Revista Locação 69 (novembro/dezembro)

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Alexander Ferguson, gerente nacional de Vendas Diretas da Nissan, aposta na aproximação com as locadoras #69 #69

Revista

2016 2016 NOVEMBRO – DEZEMBRO NOVEMBRO-DEZEMBRO

Baixa voltagem

Multas mais pesadas

Novos valores de infrações tornam a gestão das multas ainda mais importante

Setor de locação no Salão Internacional do Automóvel Tendências para os negócios: retomada virá em 2017? Locação de veículos como parte1 da solução para mobilidade urbana



Palavra do Presidente

Na trilha da recuperação do ambiente de negócios CREIO QUE o cenário econômico a ser verificado até o final de 2016 será mais positivo que aquele visto no ano passado, marcado pela desestabilização no País. Isso afetou os mercados de petróleo, de minérios, as commodities tiveram queda, o custo do dólar ficou inviável e, com tudo isso, houve um forte desaquecimento. No nosso segmento, grandes empresas, principalmente aquelas das áreas de construção civil, óleo e gás, além da mineração, diminuíram o uso de veículos alugados. Em contrapartida, muitas pequenas e médias empresas venderam suas frotas próprias e passaram a alugar veículos. Em vez de pagar pela propriedade, passaram a pagar pelo uso. Esse capital, antes investido na compra de veículos, com o aluguel pode ser utilizado em benefício da atividade fim da empresa. A verdade é que o custo para manter uma frota própria é muito alto, desde o emplacamento até a manutenção, passando por prejuízos com acidentes, roubos, revisões e gastos para gerenciar os orçamentos de oficinas. Assim, temos expectativa que até o final de 2017, mais empresas encontrem no nosso setor uma saída para economizar, a partir do uso racional dos veículos. Historicamente, nossa economia sempre foi pujante e temos condições de recuperação, a não ser que aconteça um revés muito grave na atual conjuntura. Quem sobreviveu no mercado até agora, não apenas em nosso setor, já deve ter tomado as medidas responsáveis necessárias diante do cenário vivido em 2015 e 2016. Neste momento, o que gera preocupação no setor de locação é exatamente a diminuição da produção de carros, dos quais somos os maiores compradores, absorvendo 13,66% do

total vendido no Brasil em 2015. Nossas compras acontecem sempre, independentemente do cenário, porque temos que renovar as frotas. Porém, com a redução de volume de produção por parte das montadoras, deveremos ter de enfrentar mais dificuldades em relação às condições comerciais apropriadas para a realidade do nosso negócio. Esse seria um ótimo momento para que as montadoras não reduzissem tanto a produção, porque fatalmente, só em renovação de frotas, em 2017 nosso setor tem potencial para comprar mais de 400 mil automóveis e comerciais leves. Mas isso não será possível com uma política de aumento de juros e sem o estabelecimento de condições comerciais apropriadas à realidade das locadoras. Enfim, temos confiança porque nosso setor é forte. A ABLA completará 40 anos em 2017, somos respeitados em todo o Brasil, pois nossa associação tem como foco trazer resultados práticos para ajudar no crescimento das empresas associadas. Isso acontece graças a uma governança profissionalizada, em prol das locadoras e da capacitação dos profissionais e empresários do setor. Trata-se de fornecer subsídios para a conscientização sobre a importância da rentabilidade, de modo a garantir um desenvolvimento ainda mais sustentável para essa importante atividade econômica que é a locação de veículos no Brasil.

Paulo Nemer Presidente do Conselho Nacional

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Ano XII – No 69 – novembro – dezembro 2016

22 Capa Multas mais pesadas trazem novos impactos para locadoras e clientes

08 Na Frente

30 Mercado

38 Cenário

12 Salão do Automóvel

33 Governança Corporativa

46 Entrevista

20 Estatísticas

36 Qualificação

48 Regional

ABLA Day cria condições ainda mais vantajosas para compra de veículos

Setor de locação dentro do mais importante evento automotivo da América Latina

Balanço da Anfavea aponta estabilidade nas vendas de veículos

Locação é o compartilhamento de automóveis por excelência

Novo código de ética e conduta pronto para sair do forno

Gestão de pessoas, gestão de frotas e atendimento ao cliente

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Possíveis soluções para a retomada da confiança em 2017

Alexander Ferguson, gerente nacional de vendas diretas da Nissan

A locação de veículos no interior do estado de São Paulo


22 40 38

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Peugeot experience drive

56 Ao Volante

62 Serviços

50 Brasil Viagem

58 ABLA Jovem

64 Jurídico

52 Por Dentro

60 Eu, Motorista

66 Fim de Papo

Paraíba é destino atraente para clientes do aluguel diário

Conheça mais sobre o novo Peugeot Partner

Tiguan, Montana, Uno e Peugeot 5008

Tecnologia e rentabilidade precisam caminhar juntas

Brasil adia adesão às placas do Mercosul

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Manutenção Preventiva como fator de garantia para os lucros

Negativa de cobertura ao patrimônio das locadoras

Uma nova visão sobre as empresas familiares


Expediente CONSELHO GESTOR Paulo Nemer (Presidente do Conselho Nacional), Carlos César Rigolino Jr. (Vice-Presidente do Conselho Nacional), Carlos Faustino, Célio Fonseca, Flavio Nabhan, Marcelo Fernandes, Marconi Dutra, Nildo Pedrosa, Paulo Eduardo Sorge, Paulo Miguel Jr., Saulo Fróes e Simone Pino. CONSELHO GESTOR (SUPLENTES) Amadeu Oliveira, Bernard da Costa Teixeira, Cleide Brandão Alvarenga, Gustavo do Carmo Azevedo, Leonardo Soares, Luís Olavo Nezello, Luiz Carlos Lang, Lusirlei Albertini, Márcio Castelo Branco Gonçalves, Nilson Oliveira Filho, Otávio Meira Lins e Tércio Gritsch. CONSELHO FISCAL Alberto Faria, Alvani Laurindo, Eduardo Correa, Jacqueline Moraes de Mello, Marco Aurélio Gonçalves Nazaré e Ricardo Gondim Espírito Santo. CONSELHO FISCAL (SUPLENTES) Aleksander Rangel, Eládio Paniágua Jr., Márcio Campos Palmerston, Marco Antonio de Almeida Lemos, Miguel Ferreira Júnior e Rodrigo Selbach. CONSELHO CONSULTIVO Adriano Donzelli, José Zuquim Militerno e Paulo Gaba Jr. ABLA JOVEM Bruno Mazzei, Claudio Schincariol Neto, Jaqueline Denadai, Maytê Rangel, Paulo Ricardo, Rafael Maciel, Rodrigo Reda e Saulo Fróes Júnior. COORDENAÇÃO GERAL Marconi Dutra, Jorge Machado e Olivo Pucci. PUBLICIDADE Jorge Pontual e Francine Evelyn (11) 5087-4100. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS LOCADORAS DE AUTOMÓVEIS – ABLA Site: www.abla.com.br E-mail: abla@abla.com.br São Paulo: Rua Estela, 515 – Bloco A – 5º andar – CEP 04011-904 – (11) 5087.4100. Brasília: SAUS Quadra 1 – Bloco J – edifício CNT sala 510 – 5º andar – Torre A – CEP 70070-010 – (61) 3225-6728. COORDENAÇÃO EDITORIAL Em Foco Comunicação Estratégica E-mail: emfoco@emfoco.net (11) 3816.0732 Editor: Nelson Lourenço Textos: Nelson Lourenço, Ana Cândida Pena, Aurea Figueira, Kaiqui Macaulay Arte: Yvonne Saruê Foto de capa: Sidnei Santos Tiragem: 3.500 exemplares Impressão: Meltingcolor A Revista Locação não se responsabiliza pelas opiniões emitidas nos artigos assinados.

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Permitida a reprodução das matérias, desde que citada a fonte.

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Editorial

As fascinantes transformações provocadas pela tecnologia CAROS LEITORES, Reavaliar o modelo do próprio negócio. Este é provavelmente o maior impacto – e a maior contribuição – que a tecnologia proporciona à economia em todos os níveis. Com a atividade de locação de automóveis, isso não poderia ser diferente. Nesta edição, encontramos algumas reportagens e artigos que comprovam a interferência cada vez maior da tecnologia nos negócios das locadoras, aplicada em diferentes estágios, seja na linha de frente, em contato com quem utiliza o serviço, seja na gestão da operação. A familiaridade com essas inovações e a incorporação dos conceitos que a revolução tecnológica está impondo – mobilidade, interatividade, comodidade, valorização da comunicação, velocidade da informação e compartilhamento de soluções – serão muito provavelmente a chave para que a locação de automóveis possa prosperar nos próximos anos. Jovens e inquietos empreendedores já despertaram para essa necessidade. E a mudança começa a ser percebida como inevitável por empresários mais maduros. Conforme nos ensinam alguns dos articulistas e entrevistados desta edição, a tecnologia não pode ser motivo de receio para o setor de locação. Ela precisa ser encarada, antes de mais nada, como uma aliada, que nos oferece a oportunidade de reformular antigos conceitos. Às vésperas de seu 40º aniversário, a ABLA demonstra estar sintonizada com as tendências que surgem nesse mundo de pessoas cada vez mais conectadas e atentas a novas possibilidades. A associação certamente trará para as páginas de sua revista subsídios importantes para que o empresário possa refletir a respeito dessa nova realidade. Os Editores

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Na Frente

ABLA consolida formato de ação de vendas com as montadoras APRESENTADO NA EDIÇÃO anterior (revista Locação 68, página 14), o projeto ABLA Day realizou nos últimos meses cinco eventos para aproximar montadoras e associados, disponibilizando dessa forma condições diferenciadas de atendimento e facilidades comerciais às locadoras. O ABLA Day consiste em proporcionar, durante um dia inteiro, a oportunidade de as principais marcas de veículos do país efetivarem todas as compras individuais dos associados como uma única compra,

Renault Duster: a montadora esteve presente em dois eventos do gênero nos últimos meses, por meio da Valec (concessionária fidelizada Renault)

O Audi Day voltou a acontecer em outubro, com destaque para veículos como o A3 Sedan

Nissan Kicks, esperado lançamento da montadora, que participou pela primeira vez da iniciativa

concentrada na associação. Dessa forma, considerando as vendas totais como uma única operação, a montadora pode ofertar um benefício compartilhado, com melhores condições e descontos progressivos por volume na compra. Na data marcada, um consultor da montadora fica totalmente à disposição dos associados ABLA, recebendo as consultas e encaminhando as compras efetuadas com os benefícios especiais oferecidos na ocasião.

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THE ART OF PERFORMANCE


Na Frente

Corolla, campeão de vendas da Toyota, esteve entre os destaques do ABLA Day

O Peugeot 207 esteve entre os automóveis que puderam ser adquiridos com benefícios no ABLA Day

Confira como foi a agenda do ABLA Day no último bimestre e quais foram as montadoras que prestigiaram a parceira com a associação: 13.09 e 19.10 – Valec Day (concessionária fidelizada Renault) 14.09 – Nissan Day 22.09 – Ford Day 04.10 – Audi Day 05.10 – Peugeot Day 18.10 – Toyota Day

Ford Fusion 2016: o cobiçado modelo pode ser adquirido em condições mais vantajosas no ABLA Day

Prepare-se, como associado ABLA, para as próximas edições. Acompanhe o novo Portal ABLA e as mensagens da associação.

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Salão do Automóvel

ABLA se destaca no 29º Salão do Automóvel Associação demonstrou aos organizadores do evento a importância e o retorno institucional de ter o setor de locação como parceiro De 10 e 20 de novembro, a ABLA realizou o XIII Salão Nacional do Setor de Locação de Veículos dentro do 29º Salão Internacional do Automóvel de São Paulo

Estande da ABLA no Salão: locação marca presença no grande evento da indústria automotiva

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Pela segunda vez consecutiva, o estande da ABLA foi montado no evento, que é o maior do setor na América Latina (e o quarto maior do mundo), com intuito de melhor atender aos associados e visitantes. O estande ABLA foi ponto de encontro para que os associados pudessem programar seus roteiros dentro do Salão, visitando os principais estandes e entrando em contato direto com os principais dirigentes das montadoras que atuam no Brasil. Ao longo de dez dias, a ABLA recebeu ainda a visita de autoridades, empresários e interessados em geral no setor de locação de veículos. Isso tudo, em meio a uma grande novidade: após 56 anos, o Salão Internacional do Automóvel mudou-se para um novo e moderno espaço, o São Paulo Expo, na zona sul da capital paulista (leia mais na página 13). Carros conceito, elétricos e protótipos de automação foram apenas alguns dos diferenciais em tecnologia que puderam ser conferidos pelos associados que passaram pelo local. A ABLA ofereceu a gratuidade do ingresso para todos os associados, facilitando a aproximação mais intensa entre locadoras, montadoras e demais parceiros e fornecedores do setor. Todo esse esforço valeu a pena, afinal as locadoras de veículos foram responsáveis por adquirir 13,6% do total de veículos vendidos pelas montadoras no Brasil em 2015, e não poderiam mesmo ficar fora desse grande evento.


Salão do Automóvel

De casa nova O público aprova a realização do Salão do Automóvel em um espaço diferenciado Resultado da parceria com a Reed Exhibitions, o estande ABLA ganhou em espaço e localização dentro do Salão. A mudança de local foi uma medida muito bem recebida pelo público, graças ao conforto proporcionado aos visitantes. O São Paulo Expo ocupa as instalações totalmente reformadas do antigo Centro de Exposições Imigrantes, e conta agora com ar-condicionado central e amplo estacionamento, o que permitiu uma experiência mais agradável e melhor acesso dos associados ABLA. O diretor do Salão do Automóvel, Leandro Lara, falou com a Revista Locação sobre a primeira edição do evento em novo local, contando mais uma vez com a participação da ABLA entre os expositores. Leandro Lara, diretor do Salão do Automóvel: a grande feira da indústria automotiva impacta diretamente o consumidor

Valeu a pena realizar o Salão do Automóvel em um novo local? Leandro Lara, diretor do Salão do Automóvel: Sim, e foi muito importante ter a ABLA conosco. A decisão de mudar de pavilhão foi baseada em oferecer a melhor experiência aos expositores e visitantes. Dadas as suas proporções, o Salão de São Paulo sempre mereceu o melhor espaço e infraestrutura possível na cidade de São Paulo. E isso agora foi possível com o São Paulo Expo, que tem um amplo espaço de exposição e outros 20 mil m² externos que foram utilizados para test drives exclusivos.

sistema Sem Parar. Até mesmo um heliponto estava disponível para os participantes. Com o novo local, os visitantes tiveram também a comodidade de ir de metrô e descer na estação Jabaquara, que fica a 850 metros do pavilhão. De lá, foi disponibilizado transporte gratuito até o Salão. O momento econômico de transição foi o mais adequado para a realização do evento? Leandro Lara: As montadoras aguardam o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo para mostrar lançamentos. Isso independe do cenário. Assim, mesmo em um momento econômico mais complexo, há um grande espaço no Salão para conhecermos as novidades e impulsionar as vendas. O Salão é um importante canal de relacionamento com o consumidor.

E sobre as facilidades e acesso, o que pode ser dito? Leandro Lara: O Salão ofereceu aos visitantes e expositores o conforto de um ambiente totalmente climatizado – uma antiga demanda, especialmente na época de altas temperaturas, na qual o Salão é realizado –, além de 4.500 vagas cobertas para estacionamento, dotado de

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Salão do Automóvel

Em contato direto com as montadoras Algumas das principais marcas do setor automotivo promoveram encontros em seus estandes, que também foram planejados para aproximação com o setor de locação de veículos Durante todo o 29° Salão Internacional

diretamente com os dirigentes das

do Automóvel de São Paulo, o setor de

montadoras. Em pauta, melhores

locação de veículos marcou presença

condições comerciais e de prazos de

nos mais importantes encontros

entrega de veículos para as locadoras

de aproximação realizados pelas

associadas durante o ano de 2017.

montadoras que atuam no Brasil.

O setor também foi apresentado aos

Em reuniões em estandes como os

lançamentos que poderão vir a compor

da Chevrolet, Fiat, Ford, Hyundai,

com mais ênfase a frota disponível para

Volkswagen, Mercedes-Benz, Nissan

locação no ano que vem, conforme

e Renault, conselheiros e diretores

as necessidades para atendimento

da ABLA representaram o setor de

de clientes corporativos e também de

locação como um todo, conversando

usuários do rent a car. Confira.

Representantes do setor prestigiaram os encontros de aproximação das montadoras

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Salão do Automóvel GENERAL MOTORS A GM promoveu um concorrido coquetel no dia 10 de novembro em seu estande. Estiveram presentes o presidente do Conselho Nacional da ABLA, Paulo Nemer, diretores, conselheiros e empresários em visita ao Salão do Automóvel. Segundo Kleber da Cruz Salvador, gerente regional de vendas diretas da GM, o setor de locação é responsável por grande parte das vendas diretas da montadora.

MERCEDES-BENZ Com cinco lançamentos e um carro conceito especialmente preparado para o evento, a Mercedes-Benz veio com potência máxima para o Salão. A marca mostrou um total de 30 modelos, demonstrando versatilidade e atraindo a atenção do público. No encontro de aproximação com a participação da ABLA, já na avant-premiere do evento (09.11), a política de relacionamento com o mercado de locação foi reforçada.

VOLKSWAGEN O setor de locação foi recebido no dia 17 de novembro pelo gerente regional de vendas da VW, José Renato Bernardes. A Volks foi um dos destaques do Salão, com a nova versão em modelo elétrico da clássica Kombi, o Budd-e (foto), além de seu concorrido espaço para test drive.

FORD O encontro com o setor de locação, realizado no dia 10 de novembro, Flávio Meira, supervisor de venda direta, e executivos da montadora destacaram a presença da linha Ford em seu estande no Salão, com modelos muito procurados pelo público final e locadoras. O novo Mustang (foto) atraiu a atenção de todos.

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Salão do Automóvel FIAT No primeiro dia do Salão (10.11), a montadora apresentou às locadoras campeões de venda, como a Strada, um dos modelos mais procurados para frotas, e novidades como o Fiat Toro (foto). Segundo dados da Fenabrave, a montadora representa grande parte das vendas diretas realizadas no país.

NISSAN A montadora promoveu dois encontros com a participação da ABLA, nos dias 11 e 16 de novembro, apresentando seis modelos para o mercado de frotas, incluindo o March, News March, Versa, Sentra, Tiida Hatch e Frontier. Além da adequação a este mercado, a Nissan oferece condições especiais para associados ABLA. O impressionante modelo esportivo VGT 2020 (foto) foi alvo dos olhares do público.

RENAULT Sandero e Clio são alguns dos modelos campeões da marca para frotistas, mas a Renault apresenta uma ampla gama de possibilidades, desde o veículo utilitário urbano até ao SUV mais completo. Os anfitriões no estande foram o diretor de vendas a empresas, Alexandre Oliveira, e a gerente Raquel Ribeiro. Destaque para o carro de corrida Renault Sport RS 01 (foto).

HYUNDAI Após anunciar investimento de US$ 155 milhões no Brasil, a Hyundai promoveu encontro com a participação da ABLA durante o Salão para debater modelos de negócios e condições comerciais favoráveis ao setor de locação. O Creta e a nova Tucson (foto) podem ser alguns dos modelos a terem condições mais facilitadas em breve para o mercado de locação.

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Salão do Automóvel

Pelos corredores :

Montadoras reservaram muitas surpresas para as locadoras e o público em geral CITROEN A marca apresentou em seu estande dois veículos novos, o Aircross e o E-Mehari (foto). Destaque para o último, que tem design inspirado na primeira versão lançada em 1968. O modelo apresentado no Salão é 100% elétrico.

TOYOTA O CH-R da Toyota é um SUV com pegada esportiva. Para se diferenciar dos outros crossovers que estão em alta no mercado, a montadora investiu num design inovador.

PEUGEOT Lançado há apenas um mês no Salão de Paris, o 3008 da Peugeot está confirmado para chegar ao mercado brasileiro em 2017. Ele tem espaço interno e porta malas maiores que o seu antecessor, além de ser 100 quilos mais leve.

JAGUAR-LAND ROVER A Jaguar-Land Rover mostrou o F-Pace e o novo Discovery (foto). A quinta geração do SUV ainda não tem as versões definidas que desembarcarão por aqui, mas o Discovery será oferecido em duas opções de motor..

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Salão do Automóvel

Bastidores do evento Após meses de trabalho, ABLA proporciona aos associados uma experiência única durante os dez dias do Salão Internacional do Automóvel Conselheiros e diretores da ABLA que estiveram presentes na avant-première do evento, assim como na abertura oficial, foram ouvidos pela Revista Locação para contar mais sobre os detalhes de preparação e bastidores do evento. Na verdade, o trabalho que resultou na participação do setor dentro do principal evento da indústria automotiva da América Latina começou ainda fevereiro, durante a Convenção Nacional da ABLA. De lá até a data da abertura do Salão, foram praticamente nove meses de trabalho, com diversas reuniões e foco total para entregar tudo pronto para o benefício dos associados da ABLA. Saulo Froes, conselheiro gestor responsável pela área de eventos, ressaltou que todos os esforços valeram a pena. “Desde os cuidados com a montagem e design do estande, passando pela produção do vídeo institucional e pela logística de distribuição de convites gratuitos aos associados, tudo foi feito com atenção e muito cuidado”. O Conselho Gestor também montou uma escala de conselheiros e diretores para se revezarem durante os 10 dias de evento, com foco no melhor atendimento possível aos visitantes. “Realizar um evento desse porte envolve uma série de decisões, ações e detalhes, que vão desde a negociação para que a ABLA tenha o espaço gratuitamente, até pormenores que parecem simples e menos importantes, como a escolha do Buffet, mas que também exigem controle de qualidade, orçamentos e controle rígido dos custos”, acrescentou Saulo Fróes. Todo esse trabalho foi feito para gerar o melhor custo-benefício possível para os associados da ABLA. Para Paulo Nemer, presidente do Conselho Nacional, “a estrutura ficou muito melhor que a do Anhembi, muito mais confortável e a ‘casa do nosso setor’ esse ano ficou maior e mais bem localizada”, avaliou. “Não poderia ser melhor”. O vice-presidente do Conselho Nacional, Carlos Cesar Rigolino Júnior, considerou a presença do setor no Salão uma iniciativa a

ser muito comemorada, principalmente pelos associados. “Se há um evento que reúne todo o setor automotivo e seus apoiadores, esse evento é o Salão Internacional do Automóvel”, disse ele. “Era um desejo antigo incluir o setor de aluguel de veículos nesse evento, com estande próprio, e hoje aqui estamos”. Para a conselheira da ABLA Simone Pino, “o novo local, o São Paulo Expo, ofereceu mais conforto” e favoreceu a grandiosidade do evento. A atitude das montadoras chamou a atenção, pois afinal, apesar da crise ainda batendo à porta, a maioria pareceu ter investido muito para que os estandes ficassem ainda mais especiais que nas edições anteriores. Marcelo Fernandes, também do conselho gestor da ABLA, viu nesse fato uma perspectiva de que as coisas podem melhorar em 2017. A grandiosidade do evento pode sugerir que as montadoras estão animadas com a perspectiva de retomada do crescimento “e ideias de

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Salão do Automóvel parcerias e de inovação em modelos de negócios podem surgir no horizonte”. Para também conselheiro Paulo Miguel Júnior, novamente as empresas de locação de veículos serão fundamentais para essa possível retomada do setor automotivo em 2017. “Os dois setores estão ligados”, explica. “Nós, como os maiores clientes das montadoras, também dependemos da indústria produzindo bem e funcionando de forma eficiente”. Já o conselheiro consultivo e ex-presidente da ABLA, Adriano Donzelli, viu o evento como um dos melhores dos últimos tempos, apesar de não terem sido apresentados, em grande quantidade, veículos com características próprias para virarem sucesso entre os frotistas. Eládio Paniágua Júnior, diretor regional da ABLA em São Paulo, acrescentou que apesar do Salão Internacional do Automóvel também dar ênfase para veículos do tipo conceitual, “todos os braços do setor automotivo têm que estar presentes”. Nesse sentido, o conselheiro Paulo Miguel Júnior destacou que e a parceria com a Reed, produtora do evento, está consolidada e a cada ano fica mais intensa, “assim como

ocorre também com o nosso relacionamento próximo com a Anfavea, Fenabrave, Fenauto e com outras importantes entidades do setor automotivo, do setor de turismo e de outros setores afins”, afirma. “A ABLA está conseguindo ampliar seus espaços e importância junto a diversos públicos e agora esse aqui também é o Salão do nosso setor”. Já o conselheiro Célio Fonseca avaliou que o caminho que está sendo seguido é de fato o correto. “Apesar do momento político e das incertezas, nós estamos confiantes na retomada do crescimento na economia”, afirma. “O nosso setor sofreu e ainda está sofrendo muito as consequências da crise, mas o país tende a voltar a uma situação de normalidade econômica”. No balanço geral, a conclusão foi a de que o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo mais uma vez foi uma amostra positiva de que os investimentos podem voltar a fluir e a se transformarem em desenvolvimento efetivo. Fica a sensação de que, para o próximo Salão, em 2018, o desafio da ABLA será o de trabalhar ainda mais para conseguir superar o grande êxito verificado nesta edição.

Fórum reúne especialistas e executivos No dia 17 de novembro, dirigentes de diversas entidades ligadas à indústria de veículos no país participaram do Fórum do Salão Internacional do Automóvel 2016, que este ano foi dedicado à discussão sobre as grandes transformações e possibilidades de inovação no setor automotivo. No cardápio do Fórum, dividido em quatro eixos temáticos – Carro, Mercado, Inovação e Gestão –, estiveram tópicos como ferramentas de mobilidade, as novas matrizes de propulsão, modelos de compartilhamento, Indústria 4.0, entre outros assuntos, debatidos por executivos de companhias como Porsche, Toyota, General Motors, Samsung, Volkswagen e Itaú Unibanco. Entre as fontes importantes ouvidas durante o Fórum esteve também o diretor de relações com o mercado da Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores), Valdner Papa.

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Estatísticas

Os recentes resultados da indústria automobilística

A ASSOCIAÇÃO NaAs exportações do cional dos Fabricantes ano acumulam 400,6 mil de Veículos Automounidades, 19,7% acima tores, Anfavea, revedas 334,6 mil do ano lou os mais recentes passado. Se analisado resultados da indúsapenas outubro, quando tria automobilística. O 36,9 mil veículos deixabalanço aponta estabiram o País, a queda é lidade nas vendas de de 6,5% no comparativo autoveículos no mês de com setembro, com 39,5 outubro: foram 159 mil mil unidades, e de 7,5% unidades, contra 160 mil contra outubro de 2015, em setembro, uma leve com 39,9 mil unidades. Antonio Megale, presidente da ANFAVEA queda de 0,6%. Em outubro foram No comparativo com licenciados 3,4 mil cao mesmo período do ano passado, quando 192,1 minhões, o que representa contração de 17,9% mil unidades foram comercializadas, a retração contra as 4,2 mil de setembro. Na análise com é de 17,2%. No acumulado deste ano, com 1,67 outubro do ano passado as vendas diminuíram milhão de unidades, a baixa é de 22,3% – em 40,4% – foram 5,8 mil unidades naquele mês. 2015 o volume de veículos vendidos neste períAté o décimo mês do ano a comercialização odo foi de 2,15 milhões de unidades. está menor em 31% ao defrontar as 42,3 mil Para Antonio Megale, presidente da Anfaunidades deste ano com as 61,3 mil do ano vea, “apesar de outubro ter quase dois dias passado. úteis a menos, foi possível observar uma esNa produção, o volume fabricado em oututabilidade da média diária de vendas em torno bro foi de 4,6 mil unidades, recuo de 4,4% se de 8 mil unidades. Os indicadores econômicos comparado com as 4,8 mil de setembro e de estão progredindo, a confiança sobe e o medo 31,8% contra as 6,8 mil unidades do mesmo pedo desemprego diminui. E ainda tivemos a rearíodo do ano passado. No acumulado do ano a lização do Salão do Automóvel em novembro. queda é de 22,9%: foram 51 mil unidades em A expectativa é boa.” 2016 e 66,1 mil no ano passado. A produção apresentou crescimento de As exportações de caminhões encerraram 2,3%: foram 174,2 mil unidades em outubro e o último mês com baixa de 34% ao se com170,3 mil em setembro. Na análise contra as parar as 1,6 mil unidades com as 2,5 mil de 205,1 mil unidades de outubro do ano passasetembro. Na análise contra as 2,1 mil unidado, a indústria registrou diminuição de 15,1%. des de outubro do ano passado a diminuição Nos dez meses transcorridos do ano foram fafoi de 20,5%. Nos dez meses transcorridos do bricadas 1,74 milhão de unidades, decréscimo ano as fabricantes exportaram 3,1% a menos de 17,7% frente as 2,11 milhões de unidades do que 2015: foram 16,9 mil unidades este ano do ano passado. e 17, 5 mil em 2015.

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Capa

Cobrança de multas é novo “calcanhar de Aquiles” Mesmo que as locadoras superem expectativas de

atendimento, qualidade e custo-benefício, relacionamento com clientes pode virar “martírio” no momento do

Sidnei Santos

pagamento das infrações de trânsito

Radares operantes: algumas infrações tiveram reajustes da ordem de 900%

configura claro desvirtuamento de funções. “Cobrar o valor que é devido pelo motorista ao poder público é obviamente uma tarefa que deveria ser do próprio poder público”, diz o Presidente do Conselho Nacional da ABLA, Paulo Nemer. Nildo Pedrosa, conselheiro gestor da associação, conta que em recente reunião de diretores regionais da ABLA no Nordeste, realizada para também ouvir as principais dificuldades das empresas do setor na região, “a gestão das multas de trânsito, a responsabilidade atribuída às locadoas pela cobrança, os meios para recorrer e a inadimplência referente a esse tema dominaram as atenções”.

AS PUNIÇÕES PARA motoristas que cometem infrações de trânsito passaram a ser mais severas em todo o Brasil. Desde o início de novembro, há algumas que ficaram 900% mais pesadas, o que faz crescer a importância da gestão da cobrança de multas dentro das empresas do setor de locação de veículos. Isso porque, inclusive para obedecer ao princípio educativo do Código deTrânsito Brasileiro, os contratos de locação estabelecem que a responsabilidade pelo pagamento de infrações cometidas ao volante é sempre do motorista infrator. O problema é que as autoridades “transferem” para as locadoras o trabalho de cobrança, o que

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Capa

Na prática, no momento em que a locadora recebe a notificação de infração cometida pelo usuário de seu veículo, não é raro esse cliente já ter retornado ao seu domicílio de origem. O responsável pelo pagamento da multa já está em outra cidade, em outro estado ou até mesmo em outro país. Nesse sentido, ABLA e FENALOC acompanham de perto os entraves que impedem a Resolução nº 461/2013 de começar a ser aplicada (veja página 24). A Resolução instituiu o Registro Nacional de Posse e Uso Temporário de Veículos (RENAPTV), como primeiro passo para tentar aprimorar o sistema de identificação de infratores, cobrança e destinação da pontuação. Com o recente reajuste dos valores das multas, Marcelo Araújo, advogado especializado em trânsito, diz que a questão ganha mais ainda ares de “calcanhar de Aquiles” na relação entre locadora e locatário. Mesmo que a empresa supere as expectativas em relação ao atendimento, qualidade do veículo, custo-benefício das tarifas etc., enfim, apesar de todos os esforços que são feitos, “hoje o relacionamento pode ruir e virar um martírio no momento da cobrança das infrações ao volante”. Diante da complexidade das leis de trânsito e, agora, dos valores ainda mais altos das multas, as dúvidas sobre como fazer a gestão interna de maneira eficiente e eficaz também aumentaram. Marcelo Araújo lembra que,

quando o proprietário do veículo é uma empresa, os procedimentos em relação às multas de trânsito nem sempre são idênticos aos exigidos das pessoas físicas. “Há infrações de responsabilidade exclusiva do motorista do veículo locado, tais como dirigir alcoolizado, desobediência ao semáforo ou aquelas de velocidade detectadas por equipamentos eletrônicos”, explica. “Somente as relativas à regularidade do veículo, tais como infrações relacionadas com equipamentos e documentação, são de responsabilidade da locadora”, completa. No Brasil, a indicação do condutor envolve burocracia e dificuldades específicas. Trata-se de mais um complicador para as locadoras, pois qualquer falha nesse processo gera uma outra penalidade de multa, com valores ainda mais pesados. No Reino Unido, por exemplo, a multa para usar o telefone enquanto dirige é de mil libras, o que equivale a quase R$ 4 mil. Por lá, a sanção para dirigir embriagado é de 5 mil libras (quase R$ 20 mil). “São exemplos de infrações cometidas pelo motorista e que nada têm a ver com locadora”, diz Paulo Nemer, da ABLA. “O trabalho de responsabilizar e cobrar exclusivamente os reais infratores, que deveria ser feito automaticamente por parte das autoridades de trânsito do Brasil, também é urgente para estimular e contribuir para um modo mais seguro de dirigir”, afirma.

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Capa integridade física, dos demais ocupantes do veículo, de outros motoristas e de pedestres nas vias públicas. Por isso, o posicionamento da ABLA sempre foi bem claro, inclusive antes de esse novo reajuste das multas: não basta colocar os valores nas alturas para retomar a eficácia das punições no Brasil; também é essencial respeitar de verdade, com ações e atitudes, o princípio educativo do Código de Trânsito.

Para Marconi Dutra, conselheiro gestor da ABLA, os novos valores das multas no Brasil terão grande impacto. “As informações e orientações a respeito devem ser compartilhadas com os colaboradores de cada empresa e também com os clientes, o que é importante para a conscientização de todos”, acrescenta. Marconi enfatiza que o objetivo central do Código de Trânsito Brasileiro é o de inibir os motoristas de colocarem em risco sua própria

Resolução nº 461/2013 Em linha com o objetivo de responsabilizar exclusivamente o real condutor infrator em casos de multas de trânsito por ele cometidas, foi instituído o Registro Nacional de Posse e Uso Temporário de Veículos (RENAPTV). Trata-se de um passo importante para tentar aperfeiçoar o processo de identificação de infratores, cobrança de multas e destinação da pontuação pela internet, com o objetivo que os valores sejam cobrados diretamente do condutor. A Resolução nº 461/2013 é do Conselho Nacional de Trânsito e já deveria ter sido implantada, o que não ocorreu. Ainda não é possível acessar ao sistema. Adriano Castro, assessor jurídico da ABLA e da FENALOC, explica que o RENAPTV apresenta problemas com o sistema homologado e também sofre resistência dos órgãos de trânsito dos estados. “O sistema tem que ser nacional

para haver diálogo com os sistemas de registro de infrações (RENAINF) e de condutores (RENACH)”, explica. Também restam dúvidas sobre a obrigatoriedade ou não de todas as locadoras aderirem ao RENAPTV, por exemplo. Outra pendência é sobre como funcionará a integração aos sistemas de gestão atualmente utilizados pelas empresas do setor de locação. Portanto, a intenção da Resolução é justa, mas envolve diversos fatores e interesses externos. Não há prazo para implantação. Quando isso ocorrer, para estarem integradas a esse sistema, as locadoras deverão inserir uma série de informações na base de dados do RENAPTV no ato da celebração do contrato. Além disso, deverão manter a base de dados permanentemente atualizada em sistema eletrônico integrado ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

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Capa

Capacitação ajuda na gestão das multas Durante o ano de 2016, a ABLA realizou 20 etapas do curso “Gestão de Multas de Trânsito”, voltado para profissionais e empresários do quadro associativo. As inscrições foram gratuitas (mediante doação de 5 kg de alimentos não perecíveis) e o instrutor em todas as etapas foi Marcelo Araújo, advogado especializado em Trânsito, especialmente contratado pela associação para esse projeto de capacitação dos associados. O programa inclui ensinamentos sobre o Sistema Nacional de Trânsito, classificações dos veículos conforme a legislação, categorias das carteiras de habilitação, diferenças entre as penalidades que podem ser aplicadas para cada tipo de infração e os processos de autuação, agravamento, notificações e recursos de multas. Conforme as pesquisas realizadas após cada etapa, a média do índice de satisfação

atingiu mais de 94% entre “ótimo” e “bom”. Para Carlos Faustino, conselheiro gestor da ABLA, esse é mais um exemplo de que a associação investe diretamente para atender as reais necessidades dos associados, “pois a questão das multas está afetando diretamente o ambiente de negócios das locadoras em seus estados e no Brasil como um todo”, afirma. O curso se transformou em uma oportunidade para compartilhar experiências e soluções de interesse das empresas. A partir dos casos práticos de dificuldades em relação à gestão de multas, verificados e relatados pelos próprios participantes, a ABLA e a FENALOC também recolhem subsídios para auxiliar na elaboração das políticas de atuação do setor, o que permite priorizar os pontos de interesse e de urgência a serem defendidos junto às autoridades de trânsito.

Agenda dos Cursos ABLA sobre Multas DATA

DATA

CIDADE

Salvador

19/05

Ribeirão Preto

31/08

Maceió

08/06

São Paulo

02/09

Recife

09/06

Brasília

13/09

Porto Velho

14/07

Manaus

14/09

Rio de Janeiro

20/07

Florianópolis

21/09

Vitória

21/07

Porto Alegre

22/09

Fortaleza

02/08

Aracajú

05/10

Natal

03/08

Cuiabá

20/10

Boa Vista

10/08

Palmas

24/11

São Paulo

17/08

São Luis

01/12

CIDADE

ESTADO

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ESTADO


Capa

As infrações mais comuns

se o motorista repetir a infração em menos de 12 meses, o valor da multa dobra na segunda autuação, para até R$ 3.830,80. Ações de direção agressiva, como disputar corrida (artigo 173), promover competição ou participar de exibições de manobras (artigo 174), manobra perigosa, mediante arrancada brusca, derrapagem ou frenagem (artigo 175), agora são consideradas todas tão graves quanto dirigir alcoolizado, com multa de R$ 1.915,00. A sanção para quem fala ou utiliza telefone celular dirigindo subiu para R$ 293,47; enquanto quem não usar o cinto de segurança agora é penalizado com R$ 197,23.

Entre as infrações que mais tiveram reajuste de valores, boa parte delas está entre as mais comuns e habituais, como é o caso de ultrapassagens forçadas quando outro veículo vem em sentido oposto da via (artigo 191 do Código de Trânsito Brasileiro). Essa infração passou de R$ 191,54 para o valor máximo, além de suspensão da carteira de habilitação (CNH). No total, são 11 artigos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) alterados, entre eles ultrapassar em faixa contínua (artigo 203) ou pelo acostamento (artigo 202). Neste último caso, a infração foi de grave para gravíssima. Além disso,

Infração

Quanto era

Quanto ficou

Dirigir sem CNH R$ 53,20 R$ 88,38 Parar na calçada R$ 53,20 R$ 88,53 Usar o celular enquanto dirige R$ 85,13 R$ 293,47 Parar o veículo sobre a faixa de pedestres R$ 85,13 R$ 130,16 Excesso de velocidade R$ 85,13 (até 20%) R$ 130,16 (até 20%) R$ 127,69 (20% a 50%) R$ 196,23 (20% a 50%) Parar em vaga reservada a pessoa idosa ou com deficiência R$ 127,69 R$ 293,47 Estacionar em local/horário com proibição de parar e estacionar R$ 127,69 R$ 195,23 Não usar cinto de segurança R$ 127,69 R$ 195,23 Avançar sinal vermelho R$ 191,54 R$ 293,47 Dirigir com CNH vencida R$ 191,54 R$ 293,47 Fazer retorno em local proibido R$ 191,54 R$ 293,47 Levar menor de 10 anos no banco da frente R$ 191,54 R$ 293,47 Dirigir sob o efeito de álcool R$ 1.915,40 R$ 2.934,70

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Capa

Setor de locação precisa de soluções Na questão das multas de trânsito, há dois “mundos” diferentes tendo de seguir as mesmas regras. As pessoas físicas proprietárias de veículos de um lado e as empresas do outro. Quando se fala em proprietário pessoa física, trata-se geralmente de número reduzido de veículos, em nome de um mesmo proprietário. Além disso, nesse caso, habitualmente também são poucas as pessoas que dirigem os veículos, na maior parte das vezes em âmbito familiar. Já entre os setores relacionados com frotas, o de locação é o mais complexo. São empresas que têm grande quantidade de veículos circulando pelo país e, assim, se relacionando com uma

infinidade de órgãos municipais, estaduais e rodoviários. E, ainda, com um número indeterminado de motoristas conduzindo seus veículos. Por isso, no que se refere às multas de trânsito, a locadora fica apenas no vértice da relação entre órgão de trânsito e o locatário. Não foi a locadora quem colocou a fiscalização eletrônica ou os agentes de trânsito nas ruas, tampouco é quem desobedece regras de trânsito nos casos de infrações cometidas por motoristas. Nas palavras de empresários, dirigentes e líderes do setor, as locadoras precisam de soluções urgentes para essa questão. Acompanhe.

Fizemos uma reunião com diretores regionais da ABLA para ouvir as principais dificuldades das empresas do setor em cada estado. Não foi surpresa que a gestão das multas de trânsito, incluindo a responsabilidade atribuída às locadoras pela cobrança, os meios para recorrer e a inadimplência referente a esse tema terem dominado as atenções. Nildo Pedrosa, Pernambuco

O tema das multas de trânsito é sem dúvida importante para as locadoras e os novos valores aplicados já a partir de novembro terão grande impacto. As informações e orientações a respeito devem ser compartilhadas com os colaboradores de cada empresa e também com os clientes, o que é importante para a conscientização de todos. Marconi Dutra, Bahia

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Capa

Nosso estado é turístico e é destino de muitos estrangeiros. Isso faz com que a questão da cobrança de multas ganhe dimensão ainda maior. A recessão é um fator de dificuldade nacional para o setor, mas a gestão e cobrança das infrações de trânsito traz preocupação tão séria quanto esse momento de crise econômica. João Bosco, Rio Grande do Norte

O problema é que determinadas autoridades de trânsito do País, do âmbito federal, estadual ou municipal, enxergam as multas de trânsito menos como um instrumento educativo e mais como fonte de arrecadação. Não é novidade que hoje, inclusive, as infrações ao volante frequentem os orçamentos de “receita” de muitos governos. Otávio Meira Lins, Sergipe

Acho importante tentarmos minimizar os problemas que surgem da relação entre locatários, locadoras e órgãos de trânsito em relação às multas de trânsito. O nosso setor sempre esteve aberto para interagir com os órgãos de trânsito para que eles cada vez mais conheçam a realidade e as peculiaridades do aluguel de veículos. Luís Olavo Nezello, Paraíba

A questão é tão séria que o Sindloc – BA pretende elaborar um pequeno manual sobre casos específicos de multas de trânsito que são passíveis de anulação, devido a falhas dos órgãos de trânsito no decorrer do processo de notificação, identificação do condutor, cobrança ou pontuação. Rogéria Alencar, Bahia

Atualmente as locadoras são obrigadas a arcar com os altos custos de montar verdadeiros departamentos internos somente para a gestão de infrações e de cobrança de multas cometidas pelos locatários. É uma distorção imposta pelo sistema, pois nosso negócio não é administração de infrações, mas sim alugar veículos. Lusirlei Albertini, Alagoas

Nos encontros com as locadoras do nosso estado, a questão das multas sempre acaba aparecendo nas conversas, o que mostra o quanto esse tema hoje causa impacto no aluguel diário de veículos. Toda divulgação sobre o quanto isso prejudica a sobrevivência das nossas empresas é muito importante. Romero Rosa, Maranhão

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CETIP

MAIS PRESENTE DO QUE VOCÊ IMAGINA

A Cetip cria soluções inovadoras e eficientes para todas as etapas do ciclo de crédito veicular e imobiliário. Beneficia as instituições financeiras, administradoras de consórcio, revendas e compradores. É ela quem opera o Sistema Nacional de Gravames (SNG). As soluções da Cetip colaboram para tornar a concessão de crédito ainda mais ágil e segura. www.cetip.com.br/financiamentos.


Mercado

Locação é um compartilhamento de carros por excelência

A LOCAÇÃO DE AUTOMÓVEIS é um modelo de negócios ainda inexplorado como solução para a mobilidade. Essa é a opinião de especialistas e dirigentes do setor ouvidos pela revista Locação, ao tentarmos dimensionar o quanto as novas tecnologias estão sendo incorporadas ao transporte urbano. O advogado Adriano Castro acredita que as novas plataformas e a locação de veículos são soluções complementares de mobilidade, as quais tendem a reduzir a demanda pela propriedade individual de veículos e, por consequência, reforçam-se mutuamente na expansão do mercado de locação. “É evidente que todo acréscimo na oferta de veículos para aluguel representa um potencial aumento da competição, o que pode sugerir uma ruptura nos negócios das locadoras de veículos. Entretanto, as plataformas colaborativas peer-to-peer atingem principalmente mercados ainda não integrados à indústria de locação”, explica ele. Para Adriano, locações corporativas, turísticas e substituição de veículos em oficina exigem atendimento, padronização operacional e

níveis de manutenção elevados. “Esse tipo de serviço em alto nível de exigência não pode ser realizado por amadores que se aventuram na oferta de seus veículos pessoais para aluguel”, lembra o advogado. Para o diretor comercial da ABLA, Jorge Pontual, as locadoras possuem amplas condições de se tornarem uma ferramenta para a população ter uma opção valiosa para a mobilidade urbana. Para se fortalecer nessa “briga” com os aplicativos, o esforço do setor como um todo – e também de cada empresa locadora individualmente – tem de passar pela questão da capacitação, da qualificação de profissionais. É preciso também repensar formas de gestão e cobrança de tarifas, aprimorar a agilidade no atendimento, a conveniência, e buscar novos diferenciais a serem agregados na locação de um veículo. “Estimular e implantar novidades que possam colaborar para a eficácia e a eficiência do aluguel será importante como antídoto e vão contribuir, em muito, para desmistificar a ideia de que alugar um carro é pesado para o bolso”, complementa Marconi Dutra, conselheiro gestor da ABLA.

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Mercado

Aliada da mobilidade Por que carros alugados por verdadeiras locadoras e mobilidade urbana têm tudo a ver? Simples: ambos são conceitos modernos e complementares. Estão alinhados com uma proposta inovadora de se enxergar as cidades como um espaço de convívio em que o coletivo deve ser valorizado, e onde as propostas de transporte que privilegiem esse compartilhamento estruturado de soluções são sempre bem-vindas. “Um conceito complementar e tão moderno quanto as principais propostas de mobilidade é a cultura de se pagar pelo serviço, e não pela posse do veículo”, explica o presidente do Conselho Nacional da ABLA, Paulo Nemer. “É com base nessa visão que se pode estimular o uso do automóvel alugado, sempre que necessário, como um compartilhamento natural e que está totalmente disponível no mercado”, defende ele. Por outro lado, os aplicativos de compartilhamento de automóveis de pessoas físicas

O automóvel alugado é um compartilhamento natural, estruturado e disponível no mercado

são ferramentas voltadas para o “varejo”, e não para o mercado de tercerização de frotas. Paulo Nemer lembra que as empresas públicas ou privadas, sejam estas multinacionais ou de pequeno porte, alugam frotas inteiras. “Há um imenso espaço de crescimento para as locadoras no aluguel de frotas corporativas.” Este mercado potencial no Brasil é de aproximadamente 20 vezes o tamanho atual, e somente as locadoras têm condições de atender a essa demanda.

Riscos de todos os lados Uma análise rápida das implicações de se utilizar o compartilhamento de automóveis disponibilizado por aplicativos indica vários riscos. As pessoas físicas que atuam como se fossem locadoras de veículos têm responsabilidades sobre sinistros e danos a terceiros que eventualmente ocorram durante a “prestação do serviço”. “É necessário esclarecer a população sobre esses riscos, que afetam diretamente o consumidor dos serviços”, defende Paulo Miguel Jr., conselheiro gestor da ABLA. Saulo Froes, também conselheiro gestor da ABLA, concorda com ele. “Alertar a opinião pública é vital para que as consequências de um serviço dessa natureza sejam conhecidas”, afirma.

Com grande experiência no acompanhamento da indústria de locação de veículos, o advogado Adriano de Castro acredita que há várias questões jurídicas relevantes à atividade que não foram consideradas na modelagem econômica e tecnológica das novas plataformas. Ele cita a responsabilidade civil em acidentes de trânsito, a ausência de seguros específicos e adequados aos riscos do segmento, os ressarcimentos por avarias nos veículos durante a locação, o risco de apropriação indébita e estelionato, o furto de componentes veiculares pelos locatários, a ausência de procedimento estruturado na gestão de multas de trânsito e a presumível falta de consideração aspectos tributários relacionados à incidência do imposto de renda.

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Mercado

Tecnologia também impacta a atividade de locação A atividade de locação de automóveis tem sido marcada nos últimos anos por grandes avanços baseados na adoção de novas tecnologias. Julian Gritsch, diretor da empresa EuroIT, acredita que essa evolução é natural, uma vez que, hoje, praticamente tudo está sujeito à comunicação virtual. “Essa comunicação deve ser simples, fácil e rápida. Ela afeta todo tipo de negócio, e os gestores precisam incorporá-la para proporcionar ao cliente as informações que ele necessita”, diz ele. Julian recomenda que as locadoras adotem sistemas que facilitem a comunicação com seus clientes pessoa física, tornando possíveis o envio simples e rápido de informações essenciais, Julian Gritsch: como os documentos necessários para tecnologia é aliada da comunicação a locação, contratos, faturas e recibos. O mesmo é válido para os clientes pessoa jurídica (terceirização). Para o especialista, a transparência reservas ou mesmo um aplicativo para a lono tratamento das informações entre emprecadora, tudo isto irá gerar uma mudança na sas e clientes é facilmente identificada e comvisão da empresa perante o mercado e seus preendida. “Isso cria uma segurança maior clientes”, esclarece. no processo de locação”, defende Julian. A Julian prossegue dizendo que “ainda existecnologia pode permitir, por exemplo, que tem locadoras que não possuem sequer um o cliente seja avisado do vencimento de sua website”. Porém, segundo ele, isso está muCNH ou de seu cartão de crédito durante o pedando. Hoje, as ferramentas de reserva onliríodo de locação, entre outras peculiaridades ne acopladas ao site e os aplicativos de celue facilidades. Rapidez e segurança na comular são a “onda atual”. nicação durante o processo de locação geram O diretor da EuroIT finaliza: “Todo o inempatia entre a marca o cliente, e acabam se vestimento em informações é muito válitornando um diferencial. do. Infelizmente, muitos empresários não E esse diferencial está ao alcance de todos? querem gastar tempo nem dinheiro com Para Julian, o investimento em tecnologia deisso. E tempo também é um investimento. pende do posicionamento que a locadora Os sistemas possuem as informações que pretende ter perante o mercado. “Claro que necessitamos, porém elas precisam ser trao investimento em tecnologia sempre existe. balhadas e ´garimpadas´. Nessas horas, o Porém, para estimar o retorno que isso pode suporte de um bom fornecedor de tecnolotrazer é preciso avaliar o que a empresa degia é essencial.” seja. Desde um novo website, um sistema de

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Governança Corporativa

Novo Código de Ética e Conduta ESTÁ EM FASE final de Para tornar o Código “O alinhamento de conduta ainda mais completo, Siconclusão mais um importante instrumento de mone Pino conta que foe de práticas éticas é apoio às locadoras assoram incluídos itens sobre ciadas, a ser proporcioconflitos de interesses, um grande benefício para nado gratuitamente pela registros contábeis, doaas locadoras associadas” ABLA em benefício da lições e aspectos para provre iniciativa, da concorteger as empresas da corrência leal e do aperfeirupção, entre outros. çoamento das condições de trabalho no setor. O novo Código deverá ser implantado já a Trata-se do novo código de ética e conduta da partir de janeiro de 2017 e também será apreassociação, que será disponibilizado para tosentado a cada novo associado no momento das as locadoras associadas. da admissão. “Dessa forma, a empresa que Simone Pino, conselheira gestora e responsáestiver ingressando na ABLA poderá assumir vel pela área de aperfeiçoamento dos Estatutos o compromisso de cumprir as diretrizes proda ABLA, diz que se tornou imprescindível a atupostas já no momento de admissão”, complealização do atual código de ética da associação. menta Simone Pino. “Nos últimos anos, houve uma rápida evolução As disposições também se aplicarão a das condições econômicas, sociais, políticas e todos os integrantes do Conselho Nacional, culturais da sociedade brasileira”, afirma. “A adeGestor, Fiscal e Consultivo da ABLA, assim quação do nosso código a esse novo momento como para as Diretorias Regionais, ABLA do Brasil e do mundo se tornou essencial”. Jovem, fornecedores, funcionários e prestaPara Simone, o momento é de amplo reordores de serviços que mantenham relacionadenamento das organizações empresariais, inmento com a associação. clusive no setor de locação de veículos, “e isso faz com que as normas de conduta ganhem ainda mais relevância para as empresas e para o desenvolvimento sustentável do nosso setor”, acrescenta. O trabalho também atende a uma exigência do Estatuto Social, que estabelece a necessidade de existência de um Código de Conduta a ser observado e seguido por todas as locadoras associadas. “Os pilares de sustentação da ABLA são exatamente os associados”, diz Simone. “Por isso o alinhamento de condutas e de práticas éticas é um grande benefício para nortear e ser a referência para decisões que surgem no cotidiano das empresas”. As normas morais, éticas, comportamentais e técnicas são fatores diretamente ligados à reputação das locadoras de veículos. Nesse sentido, no novo código haverá orientações para Simone Pino, o relacionamento das empresas com a própria conselheira gestora da ABLA ABLA, com o mercado, com fornecedores, imprensa e até com o governo.

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Qualificação

SEST e SENAT + ABLA

em nova sequência de cursos de formação

Santa Catarina e Sergipe foram os locais das primeiras iniciativas em 2016 desta parceria, que seguirá em 2017 disponibilizando cursos gratuitos aos associados

Os cursos da parceria acontecem nas sedes locais do SEST/SENAT

A PARCERIA ENTRE A ABLA, o Serviço Social do Transporte (SEST) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT) resultou em uma agenda de cursos com nove edições no segundo semestre de 2016, atingindo o Brasil do Maranhão até o Sul do país. Com foco em empresários e profissionais das locadoras associadas, os cursos de capacitação abarcam três temas principais, selecionados entre os assuntos mais atuais e presentes no cotidiano das locadoras. São eles “Gestão de Pessoas”, “Gestão de Frotas” e “Atendimento

Eficaz ao Cliente”, cada um com dois dias completos de palestras e aulas. Para facilitar a adesão, este ano a ABLA e o SEST/SENAT concentraram o conteúdo anteriormente previsto para quatro datas em apenas dois dias, totalizando 16 horas/aula. “Dessa forma, os inscritos podem participar sem terem de se ausentar por muitos dias seguidos da locadora”, diz Carlos Faustino, conselheiro gestor da ABLA e padrinho da área de Capacitação do Planejamento Estratégico da associação.

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Qualificação

Alagoas

5 e 6 de outubro - Curso de Atendimento ao Cliente

Bahia

4 e 5 de outubro - Curso de Atendimento ao Cliente/ 23 e 24 de novembro - Curso de Gestão de Pessoas

Maranhão

19 e 20 de outubro - Curso de Atendimento ao Cliente

Sergipe

28 e 29 de setembro - Curso de Atendimento ao Cliente

Espírito Santo

20 e 21 de setembro - Curso de Atendimento ao Cliente

Minas Gerais

18 e 19 de outubro - Curso de Gestão de Frotas

Rio de Janeiro

13 e 14 de setembro - Curso de Atendimento ao Cliente

Santa Catarina 13 e 14 de setembro - Curso de Gestão de Pessoas

para a consolidação de um A formação continuada “O modelo dos cursos foi relacionamento a longo praé essencial para a atualizo e a consequente fidelizazação de locadoras e equiaperfeiçoado, permitindo que ção dos clientes. pes, especialmente em Outras 25 locadoras de momentos de instabilidaAlagoas foram capacitade dos mercados. Uma em 16 horas/aula os inscritos das em outubro de 2016, boa Gestão de Frotas, por na capital, Maceió. A ativiexemplo, permite localiobtenham a qualificação” dade teve como foco a geszar pontos fortes e fracos tão de pessoas no mundo na empresa. Ela utiliza a contemporâneo; as novas tecnologia para observar demandas do setor e as exigências do cliente onde há desperdícios e onde existem melhoem um mercado competitivo; e a importância res rendimentos, em uma análise que é fundada liderança como propulsora de negócios, mental para o sucesso do negócio. tópico que vem sendo cada vez mais discutiOutro ponto de destaque dado a este curso, do entre gestores, a partir de estudos sobre o especificamente, é a importância da manutenaumento de receita e negócios em função do ção da frota e a responsabilidade ambiental nível de entrosamento das equipes. ao lidar com resíduos e materiais descartados De forma mais ampla, a formação em Gespelo setor, cuidados que têm de ser compartitão de Pessoas aborda estratégias de comunilhado entre todos. cação empresarial e a importância da realizaInauguração da Agenda 2016 ção de avaliações periódicas de desempenho. No mês de setembro, a parceria ABLA e O último curso de 2016 aconteceu nos dias SEST/SENAT resultou em um curso ministrado 23 e 24 de novembro, na Bahia, também sobre nos dias 13 e 14, no Rio de Janeiro, tendo como o tema Gestão de Pessoas. tema geral Atendimento ao Cliente. No total, 25 Todos os cursos aconteceram das 8h30 às associados participaram e ouviram sobre a im17h30, nas sedes locais do SEST/SENAT. Para portância de se prestar um bom serviço ao pú2017, já foram iniciados os entendimentos para blico, sobre o papel de uma comunicação eficaz uma nova programação de cursos da parceria.

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Cenário

O que esperar de

2017?

OTIMISMO, mas com pés no chão. Essa é expectativa de negócios para as locadoras em 2017, com base nas análises que empresários do setor automotivo e especialistas em política e macroeconomia fizeram ao longo de seminários e palestras nos últimos meses, todos eles com a participação da ABLA. “As informações colhidas indicam que é necessário um planejamento financeiro conservador, visando proteção de caixa e rentabilidade”, avalia o diretor comercial da associação, Jorge Pontual. O denominador comum é a impossibilidade de previsões utilizando experiências passadas, uma vez que esta crise é singular

na história: o Brasil está há três anos em recessão, e ainda temos quase 7% de inflação, que não vem da demanda, e sim dos juros altos e da desconfiança. O ajuste fiscal necessário será enorme e a certeza é que 2016 terminará com retração de até 3,5% do PIB. Porém, se tudo der certo, para o próximo ano projeta-se crescimento entre 0,5% e 1,2%, embora qualquer projeção neste momento ainda não tenha o grau de confiança necessário. Nas próximas páginas, com a colaboração da Diretoria Comercial da ABLA, a revista Locação traz um resumo dessas perspectivas para o próximo ano.

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Cenário

Jorge Pontual, diretor comercial da ABLA

MERCADO AUTOMOTIVO

.

público para o preço negociado (transaction price) continua alta, superior a 5%. O foco nas diferentes modalidades de vendas continua se alternando (vendas diretas e varejo) de acordo com a política de cada montadora. Infelizmente, os compradores de automóveis no Brasil ainda não têm a cultura de verificar o TCO (Total Cost Ownership, Custo Total de Propriedade) antes de suas aquisições. Este item é tão importante nos mercados mais desenvolvidos, que nos EUA a informação sobre o TCO de cada carro passou a ser obrigatoriamente passada para os consumidores, colada no vidro lateral já ao sair de fábrica.

Marcas e Modelos O mercado interno segue mudando: o brasileiro está exigindo mais do que “carros pelados” e estes estão perdendo participação (ar condicionado e direção hidráulica já são imprescindíveis), enquanto utilitários esportivos urbanos (SUV) e novos conceitos de pick-ups continuam crescendo. O público que mais troca de carro no momento é o de maior poder aquisitivo (faixa de preços de R$ 70 mil a R$ 100 mil), e por isso as montadoras estão concentrando esforços nos lançamentos de maior valor agregado. As “Big Four” (VW, GM, Fiat e Ford) continuam com sua predominância ameaçada no mercado brasileiro. Hoje, o quadro de atratividade dos concorrentes dessas empresas tem sido crescente.

. .

.

. Com a melhora do mercado interno no início Exportações e Mercado Interno

desse século, as montadoras aqui instaladas concentraram-se no Brasil, ‘esquecendo-se’ de que o mercado é cíclico. Em 2016 se viram obrigadas a voltar atenções para as exportações: em relação à produção brasileira, teremos esse ano um aumento em torno de 20% nas exportações em relação a 2015. As montadoras precisam buscar novos mercados dentro do Brasil. Precisam entender que atacar o Sudeste é mais fácil, porém é mais fácil também para os concorrentes. Há imensas áreas para prospecção. Basta verificar os “Mapas de Calor” para notar que há muitas oportunidades para diversos modelos em vários lugares do Brasil.

. Há muitas incertezas em relação à execução Política Comercial

dos planos de investimento das montadoras, pois ainda teremos uma fase longa de ajustes na produção que utilizará a capacidade instalada, hoje bastante ociosa. Isso também contribui para que o ritmo de retomada de investimentos seja mais lento se comparado com recuperações anteriores. Os descontos para veículos e comerciais leves fornecidos pelas montadoras caíram em 2016, pois houve adequação do volume de produção de estoque. Porém, a diferença do preço

.

.

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Cenário

POLÍTICA E MACROECONOMIA JUROS E CRÉDITO

OPERAÇÃO LAVA JATO

. As taxas elevadas continuarão pres-

. Temos dois fatores dificultando a reto-

sionando a decisão de investir em pro-

mada econômica, ambas derivadas da

dução. A taxa SELIC tende a permanecer

Operação Lava Jato: praticamente todas

em 14% neste último trimestre, com sina-

as empresas de grande porte com capa-

lização de queda para algo em torno de

cidade para tocar grandes obras no Brasil

11,6% em 2017. O IPCA deste ano deverá

estão impedidas e há o risco político para

ser em torno de 7,25% e para o fim do

o governo Temer do eventual surgimento

ano que vem, em torno de 5,00%. O dó-

de fatos novos que atinjam a cúpula do

lar deverá terminar 2016 na casa dos R$

governo (Odebrecht).

3,40 a R$ 3,50, tendo para o fim de 2017 a

. Por outro lado, o BNDES criou nova previsão de R$ 3,60.

linha de crédito de R$ 5 bi para ajudar empresas saudáveis na compra integral

EMPREGOS E

ou parcial de empresas que estão em re-

PRODUTIVIDADE

cuperação judicial, com objetivo básico

. A intensidade da crise causou a perda

de manter a atividade produtiva e os em-

. A Saint-Gobain, por exemplo, já compregos associados.

de mais de 10 milhões de empregos e retração superior a 7% do PIB nos últimos

prou quatro empresas neste ano e há

24 meses. A retomada deverá ser lenta,

segmentos de mercado indicando que

pois os investimentos privados só deverão

. O endividamento externo do setor priocorrerão outras aquisições.

retornar a partir de alguma estabilidade política e econômica (o que ainda levará

vado dobrou desde 2008, passando de

alguns meses). Ligado a isso, temos que

US$ 136 bilhões para US$ 273 bilhões.

considerar que houve uma queda signifi-

Essa expansão foi derivada de um exces-

. As grandes corporações estão ‘senta-

so de otimismo com o mercado interno,

das’ sobre centenas de bilhões de dólares,

ros externos. A partir do segundo semes-

mas é um delírio acreditar que farão in-

tre de 2014, com a forte queda do preço

vestimentos se não houver previsibilidade

internacional das commodities, desenca-

e estabilidade política. O governo Temer

deou-se um robusto movimento de corte

necessita urgentemente apresentar resul-

de investimentos.

cativa no valor médio dos salários.

valorização cambial e baixas taxas de ju-

tados no ajuste fiscal e em suas ações para

• É de suma importância que o gover-

a recuperação da economia. Além disso, a

no consiga alguma estabilidade para que

atual trajetória de revalorização da taxa de

haja uma queda expressiva da taxa de

câmbio retira competitividade da produ-

juros, condições si ne qua non para que

ção nacional.

tenhamos uma perspectiva mais positiva para investimentos em 2017 e 2018.

40


Cenário

REFORMAS E AJUSTES

AMBIENTE EXTERNO

. Lá fora ficou claro que a presidente Dilma caiu porque perdeu sua base de apoio par-

. Temos

lamentar e, em consequência, a capacidade

abaixo da média, problemas deriva-

de governar. Dessa forma, mesmo seguin-

dos da crise de imigração no Mediter-

do procedimentos constitucionais, o pro-

râneo, provável alta de juros nos EUA

. Aqui, a consolidação do impeachment

e o “Estado Islâmico” (EI) com os atos

foi um ingrediente necessário, mas não su-

da crescente insegurança econômica

ficiente para a retomada dos investimentos.

gerada por estes e outros fatores é o

Começa agora a fase mais difícil de Temer. O

apelo de mensagens populistas, que

governo necessita implantar com urgência

propõem

medidas que estejam no caminho da aus-

(protecionistas) e restrições à imigra-

teridade fiscal e das metas de superávit e

ção. Exemplos claros são a votação do

. Para este ano será imprescindível que

Brexit, que levará o Reino Unido a sair

cesso arranhou a imagem externa do Brasil.

a China com crescimento

terroristas. Uma das consequências

levar adiante as concessões e privatizações.

políticas

antiglobalização

do Mercado Comum Europeu, os dis-

Temer mostre sua influência política so-

cursos de Donald Trump, a popularida-

bre o Senado Nacional com a aprovação

de de partidos nacionalistas (na França

da PEC que limita o crescimento da des-

e Áustria, por exemplo) e a histeria ge-

pesa primária da União à inflação do ano anterior. Tudo caminha nesta direção, mas

. O Brasil necessita melhorar em re-

a situação de Renan Calheiros ainda pode

lação ao desenvolvimento de acordos

. Caso a PEC 241 seja realmente aprova-

comerciais com os grandes países do

da, necessitaremos estar atentos para a

Europeia, porque os EUA deverão pro-

possibilidade de o governo ter a falsa im-

teger ainda mais seus mercados no

pressão que já fez o suficiente e não se empenhar em também aprovar uma profunda

. A Argentina deverá ter uma reto-

e necessária reforma da previdência, bem

mada econômica mais vigorosa que a

como avançar firmemente na direção das

do Brasil em 2017, o que poderá me-

urgentes e fundamentais reformas traba-

lhorar um pouco a venda de automó-

. Temer necessita deixar claro quais são

veis daquele país.

neralizada anti-China.

gerar problemas.

mundo, principalmente com a União

curto prazo.

lhista e tributária.

as prioridades em relação ao controle de gastos públicos e política econômica responsável. É necessário que o governo passe a mensagem que somos um país sério, com as contas em ordem e que podemos cumprir compromissos. O Brasil depende muito de acertos, na política e na economia.

41


Cenário

SOLUÇÕES E RETOMADA DA CONFIANÇA MERCADO AUTOMOTIVO

.

Marcas e Modelos O mercado interno segue mudando com compactos de entrada, pois o brasileiro está exigindo mais do que “carros pelados”. Estes estão perdendo participação, enquanto utilitários esportivos urbanos (SUV) e novos conceitos de pick-ups crescem. O público que mais troca de carro no momento é o de maior poder aquisitivo (faixa de preços de R$ 70 mil a R$ 100 mil); por isso, as montadoras estão concentrando esforços nos lançamentos de maior valor agregado. VW, GM, Fiat e Ford continuam com acirrada concorrência, que ameaça a predominância das “Big Four” no mercado brasileiro.

.

. Há muitas incertezas em relação à execução Política Comercial

dos planos de investimento. Ainda teremos uma fase longa de ajustes na produção, utilizando a capacidade instalada. Isso também contribui para que o ritmo deFimretomada de tarde com de trânsito intenso em São Paulo: economia precisa voltar a “girar” investimentos seja mais lento, se comparado com recuperações anteriores. O setor de pesados está em situação mais difícil, por ter investido muito na expansão de capacidade, que agora opera com dramática qualificação de profissionais, possibilitando a ConformeExistem informações publicadas pelaparaReociosidade. muitos caminhões busca por geração de receitas. As exportações vista Auto Data, importantes players da indúsdos, situação derivada do estímulo para comdo Brasil aumentaram este ano não porque fitria gerada automobilística têm as seguintes pra pelos financiamentos do previsões BNDES a camos mais competitivos, mas sim por causa para baixos, os próximos anos:anteriores Alarico Asjuros ocorridacinco nos anos ao do câmbio. Temos que mudar esta realidade. sumpção Júnior, presidente da FENABRAVE: auge da crise. três milhões de automóveis e 100 mil camiOs mais otimistas dizem que há uma “denhões para 2018 (20% abaixo do recorde de saceleração da queda” e o cenário da eco2012); Barry Engle, presidente da GM para nomia “parou de piorar”. Levantamento feito América do Sul: 2,4 milhões de automóveis pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra para 2017 e em cinco anos chegaremos a 3,4 mique sete dos principais setores da economia lhões; Dan Ioschpe, presidente do SINDIPEÇAS: esboçam recuperação, como alta de 2,4% em alta de 3% em 2017 sobre as vendas de 2016, têxteis e calçados e de 1,3% no setor químiseguida de 5% em 2018, 4% em 2019 e 3% nos co. Outros setores tiveram crescimento zero, dois anos seguintes; Letícia Costa, da Prada como construção e metalurgia, o que indica Consultoria, prevê crescimento de um dígito que estas atividades deixaram de se contrair. de 2018 em diante, mas para 2017 ela crê em crescimento abaixo de 5%. Pelas estimativas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), os investimentos Temos que “resignificar”, mudar o foco do na indústria aumentaram 0,38% na passagem que representa o aumento de produtividade. É do primeiro para o segundo trimestre. O conurgente pensarmos nossas empresas de forma sumo de máquinas e equipamentos registrou diferente, com investimentos em tecnologia e

.

.

.

.

.

42


Cenário

acredita que o desenrolar desses IPOs tenha potencial para movimentar mais de US$ 10 bilhões em 2017.

elevação de 11,72%, o que mostra que os empresários estão aos poucos investindo.

. Já no terceiro trimestre, o Indicador de In-

. Se tudo der certo, as receitas com conces-

tenção de Investimentos subiu 7,9 pontos. Com isso, o índice atingiu 90,4 pontos, o maior valor desde o terceiro trimestre de 2015.

sões e o programa de privatização do governo federal deverão contribuir com algo em torno de R$ 30 bilhões para as contas públicas em 2017, o que reduz o tamanho do Estado e diminui as possibilidades de aumento de impostos.

. Tanto o nível de endividamento como de

comprometimento da renda dos consumidores com dívidas vem mantendo-se em trajetória descendente, o que poderá levar a redução da inadimplência no médio prazo.

. Não podemos depender do crescimento dos

mercados em que já atuamos e devemos buscar novas alternativas para venda de produtos e serviços. Buscar entender melhor nossos clientes (há locadoras que sequer perguntam aos clientes sua avaliação do carro locado e/ou do serviço prestado).

. Há empresas estrangeiras que estão mais

otimistas em relação ao Brasil e já se preparam para o momento da retomada da atividade econômica. As áreas de maior interesse dos estrangeiros no Brasil são energia, saneamento básico, farmacêuticas, seguros e softwares.

. Discutir questões como “O que podemos fazer

. Ao menos 20 companhias estariam com os

melhor do que fazemos hoje”, “O que poderemos oferecer ao mercado que ainda não oferecemos” ou “Em quais mercados ainda não atuamos, mas temos oportunidades” poderão gerar divisores de águas para nossas empresas.

preparativos em ritmo avançado para efetivar aberturas de capital com ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês). O mercado

Incertezas afetam os investimentos das montadoras

43


Cenário

INSTABILIDADE ATINGE S TAMBÉM AS REVENDEDORAS A despeito da crise, o mercado de locação conseguiu manter um bom nível de compras em 2016, avaliam as concessionárias que trabalham com vendas diretas. Este ano, a revendedora Audi Sorana, em São Paulo, voltou a apostar em vendas diretas, e o resultado foi bastante satisfatório. “Em 2015, alcançamos quase 50% de todas as vendas corporativas da marca no Brasil. As estratégias voltadas para ações feitas diretamente com o mercado corporativo foram ainda mais intensas esse ano, e estamos certos de que fecharemos líderes em 2016 também”, avalia Gabriela Mateus, gerente de vendas corporativas da Sorana. Na sua opinião, a economia aos poucos vem dando pequenos sinais de melhoria, mas o momento não é de acomodação. “É preciso inovar a todo momento para não ficarmos para trás”, acredita ela. Para continuar crescendo, a Audi Sorana busca alternativas digitais para atingir o mercado de locação. “Há um grande potencial, se considerarmos que muitas locadoras ainda não aderiram ao fato de que investir no segmento premium é vantajoso. Percebemos que ainda há um receio muito grande em virtude de o investimento inicial ser acima da média, porém o retorno é muito positivo, além do atingir um usuário com perfil diferenciado, mais cuidadoso com automóvel. Em resumo, a locadora consegue aumentar seu tíquete médio, o que é uma grande vantagem”, explica Gabriela. Igor Santiago, da Valec Renault, no interior de São Paulo, também assegura que o mercado de locadoras será prioridade em 2017. A concessionária deve continuar investindo em eventos dedicados ao segmento, que este ano deve ser responsável por 12% das vendas totais da empresa. “Em 2017, a expectativa, pelo menos a curto prazo, é de um ajuste com crescimento comedido. Mas, para médio e longo prazo, teremos uma reestruturação em vários setores, o que vai gerar um crescimento mais consistente”, completa. Alexandre Adami, gerente de Vendas Diretas da Ford Mix, com sede na Grande São Paulo, diz que as vendas ficaram estáveis em relação a 2015, com exceção de alguns modelos e lançamentos que estiveram acima da média de mercado. “A comercialização de veículos novos em

Equipe da Audi Sorana: bom retorno com o mercado de locação

geral caiu, mas foi compensada por um ligeiro aumento das vendas de seminovos. Podemos estimar uma queda de 20% entre os novos e um aumento de 15% entre os seminovos”, avalia ele. Com relação às vendas diretas, Alexandre afirma que elas diminuíram bastante em 2016, entre todas as marcas. Este segmento – composto não só por locadoras, mas também por empresas com frota própria, taxistas e outras vendas com isenção – foi altamente afetado pela crise, na opinião do gerente. Mas ele ressalta: “A representatividade do mercado de vendas diretas como um todo já havia atingido um patamar mais alto em 2015, e as locadoras ainda representam um grande volume das vendas”, analisa Alexandre. Ele acredita que o realinhamento da produção das montadoras e a necessidade de se adequar a uma nova realidade no varejo acabaram afetando também o mercado de vendas diretas. “Modelos que fazem sucesso se tornam prioridade para compensar a queda das vendas no varejo. Além disso, a maioria das montadoras recorreu a paradas e férias coletivas para readequar a produção. O resultado é que o fornecimento de automóveis para a indústria da locação acabou sendo afetado, na esteira desse ajuste. Alexandre lembra ainda que a instabilidade do mercado fez com que grandes empresas prolongassem o período de ”vida útil” de suas frotas, o que também afetou o resultado das vendas diretas. Para 2017, ele espera um cenário melhor, com maior confiança na recuperação da economia. “Já detectamos um aumento no número de consultas, o que é sinal de retomada”, completa Alexandre.

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Entrevista

Caminho sem volta Gerente nacional de Vendas Diretas da Nissan garante: a marca já está pronta para ter uma maior participação na frota das locadoras

Alexander Ferguson, Gerente Nacional de Vendas Diretas da Nissan

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Entrevista

Há mais de 20 anos atuando en-

de vendas de uma locadora.

tre o mercado corporativo, Ale-

Na Nissan desde 2014, ele acre-

xander Ferguson, gerente nacio-

dita em bons resultados no rela-

nal de Vendas Diretas da Nissan,

cionamento da montadora com

é um profissional reconhecido no

as empresas que atuam no setor

mercado de locação. Ele tem a

e uma consequente expansão da

locação no DNA, afinal já tra-

presença da marca Nissan entre

balhou também como gerente

as locadoras de automóveis. Alexander Ferguson: Atualmente comercializamos os seguintes modelos: o March (1.0L e 1.6L), Versa (1.0L e 1.6L), Sentra (2.0L), Frontier Diesel 4x4 e o lançamento da Nissan, o Kicks SL. Temos resultados muito positivos com todos esses produtos. Estamos recebendo excelentes retornos de nossos clientes.

REVISTA LOCAÇÃO: Alex, qual a sua experiência com o setor de locação? Alexander Ferguson: Trabalho com vendas corporativas há mais de 20 anos. Conto também com cinco anos de experiência como gerente de vendas de uma locadora. LOCAÇÃO: Quais são os seus desafios na Nissan? Alexander Ferguson: Cheguei à Nissan há dois anos. Nosso maior desafio foi a restruturação da equipe, a implementação do PDI e a introdução da marca aos grandes clientes. O maior desafio no momento é expandir a frota Nissan no mercado, que está cada vez mais competitivo.

LOCAÇÃO: Como foi o comportamento das vendas para as locadoras este ano? Alexander Ferguson: Fazendo um comparativo do acumulado de janeiro a agosto de 2015 versus 2016, nossas vendas para o segmento cresceram aproximadamente 22%. Consideramos esse número expressivo, uma vez que o mercado automotivo apresentou uma queda acentuada no mesmo período. Para 2017, nossa intenção é manter o crescimento na base de dois dígitos. Como disse, continuaremos apostando nas locadoras.

LOCAÇÃO: A Nissan tem se aproximado mais das locadoras nos últimos tempos? Alexander Ferguson: Sim, a Nissan se aproximou muito das locadoras nos últimos dois anos. Ao disponibilizarmos veículos para esse segmento, colocamos nossos produtos na rua e os clientes podem assim testar e atestar a qualidade e a tecnologia da linha Nissan. Ou seja, aumentamos o grau de familiaridade da marca. Continuaremos investindo em locadoras. É um caminho sem volta.

LOCAÇÃO: Em termos de novidades, o que a Nissan apresentou nos últimos meses? Alexander Ferguson: Em agosto lançamos o Kicks, que tem sido um grande sucesso. No Salão Internacional do Automóvel de São Paulo anunciamos outras novidades. E, claro, com elas, pretendemos continuar crescendo bastante em vendas diretas.

LOCAÇÃO: Quais são os produtos da linha Nissan para o segmento de locação?

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Regional

Um mercado com grande potencial Por Luís Fernando Miguel Diretor Regional da ABLA em São Paulo – Interior

A locação de automóveis no interior de São Paulo tem uma demanda diversificada em todos os polos

ASSIM COMO ACONTECE em outras regiões do país, a locação de automóveis no interior do estado de São Paulo é um negócio relativamente recente e com amplas possibilidades de desenvolvimento. O interior paulista é uma das regiões mais industrializadas e desenvolvidas no Brasil. Em Campinas, por exemplo, temos um dos principais aeroportos do Brasil. E há outros aeroportos comerciais em cidades importantes, como Bauru, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Marília e Presidente Prudente. Num estado como São Paulo, a presença de diferentes regiões com grande escala de atividade econômica

faz com que tenhamos vários municípios que merecem destaque para empreendedores. A locação de automóveis no interior de São Paulo tem uma demanda diversificada em todos os polos, seja por turismo de negócios, lazer, terceirizações, replacement, entre outros nichos. O mercado regional abriga locadoras de todos os portes, e a grande maioria, com exceção de grandes redes, se dedica mais ao mercado de terceirização e atendimento a empresas. Essa dedicação maior ao corporativo é algo natural, considerando que a região tem maior preponderância no segmento de negócios. Os períodos de férias

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Divulgação

Regional

Viracopos: interior de São Paulo possui vários aeroportos importantes

ainda se depara com um são os que apresentam “Há muitos benefícios em grande potencial de amamenores índices de produrecimento e as possicura por nossos serviços. uma locação de automóveis bilidades de crescimento Locadoras que operam são grandes, não somencom o rent a car sentem e aí residem as grandes te entre as empresas, maior baixa na demanda mas também entre toda a nesses períodos. oportunidades para população, que tem muiA atual retração afetou to a conhecer sobre os todos os negócios, não o nosso mercado” benefícios em alugar um somente o mercado de automóvel. locação. No que se refere Para ilustrar esse potencial, pensemos ao enorme mercado do turismo de negócios em uma cidade do interior onde o deslocae terceirização, as empresas reduziram suas mento é muito mais tranquilo do que em frotas; funcionários estão viajando menos e metrópoles com as deficiências nos transas pessoas usam menos os carros, o que importes públicos. Nessas localidades, deixar pacta no replacement e assim por diante. de investir num carro e alugá-lo quando for O mercado de locação ainda é muito jopreciso viajar é muito mais barato. vem. É comum termos clientes de primeira No Brasil, ainda temos muito forte o locação que não possuem o hábito de utiliconceito de posse. O brasileiro gosta de zar o serviço de aluguel de carros, ao lado carro, de tê-lo como propriedade. Mas, se de clientes mais experientes. fizer a conta, vai ver que a locação é muito As oportunidades estão em cada cidamais vantajosa. de e de todas as formas. Nosso mercado

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Brasil Viagem

Paraíba de ponta a ponta como o sertão. Na Paraíba, há uma grande variedade de opções de lazer e cultura, com atrativos diferenciados. Através do Programa de Regionalização do Turismo Roteiros do Brasil, a Paraíba passou a ser descoberta por meio de diversos roteiros sugeridos, envolvendo várias cidades”, afirma Luis Olavo Nesello, diretor regional da ABLA no estado. Luis Olavo explica as vantagens de se alugar um carro para conhecer a região: “As vias de acesso, em sua maioria, estão asfaltadas. As rodovias estaduais estão interligadas com as federais e o governo do estado iniciou um projeto de pavimentação que beneficiou o turismo. Sem falar na liberdade de criar o próprio roteiro de acordo com o gosto do turista ou de sua família.” Entre essas atrações que merecem ser conhecidas com um carro alugado estão desde cenários de cinema até algumas das praias mais bonitas do Brasil. A chamada “Roliúde Nordestina” fica no sertão paraibano. Mais original impossível. A 189 km da capital João Pessoa, o município de Cabaceiras se tornou atrativo aos olhos dos diretores de cinema. Uma das razões é o fato de esta ser a cidade brasileira com menor índice pluviométrico. Além disso, é impossível andar pelo lugar e não se sentir num filme. As casas e ruas ainda preservam características do século 18. Na entrada da cidade, um letreiro de 80 metros de comprimento por cinco de altura foi instalado, identificando que o viajante acaba de chegar à Roliúde Nordestina. O Auto da Compadecida, de Guel Arraes, foi filmado em Cabaceiras, em 2000, e trouxe para a cidade a fama que ela tem hoje. Até um museu cinematográfico foi criado para memória do que já foi gravado por lá. Próxima a Cabaceiras fica a região conhecida como Lagedo de Pai Mateus. É uma elevação rochosa no formato de um “prato de sopa” invertido, sobre a qual estão dispostos cerca de 100 imensos blocos arredondados de granito, formando uma das

Foto: Antonio David

QUEM PROCURA UM DESTINO diferente vai se surpreender com a Paraíba. Do sertão às praias, o estado reúne paisagens de tirar o fôlego. “A Paraíba vem se consolidando como um produto turístico em plena evolução. E atualmente, os turistas já podem conhecer o estado tanto pelo seu belo litoral, assim

Foto: Cácio Murilo

Cenário de cinema em Cabaceiras

Lagedo de Pai Mateus: paisagem inusitada no sertão

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Brasil Viagem paisagens mais inusitadas e belas do planeta. Seguindo adiante, a cerca de 400 quilômetros de João Pessoa, está o município de Sousa, ponto de partida para explorar o Vale dos Dinossauros, onde é possível ver pegadas de animais pré-históricos de 130 milhões de anos. A trilha mais procurada pelos turistas está no leito do Rio do Peixe. Lá os viajantes e estudiosos têm uma visão extraordinária do que é considerada uma das maiores

concentrações de pegadas de animais pré-históricos do mundo. Como se não bastassem todas essas atrações, o sertão paraibano ainda possui uma estância termal de águas medicinais. Esse paraíso fica localizado no município de São João do Rio do Peixe, a 480 km de João Pessoa. Luis Olavo, da ABLA, aconselha: “Os veículos populares atendem bem ao relevo do estado, porém o 4x4 vai bem em algumas trilhas.”

.

areia branca e fina, mar azul esverdeado e coqueiros e gameleiras espalhados pela praia.

Melhores praias da Paraíba

. .

Tambaba a cerca de 30 km de João Pessoa, localizada no município de Conde, é a primeira praia naturista do Nordeste e carrega o título de praia mais bonita desse segmento. Rodeada por paredões rochosos, que contribui para a privacidade dos naturistas, a paisagem é exuberante, com areia branquíssima e piscinas naturais. Uma parte da praia é destinada aos que não se sentem à vontade com o nudismo, porém na outra parte é proibido entrar “vestido”.

Intermares localizada em Cabedelo, é famosa por receber quase que diariamente praticantes do surf, windsurf, kitsurf e pesca esportiva que se aventuram nas boas ondas. Outro atrativo é o espaço destinado à desova das tartarugas-marinhas que acontece por lá.

.

Barra de Camaratuba no litoral Norte do estado, no município de Mataraca. A vila está situada entre a reserva indígena dos índios potiguaras e a foz do Rio Guaju, que demarca a divisa dos estados da Paraíba e o Rio Grande do Norte. O passeio oferecido por agências inclui passeio de barco pelo Rio Camaratuba, visitas às reservas indígenas, ao Forte da Baía da Traição e à Oca do Kunumi. Foto: Cácio Murilo

Tambaú localizada em João Pessoa, é a mais popular entre os pessoenses. Sua proximidade a hotéis, restaurantes e feiras de artesanato, somada à orla bem estruturada para receber corredores, ciclistas e outros esportistas garante que esteja sempre movimentada. A paisagem também não deixa a desejar com

As paisagens de Alto Paraíso ficam na memória

Vista da capital com a praia de Tambaú ao fundo

Camaratuba é uma bela paisagem do Norte da Paraíba

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Por Dentro

Novo Peugeot Partner é furgão moderno para frotas

O lançamento traz portas traseiras com limitadores de abertura de 90° e 180°

PENSADO PARA ATENDER qualquer tipo de empreendedor, o novo Peugeot Partner tem design diferenciado e é voltado para carga dos mais diferentes tipos de produtos. Ar-condicionado e direção hidráulica são itens de série, demonstrando que o furgão foi realmente desenvolvido para também proporcionar conforto. O compartimento de carga foi desenhado estrategicamente para o transporte de uma infinidade de materiais e para suportar o uso feito por todos os tipos de atividades. Com capacidade volumétrica de 3.000 litros, o modelo

transporta 800 kg de carga útil em seu baú, que mede 1,25 m de altura, 1,16 m de largura e 1,7 m de comprimento. As portas traseiras oferecem limitadores de abertura de 90° e 180°. Graças a esse detalhe, e mais a inexistência de obstáculos internos como caixas de rodas e torres de amortecimento, o Partner é capaz de comportar um pallet em sua posição original direto da empilhadeira. Ganchos internos de amarração instalados em pontos estratégicos provam a eficiência do projeto desenvolvido para atender todo tipo de

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Por Dentro

usuário, seja qual for o negócio. E para aumentar a segurança, a trava do estepe garante proteção contra furtos e tem localização de fácil acesso, mesmo com o veículo carregado. Com tanto espaço e capacidade para carga, a potência do furgão não poderia ser deixada de lado. Por isso ele conta com a ajuda de um eficiente sistema de amortecimento e suspensão e protetor de cárter de série. O motor 1.6 Flex de 16V atinge 113 CV de potência com etanol.

A conectividade é completa na Nova S10

PARTNER FURGÃO 800 kg Número de cilindros - 4 Número de válvulas - 16 Potência máxima cv (DIN) / RPM - Álcool: 113 / 5600 - Gasolina: 110 / 5600 Torque máximo mkgf (DIN) / RPM - Álcool: 15,5 / 4000 - Gasolina: 14,2/ 4000 Direção – Hidráulica Suspensão Dianteira - Independentes, tipo Mac Pherson, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora Suspensão Traseira - Independentes, com barras de torção, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora Pneus - 175 / 65 R 14 Capacidade do Tanque (l) – 55 Combustível - Flex: Álcool e/ou Gasolina

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COMPARTIMENTO DE CARGA Volume (l) – 3000 Comprimento – 1700

(mm)

Distância entre caixas de rodas (mm) – 1190 Altura (mm) – 1140


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Ao Volante

Novo Volkswagen Tiguan recebe motor 1.4 TSI de 150 cv LANÇADO PELA MONTADORA no mercado brasileiro com foco na relação custo-benefício, o utilitário esportivo é equipado com motor 1.4 TSI de 150 cv, tração 4x2 e câmbio automático DSG de seis velocidades, conjunto que alia excelente desempenho e baixo consumo de combustível. Os bancos contam com um visual exclusivo. De série, já traz sistema de infotainment Composition Media com a tecnologia Volkswagen App Connect, que reúne os sistemas MirrorLink, Apple CarPlay e Google Android Auto. Ainda entre os equipamentos de série estão: Sistema Star/Stop, direção com assistência elétrica, seis airbags, oito alto-falantes, ar-condicionado, volante multifuncional com acabamento de couro e com ajuste de distância e profundidade, computador de bordo, freio de estacionamento eletrônico com função auto-hold e sensor de estacionamento.

Chevrolet Montana, picape econômica DE ACORDO COM dados do Inmetro, a nova picape Chevrolet Montana é a mais econômica do mercado nacional, tanto no perímetro urbano como no rodoviário. O carro recebeu nota A, com até 13,2% de melhora em eficiência energética. A nova versão da Montana possui motor 1.4 com novo “powercell” (pistões e bielas), alternador de alto rendimento, sistema de arrefecimento com ventilador de menor atrito e a utilização de óleo de baixa viscosidade. Freios de baixo arrasto, novos rolamentos e pneus “verdes” fazem parte do pacote, assim como o indicador de mudança de marcha no painel, para ajudar o motorista a dirigir de forma mais econômica.

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Ao Volante

Uno 2017 com pacote tecnológico e nova família global de motores O UNO 2017 foi escolhido para estrear a nova família global de motores Firefly da FCA, com versões 1.0 três cilindros e 1.3 quatro cilindros. Eles oferecem o maior torque de seus respectivos segmentos, aliado a baixo consumo de combustível, além de reduzido nível de emissões. Alguns dos recursos tecnológicos presentes no novo Uno são: direção elétrica com função City como item de série em todas as versões; controle eletrônico de estabilidade; controle de tração; assistência de partida em rampa (Hill Holder); sistema antideslizamento ASR; partida assistida (Tip Start) e novos pneus superverdes.

Peugeot 5008 é sucesso no mercado de SUVs de sete lugares APESAR DE MANTER o nome, o 5008 tem um conceito totalmente inédito. O interior revela o novo conceito Peugeot i-Cockpit, que conta com volante compacto e grande tela sensível ao toque de 8 polegadas. O carro é equipado de série com um head-up display digital de alta resolução de 12,3 polegadas e animações e estética de tirar o fôlego. Desenvolvido para ampliar a funcionalidade do espaço interno, tem distância entre eixos de 2,84 m, garantindo o melhor conforto, espaço interno, segurança e tecnologia de todos os SUVs do segmento C. Com 19 cm a mais do que o Peugeot 3008 e 11 cm mais comprido que o 5008 anterior, as dimensões externas do 5008 situam-se entre as melhores do segmento C. O comprimento adicional favorece o habitáculo e oferece arquitetura eficientemente otimizada.

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ABLA Jovem

Tecnologia e Rentabilidade, desafios do setor “Se continuarmos a alugar carros como há alguns anos, teremos vida curta, diante da velocidade com que a tecnologia transforma qualquer setor”

Claudio Schincariol é integrante da Comissão ABLA Jovem

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ABLA Jovem repensar o modelo do nosso negócio. Isso quer dizer que se continuarmos a alugar carros como há alguns anos atrás, teremos vida curta, pois a velocidade com que a tecnologia transforma, através das startups, qualquer setor, se torna algo assustador para a maioria. Apesar do grande desafio do nosso setor, que é o de promover e intensificar a cultura de aluguel de carros em nosso país, mesmo que ainda muito jovem, se comparado ao mercado norte americano, é notório que precisamos nos atualizar e concentrar energia e direcionamento à mobilidade urbana. E se esta movimentação toda do mercado está totalmente ligada à divisão de Rent a Car ou Daily, suas ameaças, seu futuro, novas práticas, gostaria de fazer um comparativo deste avanço tecnológico com a divisão de aluguel e terceirização de frota, e sua rentabilidade. Trata-se de segmento extremamente fragmentado, onde a tecnologia já está inserida, com um potencial enorme de crescimento no Brasil, principalmente pelas barreiras culturais que aos poucos estão sendo rompidas, impulsionadas pelas soluções financeiras e operacionais que são oferecidos aos clientes. Segmento que ainda está longe de haver uma consolidação, mas que instituições financeiras mundiais, do mais alto gabarito já investem há algum tempo em nosso país. E se essas montadoras, não só as mencionadas acima, mas sim em sua totalidade, resolverem destinar foco também a este segmento? Será que a consolidação se aproxima, de maneira veloz, afetando brutalmente a rentabilidade das empresas no geral? Esta também é uma reflexão extremamente válida, a qual nos remete concluirmos que não há e não haverá espaço para as empresas que não investirem em tecnologia e continuarem alugando carros como antes, seja no segmento de Rent a Car, seja no segmento de terceirização e gestão de frota. O que nos move e engrandece o setor é que teremos muito trabalho pela frente. E quem não se atualizar ficará para trás. Esse é o desafio.

ALUGAR CARROS em agências, pontos de vendas físicos, onde o cliente vai até a locadora, faz parte do modelo operacional atual que clama por mudanças. Compartilhamento de carros, atendimento eletrônico através de máquinas inteligentes, liberação de veículos através de check-in online, veículos autônomos, mobilidade urbana já são realidade. Ações como a da montadora Mercedes-Benz, ao adquirir a FlightCar, empresa de São Francisco, Califórnia, apenas quatro anos após sua fundação, focada no compartilhamento de carros nos aeroportos dos Estados Unidos, provoca uma certa preocupação ao nosso setor, além de exigir sinal de alerta máximo para acompanharmos as velocidades tecnológicas e os rompimentos de barreiras culturais provenientes da geração Z, que estão sempre conectados e voltados à mobilidade. Este modelo de negócios, para alguns, é algo fora de cogitação em nosso mercado, e está muito longe de dar certo. As pessoas, principalmente aquelas da geração X, nascidas entre 1960 e 1980, tem o apego ao carro como uma paixão, a ponto de cuidar dele de maneira obsessiva, que vai muito além do que um veículo automotor. Alugar o próprio carro para estas pessoas parece ser algo muito fora de cogitação. Fazer uma viagem com a família e disponibilizar o carro em algum aeroporto para ser alugado a outras pessoas, enquanto todos desfrutam da viagem parece ser uma tremenda loucura. Pois bem, bastou uma tecnologia eficiente, a famosa startup para viabilizar tudo isso, controlando simplesmente tudo, e o sucesso se alastrou em 12 aeroportos dos Estados Unidos. Não há limite para a tecnologia. Quando a General Motors investe na plataforma tecnológica Lyft, concorrente do Uber. Quando a Hertz investe em estacionamento com manobrista através do aplicativo Luxe. Quando a Tesla investe em tecnologia e promove os seus carros elétricos. Quando a Green Motion se especializa no aluguel de carros híbridos e elétricos, defendendo a sustentabilidade e contribuindo com o planeta, ao não emitir CO2. Essas ações com certeza nos desafiam a

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Eu, Motorista

Brasil adia novamente a adoção das placas do Mercosul A HISTÓRIA É ANTIGA. Em 2014 o Contran (Conselho Nacional do Trânsito) tornou oficial a decisão, que vinha sendo estudada desde 2010, de emplacar todos os carros a partir de janeiro de 2016 com a nova identificação, padronizada em relação aos demais países do Mercosul (Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela). A decisão seria válida também para os que solicitassem troca de município ou transferência de categoria. Argentina e Uruguai já estão utilizando a nova placa, que segue o seguinte padrão: uma tarja azul na parte superior com o logotipo do Mercosul (à esquerda) e a identificação do país, com o nome ao centro e a bandeira no canto direito. A identificação do carro é feita com sete caracteres alfanuméricos dispostos de modo aleatório, além de contar com um novo sistema que utiliza elementos extras de segurança para dificultar a clonagem. O novo padrão de identificação permite 450 milhões de combinações, enquanto o sistema atual brasileiro é limitado a 175 milhões de arranjos. A categoria de cada veículo na nova placa é indicada pela cor dos caracteres: preta (particulares); vermelha (comerciais ou de aprendizagem); azul (oficiais); verde (de teste); dourado (diplomáticos); e prateado (de coleção). Especificamente no Brasil, serão acrescentados uma tira holográfica à esquerda (similar àquelas usadas nas notas de R$ 50 e R$ 100, para evitar falsificação), ao lado de um código bidimensional e com a identificação do fabricante, data de fabricação e número de serial da placa; e uma bandeira e brasão dos respectivos estado e município de registro, à direita. Mas, publicada em 9 de setembro, uma resolução do Denatran adiou com prazo indeterminado a implantação do sistema no Brasil, que estava previsto para vigorar em janeiro de 2017. A resolução 620/2016 diz “no prazo de um ano, a partir de ato do Denatran que ateste a implementação no Brasil do sistema de consultas e de intercâmbio de informações sobre aspectos relativos à circulação de veículos nos Estados Partes do Mercosul”. Isso significa que o governo brasileiro dará aval à mudança apenas quando houver um

Placa Mercosul

sistema integrado de registro e consulta dos veículos emplacados nos países do Mercosul. Só um ano depois desse aval é que as placas unificadas começarão a ser usadas nos veículos em processos de registro, transferência de município/propriedade ou em processo de substituição das placas por avaria.

De carro em outros países do Mercosul

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Para circular em outro país do Mercosul, com um veículo alugado no Brasil, é necessária a seguinte documentação: Carteira de Identidade (RG) ou passaporte (Documentos válidos além do RG: Registro de Identidade Civil, as Cédulas de Identidade expedidas pelas Unidades da Federação com validade nacional ou as Cédulas de Identidade de Estrangeiro expedidas pela Polícia Federal); Carteira Nacional de Habilitação (CNH);

São países signatários do acordo: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru.

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Soluções inteligentes para a manutenção da sua frota. A Ticket Log , maior operadora de gestão de manutenção do país, tem soluções exclusivas para simplificar o dia a dia da sua locadora.

Centralização dos pagamentos Controle total do processo Alertas de manutenção preventiva Ampla rede de oficinas Equipe especializada Frota rodando por mais tempo 100% das Notas Fiscais de peças on-line Aproveite condições especiais para Associados ABLA.

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Serviços

Manutenção Preventiva elimina gastos desnecessários

Eduardo Fleck: revisões e checagens periódicas evitam a substituição de peças que podem se desgastar prematuramente

PESQUISAS RECENTES indicam que, com a crise, a idade média das frotas aumentou. Com isso, cresce a importância de as locadoras investirem em manutenção preventiva. Outros levantamentos mostram que cerca de 90% dos problemas que acontecem com os veículos são provocados por falta de manutenção. São números que justificam ainda mais o investimento nessa área. Eduardo Fleck, diretor de soluções de manutenção da empresa Ticket Log, explica que, com a manutenção preventiva, são eliminados os

gastos desnecessários com problemas e defeitos no carro. As revisões e checagens periódicas evitam a substituição de outras peças que podem se desgastar prematuramente. Com um plano preventivo, é possível cadastrar itens de verificação que avaliam o prestador de serviço. Entre esses cuidados podem ser citados o alinhamento e balanceamento, que promovem a economia dos pneus, impedindo que eles se desgastem excessivamente e de forma desigual. Além de promover economia, as manutenções preventivas são essenciais também para

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Serviços a segurança, afetando itens como a troca de fluido de freio, disco de freio, pastilhas, entre outros. Além disso, contar com soluções específicas de manutenção preventiva simplifica o dia a dia e permite que a locadora tenha mais tempo para se dedicar à natureza de seus negócios. O mercado oferece hoje algumas soluções específicas para a manutenção preventiva de frotas de locadoras. A Ticket Log, por exemplo, administra mais de um milhão de veículos e oferece alguns diferenciais para o segmento. “Especificamente para manutenções preventivas, recentemente lançamos um módulo multiplataforma, de interface simples e ágil, que possibilita à locadora realizar a rastreabilidade integral do processo, controlando todo o histórico”, diz Eduardo. Segundo ele, o sistema permite ao cliente controlar as manutenções preventivas por meio de chamados automáticos que ocorrem através da captura de quilometragem, ou mesmo de acordo com uma definição de períodos programados. Para a viabilização da captura de quilometragem, a Ticket Log disponibiliza mais de 25 integrações via webservice com empresas de telemetria do mercado. Em caso de locadoras que não possuem sistemas de telemetria, a Ticket Log pode acessar os sistemas internos de monitoramento e realizar uploads destas informações. No caso, para todas as locadoras que já possuem a solução de gestão de abastecimento oferecida pela Ticket Log, a integração das informações se dá de forma automática. A empresa facilita ainda a gestão das manutenções preventivas, através do sistema de pré-aprovações, que garante ao cliente a configuração em sistema de preços pré-negociados, Assim, a aprovação é automática, reduzindo o tempo do processo como um todo e aumentando a disponibilidade da frota do cliente. Outra vantagem é que o estabelecimento cria o orçamento automaticamente de acordo com o plano de preventiva cadastrado. Uma vez agendada a manutenção, esta é notificada via alertas de SMS ou e-mails aos responsáveis. A Ticket Log possui uma parceria com a ABLA, pela qual oferece condições comerciais diferenciadas aos associados. O portfólio da empresa conta com empresas de todos os tamanhos e segmentos.

Vantagens competitivas Eduardo Fleck lembra que o suporte do fornecedor escolhido para a gestão da manutenção preventiva é muito importante. No caso da Ticket Log, a empresa disponibiliza aos clientes uma equipe especializada que apoia as locadoras na construção dos planos de preventivas com referências aos manuais do fabricante. O foco é o desenvolvimento de soluções modernas que apoiam os clientes na redução dos custos e aumentam a disponibilidade da frota, com ganhos financeiros e operacionais. Um diferencial importante apontado por Eduardo na Ticket Log é que a empresa, no dia do faturamento da locadora, disponibiliza 100% das Notas Fiscais de peças em arquivo de XML e, para as Notas Fiscais de serviço, disponibiliza o documento digitalizado. Os arquivos de integração são disponibilizados aos clientes para conciliações e importações, e as notas ficam armazenadas ordenadamente no portal da Ticket Log, facilitando o arquivamento e a conciliação. Esse serviço garante às locadoras um eficiente processo fiscal, podendo inclusive gerar créditos. Outra vantagem é a gestão com a rede credenciada. Toda esta interface é automatizada via sistema integrado, garantindo uma comunicação facilitada e aumentando a produtividade da equipe de frota. A Ticket Log fica 100% responsável pelo reembolso da rede, fazendo com que as locadoras não tenham problemas com recusas de atendimentos. A empresa é ainda responsável pela preparação da rede de atendimento para todas as novas operações de locação, independente da localização. A rede credenciada oferecida é a mais ampla possível, melhorando muito a capilaridade da locadora; seja qual for a região, contará sempre com estabelecimentos para realizar suas manutenções preventivas.

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Jurídico

Negativa de cobertura ao patrimônio de locadoras Por Adriano Castro

Assessoria Jurídica da ABLA e da FENALOC

ESTE TEXTO ANALISA a prática de muitas seguradoras negarem a concessão de indenizações às locadoras de veículos nas hipóteses de “apropriação indébita” e “estelionato”, ao argumento de que as apólices cobririam apenas “furto” e “roubo”. A maioria das locadoras de veículos contrata apenas seguros contra danos a terceiros, mas aquelas que contratam também coberturas às suas frotas infelizmente se veem surpreendidas pela negativa de cobertura em casos específicos que afetam a indústria. O seguinte exemplo ilustrará a exposição. Um “cliente” comparece ao balcão da locadora de veículos, exibe sua documentação, submete-se ao cadastro e análise de crédito. Tudo parece normal e a locadora aceita a contratação do aluguel de um veículo. O “cliente” recebe o veículo e desaparece para nunca mais ser visto. Quando as autoridades policiais são acionadas, se descobre que a documentação era forjada, e o “cliente” era, na verdade, um ladrão de veículos. Lavra-se o boletim de ocorrência (BO), e o policial registra o crime como “estelionato” ou “apropriação indébita”.

Apresentado o BO à seguradora para acionamento da cobertura, nega-se a indenização, pois a apólice cobriria apenas “furto” e “roubo” e não outros crimes contra o patrimônio. Algumas vezes a seguradora inclusive acusa a locadora de ter contribuído para o crime, o que daria causa a outras hipóteses de exclusão da cobertura. Em síntese, a locadora de veículos fica no prejuízo. Sem ignorar as inúmeras peculiaridades de cada caso concreto que podem modificar a solução, em linhas gerais e nos limites do exemplo acima, se entende que a seguradora negou indevidamente a cobertura. Há dois aspectos jurídicos a serem analisados: um se refere ao Direito Penal e o outro alude ao Direito Securitário, mas ambas as abordagens se alinham na conclusão de que a indenização securitária não pode ser negada à locadora de veículos, com base nos argumentos acima apresentados. Sob a ótica do Direito Penal, é uma impropriedade a seguradora utilizar o BO como prova única para a análise e concessão do benefício. O BO é documento lavrado no calor do momento e com limitado acesso a provas ou a informação relevante para a correta tipificação criminal do caso.

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Jurídico

Não ESTAMOS são incomuns casosanos quais oturburegisAINDA em meio condições tro de um crime é tipificado de uma forma pelo lentas no mercado de locação de veículos. Espepolicial militar e, posteriormente, tal tipificação cificamente no Rio de Janeiro, as obras da cidaé modificada pelo Delegado dee,Polícia na aberde estão chegando ao seu fim no momento tura do inquérito policial. Comuns são casos em que escândalos envolveram empreiteiras, nos quais o inquérito policial segue determiisso fez com que cada vez mais nossos preços nada linha de acusação e o Ministério Público, fossem pressionados para baixo, em decorrênquando da apresentação da denúncia criminal à cia de atitudes que nada têm a ver com nosso Justiça, classifica-o de outra maneira. setor. Temos ainda todo o processo judicial no Fomos obrigados a enxugar custos em qual a defesa do réu poderá tentar a “desclassitodos os setores do nosso negócio para tenficação” do crime para outro, e assim reduzir a tarmos tornar maiso processo competitivos. Dentro pena ounos mesmo anular criminal. Em dessa realidade, eis que surgiu um oásis em sentido técnico estrito, somente após o trânsito meio ao deserto, ainda que temporário, porém em julgado do processo-crime é que se poderia nos trazendo a oportunidade de ampliarmos a dizer, com correção, que o crime cometido foi nossa clientela pelo qualificado, mundo afora. estelionato ou furto por exemplo. Sim, pelo mundo pois quem é atendiSuponha-se casoafora, de atropelamento com do comfatal. atenção, gentileza, competência e sim-o vítima O policial militar pode registrar patia tende“homicídio a indicar asculposo” empresas(Código e os serviços BO como Penal, utilizados para muitas pessoas. art. 121, §3.º – pena deoutras detenção, de um a três anos). O delegado deapolícia pode entender que Então, encerrada Olimpíada, precisamos o crime cometido possui tipificação legal agora enxergar a oportunidade gerada por espeesse cífica e enquadrá-lo inquérito policial como evento, que vai muitono além do imediatismo da “homicídio culposo na direção de veículo autoalta temporária de movimento. Logo, chegou motor” (Código de Trânsito, art. 302e–mostrarpena de a hora de arregaçarmos as mangas detenção, de dois a quatro anos). mos a que viemos, trabalhando no sentido promotor de mais, justiçadaqui pode para entender que no de O divulgar ainda frente, que caso houve grave infração do condutor (excesalugar um carro sendo também atendido com sosimpatia de velocidade, exemplo) denunciá-lo a do povopor carioca é algoeúnico. na Justiça por “homicídio doloso” (intencional) Vou além. A cidade do Rio de Janeiro tem (Código Penal, art. 121 – pena de reclusão, de seis a vinte anos). Todas estas hipóteses são plausíveis, com penas variadas, e só ao final do processo-crime a Justiça decidirá a tipificação correta. Em todos os casos aqui expostos, o que houve foi um gênero – crime contra a vida – que apresenta várias modalidades. Replicando a exposição acima ao tema deste artigo, o policial militar pode registrar no BO que a locadora de veículos foi vítima do crime “apropriação indébita”, pois a entrega do veículo se dera voluntariamente e só depois o “cliente” desapareceu com o automóvel. O delegado de polícia pode discordar ao verificar que a documentação era forjada e, com isso, entender que o crime cometido fora “estelionato”, pois o “cliente” nunca teve intenção legítima de contratar a locação e, desde o início, havia a intenção fraudulenta típica do estelionato. Na ação criminal promovida pelo Ministério Público, a promotoria pode fazer a acusação de “furto qualificado”, pois a documentação falsa

se destinou a iludir e distrair a vítima enquanto o crime era cometido. Independentemente da classificação técnica do crime, falamos sempre do mesmo gênero – crime contra o patrimônio. A mesma distinção técnica de Direito Penal ocorre sob o ponto de vista do Direito Securitário. A jurisprudência se alinha no sentido em que não interessa ao consumidor discutir as sutis diferenças jurídicas entre furto, furto mediante fraude, estelionato ou roubo. Ninguém contrata seguros preocupados em questões jurídicas referentes à classificação criminal, mas apenas à segurança de seu patrimônio contra crimes deste gênero. A casuística é rica. É devida indenização ao taxista que teve o veículo furtado quando foi convencido a sair do veículo com as chaves na ignição para que o manobrista posicionasse o veículo para desembarque de pesadas caixas de peças colocadas no porta-malas pelo “passageiro”. O estacionamento tem direito à indenização em caso de entrega do veículo ao criminoso que consegue a todos iludir ser o proprietário do veículo. Ainda, a concessionária tem direito à indenização quando o criminoso, a pretexto de testar o veículo posto à venda (“test drive”), o subtrai. Nestes casos todos, análogos aos problemas sofridos pelas locadoras, a jurisprudência garante a cobertura securitária. A apólice de seguro pode expor apenas a cobertura contra “furto e roubo”, sem aludir a eventuais exclusões de outros crimes, mas é intuitivo que há plena cobertura, porque a alusão a furto compreende todas as suas modalidades, o simples e o qualificado, como no caso de furto mediante fraude. A cobertura securitária para outros casos de crime contra o patrimônio – como no estelionato e apropriação indébita – não implica agravamento do risco, pois o Código Civil expressamente determina que a perda da garantia só ocorrerá caso o segurado agrave intencionalmente o risco objeto do contrato. Em nenhum dos vários exemplos citados a locadora entrega intencionalmente o veículo ao criminoso com o objetivo de agravar o risco ou fraudar a seguradora, mas na crença que faz mais um negócio como tantos outros que constituem sua atividade-fim. Em conclusão, a locadora tem direito à indenização securitária em casos de crimes contra o seu patrimônio, interpretando-se as referências a “furto e roubo”, comuns nas apólices, como “crimes contra o patrimônio”.

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Fim de Papo

Somar, dividir ou multiplicar? ouvir outras vozes e a reconhecer EM TERMOS estatísticos, munnovos pontos de vista. São famídialmente apenas 5% das emprelias que ampliam suas fronteiras sas familiares consegue sobrede forma a “sobrar mais comida viver a mais de duas sucessões. no prato”, suficiente para ser comDurante a terceira geração, já partilhada a partir do valor da cotem sido comum encontrarmos operação. sócios se perguntando sobre os Para isso, é importante entenmotivos que levaram suas emder que não se pode apenas mepresas à dissolução. lhorar determinados pontos, aqui Um dos fatores para a alta e ali: é preciso refundar o negótaxa de mortalidade é a falta de cio, a fim de que ganhe musculaalinhamento da visão de futuro. tura para um novo salto. Outro, “a fome” pelos dividenNessa opção, trata-se de endos. Porém, o mais impactante frentar os desafios juntos, sotem sido a pulverização do camando forças. O resultado final pital: empresas que não conseCecília Lodi, diretora da Lodi Consultoria tende a ser o orgulho de conseguem crescer na mesma velociguir vencer o obstáculo da pulverização sem a dade das famílias, de maneira natural. necessidade de exclusão. Na cabeça de sócios e sucessores, o modelo Outro caminho saudável é o da soma. Nele, “mãe provedora” de todas as necessidades e deos sócios, gestores e familiares entendem que, sejos particulares está muito vivo: a família não com dificuldade, o negócio conseguirá crescer procura novas fontes de renda, insensatamente, na medida das necessidades básicas da família achando que os cenários de prosperidade due, assim, também procuram complementos de ram para sempre. E aí a explosão demográfica renda fora da própria empresa. Ou seja, colono quadro societário e a partilha dos lucros se cam sobre seus ombros a responsabilidade de tornam graves, principalmente em empresas na buscar a qualidade de vida desejada, evitando o faixa dos 30 a 40 anos de existência. risco de se tornarem ônus para a empresa. Essas organizações, normalmente já maduPartindo do princípio que o negócio da ras, tendem a ter dificuldade em proporcionar a família precisa continuar capitalizado, essas mesma remuneração per capita que a geração pessoas enxergam seus investimentos na emanterior. E então surge o dilema: como agir diante presa apenas como uma parte de seu portfodesse “excesso de bocas” a serem alimentadas? lio, que deve ser conquistado individualmenSócios, gestores e familiares podem escote, cada qual à sua maneira. E que todos estes lher diferentes caminhos. A maioria opta pelo esforços vão dar a eles próprios e também à rumo que parece mais fácil: se separar. Diante empresa uma longevidade com segurança. da possível falta de governabilidade, da falta Nasce a “Família Empresária”. de diálogo, de dinheiro e de vontade de se reO fundamental é a atitude. Se para mim a lacionar, para esses a alternativa de seguir cafamília é importante, assim como a empresa minhos distintos soa precipitadamente como a também é, eu preciso aprender a cooperar, a melhor solução. ouvir e a falar. Preciso aprender a relevar, a Neste modelo simplista, o que ocorre com enxergar e a trabalhar com resultados. Precifrequência é um grupo ser muito bem-sucediso saber motivar, reconhecer e valorizar cada do, enquanto o outro acaba em “maus lençóis”. uma das engrenagens. Para o que sobrevive – agora livre de alguns A família e a empresa têm diversas possi“pesos que não contribuíam” – a solução pabilidades (e não apenas uma) de bons camirece acertada. Porém, as consequências para a nhos à frente. Portanto, o que se trata aqui é família são terríveis: o diálogo se vai e o conde escolha. O que é importante para família e vívio acaba. Aquela família morreu. É a Lei de para a empresa? Em quais valores estão funDarwin, pela qual o mais adaptado sobrevive e dados os alicerces da relação? o restante é sumariamente extinto. Poderemos sempre optar entre as diferenHá caminhos mais saudáveis. Existem famítes “operações matemáticas”, mas é importanlias que conseguem trilhar a multiplicação, optante ressaltar que essa nunca deve ser uma escodo por não se separar e por não se perder. Prefelha solitária. Ela não cabe somente a poucos, rem se revigorar, visando o desenvolvimento do mas sim a todos os envolvidos. Mãos à obra. negócio. Alteram sua governança, aprendem a

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