Informativo Especial parceria Serviço Geológico do Brasil/Petrobras/ANP
nesta edição, você vai conhecer um pouco mais sobre o
MUSEU DE CIÊNCIAS DA TERRA e seus projetos de p,d i
Informativo Parceria SGB/Petrobras/ANP
Palavra do Presidente O incêndio que destruiu a maior parte do acervo do Museu Nacional, em setembro deste ano, evidencia a urgência de se levar adiante os projetos de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação do Museu de Ciências da Terra (MCTer) e seus laboratórios. Ainda estamos emocionalmente ligados à tragédia que atingiu aquela instituição. Logo depois do incêndio, liguei para o reitor da UFRJ para expressar a minha solidariedade e propor um plano de ação visando a participação de pesquisadores daquele museu nos projetos de P,D&I do MCTer. O centenário prédio da Urca onde está localizado o MCTer também foi vítima de um incêndio, há 45 anos, e as marcas do sinistro ainda estão presentes. A parceria com a Petrobras e a Agência Nacional do Petróleo (ANP) abre a possibilidade de revitalização do MCTer e seus laboratórios através de projetos de P,D&I. A revitalização não se restringe à área queimada. A parte externa do belo prédio será integralmente recuperada, suas instalações elétricas e hidráulicas serão inteiramente trocadas. Será um novo Museu: maior, mais belo, vivo e interativo e, o mais importante, voltará a ser um centro gerador de projetos de P,D&I nas bacias petrolíferas do Brasil. Dois novos prédios serão construídos para melhor acomodar laboratórios e pesquisadores. Os pavilhões do Petróleo, Metais e Biomas permitirão a interação com o setor produtivo, permitindo assim a captação de recursos fundamentais para a manutenção futura do Museu. O MCTer recuperará a sua importância em um momento em que o Serviço Geológico do Brasil, recentemente elevado à condição de Instituição de Ciência, Tecnologia e Inovação
(ICT), constrói sua nova dimensão. O nosso prédio neoclássico foi construído em 1908 para comemorar os 100 anos da abertura dos portos do Brasil ao mundo. Que sua revitalização e posterior reinauguração sirvam para uma reflexão de como devemos zelar e manter nosso patrimônio cultural. Há 80 anos, em alguma sala do MCTer, um brilhante grupo de brasileiros locou o poço da primeira descoberta de petróleo no Brasil, no Recôncavo Baiano. O prédio também alojou o Serviço Geológico e Mineralógico e o primeiro órgão gestor dos recursos minerais do Brasil, o DNPM. Podemos dizer que aqui nasceram a Petrobras, a ANP, o Serviço Geológico do Brasil e a Agência Nacional de Mineração. Esse prédio representa, portanto, a memória do setor mineral e de óleo & gás no Brasil. É grande a responsabilidade em preservá-la de forma compartilhada com outras instituições. Nada disso seria possível sem a Petrobras e a ANP. Os parceiros têm expressado um carinho todo especial para com a nossa instituição, viabilizando através dos projetos de P,D&I a sua inserção no setor de óleo & gás. Muitas vezes a exploração dos nossos recursos naturais não é bem entendida pela sociedade. Usaremos o MCTer e seus projetos de P,D&I para mostrar que isso pode ser feito de forma sustentável e com responsabilidade social. "O MCTer será um dos mais importantes museus de ciências da Terra do país, não só por suas coleções, mas também por projetos de P,D&I nas bacias petrolíferas brasileiras."
Esteves Pedro Colnago
Diretor-Presidente do Serviço Geológico do Brasil
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Como ficará nosso museu
O Projeto de Restauração e Revitalização do Museu de Ciências da Terra (MCTer) contará com design moderno e salas de exposição funcionais que visarão a excelência organizacional e científica. O novo edifício do Museu se consolidará como uma referência arquitetônica da cidade, preservando a beleza neoclássica, exposta no principal corredor turístico do Brasil onde cerca de dois milhões de turistas passam em direção ao Pão de Açúcar. O Museu contará a história da Terra através de recursos tecnológicos, despertando no visitante o interesse no passado para entender a época em que vivemos.
A área prevista para o MCTer no projeto será de 11.000 m², incluindo auditórios e espaços para eventos científicos e empresariais, cafeteria, restaurante, lojas, ambientação sensorial com técnicas modernas, com uso de “mapping”, recursos interativos como jogos, além de telas disponíveis ao toque, aproximando os acervos das pessoas. Como grandes atrações teremos réplicas holográficas de dinossauros, modelos robotizados, móveis ultrarrealistas e, claro, nossos esqueletos e ovos de dinossauros originais, únicos no mundo inteiro. Apresentaremos ainda uma ampla, moderna, inovadora e acolhedora exposição de rochas, minerais e fósseis na qual se resume a história da Terra e da vida, de uma forma integrada que reflita o estudo do planeta como um sistema interligado. As peças de divulgação e os espaços de acolhimento e conforto para os visitantes farão parte da área expositiva. Após a conclusão das obras, inclusas em programas de melhoria da infraestrutura laboratorial, o Museu estará em condições de aumentar significativamente o número de visitantes com acessibilidade adequada aos padrões exigidos, exposições de longa duração contextualizadas e atraentes, valendo-se de modernos recursos tecnológicos, além de contar com uma equipe de profissionais capacitada, ampliada e motivada. A catalogação dos acervos e sua organização na base de dados do acervo digital certamente atrairá pesquisadores nacionais e internacionais para parcerias em projetos de P, D&I. A revitalização do prédio tombado pelo IRPH será completa, incluindo instalações elétricas, hidráulicas, novo sistema de ar-condicionado etc. As salas para exposições serão restauradas no que se refere aos detalhes arquitetônicos originais, incluindo obras de artes. O Museu estará equipado com auditórios para encontros científicos ou empresarias com capacidade para 300 pessoas. Com isso, se tornará uma referência para realização de eventos no Rio de Janeiro. As modernas instalações advindas da construção de dois prédios adicionais permitirão a expansão dos laboratórios e completa remodelação nas salas das reservas técnicas. Tudo isso permitirá plenas condições para a realização de projetos de P,D&I nas áreas de paleontologia e bioestratigrafia de bacias petrolíferas. Imagens randomizadas do Projeto Executivo da C&P Arquitetura, 2010, dos Blocos A3 e A6, ilustrando o design do novo Museu, com cafeteria e réplicas de Pterossauro e Stegossauro
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MCTer: das coleções aos projetos P&D
O conhecimento geocientífico será construído a partir do diálogo, possibilitando que os visitantes descubram por si, através de um Museu vivo, interativo e dinâmico, a história da mineração, do petróleo e da exploração e gestão adequada dos recursos minerais do planeta pelo homem. Suas instalações possibilitarão conexões históricas e contemporâneas da ciência por meio de exposições, mostras, cursos e pesquisas científicas através dos seus acervos de âmbito nacional e internacional.
Mesosauridae, de idade Permiana 299 a 270 milhões de anos
A revitalização/restauração física do Museu, suas coleções de pesquisa e seus laboratórios propiciará o desenvolvimento de uma série de projetos de P,D&I próprios e em parceria com outras instituições, tendo o uso de novas tecnologias como fonte de inovação para o conhecimento paleontológico e geológico. A prioridade será para projetos de P,D&I com foco nas bacias petrolíferas brasileiras, em particular, no período compreendido pelo Pré-sal. O Museu possui ainda uma coleção significativa de meteoritos, que certamente constituirá uma linha de pesquisa em cosmologia, a ser desenvolvida em parceria com o Centro de Referência em Geociências. Além disso, o Museu possui uma ampla coleção de rochas e minerais, alguns raros, como o exemplar abaixo.
As linhas de pesquisa em Paleontologia a serem desenvolvidas pelo MCTer buscam trazer o desenvolvimento científico e tecnológico para o país, aplicando novas formas de estudo ao tradicional e importante acervo paleontológico do Museu. Em um primeiro momento, o foco é organizar, mapear e diagnosticar as coleções paleontológicas segundo modernas técnicas de catalogação e gerenciamento digital, permitindo amplo acesso a grandes séries de dados em pouco tempo. Com a implantação de atualizados laboratórios de imageamento e isotopia no SGB/CPRM, as pesquisas se estenderão à aplicação destas modernas técnicas ao acervo, em colaboração com outras instituições científicas. Como estas tecnologias podem ser aplicadas virtualmente a qualquer tipo de fóssil, rocha ou mineral, sua implementação permitirá o desenvolvimento de projetos mais aplicados ao conhecimento das bacias sedimentares brasileiras, revisão de unidades geológicas clássicas, novas interpretações paleoambientais, reconhecimento de padrões e eventos de abrangência regional a global. No que tange às bacias sedimentares, é essencial a revisão e reinterpretação de unidades geológicas importantes e com poucos estudos recentes. Em diversas dessas unidades, há dificuldade em se encontrar novos afloramentos devido ao crescimento das cidades, modificação dos ambientes ou falta de informações históricas sobre sua localização precisa. As coleções do MCTer apresentam essa característica histórica, com pontos amostrados há décadas e que não existem mais, podendo suprir essa lacuna.
Mandíbula de hipopótamo da Era Cenozoica 65,5 milhões de anos ao Recente
Brazilianita [NaAl3(PO4)2(OH)4] Fosfato de Sódio e Alumínio
O uso de novas tecnologias também ampliará o alcance de estudos modernos em paleoicnologia e tafonomia, que analisam a atividade de organismos antigos nos mais diferentes substratos e a posterior preservação dos restos orgânicos, possibilitando um grande detalhamento da estratigrafia, faciologia e interpretação paleoambiental. Tais estudos têm atualmente grande aplicação na indústria de óleo & gás e na prospecção de minerais de importância econômica em bacias sedimentares. O resultado, ao longo dos anos, será uma nova visão da Paleontologia no Brasil, baseada em formas inovadoras de estudo e com dados digitais acessíveis a todos, integrando a produção do conhecimento científico com as necessidades da sociedade.
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O que pensa a equipe 1. Todos nós sofremos ao ver as chamas consumindo o Museu Nacional. O nosso MCTer tem 30% da sua área inutilizada por um incêndio ocorrido há 45 anos atrás. Isso é uma maldição? Paulo Romano: É uma trágica evidência de que temos que mudar a gestão do nosso patrimônio histórico. Não há recursos suficientes para tudo. O Estado passa por enormes dificuldades. Temos que ter outras fontes além do Tesouro.
Área do MCTer incendiada em 1973
2. O senhor é parte da história desse Museu. O que desejaria ver com essa revitalização? Diógenes Almeida: Em primeiro lugar e mais importante, ter os seus acervos preservados, organizados e disponíveis, com curadoria de primeiro mundo, de forma a permitir de maneira plena sua utilização como fonte básica de pesquisa para projetos de P,D&I, visando à ampliação do conhecimento sobre a Geologia e a Paleontologia. Isso implica, também, em uma grande interação, como já houve no passado, com a comunidade científica brasileira e internacional. Interação com o público em geral, através de um amplo programa de divulgação do conhecimento das ciências da Terra, tais como exposições, eventos, palestras e conferências, empréstimo de obras e documentos, além de um programa educativo que abranja diversos públicos e faixas etárias que se prolongue do infantil ao pós-doutorado.
3. Qual a sua visão quanto ao futuro dos projetos de P,D&I do MCTer? Diógenes Almeida: Uma das mais importantes instituições de pesquisa em ciências da Terra do País e detentora de um acervo de fósseis, minerais, meteoritos e rochas de referência fundamental para o conhecimento geológico, tanto do embasamento como das bacias sedimentares brasileiras, incluindo a área oceânica adjacente, terá condições de criar um robusto portfólio de projetos de P,D&I em função de seu acervo. 4. Qual o valor científico das coleções do MCTer? Diógenes Almeida: A coleção de fósseis do MCTer é a maior e mais representativa do Brasil. Temos fósseis de todo o País. Sua coleção de fósseis-tipo é fundamental para a paleontologia/estratigrafia e para a história da vida na Terra. Com o incêndio do Museu Nacional, essa coleção torna-se de valor inexcedível. A coleção de minerais, complementada pela coleção de rochas, acredito que seja a segunda ou a terceira do País. Não possui exemplares particularmente belos, como soem ter as coleções particulares, mas possuem grande variedade mineralógica e ampla distribuição espacial. Particularmente, foram coletados por grandes nomes da geologia e/ou mineralogia (Derby, Eusébio de Oliveira, Djalma Guimarães, Scorza, Hussak), muitas vezes provenientes de localidades ou minas que já desapareceram. A coleção de meteoritos possui itens fundamentais e únicos para a pesquisa nessa área.
Berilo incrustado em quartzo
Peixes da Bacia do Araripe
5. Em que áreas os estudos e projetos de P,D&I do MCTer poderiam contribuir com novas descobertas e aprofundamento do conhecimento das bacias petrolíferas brasileiras? Diógenes Almeida: Paleontologia de Vertebrados, Paleontologia de Invertebrados, Paleobotânica, Micropaleontologia, Paleoicnologia, Tafonomia, Paleoecologia, Estratigrafia, Geologia Histórica, Geocronometria, Mineralogia, Cristalografia, Gemologia, Meteorítica, Petrologia, Sedimentologia, História das Ciências, Curadoria e técnicas de preparação de fósseis.
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O que pensa a equipe 6. Você é uma entusiasta pelo papel educativo do MCTer. Como isso ocorrerá já que haverá uma estratégia agressiva focada para atrair visitantes? Nathália Roitberg: A função educativa é inerente aos museus de ciência que constituem espaços de construção da cultura científica, nos quais a educação não-formal emerge do diálogo com o visitante, que se torna sujeito de seu aprendizado. Em cento e onze anos de história nunca houve a criação de um setor educativo no Museu de Ciências da Terra. Para além da estratégia de atrair quantitativamente visitantes, nota-se que há uma crescente demanda social por acessibilidade e tecnologia, que será possibilitada pela revitalização, a partir da implementação de programas educativos, museológicos e de divulgação científica, permitindo uma maior interatividade do público com as exposições. As metas de público aliadas a inovadoras ferramentas de gestão serão estratégias motivacionais interessantes reforçando o papel educativo do MCTer.
Obras de arte expostas na rotunda
8. É inegável que há um ranço ideológico quando se discute as alternativas para captação de recursos para cobrir os custos operacionais dos museus brasileiros. Qual a sua posição sobre isso? Noevaldo Teixeira: Acho que a participação do setor privado na cultura como patrocinador ou doador é, de uma forma geral, sempre positiva (O que teria sido da arte sem os mecenas?). Às vezes, é pensado que isso tira a autonomia gerencial da instituição cultural pública, desvirtua o seu objetivo não lucrativo etc. Devemos ser pragmáticos, o Estado passa por uma terrível crise fiscal. Chega a ser incompreensível exigir mais recursos públicos para museus quando a saúde, educação e segurança não conseguem minimamente executar suas funções vitais.
Visita escolar
7. O que mais lhe angustiou nessa sua experiência à frente do MCTer? Nathália Roitberg: Apesar da importância nacional e internacional das suas coleções, o Museu possui estrutura física precária, sem condições de preservar adequadamente seus acervos e o patrimônio histórico da sociedade. Hoje, sofremos com o ataque de pragas de todo tipo, sobreposição de mezaninos e pisos, fiação antiga, divisórias de madeira que subvertem a arquitetura original do Museu, compensados e diversos materiais inflamáveis, deteriorações nos forros que foram completamente substituídos por outros com materiais totalmente distintos dos originais e que terão que passar por restauração. A situação se agrava pelo fato do Museu não existir formalmente no organograma da empresa, ou seja, apesar do enorme empenho da diretoria na sua revitalização, vivemos no “limbo”institucional, sem estrutura setorial para atender plenamente as funções museológicas.
Hall do MCTer
9. Como está o moral dos pesquisadores do MCTer visando a construção do portfólio de projetos de P,D&I que serão desenvolvidos no futuro? Rafael Costa: A perspectiva de unir os dados contidos nas vastas coleção paleontológicas e geológicas do MCTer com as mais modernas técnicas de estudo, possibilitadas pela reorganização do acervo e implementação de novos e modernos laboratórios, é uma grande motivação para os pesquisadores. Isso abre múltiplas possibilidades de estudos em parceria com diversas instituições, com potencial de resultados abrangentes e relevantes, agregando enorme valor ao acervo do MCTer. Essa perspectiva, é claro, eleva o moral dos pesquisadores hoje atuantes no Museu.
Informativo Parceria SGB/Petrobras/ANP
O que pensa a equipe 10. Há clareza de todos no MCTer de que este deve eleger a pesquisa tão importante quanto a visitação das coleções? Rafael Costa: O MCTer recebe cotidianamente pesquisadores de todo o mundo que vêm consultar e pesquisar seus fósseis, rochas e minerais. Essa atividade resulta em projetos, monografias, dissertações, teses e publicações dos mais variados tipos. Isso é um papel fundamental dos museus de ciências e parte de sua rotina e responsabilidade perante à comunidade científica e à sociedade. Essas pesquisas agregam enorme valor ao acervo, as publicações resultantes trazem visibilidade e credibilidade à instituição e o contato com os diferentes pesquisadores frequentemente resulta em novas parcerias e colaborações, tornando o Museu um foco do conhecimento científico. A pesquisa é uma atividade colaborativa, onde mais cabeças pensantes podem fazer mais que uma. Por isso, as consultas às coleções e às pesquisas realizadas no MCTer são partes do mesmo processo, e a futura organização do quadro funcional da instituição deverá otimizar o funcionamento das atividades relacionadas à curadoria e pesquisa dos acervos.
12. Qual vai ser o roteiro científico a ser seguido para orientar as coleções? Noevaldo Teixeira: O que nos diferencia em relação aos outros planetas foram os processos que permitiram a estratificação da Terra com um núcleo, o manto e a crosta onde vivemos. Tais camadas se articulam e se movem, ora gerando, ora fundindo rochas e o dinamismo entre tais setores às vezes assusta sob a forma de sismos. As zonas de subducção são compensadas pelas áreas de expansão. Assim, continentes desaparecem, oceanos são formados, o clima muda e a vida surge e desaparece em um maravilhoso senso de equilíbrio que às vezes nos deixa atônitos ao tentar entendê-lo. Quando este ciclo é rompido, a vida fica vulnerável. Seguiremos o roteiro de um livro maravilhoso chamado Exploring Geology do Prof. Reynolds.
Vitral da claraboia e detalhes da ornamentação das paredes
Detalhes das colunas de granito e janelas do MCTer
11. Antecipe alguma coisa em relação ao design das coleções. Noevaldo Teixeira: Posso garantir que tentaremos fazer algo esteticamente belo e sólido do ponto de vista científico. As coleções serão organizadas de maneira a proporcionar um entendimento da evolução do planeta e dos processos que impactam a vida humana, como a formação dos depósitos minerais, as catástrofes naturais o surgimento da vida, a evolução e o aparecimento do homem. Enfim, mostraremos esse maravilhoso planeta azul com seu inacreditável dinamismo. Teremos um Pavilhão do Petróleo cujo design em nada ficará a dever à Ala do Petróleo de Houston.
Exposição “Wiess Energy Hall” no Museu de História Natural de Houston, EUA
13. Como o MCTer viverá após o fim da parceria? Noevaldo Teixeira: Esse Museu tem um compromisso com a produção de projetos de P,D&I. Os mesmos serão apresentados para o mercado e estarão disponíveis para parcerias com o setor produtivo particularmente de óleo & gás. Ao mesmo tempo, apresentaremos os Pavilhões do Petróleo, Biomas e Metais extremamente atraentes para a indústria mostrar suas atividades e como atua para minimizar os impactos ambientais. Vamos mostrar que é perfeitamente possível explorar os recursos naturais de uma forma responsável e sustentável. Vamos expor a realidade e estabelecer um diálogo com a sociedade de forma honesta, sem histeria ideológica. Haverá recursos externos. O SGB/CPRM não tem condições de arcar sozinho com a manutenção do MCTer.
Triagem e classificação de microfósseis
Informativo Parceria SGB/Petrobras/ANP
O que pensa a equipe Pavilhões do Petróleo, Biomas e Metais extremamente atraentes para a indústria mostrar suas atividades e como atua para minimizar os impactos ambientais. Vamos mostrar que é perfeitamente possível explorar os recursos naturais de uma forma responsável e sustentável. Vamos expor a realidade e estabelecer um diálogo com a sociedade de forma honesta, sem histeria ideológica. Haverá recursos externos. O SGB/CPRM não tem condições de arcar sozinho com a manutenção do MCTer. 14. Quais foram as principais decisões que permitiram em tão pouco tempo concluir o estudo conceitual? Noevaldo Teixeira: Muito simples – aproveitamos tudo que havia sido feito antes. Resgatamos todos os documentos e estudos anteriormente executados, particularmente o projeto conceitual executado pela EXPOMUS (2008) e o projeto executivo feito pela C&P Arquitetura (2010). Não reinventamos a roda e priorizamos cada projeto tomando por base critérios técnicos. Foi sofrido e cansativo convencer que o Centro de Referência em Geociências não deveria disputar espaço com o MCTer. Prevaleceu o bom senso e o espírito público. Corríamos o risco de termos laboratórios espremidos e um museu pouco atraente. A harmonia e inteligência com que o Paulo Romano tem feito a interlocução com as outras áreas do SGB/CPRM têm ajudado muito para a rápida tomada de decisão.
Bloco A4 - Novas áreas a serem agregadas para exposições do MCTer
16. Como tem sido o relacionamento dos órgãos consultivos e normativos da prefeitura em relação às novas obras no espaço histórico do MCTer? Cimara Monteiro: A relação com o IRPH (Instituto Rio Patrimônio da Humanidade), responsável pelo tombamento do prédio do Museu, tem sido muito boa desde o início deste projeto. O Projeto Executivo elaborado pela C&P Arquitetura, em 2010, já havia obtido todas as autorizações necessárias para a revitalização do prédio. Como agora haverá expansão da área a ser revitalizada e construção de novos prédios, será necessário submeter novamente o Projeto Executivo atualizado ao IRPH, que está totalmente disposto a nos ajudar e tem nos dado constante apoio e estímulo. No INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural), por sua vez, houve uma série de recomendações a serem atendidas para obter as aprovações necessárias por parte do Estado do Rio de Janeiro.
Reunião da equipe do projeto com a EXPOMUS
15. Qual será a área total do MCTer? Ela será suficiente para abrigar o Pavilhão do Petróleo? Nathália Roitberg: A área total do MCTer ultrapassará 11.000 m², o que torna possível e muito interessante a ideia de abrigarmos o Pavilhão do Petróleo e outros mais, dando ao visitante uma ideia real dos recursos naturais do Brasil.
Reunião de acompanhamento no IRPH
Informativo Parceria SGB/Petrobras/ANP
O que pensa a equipe 17. O conceito inicial do projeto de revitalização foi amplamente modificado. Por quê? Noevaldo Teixeira: Porque após inúmeras conversas com a equipe, discussões com os representantes da parceria e reuniões com a Dra. Maria Ignez, diretora da EXPOMUS, e a Flávia Cobucci, da C&P Arquitetura, apareceram ideias melhores que aquelas inicialmente apresentadas. Essa tem sido uma situação comum em relação à maneira de trabalhar da equipe – a melhor ideia sempre vence. Nosso objetivo é transformar o MCTer em um dos mais importantes museus do país. Para isso tivemos que ganhar mais espaço, mudar o conceito das exposições, acomodar melhor a reserva técnica e equipar os laboratórios.
19. Logo no início dos trabalhos da parceria, a Dra. Solange Guedes, uma das diretoras da Petrobras, e seus colaboradores mais próximos nos visitaram. Quão importante foi essa manifestação para a continuidade dos trabalhos? Paulo Romano: Foi um ponto de inflexão. A Petrobras sempre teve um carinho especial para com o MCTer. Foi ela que financiou os estudos conceitual e executivo dez anos atrás. A Dra. Solange explicitou seu interesse pela revitalização do Museu desde a assinatura do Protocolo de Intenções. A Petrobras e a ANP têm sido irrepreensíveis na parceria, chegando ao ponto de momentos tocantes como esse da visita da Dra. Solange e quando da doação do Dr. Décio Oddoni, diretor-geral da ANP, da coleção de documentos particulares de relevância histórica sobre o início das atividades exploratórias para petróleo no Brasil. A visita foi uma espécie de aprovação pela maneira como conduzíamos os trabalhos da parceria.
Planta 3D de um dos novos prédios a serem construídos na Urca
18. Como tem sido a posição da diretoria e do conselho em relação às mudanças propostas? Paulo Romano: O apoio das diretorias, do Conselho de Administração, Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral e Ministério de Minas e Energia têm sido fundamentais. Sem esse apoio nada se realizaria. Sob o comando do diretor-presidente tudo que tem sido proposto pela equipe é levado para reuniões de D.E., onde é discutido e decidido. Da mesma maneira ocorre em relação ao Conselho de Administração. Semanalmente apresentamos relatórios com minuciosa descrição das atividades. Tudo é feito com absoluta transparência.
Atualização do andamento da parceria com a Petrobras e ANP à D.E
Visita da diretora da Petrobras, Solange Guedes, ao MCTer
20. Por que os novos prédios a serem construídos para abrigar laboratórios, reservas técnicas etc não seguem um estilo neoclássico como o prédio principal? Nathália Roitberg: Não é por que somos um lugar de memória que não devemos nos modernizar. Além disso, seguimos uma orientação do IRPH. Ampliar as instalações e garantir recursos tecnológicos e equipamentos modernos é custoso e extremamente difícil em edifícios históricos. O prédio onde hoje o MCTer encontra-se instalado é tombado, o que dificulta as ações de manutenção. O edifício neoclássico deve ser preservado para abrigar as coleções e a memória institucional, necessitando que as instalações funcionais sejam garantidas em outros espaços mais adequados para atenderem plenamente ao seu desenvolvimento, bem como a ampliação das coleções. O velho e o novo conviverão de forma harmônica.
Informativo Parceria SGB/Petrobras/ANP
O que pensa a equipe turistas e os próprios moradores do bairro desconhecem completamente a existência do Museu. Até mesmo, o centro de informações turísticas da Urca não possui informações mínimas sobre o nosso Museu. O edifício reflete a institucionalização da geologia brasileira. O prédio do Museu, inaugurado em 1908 para a Exposição Nacional, é o único palácio preservado deste evento de enorme importância histórica para o bairro. Exemplo da Convivência entre o moderno prédio do National Museum of African American History and Culture, Washington D.C., EUA, com uma construção histórica no centro de Washington, ao fundo.
21. Qual a importância do MCTer para o bairro da Urca tão querido pelos cariocas? Nathália Roitberg: O Museu situa-se no principal corredor turístico-cultural do país, em avenida de acesso ao Pão de Açúcar, que recebe milhões de visitantes atualmente. Apesar disso, os
22. Como a ideia da revitalização através de parcerias externas foi recebida pela equipe do MCTer? Nathália Roitberg: Toda a equipe do MCTer está empenhada, motivada e trabalhando muito pelo processo de revitalização, especialmente por acreditarmos que é impossível garantir a sustentabilidade de museus contemporâneos e a crescente exigência social, apenas com custeio da União.
Expediente Paulo Romano - Coordenador da parceria sgB/Petrobras/ANP Noevaldo Teixeira - Coordenador TÉCNICO CIMARA MONTEIRO - CoordenadorA operacional NATHALIA ROITBERG - GESTORA DO MUSEU Produção - Assessoria de Comunicação Editores - Eduardo Cucolo, Warley Pereira Design GrÁfico - Aleson Estevam e Filliphi da Costa
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