Deborah vasconcellos casa arrumada2015

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Com uma tatuagem de São Jorge em suas costas, a brasiliense Deborah Vasconcellos chega rápido, com muito talento e maturidade à porta de entrada do samba e da música brasileira. Vivendo no Rio de Janeiro dos 4 aos 14 anos, ouvindo a voz de sua mãe, cantora que entoava MPB, jazz e bossa nova, Deborah Vasconcellos se aproxima do meio musical bastante cedo, de maneira natural e percebendo com o ouvido e o coração, as melodias e harmonias que entravam pelas portas e janelas de sua casa. Foi tomando gosto especial pelo samba, sendo levada para festas, encontros e rodas de samba que seu pai, músico carioca, prazerosamente lhe apresentava. Subir aos palcos foi uma questão de tempo. Tempo esse curto, mas extremamente generoso ao provar para ela mesma que seu talento e determinação a levariam direta e rapidamente para a crista da onda do samba. Cantora de grande expressão no cenário cultural de Brasília, Deborah Vasconcellos que atualmente reside no Rio de Janeiro mostra uma voz macia, bem colocada e com uma bela dinâmica que guarda uma visível potência vocal para os momentos certos de sua interpretação. Com sua “carioquice” e um jeito brincalhão de menina, Deborah refere-se às cantoras Elis Regina, Leny Andrade, Leila Pinheiro e Rosa Passos, sem revelar alguma influência direta. Tem gosto especial pela voz dos cantores, não deixando fugir à memória os nomes de João Nogueira, Paulo César Pinheiro, Fundo de Quintal e Roberto Ribeiro. Deborah transita muito bem pelos palcos intimistas e mostra que está em casa e muito à vontade, quando desfruta de uma boa roda de samba.


Mostra em seu primeiro disco o fruto de um trabalho bem alicerçado e cercado por músicos importantes e de talento inabalável. Destaque para a faixa MIL RÉIS que divide com NOCA DA PORTELA (com parceria de Candeia). A canção que foi composta inicialmente para ser gravada por Clara Nunes (o que não aconteceu) ganhou gravações do próprio Candeia, Noca da Portela e de Marquinhos Satã com o contexto masculino. Agora, ganha vida na versão original na voz de Deborah Vasconcellos, por sugestão direta de Noca, que teve identidade imediata ao conhecê-la. Outras canções merecem atenção especial: “AMOR ATÉ O FIM” (Gilberto Gil), “BALELA” (Diney e Claudemir), “CASA ARRUMADA” e “JARDIM” (Wilson Bebel) e “MEU ESCUDO, MINHA GUIA” (Vinícius Oliveira, Dinho Braga e Roberto Bolacha). Os belos arranjos de Hamilton Pinheiro, Evandro Barcellos e Rafael dos Anjos trazem ao CD uma mistura bem construída de um olhar moderno sobre o samba e o desenho mais clássico e tradicional. Isso gera uma diversidade sonora importante para o CD sem, entretanto, deixar perder-se a unidade e o alinhavo que costuram muito bem o resultado final. Para completar o time de primeira categoria formado por músicos de Brasília, os percussionistas Marcelinho Moreira (que também juntamente com Fred Camacho e Cassiano Andrade assinam a canção “SE É PRA FAZER, FAZ DIREITO”), Fábio Marechal e Flavinho Miúdo, e o violonista de 7 Cordas Rogério Caetano, músicos que já transitam com maestria pelo mundo do samba carioca trouxeram para o disco “CASA ARRUMADA” um peso importante. Deborah Vasconcellos afirma que o grau de seu envolvimento com o processo de gravação do CD é pleno e que o nome do disco expressa o momento em que vive atualmente, sua maturidade musical, seu coração, família, sua relação com as pessoas e com o mundo. A música brasileira agradece. Podemos entrar e percorrer os belos espaços, salas e cômodos do samba. .

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