Ano IX • nº 55 • maio/junho - 2014
Associação Brasileira da Locadoras de Automóveis
Pós Venda
como enfrentar
o recall Entrevista Luiz Moan, da ANFAVEA, fala sobre locação
Esta revista tem suas emissões compensadas por restauro florestal em mata ciliar
Rent a Car Veja como ampliar o aluguel diário
conheça os principais lançamentos de 2014
carta do presidente
Paulo Nemer Presidente DO CONSELHO NACIONAL DA ABLA
De ouvidos bem abertos!
F
azer as coisas de maneira nova, com ainda
é a ação mais importante para que delas, a ABLA
mais eficiência. É dessa maneira, e com o
possa permanecer ainda mais próxima. Isso
entusiasmo redobrado, que a ABLA
implica em termos ainda mais notícias focadas
está retomando o projeto da Revista
nos reais interesses e necessidades das Locadoras.
Locação, agora com um conteúdo completamente novo e repaginado. Para trazer a revista de volta procuramos,
Além de tudo isso, mas não menos importante, nessa retomada da Revista Locação eu gostaria de agradecer os esforços dedicados
antes, adequar a publicação ao conceito que
ao projeto pelos conselheiros Alberto Faria e
vem norteando todas as principais ações
Raimundo Teixeira, que estão à frente do novo
do atual Conselho Gestor, voltadas à
Comitê Editorial da nossa revista, junto com o
aproximação direta com aquilo que a ABLA
presidente executivo João Claudio Bourg e com o
tem de mais importante: o nosso quadro
jornalista Olivo Pucci.
de Locadoras associadas. Assim, os ajustes de conteúdo promovidos
Pelo que já lemos nessa primeira edição, estamos trilhando o caminho certo. Assim,
visaram trazer a Revista Locação para a realidade
leitores e leitoras, sintam-se também à vontade
do dia a dia das Locadoras. Buscamos orientar a
para opinar, fazer observações, críticas e
publicação para que ela preste uma ajuda efetiva à
elogios. Enviem suas sugestões, participem e
operação do nosso negócio.
façam da nova revista uma publicação de fato
Trata-se de um desafio estimulante, cujo sucesso também dependerá dos próprios leitores. Isso porque a nova Revista Locação surge agora
interativa. O e-mail abla@abla.com.br está à disposição também para isso. Não percam a oportunidade. Façam bom
como mais um instrumento para que a ABLA
proveito de mais esse benefício que a ABLA
possa ouvir as demandas, os ajustes e as
volta, agora, a gerar para o desenvolvimento
sugestões das Locadoras de veículos.
do seu negócio. Boa leitura a todos e até
Na prática, acreditamos que ouvir as associadas
MAIO/JUNHO 2014
a próxima edição!
REVISTA LOCAÇÃO - 3
Expediente
Índice
22
CONSELHO GESTOR - Paulo Nemer (Presidente do Conselho Nacional), Carlos Rigolino (VicePresidente do Conselho Nacional), Alberto Faria da Silva, Emanuel Trigueiro, José Adriano Donzelli, Marcelo Fernandes, Nildo Pedrosa, Paulo Gaba Jr., Paulo Miguel Jr., Raimundo Teixeira, Saulo Froes e Simone Pino.
GPS, tire todas as suas dúvidas.
CONSELHO GESTOR (Suplentes): Bernard da Costa Teixeira, Carlos Roberto Pinto Faustino, Celio Fonseca, Gustavo do Carmo Azevedo, José Emilio Houat , José Zuquim Militerno, João José Regueira de Souza, Leonardo Soares, Luiz Carlos Lang, Márcio Castelo Branco Gonçalves e Valmor Emilio Weiss. CONSELHO FISCAL: Alvani Laurindo, Eduardo Correa da Silva, Eládio Paniágua Jr., Jacqueline Moraes de Melo, Marco Aurélio Gonçalves Nazaré e Ricardo Gondim Espírito Santo. CONSELHO FISCAL (Suplentes): Lucas Pitta, Lusirlei Albertini, Marco, Antonio de Almeida Lemos, Marconi José de Medeiros Dutra, Nilson Oliveira Silva e Paulo Hermas Bonilha Júnior. COMISSÃO EDITORIAL: Alberto Faria, Raimundo Teixeira, João Claudio Bourg e Olivo Pucci. PRESIDENTE EXECUTIVO: João Claudio Bourg. MARKETING E PUBLICIDADE: Daniela Provazzi, Jorge Machado e Nilvando Filgueira - (11) 5087-4100. Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis - ABLA São Paulo: Rua Estela, 515 – Bloco A – 5º andar CEP 04011-904 – São Paulo – SP. Tel.: (11) 5087-4100 E-mail: abla@abla.com.br
12
Revista Locação - Projeto, criação e execução: Fatto Comunicação 360º www.fattostampa.com.br - 11 5507-5590 Diretor de Conteúdo: Rogério Nottoli (Jornalista Responsável - MTB: 31056) - r.nottoli@ fattostampa.com.br. Editor de Arte: Renato Prado. Assistentes de arte: Bruno Nottoli e Isis Splendore. Redatora: Juliana Nottoli. Fotos: Divulgação e Shutterstock. A revista Locação não se responsabiliza pelas opiniões emitidas nos artigos assinados. Permitida a reprodução das matérias, desde que citada a fonte.
4 - REVISTA LOCAÇÃO
Em entrevista exclusiva, Luiz Moan, presidente da Anfavea, fala sobre a importância das Locadoras no mercado brasileiro.
Os bandidos sempre tentam novas maneiras de fraudar as Locadoras; veja como ficar sempre um passo à frente dos criminosos.
Brasília: Saus Quadra 1 – Bloco J – Edifício CNT Sala 510 – 5º andar – Torre A CEP 70070-010 – Brasília – DF. Tel.: 61.3225-6728 Site: www.abla.com.br
8
O mercado começou o ano com muitos lançamentos. Versões, reestilizações, mas muitas novidades. Entre elas o up!, o Fit e o Corolla.
18
16
Para crescer com o aluguel diário é fundamental manter uma frota com características adequadas a esse tipo de locação.
24
O número de recalls cresceu, transformando-se em um incômodo. Para as Locadoras é pior, é sinônimo de prejuízo com os carros parados.
Anúncio rontan
MAIO/JUNHO 2014
REVISTA LOCAÇÃO - 5
Universo do automóvel
UM SITE PARA O KA
O PRIMEIRO CHERY SAI Do forno A festa foi entre os 120 funcionários, que acompanharam a produção do primeiro veículo (um modelo Celer) na fábrica da Chery, em Jacareí (SP). “Trata-se de uma cerimônia para dar sorte, encorajar e motivar as pessoas a fazerem um bom trabalho”, explica o chinês Roger Peng, que em janeiro assumiu a presidência da Chery do Brasil.
A Ford do Brasil lançou um hotsite na Internet específico para a divulgação do Novo Ford Ka veículo que chegará ao mercado em agosto nas versões hatch e sedan. No site Ford Futuro, é possível se cadastrar para receber informações e novidades do novo compacto, que foi desenvolvido na plataforma do Novo Fiesta e vai estrear um motor de três cilindros de 1.0 litro de 12V, com potência em torno de 80 cv.
NISSAN PRODUZ SEU 2º VEÍCULO ELÉTRICO A Nissan fez lançamento mundial, direto do Japão, de mais um veículo elétrico de sua gama, a van e-NV200. Este é o segundo de quatro modelos no conceito emissão zero que a montadora planeja lançar até março de 2017, garantiu o vice-presidente de Planejamento, Andy Palmer. A meta da empresa é vender 1,5 milhão de veículos elétricos até 2017.
Mudança de regra sobre IPI afeta seu negócio (NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA)
No início de julho, o governo prorrogou o desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis até o final de 2014. Tratou-se de uma nova mudança de regras, já que a alíquota para carros com motor 1.0, atualmente em 3%, deveria aumentar para 7% a partir de 1º de julho. Dessa forma, novamente o setor de locação de veículos terá de enfrentar dificuldades em função das mudanças de regras repentinas relacionadas ao IPI. O desconto no imposto para veículos novos dificulta a desmobilização dos ativos das Locadoras e, assim, consequentemente, inibe parte dos recursos necessários para um aumento mais significativo da frota. “O setor aluga automóveis. Essa é nossa atividade fim. Não somos revendedores, 6 - REVISTA LOCAÇÃO
porém também não somos colecionadores”, diz Paulo Gaba Jr., Diretor de Relações Institucionais da ABLA. “Faz parte do negócio o momento de desmobilizar ativos e, nesse sentido, também é importante que as ‘regras do jogo’ não mudem repentinamente, dificultando o planejamento das empresas”. As repentinas mudanças de regras do IPI exigirão, principalmente das Locadoras, um planejamento ainda mais cuidadoso neste segundo semestre. “O setor tem demonstrado maturidade suficiente para administrar sua frota”, acrescenta Gaba. “Quero dizer que, desde que as regras sejam claras e mantidas, as empresas se planejam e conseguem atuar, seja dentro de um mercado com impostos mais altos ou mais baixos”.
Segundo ele, o que dificulta e, em certos casos, até mesmo inviabiliza o negócio, são mesmo as mudanças de regras repentinas. “A ABLA vai continuar lutando por uma política automotiva de longo prazo, que permita de fato o planejamento dos investimentos das Locadoras associadas”, afirma Gaba. Prorrogação dos descontos Para veículos entre 1.0 e 2.0 (com motor flex), o IPI subiu de 7% para 9% no início de 2014 e agora retornaria aos 11%. Automóveis com o mesmo motor, mas movidos somente com gasolina, teriam a alíquota ajustada dos atuais 10% para 13%. Os veículos utilitários pagam 3% e voltariam à alíquota original de 8%, caso não houvesse a nova mudança de regras do governo.
CIVIC MUDANÇAS LEVES Como em um jogo de xadrez, a Honda usou o tabuleiro para se defender do Corolla 2015 e segurar na liderança no mercado de sedans médios. A jogada foi fazer uma leve reestilização no Civic - o sedã ganhou uma nova grade frontal, que trocou a barra cromada por um aplique cromado em
formato de “U”, faróis de neblina com novo desenho e rodas de liga leve de 17 polegadas. Os motores continuam os mesmos. A versão LXS segue com o 1.8 de 140 cv, acoplado ao câmbio manual ou automático. Já o LXR atinge 155 cv e vem apenas com a transmissão automática.
Anúncio EUROIT
MAIO/JUNHO 2014
REVISTA LOCAÇÃO - 7
Universo do automóvel
Lançamentos movime O mercado começou o ano com muitos lançamentos. Versões, reestilizações, mas muitas novidades. A Volkswagen colocou todas as suas fichas no pequeno up! (veja avaliação na página 26), a Nissan esquentou a sua linha de produtos com o New March, a Troller atualizou o seu jipe, apresentando o modelo T4, a Peugeot destacou-se com o novo modelo 3008, a Honda marcou espaço com a profunda reestilização do Fit, enquanto a Toyota cumpriu a promessa de lançar o novo Corolla. Isso sem contar com o vento a favor dos importados, com a nova geração dos modelos Mini, do Mercedes-Benz CLA, do novo Volvo V40 Cross Country, da BMW X4 e o novo utilitário da Porsche, o Macan. A Fiat fez inúmeras investidas, com o reposicionamento do Linea e colocando o Palio Fire Way como o carro mais barato do Brasil. Tem mais: muitas marcas aproveitaram a Copa do Mundo de Futebol e lançaram versões verde-amarelas.
VW up! O up! está sendo considerado como o principal produto da Volks desde o Gol, em 1980. Com formas quadradas e essência urbana, seu maior destaque é o motor de três cilindros de 1 litro, flex, bastante potente: 75 cv de potência movido a gasolina e 82 cv abastecido com álcool.
Os principais argumentos de venda do Fit 2015 são o visual moderno, amplo espaço interno e a sua versatilidade. Lançado em três versões de acabamento o Honda é oferecido com dois tipos de motores, ambos bi-combustível: 1.4 litro com 100/101 cv de potência gasolina/etanol e 1.5 litro com 115/116 cv gasolina/etanol.
Nissan New March O pequeno hatch compacto passa a ser produzido no Brasil, em Resende (RJ). Por fora, mudanças na grande entrada de ar inferior e grade cromada em forma de ‘V’, enquanto o para-choque ficou mais encorpado. Por dentro, novo desenho do painel de instrumentos, console central e novos revestimentos. O New March 2015 adota dois tipos de motor, 1.0 16V ou 1.6 16V flex – o mais potente com 111 cv de potência – nada mal para um carro que pesa apenas 982 kg.
8 - REVISTA LOCAÇÃO
Honda Fit
mentam o mercado Toyota Corolla O Corolla 2015 é inteiramente novo. Entre as principais novidades estão o design e o conjunto tecnológico, que inclui a nova transmissão automática Multi-Drive de sete velocidades. Externamente, a frente ganhou novo conjunto de faróis ligados
Troller T4 aos para-lamas. E o capô tem vincos marcantes acentuados no centro e nas laterais. E a traseira recebeu novas lanternas e mudanças que vão desde os contornos da carroceria (agora com defletores de luz na parte inferior) até o porta-malas. As mudanças deixaram o Corolla mais atraente. Por dentro, o carro permanece praticamente inalterado, não houve mudanças significativas. O novo Corolla traz duas opções de motor: o 1.8 litro flex de 16V, capaz de atingir 139 cv de potência quando abastecido com gasolina e 144 cv com etanol. O motor mais potente é o 2.0 litros flex de 16V, que gera 143 cv a gasolina e 154 cv com etanol.
Peugeot 3008 Elogios ao design francês. Os detalhes cromados e ao novo desenho dos faróis, acompanhados por LED de iluminação diurna, contribuíram para atualizar o 3008. Com um olhar mais atento, nota-se que as rodas de liga leve diamantadas aro 17 deram um ar de inovação ao design. O
MAIO/JUNHO 2014
crossover, agora, é oferecido apenas na versão Griffe, a mais luxuosa e completa. O conjunto mecânico não sofreu alterações. Permanecem em cena o motor 1.6 litro turbo, com injeção direta de gasolina, de 165 cv de potência, e câmbio automático de seis marchas.
Totalmente remodelado, o T4 promete manter a mesma capacidade off-road do modelo anterior, que ficou em produção por 14 anos. Os para-lamas largos e integrados à carroceria continuam chamando atenção, mas o capô com a parte central elevada é um dos destaques. A grade dianteira conta com tramas entrelaçadas e as lanternas traseiras são de LED. O T4 vem com protetor frontal e estribos laterais integrados ao design da carroceria. No teto, uma grande novidade: o “sky-roof”, duas janelas envidraçadas que proporcionam excelente iluminação da cabine. O Novo Troller utiliza a mesma plataforma da Ranger, inclusive o motor diesel 3.2 litros de cinco cilindros, com potência aproximada de 200 cv. A transmissão é manual de seis marchas e o conjunto de tração 4x4.
REVISTA LOCAÇÃO - 9
Universo do automóvel
PRIMEIRO SEMESTRE: Fórum Jurídico é mais um benefício VENDAS EM QUEDA para os associados da ABLA O balanço realizado pela Fenabrave, associação que reúne os distribuidores de veículos, apontou que o primeiro semestre de 2014 as vendas tiveram uma queda de 7,56% em relação ao mesmo período do ano passado. O mês de junho, especificamente, a redução foi de 17,27%. Ao todo, foram 1.662.903 unidades emplacadas de janeiro a junho. Foi o pior primeiro semestre dos últimos quatro anos. Para caminhões, o pior dos últimos cinco anos e, para motos, o pior dos últimos oito anos. Para Flávio Meneghetti, presidente da Fenabrave, a forte retração das vendas no mês passado deveu-se ao “efeito” Copa do Mundo e o baixo crédito na praça. “Imaginávamos que a Copa iria afetar o mercado, mas não tão tragicamente”, revelou. Para o fechamento do ano, a Fenabrave prevê agora queda de 8,08% na venda de veículos - a previsão inicial era de 3,24%. O único segmento que deverá ter aumento, em comparação a 2013, é o de comerciais leves: 1,5%.
10 - REVISTA LOCAÇÃO
As assessorias jurídicas e/ou advogados que prestam serviços para as empresas do setor de locação de veículos, associadas da ABLA, terão a oportunidade de se reunir no I Fórum Jurídico da Indústria de Locação de Veículos, projeto que a Associação está retomando este ano e que já tem encontro agendado para o dia 25 de julho de 2014, das 9h às 17h, no escritório da ABLA em Brasília (DF) SAUS – Quadra 01 – Bloco J – Torre A – Sala 510 – Edifício da CNT. Trata-se de um evento técnico inédito, ao qual também são convidadas as Assessorias Jurídicas dos Sindlocs, para abordar as questões que de modo imediato afetam o ambiente de negócios do setor. Serão discutidos sob o viés jurídico, temas como desmanche de veículos, transporte clandestino,
IPVA e Súmula 492, entre muitos outros diretamente ligados ao dia-a-dia das Locadoras associadas. As Locadoras de automóveis associadas podem aproveitar esse benefício e confirmar a inscrição (gratuita) o quanto antes de seus advogados, pois as vagas são limitadas. Basta que a Assessoria Jurídica da sua Locadora procure Paula Camilla (paula@abla. com.br) ou Júlia (adm.bsb@abla.com. br), para receber as orientações sobre como se inscrever. As despesas de alimentação dos advogados inscritos, no dia do Fórum Jurídico, serão cobertas pela ABLA. Os demais investimentos, se necessários, deverão ser cobertos pela própria Locadora interessada em aproveitar essa grande oportunidade de aperfeiçoamento e atualização jurídica.
BMW INAUGURA NOVO ACORDO COM A ARGENTINA FÁBRICA ESTE ANO A presidente Dilma Rousseff já deu aval ao novo acordo automotivo entre Brasil e Argentina. Com duração de um ano, ele começou a vigorar a partir de 1º de julho. O sistema “flex”, que funciona com um limite ao intercâmbio comercial de veículos sem a incidência de imposto de importação, será retomado na proporção de 1,5. Ou seja: para cada US$ 1 milhão em automóveis comprados da Argentina, o Brasil poderá exportar ao país vizinho até US$ 1,5 milhão isento de tarifa. Uma das principais novidades do novo acordo será a criação de um comitê automotivo bilateral, que acompanhará mensalmente o setor e permitirá um diálogo permanente para resolver qualquer tipo de pendência.
A fábrica BMW, em Araquari (SC), será inaugurada em 30 de setembro, já produzindo. O prédio principal, que abriga a linha de montagem e a área de logística está em fase final de construção, informou Gleide Souza, diretora de Relações Governamentais da marca alemã. O primeiro modelo a ser produzido será o sedan Série 3. A cada três meses um novo carro sairá da linha de montagem: o segundo será o X1, depois o Série 1, o X3 e, finalmente, o Mini Countryman. De acordo com a diretora, o grupo já tem 180 funcionários em treinamento e pretende chegar a 800 até dezembro.
Chance de investir na rentabilidade do seu negĂłcio Em parceria com os Sindlocs, a ABLA tem gerado uma grande oportunidade para os empresĂĄrios e profissionais da ĂĄrea comercial das Locadoras de automĂłveis. Trata-se de um curso completo de capacitação, com foco nas tĂŠcnicas para o estabelecimento correto das tarifas de locação diĂĄria e dos preços de terceirização. O Curso Preço Justo ABLA adota a dinâmica similar Ă de um jogo empresarial, simulando fatos reais do cotidiano das empresas de locação – tais como a reposição da frota via financiamentos ou capital prĂłprio, custos fixos e variĂĄveis, despesas administrativas, impostos, taxas e lucros! Em 2014, essa importantĂssima oportunidade de capacitação para o sucesso
dos negĂłcios jĂĄ foi realizada em parceria com Sindlocs da Bahia, do Rio Grande do Sul e do ParanĂĄ, que realizaram o curso e capacitaram mais de 70 empresĂĄrios e profissionais do setor. Para o segundo semestre, jĂĄ estĂŁo previstos cursos em Pernambuco e no EspĂrito Santo. Entre em contato com a ABLA e veja como inscrever a sua Locadora. O gerente administrativo da ABLA, Jorge Machado (jorge@abla.com.br) estĂĄ Ă disposição para detalhar, orientar e auxiliar diretamente os interessados a respeito do processo de participação. NĂŁo perca a chance!
! " #
$ MAIO/JUNHO 2014 %%% &
REVISTA LOCAĂ‡ĂƒO - 11
Entrevista
Diretor de Assuntos Institucionais da GM, Luiz Moan Yabiku Júnior comandará a Anfavea até 2016.
12 - REVISTA LOCAÇÃO
A Anfavea reúne 28 empresas produtoras de veículos do País.
O BRASIL ESTÁ ENTRE OS CINCO
MAIORES MERCADOS E AINDA TEM ESPAÇO PARA CRESCER Nesta entrevista exclusiva para a Revista Locação, Luiz Moan fala do mercado brasileiro, da importância das Locadoras e sobre as tecnologias do futuro. REVISTA LOCAÇÃO - Analise a crescente importância do setor de locação como principal cliente das montadoras. Luiz Moan - As Locadoras são extremamente importantes para o setor automobilístico brasileiro. Os dados do próprio Anuário da ABLA mostram isso: somente em 2013 o setor de locação representou 8,35% das vendas na indústria automotiva. Além disso, é responsável pela geração de R$ 2,15 bilhões em impostos e pela geração de mais de 309 mil empregos diretos e indiretos.
REVISTA LOCAÇÃO - Qual será a evolução dos equipamentos de fábrica que ajudam na prevenção e recuperação (no caso de furtos e roubos) nos carros produzidos no Brasil? Luiz Moan - A evolução dos equipamentos de segurança e das tecnologias nos veículos é permanente. As empresas investem intensamente no Brasil e no mundo para que os veículos sejam cada vez mais seguros em todas as situações, seja com o condutor ao volante ou com o carro estacionado. MAIO/JUNHO 2014
REVISTA LOCAÇÃO - Qual é a sua previsão de produção e vendas de veículos em 2014? Luiz Moan - A Anfavea projeta queda de 10% na produção de veículos em 2014, para um total de 3,34 milhões de unidades. Em relação às vendas, a expectativa é de queda de 5,4% no número de veículos licenciados. (A previsão anterior, divulgada em janeiro, era de alta de 1,4% na produção no ano de 2014 e de aumento de 1,1% nas vendas de veículos, na comparação com 2013.)
REVISTA LOCAÇÃO - O que falta para vender mais carros no Brasil? Luiz Moan - É preciso pensar em um horizonte de longo prazo. Hoje, no curto, a seletividade de crédito se mostra como um dos principais entraves. Contudo, na análise de longo prazo, percebemos que o setor cresceu muito nos últimos anos. Saímos de 1,5 milhão de unidades comercializadas em 2002 para 3,8 milhões em 2013, um aumento de 154,8% que nos posiciona entre os cinco maiores mercados mundiais. Além disso, o Brasil possui grande potencial de crescimento para os próximos anos. Uma das razões dessa expectativa é a taxa de motorizaREVISTA LOCAÇÃO - 13
Entrevista
O Brasil tem todas as condições para desenvolver as tecnologias que moverão os carros do futuro”. ção, ou seja, a relação de habitantes por veículo. Hoje ela está na casa dos 5,7 habitantes/veículo, enquanto nos Estados Unidos é de 1,2 e na Europa entre 1,7 e 1,9. Daí a razão para os inúmeros investimentos anunciados em novas fábricas no País. REVISTA LOCAÇÃO - Em que patamar tecnológico estão os carros produzidos no País? Luiz Moan - Os carros produzidos atualmente no Brasil possuem alto nível tecnológico e estão totalmente alinhados com o que é oferecido em outros países, seja no que diz respeito ao conforto, segurança ou tecnologia. O programa Inovar-Auto deve aumentar ainda mais os níveis de eficiência energética nos produtos e estimular a pesquisa, engenharia e desenvolvimento de produtos ainda mais seguros, tecnológicos e com nível de emissões cada vez menor.
REVISTA LOCAÇÃO - Qual é o futuro dos carros elétricos no Brasil?
14 - REVISTA LOCAÇÃO
Luiz Moan - É difícil analisar essa questão, até porque no mundo todo as empresas ainda estão investindo e avançando neste mercado. No Brasil esse crescimento deve ser gradativo, mas a tendência para o futuro é uma participação crescente de modelos híbridos e elétricos. Em 2013 a Anfavea apresentou ao governo projeto de incentivo à comercialização e produção de novas tecnologias de propulsão no Brasil. A ideia é incentivar o mercado, em um primeiro momento, e depois a produção local.
REVISTA LOCAÇÃO - Quais são os principais obstáculos e benefícios dos veículos elétricos no País? Luiz Moan - O Brasil tem condições favoráveis para desenvolver localmente as tecnologias de propulsão que moverão os carros no futuro. Um dos nossos principais desafios é aproveitar todo o conhecimento que temos com o etanol. É possível, por exemplo, utilizar o etanol para abastecer os veículos movidos a célula de combustível. Mas para que isso se torne viável, a pesquisa e o desenvolvimento precisam começar o quanto antes. REVISTA LOCAÇÃO - Estamos alinhados com o que existe no resto do mundo? Luiz Moan - Sim, até porque as associadas da Anfavea representam 75% da produção mundial de veículos. Isso significa que as montadoras aqui instaladas já desenvolvem estas tecnologias em outros lugares do mundo e, portanto, conhecem todas as possibilidades. Tenho certeza que a experiência em outros mercados contribuirá para aperfeiçoar os modelos para o Brasil.
Anúncio CN AUTO
MAIO/JUNHO 2014
REVISTA LOCAÇÃO - 15
Serviço
ROUBO E FURTO DESAFIO
DAS LOCADORAS Os bandidos sempre tentam novas maneiras de fraudar as Locadoras; veja como ficar sempre um passo à frente dos criminosos.
16 - REVISTA LOCAÇÃO
U
m dos maiores pesadelos das Locadoras é o furto/ roubo de seus automóveis. Muitas vezes, o próprio Boletim de Ocorrência acaba atrapalhando a recuperação dos veículos – é que a polícia registra o furto/roubo apenas como apropriação indébita, o que dificulta a investigação das quadrilhas especializadas nessa prática, já que não entra no cadastro de roubos
e furtos da polícia. Para o advogado Stanley Franco, a ação é caracterizada de forma equivocada, pois o furto/roubo de carros em Locadoras de veículos, por falsos clientes, é considerado estelionato. Isso, segundo ele, facilitaria a busca e apreensão do veículo. Por isso, é preciso ficar atento na hora de fazer o BO e também ao efetuar o aluguel. Mas, como todo cuidado é pouco, imprevistos podem
acontecer. Uma dúvida frequente dos motoristas que alugam veículos é sobre possíveis roubos do automóvel durante o período de locação. Na verdade, o procedimento muda um pouco dependendo do tipo de cobertura que o cliente contrata. Mas, em geral, o processo inicial é basicamente o mesmo. Ao cliente, é importanteexplicar que não é preciso se desesperar: no caso de qualquer sinistro é necessário co-
municar imediatamente sobre o ocorrido à Locadora, fazer um Boletim de Ocorrência e apresentá-lo (ou o seu protocolo) à Locadora num prazo máximo de 24 horas após o ocorrido, única maneira de acionar o seguro. Caso esse prazo não seja cumprido, a Locadora perde a proteção contratada e o locatário fica responsável por qualquer situação que envolva o veículo locado. Félix Peter, empresário do setor em Canoas (RS), foi vítima de uma quadrilha que alugava os carros e os levava para o oeste paranaense. Os ladrões escolhiam sedans que eram utilizados para
MAIO/JUNHO 2014
transportar cigarros do Paraguai para o Brasil. Ele contou que “os bandidos preferiam veículos alugados, porque em qualquer situação eles largavam o carro e fugiam com maior facilidade”. Isso deixava a polícia de mãos atadas nas investigações. Sempre muito atento e preocupado com o crescimento dos golpes da quadrilha, Félix Peter acabou encontrando um documento dentro de um Fiat Doblò que havia sido roubado e localizado alguns dias depois. Ele acionou a polícia. A quadrilha foi desbaratada e os carros
a Confederação Nacional de Seguro divulgou que nos últimos três anos cerca de 1,3 milhão de veículos foram roubados ou furtados em todo o País. devolvidos a Locadora. Mas nem sempre o furto de automóveis tem final feliz. É preciso estar sempre muito atento. O advogado Stanley Franco declarou que a vontade dos ladrões é fraudar as Locadoras mesmo antes de oficializar qualquer pedido de locação.
REVISTA LOCAÇÃO - 17
Rent a car
Rent a car para pessoas jurídicas,
CRESCIMENTO JÁ Para crescer na locação diária para empresas é preciso estar muito atento às características da sua frota de veículos.
C
onforme os mais recentes números do setor de locação de automóveis, divulgados no Anuário ABLA 2014, 23% da frota de veículos do setor foi utilizada para locação diária, destinada ao turismo de negócios. Trata-se do rent a car para as pessoas jurídicas, um nicho que tem amplo potencial para as Locadoras interessadas em crescer com sustentabilidade. Para atuar e se desenvolver nesse mercado é fundamental que o(a) empresário(a) do setor tenha sempre em mente a importância das características de sua frota. “É impossível trabalhar bem no aluguel diário, principalmente para pessoas jurídicas, sem uma boa frota de veículos com ar-condicionado”, adianta Eládio Paniagua Jr., do Conselho Fiscal da ABLA. Segundo ele, o ar-condicionado passou a ser uma exigência de praticamente todos os clientes do rent a car, mas ganha ainda mais significado em relação aos clientes
18 - REVISTA LOCAÇÃO
corporativos. São diretores, gerentes, supervisores e prestadores de serviço que têm de ter um cuidado ainda maior com sua própria postura e apresentação, pois estão utilizando o automóvel para o trabalho. “Ninguém quer correr o risco de chegar a uma reunião, a uma feira de negócios ou a uma convenção com as roupas suadas e amassadas”, explica Eládio. Assim, o sentimento de mercado é que, em se tratando de locação diária para pessoas jurídicas, a (pequena) diferença entre as tarifas dos veículos básicos e médios não tem sido um impedimento para o aumento de demanda, por automóveis que venham equipados com o ar. E isso não é uma contradição. Ou seja, hoje em dia ter disponíveis para o público corporativo somente os veículos básicos pode significar a perda do cliente! E, por outro lado, ter na frota os automóveis mais completos, mesmo a uma tarifa superior à do modelo básico, pode ser o melhor caminho para fidelizá-lo. Conforme Eládio, da ABLA, também nesse nicho de mercado ter clientes fiéis é a chave para o sucesso. Isso porque o “tíquete médio” das locações diárias para clientes corporativos tem sido de cinco dias, podendo chegar até a 15 dias com o veículo locado. Além disso, outro fator positivo para as Locadoras interessadas em crescer nesse mercado é
que a locação para o turismo de negócios depende menos da sazonalidade. “Enquanto o turismo de lazer experimenta picos de demanda entre dezembro e fevereiro, a locação diária para empresas se mantem forte e estável durante todo o restante do ano”, afirma o conselheiro da ABLA. Ao mesmo tempo, o presidente do Conselho Nacional da ABLA, Paulo Nemer, lembra que em função da Copa do Mundo, esse ano de 2014 se tornou atípico para as Locadoras que trabalham com a locação diária para pessoas jurídicas. O turismo de negócios experimentou uma forte retração nos meses de junho e julho. “Em função da Copa, praticamente não tivemos feiras de negócios, eventos corporativos e convenções de trabalho”, confirma Nemer. Porém, o mercado é promissor no médio e no longo prazos. “O turismo de negócios, que é um importante gerador de locação de veículos em todo o Brasil, vai voltar a se movimentar”, acredita Nemer. “Temos expectativa que as eleições também ajudem e acabem aquecendo a demanda por automóveis alugados, assim que terminada a Copa”, completa.
“É impossível trabalhar bem no aluguel diário, principalmente para pessoas jurídicas, sem uma boa frota de veículos com ar-condicionado” Eládio Paniagua Jr.
MAIO/JUNHO 2014
REVISTA LOCAÇÃO - 19
Evento
Sucessão, formação de preços, clandestinos,
QUALIDADE... Aprender com questões em comum, que preocupam tanto as Locadoras como as empresas de transporte por fretamento, pode ser útil para o seu negócio
A
ssim como o setor de locação de automóveis, as empresas que atuam com fretamento de ônibus fazem parte de mercados competitivos, com impactos diretos sobre a formação de preços, necessidade de financiamentos, qualidade de pessoal e sucessão nas empresas, entre outros temas comuns aos dois setores. Um olhar mais atento, no sentido de enxergar como as empresas estão enfrentando (e superando) suas dificuldades, também pode ser útil para as Locadoras interessadas em aperfeiçoar suas operações. O diretor executivo do Sindicato das Empresas de Transporte por Fretamento e por Turismo de São Paulo (Transfretur), Jorge Miguel dos Santos, diz que a correta formação dos preços é uma das mais importantes preocupações comuns. “Nesse caso, a solução foi buscar a formação de metodologia de preços adequada e oferecer muito treinamento aos
20 - REVISTA LOCAÇÃO
empresários e profissionais da área comercial das empresas”, diz. No caso das Locadoras de automóveis, essa solução gerou o Curso Preço Justo ABLA, que tem sido ministrado em todo o Brasil em parceria com os Sindlocs. “Trata-se de uma oportunidade única de entender que formar preço ‘no chute’ é o pior caminho, pois é isso que inviabilizará a Locadora no médio prazo”, afirma Jorge Miguel. A determinação de preços é complexa, tanto para a locação de automóveis como para a viagem do transporte de passageiros. “Há custos indiretos que somente os mais experientes consideram”, acrescenta Jorge Miguel. “Os novatos ou mais afoitos tendem a oferecer preços abaixo da realidade do negócio, o que pode leva-los à falência”, alerta. Sucessão Em ambos os setores, para oferecer um serviço eficiente e de
qualidade, há necessidade de investir alto em renovação das frotas, qualificação de funcionários e também em sistemas de gerenciamento. E, em meio a todas essas necessidades, outro tema que não pode ser esquecido é o da sucessão. Trata-se do dilema de vários setores, pois a incidência de empresas familiares é bastante significativa. “Promovemos palestras, treinamento e consultorias especializadas para acompanhar e diminuir os riscos de uma sucessão equivocada, que também pode quebrar a empresa”, conta Jorge Miguel. No mais recente Encontro Nacional dos Transportadores de Fretamento e Turismo, a Brasil Fret 2014, que aconteceu na Praia do Forte (BA), sucessão foi tema de uma das palestras mais concorridas. “Na ABLA, esse tem sido também um dos temas discutidos em seus eventos, principalmente nos fóruns do setor de locação”, lembra Jorge Miguel. Além disso, há apoio setorial
tanto no setor de locação de veículos, como no de transporte, as empresas têm entidades representativas fortes e atuantes, que possibilitam e promovem o desenvolvimento.
MAIO/JUNHO 2014
para enfrentar os clandestinos e os informais, que prejudicam a imagem das verdadeiras empresas Locadoras e de fretamento. Os informais são pessoas jurídicas registradas, mas que sonegam impostos e encargos trabalhistas. Já os clandestinos são aqueles que atuam sem personalidade jurídica e sem responsabilidade com segurança e qualidade. Estão alheios às regras de mercado. Jorge Miguel afirma que, apesar de toda informatização do setor público, ainda assim clandestinos e informais são prejudiciais à economia como um todo, “pois competem de forma desigual”. Para enfrentálos, a Transfretur cobra com ênfase a fiscalização mais efetiva por parte das autoridades públicas, no sentido de restringir a entrada de novos players sem as mínimas condições para operar. Diante de todas essas semelhanças e das dificuldades a serem enfrentadas e superadas, é possível
concluir que tanto o transporte como a locação de veículos são atividades complexas, que requerem conhecimentos e técnicas para gerir o negócio com sucesso. Há constante necessidade de capital e as alternativas de financiamento não são tão amplas. “Exatamente por todas essas características é que o conhecimento e a gestão se transforma em diferenciais competitivos que tornam as empresas lucrativas”, completa Jorge Miguel. A boa notícia é que, tanto no setor de locação de veículos, como no de transporte, as empresas têm entidades representativas fortes e atuantes, que possibilitam e promovem o desenvolvimento. Para aproveitar os benefícios oferecidos pelas entidades é importante que os associados estejam próximos, ampliando assim as suas próprias possibilidades de utilizar os produtos e serviços voltados para a qualificação e para o crescimento dos seus negócios. Participe.
REVISTA LOCAÇÃO - 21
Frota
gps,
V
nunca perca o caminho
Você já se perdeu dirigindo por lugares pouco conhecidos? Quantas vezes você procurou informações em um mapa ou perguntou a pedestres indicações que o levassem ao seu destino. Muitas vezes a situação se complicava ainda mais e você não sabia chegar ou partir. Essa não é uma situação pouco comum, como pode parecer. Mas hoje é quase impossível se perder, o GPS (Global Positioning System - Sistema de Posicionamento Global) facilita a vida dos usuários da locação de veículos, determinando a sua localização em qualquer parte da Terra. Estes pequenos aparelhos vêm conquistando cada vez mais as pessoas, independente da área em que trabalham. Quem aluga um carro, por exemplo, geralmente pede o GPS, para utilizar os mapas de uma cidade e chegar a qualquer endereço, sem precisar conhecer os lugares como a palma da mão. Se há vantagens para quem alu-
22 - REVISTA LOCAÇÃO
ga, as Locadoras também ganham com isso. Julio Quintela, Gerente de Vendas da TomTom no Brasil, que é parceira da ABLA, diz que existem dois grandes benefícios que as Locadoras conseguem ao incluir GPS em suas frotas. “Primeiro, eles vão ao encontro daquilo que é uma necessidade real de um dos vários tipos de consumidor; o Turista, que pode ser ele interno ou externo”, afirma o executivo, que continua: “E em segundo, porque desta forma, conseguem adicionar mais uma fonte de receita, aumentando, o valor médio de aluguel”. Julio Quintela garante que a “grande maioria dos grupos internacionais de locação já inclui o GPS em suas ofertas”. E dá um recado: “As Locadoras que quiserem colocar GPS nos seus carros/frota deverão entrar em contato com a TomTom através do site www. tomtom.com”. Mas há algumas dúvidas sobre esse aparelho no setor de locação: “Com a instalação de aparelho GPS nos carros de aluguel diário ou terceirização de frota, será que incorreremos em alguma ilegalidade que possa trazer prejuízos à Locadora?” A ABLA responde: “Não há problema ou ilegalidade em instalar o aparelho de GPS em veículos de aluguel. O único argumento em contrário seria a suposta invasão da privacidade da rota adotada pelo
“A maioria dos grupos internacionais de locação jĂĄ inclui o Gps em suas ofertasâ€?. JuLIO QUINTELA
locatĂĄrio com o veĂculo, pois os registros de localização seriam armazenados no aparelho e poderiam ser acessados posteriormente pela Locadora. Tomando-se o cuidado de tratar tais informaçþes como reservadas (sigilosas) nĂŁo hĂĄ qualquer problema adicionalâ€?. A sugestĂŁo da ABLA ĂŠ que “a Locadora informe ao locatĂĄrio a instalação do GPS, pois nĂŁo se trata de equipamento de fĂĄbricaâ€?. Anuncio FORMALIZAR - 21 x 14 cm.pdf 1 26/06/2014 09:09:24 O gerente de Vendas da TomTom
a abla SUGERE QUE A Locadora INFORME AO LOCATĂ RIO QUE O CARRO ESTĂ EQUIPADO COM gps, pois NĂƒO SE TRATA DE EQUIPAMENTO DE FĂ BRICA.
tem a mesma opiniĂŁo que a ABLA: “O uso ou instalação do GPS nĂŁo constitui qualquer infração, contudo existem alguns modelos no mercado com funcionalidades que sĂŁo proibidas durante a condução, como por exemplo, TV digital. A Locadora deverĂĄ salvaguardar a sua posição, oferecendo aos seus clientes apenas produtos em conformidade com a lei em vigorâ€?.
SOLUĂ‡ĂƒO DIGITAL INÉDITA NO BRASIL: FORMALIZAĂ‡ĂƒO DE CONTRATOS SEM PAPEL ASSINATURA BIOMÉTRICA MANUSCRITA COM VALIDADE JURĂ?DICA XXX GPSNBMJ[BS DPN CS
Responsabilidade SĂłcioambiental
Diferenciais
AnĂşncio FORMALIZAR
t Ă OJDB 4PMVĂŽĂ?P EF #JPNFUSJB .BOVTDSJUB 'VODJPOBOEP OP #SBTJM t .PEFMP */²%*50 EF /FHĂ˜DJP OB #JPNFUSJB t 1SB[P EF BUĂ? EJBT QBSB *OUFHSBĂŽĂ?P FN 2VBMRVFS 1MBUBGPSNB t 4JNQMFT DPNP "TTJOBS VN 1BQFM
Vantagens t 3FEVĂŽĂ?P EF 'SBVEFT t .BJPS &mDJĂ?ODJB $PNFSDJBM t 3FEVĂŽĂ?P EF "ĂŽĂœFT EF $POTVNP MAIO/JUNHO 2014 t 3FEVĂŽĂ?P .Ă“OJNB EF OPT $VTUPT 0QFSBDJPOBJT
REVISTA LOCAĂ‡ĂƒO - 23
Pós venda
Recall, prejuízo ou benefício? O número de recalls cresceu, transformando-se em um incômodo para os proprietários. Para as Locadoras é ainda pior, é sinônimo de prejuízo com os veículos parados.
24 - REVISTA LOCAÇÃO
A
palavra recall (do inglês “chamar de volta”) tinha até uma conotação de respeito ao consumidor, quando surgiu pelas primeiras vezes. Agora, ao ouvir essa palavra muitos proprietários de veículos chegam a ficar irritados. A explicação é simples: apesar de a montadora estar fazendo seu papel, cada vez que um modelo é chamado para voltar às concessionárias para reparos, fica claro que nossos produtos pecam pela qualidade. E isso pode ser demonstrado em números. No ano de 2013 houve o maior número de recalls de veículos já realizados no Brasil nos últimos dez anos: 67 (58 modelos de automóveis e nove de motocicletas). O recorde anterior era de 2010, quando houveram 51 chamados (em 2012 foram 45, e em 2011, 34). “A campanha de recall não é apenas um dever legal das empresas, mas também um indicativo de que as relações de pós-venda com o consumidor devem ser pautadas pelo respeito e transparência”, afirmou em nota a secretária nacional do consumidor, Juliana Pereira. Já Maria Inês Dolci, da Proteste, observou que fazer recall é uma prova de cuidado das fabricantes, mas alerta para o “número alarmante” de convocações: “O controle de qualidade das marcas não anda muito bom, e os processos na linha de produção precisam ser revistos”. Para as Locadoras, recall é sinônimo de carro parado. E carro parado quer dizer falta de faturamento, prejuízo. Bernard da Costa Teixeira, Diretor Regional da ABLA no Amazonas, explicou que o “recall atrapalha demais o dia-a-dia da locação”. “A solução é notificar a fábrica para pagar o aluguel do carro nos dias em que ele esteve parado. Caso a montadora se negue a pagar, cabe um processo na justiça fazendo a cobrança. Geralmente, em 99% dos casos
MAIO/JUNHO 2014
o juiz entende que o carro é um instrumento de trabalho e dá ganho de causa para a Locadora”, comenta Bernard Teixeira. O assunto recall começou 2014 ganhando as manchetes dos grandes meios de comunicação mundiais. A General Motors vai pagar US$ 35 milhões em multa por ter demorado em fazer o recall de veículos equipados com uma peça defeituosa, segundo informou um comunicado do Departamento dos Transportes dos Estados Unidos. Em acordo firmado com o órgão, a GM se comprometeu a submeter a uma “análise sem precedentes” seus procedimentos de recall. A montadora, segundo o comunicado, terá que fazer mudanças “significativas” em seu processo de revisão de assuntos de segurança. A CEO da General Motors, Mary Barra, afirmou os resultados de uma investigação interna da fabricante sobre o recall de 2,6 milhões de carros, que podem apresentar ignição
defeituosa. O caso está ligado a 13 mortes e possui veículos produzidos entre 2003 e 2011 - nenhum deles vendido no Brasil. De acordo com a executiva, a empresa assumirá a total responsabilidade pelos defeitos na ignição em seus veículos e indenizará as vítimas de acidentes vinculados a estas falhas. “O que a investigação mostrou é um padrão de incompetência e negligência”, disse Mary Barra. “Esta não é apenas mais uma crise de negócios para a GM. Nós não vamos simplesmente corrigir isso e seguir em frente. Vamos corrigir as falhas em nosso sistema - eu prometo. Na verdade, muitos já foram corrigidos. E nós vamos fazer a coisa certa para as partes afetadas”, acrescentou Mary Barra.
Para as Locadoras, a solução é notificar as montadoras para pagar o aluguel dos dias em que o carro esteve parado.
REVISTA LOCAÇÃO - 25
Avaliação ière
vida longa
para o up!
P
ara a Volkswagen, o up! foi desenvolvido visando, no curto/ médio espaço de tempo, substituir o Gol em sua versão de entrada. A impressão é a de que a montadora não poupou esforços para atingir esse objetivo: o desenho é mais quadradinho, rompendo radicalmente com a tradição da marca, as lanternas traseiras sugerem um design mais arrojado, visual limpo e bem definido, como
26 - REVISTA LOCAÇÃO
por joão claudio bourg
um monovolume. Dito isso, vamos entrar e experimentar. Por dentro, nota-se a qualidade do acabamento, com um nível de refinamento surpreendente. Destaque para o painel pintado na mesma cor do carro (item opcional), o que confere modernidade. Com o motor ligado e começando a se movimentar, boas surpresas: poucos ruídos e suavidade no funcionamento do motor. O up! é
equipado com a nova geração de motores 1.0 litro de apenas três cilindros. Usando a tecnologia Flex, ele gera 75 cv de potência, com gasolina, e 82 cv com etanol. O torque máximo é de 9,7 kgfm (gasolina) e 10,4 kgfm (etanol), a partir de 3.000 rpm. Importante dizer que já a partir de 2.000 rpm, mais de 85% do torque máximo está disponível. Resultado: o novo Volks é
bastante ágil no trânsito urbano, assim como nas rodovias, pois tem um ótimo entrosamento entre as relações de transmissão e de torque fornecido pelo motor. Aliás, com o motor de três cilindros e peso de apenas 910 kg, o up! chega aos 100 km/h, partindo da imobilidade, em pouco mais de 12 segundos e alcança a velocidade máxima de 165 km/h. O volante tem ótima empunhadura e o motorista encontra a melhor posição para dirigir. A direção,
MAIO/JUNHO 2014
A primeira impressão é de que o up! terá vida longa. Ele tem atributos e qualidade para conquistar os consumidores. JOÃO CLAUDIO BOURG
dependendo da versão, é assistida eletricamente. O veículo cedido pela VW para avaliação não era equipado com tal dispositivo, mas mesmo assim pareceu confortável em manobras de baixa velocidade e muito precisa em velocidades mais elevadas. Fica clara a solidez estrutural do up!, que não transmite nenhum tipo de torção. No que diz respeito à suspensão, este compacto é muito confortável. Ela é macia sem ser “molenga”. O veículo não apresenta incli-
nação excessiva em curvas e há um bom compromisso entre conforto e firmeza. Conclusão: se a primeira impressão é a que fica, o up! terá vida longa. O novo Volks tem atributos e qualidade para conquistar também os usuários da locação de automóveis. Seu projeto de segurança foi considerado como um dos melhores do Brasil e há três anos de garantia. Agora, vamos aguardar qual será a sua participação no nosso setor de locação.
REVISTA LOCAÇÃO - 27
Viagem
A serra
DA FELICIDADE
A
Serra Gaúcha é um dos programas mais quentes do frio. As montanhas do Rio Grande do Sul são o destino perfeito para quem curte alugar um carro, cair na estrada e curtir cenários belíssimos, boas comidinhas e ótimos vinhos. Nesta edição da Revista Locação, nossa sugestão de turismo é uma viagem que passa pelas cidadezinhas super charmosas de Bento Gonçalves, Gramado e Canela, após desembarque no aeroporto de Porto Alegre. Alugar um carro na capital gaúcha, além de muito fácil, rápido e prático, garante todo o conforto da mobilidade nesta viagem. As estradas gaúchas são ótimas. A primeira parada do nosso roteiro será em Bento Gonçalves, no Vale dos Vinhedos, que como o próprio nome diz, é composto por vinícolas responsáveis por alguns dos melhores vinhos brasileiros. Vale realizar os passeios pelas vinícolas e degustar vinhos e deliciosos sucos de uva. Nossa dica é visitar a Casa Valduga e experimentar o premiadíssimo vinho branco Chardonnay, além de conhecer toda a linha de produção, antigos tonéis, máquinas de engarrafamento e a cave. A famosa vinícola é enorme, 28 - REVISTA LOCAÇÃO
oferece três restaurantes e uma boa pousada. O atendimento é ótimo e os preços, justos. E a viagem continua até Gramado. Clássico refúgio de casais e famílias, encanta pela arquitetura inspirada na Bavária, pelas lojas de malhas e pelos restaurantes que oferecem ótimas refeições. Também há inúmeras atrações turísticas imperdíveis, como o Mini Mundo, a Rua Coberta, o Palácio dos Festivais e o Lago Negro. Também é muito legal passear pela Avenida Borges de Medeiros, entrando nos cafés, nas lojas, nos restaurantes, sempre admirando os belos jardins da região. Praças arrumadinhas, ruas arborizadas, lojinhas e atrações que vão interessar de crianças à terceira idade servem de cenografia para três eventos
Este é o roteiro perfeito para alugar um carro e curtir uma viagem inesquecível.
Casa Valduga (54) 2105-3122 Bento Gonçalves Hotel Saint Andrews (54) 3295-7700 Gramado Hotel Varanda Das Bromélias (54) 3286-6653 Gramado Pousada Cravo e Canela (54) 3282-9229 Canela Salão Super Carros (54) 3286.7945 Gramado Restaurante Casa di Paolo (54) 3286-5080 Gramado Restaurante Belle Du Valais (54) 3286-1744 Gramado Gramado Café Colonial (54) 3286-4791 Gramado Cervejaria Farol (54) 3282-7007 Canela
aguardadíssimos: em primeiro lugar, a chegada do inverno, que a coloca como o mais importante destino da temporada no Brasil. O agito segue até agosto, quando acontece o Festival de Cinema de Gramado, com a presença de estrelas nacionais e latino-americanas. O ápice é o Natal Luz, que prolonga os espetáculos natalinos de novembro à segunda quinzena de janeiro. Em Gramado, há cerca de 140 pousadas e hotéis. A melhor hospedagem é o luxuoso Saint Andrews. No check-in, um simpático mordomo oferece uma taça de espumante e carrega suas malas. Flores naturais, frutas frescas e chocolates dão as boas-vindas no quarto. E o café da manhã pode ser servido no jardim, no gazebo de vidro ou na sala de estar. Outra boa sugestão é o Hotel Jardim das Bromélias que fica no alto de uma sossegada colina, a cinco minutos a pé do centrinho. Tem quartos grandes e supercharmosos - cada um possui decoração única e, em dez deles, lareira, hidromassagem e vista para o vale. Se você tem o sonho de acelerar um superesportivo, pode realizar esta façanha em Gramado. No Museu Super Carros, além de conferir os maiores mitos da história do automóvel, você MAIO/JUNHO 2014
pode testar Porsche, Camaro, BMW M3, Hummer, Corvette, Ferrari ou Lamborghini. O modelo mais caro para dar uma voltinha é a Ferrari 430 Spider, que custa R$ 790 para rodar um pouco menos de 10km. Diversão para apaixonados. Para comer, não faltam boas opções em Gramado, as tradições culinárias de alemães e italianos estão refletidas nas casas especializadas em café colonial, galeto (um dos melhores do país é servido na Casa di Paolo), massas e carnes de caça. Mas a receita mais ligada à cidade tem origem suíça: a fondue. O restaurante Belle Du Valais é um dos mais procurados. Local perfeito para um jantar a dois. As fondues são o forte da casa, muito prestigiado pelos turistas de todo o Brasil. Ambiente aristocrático e ótimo atendimento. Outra dica: o Gramado Café Colonial é de comer ajoelhado. Fama antiga. São mais de 80 variedades de quitutes, entre doces e salgados, sucos e vinhos, frios e picles, pães caseiros e geleias caseiras. Por isso, é bom ir com muita fome pois a quantidade de comida é enorme. Quem vai, vol-
ta com toda a certeza. Principalmente, pela boa possibilidade de experimentar pratos típicos da região sul. A apenas 8 km de Gramado encontramos a cidade de Canela. O cartão postal do município é o Parque do Caracol, com 25 hectares de área verde, onde fica a Cascata do Caracol com 131 metros de altura. A beleza da queda d’água é inesquecível. Local ideal para clicar ótimas fotos para postar nas redes sociais e guardar como recordação da viagem. O parque também conta com restaurante e outras opções de diversão e entretenimento, além de uma escaderia com 927 degraus. Subir é para os fortes. A belíssima arquitetura gótica da Catedral de Pedra também encanta. Fica no centro e possui uma torre de 65 metros de altura. Sua beleza é gigante na mesma proporção. Por dentro, são dezenas de vitrais lindíssimos e várias pinturas sacras. Escolhida uma das sete maravilhas do Brasil, em agosto de 2010, a paróquia tem como padroeira Nossa Senhora de Lourdes. Impossível não voltar apaixonado de uma viagem como esta. Afinal, a felicidade não é uma estação onde chegamos, mas uma maneira de descobrir novos roteiros. REVISTA LOCAÇÃO - 29
Artigo
Leasing, CDC, Finame...
Paulo Henrique (phenrique@auditconsult.com.br) é consultor da Audit Consult.
o que me dá mais vantagem tributária?
A
escolha entre o leasing, o CDC e o Finame vai depender fundamentalmente do modelo tributário de cada Locadora. Sendo assim, e indo direto ao ponto, vamos às vantagens de cada modelo. SIMPLES NACIONAL/PRESUMIDO: o CDC ou compra direta é a melhor forma. Na hora da venda dos veículos, o Imposto de Renda sobre ganho de capital incide diretamente sobre o valor de aquisição (-) depreciação. Mesmo que a Locadora não levante balanço ou trabalhe apenas pelo regime de caixa, a legislação “manda” apurar o ganho, deduzindo a depreciação e tributando 15% sobre a diferença com o preço de venda. Se a Locadora optar por renovar sua frota por Leasing, somente poderá usar
30 - REVISTA LOCAÇÃO
como “valor de aquisição” o residual pago, devendo desprezar as contraprestações, que são despesas. Portanto, para quem está no Simples Nacional ou Presumido, não há vantagem alguma em renovar a frota utilizando o Leasing. LUCRO REAL: Pelo lucro real a Locadora deve avaliar os créditos do PIS/COFINS antes de “olhar” a questão do IRPJ. No Leasing toda despesa de contraprestação dá direito a créditos de 9,25% de PIS/COFINS, inclusive sobre os juros que estão dentro das parcelas. Já no CDC os créditos serão somente incidentes sobre as depreciações e não são permitidos sobre os juros. Por esta ótica, então, podemos concluir que quanto maior o valor da contraprestação, maior será o crédito do PIS/COFINS. Assim, o
Leasing passa a ser mais vantajoso, pois além dos benefícios da dedução como despesas, também há maior crédito de PIS/COFINS. Essa vantagem está condicionada a que o valor do residual final seja pequeno, caso contrário será necessária uma avaliação mais apurada. Aqui também segue uma dica, que é a opção por um residual menor. Já o CDC “inibe” os créditos de PIS/ COFINS sobre os juros da parcela e também permite o aproveitamento em cinco anos, que é o prazo legal para depreciação; por outro lado, no Leasing em praticamente três anos se tem o retorno de 9,25%. É importante discutir antes com seu contador qual a melhor estratégia, para que assim a renovação da frota seja também um “refresh” tributário.
A CIELO INOVA MAIS UMA VEZ. É A ÚNICA QUE FALA A LÍNGUA DO TURISTA.
Você sabia que, ao pagar na moeda de seu país, o turista tende a comprar mais? Agora, seu cliente estrangeiro pode pagar suas compras na moeda de seu país de origem, você recebe em reais e ainda ganha uma vantagem especial da Cielo nessa venda. Saiba mais em www.cielo.com.br ou solicite agora o Pagamento em Moeda Estrangeira na Central de Relacionamento* da Cielo.
*Pelo 4002-5472 (Capitais e Regiões Metropolitanas) ou 0800-570-8472 (demais localidades).
MAIO/JUNHO 2014
REVISTA LOCAÇÃO - 31
Artigo
Novos refis Informações sobre a reabertura do “REFIS da Crise” e sobre o novo “REFIS da Copa”.
A
Lei 12.996, de 20/06/2014, trouxe duas modalidades de parcelamento de débitos tributários em condições especiais: a reabertura do “REFIS da Crise” previsto originalmente na Lei 11.941/2009 e o novo “REFIS da Copa”. Os benefícios comuns de ambos programas de parcelamento são os descontos de até 100% das multas de mora e de ofício; 40% das multas isoladas; 45% dos juros de mora; e 100% do valor do encargo legal. Entretanto, os parcelamentos possuem prazos de adesão e características diferentes e este artigo traz informações para auxiliar as Locadoras de veículos na avaliação quanto à adesão. As necessidades de caixa da União Federal, a excessiva complexidade do sistema
32 - REVISTA LOCAÇÃO
tributário e as multas exorbitantes da legislação tributária justificam a reabertura do REFIS. As multas irreais foram criadas em período de elevada inflação quando o Governo Federal ainda não tinha mecanismos de correção monetária. Após o Plano Real em 1994 e a criação da taxa SELIC em 1995 como índice de atualização dos tributos federais as multas elevadas e “encargos legais” (isto é, despesas de cobrança) se tornaram irreais, dissociadas de qualquer capacidade contributiva dos contribuintes e se acabaram inviabilizando a retomada da regularidade daqueles que por qualquer problema precisaram atrasar o pagamento regular de tributos. O parcelamento mais benéfico é o reaberto “REFIS da Crise”, o qual dispensa prestação de garantia e depósito prévio para adesão e, portan-
to, são de mais fácil opção. Para o “REFIS da Crise” são admitidos tributos vencidos até 30/11/2008 e o prazo de adesão é 21/07/2014. Caso não tenha havido parcelamento anterior ou discussão judicial dos créditos recomenda-se avaliar a prescrição, pois se refere o “REFIS da Crise” a tributos vencidos há mais de cinco anos. No “REFIS da Crise” as Locadoras de veículos que possuírem prejuízos fiscais e base de cálculo negativa de CSLL poderão utilizá-los para quitar multas (de mora e de ofício) e juros moratórios. Caso a situação ocorra com a Locadora – nem tão difícil em virtude de serem empresas com elevada alavancagem financeira e muitos contratos de arrendamento mercantil – o REFIS realmente é caso de muito interesse. Há algumas obrigações contábeis-fiscais
Adriano Augusto Pereira de Castro Advogado especializado na indústria de locação de veículos.
desagradáveis a serem cumpridas, mas o caso é potencialmente muito interessante para quem tiver prejuízos acumulados para quitar o passivo tributário. Os débitos que estão ou já estiveram em parcelamentos ordinários ou especiais (REFIS, PAES, PAEX) poderão ser incluídos no “REFIS da Crise”, opção que significará desistência dos regimes anteriores. Em média a parcela do REFIS será de 85% da média das parcelas anteriores, mas o índice de reajuste será diferente e exige avaliação financeira e algum apetite a risco em cada caso. O PAES prevê a TJLP como índice de correção monetária, já o REFIS adota a SELIC, taxa bem mais onerosa. Considerando-se que ambos os casos tratam de obrigações de longo prazo (até 180 meses) eventuais aumentos da SELIC podem majorar o valor das parcelas em relação ao PAES. O mais provável
MAIO/JUNHO 2014
os “novos REFIS” são excelente oportunidade para as Locadoras de veículos regularizarem a situação fiscal perante a Receita Federal.
é que os contribuintes no PAES terão quitado mais da metade dos débitos e a possibilidade de refinanciamento por mais 180 meses, mesmo que pela taxa SELIC, pode ser mais interessante caso a Locadora tenha custo médio ponderado de capital superior à SELIC. O “REFIS da Copa”, por sua vez, também autoriza a inclusão de débitos venci-
dos até 31/12/2013 mediante opção a ser exercida até 29/08/20214. No “REFIS da Copa” impõe condições mais severas, como o valor de depósitos prévios de no mínimo 5% (débitos de até R$1.000.000,00) a 20% (débitos superiores a R$1.000.000,00). Em ambos os casos não podem ser parcelados os débitos de contribuintes optantes pelo SIMPLES, vedação que exclui grande parte das pequenas Locadoras de veículos. De fato, o SIMPLES é tributo “da República” ao reunir em tributo único exações municipais, estaduais e municipais; e a lei federal só pode dispor pelo parcelamento de tributos “federais”. O Poder Judiciário ainda não decidiu com segurança quanto à possibilidade de empresas optantes pelo regime do SIMPLES aderir a regimes especiais de parcelamento como o REFIS, por este
motivo não se pode aconselhar esse procedimento exceto em casos de alta complexidade. Em conclusão, os “novos REFIS” são excelente oportunidade para as Locadoras de veículos regularizarem a situação fiscal perante a Receita Federal. As Locadoras que possuírem prejuízos fiscais até 2008 e não houver ocorrido a prescrição dos tributos não devem perder a oportunidade. Àquelas que puderem pagar os tributos à vista ou antecipadamente também se recomenda a adesão. Outra hipótese que pode se revelar particularmente benéfica é avaliar o refinanciamento e prorrogação dos atuais parcelamentos pelo PAES, PAEX e REFIS anteriores. Em qualquer caso a empresa que precisar regularizar sua situação fiscal deve avaliar o “REFIS da Crise” e o “REFIS da Copa”.
REVISTA LOCAÇÃO - 33
Destaque
OS TRÊS PILARES DA LONGEVIDADE
cientemente atemorizados, ela agrava os problemas da empresa desgastando os relacionamentos, erodindo a vontade. O segundo vértice, da Estrutura, é mais trabalhoso, mais lento e renegado pelos gestores. Quando falamos em estrutura falamos em processos, pessoas e a organização da decisão. Pecamos em não fazer um hábito a revisão periódica de nosso modelo de
Cecilia lodi
gestão. Pecamos em não fazer um hábito a busca
Diretora da Lodi Consultoria
acaba por criar movimento inútil à salvação. Capital – Estrutura – Estratégia. Não existe
pelos melhores profissionais. Mergulhados na rotina do dia-a-dia não percebemos que a empresa não
uma ordem de importância entre os três vértices
sobrevive a longo prazo com um mandando e os
da longevidade.
demais obedecendo. Entramos na tempestade com
O capital vai garantir o aproveitamento das
sistemas lentos e não compatíveis, com pessoas
oportunidades surgidas durante os tempos ruins,
sem iniciativa e visão. Ambos preguiçosos em
a possibilidade de suportar o período sem cortes
pensar (sistemas e pessoas) embotam a capacidade
dolorosos na organização. O Capital é resultado
de sobrevivência da organização. A obesidade
uitas são as
de decisões que levam em consideração o peso
mental toma conta e a cúpula não entende porque
fórmulas para a
da organização no resultado final e a avidez
a empresa se arrasta.
longevidade do corpo
dos acionistas. Para acumula-lo é necessário um
e da mente. Frutas, sopas,
contínuo trabalho de melhoria dos processos, cortes
falamos de Governança. Esta também tem que ser
proteínas são sugeridas
de atividades que não agregam valor ao cliente,
repaginada ao longo da história da empresa. Épocas
como fórmulas mágicas
estudo profundo das relações de custo e benefí-
diferentes requerem governos diferentes. Num
para um corpo esguio e saudável. Mas, a do-
cio e o entendimento do equilíbrio entre o curto
mundo moderno de alta complexidade é importan-
bradinha boa alimentação e exercícios ainda é
e o longo prazo.
tíssimo o estabelecimento de um modelo de decisão
M
o que funciona, de fato. Assim como o corpo, a empresa também é
É claro que as expectativas dos acionistas devem ser levadas em conta. A empresa visa o lucro,
Quando falamos em organização da decisão
e execução inteligente, mesmo para empresas de médio e pequeno porte. O terceiro vértice é a Estratégia. E o que é a
um organismo vivo que se perturba com fórmulas
mas visa o lucro SEMPRE. Há a necessidade da
mágicas, radicalismos, simplismos ou pior, descaso.
perenidade. Normalmente quem a controla é uma
estratégia senão nossa visão de onde queremos
Assim como o corpo e a mente, a empresa precisa
família que depende o seu sustento deste resultado.
chegar. Sem visão não há caminho. Sem caminho
de um tratamento que se resume no velho tripé:
O problema é que a família controladora do negó-
não há movimento. Sem movimento os musgos se
Capital – Estrutura – Estratégia. Faltando qualquer
cio cresce e este crescimento não é acompanhado
formam e vem o apodrecimento. Não se mantém
um destes pilares, teremos problemas pela frente.
pela empresa na mesma medida. Mais cedo ou mais
um negócio. Ou ele irá para frente ou ele irá para
O mercado não prenuncia bons ventos para
tarde, os acionistas, não tendo desenvolvido outras
trás. Precisamos garantir que todos os níveis da
a navegação nos próximos anos. Pode ser que o
fontes de renda, mergulham seus anseios no caixa
empresa estejam remando na mesma direção.
setor colha algum fruto da exposição do Brasil no
da organização correndo o risco de matar prematu-
Mundo durante a Copa do Mundo, mas o segmen-
ramente a codorna dos ovos de ouro.
to será coadjuvante na crise em que as empresas
Num horizonte de tempestade, infelizmen-
Portanto, quando as nuvens começarem a se transformar e escurecer. Quando os ventos mudarem. Desçam as velas. Amarre-as ao mastro.
te, há pouco entendimento da família de que
Mantenham o foco na Estratégia, na Estrutura
poderá haver cortes na remuneração. Ela não está
e no Capital. Nenhuma decisão deve levar em
Poucas e acertadas decisões que farão as empresas
disposta a fazer sacrifícios. Se ilude ao achar que
consideração outro resultado senão ao atendimen-
sobreviverem à tempestade e visualizarem hori-
será apenas uma chuva de verão. Forte e rápida.
to destas premissas. Todas as decisões devem ser
zontes mais esperançosos. Se perder no que deve
Ao invés de se unir no comando da embarcação,
coerentes com a vontade de sobreviver e viver dias
ser feito confunde a equipe, dispersa recursos,
transmitindo segurança aos marinheiros já sufi-
melhores. Boa Viagem.
brasileiras estarão mergulhadas até as Olimpíadas. Este é o momento então, para ações exatas.
Cecilia Lodi é consultora para empresas familiares há mais de 20 anos e orientadora de Governança Corporativa para o Conselho de Administração da ABLA. 34 - REVISTA REVISTALOCAÇÃO LOCAÇÃO