NO DIVÃ
UM BATE´PAPO COM A ESCRITORA MARCELY PIERONI GASTALDI
A escritora Marcely Pieroni Gastaldi Marcely Pieroni Gastaldi escreve desde que se entendo por gente. Coleciona diários, pedaços de guardanapo, folhas enfeitadas e um baú de devaneios que lhe acompanham ao longo desses vinte e poucos anos. Mas nunca foi de se expor, publicar então... Sempre adorou as aulas de português, mas na contra mão detestava ler qualquer redação que fosse em voz alta. Era tímida, e que não deveria fazer parte do pacote, era difícil imaginar que por trás dessas linhas por vezes tão intensas e diretas se escondi um tanto que seja de vergonha. Talvez até seja contraditório, fazer parte do time daquelas que ficam com a bochecha cor de rosa quando ouve alguma bobagem. Decidida se expressa melhor escrevendo do que escancarando de forma verbal o que acredita. Por isso não espere que ela seja todos os pontos e vírgulas, não crie expectativas em volta da bagunça que o papel e a caneta fazem em parceria com o seu coração. A jovem escritora
ainda está aprendendo, feita dessas tentativas e buscas. Sua vida é eternizada na ponta do lápis, é o seu coração passeando por aí a fora. Confira o bate papo! Quem é a escritora Marcely Pieroni Gastaldi? Fale um pouco de você! Nasci em São Paulo, tenho vinte e seis anos e há pouco mais de dois anos coloquei o lado escritora para funcionar. Estudei administração de empresas e trabalhei na área de vendas e depois na área de logística. Nada ligado as letras. Sempre gostei de escrever, cartas, cartões e os meus diários. Uma forma sincera de aliviar a pressão diária e quem sabe, de algum modo me entender. A página do Entrelinhas da Vida veio logo após o fim de um relacionamento e desde então compartilho meus pensamentos e devaneios. Costumo brincar que em tempo real, sou como todo mundo, saio para trabalhar, sigo a rotina e me divirto aos fins de semana vendo as amigas, comendo fora, indo ao cinema, lendo bons livros. Gosto bastante de viajar, de conhecer gente nova e lugares também. Qual o livro mais marcante que já leu até hoje? Um clássico, mas foi o Pequeno Príncipe, li ainda criança e me apaixonei por seus ensinamentos. Valores tão preciosos são preservados com cuidado e carinho e penso que hoje em dia carecemos demais desses pequenos gestos. Qual o vosso escritor preferido dentro de cada gênero literário? Adoro a Clarisse Lispector e toda sua intensidade. Machado de Assis me fez viajar por diversas vezes na coragem de sua Capitu. Vinicius de Moraes narra como ninguém estrofes de amor. Manoel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade passeiam por minha cabeceira com certa frequência. Nos dias atuais tenho me encantado com Jojo Moyes e na mesma linha de romances que nos fazem suspirar leio Scheila Azevedo Hinnah. Martha Medeiros, Adelia Prado e Ana Nunes também compõe minha estante literária.
Já alguma vez se deparou com alguém, um leitor lendo seu livro escrito por você, por exemplo numa praia, transporte publico, etc? Pessoalmente me deparei apenas com uma leitora super querida que leva o Entrelinhas da Vida dentro de sua bolsa. Outros me mandam fotos de suas estantes e cabeceiras fazendo menção ao fato do livro está sempre por perto deles. Qual a sensação, ao deslocarse de uma superfície comercial, e ver o vosso livro à venda? É indescritível. Mais que um sonho realizado é a certeza que suas palavras estão ao alcance de outras mãos para habitar outros corações. É uma alegria que não posso explicar. Mas me dá aquela sensação de missão comprida. Quando está a escrever um livro compartilhar a história com alguém para se aconselhar, por exemplo um amigo ou familiar? Sim, compartilho trechos e peço opinião para ver se não estou fugindo da ideia principal. Conto o que planejo, explico minhas pesquisas e vou modificando o que fica meio desconexo. Como é o processo de escrita pra você? É um momento especial. Não costumo criar enredos. Uso muito o que já vivi e o que acredito. Todo mundo que convive comigo de certo modo me inspira um pouco, então é natural ver pessoas se encontrando nas ideias que coloco no papel. Costumo não ter hora certa para 'inspirar'. Já escrevi dentro do ônibus enquanto viajava, dentro do trem enquanto voltava pra casa, já levantei de madrugada porque estava com um texto
martelando os pensamentos. Escrever é o momento onde tudo se aquieta dentro e fora de mim. Me fale um pouco do livro !Entrelinhas da Vida"! Como surgiu a ideia de escrever? O livro foi sem dúvida um divisor de águas. Na semana em que decidi escrever o livro e comecei a página no facebook, dois dias depois estava terminando um relacionamento. A ideia veio ali. De juntar as expectativas e tudo o que eu esperava dali adiante. O livro conta um pouco das descobertas que fiz, do reencontro comigo mesmo e das certezas que se findam entre um ciclo e outro. Me fale um pouco do blog "A vida nas entrelinhas"! O porque do nome? O blog está começando. Não sou boa com a tecnologia em si, mas tenho tido ajuda de alguns amigos e tudo tem ido bem. Estamos começando juntos o que é bacana. A ideia principal do blog é propagar amor e esperança. Contar coisas da vida real e dizer que apesar de muitas vezes esquecermos podemos todos estar no mesmo barco, em estações diferentes. O título é bem engraçado, porque sonhei com o nome entrelinhas da vida e na prática tenho aplicado os pequenos ensinamentos que as entrelinhas nos trazem. Há muita vida nas entrelinhas, muito o que aprender e conviver. Basta paciência para enxergar. Você pretende escrever ou publicar outro livro? Pretendo sim. Um sonho antigo é o de escrever para crianças. Resgatar junto deles valores que estão se perdendo e quem sabe intensificar o quão importante e delicioso é ser criança. E claro continuar escrevendo para gente grande também! Quais seus projetos futuros?
Tenho um livro infantil pronto e um romance em andamento. Palestrar também tem sido bem divertido e estar perto dos leitores também. Mais adiante quem sabe escrever peças de teatro, tudo é possível não é mesmo?
Maiores Informações Fan Page: facebook.com/vidanasentrelinhas Site: www.vidanasentrelinhas.com Por Flávia Almas (Jornalista)