2016.

Conferências Municipal, Estadual e Nacional da Juventude.

Atualmente, o RAP da Saúde tem 240 jovens e adolescentes vinculados em 43 unidades de saúde nas dez áreas programáticas da cidade. No período entre 2015/2016, os jovens do RAP da Saúde, realizaram 2.862 atividades, atingindo um público em torno de 124 mil pessoas. O Programa se constituiu como uma importante estratégia de ampliação de acesso e inclusão de jovens nos serviços de saúde, reconhecendo suas potencialidades, fortalecendo seu protagonismo e transformando realidades. É a voz da juventude provocando as políticas públicas de saúde.

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2014


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PROTAGONISMO JUVENIL NO SUS É da natureza do jovem ser criativo, ousado, questionador, espontâneo, alegre, inovador. O RAP da Saúde acredita no valor dessas características e oferece oportunidades e ferramentas para que adolescentes e jovens se apropriem delas e assumam o papel de protagonistas na promoção da saúde em seus territórios. Entendemos que é de responsabilidade do poder público garantir espaços para a expressão social, política e cultural da juventude. Acreditamos que o envolvimento de adolescentes e jovens no planejamento de políticas públicas em saúde possibilita sua participação no enfrentamento das iniquidades e na disseminação do autocuidado. Os adolescentes e jovens do RAP da Saúde ao levarem vizinhos, família e amigos para as unidades de saúde, envolverem-se em ações de sensibilização e conscientização e andarem pelo território dialogando sobre temas antes complexos, aproximam a população da rede de serviços de saúde, contribuindo para ampliar o acesso do cidadão ao SUS. Aqui, adolescentes e jovens se tornam protagonistas de suas histórias. Utilizando tecnologias sociais inclusivas e participativas, o RAP da Saúde contribui para o protagonismo juvenil, o controle social e a ação cidadã no Rio de Janeiro.

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DE JOVEM PARA JOVEM O mundo tem hoje a maior população jovem de toda a História. Esse cenário eleva a importância de assegurar os direitos e ampliar os espaços de representatividade dos adolescentes e jovens por meio de políticas públicas direcionadas a esta faixa etária, o que pressupõe entender sua realidade e, principalmente, falar de igual para igual. Os adolescentes e jovens, por dominarem códigos e experiências próprios de suas realidades, são reconhecidos como interlocutores privilegiados em seus territórios. No RAP da Saúde a educação entre pares se dá nessa perspectiva. Eles atuam como um elo entre o SUS e a juventude, parcela da população que culturalmente pouco utiliza os serviços de saúde. Os adolescente e jovens têm linguagem própria, compartilham de anseios, dúvidas e desejos, vivem ou já viveram experiências

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comuns. Por isso, no RAP da Saúde o papo é reto. Temas que exigem uma abordagem cuidadosa como sexualidade, uso de drogas, violência doméstica, homofobia e diversidade religiosa deixam de ser tabu para serem disseminados, de forma horizontal, junto aos outros adolescentes e jovens do território, por meio de rodas de conversa, peças teatrais e mobilizações em unidades de saúde, escolas e comunidades. Ao se apropriarem de conhecimentos e discursos antes restritos aos profissionais de saúde, os adolescentes e jovens do RAP da Saúde provocam mudanças na forma de pensar, ressignificando o que é saúde, doença e qualidade de vida. Dessa forma, espera-se contribuir para minimizar os comportamentos de risco individuais e coletivos e ampliar o compromisso com seus projetos de vida.


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RAP DA SAÚDE NO DIA A DIA: OS JOVENS POR ELES MESMOS Ações sociais com parceiros locais, atividades nas escolas do território, debates, contação de histórias, rodas de conversa, eventos de mobilização, concursos, oficinas temáticas, ações nas salas de espera dos atendimentos, palestras, caminhadas... Se tiver uma oportunidade de encontro com adolescentes e jovens, profissionais de saúde e população dos territórios, o RAP da Saúde aproveita. Senão, o RAP da Saúde cria!

No RAP da Saúde tem papo sobre muita coisa. Álcool e outras drogas, alimentação saudável, aleitamento materno, atividade física, cultura da paz, dengue, chikungunya e zika, direitos, direitos sexuais e gravidez na adolescência, DST/Aids, gênero, HPV, meio ambiente, paternidade, protagonismo juvenil, racismo, saúde bucal, tabagismo, tuberculose, educação no trânsito, reciclagem, higiene, mobilidade urbana, cuidado na infância, bullying, violência doméstica, inclusão, acessibilidade, e muito mais.

PROMOVENDO SAÚDE Promover saúde requer interação de diversos setores da sociedade. Para além das secretarias e serviços da Saúde, é preciso que instituições e colaboradores da Educação, da Cultura, da Assistência Social, do Urbanismo, entre muitas outras áreas, participem ativamente da construção de soluções para a melhoria da qualidade de vida de todos. No RAP da Saúde isso acontece de forma prática. Os adolescentes e jovens estão nos serviços de saúde e, também, nas escolas, lonas culturais, academias cariocas, parques e praças, promovendo saúde a partir de múltiplos olhares e saberes.

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ARTE

NÓS PROMOVEMOS SAÚDE ATRAVÉS DA MÚSICA. CRIAMOS PARÓDIAS E APROVEITAMOS MÚSICAS FAMOSAS, QUE CHAMAM A ATENÇÃO DAS PESSOAS, PARA PASSAR INFORMAÇÕES SOBRE A PREVENÇÃO DE DOENÇAS E O AUTOCUIDADO” Se tem uma coisa que os adolescentes e jovens do RAP da Saúde sabem fazer é criar. Com criatividade, os adolescentes e jovens elaboram roteiros de filmes, criam paródias de músicas e desenvolvem esquetes e coreografias para facilitar a disseminação das informações sobre saúde. Com ousadia, os jovens transformam assuntos do cotidiano das unidades em produtos de arte e cultura para toda a população.

CIRCULAÇÃO PELA CIDADE O RAP da Saúde entende que a democratização do acesso aos espaços da cidade é passo fundamental para o pertencimento e a construção da cidadania. Vai de carro, vai de trem, de ônibus, metrô, bicicleta ou a pé. O importante é circular, é se sentir parte, é participar. O Rio é de todos nós.

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SEXUALIDADE

O RAP DA SAÚDE ME ENSINOU A CONVERSAR SOBRE SEXUALIDADE COM RESPEITO E SEM PRECONCEITOS. HOJE, NÃO TENHO MAIS VERGONHA E ME SINTO PREPARADO PARA DIALOGAR SOBRE QUALQUER ASSUNTO: SEXO, DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E MINHA HOMOSSEXUALIDADE, QUE ANTES EU NÃO CONSEGUIA CONTAR PARA NINGUÉM”

Aqui o papo é reto. O amor é lindo e todo mundo vai namorar um dia, certo? Então vamos falar sério: é preciso se cuidar. Vai ter jovem conversando sobre DST, gravidez, direito reprodutivo, homosexualidade, maternidade, paternidade, preservativo e orientação sexual. Vai ter jovem conversando entre si, com a família, com os profissionais e com toda a comunidade. As palavras aqui são prevenção e respeito, por isso o diálogo é o melhor caminho. Para o bem de todos, bota esse assunto na roda, sem preconceitos.

EMPODERAMENTO

O RAP DA SAÚDE É UMA VERDADEIRA ESCOLA DA VIDA REAL. QUANDO APRENDEMOS SOBRE SAÚDE, PARA PASSAR INFORMAÇÕES ADIANTE, TRAZEMOS TODO ESSE CONHECIMENTO PARA A NOSSA VIDA PESSOAL E PARA NOSSA FAMÍLIA. APRENDEMOS A SER MAIS RESPONSÁVEIS E CONSCIENTES”

O conhecimento muda as pessoas. Ao longo do curso e da vinculação aos serviços de saúde, os adolescentes e jovens ampliam as possibilidades de transformarem suas vidas, por meio do cuidado de sua saúde e da cidade onde vivem.

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RELAÇÕES INTERPESSOAIS

O RAP DA SAÚDE ME ENSINOU QUE PRECISAMOS UNS DOS OUTROS E QUE JUNTOS SOMOS MAIS FORTES. ME ENSINOU A OUVIR MAIS, A QUERER AJUDAR E A ME ENVOLVER COM AS QUESTÕES DOS OUTROS, A SER MAIS PRESTATIVA E ACOLHEDORA. O QUE PERCEBI É QUE ISSO NÃO FAZ BEM APENAS PARA QUEM ESTÁ AO MEU LADO, MAS PARA MIM TAMBÉM” Escutar, ouvir, acolher, respeitar as diferenças e se comunicar com tranquilidade e clareza são princípios fundamentais para mantermos relações com nossos familiares, amigos e os diversos espaços sociais. A força do trabalho em grupo, estimulada ao longo do Programa, favorece relações saudáveis e a construção de redes de apoio e solidariedade.

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CONTROLE SOCIAL

PARTICIPAR DA 2ª CONFERÊNCIA CARIOCA DE JUVENTUDE E VER MUITOS JOVENS LUTANDO POR SEUS DIREITOS FOI UMA EXPERIÊNCIA INCRÍVEL. EU TIVE A OPORTUNIDADE DE CONVERSAR COM PESSOAS DIFERENTES, OUVIR COISAS QUE NUNCA TINHA OUVIDO, EXPRESSAR MEUS PENSAMENTOS, O MEU DESEJO, A MINHA VONTADE DE MUDAR A SOCIEDADE PARA MELHOR. A MINHA VOZ FOI OUVIDA E FOI MARAVILHOSO”

O controle social é um princípio do SUS. Ele significa que, de forma organizada, a população deve participar dos processos de formulação, execução e avaliação de políticas públicas de saúde. O RAP da Saúde acredita que exercer o controle social do SUS é uma forma de exercer o protagonismo juvenil e a cidadania. No dia a dia do Programa, isso acontece de diversas formas, por exemplo, quando adolescentes e jovens ajudam a definir e a realizar ações de promoção da saúde e, também, quando sugerem melhorias para os serviços. E esta participação social vai além do setor Saúde. Os adolescentes e jovens participam de fóruns de mobilização política e social que visam ao aprimoramento de políticas públicas para educação, assistência social, segurança e acessibilidade.

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TERRITÓRIO

INCLUSÃO

EU FICO MUITO FELIZ QUANDO ALGUÉM ME ABORDA NA RUA PARA PERGUNTAR QUANDO FAREMOS OUTRO EVENTO DO RAP DA SAÚDE, PORQUE O QUE ELA PARTICIPOU FOI MUITO BOM. SINTO QUE NOSSO TRABALHO REALMENTE MUDA A VIDA DAS PESSOAS”

O RAP DA SAÚDE ME DEU A OPORTUNI DADE DE CONVERSAR SOBRE TEMAS DIFÍCEIS, COMO O RACISMO E BULLYING. POR MUITO TEMPO SOFRI BULLYING E, DEPOIS DE PARTICIPAR DA OFICINA, EU APRENDI A LIDAR COM ESSA SITUAÇÃO”

Responsabilidade e autonomia são valores essenciais para exercer o protagonismo juvenil. Por isso, o RAP da Saúde investe na autoestima dos adolescentes e jovens para que, acreditando em si mesmos, possam expressar suas visões de mundo e assumir compromissos com a sociedade. Ao se comprometerem com a promoção da saúde, adolescentes e jovens aprendem as principais formas de prevenção de doenças e também como funciona o SUS. Assim, tornam-se referências em seus territórios.

No RAP da Saúde a diferença é oportunidade para o crescimento. Todos juntos caminham para construir relações mais igualitárias. A inclusão é tão importante para o Programa que ele se tornou bilíngue: além de Português, as atividades são realizadas na Língua Brasileira de Sinais (Libras), permitindo a interação entre os participantes surdos e ouvintes. E todos se beneficiam desta parceria: profissionais e usuários das unidades de saúde podem participar das oficinas de Libras promovidas pelo RAP da Saúde.

AUTOESTIMA

O RAP DA SAÚDE CONTRIBUIU PARA A CONSTRUÇÃO DO MEU CARÁTER, PARA EU SER UMA PESSOA CONSCIENTE, TER VOZ NA SOCIEDADE, SABER QUE, INDEPENDENTEMENTE DE SER JOVEM, EU SOU UM CIDADÃO. POSSO E DEVO LUTAR PELOS MEUS DIREITOS” O RAP da Saúde acredita no potencial de adolescentes e jovens e cria as oportunidades para que eles possam crescer e se desenvolver. Assim, ao longo do Programa, cada um vai superando as suas dificuldades, tornando-se mais consciente e responsável. O RAP da Saúde é um facilitador para os processos de autoconhecimento e amadurecimento, o que faz toda a diferença para a saúde.

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REALIZAÇÃO

PARCEIROS


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