Revista Locação (Março/Abril 2017)

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2017 MARÇO – ABRIL

Revista

40

Edição Especial

ABLA

A

N

O

S

Uma história de conquistas Anos 70

Anos 80 Anos 90

Anos 2000

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Palavra do Presidente

Renovados e na direção certa

desafio extra: administrar uma entidade do tamanho e da importância da ABLA exatamente nos piores anos de recessão da economia nacional. Na prática, a ABLA buscou consolidar o reconhecimento e a dimensão da locação de veículos entre dirigentes de setores afins, órgãos públicos, agências de fomento, montadoras e diante dos inúmeros prestadores de serviço para as empresas de aluguel. Também como antídoto para essa persistente crise, a responsabilidade do Conselho Gestor nas ações administrativas, políticas e financeiras resultaram em uma gestão admirável. Firmamos e oferecemos às locadoras mais e melhores parcerias comerciais, divulgamos com ênfase para os clientes do setor os benefícios da terceirização e, também, mantivemos o apoio institucional para o fortalecimento do turismo e da indústria automotiva. Criamos a Comissão ABLA Jovem, lutamos diretamente por melhores preços para a renovação da frota dos associados, nos aproximamos ainda mais das instituições de crédito e ainda qualificamos de maneira jamais vista os profissionais que trabalham no setor. Convido a todos a permanecerem conosco nessa luta, que certamente continuará trazendo frutos por muito mais décadas para a locação de veículos no Brasil. Parabéns para a ABLA e parabéns para todo o setor de locação de veículos brasileiro.

FALAR DA EVOLUÇÃO da ABLA nestes 40 anos e o que a associação representa hoje é mais do que uma satisfação. Para mim, ter participado de boa parte da história da ABLA como associado, depois como diretor regional, conselheiro e, agora, chegar ao 40° aniversário da associação como Presidente do Conselho Nacional é, sem dúvida, motivo de grande orgulho. Isso porque, ao defender durante décadas os direitos das locadoras e lutar pela preservação e ampliação do mercado de locação de veículos, a ABLA construiu uma história de efetivas realizações. Desde a fundação, em 1977, tem sido realizado um importantíssimo trabalho para mobilizar as empresas do setor em torno das questões que afetam diretamente a nossa competitividade. Ao longo de todo esse tempo surgiram entraves e barreiras provocados, principalmente, por planos econômicos heterodoxos e por mudanças repentinas de legislação, que ficaram para trás graças ao trabalho de empresários e dirigentes abnegados dentro da ABLA. Guiados pelo princípio de honrar os compromissos com todos os associados, os empresários do setor que trabalharam dentro da ABLA ao longo desses 40 anos se mostraram visionários. Vislumbraram a importância de fortalecer no Brasil o conceito vantajoso para o cliente, que é o de pagar apenas pelo uso dos veículos e não por sua propriedade. Mais recentemente, nos últimos três anos o Conselho Gestor deu sequência a esses esforços para “tocar nos associados”, com um

Paulo Nemer Presidente do Conselho Nacional

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40 40 40 4040 Ano XIII – No 71 – março – abril 2017

08 Capa

ABLA

Vitórias e conquistas da ABLA em quatro décadas

22 Cenário

Como agir num território ainda incerto como o ano de 2017 para a indústria automotiva

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N

O

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33 Regional

55 Tecnologia

Agnaldo Donizetti do Prado, superintendente do Bradesco Financiamentos, fala sobre a relação do banco com o setor de locação de veículos

39 Brasil Viagem

58 ABLA Jovem

32 Financiamento

44 Ao Volante

61 Jurídico

30 Entrevista

Crédito tem papel fundamental no setor

Capilaridade do negócio “locação de veículos” é necessidade para o setor

Sergipe: o pequeno notável

Relembrando 40 anos

4

Placas de led: oportunidade de gerar nova publicidade

A importância da cultura organizacional

Apropriação indébita e estelionato


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54 30

8 22

63 Representação ABLA e FENALOC na Comissão de Transporte e Turismo da CNT

Use o leitor QR Code do seu smartphone para acessar o site da ABLA.

39 61

65 Fim de papo

Novos caminhos para o setor de locação

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Expediente

4 40 4 404

CONSELHO GESTOR Paulo Nemer (Presidente do Conselho Nacional), Carlos César Rigolino Jr. (Vice-Presidente do Conselho Nacional), Carlos Faustino, Célio Fonseca, Flavio Nabhan, Marcelo Fernandes, Marconi Dutra, Nildo Pedrosa, Paulo Eduardo Sorge, Paulo Miguel Jr., Saulo Fróes e Simone Pino.

ABLA

CONSELHO GESTOR (SUPLENTES) Amadeu Oliveira, Bernard da Costa Teixeira, Cleide Brandão Alvarenga, Gustavo do Carmo Azevedo, Leonardo Soares, Luís Olavo Nezello, Luiz Carlos Lang, Lusirlei Albertini, Márcio Castelo Branco Gonçalves, Nilson Oliveira Filho, Otávio Meira Lins e Tércio Gritsch. CONSELHO FISCAL Alberto Faria, Alvani Laurindo, Eduardo Correa, Jacqueline Moraes de Mello, Marco Aurélio Gonçalves Nazaré e Ricardo Gondim Espírito Santo. CONSELHO FISCAL (SUPLENTES) Aleksander Rangel, Eládio Paniágua Jr., Márcio Campos Palmerston, Marco Antonio de Almeida Lemos, Miguel Ferreira Júnior e Rodrigo Selbach. CONSELHO CONSULTIVO Adriano Donzelli, José Zuquim Militerno e Paulo Gaba Jr. ABLA JOVEM Claudio Schincariol Neto, Jaqueline Denadai, Maytê Rangel, Paulo Ricardo, Rafael Maciel, Rodrigo Reda e Saulo Fróes Júnior. COORDENAÇÃO GERAL Marconi Dutra, Jorge Machado e Olivo Pucci. PUBLICIDADE Jorge Pontual e Francine Evelyn (11) 5087-4100.

A

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS LOCADORAS DE AUTOMÓVEIS – ABLA Site: www.abla.com.br E-mail: abla@abla.com.br São Paulo: Rua Estela, 515 – Bloco A – 5º andar – CEP 04011-904 – (11) 5087.4100. Brasília: SAUS Quadra 1 – Bloco J – edifício CNT sala 510 – 5º andar – Torre A – CEP 70070-010 – (61) 3225-6728.

COORDENAÇÃO EDITORIAL Em Foco Comunicação Estratégica E-mail: emfoco@emfoco.net (11) 3816.0732 Editor: Nelson Lourenço Textos: Nelson Lourenço, Ana Cândida Pena, Aurea Figueira, Kaiqui Macaulay Arte: Yvonne Saruê Fotos: Divulgação ABLA, exceto quando mencionado Tiragem: 3.500 exemplares Impressão: Duograf A Revista Locação não se responsabiliza pelas opiniões emitidas nos artigos assinados.

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Permitida a reprodução das matérias, desde que citada a fonte.

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40 0 0 040

Editorial

40 vezes ABLA CAROS LEITORES, 30 de março de 1977, uma quarta-feira. A Guerra Fria entre Estados Unidos e a União Soviética era manchete nos jornais. Havia duas Alemanhas. E o Brasil vivia sob a ditadura militar. Em um mundo polarizado politicamente, nascia a ABLA, com a missão de reunir em seus quadros as empresas atuantes no mercado de locação de automóveis, que iniciava um processo de consolidação.

O

S

De lá para cá, o mundo passou por muitas transformações. Enumerá-las seria um trabalho exaustivo. Mas, apenas para ficar no mercado automotivo, basta comparar a produção e a variedade de modelos que temos hoje com a oferta de veículos na década de 70. A vida ficou muito mais complexa e repleta de alternativas. A história que a ABLA escreveu ao longo desses 40 anos é uma prova de que vale a pena se dedicar à inovação, ao aperfeiçoamento, à qualidade. Nesta edição especial, procuramos mostrar alguns dos momentos em que a entidade exercitou seu compromisso com o associado. Da fundação levada adiante pelos pioneiros até o fortalecimento dos princípios de gestão e atuação que hoje norteiam a ABLA, há uma série de realizações que merecem ser lembradas, inclusive para vislumbrar o futuro. O uso de novas tecnologias, as demandas impostas pela mobilidade urbana, os modelos de negócio que incentivam o compartilhamento de veículos, a tendência dos mais jovens ao desprendimento em relação à posse do carro (com maior simpatia pela ideia de pagar somente pelo uso) são algumas das questões que se alinham no horizonte e desafiam o mercado de locação de veículos. Aos 40 anos, a ABLA poderá usar toda a sua experiência, ouvir seus associados e encontrar as melhores alternativas para o crescimento de um setor que se apresenta como um dos mais promissores no atual cenário econômico brasileiro.

Os Editores

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Capa

Para mais quatro décadas a Caravan, o Dodge Dart e a Belina

Em 1977, quem saísse às ruas

já tomavam a avenida Presidente

de grandes metrópoles dirigindo

poderia encontrar alguns problemas

Vargas, no centro da cidade.

motorista até hoje: engarrafamentos

motoristas brasileiros eram os

alagamentos. Quem trafegasse pela

e o Karmann-Guia, sedãs como o

um gorila gigante montado em um

Naquele ano de 1977, o Brasil

Os objetos de desejo dos

que continuam tirando o sono do e, se o tempo estivesse fechado,

esportivos como o Maverick, o Puma

marginal do Tietê em São Paulo, veria

Corcel e cupês, na linha do Opala.

parque de diversões, em uma estratégia

produziria 732 mil veículos, segundo

época (‘King Kong’ foi o filme-evento

uma queda em relação à produção do

barulho que ‘Guerra nas Estrelas’).

recorde até então), concentrada em oito

de veículos também já era

de caminhões. A Fiat tinha acabado de

Kombis e modelos como a Variant,

petróleo ainda era importada.

de marketing inédita para o cinema da

dados da Anfavea, o que representaria

daquele ano, causando muito mais

ano anterior (765 mil unidades, um

montadoras, incluindo as fabricantes

No Rio de Janeiro, o movimento

se instalar no país. A maior parte do

impressionante. Filas de Fuscas,

Alguns dos veículos que fizeram parte da história da indústria automotiva e da locação de automóveis no Brasil

8


Capa

Nas

Em meio a tantas transformações,

próximas

páginas,

vamos

1977 seria também o ano de fundação

apresentar um pouco mais sobre essa

Locadoras de Automóveis.

tecnológicas, respeito e segurança para

evolução, que contou com inovações

da ABLA – Associação Brasileira das A

entidade

que

representa

o usuário de veículos alugados, adoção

as

de práticas transparentes e de boa gestão.

locadoras em todo país passou por

E também entender porque a ABLA

essas quatro décadas evoluindo e

chega aos 40 anos preparada para mais

acompanhando o ritmo da indústria

quatro décadas de crescimento.

automobilística nacional.

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Capa

A A ABLA logo se incumbiu da árdua tarefa de se conectar às demandas do Brasil e do mundo. E foram muitas em 40 anos: políticas econômicas de diferentes matizes, crescimento da globalização e suas consequências, revolução da informação e advento das redes sociais, entre muitas outras. Persistência e contundência: a ABLA demonstra extraordinária capacidade de impor ações e reações diante da complexidade de um mundo em transformação. O velho ditado de que “a vida começa aos 40” não faz mais nenhum sentido. Muitos êxitos já foram colhidos até aqui. E “longevidade” é a palavra deste século 21. As bases para o “longeviver” do setor foram muito bem construídas pela ABLA. Que venham mais 40 anos!

Em 40 anos, vários pacotes econômicos afetaram a atividade

Preparada para novos tempos Internamente, a ABLA construiu um projeto de Governança Corporativa que descentraliza e compartilha as decisões dentro de seu Conselho Gestor, assim como entre os conselheiros fiscais, diretores regionais, ex-presidentes do Conselho Consultivo e a nova geração da ABLA JOVEM. A estrutura é de grande eficácia, como pede a modernidade. Os objetivos são buscados e atingidos dentro de um trabalho meticuloso, o que fortalece a missão da entidade de atender com presteza os anseios de seus associados.

Uma grande indústria Crescer. Sempre. Ao ser fundada, a ABLA contava com 11 associados. Dois anos depois, a entidade já perfilava quatro dezenas de locadoras dentro de seu quadro associativo. Hoje, a ABLA representa nacionalmente uma atividade responsável por absorver praticamente 11% das vendas das montadoras, fatia considerável de um mercado bilionário. As locadoras de veículos se tornaram as principais clientes das montadoras no Brasil, dentro de uma parceria importante, como canal para a expansão de negócios da indústria automobilística. E o potencial de crescimento é enorme, ainda. Dessa forma, a ABLA não para de trabalhar em benefício da cultura do veículo alugado. Afinal, tanto a terceirização de frotas quanto o rent a car apresentam grandes possibilidades de expansão.

Benefícios aos associados Hoje, entre diversos benefícios proporcionados aos associados, estão negociações com montadoras e bancos, para oferecer condições comerciais adequadas à realidade do setor; parcerias com fornecedores de outros produtos e serviços essenciais para a rentabilidade das empresas associadas; oportunidade de networking com empresários do setor em âmbito nacional; assessoria jurídica para esclarecimento de dúvidas no segmento de locação de veículos; e consulta do perfil de créditos dos usuários em condições comerciais diferenciadas para as locadoras associadas.

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Quatro décadas de transformações A partir de 30 de março de 1977, pouco a pouco a ABLA passou a atrair a atenção das locadoras no Brasil que desejavam prosperar e ampliar seus negócios. Tamanho interesse fez com que a associação logo registrasse um rápido aumento no número de locadoras associadas. Não era para menos – o setor carecia de profissionalização, era impe-

1977

rativo incentivar a troca de experiências, bem como divulgar os benefícios proporcionados pelo serviço “locação”. Além disso, já preconizando mudanças dramáticas no país, era necessária a união dos empresários para enfrentar os desafios que as sucessivas políticas econômicas viriam a impor aos empreendedores e ao povo brasileiro.

No dia 30 de março, é criada a ABLA. Inicialmente, a entidade foi chamada de Associação Brasileira das Empresas de Auto-Veículos.

1979 1980 a 1986

Contando já com 40 associados, a ABLA consegue junto à Infraero mudanças nas regras de licitação para que as locadoras pudessem abrir lojas nos aeroportos.

A entidade segue crescendo quando os planos“Cruzado I” e “Cruzado II” trazem uma avalanche para o setor de locação, ao estabelecerem empréstimos compulsórios na aquisição de veículos. Em um segundo momento, o governo eleva o preço dos automóveis (em praticamente 80%) e das peças e acessórios (em média, 20%). Quem resistiu a esses anos de chumbo? Muitos, com a colaboração da ABLA.

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1987

A ABLA adquire um microcomputador e dá o primeiro passo para a informatização, motivo de preocupação constante do setor na década que viria a seguir.

1990

1992

Sempre em contato com parceiros do setor privado, a associação leva à então ministra da Indústria, Comércio e Turismo, Dorothéa Werneck, as reivindicações das locadoras. Atendendo ao convite da ministra, a associação representa as locadoras na Câmara Setorial criada para discutir a indústria automobilística. As discussões resultaram no incentivo do governo à produção do “carro popular” (motorização 1.0), ainda hoje os modelos mais utilizados pelas locadoras.

É criado o Boletim Confidencial da ABLA dirigido a associados. A publicação em formato mini-tablóide possuía quatro páginas, em preto e branco.

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1993

É criado o Código de Ética do Setor de Locação de Veículos, que seria reeditado em 1997, para nortear a atuação das locadoras associadas. O documento foi fundamental para garantir a imagem de seriedade e respeito que a atividade alcançou no país.

1993 1995 a 1999

Criados o Fórum ABLA e o Salão Nacional da Indústria de Aluguel de Automóveis.

A ABLA participa do Projeto Frota Verde, que incentivava a conversão da frota em carros movidos a álcool, com redução de impostos. Uma das mais importantes ações da associação ocorre nesse período: a obtenção junto à Infraero da mudança nas regras de licitação, para que as locadoras pudessem abrir lojas em aeroportos. Essa autorização, combinada com o surgimento do leasing, possibilitou maior fôlego e poder de compra às locadoras.

1997 A ABLA cria seu próprio site, o www.abla.com.br, hoje um portal dedicado à atualização de notícias, publicações e informações essenciais para quem deseja utilizar a locação de veículos ou atuar como empresário do setor.

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Capa

1999

2001

Surge o curso de capacitação “Preço Certo”, oferecido pela ABLA gratuitamente aos associados, com etapas presenciais em todas as regiões do Brasil. O curso aborda itens tais como a reposição da frota via financiamentos ou capital próprio, custos fixos e variáveis, despesas administrativas, impostos, taxas e lucro, mostrando que cada locadora em particular tem seus próprios custos, taxas de crédito e condições comerciais na compra de veículos. Esses fatores são diferentes entre as empresas e compreender e levar isso em consideração é fundamental para precificar as tarifas conforme a realidade de cada empresa.

Atenta ao segmento turístico, que se profissionaliza e agrega imensa capacidade de negócios ao rent a car, a ABLA participa da feira da ABAV, a maior do trade do turismo, na edição realizada em Brasília.

2003

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Lançado o primeiro Anuário do Setor com os dados mais relevantes da atividade no Brasil.


2006 O ano marca a consolidação de um novo conceito: a terceirização de frotas passa a ser o principal negócio das locadoras brasileiras, prática também adotada pelas pequenas e médias empresas. Em 2015, a terceirização de veículos registraria 56% dos negócios do segmento.

2008 a 2011

É inaugurada a sede da ABLA em Brasilia, iniciando uma presença mais efetiva da associação no centro administrativo do país. É realizado o Prêmio ABLA para estudantes de nível superior. A frota das locadoras no Brasil cresce aproximadamente 14% no período.

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Anos de prosperidade Nos últimos anos, a ABLA consolidou um modelo de gestão que envolve nove grandes pilares, com atribuições definidas pelo Projeto de Governança Corporativa

da associação. Com isso, diversas ações foram criadas ou incrementadas, tornando a entidade ainda mais atuante. Confira a seguir algumas dessas realizações.

2014 Realizado o primeiro Fórum Jurídico, exclusivo para advogados e assessorias jurídicas que prestam serviços para locadoras e SINDLOCS. O evento tornou a acontecer em 2015 e 2016, na sede da ABLA em Brasília. Trata-se de uma oportunidade sem igual para compartilhar experiências e soluções jurídicas de interesse da indústria de locação de veículos. O diagnóstico tem auxiliado na elaboração das políticas de atuação jurídica da FENALOC,

permitindo priorizar os pontos de interesse e urgência a serem defendidos pelo setor.

Criada a Comissão ABLA Jovem, que apoia a formação de sucessores e prepara novos líderes para o segmento de locação de veículos, assim como para a própria ABLA. A ABLA intensifica a comunicação com os associados via SMS e cria o 0800 ABLA, uma linha gratuita e exclusiva para os associados se aproximarem ainda mais da entidade.

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2015

O Fórum ABLA se moderniza. Sem a necessidade de grandes estandes, abriu a oportunidade para estimular negócios diretamente no evento. Entre as palestras e painéis, a programação teve pela primeira vez as mesas de negócios, com as presenças das principais montadoras brasileiras, além de fornecedores de outros importantes produtos e serviços para o setor.

A associação realiza o XII Fórum Nacional da Indústria do Aluguel de Automóveis. Pela primeira vez, o evento foi desvinculado do Salão ABLA, trazendo uma programação variada de workshops e palestras, Leonardo (MG), Amadeu (MT) e Márcio (ES) foram escolhidos os combinada com mesas de do negócios. Diretores Regionais ano

2016

Com o lançamento do Anuário Brasileiro do Setor de Locação de Veículos, a entidade promove a divulgação dos números do setor a partir de suas regionais em todo o país. A ABLA realiza seu Salão Nacional dentro do Salão Internacional do Automóvel, que passa a ser promovido em novo espaço, na capital paulista. Parcerias com as montadoras

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tornam possível a realização do ABLA Day, iniciativa inédita em que condições comerciais extremamente diferenciadas para a compra de veículos são oferecidas aos associados. Um extenso programa de capacitação percorre o Brasil, com o apoio dos diretores regionais e dos SINDLOCS, e oferece aos associados os cursos sobre Infrações de Trânsito, Vendas e Preço Justo.


TICKET LOG


Capa

A ABLA Jovem realiza seu primeiro evento dedicado ao empreendedorismo, tecnologia e negócios.

2016

A associação conclui um essencial trabalho de atualização cadastral, que irá permitir maior eficiência e agilidade no serviço prestado aos associados. O site www.abla.com.br é completamente reformulado. Antecipando os 40 anos, a ABLA faz os primeiros estudos para a renovação de sua logomarca. A entidade representa um setor que faturou R$ 12,1 bilhões em 2016, ajudando a gerar e a manter mais de 410 mil empregos diretos e indiretos.

2017

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2017 MARÇO – ABRIL

Revista

A Revista Locação, com 68 páginas e tiragem de 3,5 mil exemplares, ganha ainda mais relevância no setor, acompanhando os fatos da indústria automobilística, as questões jurídicas e proporcionando aos leitores importantes atualizações sobre o mercado, entre outras informações disponibilizadas em suas edições bimestrais.

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Uma história de conquistas Anos 70

Anos 80 Anos 90

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2017

Pouco antes do fechamento desta edição da Revista Locação chegou a boa nova: o Presidente do Conselho Nacional da ABLA, Paulo Nemer, recebeu em Brasília (DF) a homenagem da Ordem do Mérito do Transporte Brasileiro – a Medalha JK, que é a mais importante condecoração da Confederação Nacional do Transporte (CNT). “Compartilho com cada um dos associados da ABLA a honra de receber essa homenagem”, afirmou. Paulo Nemer acrescentou que vê essa condecoração como um grande reconhecimento a todos da ABLA. “Por isso, eu dedico essa condecoração aos associados, pelo esforço que empreendemos continuamente”, concluiu o Presidente. “Essa Medalha JK é um resultado de equipe e, assim, não tenho dúvida que a ABLA terá vida longa”.

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Cenário

2017 Sinais de retomada no horizonte As previsões indicam que este ano em que a ABLA comemora quatro décadas de atividade pode marcar o início da

recuperação para a economia e o mercado automotivo. E o setor de locação, como deverá se comportar?

BR 226, no Maranhão Agência CNT

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Cenário

Mercado começa a reagir Após um período de retração, setor automotivo deve iniciar retomada de crescimento, com oportunidades também para as locadoras ampliarem seus negócios

Rodolfo, da Jato: apostando no segundo semestre

Roberto Bottura, da Control Motors, lembra que a esperada recuperação acontecerá após anos de retração do mercado, ou seja, tendo como referência uma base menor de negócios em relação a outras épocas. Basta acompanhar os números. O Brasil já chegou a produzir quase 3 milhões de veículos em 2013, segundo o Anuário 2016 da Anfavea (naquele ano, o volume de automóveis emplacados superou os 3 milhões, bem próximo do recorde de 2012, quando o número de emplacamentos atingiu 3,1 milhões de carros). Em 2015, ainda segundo essa mesma publicação, o número de veículos produzidos no país foi pouco superior a 2 milhões de unidades, com 2,1 milhões de emplacamentos.

Crescimento tímido, mas que deverá marcar o início da recuperação. Esta é, linha gerais, a expectativa para 2017 de consultorias e analistas que acompanham o mercado automotivo e o setor de locação de automóveis. Para Rodolfo Salomon, gerente da área de vendas da consultoria Jato, o pior já passou, mas as possibilidades de crescimento da economia este ano são pequenas, próximas ao 0%, no máximo atingindo 0,5%, o que indica atividade estável. “Nossa visão é conservadora. O desemprego ainda está muito alto e deve ainda crescer nos próximos meses, passando para 13 milhões de pessoas. O segundo semestre, porém, deverá ser mais animador”, pondera ele. “O aumento do PIB deve acontecer, mas o impacto disso ainda será tardio na indústria automotiva”, completa.

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Cenário “O mercado derreteu nos oferta de ações na Bolsa de últimos dois anos”, opina Valores (IPO, ou Initial PuAtividade econômica Roberto, da Control Motors. blic Offering, em inglês). “Mas 2017 apresenta alOutro aspecto importante deverá ser beneficiada guns indícios de que essa para injetar mais fôlego nos com a taxa dos juros e situação não se repetirá negócios é a maior oferta de este ano”, acrescenta. crédito. Roberto lembra que maior oferta de crédito, O presidente do Conseos bancos passaram por um lho Nacional da ABLA, Paulo processo de depuração de apostam os consultores Nemer, lembra que o crédisuas carteiras nos últimos to necessário para a atividaanos, eliminando créditos de de locação, obtido de maneira tradicional “podres”, e hoje existe mais apetite para financiar. junto às instituições financeiras, continua senRodolfo, da Jato, acrescenta que existe uma do uma questão fundamental a ser equacionaperspectiva de juros menores, o que poderá reda. “Quanto mais opções de financiamentos fletir positivamente no varejo. “A queda da taxa começarem a ser oferecidas e utilizadas pelas Selic é uma tendência que pode vir a alavancar locadoras, melhor para a concorrência saudáa indústria, bem como a manutenção das mevel e para o próprio fortalecimento dessa imtas inflacionárias. Ambas propiciam a queda no portante atividade econômica que é a locação custo do crédito”, explica ele. de veículos no Brasil”. Agnaldo Donizetti do Prado, superintenEntre esses fatores estão a própria necesdente executivo do Bradesco Financiamensidade de retomada por parte das locadoras. tos, entende que a redução da taxa básica “Por cautela, as locadoras passaram a desmode juros ao patamar de um dígito é desejábilizar suas frotas com maior quilometragem vel, e há previsões de que esse patamar seja e estender a validade de contratos, como se atingido no final de 2017. “Esse movimento verificou no segundo semestre de 2016. Poé importante para a criação de um novo cirém, isso fica insustentável durante muito clo positivo para a economia do país, com tempo. A frequência de desmobilização prea retomada de confiança, desalavancagem cisa ser reduzida, e isso deve acontecer em gradual das empresas e consumidores, redubreve”, avalia Roberto. ção de inadimplência e retomada gradual do Uma prova disso, segundo ele, é que grancrescimento. Todos esses fatores contribuem des redes de locadoras de automóveis estão para a redução do custo de crédito do sistese preparando para investir, inclusive com a ma”, completa ele.

Instituições financeiras também estão confiantes na retomada

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Cenário

Venda direta permanece valorizada Segmento segue atraindo as atenções das montadoras em 2017

Complexo industrial da GM, em São Caetano do Sul, e linha de produção da Volkswagen: montadoras continuam apostando no mercado corporativo

AS VENDAS DIRETAS sempre foram um mercado em expansão, com uma média de 35% dos emplacamentos totais, segundo avaliação de Roberto Bottura, da empresa Control Motors. “Estamos ainda longe da média de mercados consolidados, como a Europa e os Estados Unidos, onde as vendas diretas chegam a representar 50% do volume total. Mas as vendas diretas ganharam muita importância nos últimos anos, com a crise no varejo”, explica. Em 2017, as montadoras continuarão a olhar para o mercado corporativo com grande interesse. Roberto prevê um aumento de vendas neste segmento de 5% a 10%. “As vendas diretas estão crescendo porque as

montadoras estão apostando nesse canal para compensar a queda de faturamento com o varejo”, conta Rodolfo Salomon, da consultoria Jato. Diante desse cenário, lembra ele, as locadoras que tiverem a chance de adquirir ou renovar sua frota nesse momento poderão ter vantagem, diante da boa oferta, com bom preço. Na opinião de Roberto, o momento é realmente propício para as locadoras renovarem suas frotas. “Existe uma oportunidade para comprar agora, com desconte, devido à baixa no mercado de varejo. E comprar bem é sempre bom, traz mais segurança para a operação, inclusive lá na frente, no momento da desmobilização da frota”, afirma.

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Cenário

Mercado Premium investe no corporativo Veículos mais sofisticados ganham espaço na prateleira das locadoras

Marcelo Barros: A cultura do aluguel de automóveis passa a se consolidar entre um público mais exigente

APÓS TER MANTIDO um bom desempenho em 2015, aparentemente imune à crise que se abateu sobre o mercado automotivo, o mercado Premium, disputado por marcas como Audi, BMW e Mercedes-Benz, acusou uma queda nas vendas no ano passado, acompanhando a tendência de outros segmentos no varejo de automóveis. O balanço diz que nesta faixa de produto as vendas ficaram 30% abaixo do esperado. O mercado corporativo, por sua vez, não seguiu essa diminuição. Ao contrário: com o varejo sem fôlego para sustentar as vendas, o corporativo ganhou espaço. Na Audi, segundo o gerente de Corporate Sales, Marcelo Barros, as vendas diretas vêm seguindo tendência de crescimento em relação às vendas totais da marca. Esse crescimento, acrescenta ele, foi sustentado por uma forte atuação entre as locadoras, de todos os perfis. Pelo terceiro ano consecutivo, a Audi

fechou parceria com locadoras com presença espalhada em todo o país. “Aos poucos, estamos demonstrando que um veículo Premium precisa estar na prateleira da locadora, uma vez que os clientes já exigem esse tipo de oferta no balcão”, analisa Marcelo. “Nosso trabalho com a ABLA consiste também em mostrar às locadoras que a cultura do aluguel de automóveis passa a se consolidar entre um público mais exigente”, completa. Para este ano, a expectativa de Marcelo é de um ano igualmente desafiador em relação a 2016. “Será um ano difícil, mas estamos investindo em lançamentos de produtos para manter o portfólio bastante atrativo”, avalia ele. “O mercado automotivo como um todo, inclusive o segmento Premium, deverá ser cauteloso. Ainda é cedo para fazer uma previsão sobre um eventual crescimento, mas manteremos nossos esforços no mercado de vendas corporativas”.

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CETIP

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Cenário

Anfavea e Fenabrave divulgam projeções otimistas

Antonio Megale, da Anfavea:

Alarico Assumpção Júnior, da Fenabrave:

sinais positivos já são perceptíveis

retomada do crescimento

NO PRIMEIRO bimestre deste ano, duas das principais entidades do setor automotivo divulgaram suas projeções para os próximos meses. Ambas acreditam que 2017, o ano do 40º aniversário da ABLA, será um período de retomada de negócios. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) prossegue divulgando mensalmente os números do setor. Em janeiro, uma boa notícia. Segundo o levantamento da associação, a produção de veículos em janeiro chegou a 174,1 mil unidades, um crescimento de 17,1% em relação a janeiro de 2016, que havia registrado 148,7 mil unidades. “Começamos a ver sinais positivos na economia, e nossa expectativa para o restante do

ano é de uma melhora gradual”, disse o presidente da entidade, Antonio Megale, em encontro com a imprensa realizado em fevereiro. Para a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), depois do “pior ano da história da distribuição de veículos no Brasil nos últimos 11 anos”, o mercado volta a crescer em 2017. A previsão é de recuperação na venda de veículos a uma taxa de 2,3%, e crescimento geral do setor em torno de 3,11%. ”As incertezas políticas e econômicas afetaram a concessão de crédito e, do lado da sociedade, criaram desconforto quanto ao consumo. Somente a retomada do crescimento poderá garantir a recuperação”, analisa o presidente da entidade, Alarico Assumpção Júnior.

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Cenário

Pagar pelo uso do veículo é mais inteligente que comprar

Retomada da economia deve fazer a roda girar em 2017

O ANO DE 2016 marcou um período de muitas dificuldades. Foi um período marcado pela instabilidade, tanto na esfera política quanto na econômica. E isso afetou mercados importantes, como o petróleo e o de minérios. Os preços das commodities entraram em queda, o custo do dólar chegou a patamares assustadores e, com tudo isso, houve um desaquecimento que também impactou o setor de locação de veículos. Dessa forma, empresas que atuam direta ou indiretamente nas áreas de construção civil, óleo e gás, além da mineração, diminuíram o uso de veículos alugados e suas frotas, bem como as viagens corporativas de seus executivos. Além disso, as montadoras reduziram a produção de veículos e o crédito se tornou ainda mais caro e mais escasso, também como consequências diretas para o setor de locação. Para 2017, a expectativa é diferente. A ABLA

entende que existe um mercado potencial para a atividade de locação de automóveis, principalmente para novos contratos com pequenas e médias empresas, que cada vez mais passam a estudar com atenção e a considerar a possibilidade de vender seus veículos e migrarem para a terceirização de frotas. “Essas empresas estão fazendo as contas e entendendo que, em vez de pagarem pela propriedade, é muito mais inteligente e econômico pagar somente pelo uso dos veículos. Assim, o capital antes investido na compra pode ser utilizado em benefício da atividade-fim da empresa”, explica o presidente do Conselho Nacional da ABLA, Paulo Nemer. Em relação ao rent a car, a associação acredita na manutenção da tendência de crescimento das viagens de brasileiros dentro do próprio Brasil, o que favorece as locadoras dedicadas a este segmento.

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Entrevista

Que venham novos negócios Agnaldo Donizetti do Prado é superintendente do Bradesco Financiamentos e um dos executivos da instituição financeira que mantém mais contato com o setor de locação de veículos. Na entrevista a seguir, ele fala sobre as expectativas da empresa para 2017 e reafirma a parceria com a ABLA, por ocasião do 40º aniversário da associação

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Entrevista

REVISTA LOCAÇÃO: Qual a perspectiva do Bradesco para a concessão de crédito no segmento automotivo em relação ao ano passado? A instituição acredita que deverá ampliar os recursos concedidos para a aquisição de veículos, em relação a 2016?

"Nossa intenção é estreitar cada vez mais a parceria com a ABLA"

Agnaldo Donizetti do Prado: Sim, nós acreditamos em um crescimento entre 3% e 5% na concessão de crédito em relação a 2016. O banco sempre esteve presente neste segmento, e estamos preparados para absorver um aumento na demanda por financiamentos.

qual modalidade é mais adequada ao perfil do cliente, deve-se analisar uma série de fatores, como prazo de pagamento, se pretende liquidar o contrato antecipadamente, se pretende fazer a transferência de dívida no curso do contrato, se precisa do bem imediatamente, se pretende ter uma parcela menor no fluxo de pagamento com parcela balão para o final do contrato, além de outras variáveis. Estas modalidades atendem diferentes demandas e perfis de clientes. O Bradesco está preparado para analisar as necessidades de seus clientes e adequar a operação que melhor os atende, além de oferecer condições bastante competitivas.

REVISTA LOCAÇÃO: Com relação às locadoras de veículos, qual a expectativa? Maior ou menor concessão de crédito? Qual será a política da instituição para este mercado? Agnaldo Donizetti do Prado: As locadoras de veículos são um importante canal de vendas para a indústria automotiva, que passa por um momento muito desafiador, marcado pela desaceleração significativa da atividade econômica. Se seguirmos a previsão de crescimento da indústria para 2017, notaremos que a retomada será gradual. A boa notícia é que não devemos observar novas retrações no segmento. O Bradesco está sempre atento às oportunidades de negócios, buscando soluções e inovações que atendam às necessidades do mercado.

REVISTA LOCAÇÃO: Costuma ter muita inadimplência? Agnaldo Donizetti do Prado: Nossa inadimplência é muito controlada. Apesar da crise que tivemos nos últimos dois anos, nós não sentimos um impacto muito forte no segmento de locação de veículos.

REVISTA LOCAÇÃO: Poderia falar um pouco sobre as linhas de financiamento disponibilizadas pelo Bradesco que são mais utilizadas e indicadas às locadoras de veículos, e quais as características e condições dessas linhas?

REVISTA LOCAÇÃO: E a intenção é manter assim? Agnaldo Donizetti do Prado: Sim, temos uma parceria com a ABLA pela qual estamos sempre divulgando taxas e condições operacionais. Nossa intenção é estreitar cada vez mais essa parceria. O banco almeja o crescimento da carteira, fomenta oportunidades de negócios. Sem dúvida nenhuma, nós temos interesse em gerar mais negócios, emprestando mais e mantendo a qualidade do ativo.

Agnaldo Donizetti do Prado: Basicamente, são três as modalidades mais utilizadas para financiamentos de veículos leves: O CDC, Leasing e Consórcio. Cabe também destacar as linhas de BNDES para financiamentos de veículos pesados, máquinas e equipamentos. Nós somos o maior banco privado em repasses do BNDES. Para saber

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Financiamento

Crédito é demanda constante do setor, desde a década de 70 Entre altos e baixos no financiamento, as locadoras se consolidaram como as maiores compradoras do mercado automotivo

DE ACORDO com a ANEF (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), apenas 28% das vendas de veículos no Brasil são realizadas com pagamentos à vista. Isso significa que a maior parte das aquisições da “matéria-prima” das locadoras é realizada por meio de financiamento. Assim como ocorre nos empréstimos para pessoas físicas, a oferta de crédito para as empresas sofreu oscilações nos últimos 40 anos. Pacotes econômicos e influência de mercados externos estão entre os principais fatores que acabam por impactar as condições dos financiamentos dirigidos para o setor. Às vezes, essas interferências acabavam produzindo distorções que hoje soam quase impossíveis. Em 1994, por exemplo, o Plano Real – adotado pelo governo para estabilizar a economia e brecar a hiperinflação, que chegou a atingir quatro dígitos – fez com que fosse mais caro financiar um veículo usado do que um modelo novo. Contratos tinham como complicador a conversão da moeda antiga (cruzeiro real) para reais. De imediato, a moeda brasileira foi valorizada, e o real chegou a valer mais que o dólar. Foi a “deixa” para que o mercado testemunhasse uma invasão de modelos importados, como o Fiat Tipo e o Golf GTI. Porém, os juros

continuaram altos, como forma de evitar o retorno da inflação. Com o real, o setor de locação de veículos, bem como a economia em geral, viveu tempos de expansão. O real permaneceu valorizado em relação ao dólar até 1999, quando o Banco Central adotou o regime de câmbio flutuante. O resultado foi uma grande desvalorização da moeda brasileira. Quem possuía dívidas atreladas ao dólar foi duramente afetado. Na década seguinte, o Brasil voltou a experimentar um ritmo acelerado de crescimento, em que pese esse período ter sido marcado por crises como o apagão elétrico de 2001 e a retração da economia na Argentina, também no início da década. Em 2008, porém, o golpe seria maior. Uma crise financeira global atinge vários países, e o Brasil registra uma retração na oferta de crédito. Isso não impediu o país de ver o PIB crescer 7,5% em 2010, o melhor ano antes do atual ciclo de crescimento abaixo da média mundial. Surfando entre ventos favoráveis e marés adversas, o setor de locação de veículos chegou até 2016, ano da véspera do 40º aniversário da ABLA, como responsável por absorver 10,95% de toda a frota de automóveis e comerciais leves vendida no país. É, portanto, o maior cliente da indústria automotiva no Brasil.

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Regional

Um país de grandes oportunidades para a locação Atuação regional fortalece a presença da ABLA como entidade representativa das locadoras

RR

AP

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RN PB PE AL SE

BA

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PR SC RS

de qualificação e intercâmbio de experiências e manter as condições favoráveis para o desenvolvimento do setor em sua respectiva área de atuação. Para esta edição especial de 40 anos, fizemos uma pesquisa entre os registros da entidade e descobrimos que uma locadora baiana, a LM Frotas, é a mais antiga empresa a compor o atual quadro de associados da ABLA. Conheça um pouco mais sobre o fundador da LM nas próximas páginas e, a seguir, saiba como se comporta o mercado baiano hoje, em matéria realizada com a colaboração da diretora regional Rogéria Vianna de Alencar.

O BRASIL é um país de dimensão continental. Por isso, a capilaridade do negócio “locação de automóveis” é praticamente uma necessidade para que o setor continue atendendo milhões de clientes de Norte a Sul, de Leste a Oeste do Brasil. Essa amplitude de atuação é colocada à prova constantemente pelas várias demandas que chegam até a ABLA, na representação e prestação de serviço a seus associados. Daí a importância de a entidade ter Diretores Regionais nos mais diferentes estados do país, com a capacidade de identificar as necessidades dos associados, realizar eventos periódicos

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Regional

Ensinamentos de um pioneiro Locadora do empresário Luiz Mendonça Filho é a mais antiga associada ABLA

A ABLA ESTÁ completando 40 anos e podemos dizer que a LM Frotas também faz parte dessa história, assim como outras empresas que se associaram à entidade e contribuíram com o seu crescimento. Entre as integrantes do quadro atual, ela é a associada mais antiga. A LM Frotas foi criada em Salvador (BA), em 1979. Seu fundador e atual presidente, Luiz Mendonça Filho, lembra do início da empresa e das dificuldades enfrentadas para consolidar o negócio. Algumas questões, como o crédito e busca de mão-de-obra qualificada, permanecem como desafios para o setor. “O serviço de locação na década de 70 ainda era novidade. Na Bahia, era uma atividade totalmente desconhecida. Isso nos motivou a desenvolver o mercado e a buscarmos padrões mais elevados de profissionalização”, recorda. Uma das primeiras medidas do empresário nesse processo foi adotar o “benchmarking” (comparativo de melhores práticas adotadas por outras empresas, tendo áreas semelhantes como referência – atendimento ao cliente, recursos humanos, controle

de qualidade etc.). A chegada de grandes empresas ao Polo Industrial de Camaçari, inaugurado em 1978, fez com que a LM Frotas entrasse em contato com um alto nível de exigência em serviços, o que foi crucial para a profissionalização da locadora. Observação de oportunidades e busca da inovação são características de Luiz Mendonça e, por extensão, da LM Frotas. A empresa acabou evoluindo e se especializou no segmento de terceirização. E é a respeito desse segmento que o veterano associado ABLA possui mais ensinamentos para as locadoras de todo o país. “O nível de terceirização de frotas no Brasil ainda é muito pequeno. Estamos ainda muito longe da maturidade de mercados como o dos Estados Unidos, onde metade das frotas corporativas é terceirizada”, explica ele. A mensagem do fundador é clara: há oportunidades para quem se dedicar não apenas à terceirização de frotas, mas ao amplo mercado em que as locadoras podem atuar. Esse é o espírito que a ABLA deseja manter para os próximos cinco, dez anos adiante.

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Regional

Bahia muito além do turismo

Andria Brando

Mercado do estado nordestino apresenta características peculiares e combina rent a car com terceirização

Farol de Itapuã: atrativos turísticos

A BAHIA É UM dos destinos preferidos do brasileiro para o turismo, em qualquer época do ano. A diretora regional da ABLA no estado, Rogéria Vianna de Alencar, confirma essa afirmação. “Existe um estudo que concluiu que nossa capital, Salvador, é o primeiro destino a ser lembrado na intenção de viagem dos brasileiros”, assinala. E as atrações não se limitam à histórica Salvador, mas incluem o extenso litoral e passeios imperdíveis, como a Chapada Diamantina, no interior. Rogéria lamenta, porém, que esse potencial de negócios esteja momentaneamente prejudicado,

uma vez que o Centro de Convenções da Bahia permanece fechado desde o final de 2016. “O espaço necessitava há muito tempo de uma reforma. A falta de um Centro que comporte grandes eventos corporativos afasta o turismo de negócios, que desde 2015 se firmava nos períodos de sazonalidade turística”, revela a diretora regional da ABLA (os meses considerados de baixa temporada na Bahia vão de março a maio e de agosto a setembro; durante esses meses, as locadoras dedicadas ao rent a car chegam a conviver com uma utilização menor do que 50% da frota).

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Regional

Na avaliação de Rogéria, o ano passado marcou uma fase de “baixa” mais acentuada para a atividade de locação. Portanto, as expectativas em torno de um 2017 mais positivo são grandes. “A crise é conjuntural, portanto, todos são afetados. No caso das locadoras, há diversas preocupações que, esperamos, sejam atenuadas este ano, como o aumento do valor do veículo, a restrição ao crédito, a ausência de clientes, a depreciação nos valores de veículos usados ou mesmo a inadimplência de clientes que não recebem em dia da máquina governamental”, completa. Segundo ela, aproximadamente 80% das

locadoras baianas são de pequeno porte, enquanto os demais 20% podem ser consideradas grandes ou médias. Com relação ao perfil do negócio, 60% são dedicadas exclusivamente à terceirização de frota, e 40% mesclam aluguel corporativo e rent a car. As regiões que hoje concentram um volume significativo de locadoras no estado são a capital, Porto Seguro, Chapada Diamantina, Feira de Santana, Ilhéus e Recôncavo Baiano. Para Rogéria, as oportunidades de retomada passam pelo uso da tecnologia. “Temos um cliente que busca modernidade. É preciso acompanhar essa tendência”, finaliza ela.

Ilhéus hoje concentra um volume significativo de locadoras

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Brasil Viagem

Sergipe: destino surpreendente Em 40 anos o turismo cresceu muito no menor estado do país. Com carro alugado é possível aproveitar e explorar das praias ao famoso Cânion de Xingó

Laranjeiras fica a 20 km de Aracaju

Sergipe é uma das regiões do

estradas estaduais de qualidade,

Nordeste mais bem servidas de

que interligam praticamente todo

malha viária. De Norte a Sul é

o estado. Para acessar as inúmeras

cortado por duas rodovias federais,

atrações sergipanas, o turista leva

as BRs 101 e 235, e há ainda

no máximo três horas de viagem.

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Brasil Viagem

Escultura gigante na passarela do Caranguejo, em Aracaju

Otávio Meira Lins, direAracaju/Barra. A ponte tor regional da ABLA em Construtor João Alves foi “O turista que quiser Sergipe, explica: “Como se inaugurada em setembro trata do menor estado do de 2006 e une Aracaju ao conhecer Sergipe de território brasileiro, e senmunicípio de Barra dos Codo bem servido de malha queiros. Ela cruza o rio Serautomóvel vai rodar por rodoviária, alugando um gipe e liga a capital ao litoestradas bem asfaltadas” carro o turista poderá desral norte do estado, que vai frutar com conforto, comoda foz do Rio Sergipe até a didade e privacidade todas foz do Rio São Francisco. as belezas naturais e percorrer os principais Após sua construção, melhorou a acessibilipontos turísticos da capital, Aracaju, e das cidade ao turismo em Aracaju. A ponte, includades históricas.” sive, se tornou um ponto turístico, devido a Os últimos 40 anos foram decisivos para sua dimensão e arquitetura. o desenvolvimento do turismo em Sergipe. Famoso nacionalmente pelas diversas Aracaju ganhou em 2004 a orla de Atalaia, participações em novelas e seriados nacioque tem seis quilômetros de extensão e nais, o Cânion de Xingó é o principal atraconta com bares, restaurantes e uma intivo turístico de Sergipe. Outros destinos fraestrutura de lazer completa, que inclui que podem ser destacados são as cidades quadras de tênis, campos de futebol, quahistóricas de São Cristóvão e Laranjeiras. A dras polivalentes, quadra de areia, pista de primeira é a quarta cidade mais antiga do skate, ciclovia, parede de escalada, centro Brasil. Vale a pena percorrer as ruas do cencultural, oceanário, entre outros recurtro histórico, visitar o Museu de Arte Sacra sos para a prática de diversas atividades. do Convento São Francisco e a Igreja Matriz É hoje conhecida por ser a maior e mais Nossa Senhora da Vitória. Com 405 anos de completa orla do Brasil. história, ela é conhecida pelo imponente Outro marco no desenvolvimento do tuestilo barroco e por manter, até os dias de rismo em Sergipe foi a construção da ponte hoje, sua estrutura original.

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Brasil Viagem

Praia do Abais, litoral sul do estado

Canion de Xingó, principal atrativo turístico de Sergipe

Aracaju, Palácio do Governo

para os deslocamentos com segurança e conforto”, aconselha Otávio. A rodovia SE 230, conhecida como Rota do Sertão, que liga a BR 235 ao município de Canindé de São Francisco; e a SE 100 Sul (rodovia Ayrton Senna) são exemplos da facilidade

“Como Sergipe é um estado litorâneo, para os mais aventureiros, que gostem de explorar as praias mais desertas, uma ótima opção é a locação de um veículo off road. Para os outros destinos, um veículo básico com ar-condicionado já é mais do que suficiente

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Brasil Viagem

São Cristovão, em Aracaju

Orla de Aracaju

de percorrer os destinos turísticos do estado. A Ayrton Senna liga Aracaju, a partir do povoado Mosqueiro, à praia do Saco, e é considerada uma das 100 rodovias mais bonitas do mundo, na ótica da revista francesa especializada em turismo Grand Voyager. O turista que quiser conhecer Sergipe de automóvel não vai encontrar dificuldades para rodar por estradas bem asfaltadas, embora com sinalização ainda não tão eficiente. Se houver interesse por passeios em veículos off road, também não faltam opções, tais como percorrer algumas belezas naturais do litoral norte de Sergipe, com suas estradas vicinais, dunas e locais que exigem carros

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com tração. Quem gosta de aventura deve percorrer o trecho da SE 100 Norte, que está em vias de ser asfaltada. O acesso a algumas belíssimas paisagens da região fica mais confortável com off road, embora o automóvel de passeio possa atravessar a SE 100 Norte sem maiores dificuldades. Ou seja, Sergipe não exige veículos diferenciados. E são muitos os roteiros de interesse: do Alto Sertão Sergipano, onde está Canindé de São Francisco, com o reconhecido destino turístico do Cânion de Xingó; às belas praias do litoral Norte, como Pirambu; há ainda o Pantanal Nordestino, área de preservação ambiental em Pacatuba; e o Cabeço, no município de Brejo Grande. O passeio - sem maiores problemas para quem quer dirigir e aproveitar a vivência dos roteiros turísticos de Sergipe - passa por Aracaju, a capital, com circulação facilitada por amplas avenidas e ruas bem sinalizadas, que levam às melhores barracas de praia do Nordeste, todas à beira-mar. No roteiro da visita, não se pode esquecer do litoral Sul do estado, onde ficam localizadas praias de rara beleza, como Caueira, Abaís e Saco. Tudo isso a menos de 50 minutos de carro de Aracaju.



Ao Volante

Ele também é quarentão O FORD FIESTA surgiu em 1976, na Espanha. O modelo já passou por seis gerações e chegou ao Brasil na terceira em 1995. Começou a ser fabricado por aqui um ano depois, em São Bernardo do Campo, com os antigos motores de 1,0 e 1,3 litro e o moderno 1,4 de 16V. Teve também uma versão como sedã que deu origem ao Fusion (na Europa) e ao Ecosport (no Brasil). Já nos anos 2000, o Fiesta ganhou desenho atualizado e mais robusto, novos motores e transmissão automática. Em 2002, começou a ser produzido em Camaçari, Bahia, com alterações visuais e projeto para redução de custos. Atualmente o Fiesta conta com motor turbo Eco Boost. É o mais potente e econômico da categoria, com 125 cv, e vai de 0 a 100 km/h em apenas 9,6 segundos.

Campões de vendas da era pré-ABLA A Brasília foi produzida pela Volkswagen de 1973 até 1982. Foi um dos primeiros carros da montadora a ser projetado e construído fora da matriz, na Alemanha. Fabricado pela General Motors no Brasil a partir de 1968, o Opala deixou de ser produzido em 1992, mas possui admiradores até hoje. Em 1973, a GM apresentaria o Chevete, um sedã que se manteve na lista de modelos da montadora até 1993. Confira nas próximas páginas, ano a ano, a partir de 1977, data de fundação da ABLA, alguns dos modelos lançados mundialmente pela indústria automotiva.

Em 1979, a ABLA tinha dois anos de atividade, e o mercado automotivo brasileiro começava a mostrar sua força. Naquele ano, seriam emplacadas quase 1 milhão de unidades. Foi o auge de uma década que marcou época na evolução da indústria automobilística nacional. Modelos como o Fusca e a Kombi, lançados ainda nos anos 50, conviviam com lançamentos que ficaram na memória de muitos e se tornaram até inspiração para músicas. Além da “Brasília Amarela”, o Chevete, o Opala e o Fuscão se tornaram temas do sertanejo, do forró e do rap. Raul Seixas, por exemplo, citava o “Corcel 73” em uma de suas canções.

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Ao Volante

1977 – Fiat Fiorino

1978 – Renault 18

1979 – Volkswagen Jetta

1980 – Gol

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Ao Volante

1981 – Ford Escort

1982 – Nissan March

1983 – Fiat Uno

1984 – Ferrari Testarossa

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Ao Volante

1985 – Saab 900

1986 – Ford Taurus

1987 – Jeep Wrangler

1988 – Suzuki Grand Vitara

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Ao Volante

1989 – Land Rover Discovery

1990 – Renault Clio

1991 – Ford Explorer

1992 – Jaguar XJ220

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Ao Volante

1993 – Fiat Punto

1994 – Audi A4

1995 – Honda CR-V

1996 – Fiat Palio

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Ao Volante

1997 – Toyota Prius

1998 – Audi TT

1999 – Citroen XSara Picasso

2000 – Kia Rio

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Ao Volante

2001 – Jaguar X-Type

2002 – Citroen C3

2003 – Fiat Idea

2004 – Chevrolet Cobalt

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Ao Volante

2005 –Toyota Hilux SW4

2006 – Chevrolet Captiva

2007 – Volkswagen Tiguan

2008 – Mercedes Benz GLK Class

.

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Ao Volante

2009 – Renault Fluence

2010 – Toyota Etios

2011 – Hyundai Veloster

2012 – Chevrolet Spin

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Ao Volante

2013 – Ford Fusion Hybrid

2014 – BMW X4

2015 – Chevrolet Camaro 6° Geração

2016 – Nissan Kicks

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Tecnologia

No futuro, publicidade nas placas dos carros será uma realidade Interatividade Digital abre uma nova possibilidade de negócio para frotas

os proprietários de frotas e veículos comerciais. Além de ter a capacidade de rastrear os carros e contribuir para a segurança das frotas, o sistema central idealizado pela Reviver pode localizar e controlar as informações exibidas em um veículo, o que permitiria gerenciar um grande número de informações simultaneamente e criar verdadeiras campanhas de comunicação em massa. Basta imaginar uma empresa com frota de centenas de veículos e que decide usar esses outdoors ambulantes para comunicar um novo produto, promoção ou diferencial. Em tempos de inteligência artificial e Internet das Coisas (em inglês, Internet of Thing ou IoT), esse tipo de interconexão total de sistemas passa definitivamente de uma simples tendência para uma realidade mundial. Apenas três semanas após o lançamento no Salão de Detroit, a Reviver anunciou a aquisição de um fundo inicial de investimentos privados no valor de US$ 6,8 milhões, que será responsável pelo desenvolvimento dos primeiros protótipos de teste. A tecnologia já está toda desenvolvida e tecnicamente os sistemas estão montados. O próximo passo é buscar clientes interessados em inovar. Na Califórnia e na Flórida já existem protótipos sendo produzidos, e a empresa parte para experimentos práticos. Os dois estados norte-americanos já concluíram a aprovação legal do mecanismo. Os próximos a legalizar o sistema serão Arizona e Texas, provavelmente até o final deste ano. Nos EUA, o proprietário do veículo é responsável pela troca anual da etiqueta que é colada na placa, indicando o licenciamento no ano corrente. Se pensarmos em volume, a substituição automática das informações já é uma vantagem considerável para essas empresas.

APÓS 40 anos de história, o que reserva o futuro para a frota quando falamos em tecnologia? Estudos indicam que, em cinco anos, a maioria dos carros sairá de fábrica com dispositivos ligados à internet. E há ainda muitas outras possibilidades que podem se concretizar. Notícias que chegam dos Estados Unidos dão algumas pistas sobre uma verdadeira revolução em um item do automóvel que pouco mudou nas últimas décadas. As tradicionais placas podem estar com os dias contados. Durante o Salão do Automóvel de Detroit, em janeiro, a empresa norte-americana Reviver apresentou a tecnologia batizada de “rPlate”, uma novidade que promete revolucionar a identificação tradicional dos automóveis, que, após um século e um quarto, ainda é baseada em chapas metálicas. O projeto consiste em uma instalação interativa de LED para placas veiculares, que funciona por meio de uma plataforma virtual inteligente. Sensores de GPS e aceleração controlam uma espécie de mini-outdoor instalado nos veículos, de forma que a placa exiba mensagens personalizadas. Enquanto o veículo está em movimento as placas mostram suas informações originais e de licenciamento. Nos carros americanos, esses dados ficam expostos no lado externo, e precisam ser atualizados anualmente com uma etiqueta adesiva. Quando o automóvel cessa seu movimento, o espaço se converte em uma placa luminosa com capacidade para veiculação de peças publicitárias, interligada com o sistema elétrico do carro. Segundo os idealizadores da ferramenta, o novo local de propaganda pode vir a ser um espaço personalizado e controlado por um sistema integrado, o que viria a interessar diretamente

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Tecnologia

Os usos do big data entre as frotas Mundo digital amplia o leque de negócios para as locadoras

A TECNOLOGIA traz para o setor de frotas a possibilidade da publicidade digital, que já domina grande parte da comunicação no mundo de hoje, nos mais variados mercados, além de explorar ainda mais a conectividade dos veículos ao cotidiano do motorista. Essa é outra tendência que se instala definitivamente nos próximos anos: a conexão de todos os aparelhos a grandes sistemas interligados. Até o final da década, todos os aparelhos digitais que possuímos, seja em casa, no escritório ou nas indústrias, deverão estar conectados à Internet. Inicialmente voltado para o setor de frotas, como locadoras de automóveis, o produto “placa digitais” permite digitalizar a publicidade direcionada da própria marca ou oferecer esse espaço comercialmente. As placas também funcionariam como localizador GPS em caso de furto ou acidente,

e atualizariam automaticamente suas informações de cadastro, por exemplo, a data de renovação veicular dos documentos quando o licenciamento anual fosse realizado. A customização das placas é prática comum nos EUA, onde o motorista pode optar por um nome ou mensagem entre 1 e 7 caracteres, além de desenhos coloridos, contendo símbolos do estado de origem. Na Flórida por exemplo, são as plantações de laranja, tradicionais da região, que estampam as placas veiculares. Com essa tradição instalada, é possível que o mercado inicial de placas digitais apresente boa adesão. A primeira placa de licença digital traz uma concepção inovadora de conectividade, em que a chapa metálica se transforma em um display multifuncional, a serviço do motorista. Com certeza, as placas do futuro nunca mais serão as mesmas.

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Tecnologia

A onda da Internet das Coisas

ABREVIAÇÃO em inglês para Internet das Coisas, IoT é como tem sido chamado por especialistas da área o fenômeno de interconexão entre internet e todos os objetos que nos cercam, de computadores à eletrodomésticos, passando por máquinas industriais. O termo designa uma tendência iniciada ainda nos anos 90 com o próprio surgimento da internet, mas que tomou proporções e espaços pouco antes ocupados. A ideia é que, cada vez mais, o mundo físico e o digital se tornem um só, através de dispositivos que se comuniquem uns com os outros, mas também com centrais de dados e informações da “nuvem”. O sistema rPlate se insere nessa tendência ao explorar ainda mais a conectividade dos veículos ao cotidiano do motorista, além dos potenciais usos relativos ao grande número de dados que podem ser levantados quando pensamos em frotas. No Brasil, o governo já estuda as diretrizes para o funcionamento da IoT e prevê investimento de R$ 34,8 milhões, ainda nos próximos três anos. Afinal, uma boa infraestrutura de rede – sistemas de antenas distribuídas (DAS), small cells, Wi-Fi, torres de telecomunicação e fibra óptica – é essencial para a evolução da IoT e suas implementações.

Tecnologia embarcada: os avanços dos últimos 40 anos Década de 1970 – Criado o sensor de estacionamento. Década de 1980 – Primeiros veículos com vidros e travas elétricas comercializados no Brasil (1981). O Fiat Prêmio é o primeiro carro com computador de bordo fabricado no país (1985). Década de 1990 – Logo no início dos anos 90, surge o CD player automotivo. Depois, ainda nessa década (1998), o dispositivo passa a ser também leitor mp3 e porta USB. Começam a rodar os primeiros carros com alarme com controle remoto (1990) e GPS (1998) Década de 2000 – é a vez de os automóveis se equiparem com DVD, tecnologia Bluetooth e câmara de ré. Década de 2010 – a era da conectividade. Sistemas multimídia integrados passam a fazer parte do painel dos lançamentos. Internet, aplicativos e diversas outras funcionalidades ficam a um toque do condutor.

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ABLA Jovem

Cultura organizacional revela o perfil da empresa Maytê Rangel

Para se conhecer uma organização, o primeiro passo é conhecer sua cultura (CHIAVENATO, 2004)

Maytê Rangel é integrante da ABLA Jovem

interferir direta ou indiretamente no seu ramo de atividade, juntamente com seu crescimento organizacional. Segundo Kant, a cultura é o reino da vontade humana, da ação dotada de finalidade

TODA ORGANIZAÇÃo deve, de fato, conhecer e desenvolver sua cultura social e organizacional. Quando uma empresa tem uma cultura estabelecida, fica mais fácil a observação dos stakeholders que possam

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ABLA Jovem

“Uma boa cultura organizacional é aquela em que o ambiente é mais focado e produtivo, na qual todos os funcionários são comprometidos com a missão, visões e valores da empresa”

e da liberdade, tais como se exprimem na ética, na política, nas artes, nas ciências e na filosofia. Ela é responsável pelos comportamentos, valores morais e éticos, crenças, hábitos, políticas internas e externas de uma empresa. É muito importante a ligação direta e compatível dos funcionários à cultura da empresa, pois muitas vezes um colaborador que não tenha uma cultura compatível pode gerar comportamentos indesejáveis para a organização, podendo causar uma má impressão do negócio. A cultura é desenvolvida por meio de diversos fatores, tais como: processo histórico, processo de trocas (informações, afeto) e ações das pessoas (através de comportamentos e condutas). Ela exerce diversas funções em uma organização. Primeiramente, cria distinções entre uma organização e outra. Proporciona sentido de identidade aos membros, facilita o comprometimento com algo maior do que os interesses individuais, estimula a estabilidade do sistema social e serve como mecanismo de controle que orienta e dá forma às atitudes e comportamento dos funcionários. Ou seja, a cultura define as regras.

Outro fator importante a se destacar é que a cultura cria o clima da empresa. O clima organizacional refere-se às percepções comuns que os funcionários de uma organização têm com relação à empresa e ao ambiente de trabalho. Um clima organizacional positivo no ambiente de trabalho também está associado a um alto nível de satisfação do cliente e a um bom desempenho financeiro. Algumas das principais implicações da cultura organizacional estão relacionadas às decisões sobre a contratação e seleção de pessoal. É extremamente importante a contratação de pessoas com valores que se ajustam aos da organização, pois funcionários que não estão alinhados com a cultura da empresa geralmente resultam em pouca motivação e baixo comprometimento, aumentando o turnover. Exemplo disso são os funcionários dos parques temáticos da Disney. Todos parecem saudáveis, atraentes, arrumados e sempre com um sorriso no rosto. A empresa contrata funcionários com esse perfil, e isso ajuda o parque a manter essa imagem. Depois de contratados, uma forte cultura organizacional, sustentada por regras e regulamentos formais, assegura que todos

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ABLA Jovem

eles se comportarão de maneira relativamente uniforme e previsível. Vale lembrar que existe uma dificuldade de modificar a cultura de uma organização. Porém, o gestor pode moldar a cultura do seu ambiente de trabalho, com uma cultura mais ética, positiva e pessoas engajadas no negócio. A cultura varia de empresa para empresa. Organizações do mesmo ramo podem possuir culturas completamente diferentes. As culturas fortes são possíveis de serem identificadas por meio das opiniões dos funcionários sobre a missão e os valores da empresa. Os valores essenciais da organização são intensamente acatados e compartilhados. No caso, se as opiniões não são convergentes, a organização possui uma cultura mais fraca. Um dos fatores que tornam importante possuir uma cultura forte é a redução do índice de rotatividade de seus membros da equipe, uma vez que estes possuem um alto grau de concordância sobre o que a organização representa, e a sintonia de todos os envolvidos pode gerar uma melhora na produtividade. Portanto, quanto mais forte for a cultura, maior será o seu impacto. Porém, é necessário ressaltar que nem

sempre uma cultura considerada forte é uma cultura boa para a organização. Uma cultura “boa” é aquela em que o ambiente é mais focado e produtivo, na qual todos os funcionários são comprometidos com a missão, visões e valores da empresa, aplicando-os no seu dia-a-dia, sob um clima organizacional favorável. Cultura boa, que toda empresa busca ter! Em suma, a essência da cultura de uma empresa é a própria maneira como a esta realiza seus negócios, lida com os colaboradores, clientes, fornecedores, e o grau de lealdade que os mesmos transmitem para com a organização.

Sobre a ABLA Jovem A ABLA Jovem foi criada para apoiar os projetos de governança e capacitar novos líderes para o setor. O grupo possui uma cultura inovadora, busca a sustentabilidade do negócio e transmite isso para as empresas associadas através de eventos, encontros e matérias de divulgação.

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Jurídico

Apropriação Indébita e Estelionato Luís Cláudio Ventura da Silva

Procuradoria Geral do Estado e Secretaria da Fazenda da Bahia confirmam dispensa proporcional do IPVA

Advogado e Consultor Jurídico de Direito de Trânsito, Assessor Jurídico do SINDLOC/BA; Pós-graduado em Segurança Pública pela UNEB; graduado em Direito pela UCSAL

EM PRONUNCIAMENTO jurídico ocorrido em fevereiro de 2017, a Procuradoria Fiscal da Procuradoria Geral do Estado da Bahia (PROFIS/PGE) decidiu com fulcro no §5º do art. 7º da Lei nº 6.348/91 (Lei do IPVA do Estado da Bahia), que em qualquer hipótese que prive o titular do veículo dos direitos inerentes à propriedade, configura-se a dispensa do IPVA no montante proporcional ao tempo em que

se deu esta privação, a exemplo do que ocorre com os crimes de Apropriação indébita e Estelionato, perpetrados contra as locadoras de veículos. É que o SINDLOC/BA protocolou requerimento na PROFIS/PGE sugerindo a alteração da Lei do IPVA, a fim de contemplar, de forma expressa, a dispensa do referido tributo nos casos de crimes de Apropriação indébita e Estelionato.

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Jurídico

A PROFIS/PGE concluiu que não seria necessária alteração legislativa para garantir a pretensão da locadora lesada por qualquer destes dois crimes, por entender que o §5º do art. 7º da Lei nº 6.348/91 expressamente contempla a situação em que o titular do bem é privado dos direitos inerentes à propriedade, bastando apenas que a locadora apresente o Boletim de Ocorrência do crime, a fim de justificar a aplicação da norma referida frente à Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (SEFAZ/BA). A PROFIS/PGE, ainda, conferiu caráter uniforme ao pronunciamento jurídico. Ou seja, as conclusões apresentadas no pronunciamento devem ser observadas em todos os demais processos administrativos e judiciais que versem sobre a mesma questão. O SINDLOC/BA também havia efetivado o mesmo requerimento perante a SEFAZ/ BA, sendo emitido parecer tributário afirmando que a dispensa do IPVA está prevista, de forma genérica, o que contempla as hipóteses de estelionato e apropriação indébita, confirmando ser desnecessária alteração legislativa, e que deve a locadora

comprovar o fato perante à SEFAZ/BA através do Boletim de Ocorrência Policial. Assim, por meio do pronunciamento jurídico da PROFIS/PGE e do parecer da SEFAZ/BA, conseguimos resolver de forma definitiva no Estado da Bahia a questão da dispensa do IPVA nos casos de Apropriação indébita e Estelionato, haja vista que até então não havia um entendimento uniforme sobre a matéria. Vale registrar, ainda, que os crimes de Apropriação Indébita e Estelionato não ficam consignados no Registro Nacional de Veículos Automotores (RENAVAM), razão pela qual se torna imprescindível que o Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) efetive alterações no manual do RENAVAM, de forma a possibilitar o registro dos referidos crimes, o que coibiria a prática dos delitos, permitindo a apreensão dos veículos nas operações de fiscalização de trânsito. Certamente, as manifestações proferidas reforçam a quebra de paradigma, tornando-se fortes precedentes para nortearem a atuação dos Estados-membros e até mesmo da jurisprudência brasileira.

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Representação

Nova Comissão tem ABLA e FENALOC como coautoras "Esse é um grande reconhecimento da CNT ao setor de locação de veículos"

Sede da ABLA em Brasília fica dentro do edifício sede da Confederação Nacional do Transporte

A ABLA e a FENALOC são as coautoras da sugestão que resultou na criação da nova Comissão de Transporte e Turismo, dentro da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que já nasceu englobando oito entidades de grande porte. O objetivo é propor políticas públicas e diretrizes que permi-

tam os avanços necessários para o setor de transporte de turismo. “Portanto, é um fórum apropriado para a inclusão, debates e trocas de experiências também sobre os temas relacionados à atividade de locação de veículos”, diz Paulo Nemer, Presidente do Conselho Nacional

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Representação

da ABLA. “Na prática, esse incidente na atividade é um grande reconhecitransportadora, por exem"Nova comissão mento da CNT sobre o fato plo, diminui a competitivida nossa atividade estar didade do setor e aumenta gera um diálogo retamente ligada à infraesseus custos. trutura de transporte para A excelente estrutura fundamental para o o turismo no Brasil”. da CNT também será funDe fato, a CNT tem amdamental. “Os encontros turismo brasileiro" pliado os espaços para a serão mensais e realizados locação de veículos no no próprio edifício sede da Brasil. Para Paulo Nemer, Confederação, em Brasília”, que será o representante da ABLA na coacrescenta o Diretor de Relações Instituciomissão, “ao promover a interseção entre nais da Confederação, Rafael Viveiros. entidades relacionadas a veículos, aviões Para Paulo Nemer, da ABLA, trata-se de e transporte sobre trilhos, a nova comisuma iniciativa setorial importante para que são gera um diálogo fundamental para o o Brasil se torne “uma ótima opção para os turismo brasileiro, que incorpora diversas grandes eventos internacionais e também áreas com características próprias”. para férias mais prolongadas”, compleA iniciativa ganha ainda mais importânmenta. “Nós, da ABLA, acreditamos que cia à medida que o atual cenário brasileiro parcerias com entidades fortes criam as apresenta deficiências na efetividade de melhores condições para disseminar, para políticas públicas que ofereçam ambiente milhões e milhões de pessoas, o quanto o favorável e competitivo ao setor de transaluguel de veículos é essencial para o deporte de turismo. A atual carga tributária senvolvimento do turismo”.

Integrantes da Comissão

Saiba mais sobre a CNT

Com ABLA e FENALOC, já fazem parte da nova Comissão a ABEAR (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (ABRATI), Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Associação Nacional dos Transportadores de Turismo e Fretamento (ANTTUR), Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (FENAVEGA) e Federação Nacional dos Condutores Autônomos de Veículos FENCAVIR.

A CNT é uma das maiores e mais importantes confederações setoriais do Brasil. Criada em 1954 com o nome de CNTT (Confederação Nacional de Transportes Terrestres), somente em 1990 passou a se chamar como hoje a conhecemos: Confederação Nacional do Transporte. É a entidade máxima de representação do setor de transporte e logística e sua missão é apoiar o desenvolvimento e atuar na defesa dos interesses do setor. A partir de seu novo estatuto, a CNT ampliou seu papel de atuação, voltado para a promoção da multimodalidade e do fortalecimento do sistema de transporte e logística. Com foco na sustentabilidade, a visão da entidade está voltada a promover a inovação e a transformar e dinamizar o setor. Atualmente a Confederação reúne 37 federações, cinco sindicatos nacionais e 19 associações, incluindo ABLA e FENALOC.

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Fim de Papo

Inovação em Locação um horizonte ainda nebuloso

QUANDO Steve Jobs lançou seu iphone em 2007, o mundo inteiro percebeu que algo tinha mudado. Que nada seria como antes. Naquele pequeno dispositivo, mais que um telefone, estava os primórdios das plataformas de negócios que viriam preencher nosso mundo mais de uma década depois. Não mais se veriam frutificar modelos de negócios focados em uma única função ou necessidade capazes de durar. A gestão passou a ter a obrigação de entender melhor este componente que, há 20 anos, só era compreendido pelos meninos da informática. A tecnologia avançada. Nem mesmo nas plantações de soja mais distantes é possível ignorar a tecnologia. Hoje um trator embarca dispositivos que são incompreensíveis ao agricultor comum. A segunda onda que precisamos salientar é do advento do Uber. Não porque ele vem a substituir taxis e possíveis locações, mas pelo impacto da tecnologia no chamado mercado de bicos. A partir do Uber qualquer coisa em qualquer lugar pode ser compartilhada. A palavra da vez não é mais ter mas sim utilizar. Preciso de uma furadeira, o aplicativo me fornece

as pessoas mais próximas que querem me alugar por uma hora. Preciso me locomover por uma hora, o aplicativo me proporciona o que preciso, seja ele um carro, uma rota de ônibus ou uma bicicleta. Como estes dois fatores impactam no negócio de locação? Como podemos avaliar a aplicabilidade da plataforma de negócios e a cultura do compartilhamento? Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial, escreveu em seu livro, “A Quarta Revolução Industrial” que, até 2025, teremos um modelo de tecnologia cognitiva que passará como um tsunami em cima de muitos negócios atuais. Os sinais já vêm sendo sentidos há muito tempo. Uma mudança no gosto do consumidor, uma geração mais propensa a ser do que ter e avanços dramáticos em inteligência artificial vão mudar os mercados de saúde, logística, locação de qualquer gênero, da educação, entre outros. O advento dos veículos autônomos, robôs que tomam decisões financeiras, impressão 3D e outras tecnologia vão tirar os atuais empresários (e seus respectivos funcionários) de seus negócios.

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Fim de Papo

É claro que haverá ainda locais no Brasil e no mundo em que a infraestrutura criará uma barreira para estas tecnologias e novos segmentos. Mas não para sempre. Há nisto um alívio? Não, pois mesmo que hajam estas barreiras, o mercado encolhe. Mesmo que resistamos num modelo anterior, não teremos mais aquela rentabilidade de outrora. O que podemos vislumbrar para o mercado de locação? Inicialmente se prevê que haja, com o aquecimento da economia, um aquecimento no segmento de frotas. As empresas já entenderam que ter veículos próprios não faz sentido. Este aquecimento deve ser muito aproveitado pelas locadoras como uma forma de se capitalizar para um futuro tecnologicamente obscuro. Quem serão donos das grandes frotas mundiais? Serão as frotas compostas de veículos autônomos? Google e Uber dominarão a oferta de mobilidade? Como tudo ainda é incerto, o importante é ter dinheiro para escolher. É lugar comum falar sobre gestão enxuta de custos, mas é importante ressaltar que não podemos nos enganar que o aquecimento econômico será para sempre. Embora economistas ligados a instituições financeiras acreditam que até 2030 o mercado voltará aos patamares de 2012, a pergunta que se deve fazer é com quais players. Certamente muitas montadoras que não acertarem a mão vão deixar o mercado. Surgirão outros como Uber que apresentarão ferramentas hoje impensadas para solucionar os problemas de

mobilidade de nosso dia-a-dia. Empresas de outros segmentos podem entender interessante invadir estes mercados como a icarros, no segmento de distribuição de veículos. Já pudemos medir os estragos à lucratividade quando sites como Decolar e outros surgiram no mercado. Na via inversa, a locação em turismo pode sofrer grandes perdas com o advento de uma oferta maior de compartilhamento e precisamos estar prontos a oferecer uma plataforma de produtos e serviços que agradem o cliente e o faça entender que atendemos melhor às suas necessidades. A tecnologia é uma das respostas mais prováveis. Como faremos com que a experiência de aquisição do serviço seja inesquecível? Como a tecnologia entra neste contexto? Será exigido dos atuais empresários do mercado de locação que se inovem. Será obrigatória, nas empresas, a criação de células de inovação ou como muitas empresas grandes estão fazendo, trazendo as ideias das startups para dentro. Como o perfil das empresas locadoras é familiar, um bom conselho é colocar a juventude para pensar nisto. Este será um trabalho não só de várias mãos, mas também de muitas visões. A experiência dos custos e do gerenciamento interno dos mais antigos com a visão de mercado dos mais novos. Neste novo horizonte que está surgindo não será suficiente melhorarmos a vela. Precisaremos criar uma lâmpada. E uma lâmpada não é uma vela melhorada. É algo completamente diferente.

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