As cariocas edição 1 jan 2015 (4)

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EDITORIAL

NOTICIAS COLUNISTAS AS CARIOCAS ESPAÇO MUSICAL NO DIVÃ

EXPEDIENTE:

As Cariocas Flávia Almas, Mariana Marçal e Rafael Khalid (Fotógrafo) Jornalistas & Assessora em Eventos E­mail: contatoascariocasjornalistas@gmail.com Cels:

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NOTÍCIAS CARNAVAL 2015 GRUPO ESPECIAL/ RJ

GRES Unidos do Viradouro


“NAS VEIAS DO BRASIL, É A VIRADOURO EM UM DIA DE GRAÇA!” E se não fossem os negros? Por certo, o Brasil seria outro… Este enredo para o desfile da unidos do Viradouro 2105 é baseado em dois sambas. De autoria do imortal poeta negro Luiz Carlos da Vila, um exemplo clássico da perspicácia e sabedoria populares sofisticadas que nos restaram como sagrada herança desse ébano vitorioso. A Viradouro canta então seu elogio ao enredo e aos valores da inteligência transcendental dos povos vindos d’África, valores esses que culminaram por estruturar a nossa alma verde e amarela. Tomando assim o Brasil como vibrante corpo miscigenado, aceitando a tese afirmada nas canções, de que nas veias da pátria­mãe gentil circulam os pilares da venturosa negritude. Uma incansável sobrevivência, sempre trocando gás carbônico por oxigênio em asfixiante agonia que não a matou jamais! A procissão cultiva as sementes da felicidade, desabrochadas em emocional vascularização da esperança. A influência espiritual ramificada ao extremo da nossa sistêmica nação, que foi se adaptando em destemida corrente e fez o brasileiro catar e juntar em si i que foi espalhado com sabedoria: as qualidades do além­mar! E navegando sobre as ondas do tal pensamento luminoso que enovelam o artista e desembarcando nas tabas ameríndias, o brilhante legado criativo junta atabaque ao cocar; Então faz a simbiose entre o pajé e o griot: flechas e altares! Tupis, bantos, guaranis e yorubás testemunhando tupã abraçar oxalá. É no tempo encantado da singular sagração terra brasilis que quando enraizamos nosso particular baobá. Somos esta corporificação híbrida, uma organicidade única, onde palmas de mão musicalizam palmos de chão. Então somos da linhagem abençoada dos guerreiros que raiam com a liberdade. Um povo de alma negra, porque amamentado na sala da casa grande pelo leite que da senzala vinha saudável pela força das mãos de cura do preto velho a balançar misteriosas palavras de preciosos poderes.


No fogão da mãe baiana, em espiritual culinária, refazemos diariamente os laços culturais temperados pela magia dos ritmos paridos em fogoso carnaval…o samba atesta o nosso triunfo! Viradouro brada atitude e muda a estratégia da camélia abolicionista: É mediadora na superação do ressentimento, ao assumir na escolha das obras do excepcional sambista a beleza de ser miscigenado. O que transformou o Brasil em terra que nunca anda só, a vitória é a reconciliação; a ousadia é viver em paz! O carnavalesco João Vitor Araújo é o autor da sinopse do enredo “Nas Veias do Brasil”. Maiores Informações (Site: www.gresuviradouro.com.br) Por Flávia Almas Jornalista

GRES Unidos de Vila Isabel


"PREPARE­ SE PARA UM GRANDE CONCERTO"! O maestro sobe ao púlpito, exercendo uma função primordial como "elemento de ligação das ideias do compositor aos instrumentistas e/ou cantores", e, suavemente, ergue a batuta ao ato sublime que transcende a essa dualidade e se lança aos encantos da regência sinfônica, inscrita "dentro de parâmetros do imponderável, da mítica, da aura que acompanha o artista e determina a sua sonoridade.. Sua regência é mais que um gesto, ruma­nos à poesia dos sons, traduz das partituras a emoção da formação de um povo, a genialidade espontânea da criação, a musicalidade orquestrada à inspiração de significativas apresentações que provêm do canto e do balé. Numa relação humana onde o elemento principal é a música, o maestro Isaac Karabtchevsky transforma a Sapucaí num palco e rege o enredo do meu samba: "O Maestro brasileiro na terra de Noel... Tem partitura azul e branca da nossa Vila Isabel". Em tons graves, agudos, altos ou baixos...as notas musicais saltam dos instrumentos. Afinam­se cordas, metais, sopros, percussão... Os efeitos sonoros vão criando uma incrível e mágica sonoplastia... E de uma forma livre e espontânea, o prelúdio se inicia. Tudo pronto. Ouvimos o terceiro sinal. Deixem­se contagiar pelos sentidos da música. Peguem seus libretos, o espetáculo vai começar! Na forja do destino, um momento divino: "Faunos" entoam seus sons cristalinos. Envolvidos pela poesia, a saudade aperta em nosso peito. Em tempo de inspiração, os "retratos da vida" são o cocar da cultura do nosso Brasil. De um índio, bravo nativo, chamado Guarani ­ que se veste de paixão e luta para conquistar seu grande amor. Viajamos pelo canto do "Uirapuru" e descobrimos cada pedacinho desse chão. Do "Concerto da Floresta" ao sertão brasileiro, seguimos pelos trilhos do "bachiano menino" a todo o vapor. Pulsantes sejam o "canto da alma caipira" e o "canto da nossa terra", aventuras de meninos moleques e de seus coloridos papagaios, a matriz da genuína cultura brasileira! "Corremos pelas partituras de mãos dadas com notas musicais" ao requinte de sinfonias clássicas, barrocas e românticas. Suítes, sonatas, concertos...embalam, musicalmente, as "Quatro Estações" dos fenômenos da Natureza; enredam­se pelo amor shakespeariano de "Romeu e Julieta", pelas aventuras de "Fígaro", o astuto criado da velha Sevilha, e protagonizam um


conjunto de revelações e disfarces num festivo e simbólico "Baile de Máscaras". Seus sons, ainda entrelaçam­se às nuances, aos detalhes, às "cores" que a voz consegue, sem possibilidade de confronto, reproduzir, navegando por entre mares de compassos, declamações líricas à ousadia do capitão, o que carrega uma maldição por desafiar "Satanás" a bordo de um "O Navio Fantasma". Um momento esplêndido: o maestro reduz seu gesto à proporção justa. Expressa o máximo com o mínimo...respira com a orquestra! Um espetáculo à parte. Allegro, avante... Seu realismo fantástico cruza as fronteiras da criação com a regência da Nona Sinfonia de Beethoven! Entre românticos arcos de flores, a "Sagração da Primavera"! Linda é a bailarina, princesa, camponesa que, ao som da sinfonia, reflete o brilho de raro esplendor do "Lago dos Cisnes". Não há quem não se emocione com a majestosa e exuberante coreografia, aventurando­se, sob muitas formas, diante do "fogo sagrado" de "La Bayadère". Nem com "Balé de Bolshoi", com o "Quebra Nozes" e com tantos outros... É girando na ponta dos pés que a orquestra revela a emoção da "arte dos passos". Nossos olhos, sem mais prova, atestam, deslumbrados, um magnífico espetáculo. Diante do que se vê, sopranos e tenores entoam da arte teatral: a ópera, voz encenada em drama musical. Castelos, histórias de amor, contos e fábulas...faces do imaginário, um tom magistral de sonhos em sintonia com a vida. Ó magia! Sob a partitura azul e branca, tudo soa, recebendo, em si, o sopro que do Brasil ecoa. Vem, meu "povo do samba", desfrutar dessa música boa, de um "Aquarius Concerto", ao solo de um pandeiro e renascer das cinzas nos versos de um "senhor partideiro": Martinho da Vila. Vem com a Vila Isabel, com seu reduto de bambas que "não quer abafar ninguém***", "só quer mostrar que faz samba também". A ideia Original é do Carnavalesco: Max Lopes. Maiores Informações (Site: www.unidosdevilaisabel.com.br) Por Mariana Marçal Jornalista


GRES Mocidade Independente de Padre Miguel

SE O MUNDO FOSSE ACABAR, ME DIZ O QUE VOCÊ FARIA SE SÓ LHE RESTASSE UM DIA? A Mocidade Independente de Padre Miguel quer provocar a imaginação do público e pergunta: Se o mundo fosse acabar, me diz o que você faria se só te restasse um dia? Em uma livre adaptação da música O último dia, de Paulinho Moska e Billy Brandão. O enredo de 2015 retoma um tema inquietante que sempre impressionou a humanidade com suas previsões e profecias: afinal, o fim do mundo parece estar sempre próximo… Mas o que você faria diante da possibilidade de um ponto final na aventura do homem na Terra? Se o mundo fosse realmente acabar e restasse apenas um dia para viver, apenas um último dia… O que você


faria? O enredo é do carnavalesco www.mocidadeindependente.com.br) Por Flávia Almas (Jornalista)

Paulo

Barros.

Maiores

Informações

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GRES Estação Primeira de Mangueira

"Agora chegou a vez, vou Cantar: Mulher de Mangueira, Mulher Brasileira Em Primeiro Lugar!" Tudo era festa no meu tempo de menino. Nascido e criado em Mangueira, o morro e seus bairros eram o meu quintal, mas também a minha casa, o meu mundo, o meu reduto para brincar, para aprender as duras lições da vida e, para sonhar... Habitada por gente simples e tão pobre/ que só tem o sol que a todos cobre... Cantarolava eu, que nem conhecia Cartola, contudo por intuição percebia a resposta ao como podes Mangueira cantar? De verso em verso, a intuição virava


convicção: eu digo e afirmo que a felicidade e os sonhos aqui moram, e aí estava a chave de tudo ­ a felicidade e os sonhos. Por aqui, até nossos barracos são castelos/ em nossa imaginação... Sonhou feliz, Nelson Cavaquinho. Certa vez, deitado no chão e olhando para o alto e a imaginar o morro todo em verde e rosa, descobri que a natureza já tinha feito a sua parte. As mangueiras, muitas mangueiras, coloriam a paisagem com todo o verde possível e necessário. Nesse dia entendi a razão/ inspiração do verso Mangueira, teu cenário é uma beleza/ que a natureza criou... Só faltava o rosa, pensei. Foi há muito tempo que ouvi falar pela primeira vez das grandes mulheres de Mangueira. Vovó Lucíola, parteira que ajudou muitos mangueirenses a chegar ao mundo, dona de uma sabedoria de preta velha, e que muitos diziam ser mais antiga que o próprio morro, me contou, com riqueza de detalhes, lindas histórias de doçura e de bravura, que me encantaram a alma e invadiram a minha imaginação. Ainda lembro quando vovó me pegou pelo braço e apontou uma frondosa mangueira no alto do morro e falou: "tá vendo aquela árvore, "fio"?" Enxuguei as lágrimas que insistiam em molhar meu rosto e firmei o olhar na direção apontada. E, continuou vovó: "ela é como um elo entre as mulheres do morro e a nossa Escola de Samba. A raiz, o tronco resistente e os galhos cheios de folhas, servem para proteger as flores que se transformarão em frutos. Assim, também, são as mulheres, daqui e de qualquer lugar, "fio"! Nós somos como as árvores, como a natureza, geramos vida e continuidade através dos nossos frutos. Assim é a nossa vivência e nossa contribuição com a Mangueira!". Neste dia entendi que o que estava faltando era o rosa feminino daquelas mulheres para fazer par com o verde das mangueiras... Eram as "ROSAS" de Mangueira que estavam faltando! Tudo agora fazia sentido! Os homens foram a raiz e o tronco, mas as mulheres foram as flores, as "ROSAS" que geraram os frutos mais doces que a Mangueira me deu! Algum tempo depois, novamente deitado no chão e olhando as mangueiras, agora enfeitadas de flores, lembrei­me da minha conversa com vovó Lucíola. Lentamente adormeci e sonhei. Sonhei com as grandes mulheres de Mangueira recebendo outras grandes mulheres do Brasil para um magistral desfile de carnaval. Sonhei que era primavera no morro e as "ROSAS", em verso e prosa, novamente, desabrocharam com todo o seu esplendor. Venham divinas damas que carregam no sangue esta nobreza ancestral, despertem para sonhar novamente e ouçam os versos mais belos que o poeta compôs para lhes ofertar. Por mais esta


noite, desçam o morro em cortejo para reinar na folia como legítimas representantes da dinastia do samba, pois é através de suas memórias que a Mangueira vem contar e cantar a trajetória de outras grandes mulheres do Brasil. Venha vovó Lucíola, e seja novamente a minha guia! Deixe o doce perfume de suas lembranças invadir o meu sonho, entorpecer a minha alma e se espalhar por ruas, becos e vielas. Na liberdade que somente a poesia e os sonhos podem conceder, vejo os barracos/castelos enfeitados com guirlandas florais e o povo vestido com fidalguia para a noite triunfal. E as baianas giram e o movimento de suas saias me faz recordar as histórias de valentia e superação que havia escutado muito tempo atrás. Então, presencio Tia Fé, anciã que carrega no próprio nome a força da religiosidade das mulheres do morro, sendo aclamada como uma verdadeira quebradeira de grilhões na aurora da Estação Primeira, e glorifico as mães do samba. Salve as "Candaces do Brasil"! Salve Suluca da Mangueira, tal como Chica da Silva, uma autêntica herdeira da realeza africana! Orayê yê o, Ciata de Oxum; a sua benção Mãe Menininha do Gantois! Os acordes afinados de um violão me chamam a atenção e uma suave melodia embala o meu sonho. Não demora e o coro, ao longe, também se faz ouvir e o canto harmonioso das pastorinhas de Mangueira atravessa a barreira do tempo, unindo passado e presente e, num compasso emocionante, faz­se ecoar pelas vozes das grandes cantoras mangueirenses, que hoje cantam em homenagem às grandes intérpretes do Brasil. E tem Chica, Chica Boom e balangandãs para todo o lado e disputas acirradas entre as Rainhas do rádio. Mas, sempre haverá uma "bandeira branca" para "clarear" a alegria! O morro é festeiro e transpira musicalidade. E tem jongo e maxixe nos cordões de velhos, mas a batucada é soberana para embalar a cantoria e animar o povão quando chega o carnaval. Protegida pela Guarda Real da bateria, a rainha desce as escadarias do seu castelo, no alto do morro, e se posta à frente dos ritmistas com altivez monárquica para receber as rainhas da beleza brasileira, lideradas por Gisele Bündchen e Marta Rocha coroada, com a faixa no peito e o cetro na mão. Trajes típicos desfilam a nossa brasilidade e se misturam às mulatas e cabrochas em apresentação apoteótica. No meu sonho "Real", o Buraco Quente se transforma em passarela de moda e de samba; porque, no reinado de Momo, todas as mulheres são belas rainhas e nós, os seus súditos. E, tudo em Mangueira é belo e tem seus fundamentos!


Feito um ritual mágico, tia Lina se posiciona para ser reverenciada como a primeira Porta­Bandeira da verde e rosa. Percebo os guardiões abrindo caminho enquanto o pavilhão mangueirense flutua em meio ao povo, conduzido com graça e elegância, ora por Neide, ora por Mocinha. É a arte em movimento antropofágico de Tarsila! É a delicadeza das mãos nos versos de Raquel de Queiroz; é a sensibilidade feminina transmitida em cores e gestos; é o poder da arte derrubando barreiras e preconceitos e empunhando a bandeira da igualdade. As vozes se multiplicam e a cantoria aumenta. Mas é preciso concentração! Uma voz se destaca entre todas as outras e se faz respeitar! Em Mangueira, berço de grandes guerreiras, Dona Neuma, mulher de fibra, prestígio e liderança, é quem toma as rédeas da situação, seja nas árduas batalhas da vida, no dia a dia do morro ou nas alegres batalhas de confetes e serpentina. Sempre com a firmeza e a sensibilidade de uma líder nata. Quando necessário, fazia­se Maria Quitéria nas pelejas para defender o samba e a Mangueira, mas se alguém precisasse de auxílio, rapidamente se transformava em Ana Néri para socorrer. Então, respeitem quem pode chegar aonde elas chegaram e abram alas para todas as mulheres que se colocaram à frente de seus tempos e que, nunca estiveram à espera de príncipes encantados para lhes salvar! São estas mulheres que nos conquistam pela simplicidade e, ao mesmo tempo, se impõem pela grandiosidade, e que hoje, personificadas em Dona Zica e aclamadas em um desfile triunfal, recebem de Mangueira o que a história oficial muitas vezes lhes negou: a valorização e o reconhecimento. Que seus exemplos de força e persistência se transformem em uma espécie de vento suave e contínuo capaz de tremular no ponto mais alto das nossas consciências a legítima bandeira verde e rosa... Que o rosa possa significar a mais singela tradução do nosso reconhecimento a todas as mulheres deste país... E que o verde possa transmitir a nossa esperança por igualdade de direitos, para a honra e glória daquelas que lutaram e ainda lutam por dignidade. Ainda inebriado, sinto o rosa da alvorada no morro a me despertar. Percebo que o meu sonho está chegando ao fim, não no sentido de acabar, mas porque está se tornando realidade! A sua benção vovó Lucíola e, obrigado por me permitir sonhar, por esta noite, o seu sonho maior de igualdade e respeito a todas as mulheres. ?a sua, a nossa Mangueira que está na Avenida e, todas as Marias com as latas d?água nas cabeças, as negas mais malucas do que nunca, as cabrochas e mulatas e as senhoras do Departamento Feminino e da Velha­Guarda, vêm saudar as nossas Ritas Lee, as nossas Martas Vieira da Silva, as nossas Marias da Penha e as nossas Fernandas Montenegro porque, para honra e glória do Brasil, "Agora Chegou a Vez, Vou Cantar: Mulher de Mangueira, Mulher Brasileira Em Primeiro Lugar!" . O enredo é do carnavalesco Cid Carvalho.


Maiores Informações (Site: www.mangueira.com.br) Por Mariana Marçal Jornalista

GRES Beija­ Flor de Nilopólis

"UM GRIÔ CONTA A HISTÓRIA: UM OLHAR SOBRE A ÁFRICA E O DESPONTAR DA GUINÉ EQUATORIAL. CAMINHEMOS SOBRE A TRILHA DE NOSSA FELICIDADE" Para conseguirmos entender o que fomos e o que somos, é necessário que se conheça a herança da África no Brasil e a África que ficou do outro A história da África – ou melhor, das várias Áfricas, faz parte da história do Brasil. É importante para nós, brasileiros, porque ajuda a


explicar e entender a nossa história. Mas é importante também, por seu valor próprio, e porque nos faz melhor compreender o grande continente de onde proveio quase metade de nossos antepassados. A importância e a magnitude da África é algo tão impressionante, que por mais que se fale de África com frequência, o tema é tão rico, que parece não se esgotar nunca; permanece despertando a curiosidade e o interesse de pessoas comuns e estudiosos. No passado, as tribos regionais, com suas tradições e costumes, despertaram o interesse de distintos povos europeus, que em busca de especiarias, terminaram por fomentar o tráfico de escravos. Hoje, ao revisitar o sofrido continente africano, nossa proposta principal é mostrar que é possível sim ter esperança de que um povo massacrado, cansado e desiludido, seja capaz de renascer, aos poucos, com sonhos vigorosos, planos precisos e metas concretas; projetando uma nova África, ou uma nova perspectiva para a África, calcada no progresso propiciado pelo "ouro negro" e nos ideais de unidade, paz e justiça, reafirmados tal qual um mantra. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade, porque neste carnaval, os caminhos da África nos conduzem à Guiné Equatorial. A conversa que ora inicia, poderia muito bem versar sobre religião e a fé em nossos ancestrais ou, quem sabe, sobre liberdade e este verde sem fim; alguns poderiam dizer que é o passado que se revela do outro lado do Mar Tenebroso, ou por que não a África animista por natureza em sua história de exploração, luta e dor. Esta conversa é tudo isso e um pouco mais, diálogo entre um pequeno filho da Guiné Equatorial e um Griô, um ancião, senhor do passado, mais um daqueles sábios que guardam, de pai para filho, a história viva do continente africano, e mais precisamente, de A criança, olhos fixos no velho homem, não deixa passar um detalhe sequer, e o contador de histórias, em um tom tranquilo, porém com a voz firme, devaneia... Declama... Recita... o livro aberto da memória: Foi num tempo primitivo, no albor de toda raça, sob um verde inimaginável, que nossa gente surgiu. Foi muito antes deles chegarem, os brancos, em seus grandes barcos, guiados pela mais voraz ambição, sedentos de ouro e de gente, nossa gente! Antes era tudo verde, toda vida, tambores e tribos... A natureza pulsava em cada elemento; as raízes das árvores entrelaçavam­se com a nossa raiz, e crescíamos , vivíamos e cultuávamos a liberdade, cada um com sua fé. Os ritos refletiam a força


e a ligação do povo com a natureza, e a Ceiba, árvore sagrada da vida, testemunhou cada momento do florescer de nossa história. Mas um dia, esta paz sucumbiu... Eles chegaram rasgando o Mar Tenebroso, e com as marés trouxeram a cobiça, sua força e seus costumes tão diferentes das nossas tradições; eles sangraram os corações de nossos ancestrais! Falavam outra língua, buscavam riquezas... Escravizaram homens, mulheres, crianças... Em nome do Rei de Portugal. A jóia da Coroa era a Casa da Guiné... E do litoral, nossas mães observaram, onda após onda, seus filhos vendidos... Quantos reis comerciados, escravos por um trocado, objetos da opressão, no mercado de gente, mercadoria humana. Mas a grandeza de nossa terra atrai outras bandeiras da maldade, e a engenharia da ambição ergue a sua companhia, leva o continente negro, através de nossa cultura, por um oceano de mágoas. Os filhos da África constroem a evolução da humanidade; o sangue negro foi a argamassa do edifício da escravidão. Papéis assinados, destinos trocados, nossa terra por um tratado: "Habla Espanhol"! A raça negra, que transpiramos em cada poro, resiste, enfrenta a dor, não se entrega jamais, e a cada grilhão, nos tornamos mais fortes; a cada opressão, a cultura se manifesta. Nada é mais degradante do que a ausência da liberdade! Nada é mais libertador do que a força de um povo! Menino, nós temos sangue dos Bengas! Somos herança do reino Bubi! Corremos nas terras Fang! Temos influência de Oyó! A África é a Mãe da Humanidade! Filho, o suor negro construiu a civilização moderna. Enquanto a empresa da escravidão possibilitou o acúmulo de riquezas, nosso mar de gente sangrou os mares. Ah! Quantos Zumbis, quantos Mandelas surgiram aqui no Golfo da Guiné? Nossa gente ensinou ao mundo o perfeito significado da palavra liberdade... Senhor! (Fala a criança): E agora que eles foram embora?


O Grió aponta para o Mar e diz: O que você vê? O Oceano! E depois? O horizonte! A África hoje enxerga o horizonte da reconstrução, respeitando a história daqueles que resistiram, observando a luta de quem um dia venceu a dor; símbolos de um continente desapropriado de grande parte de sua gente, mas acima de tudo, um continente guerreiro. A nova face da África se lança rumo ao progresso; respeita a natureza, mas se engrandece com as riquezas que afloram deste chão. Nova face em meio a grande floresta e a imensidão do mar em que se encontra a Guiné Equatorial; o país que emerge da Costa da Guiné, terra intimamente ligada à história do Brasil, vivendo o presente, como nação amiga e ansiando um futuro de unidade, paz e justiça. Meu filho, orgulhe­se desta raça, de sua dignidade e sua contribuição para a humanidade! Lute, pois lutar sempre foi nossa verdade, para que assim, "caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade". África: a paisagem que mais parece uma miragem. Aquela imensidão verde, deslumbrante, intocada, hipnotizante. A força da selva e a importância de Ceiba, a Árvore da Vida. As frondosas raízes das árvores se confundem, se misturam, se mesclam com as origens de nossos ancestrais, e com todo o legado por eles deixado. Com a tez escura como o ébano, nativos e guerreiros de tribos primitivas, guardiões dos costumes e dos ritos tradicionais, preservam as informações, as práticas, as estórias e os costumes, que são registrados através da oralidade, na memória e nos corações dos homens. Totens, máscaras, carrancas, esculturas, peças de marfim e técnicas específicas, como a taiba, são alguns dos símbolos diversos que cruzaram o oceano a propagar uma cultura magnânima. Diferentes povos demonstraram interesse em explorar, colonizar e extrair as riquezas da terra, destacando­se as investidas europeias, onde marcaram presença portugueses, holandeses, franceses, espanhóis e ingleses; sendo o Golfo da Guiné, o berço da herança cultural deixada pelos medievais reinos tribais dos Benga, dos Bubi e pelos clãs Fang.


Ao explorar o Golfo da Guiné, Portugal, na busca pelo caminho das Índias, coloca a Formosa Bioko nos mapas europeus. D. João II de Portugal, proclamado Senhor da Guiné, junto com os portugueses, inicia a colonização das ilhas de Bioko, Ano Bom e Corisco, convertendo­nas em postos destinados ao tráfico de escravos. Na travessia do Mar Tenebroso, enjaulados em sombrios navios, e acorrentados à grilhões e às lembranças da terra natal, negros serviçais, humilhados, desacreditados e açoitados, terminam por se dispersar pelo mundo. São braços fortes, construtores, massacrados pelos opressores; pobres sofredores à mercê da sorte e da vontade de seus mercadores. Um ode à liberdade anuncia o grito de independência: rompam­se as algemas! Abaixo a dominação! De braços dados, revela­se uma nação fraterna, ávida por união. Paralelamente à uma África antiga, primitiva, rústica, observa­se o despertar de uma nova face da África. Nascida na história recente, revela­se expoente a Guiné Equatorial. Dotada de rica biodiversidade, com belezas naturais estonteantes e riquezas minerais abundantes, fauna e flora revelam as diferentes nuances da Guiné que saltam aos nossos olhos, refletidas em cores e estampas, tecidos e sabores, no ritmo, no gingado e nos penteados, que imprimem à essa gente uma negritude de traços tão marcantes. Na iminência de completar meio século, a Guiné Equatorial é uma região de solo fértil. A terra, generosa, produz gêneros agrícolas diversos: cana­de­açúcar, café, cacau, banana, abacaxi, abóbora, milho, mandioca e algodão, são apenas alguns dos produtos que engrandecem a agricultura e brotam desse chão! A extração de madeira, a existência de diamantes, e a descoberta do "ouro negro", com o conseguinte fomento do petróleo, ocorrem com demonstrações de respeito ao meio ambiente. Empenhados em promover o encontro das bandeiras de duas nações fraternas, num majestoso festejo popular, onde a língua portuguesa é apenas mais um elemento de afinidade, objetivamos consagrar o enlace cultural entre o Brasil e a Guiné Equatorial, brindando os ideais de unidade, paz e justiça. Abordando as distintas influências, sem discriminação, cantemos liberdade! E "Caminhemos sobre a trilha de nossa imensa felicidade". Maiores Informações (Site: www.beija­flor.com.br) Por Flávia Almas Jornalista


AS CARIOCAS

As Cariocas: Flávia Almas (Jornalista), Rafael Khalid (Fotógrafo) e Mariana Marçal (Jornalista)

AS CARIOCAS QUE CHEGARAM PARA FICAR As Cariocas é um site bem eclético, democrático, humorado, uma sátira em homenagem a minissérie "As Cariocas", do autor Daniel Filho, exibido pela Rede Globo. Uma co­ produção das jornalistas Flávia Almas e Mariana Marçal em homenagem as mulheres cariocas, aos 450 anos da cidade maravilhosa comemorado este ano, no dia 1 de março. É uma forma de sairmos do marasmo, sério do jornalismo nos dias atuais, inspirado nos nossos grandes mestres jornalistas Anderson e Emerson Couto (Duda Rangel) que mostra esse lado do jornalismo bem


escrachado, no seu livro "A vida de jornalista como ela é". E com a colaboração do nosso fotógrafo oficial das Cariocas. Rafael Khalid. iva a Imprensa! Viva a liberdade de expressão!

Flávia Almas "A Jornalista Desinibida do Grajaú" Nascida no Rio de Janeiro, em 1979. Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá.


Mariana Marçal "A Jornalista Iludida de Copacabana" Nascida no Rio de Janeiro em 1988. A futura jornalista, é estudante de jornalismo na Universidade Estácio de Sá.


Rafael Khalid "O Fotógrafo Internauta de Madureira" Rafael Khalid é o nosso Repórter Fotográfico, sempre em foco com os melhores clicks.


GRES Acadêmicos do Grande Rio

“A Grande Rio é do baralho!” Para muitos o Carnaval é um jogo. Já que é assim, a Grande Rio entra na partida e, para começar, dá as cartas. Atiçando nossa imaginação, no seio da criatividade, reaviva o simbolismo dos tempos remotos, e, ao poder econômico, dá o Ouros. Ao poder militar, Espadas. Copas para o poder religioso. Paus ao poder político, que no povo encontra seu alicerce. A seguir, saca a figura de um Rei. Em seguida, a de uma Dama. Completando, um Valete. Diz, de antemão, que um Coringa pode trazer sorte, mas o Ás – que é trunfo – guarda pra si, como quem esconde “uma carta na manga”.


Através das cartas ela encontra seu destino. Carta que é “jogo”, e também revela os mistérios da adivinhação. Os arcanos maiores do tarô de Marselha previram, mas foram os lábios rubros da cigana que confirmaram: uma “chave” ilustrada na mesa indica que as portas estão abertas. A carta 31 do oráculo cigano reafirmou: o “sol” vai brilhar. É ele quem traz o anúncio de que bons ventos virão com as cinzas da quarta­ feira. Os astros se alinham e as estrelas iluminam nossos caminhos. Da mesma forma que nove são as cartas numeradas, nove são os planetas do sistema solar. Assim como quatro são os naipes, quatro são os elementos estabelecidos pela Astrologia – o fogo, a terra, a água e o ar – que, por sua vez, dividem os doze signos zodiacais. Há quem guarde um coringa… quem trate a disputa com a malícia de um poker, a inteligência de uma partida de sueca ou como os velhos malandros, bons no carteado. Previ, sonhei e imaginei. A Grande Rio despista os jogadores e dá sua cartada na Avenida. A sorte está lançada! Façam suas apostas! O enredo é do carnavalesco Fábio Ricardo. Maiores Informações (Site: www.academicosdogranderio.com.br) Por Mariana Marçal Jornalista


GRES São Clemente

A incrível história do homem que só tinha medo da Matinta Perera, da tocandira e da onça pé de boi Em Rio Branco era assim, um florestão envolvendo a cidade. Ninguém adentrava na mata – “Tá doido seu?” Era habitada pela bruxa Matinta Perera, que calava o uirapuru mas que sumia com a chuvarada, por um bicho brabo, o gogó de sola, de dentada perigosa feito cobra, pela formiga tocandira, pela onça do pé de boi, que todo mundo jura que existia, com pé de boi e tudo. Pois foi lá nesse lugar tão longe que nosso personagem passou a infância. Foi crescendo até que um dia chegou a hora de voltar para o Rio de Janeiro, sua terra natal e onde passaria o resto de sua vida.


No Lido é que começou a brincar carnaval, ouvindo “Mamãe eu quero” e “Touradas em Madri”. O bloco de sujo de que fazia parte ensaiava no cemitério. A molecada se encontrava perto da quadra IV, que ainda estava em construção, e os defuntos ali enterrados não reclamavam do barulho. “A avenida Rio Branco era um deslumbramento só” – mão dupla, tudo decorado, cheia de grupos fantasiados. Entre os carros, desfilavam os cordões, grupos e blocos com muitos pierrôs, arlequins, tiroleses, holandeses e muitas colombinas também. Passa o tempo, passa a guerra, passa a ditadura de Vargas, o tempo vai correndo e nosso herói vai se tornando mais adulto e mais valente. Essa avenida Rio Branco, dos desfiles carnavalescos, era a mesma que abrigava o Teatro Municipal, a Biblioteca Nacional, o Museu e a Escola de Belas Artes. E lá foi ele, atraído pelas artes, para a tal escola, e também para o teatro, onde trabalhou por muito tempo. Foi desse local, numa janela do andar superior, seu camarote exclusivo, que viu pela primeira vez um desfile de escola de samba, com Natal reclamando e a Portela evoluindo, alí , naquela mesma avenida. Um dia, foi convidado para fazer parte do júri das escolas de samba. Aceitou. E foi também na Avenida Rio Branco que, encarapitado num palanque de madeira, viu um desfile bastante sui­generis. “A primeira escola quebrou o eixo do carro... Que entre a segunda.... Mas a segunda só entraria se a primeira entrasse.... Então que entre a terceira... E nada da terceira, e nada da quarta também – Às onze e meia da noite, chega alguém avisando que a quinta iria desfilar – até que enfim...” A quinta era o Salgueiro, apresentando enredo sobre Debret – o que cativou nosso jurado: em vez de “Panteão de Glória”, “Batalhas de Tuiuti”, etc., cantava um artista – Debret. Foi desse dia em diante que nosso personagem tornou­se carnavalesco e salgueirense – as cores vermelho e branco ainda por cima o remetiam ao time de futebol lá do Rio Branco, quando ainda era menino. Não esperava receber o convite para desenvolver o enredo para o Salgueiro, no ano seguinte. Escolheu a resistência negra durante o período da escravidão, Nzambi dos Palmares, ou Zumbi dos Palmares, assunto que não era focalizado pelas escolas. Virou filme, e Zumbi hoje é símbolo de resistência.


Descobriu para o povo não só o Nzambi como Xica da Silva (foi um estouro!!), Aleijadinho, e acabou desencavando um enredo sobre uma visita de um rei negro a Mauricio de Nassau – cuja música foi cantada não só no carnaval como em estádios de futebol, casamentos, e até hoje faz sucesso – Olêlê, Olálá, pega no ganzê, pega Apesar das vitórias, havia uma certa crítica negativa a ele, dizendo que não se deveria interferir numa manifestação popular. Tinham esquecido que, desde a década de 40, as escolas contratavam artistas eruditos e profissionais para realizarem seus enredos. No ano do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro, o tema escolhido foi “História do Carnaval Carioca”, que retratava o carnaval carioca e o baile dos pierrôs, produzido por Eneida todo ano. Jogaram muito confete e serpentina durante o desfile, e os garis estavam esperando o Salgueiro sair da avenida para limpar tudo antes do desfile da Portela. Provocativos, os salgueirenses disseram que aquela era a comissão de frente da Portela. Os portelenses obrigaram os garis a irem limpando a pista no final do desfile do Salgueiro. Foi a apoteose – “Puxa, não esqueceram nada, tem até os garis limpando o final da festa!” Esses garis foram aproveitados mais tarde pelo Joãozinho Trinta no seu famoso desfile dos Ratos e Urubus. Na época, João era aderecista e bailarino. Acabou abandonando a dança e tornou­se carnavalesco, mas esta já é uma outra história... O nosso herói fez outros carnavais vitoriosos. Depois, passou a bola adiante e foi se dedicar a vários afazeres nas TVs para as quais trabalhava. Um dia, cansado da vida, foi embora, acho que um pouco contrariado, pois viver foi sempre uma aventura que encarou sem medo. Deve ter sido recebido por uma extensa corte – Nzambi, Aleijadinho, Xica da Silva e outros tantos negros e mulatos que fazem parte da cultura deste país mulato. Agitando bandeirinhas, eles gritaram em coro: “Pamplona, Pamplona, Pamplona....”.O enredo é da carnavalesca Rosa Magalhães. Maiores Informações (Site: www.saoclemente.com.br) Por Flávia Almas Jornalista


GRES Imperatriz leopoldinebse

"UM RITUAL DE LIBERDADE" (É QUE A VOZ DA IGUALDADE SEJA SEMPRE A NOSSA VOZ) Axé! Ouçam a voz do vento. Prestem atenção no que ela tem a nos contar. Lembra do tempo em que as estrelas coroavam o nosso pensamento e, com ele, começavam a brilhar. Nossos ancestrais conviviam em harmonia com a natureza e a sabedoria dos animais. Construíram uma gigantesca família, se espalharam pelo mundo e, por onde passavam, abriam novos caminhos para semear o amor e a paz.


Naquele tempo, não havia longe, nem perto; nem errado, nem certo; e reinava uma exuberante floresta onde, hoje, padece o maior de todos os desertos. Caminhando pela savana, reunidos em torno da fogueira, celebrávamos a chegada e a partida, como se o direito de ir e vir fosse uma certeza prometida. Baobá, árvore querida... Aprendemos a cantar, o segredo da rima, rimando a pureza das palavras com a beleza da melodia: alegria com nobreza, mistérios com fantasia. Baobá, árvore querida... Conduz nosso canto até onde moram os deuses do infinito. E que eles cubram com o manto da noite o ventre de Mãe África, onde dormem as matrizes da vida. África, Triângulo Sagrado, banhado por um oceano de cada lado. Ao Norte, o próspero Mediterrâneo; a Leste, o reluzente Índico; a oeste, o tenebroso Atlântico. Ao Norte, entre o mar e o Saara, brotaram as suas primeiras civilizações, verdadeiras joias­raras: o esplendor do Egito, o empreendedor Cartago e o Marrocos de Alah. A Leste, velas tremulavam, salpicando o mar. Traziam sedas da China, tapetes da Pérsia e temperos da Índia. Do Reino do Sudão levavam o ouro e outros metais preciosos. Entre os paralelos do Equador, existe uma majestosa floresta, onde o homem não se cansa de tirar, nem os deuses se cansam de repor. Além de árvores, plantas e espécies fantásticas, existem rios e cachoeiras que os nossos olhos são poucos para admirar. Não existe na Terra, tamanha diversidade, incrível quantidade de vegetais e animais ­ embora, não faça muito tempo, houvesse muito mais. São Zulus, Massais, Bantos, Mossis, Bokongos e Hauçás clamando por liberdade e paz! Os mistérios da Natureza vão além da compreensão. Explode o raio, grita o trovão, a cheia inunda o vale, a terra vomita fogo pela boca do vulcão. A cachoeira chora, a lua cheia anuncia que algo acontecerá antes do raiar do dia. Ao som de tambores, lendas, mistérios, curas e magia constroem mitos e aventuras, cultos e culturas. Essa é a nossa liturgia.


Vivemos numa terra de contrastes permanentes. O mais velho dos continentes possui a população mais jovem do planeta ­ com sonhos ainda latentes. Também pudera... Nenhum outro continente sofreu tantas transformações, tantas violações, em tão pouco tempo! Nossos guerreiros não conseguiram impedir a marcha do invasor. Suas preces foram sufocadas pelos canhões. Perdemos nossos bens, muitas vidas, dialetos e nações. O pranto foi pouco para tanta dor... Fomos submetidos aos mais diferentes tipos de colonialismo. Aprendemos as mais contundentes formas de respeitar o "senhor". A pior delas foi o racismo ­ linha reta entre quem manda e é mandado. Nos impuseram uma nova etnia, religiões, obrigações, devoções e economia. Fomos escravizados à tecnologia, em nome de um mundo "civilizado". Pelas janelas do Atlântico, nossos olhos ainda choram amargas lembranças, vendo nossos irmãos partirem para terras desconhecidas. Não houve despedida, nenhuma notícia, nenhuma esperança. Uma delas fica do outro lado do oceano e se chama Brasil. É uma terra muito parecida com a nossa: tem florestas, praias, muitos rios, clima quente, clima frio, gente que ginga, brinca e que também faz festa na roça. Irmãos do Congo, Angola, Daomé, Gaô e Jané foram levados para lá. Carregaram na lembrança nossos deuses, nossas danças, nossa música, bebidas e comilanças, misturando nosso sangue ao brasileiro. É por isso que eles são tão festeiros. Não fazem uma roda sem que haja um tambor, berimbau, reco­reco e agogô. Cantam em iorubá, rimam em nagô e começam a sambar. O que era uma roda vira festa, colorindo o país de Norte a Sul. Vem maracatu... boi­bumbá, congada, capoeira, reisado, umbigada, é jongo a noite inteira. Como num rap, ou num partido­alto, criam vários sentidos com a magia das palavras... Acarajé, quibebe, munguzá,


Caruru, abrazô, vatapá... "Gererê, sarará, cururu Olerê! Balá­blá­blá, bafafá, sururu. Olará!" E vejam só que interessante... Depois das lágrimas de uma chegada angustiante, nasceram festas e folias que alegram o povo até os nossos dias. Nossos irmãos rezavam para os deuses que não eram seus. Cantavam músicas que não eram suas. E fechavam as procissões que se arrastavam pelas ruas. Foi assim que aprenderam a desfilar. Nasceram irmandades de bambas, organizadas como verdadeiras Escolas de Samba! Que, aliás, são Escolas de Cultura e Arte Africanas! Nelas se aprende as coisas mais elementares da vida: Por exemplo... uma banana, subvertida como símbolo de racismo, na verdade é o africanismo mais popular do Brasil... E se não devemos dar asas para o mal, podemos transformá­lo numa brincadeira de carnaval. Que tal? Cantemos a LIBERDADE! E para que ela abrisse as asas sobre nós, tivemos que ser fortes de verdade. Aprendemos com Zumbi, com os Malês, Manoel Congo, João Cândido e outros irmãos que já não estão aqui. Mas deixaram um caminho a seguir. Aprendi que a vida é um permanente ritual de liberdade. Lutando por justiça, movimentos se espalharam pelo mundo inteiro. Estão documentados nos livros, no cinema, no teatro, na música, nas artes plásticas, nos grafites, por toda parte. Foi por ela que dediquei toda a minha existência. E faria tudo novamente. Para que esta mensagem fosse tão transparente como as nossas águas, buscamos um caminho sem mágoas, procurando sempre a simplicidade. É como a África, mãe de tantas diversidades, lutando sempre por justiça. Foi a forma que encontramos para mostrar a verdade. Precisamos semear nos livros, nas escolas, nas mentes e nos corações. Precisamos reconstruir o continente africano e a mentalidade de muitos. Precisamos escrever uma nova História de Vida, pontuada de ações humanas, fraternas e solidárias!


Precisamos despertar em nossos irmãos, o mais difícil de todos os desejos: o de aprender a amar. Para que, então, a voz da igualdade seja sempre a nossa voz. Este será o nosso maior desafio. Axé, Nkenda! Nelson Mandela Céu ­ Departamento da África do Sul, Mvezo E o enredo é do carnavalesco Cahê Rodrigues. "Ninguém nasce odiando uma pessoa por sua cor de pele ou religião. Pessoas são ensinadas a odiar. E se elas aprendem a odiar, elas podem ser ensinadas a amar." Nelson Mandela Maiores informações (Site: www.imperatrizleopoldinense.com.br) Por Mariana Marçal Jornalista


GRES União da Ilha

A UNIÃO DA ILHA MOSTRA SUA BELEZA PURA

Beleza Pura? Fala minha Ilha, beleza? Hoje “ela” é a inspiração para este carnaval. Creio que a conhece, senão, descobrirá com facilidade. Dizem que é fundamental. Mora na filosofia: “É o brilho ou esplendor da verdade”. Quem é ela, afinal? Está nos olhos de quem vê, isso garanto com certeza. Mas para quem não crê, pergunto: Importa se não põe à mesa? Ela é eterna na natureza, o sublime,


que se transforma a cada instante. O que brota, floresce, desabrocha. Em uma metamorfose ambulante. Mas a humanidade, buscando ter, em todos os povos e em todas as eras, se enfeita com seu orgulho e prazer. Está na alma dos artistas que representam um ideal. O pincel na tela; o cinzel na pedra dura. A arte eterniza a formosura. Após séculos de trevas, renasce na harmonia, na simetria, é universal. Faz com que as vitrines da vida lhe chamem a atenção. Muitos a consideram uma diseute... Vista­se de ilusão! Nem sempre sob medida, mas aguente firme, prenda a respiração! Mesmo que pareça dissonante, imagine que tudo é chique demais tudo é muito elegante. Assim tratada nos contos de fadas, em personagens que na sua memória não se perdeu. Solte suas feras, entre tantas belas e com bruxas sempre a perguntar: “Diga espelho meu: se há na avenida alguém mais linda do que eu?” Ela pode estar no interior, mas é no exterior que há repararão, nos corpos perfeitos tonificados e malhados a ferro e proteína, nos templos da obsessão ou no olimpo da perfeição. Aos poucos o corpo se constrói, como de um deus, herói ou heroína. Vive na mídia, ela é a cara da riqueza! “Ela não anda, ela desfila, ela é top, capa de revista” É toda, toda, trabalhada e com toda firmeza É de se olhar, toda minúcia, toda delícia... É o que há! Roubando a cena, por onde passa, neste concurso chegará em primeiro lugar. Bem na foto, e mesmo com retoques, pode curtir e compartilhar, o verbo agora é “sensualizar”! Quem sabe, com ela, até você se torne “superstar”? Assim, espero que me revele seus segredos, que me dê algumas dicas. Quais são os truques dela? Quais são seus artifícios? E seus enganos, como para buscar felicidade, fosse apenas buscar a eterna jPor que todos parecem não se importar? “Se as aparências enganam”... Alguém repara? Relaxe, vê se esquece! Na farsa da vida, “assim é, se lhe parece”. Pois o que se vê no reflexo? E a despeito dos defeitos...


Para ver suas falhas no entardecer da vida, se agarra aos ponteiros? Agora, refletindo sobre a tal, então paro para pensar: Que importa se está na flor da idade, na forma ou na estatura? Se com o tempo vil, tudo passa, tudo muda? O que é belo declina num só dia, tudo tem seu tempo, sua hora. E quanto aos ganhos de tanta experiência? Se nem em sã consciência não tributa. Pois alcançar não se pode a eternidade. Mas falo novamente em felicidade, se posso enfim me aceitar! Então é isso! Beleza minha escola, se aproveite dela e encante mais uma vez a passarela, em um visual de alegria. Vem amor, vem minha Ilha, vem na sutileza. Que um lindo desfile se anuncia! E o enredo é do carnavalesco Alex de Souza. Maiores Informações (Site: www.gresuniaodailha.com.br) Por Flávia Almas Jornalista


GRES Portela

IMAGINA RIO, 450 ANOS JANEIROS DE UMA CIDADE SURREAL

Rio, hoje meu samba se reveste do mundo azul que teu céu empresta à Majestade do Samba, que em sua fugaz realeza foge à realidade e, na "surrealeza" de sua beleza, te faz a festa. Num olhar dito louco e transgressor, te ergo aqui um monumento aos seus 450 janeiros, que distorcem o tempo e dissolvem as duas realidades afastadas para fundir­se em um sonho febril, como visão de "Dali" e outros tantos que, na absurda plasticidade das cores e formas, reinventam seus encantos mil. Eu, artista de trinta carnavais, vividos entre devaneios e verdades, criei sonhos e vesti teu povo de plumas e paetês, iludindo os olhos estrangeiros que se encantam com a sua maior


festa, sem perceberam que és feito de antagonismos que me inspira a olhar­te com o meu tempo, entendendo o seu, pelo tempo de Deus. Usando seus curvos e distorcidos cenários, interpreto e retrato a ti e a teu povo, diverso e plural, que te faz cidade surreal, hoje expressa em arte neste carnaval. Para isso, em desfaço de laços, refaço meu traço, me solto em teu espaço e, como um "salvador daqui", recrio suas linhas pela visão da arte de tantos, pois és cria de Deus e tens fome da arte do Homem. És a feliz Cidade Maravilhosa, repleta de encantos que são espantos da criação, da imagem provocante e criativa e da arte que sustenta a vida, quando as mãos mais abusivas tentam te imitar em vão. És a viagem convidativa, que hora se refaz e se reconstrói, nas asas da imaginação do lúdico fértil e gentil, onde hoje imagina, Rio, a minha "águia redentora", num abraço de asas acolhedora que te faz abrir imenso o coração do meu Brasil. És o Rio que surge de um declínio, que nunca foi foz ou desemboco de rio algum, convergindo fantasias desde o branco olhar distante no tempo, surgido das ondas, ungido do desconhecido, dos bravos, dos reinos de além mar. Foste o palco de disputas e conquistas, um caldeirão de culturas a se mesclar enfim, nos contornos do desenho sensual das curvas de sua geografia, como corpo de mulher de fartos seios a debruçar­se assim, sobre o mar, no abraço plácido de sua bela Guanabara. És o verde que esbanja o viço da tenra juventude, que se retorcendo entre o azul serpenteia o olhar à mata que entra pelo mar, és "jardim das delícias", éden de sua plenitude, que às vezes se disfarça em canteiros, legados de Dom João, na terra em que tudo dá, portal a espelhar suas florestas e a envolver como moldura os recortes dos teus rochedos, sua natural escultura, onde o sol vem repousar. És, de fato, o cartão postal de todo um país, paisagem abençoada pelos trópicos, de relevos imprevisíveis feito notas musicais, que acalantam e inspiram a criatividade de seu povo, a refazer o compasso em uma nova divisão, traduzindo suas curvas que entram pelo "balanço de seu mar". És tempero puro de sal e sol, a têmpera de jeitos e trejeitos ao tempo que passa, com graça de não passar, és sempre jovem no que esboça, a "bossa" nova de cantar, as suas sereias morenas, as princesas do seu mar, que "continua lindo", "continua sendo" assim a desfilar, do "Leme ao Pontal", de "maravilha de beleza e do caos", de garotas de Ipanema, de meninos do Rio, de seus 40 graus.


És a vida fervilhante, que vai e vem, entra e sai, atravessando os montes ao monte de coisas por ver, no atraente paraíso que revela as faces do pecado e do prazer, de suas noites boêmias sobre os teus tantos arcos, Lapa que abriga segredos múltiplos de sabores, de cores e de tons. És a catedral da luxúria, a serpente tentação que nos induz ao sonho, nos conduz à dança das ilusões, na sedução que lança o brilho dos seus neons. És num momento à parte, um mundo em seu próprio universo, que gira, que rola com ginga e malícia, na magia que joga e inocente se lança ao espaço ao panteão dos deuses, o palco do absurdo, o templo do futebol, Maracanã, és nave mãe do planeta bola, de teus fiéis, da crença e paixão, abduzidos de êxtase, o rio de contrastes, que passa e que atravessa a realidade da vida com sua alegria de viver. És um anfiteatro das artes que gera, em cada canto dos seus recantos montanhosos, eventos que te montam irreal. Invertes a valorizada vista altiva para o descanso de tuas favelas encontrarem a cidade no asfalto, pois és imaginada em cores, formas e vida e acima de tudo, és o samba de todos, cantado pelo sangue azul da Portela, que dentro de teu tempo festivo, meu Rio, comemora ainda a vida vivida da arte de um príncipe "da Viola". Hoje, o samba que ouves, e festeja com a fome de saborearmos tua arte de ser, receber e inspirar. Aplausos aos teus quatrocentos e cinquenta janeiros, criada cidade de Deus aonde até teu filho veio morar e pra sempre te abraçar. Parabéns a você e a todos nós, por sermos tão criativos em vivermos em ti, feliz cidade surreal. E o enredo feito comtodo amor é de Alexandre Louzada. Maiores Informações (Site: www.gresportela.org.br) Por Mariana Marçal Jornalista


GRES Acadêmicos do Salgueiro

Do Fundo do Quintal, saberes e sabores na Sapucaí… Os primeiros habitantes Afastada do litoral, a região do Serro do Frio, em Minas Gerais, antes da chegada dos colonizadores, era habitada pelos índios botocudos. Tratava­se de uma tribo conhecida pelas enormes argolas enfiadas nos lábios e nos lóbulos das orelhas. Da presença indígena, a cozinha mineira herdou muitos elementos, como o uso de raízes e brotos, os frutos encontrados no mato, a caça, a pesca, os utensílios, os modos de preparo e tempero dos alimentos, enfim, o aproveitamento dos recursos que a terra dava. Conta certa crônica escrita por um viajante europeu que os índios desta região tinham como hábito degustar um verme que vivia no broto da taquara, uma espécie de bambu. Os nativos faziam com ele uma excelente iguaria parecida com um creme que ressaltava o sabor dos alimentos. Usado


de outra forma, o “bicho­da­taquara”, como era também conhecido, uma vez seco e triturado em pó, servia como poderoso sonífero. Isto proporcionava longas noites de sono repletas de sonhos maravilhosos por terras desconhecidas e de exuberantes paisagens, paraíso de cores e sensações inesperadas. Aquele que o consumia, era transportado para um mundo imaginário fascinante! A corrida do ouro Os bandeirantes avançaram pelo território brasileiro em busca de riquezas. Levavam na bagagem, nos lombos dos burros, o modo de cozinhar dos tropeiros que produziam uma comida seca e fácil de ser transportada. Comida não perecível, de quem fica pouco tempo em um só lugar. As bandeiras tinham que se virar com o pouco que tinham à mão, daí recorrerem à caça e à pesca, aos talos e folhas e outras tantas ervas que encontravam pelos caminhos. Por volta de 1693, foi descoberto ouro em Minas Gerais. Logo teve início uma corrida desenfreada atrás de seus veios. Esmeraldas e diamantes atraíram gente de toda parte do Brasil e da Europa. Portugal teve que abrir o olho, mandou fiscais, militares e estabeleceu uma alfândega para evitar o contrabando dos metais e pedras preciosas. Nesse período a população cresceu, os pequenos povoados viraram vilas com casas de alvenaria e sobrados de dois andares que ocuparam o lugar das palhoças de pau­a­pique. Modos e modas da metrópole se espelhavam no comportamento das sinhás e sinhazinhas, que trouxeram tecidos e rendas, louças e talheres, novos ingredientes para aprimorar ainda mais a cozinha mineira. Alucinados pela febre do ouro muitos abandonaram a lavoura e se dedicaram à exploração das minas. Logo a escassez de alimentos se fez sentir. Havia ouro, mas faltava comida. Com o preço dos alimentos subindo sem parar, muita gente passou fome. E como a necessidade é mãe da invenção, o mineiro daqueles tempos foi buscar soluções até então impensadas. Exigia­se o aproveitamento de tudo. O que antes era rejeitado, agora era incorporado num novo prato, num novo modo de preparo. Daí vem o jeito mineiro, sempre cauteloso e prevenido. Ou seja, a abundante cozinha típica mineira surgiu da fome. Os escravos das minas A notícia da descoberta do ouro trouxe para Minas milhares de escravos vindos de outras regiões do Brasil, principalmente daquelas onde a cana­de­açúcar prosperava. Outros vieram diretamente do continente africano, o que causou um espantoso aumento da população negra em Minas. Esta migração forçada e sofrida deixou sua marca indelével na cultura mineira, seja na religiosidade, na música e na dança e, sobretudo, na cozinha,


formando junto com o indígena e o branco colonizador a “Saborosíssima Trindade” da tão variada culinária de Minas. “Depois do idioma, a comida é o mais importante elo entre o homem e a cultura”. Raul Lody. A cozinha “O cartāo de visitas de um local é a sua cozinha. Ela ensina, pelo sabor, seus saberes”. Um prato típico é aquele que preserva e envolve muitos saberes no seu conteúdo, saberes que não se perderam no tempo. Cada utensílio de cozinha, como pilões, tachos, gamelas, colheres de pau, panelas de ferro ou de pedra sabão. Cada tempero como o imprescindível alho e sal, o urucum, a pimenta, cada folha vinda do mato ou da horta, como o “ora­pro­nobis” e a couve, cada ingrediente como a gordura de porco, a farinha ou a cachaça, tudo guarda em si um conhecimento ancestral, que atravessa as gerações e faz sentir no presente as lembranças e os afetos que nos remetem a outros tempos e lugares vividos. As receitas culinárias de Minas são inumeráveis. Misturas de magia afro­indígena, da sofisticação luso­europeias, mas o princípio fundamental em todas elas, dito com propriedade, é: “O primeiro ingrediente que vai na panela é o amor”. A comida e a fé, sustentáculos do homem da terra… Era preciso ter disposição e força para encarar o trabalho duro. E haja angu e rapadura para vencer a lida! Mas mesmo quando a comida era pouca, havia a fé, havia a crença, que superava as dificuldades e enchia de esperança o futuro. Em Minas, a devoção está para o homem como o sol está para a vida. Sob a luz de Nossa Senhora do Rosário o “ora­pro­nobis” toma gosto e ganha tom! Todos em uma só voz entoam as angústias e as glórias de um povo que sobreviveu à escravidão. Todos honram à padroeira da cidade do Serro, nas figuras de índios, reis, juízes e marujos. Aqui as três raças se consagram: índios, brancos e negros louvam em uníssono àquela que guarda e protege a todos sem fazer distinção. Homens e mulheres unem­se num ato de amor e gratidão por tudo o que a terra e a vida lhes deram sob a bênção de Nossa Senhora, cantando, seguindo em procissão, e, é claro, compartilhando os quitutes da boa mesa, da divina comida mineira, temperada com uma boa pitada de generosidade. E eis o grande milagre: Colher de pau, pilão, tacho de cobre. Fogo de chão, gamela, fogão de lenha.


É com amor que o mineiro põe a mesa, É atiçar o fogo e manter a chama acesa! Renato Lage e Márcia Lage Este enredo é baseado no livro “História da Arte da Cozinha Mineira”, de Dona Lucinha (Maria Lúcia Clementino Nunes). Folhear essa obra é fazer um aprendizado sobre os costumes de Minas Gerais, suas tradições, suas deliciosas receitas. É seguir os caminhos que levaram à descoberta do ouro e se aprofundar na história do Brasil. Nosso enredo para o carnaval de 2015 é uma viagem através dos sabores que Minas Gerais oferece e resguarda nos saberes que cada prato típico preserva através do tempo. E o enredo é dos carnvalescos Renato e Márcia Lage. Maiores informações (Site: www.salgueiro.com.br) Por Flávia almas Jornalista


GRES Unidoa da Tijuca

Um conto marcado no tempo "O olhar suíço de Clóvis Bornay" Ainda me lembro, sentado aos pés do meu pai... entre as páginas dos livros, ouvindo suas histórias de uma terra mágica, viajava nos contos encantados que davam vida aos cavaleiros medievais montados em ginetes, cavalgando em direção aos montes gelados e brancos. Dragões alados sobrevoavam castelos e aldeias, o povo aterrorizado, fez um pacto até mesmo com o diabo para construir uma ponte e, assim, seguir seu caminho. Minha imaginação me embalava; eu ali estava, guardado pelas emoções, o tempo não passava. Os ponteiros do relógio bailavam em prosa e verso, eu ali continuava, despertando personagens sem fronteiras nesse universo.


Fiquei admirado com um bravo caçador, de pontaria certa, salvou seu filho da tirania fatal. Homem de bem, respeitado por todos, lutou pela independência de sua terra e pela liberdade de seu povo. Subindo aqueles montes gélidos, forrados por nobres estrelas brancas que caíam do céu, vivia um lendário gigante soprando ventos frios, congelando plantações e lagos ao léu. Eis que surge para salvar os que estavam a precisar, o anjo dos Alpes sempre pronto a zelar. A cada instante, minhas lembranças giravam como engrenagens de uma caixinha de música, dando vida a uma variedade de proezas e façanhas que jamais pude imaginar, onde em um instante tudo cabia no bolso, na palma da mão, tantas ferramentas em uma só. Em outra caixa, curioso fiquei, nela senhas secretas que nem mesmo o tempo era capaz de apagar. De repente, deparo­me com um novo tempo que se forma, ponteiros a girar em todas as direções. 'Uma nova hora começou! Aproveite­a sabiamente.' ­ assim o cuco falou. Livros, então, passaram a registrar pensamentos e teorias escritas por um homem de mente brilhante e coração puro, que, no girar dos ponteiros, viajou a um futuro, transformando o tempo em fórmulas, fórmulas em sonhos, e sonhos em realidades. O tempo voa, o tempo vai, o tempo me leva na brilhante história de um viajante a planar entre o céu e o mar na aeronave que tem o sol a te alimentar. Assim, um novo tempo se anuncia. Pessoas que passam pessoas que vêm e que ficam. Bandeiras que voam, dançam e giram acompanhadas de trompas gigantes encantadas, soando uma melodia em perfeita harmonia. Mas vejam só: nessa história fascinante, um escultor transformou o movimento, alcançando todos seus desejos, fazendo com que sua arte fosse importante para aquela terra de cores. Cores que protegiam, em tempos distantes em que guardas fardados defendiam igrejas, vestindo ricos trajes. Cores que brincavam sobre sobre folhas brancas, riscos e traços que conduziam a cadência pintavam o que eu não via. Atravesso, então, para um tempo futuro, nos filmes de máquinas e seres viajantes. Gotas de chuva caem do céu, passeiam entre as nuvens, descem montanhas, alimentam pastos e fontes. Entro em uma página em que uma fábrica se faz presente. Sinto o gosto de tudo que já comi, de tudo que já bebi. Litros e mais litros do mais puro leite, repleto de aromas e sabores, são transformados em passe de mágica em queijos empilhados. E lá do alto vejo uma coroa a reluzir, nossa... existe um rei ali! P ercebo o giro dos ponteiros, como a colher do cozinheiro mexendo sem parar. Cachos de uvas enfeitam todos os cantos. São cascatas e rios dos mais deliciosos chocolates, levando meu paladar a percorrer minhas lembranças. E o cuco? Novamente alegre a cantar, anuncia 'A fábrica não pode parar!'


As páginas do livro vão se acabando. Vejo que as histórias de ontem e de hoje misturam­se com as do amanhã. Percebo diante dos meus olhos uma avenida estendendo­se a mim, aqui e acolá, festas que duram o dia inteiro, até o sol brilhar. Foliões fantasiados fazem soar instrumentos, girando os ponteiros da engrenagem do tempo, bailando em versos, despertando luzes acesas e o brilho das cores. Agora não mais uma criança e sim um folião a desfilar, ainda fascinado pelos contos daquele lugar. Encontro­me em meio à Sapucaí, de tantos carnavais, que sempre festejei. Escrevo mais um conto marcado no tempo, neste lugar de cores e riquezas mil, laços Suíça­Tijuca­Brasil. Clóvis Bornay Maiores Informações (Site: www.unidosdatijuca.com.br) Por Mariana Marçal Jornalista


COLUNISTAS

Sorrir faz bem

O MUNDO ESPERA UM SORRISO TEU Como está você? Acordou bem hoje? Deu um beijo ou um abraço nas pessoas que te amam?Foi trabalhar com disposição, otimismo, alegria no coração? No trajeto até teu trabalho percebeu as pessoas pensativas, caladas, tensas? Observou o quanto anda o temperamento do teu mundo, o que te envolve a cada minuto, absorvendo um pouco de te e ao mesmo tempo te impregnando das energias soltas pelo ar, pela luz, pelos sentimentos distribuídos por cada ser vivente inserido no seu roteiro diário?


É preciso ter a consciência de que não somos apenas uma simples partícula solta em nosso mundo, mas um possível timoneiro, capaz de indicar caminhos, abrir veredas, descobrir saídas para este caos diário. Queres realizar seus mais profundos desejos, mas ainda não deste o primeiro passo. Queres o amor incondicional, mas não consegue amar na mais profunda sinceridade de teu coração. Estás sempre a questionar, a se perguntar por que esta ou aquela coisa não é diferente, não é melhor, não é perfeita aos teus olhos ou ao teu desejo egoísta. Queres muito, queres tudo, mas não consegues fazer o pouco a que te cabe. Serias muito mais feliz se soubesse que o mundo inteiro espera, apenas, um pequeno e singelo gesto teu: o de sorrir. Ao acordar, ao respirar um novo amanhecer, ao olhar um novo olhar, ao terminar mais um dia de trabalho. Sorrir para a vida significa abastecer a esperança de todos. Faça isso e ganhara um novo sentido, um novo brilho, um novo horizonte. SERGIO LEVY Jornalista E­mail: sergiolevy.jornalista@gmail.com


O gingado carioca

O SAMBA CARIOCA: TODO MUNDO É BAMBA! O samba carioca abrange toda uma cultura étnica. É nesse momento mágico, que todas as cores se misturam! Daí meu amigo, neste quesito não se têm divergências entre classe social, somos mesclados pela força do samba. E como dizia Cartola: “A sorrir eu pretendo levar a vida...” O samba é alegria, que consigo traz todo um aspecto histórico e de fundamental importância na cultura brasileira. O samba surgiu da mistura de estilos musicais de origem africana e brasileira. No Rio de Janeiro, o samba está ligado à vida nos morros, sendo que as letras falam da vida urbana, dos trabalhadores e das dificuldades da vida de uma forma amena e muitas vezes com humor.Um dos principais encontros para uma boa roda de samba: Arcos da Lapa, Cacique


de Ramos, Vila Isabel, Samba do Castelo, Pedra do Sal, Memórias do Rio, Teatro Rival, entre outros. Vivi toda uma infância com uma grande inspiração, vendo e ouvindo meu pai Flávio Moreira, compositor de diversos sambas entre eles " Amor de Verdade" gravado por Roberto Ribeiro.Pude também prestigiar suas composições de sambas enredo, tendo participação na ala de compositores na Imperatriz Leopoldinense. A letra da música " Amor de Verdade" retrata a mistura do amor e dor, marcando assim minha infância. Acredito que por meio deste processo, fez com que eu admirasse e criasse uma grande sensibilidade pela obra poética. Vejam e sintam..

Flavio Moreira Teatro Rival ­ Flávio Moreira canta "Amor de verdade"... a música da minha vida. Tem Que ser agora ou nunca mais Deixar pra amanhã por que? Se hoje há tempo demais Tem Que ser agora ou nunca mais Deixar pra amanhã por que? Se hoje há tempo demais Talvez amanhã Eu não possa voltar Ou quem sabe você mesma Não irá mais me aceitar Reconheço a razão da sua timidez É porque o encontro Hoje, é a primeira vez Vamos Mergulhar no mundo do prazer Eu tenho mil declarações de amor pra você Amanhã eu quero é sentir saudade


E poder dizer, poder dizer que hoje amei de verdade ( Flávio Moreira) Sandra Moreira Agente Comunitária de Saúde E­mail: sandra.primavera@yahoo.com.br

O amor é soberano

O poder do amor próprio Cá entre nós, você tem se priorizado? Você tem colocado o seu amor próprio em primeiro lugar?


Não estou dizendo que você não deve se preocupar com o próximo, mas a partir do momento, que você está bem consigo mesmo, tudo tende a melhorar Quando você está tranquilo, com a autoestima elevada, automaticamente você contagia todos que estão ao teu redor, você transmite uma sensação de harmonia, de conforto, fazendo com que estas pessoas parem para refletir, entender o real valor do amor próprio, o real valor da paz que vem da alma, que tranquiliza o coração. Vejamos o contrário: Quando você está nervoso, frustrado, revoltado com a vida, simultaneamente você afeta as pessoas que estão ao seu lado. Então te pergunto: Como você irá passar confiança para as pessoas, se você não tem sequer a capacidade de se amar Eu te garanto: você só consegue uma vibração positiva, quando você está em paz com o seu interior, quando o seu amor próprio exala, de forma natural, quando o seu amor próprio te deixa com os olhos brilhando, com o coração cheio de luz. Quando você olha pro próximo e sente vontade de ajudar, mas antes disto você olha pra si e percebe que o ato de bondade será mútuo. Quando você se olha no espelho e está satisfeito com a imagem que é refletida. Quando você olha pra quem de alguma maneira te fez mal, mas não consegue esboçar ódio, vingança, pois o amor que reina em teu peito é maior. Não adianta tentar demonstrar o que você não sente, pois estará fazendo um mal pra


Então erga a cabeça, mantenha o foco e não perca a fé Eleve o seu ego. Coloque o seu amor próprio em primeiro lugar Você será valorizado, quando você descobrir o seu real valor Não permita que ninguém te ame, menos do que você merece. Seja leve, tenha calma, sorriso no rosto e paz na alma. Quando a alma está em paz as coisas boas fluem. E ame­se, repetidamente, sempre, Garanto que a partir de agora você irá se priorizar e entenderá o real poder do amor próprio. Kal Lima Secretária E­ mail: carine_kal@hotmail.com


ESPAÇO MUSICAL

No balanço do Reggae da Banda Noção Rasta

NO RITMO DO REGGAE DA BANDA NOÇÃO RASTA A banda Noção Rasta surgiu em 1999 no bairro do Grajaú, Rio de Janeiro, com o intuito de tocar a música reggae. A banda Noção Rasta é formada por 8 pessoas: André DY Oliveira ­ Voz & Guitarra, Fabinho Teixeira ­ Guitarra, Trompete e Backing Vocals, Pedro Malcher ­ Teclados & Backing Vocals, Marcus Santos ­ Teclados, Marcelo Teixeira ­ percussão e efeitos, Gabriel


Cavalcante ­ percussão e efeitos, Felipe Teixeira ­ Baixo. Renato Carvalho ­ Bateria. A Noção Rasta existe há 15 anos. Pelo fato de sermos uma banda independente, acredito que a maior dificuldade seja o acesso a grande mídia e a rádio FM de uma maneira geral. A banda possui 3 CDS. Um CD demonstração, o álbum "Som Roots, A Verdadeira Meditação" (Selo K­Rootz da extinta gravadora Kaskata's Records, de São Paulo) e o single 1930. Atualmente estamos nos dedicando a shows e gravações de músicas novas. No começo de 2014 lançamos a canção "Siga em Frente" na internet e no fim do ano de 2014 lançamos as canções "Pobre Nação" e "Cristo Habla Sobre El Amor", também, na rede. É um estilo querido, mas, acredito que ainda não seja o ritmo preferido dos brasileiros. Porém, possui muitos fãs pelo Brasil e pelo mundo. Acredito que seja um ritmo em ascensão dentro do cenário da música e tem tudo para ser a música do futuro. Tanto que diversos artistas nacionais e internacionais, oriundos de outros estilos, sempre bebem em suas fontes. Atualmente fazemos uma média de 1 ou 2 shows por mês. Uma média que pretendemos subir vertiginosamente em 2015. Tanto de nossa parte, quanto de nossos fãs.

Por Mariana Marçal Jornalista Maiores Informações Site: nocaorasta.blogspot.com.br


As meninas estilosas do Reggae

NAS ONDAS DO REGGAE DA BANDA NAZIRÊ A Banda Nazirê Surgiu Em Janeiro de 2013, em movimento de afirmação e resistência de músicos que já se conheciam em outros trabalhos semelhantes. Para alcançar o formato atual, foi integrada a composição duas vocalistas. As três são vocalistas. Ao mesmo tempo que criam suas próprias composições com belas ideias e muito Reggae de pura e Positiva Energia! Temos uma propostas de um trabalho autoral com liberdade de assuntos em suas letras e sons que variam entre Amor, Critica, Positividade e mensagens positivas que possam te ajudar a refletir sobre a vida. Hoje a Nazirê é composta:


Ranny Ramos Vocal Géssica AlenCar Vocal Jordania Martins Vocal Silas de Oliveira Baixo Jorge Henrique Guitarra e Violões Sidney Oliveira Guitarra Vagner Marcelino Percussão e Gaita Cicero Cajuina Percusssão Temos em nossa bagagem Shows e festivais regionais, temos Duas musicas que marcaram nossa trajetória e que ao tocarmos elas nos levam a alto nível de gratidão a Jah por ter nos dado de presente são: Colar de Joias Raras e a Acorda Pra Vida, que surgiu como uma explosão de sucesso na internet.

Ao som das meninas do Reggae


Estamos caminhando no Nosso Primeiro trabalho de Studio, então ainda não sentimos como é estar no mercado, e de forma direta ou indireta o que é concorrer com esse mercado de pirataria. Vemos que é algo que hoje está no nível incontrolável, mais Que Graças a DEUS não interferem nos Shows. Queremos levar nossa mensagem para todas as pessoas e as deixamos livre para escolher a forma de acesso. Tudo se organiza em partes: compositoras são as cantoras e melodia os músicos tem carta branca pra produzirem depois de composta a música vem o toque e os detalhes finais dos produtores: Marquinhos Melo Produtor Musical, Jimmy Macedo Produtor Artístico e Erika Cristina Produtora Artística. Ainda não tivemos a oportunidade de abrir pra alguma Banda ou artista renomado, mas ansiamos por convites. O público de reggae sempre foi harmonioso e hoje não é diferente, o que nos anima e que notamos que hoje é diferente é a quantidade extraordinária e maravilhosa de fãs do REGGAE... A Banda Nazirê respira cultura. Sempre atrás de novas informações de novos sons de novas letras de novas inovações, a Nazirê respira reggae, respira arte, respira amor, respira cultura, respira paz a Nazirê respira a positividade... Maiores Informações Site: www.bandanazire.com.br Por Mariana Marçal Jornalista


Reggae na veia

NO BALANÇO DO REGGAE DA BAANDA ORIGINAL RAIZ A Banda Original Raiz é formada em meado de 2008, com intuito de elevar a auto­estima do povo do Reggae, que sofreu durante anos agüentando torturas, humilhações e desprezo. A Original Raiz é ”a voz do povo do Reggae”, que vem denunciando todas as injustiças contra o povo preto com letras sócio­políticas, orações ao PAI TODO PODEROSO, a banda mostra seu trabalho a todos sensibilizando e conscientizando através da música reggae o entendimento cultural diaspórica africana. Flavia Kondessa (vocal) , Pablo Red (baixo), Luizin Cardoso(guitarra solo), Fernando (Guitarra base), Jorge Jr (bateria), Luis Salunga (trompete), Rodrigo Pontes (Teclados) Todas músicas da banda marcam, umas das mais antigas é Agradecendo ao Pai e Criticar


A Banda Original Raiz é totalmente independente a pirataria, e até contribui, ajuda a divulgar seu trabalho com mais rapidez, até porque hoje as bandas lucram em cima de shows, o cd serve como uma porta de entrada pra mostrar organização e definitivamente se lançar no mercado. A Original Raiz se organiza de forma coletiva, tendo mais de 30 letras, só aguardando oportunidade de serem musicalizadas, não tendo regras de como finalizar uma música a inspiração harmonica e melódica sempre que nos ensaios, basta apenas encaixar a letra nelas, pois o objetivo maior é a PALAVRA de JAH ser passada. Os shows que a Original Raiz faz e realiza nos morros e favelas são muito especiais mesmo, pois aíi está o seu público alvo, no gueto, principalmente, eles curtem muito tocar com várias bandas como vem acontecendo, JAH capacitando. O público reggae é mais centrado e procura está contestando sempre as informações propostas pelo sistema, na maioria dos casos, porém falta mais espiritualização. O que inspira a Original Raiz é a vontade de mudança desse sistema falido, mostrar que o caminho da ganancia, vaidade, não nos leva a caminho algum que não seja nossa própria destruição, devemos está conectado a JAH nosso pai salvador e procurar enxergar as armadilhas do inimigo e se desviar assim como realmente no fundo do coração ajudar ao próximo, falta muito isso até mesmo da cena reggae. https://www.youtube.com/watch?v=9oTQgA3mws8

Maiores Informações Site: www./bandaoriginalraiz.blogspot.com Por Mariana Marçal Jornalista


NO DIVÃ

O escritor e jornalista Jorge Silva e sua Alice no mundo dos perdidos

O escritor e jornalista Jorge Silva fala do seu gosto pela escrita O gosto pela escrita começou quando eu curtia bailes Funk nos anos 1990, no subúrbio do Rio de Janeiro. Por cerca de 2 anos (dos 18 aos 20 anos) fiquei no mundo do Funk. Descobri que tinha um pouco de talento para escrever. Depois desse período de funkeiro, fui estudar violão clássico, onde o professor me incentivou a ler não apenas livros de poemas, como também outros livros. Tomei mais gosto pela escrita. Curioso que eu odiava escrever na infância. Tinha pavor de livros. Nos anos 2000, decidi investir na minha formação técnica. Nessa época eu trabalhava para uma empresa de telecomunicação à noite, tendo o dia livre para escrever.


Em 2006, iniciei o curso de jornalismo por conta da paixão por cinema, televisão, teatro, literatura. O jornalismo era a única faculdade possível para mim, uma vez que eu não ia ficar restrito a uma escrita muito certinha como acontece na faculdade de letras. Meu primeiro livro, o Menino Yago, foi lançado em 2004. Menino Yago está crescendo. Em 2014 fez 10 aninhos. Produzi vários livros que não publiquei em formato impresso, mas sim em formato digital (e­books). A internet me abriu outros horizontes para alcançar os leitores. A internet me facilita e muito ter acesso aos leitores. Grandes redes de livrarias, como a livraria Leitura, terceira maior rede do Brasil, têm proporcionado parcerias com novos autores. A Rede Leitura me abriu as portas. Lancei 2 livros na Livraria Leitura do Rio. O livro mais recente é “Alice no País dos Perdidos”, uma obra inspirada no universo de Alice no País das Maravilhas. Considero ‘Alice no País dos Perdidos’ meu trabalho mais maduro. No segundo semestre de 2015, lanço Alice no País dos Esquecidos, a continuação desse universo dessa menininha muito sapeca. Maiores Informações Site: jorgesilva975.blogspot.com Por Flávia Almas Jornalista


Fran Ximenes em sua arte de se se expressar

FRAN XIMENES FALA DO SEU AMOR PELA ESCRITA Sou Fran Ximenes, 38 anos, Cearense (criada na Cidade do Acre até os 9 anos, onde depois voltei com meus pais á minha cidade natal). Sou de um lar simples, tenho mais 3 irmãos. Meus pais sempre foram nossos maiores instrutores, tivemos precariedades nos estudos, até por morarmos em seringais da Amazônia, não tivemos condição de com o tempo nos formar numa faculdade.Na época de escola conclui o Magistério, de onde começou minha paixão por leitura. Depois mais tarde ingressei numa área totalmente oposta ao que pretendia na vida. Fiz enfermagem(técnico), depois me especializei em Epidemiologia x infectologia (Saúde Pública),onde atuei durante uns 14 anos. Casada, tenho uma filha adolescente, minha vida.!


Atualmente, entre tantas idas e vindas pelo Brasil, vim parar no interior de São Paulo. Aqui, sou mãe, e esposa, do lar.Por alguma razão, permiti me dar uma pausa profissionalmente e nisto me encontrar.Foi onde desde o ano passado comecei meus "rabiscos", digo assim, porque escrever vai muito além de pequenas frases, e nisto também sou simples... Como tudo ainda é recente, não publiquei nenhum livro. Comecei apenas como hobby, como tendo algo para me distrair. Sei que para a formação de um escritor, faz­se necessário muito estudo, leituras, dedicação. Como eu via na internet páginas com mensagens maravilhosas eu pensava : um dia farei isto...um dia terei uma página. Então fiz a Floesia https://www.facebook.com/pages/FLOESIA/708864962471747 no final do ano passado. Com mensagens pequeninas que, aos poucos foram tomando proporção na rede. Sempre gostei de ler Ana Jácomo e Caio Fernando, porém a Ana me roubava quando a lia...ela é única. Além deles só o meu livro de cabeceira, a Bíblia, visto que Deus é a única inspiração. Minhas mensagens fluem quando lembro de tudo o que já vivi e vivo, pois são mensagens que vão de encontro ás nossas rotinas, ao que passamos, ao que Deus nos tem dado em nossos dias.. E coloco sempre as palavras numa forma de ver a Vida, em como apreciá­la, vivê­la, amá­la.. Deixo sempre um sinal de Esperança, de paz, de Fé,para quem lê..isto é o que tem me motivado a escrever. Por enquanto a vida flui, por ser tudo tão surpreendente para mim, vou aproveitando o momento.


Agradecendo a todos que de forma bonita me impulsionam para seguir e ou atingir meus objetivos. Atualmente não tenho projetos para lançar algum livro. Sigo apenas com minha página Floesia, e também com meu instagram @floesia_franximenes. E ainda com o meu facebook,( https://www.facebook.com/fran.ximenes.391) onde tenho recebido e feito grandes amizades. Agradeço de coração á todos pelo respeito, credibilidade, carinho e atenção. Por Flávia Almas Jornalista


O escritor Anderson Assis na trilogia Pré­ Mortais

ANDERSON ASSIS FALA DO SEU LADO ESCRITOR E DO LIVRO PRÉ­ MORTAIS Anderson Assis fala da necessidade de terminar algo em sua vida. Pois a vontade dele de escrever um livro, surgiu quando ele estava em depressão. Nessa época ele resolveu resgatar um projeto seu de mangá (hq em estilo japonês) e transformá­lo em um livro. Foi assim que Pré­Mortais ganhou vida. Aliás, ele cita dois amigos autores, que dizem que seu livro é um mangá em palavras hehe. Com uma abordagem jovem e uma linguagem de fácil leitura, Pré­Mortais é recheado de monstros e heróis mesclando o mundo real e o fantástico. Ambientado no Brasil e tendo como principal cenário a cidade do Rio de Janeiro, a trilogia conta a história de Hander, um jovem que irá descobrir que não é humano e que precisa proteger não apenas a Terra, mas também o mundo Pré­Mortal, de onde veio. Porém nada é o que parece e a jornada de


Hander não será tão simples. Coisas estão sendo escondidas e informações não estão sendo reveladas, o que levará nosso herói a desconfiar de alguns amigos e a agir de maneira impulsiva. ELE AVISA: Não esperem se deparar em Pré­Mortais com abordagens a bandidos e policiais, falando de drogas e assuntos do gênero, poisa trilogia é de fato uma história de aventura. onde o fantástico é o que importa. E a trilogia ganhou algumas crônicas pela necessidade que senti de contar um pouco da história de alguns personagens secundários que são importantes no enredo, mostrando como eles se envolveram nessa trama, como é o caso do Rodrigo, o melhor amigo do Hander, que é o personagem principal da primeira crônica. Os leitores podem esperar pelo menos mais quatro crônicas pela frente, uma delas contando a história da vilã Guirana, que aparece no primeiro livro da trilogia. Ele costuma usar a música para lhe ajudar. Mas também faz algumas caminhadas para deixar a sua mente fluir. Ele ler bastante, principalmente para não copiar o que já existe e ter como referência para minhas obras. Anderson é um cara motivado pelos seus sonhos a ser escritor hoje, que tornou­se parte disso. Mas o escritor acha que o carinho que recebeu dos leitores que deram uma chance, ao longo desses quatro anos de carreira, é o principal motivo para ir em frente. Anderson acha que são os seus sentimentos que representam isso. Anderson se encontra nos seguintes canais abaixo: Pagina oficial no facebook: www.facebook.com/assis.autor Pagina oficial da trilogia Pré­Mortais: www.facebook.com/premortais intagran: @handeryassiri twitter: @premortais


O escritor cita que tinha um blog onde ele fazia resenhas de livros. E que atualmente anda meio

parado,

mas que pretende voltar a mexer nele, então, segue o link:

www.assisexpress.blogspot.com

Ele dar uma dica para aqueles que além de curtir aventura literária, que curtam eventos de cultura

geek,

também podem curtir

promovewww.facebook.com/animepointrj

a

página e

do

evento seguir

que

sua empresa o

blog

www.animepointeventos.blogspot.com. Nesses dois links você fica por dentro da agenda e das atrações que ele preparam para os fãs de anime.

A página oficial da sua empresa no facebook é: www.facebook.com/adesigneventos. Através dela você pode me solicitar vários serviços gráficos, inclusive de diagramação e impressão de livros.

É uma briga feia essa. Por que de um lado ele tem os fãs dos eventos que faz cobrando a produção deles e os clientes que caçam para novos serviços gráficos (o que de fato é sua renda) e do outro os leitores querendo saber quando terão seu próximo livro. Anderson fica bastante dividido, mas em cada momento ele dar prioridade para uma das atividades. porém, como Pré­Mortais é um sonho que ele está realizando e não é um livro comercial, ele tem feito com mais calma e menos pressa, se dedicando um pouco mais a produção de eventos e aos seus serviços gráficos.


Mas ele deixa um recado para os leitores: Que podem deixar que desse ano não passará. Pré­Mortais ­ livro 3: A Redenção chegará até vocês ainda em 2015.

Ele cita seu livro de cabeceira, mas seu autor favorito é Rick Riordan. E que foi graças a ele que encontrou seu norte nesta carreira. Ele é fã de aventura e isso é incontestável. E como disse mas uma vez, é fã do Rick Riordan que é um excelente escritor do gênero. E cita ainda mais dois autores que segue este mesmo estilo que se destacam para ele: Cassandra Clare e Pittacus Lore; essas duas ganharam destaque para ele, por terem escritores de obras distintas que cativaram­ lhe muito pela forma da escrita e dos enredos abordados. Ele sempre gosta de citá­los para não ficar repetindo grandes nomes que já são citados pela maioria e que hoje caíram no gosto da modinha.

A forma como a narrativa é construída e os fatos são apresentados. Mas o mistério dos elementos do enredo, ele acha que é o elemento principal neste caso.

Percy Jackson e os olimpianos. E foi por causa dessa obra que passou a devorar livros e ter o contato a essa saga justamente quando estava escrevendo o primeiro livro da trilogia Pré­Mortais.

Antes de escrever, seja leitor. Anderson acha que é o básico. Mas ter sensibilidade para os sentimentos é primordial também.


Anderson afirma com toda certeza que teremos novos livros após o fim da trilogia Pré­Mortais. Ele já tem em mente um novo livro de aventura e também um romance que falará de assuntos do cotidiano. Quanto ao prazo, ele não vai se atear a isso hehe. Mas que será em breve!

E como extra, ele deixa uma mensagem para os leitores: Nunca desistam de seus sonhos. Lute por eles não importam o quão difícil sejam. Bom, ele acha que é isso!

A Trilogia de Pré­ Mortais Por Flávia almas Jornalista




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