Informe Técnico da Indústria - jul 2015

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TÉCNICO da Indústria paraense

JULHO 2015

Fapespa Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará


GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ Simão Robison Oliveira Jatene Governador do Estado do Pará

José da Cruz Marinho Vice-Governador do Estado do Pará

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA, EDUCAÇÃO TÉCNICA E TECNOLÓGICA - SECTET Alex Fiúza de Melo Secretário de Estado de Ciência, Educação Técnica e Tecnológica

Fapespa Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará

Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará - Fapespa

Eduardo José Monteiro da Costa Diretor-Presidente Alberto Cardoso Arruda Diretor Científico Geovana Raiol Pires Diretora de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural Maria Glaucia Moreira Diretora de Estatística, Tecnologia e Gestão da Informação Marco Antônio Barbosa da Costa Diretor Administrativo Eduardo Alberto da Silva Lima Diretor de Planejamento, Orçamento e Finanças Paulo Henrique Cunha Diretor de Operações Técnicas


FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO PARÁ Presidente José Conrado Azevedo Santos Vice-Presidentes Sidney Jorge Rosa • 1º Vice-Presidente Gualter Parente Leitão • 2º Vice-Presidente Manoel Pereira dos Santos Júnior Nilson Monteiro de Azevedo Roberto Kataoka Oyama Hélio de Moura Melo Filho José Maria da Costa Mendonça Luiz Otávio Rei Monteiro Juarez de Paula Simões Marcos Marcelino de Oliveira Carlos Jorge da Silva Lima Secretários Elias Gomes Pedrosa Neto • 1º Secretário Antônio Djalma Souza Vasconcelos • 2º Secretário Tesoureiros Ivanildo Pereira de Pontes • 1º Tesoureiro Roberto Rodrigues Lima • 2º Tesoureiro Diretoria da Federação das Indústrias do Pará sistema FIEPA quadriênio 2014/2018 Antônio Pereira da Silva Pedro Flávio Costa Azevedo Rita de Cássia Arêas dos Santos Cezar Paulo Remor Antônio Emil dos Santos L. C. Macedo Solange Maria Alves Mota Santos André Luiz Ferreira Fontes Raimundo Gonçalves Barbosa Frederico Vendramini Nunes Oliveira Darci Dalberto Uliana Fernando Bruno Barbosa Neudo Tavares Armando José Romanguera Burle Paulo Afonso Costa Nelson Kataoka

Conselho Fiscal - Efetivos Fernando de Souza Flexa Ribeiro Luizinho Bartolomeu de Macedo Lísio dos Santos Capela Suplentes José Duarte de Almeida Santos João Batista Correa Filho Mário César Lombardi Delegados Efetivos junto à CNI José Conrado Azevedo Santos Sydnei Jorge Rosa Suplentes junto à CNI Gualter Parente Leitão Manoel Pereira dos Santos Júnior Superintendente Regional do SESI José Olímpio Bastos Diretor Regional do SENAI Gerson dos Santos Peres Diretor Regional do IEL Gualter Parente Leitão Chefe De Gabinete da FIEPA Fabio Contente Biolcati Rodrigues


Fapespa

PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA PARAENSE

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EXPEDIENTE Publicação Oficial: © 2015 Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará – Fapespa Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. 1ª edição - 2015 Elaboração, edição e distribuição Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará – Fapespa Endereço: Tv. Nove de Janeiro, 1686, entre Av. Gentil Bittencourt e Av. Conselheiro Furtado. Bairro: São Braz – Belém – PA, CEP: 66.060-575 Fone: (91) 3323 2550 Disponível em: www.fapespa.pa.gov.br Presidente da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará – FAPESPA Eduardo José Monteiro da Costa Presidente da FIEPA José Conrado Azevedo Santos Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural - Fapespa Geovana Raiol Pires Coordenadoria de Núcleo de Estudos Econômicos - Fapespa Edson da Silva e Silva Equipe Técnica - Fapespa Marcelo Santos Chaves Edson da Silva e Silva Colaboradores Raul Tavares (FIEPA) Produção Editorial: Frederico Mendonça Helen da Silva Barata Jobson Cruz Juliana Saldanha Wagner Santos Revisão: Wagner Santos Normalização: Anderson Alberto Saldanha Tavares Ângela Cristina Nascimento Silva Jacqueline Queiroz Carneiro 4


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D

e acordo com os resultados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisa do Pará (FAPESPA), em cooperação técnica com a Federação das Indústrias do Pará (FIEPA), disponibiliza o Informe Técnico do setor Industrial com uma análise do comportamento da indústria paraense em julho de 2015, baseada no resultado do índice da Produção Física Industrial, desagregado por setor, além de outras informações afins.

Com crescimento de 6,8%, a Indústria Geral paraense apresentou o melhor desempenho dos últimos quatro anos para o mês de julho, resultado impulsionado pela Indústria Extrativa Mineral, que obteve elevação de 10% no índice da produção física, variação contrária à apresentada no mesmo mês de 2014, quando encerrou o período com retração de 1,7% (Gráfico 1). Apesar do comportamento favorável para a média do setor industrial do estado, a Indústria de Transformação decresceu em 5,3% o nível de atividade produtiva. No acumulado de janeiro a julho de 2015, a Indústria Geral também cresceu (6,8%).

Gráfico 1 – Desempenho da Indústria paraense em julho nos últimos seis anos (2010-2015), segundo a variação (%) do índice da produção física

25

20,1

20 15 (%)

11,3 6,7

10 5

6,7

3,9

1,6

-0,4

-2,3

-4,5

-5,3

-10 jul/10

jul/11

Indústria geral

6,8 1,6

0 -5

10

8,7

jul/12

-9,6

Indústrias extrativas

-1 -1,7 -5,3

jul/13

jul/14

jul/15

Indústrias de transformação

Fonte: PIM/IBGE, 2015./ Elaboração: FAPESPA/FIEPA, 2015.

Observando o desempenho industrial por Unidade da Federação, o estado do Pará apresentou o melhor desempenho (6,8), superando os estados do Espírito Santo (3,4%), Mato Grosso (0,7%) e Bahia (0,4%). As demais unidades federativas pesquisadas apresentaram retrocessos na produção industrial, com destaque para o Amazonas (-18,2), Ceará (-13,7%) e São Paulo (-12,8%) com os maiores resultados negativos (Tabela 1). O baixo nível de produção nos estados, induzido pela 5


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retração da demanda agregada, influenciou para que a Indústria nacional encerrasse o mês de julho com variação negativa de 8,9% de sua produção. Esse desempenho tem se repetido nos últimos meses, contribuindo com o PIB negativo nos dois primeiros trimestres de 2015, descrevendo, assim, o cenário de recessão técnica no país.

Tabela 1 – Variação (%) da produção física Industrial – Brasil e estados

Var. (%)

Var. (%) Acumulado

Jul/15-Jul/14

Jan-Jul/2015 – Jan-Jul/2014

Brasil

-8,9

-6,6

Pará

6,8

6,8

Espírito Santo

3,4

14,9

Mato Grosso

0,7

0,3

Bahia

0,4

-7,2

Pernambuco

-2,5

-2,2

Goiás

-3,3

-2,6

Rio Grande do Sul

-4,7

-9,8

Minas Gerais

-7,7

-7

Rio de Janeiro

-8,3

-5,3

Santa Catarina

-9,8

-6,7

Paraná

-11,5

-7,1

-12

-8,9

Ceará

-13,7

-8,9

Amazonas

-18,2

-15,2

País/UF

São Paulo

Fonte: PIM/IBGE, 2015. Elaboração: FAPESPA, 2015.

O crescimento da Indústria Extrativa de 10% foi induzido pelo aumento da produção de minério de ferro, apesar do preço da tonelada dessa commodity estar em baixa no mercado internacional, situação constatada pela trajetória de acentuada redução da cotação no último ano. Contudo, ressalta-se que, apesar de o preço da tonelada de minério de ferro no mercado internacional encontrar-se abaixo dos praticados em julho de 2014, as minas paraenses apresentam relativa vantagem competitiva por serem classificadas como de baixo custo, e dessa forma tornam-se viáveis

à produção em larga escala. Em termos de Comércio Exterior, as exportações de minério de ferro (quantidade física) em julho de 2015 foi 36,19% superior à apresentada no mesmo período do ano anterior, componente esse que também explica o bom ritmo da indústria extrativa. Quanto à Indústria de Transformação paraense, em que pese ter se verificado uma retração da ordem de 5,3%, alguns segmentos obtiveram desempenho positivo, a exemplo da fabricação de celulose e produtos de papel, que apresentou expressivo aumento, 6


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encerrando o mês de julho com crescimento de 146,4%, em comparação com o mesmo período de 2014, o que é explicado, principalmente, pela expansão na produção de pastas químicas de madeira (celulose). Outro dado a se destacar é a variação positiva na atividade industrial do setor metalúrgico da ordem de 2,9%, tendo como fator indutor a expansão na demanda externa de produtos como a alumina calcinada, com aumento de 3,73% nas exportações no referido mês. Por outro lado, a fabricação de alimentos e bebidas sofreu retração de 2,5% e 12,3%, respectivamente. Ressalta-se que a queda na produção de bebidas esteve vinculada a uma elevação nos custos de produção desse segmento por conta da elevação tributária de 15% no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e 10% no PIS/Cofins, ambos em vigor desde abril do ano em curso, tendo como reflexo a diminuição na produção no segmento. Dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (SICOBE) da Receita Federal do

Brasil registraram redução de 15,56% na produção física de cervejas e refrigerantes na região Norte, na comparação com julho de 2014. Somam-se, ainda, outras baixas observadas em setores de produção como o madeireiro (37,5%) e mineral não metálico (8,2), pressionados, em grande medida, pela menor produção de madeira serrada, aplainada ou polida e tacos e frisos de madeira para assoalhos e forros de madeira, no primeiro ramo; e de cimentos “Portland”, no segundo (Tabela 2). Cabe destacar a inflação registrada no setor madeireiro. Segundo o Índice de Preço ao Produtor (IPP), divulgado pelo IBGE, que mede a inflação do setor industrial, o acumulado do ano atingiu a marca de 9,58% e, nos últimos 12 meses, 20,56%. Este fenômeno ajuda a explicar a baixa no desempenho da atividade industrial desse segmento no âmbito do estado do Pará no mês de julho, indicando uma tendência de elevação dos custos de produção na indústria madeireira nos últimos meses.

Tabela 2 – Variação (%) da produção física Industrial paraense em julho de 2015

Var. (%) mensal Setores e subsetores

em igual mês do ano anterior

Var. (%) acumulada no ano em igual período do ano anterior

1 Indústria Geral

6,8

6,8

2 Indústrias Extrativas

10

9

3 Indústrias de Transformação

-5,3

-1,1

3.1 Fabricação de produtos alimentícios

-2,5

2,3

3.2 Fabricação de bebidas

-12,3

-2

3.3 Fabricação de produtos de madeira

-37,5

-11,1

3.4 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel

146,4

104

3.5 Fabricação de produtos de minerais não metálicos

-8,2

-5,6

3.6 Metalurgia

2,9

-2,6 Fonte: PIM/IBGE, 2015. Elaboração: FAPESPA, 2015.

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No tocante ao mercado de trabalho, tem-se um cenário inverso ao observado na produção física da Indústria de Transformação paraense. Em que pese às retrações de produção já mencionadas no âmbito estadual, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego, a Indústria de Transformação registrou no mês em análise um saldo positivo

de 456 novos postos de trabalho com carteira assinada, com destaque para o setor de alimentos e bebidas, que contabilizou 430 novos empregos formais, sinalizando melhores perspectivas para o segmento. Também apresentaram desempenho positivo na geração de empregos formais no âmbito da Indústria de Transformação os setores químico/farmacêutico (185 novos vínculos) e de minerais não metálicos (61).

Tabela 3 – Movimentação de emprego formal na Indústria paraense – julho de 2015

Setores

Admitidos Desligados

Total

Saldo

Var. (%)*

28.891

26.257

2.634

0,33

228

229

-1

-0,01

3.458

3.002

456

0,50

- Indústria de produtos minerais não metálicos

401

340

61

0,62

- Indústria metalúrgica

198

186

12

0,13

- Indústria mecânica

107

92

15

0,41

24

8

16

1,77

28

28

0

0,00

702

919

-217

-1,13

69

68

1

0,02

73

136

-63

-2,86

265

80

185

3,66

62

52

10

0,34

6

0

6

10,91

1.523

1.093

430

1,31

Indústria Extrativa Mineral Indústria de Transformação

- Indústria do material elétrico e de comunicações - Indústria do material de transporte - Indústria da madeira e do mobiliário - Indústria do papel, papelão, editorial e gráfica - Indústria da borracha, fumo, couros, peles, similares e indústrias diversas - Indústria química de produtos farmacêuticos, veterinários e perfumaria - Indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecidos - Indústria de calçados - Indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico

Fonte: CAGED/MTE, 2015. Elaboração: FAPESPA/FIEPA, 2015. *A variação mensal do emprego toma como referência o estoque do mês anterior.

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No que se refere à arrecadação de ICMS do setor industrial, informações do Conselho Federal de Política Fazendária (CONFAZ) apontam arrecadação da cifra de R$ 178,714 milhões em julho de 2015, o que corresponde a um crescimento de 8,95% em relação ao mesmo mês do ano anterior, levando em consideração a inflação acumulada no período. A arrecadação des-

PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA PARAENSE Julho de 2015 se imposto, decorrente do consumo de energia elétrica por parte do setor industrial, totalizou R$ 3,686 milhões em julho do ano corrente; todavia, se comparada ao montante registrado no mesmo período em 2014, corrigido pela inflação em doze meses, constata-se uma retração de 52,74%, ratificando o desempenho da indústria de transformação, setor de intenso consumo de energia.

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