Informe Especial - Parceria SGB/Petrobras/ANP

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Informativo Especial parceria Serviço Geológico do Brasil/Petrobras/ANP

nesta edição, você vai conhecer um pouco mais sobre o

Centro de Referência em Geociências


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Palavra do Presidente

O Serviço Geológico do Brasil concluiu a primeira etapa de um projeto que garantirá a esta instituição protagonismo na área de Ciência, Tecnologia e Inovação. Assinamos há seis meses uma parceria com a Petrobras e a Agência Nacional do Petróleo (ANP) que visa dotar a CPRM de três projetos de melhoria de infraestrutura laboratorial: A Revitalização do Museu de Ciências da Terra e seus laboratórios associados; A instalação do Centro de Referência em Geociências e A implantação e gestão da Rede de P&D com Rochas e Fluidos de Bacias Petrolíferas. Os primeiros projetos de cada iniciativa já foram cadastrados no sistema de análise e aprovação para liberação de recursos (SIGITEC). Nossos parceiros, neste momento, avaliam o mérito técnico-científico e o cumprimento das exigências legais. Nessa fase, o objetivo é captar recursos para contratação de projetos executivos. Nesta oportunidade, apresento a vocês o projeto do Centro de Referência, que traz uma visão do que será o mais moderno e robusto conjunto de laboratórios da América Latina nessa área, similar aos que existem nos melhores serviços geológicos mundiais. A construção dessa nova infraestrutura laboratorial é um desejo antigo do corpo técnico do SGB. Compartilho desse sentimento e estou certo de que o Centro de Referência será um local de geração de conhecimento científico com um robusto portfólio de projetos de P&D nas áreas de metais e óleo & gás. Seria impossível promover essa transformação apenas com o orçamento público. Somente uma parceria como esta seria capaz de viabilizar um empreendimento dessa magnitude e de tal importância para as Geociências no Brasil.

O Conselho de Administração e a Diretoria Executiva da CPRM abraçaram essa oportunidade e definiram o CEDES (Centro de Desenvolvimento Tecnológico) como gestor da parceria. O que apresentamos aqui constitui apenas os primeiros resultados, mas são fundamentais para a conclusão final. A Diretoria Executiva considerou que esta fase do trabalho está consolidada e é preciso avançar. Para isso é necessário construir um portfólio de projetos de P&D capazes de justificar esses investimentos. Esse trabalho, já iniciado pelo CEDES, conta também com a participação das outras diretorias técnicas do SGB. Nossos projetos de P&D devem possuir aderência com o setor produtivo e trazer benefícios à população. Nosso futuro como instituição estará comprometido se não atendermos a essas demandas. Para isso, continuaremos a capacitar pessoas, procurar fontes externas de recursos e melhorar cada vez mais a qualidade dos nossos produtos. Esse é o grande desafio: colocar o Serviço Geológico do Brasil em uma nova dimensão na área de Ciência, Tecnologia e Inovação através de um robusto portfólio de projetos de P&D.

“Nossos projetos de P&D devem possuir aderência com o setor produtivo e trazer benefícios à população.”

Esteves Pedro Colnago

Diretor-Presidente do Serviço Geológico do Brasil


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O que é o Centro de Referência em

Geociências

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM), em conjunto com a Petrobras, formata há alguns meses o que pode ser um dos maiores empreendimentos em estrutura analítica laboratorial do país. Trata-se do projeto de construção do Centro de Referência em Geociências, um conjunto de laboratórios que contará com estruturas de ponta do mundo científico e que colocará o Serviço Geológico e as geociências brasileiras em posição de protagonismo não só na América Latina, mas também no mundo. O projeto de construção do laboratório, que já está avaliado em aproximadamente 20 milhões de dólares, será financiado a partir de verbas de PD&I da produção de óleo & gás nacional, que segundo a Lei 9.478 de 06/08/1997, confere à Agência Nacional do Petróleo (ANP) a obrigação de investimento de 1% do faturamento bruto em campos de elevada produção de óleo, gás ou hidrocarbonetos. Alguns dos grandes serviços geológicos do mundo possuem seus próprios laboratórios de ponta, como é o caso do NERC (laboratório do Serviço Geológico do Reino Unido, em Nottingham), os laboratórios integrados do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), com centros na Universidade de Stanford e em Denver, no Colorado, entre outros, e os laboratórios analíticos de datações de rocha e análises em componentes orgânicos do serviço geológico australiano (Geoscience Australia, em Canberra, capital australiana). No Serviço Geológico do Brasil não será diferente e espera-se um salto de

por Carlos Ganade e Leonardo Brenguere

qualidade nos produtos e serviços prestados à sociedade. Com foco em microanálises em isótopos instáveis e estáveis de minerais, esse laboratório preenche uma lacuna. Os laboratórios brasileiros, ainda que com uma produção considerável no cenário sul-americano, carecem de tecnologia e análises de ponta que vem sendo feita em grandes centros científicos em todo o mundo, por isso o benefício mais desejável é internacionalizar as geociências brasileiras e colocar o Brasil como um centro analítico de ponta, facilitando a vida dos pesquisadores brasileiros e sul americanos que não necessitariam mais fazer essas análises em outros países. Foram inúmeras reuniões até se chegar ao conceito do laboratório. O intuito principal é o desenvolvimento e resolução de problemas científicos atrelados aos setores produtivos nacionais, principalmente óleo & gás, além de mineração, gestão de água etc. A administração será feita por técnicos do Serviço Geológico do Brasil. O Centro de Referência em Geociências propiciará um salto de qualidade em todos os trabalhos do SGB/CPRM e irá suprir a falta de estrutura nacional para alguns tipos de análises, como processos amplamente difundidos nos laboratórios de ponta dos EUA, Canadá e Austrália para calcular as idades de alguns tipos de rochas e alguns eventos importantes na área de óleo e gás e na mineração.

Parque Tecnológico da UFRJ, que poderá abrigar os laboratórios


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Conheça os cinco laboratórios integrados do

Centro de Referência 1. Laboratório de Preparação de Amostras

É o ponto inicial para qualquer atividade analítica. Onde as lâminas são preparadas para a análise das rochas e separação de minerais específicos para análises posteriores, tudo sem a contaminação, para que os resultados sejam confiáveis.

2. Laboratório de Micro-imageamento e Análise Mineral

Local onde as análises qualitativas e quantitativas dos minerais serão realizadas, sendo possível diferenciar diferentes tipos de minérios e minerais específicos e as concentrações de elementos.

3. Laboratório de Petrocronologia e Traçadores Isotópicos

Consiste basicamente em dois espectrômetros de massa acoplados a uma fonte de laser para determinação simultânea de razões isotópicas e elementos traços e ultra-traços. O uso desta configuração laboratorial vem trazendo avanço nas técnicas investigativas nas áreas das Geociências em diversos institutos de pesquisa, com ampla aplicação em geocronologia.

4. Laboratório de Termocronologia Avançada e Gases Nobres

Consiste em uma série de espectrômetros com ampla finalidade para a resolução de histórias termais de terrenos, bacias e sistemas hidrotermais.

5 Laboratório de Isótopos Estáveis Avançado

Trará um espectrômetro de massa de íons secundários (SIMS), o primeiro na América Latina. Suas aplicações são inúmeras, entre elas, inferir sobre processos geológicos usando isótopos estáveis, datação de minerais e analisar a distribuição e concentração de elementos traço nos minerais. A aplicabilidade abrange uma gama variada das geociências, podendo ser usada desde estudos climáticos, na evolução dos oceanos ao longo do tempo e mensurar agravantes do aquecimento global, até estudos de detalhe em depósitos minerais e bacias de óleo & gás.


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Perguntas e Respostas 1. Em setembro, a assinatura da parceria entre o SGB/CPRM, a ANP e a Petrobras completa seis meses. O que já foi feito neste período? Paulo Romano: Foram concluídos os projetos conceituais de pesquisa, desenvolvimento e inovação das três iniciativas: Museu de Ciências da Terra, Centro de Referência em Geociências e Rede de P&D com rochas e fluidos das bacias petrolíferas. Em seguida, começou o processo para montar os planos de trabalho no formato exigido para captação de recursos. Cada iniciativa terá mais de um plano de trabalho nesse formato, um para cada etapa do processo. 2. Quais os primeiros projetos a serem entregues? Cimara Monteiro: Já foram cadastradas junto à Petrobras três das cinco pré-propostas de planos de trabalho: Unidade Norte da Rede de P&D com rochas e fluidos, revitalização do museu e Centro de Referência em Geociências. Os primeiros projetos têm como objetivo a Melhoria de Infraestrutura Laboratorial e visam a obtenção de recursos para projetos executivos para construção e/ou reforma. 3. Como estão as negociações para a construção do Centro de Referência em Geociências? Noevaldo Teixeira: A p r i o r i d a d e é o Pa r q u e Tecnológico da UFRJ. A direção do parque e a reitoria acenaram com três opções: adquirir o direito de uso de algum prédio existente ou a aquisição do direito de uso de terreno para construção de novas instalações. As conversas estão bastante avançadas. A opção por um prédio já existente encurtaria em pelo menos três anos o projeto, com a expectativa de iniciar as operações até 2021.

4. Como se dará a manutenção futura desse projeto? Noevaldo Teixeira: Será necessário construir um p o r t f ó l i o d e p r o j e t o s que utilizará como base toda essa infraestrutura laboratorial e que poderão contar com novos recursos destinados à projetos de P&D de pesquisa básica. Será fundamental a participação de outras áreas da empresa, não só o CEDES, pois muitos desses projetos devem contar com equipes multidisciplinares, lideradas por mais de uma área. Também haverá parcerias com a indústria e instituições acadêmicas, além da entrada de recursos com a prestação de serviços. 5. Algumas pessoas têm a preocupação de que esses laboratórios podem não trazer benefícios ao SGB/CPRM porque atenderão a outros clientes. Carlos Canade: Os laboratórios serão integralmente do SGB/CPRM. A gestão é nossa. Os equipamentos serão formatados para trabalhar 24 horas. Com isso teremos uma capacidade analítica excepcional e que atenderá prioritária e totalmente o SGB. O pesquisador estará ao lado do operador da máquina e determinará o que deve ser analisado no momento. 6. Qual a vantagem de ter um laboratório ao invés de obter os resultados de outros laboratórios como fazemos hoje? Carlos Canade: Ninguém faz pesquisa científica terceirizando resultados analíticos. Temos tentado viabilizar um laboratório há muito tempo. O sucesso dessa parceria pode representar a realização de um sonho de todo o corpo técnico da nossa instituição.


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Perguntas e Respostas 7. Temos pessoal técnico para operar esses novos equipamentos? Cimara Monteiro: Plenamente, ainda não. Isso será progressivamente construído através de um agressivo programa de treinamento internacional e interação com pesquisadores das outras diretorias técnicas, como DGM e DHT. Adicionalmente, teremos que ampliar a equipe, contratar consultores e trabalhar em rede de conhecimento por meio de parcerias.

9. O que fará o CEDES e qual sua relação com os laboratórios do Centro de Referência em Geociências? Noevaldo Teixeira: O CEDES é um centro motivador e gerador de ideias, inovação e construção de projetos de P&D na área de geociências. Isso é exatamente o que vislumbraram seus criadores 20 anos atrás. Não mudamos nada. O Centro de Referência estará ligado ao CEDES, mas não teremos o monopólio dos projetos.

8. O que acontecerá com a produção técnica científica do SGB/CPRM quando o Centro de Referência estiver operando integralmente? Noevaldo Teixeira: Terá um imediato salto de qualidade em vários sentidos, produzindo ciência em nível internacional. No que se refere à isotopia e geocronologia, os benefícios são imediatos, com ganhos indiretos nas áreas de metalogenia, estratigrafia e petrologias. Todos os nossos pesquisadores gostariam de trabalhar com o apoio de uma microssonda eletrônica e iônica. A descoberta de novos depósitos minerais está cada vez mais cara e difícil, exigindo mais ciência e tecnologia. Nossos depósitos, na maioria, não possuem idades precisas e origem plenamente entendida. Daremos enorme contribuição nessa área trabalhando em parceria com o setor privado.

10. Outras áreas do SGB/CPRM também vão ganhar com esse projeto? Paulo Romano: É uma iniciativa que beneficiará todas as áreas do SGB/CPRM, que serão parte de uma instituição que ganhará uma nova dimensão em termos de excelência científica e técnica. 11. A parceria e seus projetos estão em linha com o planejamento estratégico do SGB/CPRM? Noevaldo Teixeira: Sim. A SUPLAM orientou o CEDES a inserir seus projetos no próximo Plano Plurianual. Também foram atualizados os indicadores de avaliação referentes ao Plano Estratégico 2019-2023. O CEDES já apresentou o orçamento para o PLOA 2019 e está formatando os projetos para o Plano Anual de Trabalho (PAT) 2019.

Expediente Paulo Romano - Coordenador da parceria sgB/Petrobras/ANP Noevaldo Teixeira - Coordenador operacional da parceria sGB/Petrobras/ANP Produção - Assessoria de Comunicação Editores - Eduardo Cucolo, Warley Pereira e Cimara Monteiro Design Gráfico - Aleson Estevam e Filliphi da Costa

Para ver a íntegra do projeto conceitual, acesse: bit.ly/projetcrg


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