Revista Locação Ed. 56

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Ano X • nº 56 • JULHO/AGOSTO - 2014

Associação Brasileira daS Locadoras de Automóveis

IMPACTO NO CAIXA DAS

LOCADORAS

Entenda como temas DISCUTIDOS NO I FÓRUM JURÍDICO DA ABLA AFETAM O SEU NEGÓCIO

Esta revista tem suas emissões compensadas por restauro florestal em mata ciliar



Editorial

Carlos CESAR Rigolino Júnior Vice-Presidente do Conselho Nacional da ABLA

A “burrocracia” que assola o País

E

ntra ano e sai ano, a imposição de

No limite, há decisões que chegam até ao

processos burocráticos à iniciativa

bloqueio completo dos bens daqueles que geram

privada, e particularmente ao nosso

os empregos, antes mesmo do encerramento

setor de locação de veículos, continua

definitivo dos processos.

sendo um problema recorrente. Enfrentamos imensa e intensa burocracia

Assim, creio que a burocracia, aliada à insegurança jurídica, é um fantasma que ronda a

no que diz respeito à liberação de alvarás,

iniciativa privada, como que a nos avisar que os

registro de propriedades, obtenção de crédito,

esforços dedicados durante vidas inteiras podem

execução de contratos e exigências trabalhistas

evaporar de uma hora para outra.

e ambientais, dentre vários outros processos ligados ao sucesso do negócio. Na prática, existem estados da Federação

Conclusão que faz ainda mais sentido quando se percebe que existem no Brasil dezenas de normas editadas por dia útil, sendo que muitos

que levam quase dois meses para autorizar o

tributos são pagos mais de uma vez (um por

funcionamento e/ou fornecer os alvarás para

estado), além de taxas cobradas em cascata. E

abertura de uma nova locadora. Ou mesmo,

que, em contrapartida, sequer existem incentivos

para autorizar o início de operações de uma

aos empreendimentos que adotam medidas

simples filial. É assustador. Mais ainda: cada

voluntárias de gestão ambiental.

locadora é obrigada a gastar dezenas de horas mensais para lidar com impostos... Além disso, o que dizer do custo do

O resultado é que há mais de dez milhões de negócios informais no País, contra cinco milhões de formais. É preciso investir já no combate

trabalho? É outro importante fator de

a esse mal que assola a nação. Fora disso,

insegurança jurídica. No longo prazo, é a

seguiremos dedicando a maior parte de nosso

sociedade quem perde quando a Justiça passa

trabalho, tempo e esforços para simplesmente

a ser tratada como “indústria”, impondo

“enxugar o gelo”. Até quando? É preciso um

violências sistemáticas à geração de empregos.

basta, o quanto antes.

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Expediente

Índice

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CONSELHO GESTOR - Paulo Nemer (Presidente do Conselho Nacional), Carlos Rigolino (VicePresidente do Conselho Nacional), Alberto Faria da Silva, Emanuel Trigueiro, José Adriano Donzelli, Marcelo Fernandes, Nildo Pedrosa, Paulo Gaba Jr., Paulo Miguel Jr., Raimundo Teixeira, Saulo Froes e Simone Pino.

Entrevista exclusiva com Valdner Papa

CONSELHO GESTOR (Suplentes): Bernard da Costa Teixeira, Carlos Roberto Pinto Faustino, Celio Fonseca, Gustavo do Carmo Azevedo, José Emilio Houat , José Zuquim Militerno, João José Regueira de Souza, Leonardo Soares, Luiz Carlos Lang, Márcio Castelo Branco Gonçalves e Valmor Emilio Weiss. CONSELHO FISCAL: Alvani Laurindo, Eduardo Correa da Silva, Eládio Paniágua Jr., Jacqueline Moraes de Melo, Marco Aurélio Gonçalves Nazaré e Ricardo Gondim Espírito Santo. CONSELHO FISCAL (Suplentes): Lucas Pitta, Lusirlei Albertini, Marco, Antonio de Almeida Lemos, Marconi José de Medeiros Dutra, Nilson Oliveira Silva e Paulo Hermas Bonilha Júnior. COMISSÃO EDITORIAL: Alberto Faria, Raimundo Teixeira, João Claudio Bourg e Olivo Pucci. PRESIDENTE EXECUTIVO: João Claudio Bourg. MARKETING E PUBLICIDADE: Daniela Provazzi, Jorge Machado e Nilvando Filgueira - (11) 5087-4100. Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis - ABLA São Paulo: Rua Estela, 515 – Bloco A – 5º andar CEP 04011-904 – São Paulo – SP. Tel.: (11) 5087-4100 E-mail: abla@abla.com.br

Veja tudo que rolou no “Universo do Automóvel” nos últimos meses e novidades da ABLA.

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Site: www.abla.com.br Revista Locação - Projeto, criação e execução: Fatto Comunicação 360º www.fattostampa.com.br - 11 5507-5590 Diretor de Conteúdo: Rogério Nottoli (Jornalista Responsável - MTB: 31056) - r.nottoli@ fattostampa.com.br. Editor de Arte: Renato Prado. Assistentes de arte: Bruno Nottoli e Isis Splendore. Redatora: Juliana Nottoli. Fotos: Divulgação, Shutterstock e Bigphotos. A revista Locação não se responsabiliza pelas opiniões emitidas nos artigos assinados. Permitida a reprodução das matérias, desde que citada a fonte.

4 - REVISTA LOCAÇÃO

Confira as discussões que ocorreram no I Fórum Jurídico da Indústria do Aluguel de Automóveis.

Especialista dá conselhos sobre como tornar o frete mais vantajoso.

Brasília: Saus Quadra 1 – Bloco J – Edifício CNT Sala 510 – 5º andar – Torre A CEP 70070-010 – Brasília – DF. Tel.: 61.3225-6728

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Conheça o Geely EC7, um sedã que veio para brigar com os rivais da categoria.

Em Fortaleza, capital do Ceará, negócios e turismo podem andar lado a lado.

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Universo do automóvel

CHINA LIDERA RANKING MUNDIAL

vendas CAEM DE NOVO As vendas de automóveis e comerciais leves caíram 7,38% em agosto, na comparação com o mês de julho, segundo balanço da Fenabrave (federação nacional dos concessionários): foram vendidos 259.152 carros, contra 279.805 no mês de julho. Considerando também ônibus e caminhões, a soma em agosto chega a 272.795, uma queda de 7,56% sobre o montante de veículos vendido em julho. Na comparação com agosto de 2013, as vendas de carros caíram 17,12%. No mesmo período do ano passado, foram vendidas 279.805 unidades.

Acum. Maio 2013

Acum. Maio 2014

A China se manteve como o maior mercado consumidor de veículos. Segundo dados da Jato Dynamics, o país oriental superou a marca de 10,1 milhões de veículos vendidos no primeiro semestre de 2014, com um crescimento de 18,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Na segunda posição estão os Estados Unidos, com um acréscimo de 4,2% nas vendas, seguido pelo Japão, que deu a volta por cima e teve uma alta de 10,7% nas negociações. O Brasil, por sua vez, perdeu a quarta posição para a Alemanha. O país europeu recuperou terreno com um aumento de 2,7% nas vendas, ao contrário do Brasil, que caiu para a quinta posição por causa da queda de 7,3% nas vendas de carros e comerciais leves entre janeiro e junho, em comparação com o mesmo período do ano passado. Um fato curioso é que, entre os dez maiores mercados do mundo, além do Brasil, apenas outros dois países tiveram queda nas vendas: Rússia e Índia.

Variação em % Acum. Maio 2014

Maio 2013

Maio 2014

Variação em % Maio 2013-2014

toyota

2.643.074

2.709.930

2,53%

541.669

557.448

2,91%

volkswagen

2.471.226

2.548.215

3,12%

502.997

530.584

5,48%

ford

2.189.593

2.257.128

3,08%

498.154

508.363

2,05%

chevrolet

1.826.343

1.750.283

-4,16%

384.948

381.829

-0,81%

nissan

1.650.339

1.778.679

7,78%

321.475

358.928

11,65%

hyundai

1.578.198

1.648.690

4,47%

336.249

357.917

6,44%

honda

1.484.796

1.595.036

7,42%

305.610

328.538

7,50%

kia

922.786

956.736

3,68%

198.149

207.038

4,49%

fiat

745.450

731.485

-1,87%

164.064

147.277

-10,23%

renault

686.223

703.280

2,49%

138.282

141.746

2,51%

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TOYOTA NA PONTA

No primeiro semestre de 2014, a Toyota foi a marca mais vendida no mundo, liderando o ranking entre os fabricantes. A marca japonesa teve uma alta de 1,74% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando 3.251.286 unidades comercializadas. Na segunda posição veio a alemã Volkswagen, com um crescimento de 2,51%, o que representa 3.057.153 veículos negociados. Na terceira posição se manteve a Ford, com 2.745.787 unidades vendidas no período.

NISSAN TEM ALTO CRESCIMENTO Estudos da Jato Dynamics mostram que a Nissan foi a montadora que mais cresceu no primeiro semestre de 2014 no mundo. Com um aumento de 7% nas vendas entre janeiro e junho, a empresa atingiu a marca de 2.119.264 unidades comercializadas. Isso significou um salto para a quarta posição no ranking mundial, que é liderado pela Toyota (veja mais ao lado). Outra montadora que se deu bem foi a Honda, com um aumento de 7,06% nas vendas, chegando a 1.921.900 unidades vendidas.


ABLA fortalece leque de serviços para associadas A ABLA está fortalecendo a prestação de serviços para as empresas que fazem parte do quadro associativo. Há desde orientações jurídicas de planejamentos fiscais e tributários, até apoio para recuperação de veículos roubados ou apropriados indebitamente. Nesse sentido, também para ajudar na prevenção a roubos e apropriações indébitas, a ABLA proporciona às locadoras associadas consultas à Serasa Experian em condições comerciais diferenciadas. Paulo Nemer, Presidente do Conselho Nacional da ABLA, lembra que também estão sendo oferecidos os cursos de capacitação aos associados, voltados para melhorar o conhecimento do negócio. E, ainda,

por meio de parcerias fechadas pela associação com empresas fornecedoras do setor, há o auxílio para a prevenção de fraudes (estelionato, CNH falsa, cartão de crédito clonado) e descontos para compra de softwares, rastreadores, pneus e aparelhos de GPS. Segundo Nemer, hoje a ABLA também já é referência para as empresas do setor interessadas em orientações para as questões ligadas ao dia a dia das locadoras. “Dúvidas sobre cobranças, infrações de trânsito, devolução de veículos sinistrados, desmobilização de frota e manutenção já fazem parte do atendimento às locadoras associadas”.

Outros benefícios também têm sido bem sucedidos. “A ABLA tem agido muito fortemente junto aos bancos privados e oficiais para obtenção de créditos e de melhores taxas para os financiamentos das empresas associadas”, afirma Nemer. E mantém uma assessoria parlamentar em Brasília, acompanhando de perto os projetos de lei e as normativas impostas ao setor. Paralelamente, a ABLA ainda criou e disponibiliza para os empresários as chamadas “Salas do Associado”, como referência e ponto de apoio equipado para reuniões, na sede em São Paulo e no escritório em Brasília. O Anuário ABLA, a nova Revista Locação e o Portal ABLA (www.abla.com.br) juntos também fazem parte do novo leque de serviços e produtos disponibilizados ao quadro associativo.

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Universo do automóvel

HILUX SRV FLEX 4x2 É APRESENTADA A nova Hilux SRV Flex 4x2 vem com ar-condicionado digital, central multimídia com GPS, TV digital e DVD, além de câmera de ré. O veículo foi anunciado pela Toyota e foi apresentado na 37ª Expointer, que foi realizada em Esteio (RS). A Hilux é equipada com câmbio automático de quatro velocidades e tem um motor 2.7 litros com 163 cv de potência.

EUROPA HOMOLOGA CARRO A ÁGUA DO MAR

TECNOLOGIA E-TRON EM TODOS OS MODELOS A Audi anunciou que vai colocar o sistema e-tron em todas suas versões até 2020. Segundo Ulrich Hackenberg, diretor de desenvolvimento da empresa, a montadora está trabalhando em duas famílias de híbridos, sendo que uma delas é baseada na plataforma MQB. A

Com um preço estimado acima de R$ 1 milhão, o esportivo Quant e-Sportlimousine, protótipo desenvolvido pela empresa nanoFlowCell, de Lichtenstein, recebeu autorização na Alemanha para rodar nas estradas europeias. O veículo é movido a água do mar, que através de uma bateria química gera energia elétrica. Destaque no Salão de Genebra, o modelo pode alcançar uma velocidade máxima de 378 km/h e tem uma autonomia de 600 quilômetros. O visual do modelo também chama a atenção por causa de suas portas que abrem como “asas de gaivota”.

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intenção é eletrificar todos os modelos em seis anos com a tecnologia baseada no carroconceito que foi lançado em 2009. Alguns modelos contam, inclusive, com um motor elétrico específico para cada roda. A empresa ainda não informou como será feita a adaptação para cada modelo.

PADRONIZAÇÃO DE PLACAS NO MERCOSUL Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela estão propondo para a partir de 2016 um modelo único de placa de automóvel, com a mesma identidade visual, com diferenciação apenas de bandeiras e siglas das nações. Isso já ocorre na Europa, com quase todos os membros da União Europeia.


Use as Salas das Associadas A ABLA está atenta em garantir as melhores condições de trabalho às empresas associadas, também prestando serviços que auxiliam as locadoras em suas necessidades cotidianas. Para isso, as locadoras associadas podem contar inclusive com os espaços físicos da Associação, até mesmo para realizar reuniões com seus próprios parceiros e fornecedores, com total privacidade! Seja na sede da ABLA em São Paulo (SP) ou no escritório em Brasília (DF), há as “Salas das Associadas”, com capacidade para até 12 pessoas e equipadas com telefone, internet, data show, tela digital e ar-condicionado. Para utilizá-las gratuitamente, sempre que necessárias ao seu trabalho, basta que a locadora associada entre em contato e reserve datas e horários com a Francine Evelyn (francine@abla.com.br). O presidente do Conselho Nacional da ABLA, Paulo Nemer, destaca a importância desse serviço ao associado. “Fica aqui reiterado o convite para que todos frequentem e utilizem com ênfase os espaços físicos da ABLA”, diz ele. “Queremos transformar cada vez mais a associação na segunda casa dos associados”.

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Curso de Capacitação no Recife

No último dia 26 de agosto, com apoio do Sindloc (PE), a ABLA realizou em Recife mais um curso de capacitação, que reuniu mais de 30 participantes entre profissionais e empresários que atuam no setor de locação de veículos. O curso adotou a dinâmica similar a de um jogo empresarial, simulando fatos reais do cotidiano das empresas de locação – tais como a reposição da frota via financiamentos ou capital próprio, custos fixos e variáveis, despesas administrativas, impostos, taxas e lucro. Ministrado pelo especialista Jorge Miguel dos Santos, esse benefício oferecido pela ABLA aos associados foi desenvolvido para auxiliar as locadoras em relação às condições de precificação de suas tarifas (mensal e diária). “Não se trata de estabelecer preço único, mas sim de ensinar para cada empresa os motivos que fazem com que a definição de preços varie entre cada uma delas”, explica Jorge Miguel. Segundo ele, cada locadora em particular tem seus próprios custos, taxas de crédito e descontos na compra de veículos, por exemplo. “Esses fatores são diferentes entre as empresas”, diz Jorge Miguel. “Portanto, compreender e levar isso em consideração são fatores fundamentais para precificar

conforme a sua própria realidade. Nenhuma empresa é exatamente igual à outra”, explica. Os resultados da Pesquisa de Satisfação aplicada após o curso no Recife foram surpreendentes. Para 85% dos participantes o conteúdo foi transmitido com total clareza e correspondeu plenamente às expectativas de 65% do público. Houve ainda 80% de aprovação plena à forma de atendimento dos colaboradores do Sindloc (PE), quanto à cordialidade, agilidade e eficiência. E o instrutor recebeu nota máxima de 75% dos participantes. Além disso, as locadoras associadas da ABLA podem fazer uso, sem custo, do software do curso, que fica na área interna do Portal ABLA (www.abla. com.br). Basta acessar por meio da senha e login já disponibilizados para cada locadora associada. Em 2014, essa importantíssima oportunidade de capacitação para o sucesso dos negócios já foi realizada em Belo Horizonte, Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Maringá, além do Recife. Em setembro, foi agendado para Curitiba, Florianópolis e Rio de Janeiro. E, até o final do ano, também as locadoras associadas de São Paulo, Fortaleza e Teresina deverão receber a oportunidade de participar.

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Universo do automóvel

Fenaloc elege nova Diretoria Paulo Gaba Jr., membro do Conselho Nacional da ABLA, é o novo presidente da Federação Nacional das Empresas Locadoras de Veículos Automotores (Fenaloc), entidade que reúne os sindicatos patronais do setor e é vinculada à Confederação Nacional dos Transportes (CNT). O mandato é de quatro anos e Gaba substituirá José Adriano Donzelli, que também é conselheiro nacional da ABLA e que permanecerá na diretoria da Fenaloc (veja ao lado a composição completa da chapa). A eleição foi realizada no último dia 25 de junho, em Brasília (DF). A chapa única foi eleita por aclamação, durante a Assembleia Geral Ordinária da entidade. Conforme o novo presidente eleito, o trabalho da Fenaloc será voltado para alavancar a projeção nacional e a representatividade do setor de locação. “Vamos consolidar o diálogo com os órgãos públicos e com as autoridades”, adianta Paulo Gaba. “Paralelamente, também trabalharemos para estimular o

desenvolvimento, o crescimento e a integração dos sindicatos do nosso setor”. Paulo Gaba lembra que o setor de locação de veículos evoluiu significativamente, tanto em termos de volume de frota como também junto às indústrias do turismo e dos transportes. “Certamente, em função disso teremos uma agenda repleta, tanto em Brasília como em cada Estado da Federação”, projeta o novo presidente. Conforme Gaba, entre as metas da nova gestão também estará a consolidação da Fenaloc. “Vamos estimular a união, dividindo responsabilidades”, resume. “Pretendemos ter todos os sindicatos colaborando efetivamente e em conjunto, dentro de um verdadeiro espírito de cultura federativa”, afirma. Confira a relação completa da nova diretoria da Fenaloc.

Presidente Paulo Gaba Junior Vice-Presidente Valmor Weiss Diretor Administrativo Edson Ganho Diretor Financeiro Saulo Tomaz Froes Diretor da Região Sudeste Paulo Miguel Junior Diretor da Região Nordeste Alberto Faria da Silva Diretor da Região Sul Tércio Gritsch Diretor da Região Centro-Oeste Marco Antonio de Almeida Lemos Diretor da Região Norte José Emilio Houat Dir. de Relações Públicas e Inst José Adriano Donzelli Presidente do Conselho Fiscal Rodolfo Miranda Marques Conselheiro Fiscal Lusirlei Albertini Conselheiro Fiscal Rogério Vila Verde Reis Conselheiro Fiscal Ricardo Gomes Braz da Silva Conselheiro Fiscal Nilson Oliveira Silva

Cresce importância de diferentes categorias nas frotas Com o desenvolvimento da indústria do aluguel de automóveis no Brasil, cresceu também a importância das locadoras manterem e disponibilizarem modelos diversificados em suas frotas. Trata-se de atender melhor o também cada vez mais diversificado leque de clientes do setor, com mais agilidade e dentro dos interesses e necessidades daqueles que procuram as locadoras como opção aos veículos próprios.

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Nesse sentido, uma dúvida que pode surgir entre as empresas do setor de locação seria o conhecimento prévio de quais categorias de veículos apresentam mais demanda e rentabilidade. Por exemplo, entre picapes, vans e veículos de passeio, em qual deles seria mais apropriado investir? O mais importante é notar que cada modelo tem sua devida importância dentro de uma frota diversificada. A escolha depende

fundamentalmente dos objetivos estratégicos de cada locadora. Ter automóveis de passeio, picapes e vans pode ser muito interessante para empresas que trabalham tanto com aluguel diário, como para terceirização. Porém, conforme o gerente administrativo da ABLA, Jorge Machado, para empresas locadoras que pretendem crescer junto a clientes de transporte de cargas, ou mesmo transporte de pessoas

para o turismo, talvez as picapes e as vans sejam suficientes. “Ou seja, isso varia de locadora para locadora, conforme seus objetivos e planejamentos estratégicos previamente definidos”, explica. Segundo a ABLA, a conclusão mais apropriada ao assunto é notar que cada categoria de veículo tem suas nuances, importância, demanda e rentabilidade, desde que todos eles sejam bem alugados e bem administrados. Isso sim é fundamental.


Salão do Automóvel fecha parceria com a ABLA O Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, que ao longo dos anos transformou-se em uma verdadeira vitrine também para as empresas do setor de locação de veículos, ganhará um novo impulso esse ano com a presença da ABLA e das locadoras associadas. Conforme o presidente do Conselho Nacional da ABLA, Paulo Nemer, a parceria estabelecida junto à Reed Exhibitions Alcântara Machado trará benefícios diretos ao próprio Salão do Automóvel 2014 e, principalmente, às locadoras associadas da ABLA. “O presidente Juan Pablo de Vera, da empresa Reed Exhibitions Alcantara Machado, entendeu rapidamente o conceito e a im-

portância da participação mais direta do nosso setor no evento e, assim, foi fundamental para que a parceria fosse estabelecida”, diz Nemer. Assim, de maneira inédita, a ABLA terá dentro do evento uma área apropriada para recepcionar as locadoras associadas, para posterior visitação dos estandes das montadoras e dos demais fornecedores da indústria automobilística. Na prática, trata-se de agregar ao próprio Salão do Automóvel 2014, o Salão ABLA da Indústria do Aluguel de Automóveis. Paulo Nemer explica que a parceria significa exatamente esse novo modelo para o Salão ABLA, ficando o Fórum da Indústria do Aluguel de Automóveis para o ano de 2015, somente com palestras. “O formato do Fórum e do Salão ABLA juntos esgotou-se, conforme avaliação do Conselho Gestor da ABLA”, expli-

cou Nemer. “Assim, a mudança é fundamental inclusive e principalmente em termos de economia de recursos físicos e financeiros para a ABLA”. Aprovado esse novo modelo, a associação procurou diretamente a empresa Reed Exhibitions Alcântara Machado, organizadora do Salão do Automóvel, e fechou parceria para ter um espaço de recepção às locadoras dentro do principal evento da indústria automobilística. “Conseguimos o apoio do presidente Juan Pablo de Vera e assim será feito”, comemora Nemer. Dessa forma, as locadoras estarão inseridas diretamente na maior feira automobilística da América Latina, palco para montadoras nacionais, estrangeiras e empresas do ramo automobilístico mostrarem as últimas novidades do setor, um

dos mais importantes da economia brasileira. “As locadoras terão acesso às novidades, às tecnologias, à funcionalidade e à segurança do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, como se estivessem dentro do Salão da ABLA”, resume Nemer. Mais informações sobre a participação da ABLA e de suas associadas serão encaminhadas em breve para todo o quadro associativo. Aguarde, mas reserve desde já a sua agenda. Serviço 28º Salão Internacional do Automóvel de SP Data: De 30 de outubro a 09 de novembro de 2014 Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi, na Avenida Olavo Fontoura, 1.209, São Paulo/SP Horários: Dia 30/10 das 14h às 22h com entrada permitida até às 21h; de 31/10 até 08/11 das 13h às 22h com entrada permitida até às 21h; dia 09/11 das 11h às 19h com entrada permitida até às 17h.

CHERY INAUGURA FÁBRICA NO BRASIL

NOVA INSTALAÇÃO DA KIA NO MÉXICO A Kia Motors vai construir uma nova fábrica no México, que ficará na cidade de Monterrey. A estimativa da montadora sul-coreana é investir cerca de US$ 1 bilhão nas instalações, onde serão fabricados modelos principalmente para o mer-

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cado dos Estados Unidos. A capacidade de produção será de 300 mil carros por ano e uma pequena parte dos veículos, que devem começar a sair no primeiro semestre de 2016, pode vir para o mercado sul-americano.

A primeira fábrica da montadora chinesa Chery foi inaugurada no mês de agosto em Jacareí, no interior de São Paulo. A intenção é produzir o modelo Celer, tanto hatch quanto sedã, até o final do ano. Em 2015 será a vez do compacto QQ ser produzido na planta de 400 mil metros quadrados. A capacidade de produção é de 150 mil automóveis por ano e a meta de vendas para 2014 é de 15 mil carros.

REVISTA LOCAÇÃO - 11


Entrevista

VALDNER

PAPA E O MERCADO DE AUTOMÓVEIS

12 - REVISTA LOCAÇÃO


Valdner Papa é um dos maiores conhecedores do universo do automóvel. Um dos principais consultores do segmento automotivo – suas previsões raramente falham. Ele tem uma bagagem invejável: é graduado em Administração de Empresas na FGV – Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. Valdner Papa possui cursos de extensão em “International Finance” pela London University and Chamber of Commerce, na

Inglaterra; “Dealership Management”, pela Nortwood University - West Palm Beach, na Flórida (EUA); “Marketing”, pela FGV; e “Leasing”, pela FEBRABAN. Tem ainda MBA em “Gestão de Concessionárias” pela FAAP, em São Paulo. E não para por aí. Nosso entrevistado faz parte da diretoria da Fenabrave e é, ainda, professor de MBA e pós-graduação na Fundação Dom Cabral, FGV, ESPM, Universidade Fenabrave e TV Fenabrave.

REVISTA LOCAÇÃO: O presidente da ANFAVEA, Luiz Moan, disse que precisamos reverter o clima de pessimismo corrente na economia brasileira. E que isso virou um efeito dominó. Você concorda? VALDNER PAPA: Sem dúvida o sentimento do consumidor é um forte orientador de seu comportamento, e quando vivemos um momento como o atual e de baixo desempenho na economia, importante endividamento das famílias, notícias de ajustes nas estruturas das empresas, ambiente internacional conturbado é natural que a influencia negativa torne os consumidores muito mais conservadores na sua decisão de compra.

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Acredito que o momento de compra é sempre melhor em épocas como as atuais em função da necessidade das montadoras em manter seus volumes e preservar o market share.” Valdner Papa

Porém devemos lembrar que o problema em nosso mercado automobilístico vai além deste sentimento, pois ele depende fortemente do, crédito que continua em patamares de forte seletividade na aprovação. Depende ainda de juros compatíveis. Voltamos a patamares de juros reais muito altos, assim vivemos hoje também importantes desafios a serem enfrentados pelo novo Governo.

REVISTA LOCAÇÃO: O que mudou no mercado de automóveis entre 2013 e 2014? VALDNER PAPA: O que mudou é que estamos vivendo

REVISTA LOCAÇÃO - 13


Entrevista mais um ciclo de baixa de mercado como tantos outros já vividos, que começam com a queda de demanda e uma demora grande nos ajustes da produção, gerando uma super estocagem. Como consequência direta temos altíssimos estoques, com geração de alto custo de carregamento. O resultado é uma queda substantiva dos resultados.

REVISTA LOCAÇÃO: E como vai ficar em 2015? VALDNER PAPA: A queda gerada pela fotografia já comentada será digerida em 2014 com uma queda acumulada ao final do ano próxima a 9% se comparada a 2013. Já em 2015 estimamos um crescimento modesto por volta de 1,8% a 2% em relação a 2014. Apenas em 2016 começaremos a recuperar os volumes após as medidas de ajuste que certamente virão com o novo Governo. REVISTA LOCAÇÃO: Quais os cuidados que as Locadoras devem ter no momento atual? VALDNER PAPA: Acredito que o momento de compra é sempre melhor em épocas como as atuais em função da necessidade das montadoras em manter seus volumes e principalmente preservar o market share. Na medida em que o mercado se normaliza as condições comerciais de compra tendem a ser menos atrativas. Este é um primeiro cuidado a ser levado em consideração. Um segundo ponto igualmente importante diz respeito aos diferentes comportamentos de desvalorização dos modelos, pois este é um elemento essencial na formação de resultado da locadora, que é a venda do bem ao fim do período

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permitido para isso. Um terceiro elemento importante é explorar os novos canais de venda, como a internet, e evitar o uso apenas do intermediário.

REVISTA LOCAÇÃO: Quando o mercado é bom para as Locadoras? VALDNER PAPA: Existem dois mercados distintos a considerar, no daily rent estamos falando da exploração do turismo e dos eventos que provocam uma maior demanda; já na locação de frota dependemos da movimentação da economia. Assim momentos de crescimento econômico são relevantes para a atividade.

REVISTA LOCAÇÃO: O que as Locadoras e os grandes frotistas podem esperar deste segundo trimestre e, principalmente, de 2015? VALDNER PAPA: Neste ano de 2014 a manutenção dos volumes de negócios atuais sem grandes alterações, em 2015 uma retomada modesta nos frotistas em função de uma melhor atividade econômica no segundo semestre.

REVISTA LOCAÇÃO: É possível que as Locadoras consigam tirar

“Na medida em que o mercado se normaliza as condições comerciais de compra tendem a ser menos atrativas”


vantagens nas negociações com as montadoras?

cada modelo no tempo, com bastante acuidade. Este fato torna o momento da troca um cálculo eminentemente financeiro de retorno de capital.

VALDNER PAPA: Como já dissemos este comportamento está vinculado ao momento de maior ou menor demanda, bem como é influenciado pela maior estocagem. Porém um fator deve ser sempre considerado, que é o desejo das montadoras de manter sua participação de mercado e esta pode ser uma oportunidade.

REVISTA LOCAÇÃO: Além dos descontos, que normalmente são maiores em épocas de estoques altos, que outras vantagens podem ser conseguidas pelas Locadoras? VALDNER PAPA: Não vejo muito espaço para outras formas de vantagens comerciais , pois o sistema é muito fechado no que concerne às condições isonômicas de cada canal de venda.

É importante explorar os novos canais de venda, como a internet, e evitar o uso apenas do intermediário.

REVISTA LOCAÇÃO: O que pode ser feito para que o mercado de seminovos fique mais aquecido? VALDNER PAPA: O mercado de seminovos vem se mantendo aquecido há alguns anos pois reflete o crescimento do mercado de novos de quatro anos atrás. Assim as expectativas são de que permaneça ainda com crescimento positivo por mais dois anos pelo menos.

REVISTA LOCAÇÃO: A grande força das Locadoras é a sua frota de veículos. E o grande desafio é saber qual é a melhor hora de fazer a troca por carros novos. Existe alguma fórmula para fazer a troca com garantia de maior rentabilidade? VALDNER PAPA: Já conhecemos a média de desvalorização de

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Lançamentos

OS LANÇAMENTOS

QUE VÃO AGITAR AS

LOCADORAS

O

Novos Fiat Uno e Ford Ka chegam ao mercado com novidades e devem chamar a atenção dos consumidores

mercado automobilístico brasileiro ganhou recentemente duas novidades no segmento de entrada e elas têm tudo para agitar as locadoras. A Ford lançou seu novo Ka e a Fiat entrou forte com o Uno. Os dois veículos foram apresentados recentemente com inovações tecnológicas e devem cativar um bom público. No Uno, a maior novidade da linha 2015 é adoção do sistema Start&Stop, que desliga automaticamente o motor do carro assim que o motorista para o veículo e deixa o câmbio em ponto morto, religando-o no momento que o pedal da embreagem for acionado para a partida. A novidade está disponível na nova

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versão Evolution (R$ 34.990) e, segundo a Fiat, o sistema permitirá uma economia de até 20% no consumo de combustível, principalmente quando houver congestionamento. Outro argumento da montadora é que o sistema ajuda a democratizar o acesso a tecnologias que antes eram vistas apenas em carros importados. Para Carlos Eugênio Dutra, diretor de planejamento estratégico da multinacional, a inclusão do sistema Start&Stop foi feito a partir de uma demanda dos clientes. “Para ser ter uma ideia, 74% das menções de compra do Uno é pelo design, seguido pela economia de combustível. Outra pesquisa apontou ainda que 99%


dos usuários de carros que têm Start&Stop estão satisfeitos com o sistema. Seu desenvolvimento foi feito em quatro anos e o resultado é uma boa redução do consumo de combustível”, diz. O veículo também recebeu alguns ajustes estéticos no lado de fora, com um novo desenho do capô, da grade superior frontal, dos parachoques e para-lamas dianteiros, além dos faróis e lanternas. Já o interior foi repaginado, com volante com comandos integrados, apoio de braço para o motorista e até 18 porta-objetos, que ajudam a oferecer mais conforto aos passageiros. “O novo Uno representa não só o espírito de liderança, mas a nova era tecnológica da marca no Brasil”, avisa Cledorvino Belini, presidente da Fiat Chrysler na América Latina. A Ford também apostou nas inovações tecnológicas para lançar o Ka SE, que ao custo de R$ 35.390 já vem

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com direção elétrica, ar-condicionado, vidros dianteiros e travas elétricas de série. O veículo também conta com entrada USB, porta celular/GPS na parte superior do painel, rádio com conexão Bluetooth, ajuste de altura da direção, desembaçador, limpador de vidro traseiro, roda de aço de 14 polegadas, chave canivete, abertura elétrica do porta-malas, maçaneta e retrovisor na cor do veículo. Já o motor é o 1.0, de 3 cilindros, que desenvolve 85 cavalos com etanol. A intenção da empresa é colocar à disposição dos clientes como itens de série um automóvel que já venha com os principais opcionais que encarecem o preço dos principais concorrentes. “O novo Ka traz tecnologias que até agora estavam reservadas a carros mais caros, por isso ele eleva os conceitos de seu segmento”, explica Steven Armstrong, presidente da Ford América do Sul. Um dos argumentos usados é que hoje em dia ninguém mais quer carro sem ar-condicionado.

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Fórum Jurídico

Questões jurídicas impactam no caixa das locadoras Incoerências de determinadas legislações foram discutidas no I Fórum Jurídico da Indústria do Aluguel de Automóveis s empresários e profissionais que atuam no setor de locação de veículos têm sentido cada vez mais, inclusive no caixa, o quanto temas relacionados ao Direito Empresarial, ao Direito Administrativo e principalmente ao Direito Tributário geram impactos nos seus negócios. As incoerências e até as inconstitucionalidades de determinadas legislações vão de encontro à atividade econômica das locadoras de automóveis, “engessando” os negócios e, em muitos casos, prejudicando diretamente o desenvolvimento das empresas. O fato é que as locadoras se veem crescentemente impactadas por questões regulatórias e assim, não raro, mais e mais situações do gênero acabam desaguando na Justiça. Diante desse quadro, a ABLA retomou este ano um importante benefício

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As assessorias jurídicas das locadoras puderam compartilhar experiências peculiares ou regionais (gratuito) para as locadoras associadas. Realizou, em seu escritório de Brasília (DF), no prédio da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), o I Fórum Jurídico da Indústria de Locação de Automóveis. O encontro foi conduzido pelo doutor Adriano Castro, advogado especializado na indústria de locação de veículos, assessor jurídico da ABLA e também da Fenaloc (Federação Nacional das Locadoras de Veículos). “Os temas jurídicos peculiares às locadoras estão longe de se esgotarem”, afirmou Castro. “Têm ocorrido recentes desdobramentos em várias frentes de ação, que merecem muita atenção do setor”. Segundo ele, os três temas principais (Direito Empresarial, Direito Administrativo e Direito Tributário) foram divididos em painéis, nos quais os diversos as-

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suntos relacionados foram sucessivamente abordados. Cada bloco temático foi encerrado com palestra de um especialista convidado. “E, ao final, houve um simpósio com os temas livres, nos quais os advogados e as assessorias jurídicas das locadoras puderam compartilhar suas experiências peculiares ou regionais”, explica Castro. Os primeiros temas a serem abordados foram o aumento do imposto de importação sobre veículos importados e as exonerações tributárias à aquisição de veículos novos. “Mostramos o quanto isso produziu de distorções no mercado de locação de veículos”, contou Adriano Castro. “Tratamos também da ampliação das competências de trânsito dos municípios, trazida pela Emenda Constitucional 82, que consolidou a tendência já detectada de

expansão das receitas municipais por meio da fiscalização de trânsito”. No âmbito estadual, a perspectiva de crescente concorrência tributária pelas receitas do IPVA foi outro tema abordado. “Concluímos que isso sugere o agravamento de iniciativas como o ‘IPVA paulista’, pelo qual esse imposto passa a ser devido pelo local de circulação do veículo e não pelo domicílio do proprietário”, afirmou Castro. No simpósio se discutiram outros temas cuja programação original não foi contemplada em blocos específicos. Destacou-se o depoimento do doutor André Campos Barroso quanto à experiência da primeira empresa de carsharing no Brasil. “Tratase de nova fronteira da indústria de locação de veículos que começa a ser desbravada e já apresenta resultados positivos”, afirmou.

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Fórum Jurídico

A conclusão foi a de que o Fórum Jurídico da Indústria de Locação de Veículos ofereceu oportunidade inédita e ímpar para o debate de assuntos jurídicos, sobre os quais há pouca ou nenhuma literatura especializada. “Foi uma oportunidade rica na qual as melhores práticas foram compartilhadas, problemas discutidos, conhecimentos difundidos e soluções apresentadas”, acrescentou Paulo Nemer, presidente do Conselho Nacional da ABLA.

Assim, não surpreendeu a significativa demanda por inscrições. O encontro reuniu dezenas de assessores jurídicos e advogados de locadoras associadas, que tomaram a decisão inteligente de aproveitar esse importante benefício oferecido pela ABLA. Além disso, é importante ressaltar que também participaram o então Presidente do Conselho da Fenaloc, José Adriano Donzelli (veja matéria na página 10) e o Presidente Executivo da ANAV (As-

sociação Nacional de Empresas de Aluguel de Veículos e Gestão de Frota), Paulo Saab. Para Paulo Nemer, a presença das entidades parceiras no Fórum mostra que esse benefício, pensado para favorecer diretamente as locadoras associadas, “ainda trouxe como vantagem uma maior aproximação e união do setor como um todo”, comemorou. “O sucesso foi tal que, desde já, estamos trabalhando para que novas edições do Fórum Jurídico ocorram no ano que vem”.

Súmula 492 e Lucros Cessantes

O

primeiro painel do Fórum Jurídico da ABLA se referiu ao Direito Empresarial, reunindo assuntos referentes à responsabilidade civil e melhores práticas contratuais. A palestra de abertura foi do doutor Alberto Nemer Neto, que discorreu sobre a súmula 492 do Superior Tribunal Federal (STF), que responsabiliza solidariamente as locadoras sobre os danos causados a terceiros pelos locatários no uso do veículo alugado. Compartilharam-se experiências e se compararam as diversas

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abordagens dos Tribunais de Justiça estaduais sobre o tema. Alberto Nemer Neto explicou as diferentes propostas legislativas para superação do regime de responsabilidade por fato exclusivo de terceiro, criado pela súmula 492, e os desafios enfrentados para evolução do Projeto de Lei no Congresso Nacional, que visa esse objetivo. Debateu-se também a crescente percepção da indústria de locação quanto aos lucros cessantes incorridos pela demora na entrega de veículos novos e na falta de peças de reposição na reparação

e/ou manutenção de veículos. A cobrança de créditos das locadoras de veículos, por meio de títulos de crédito ou outros títulos executivos extrajudiciais, e as dificuldades no protesto, foram temas nos quais as perspectivas regionais apresentam variação significante. Em São Paulo, por exemplo, o contrato de locação acompanhado de demonstrativos pode ser protestado, havendo inclusive normativo próprio sobre o tema. Em outros Estados se experimentam dificuldades com esse expediente.


Fórum Jurídico

O primeiro painel do Fórum Jurídico da ABLA se referiu ao Direito Empresarial, reunindo assuntos referentes à responsabilidade civil e melhores práticas contratuais

Responsabilidade por Multas de Trânsito

O

painel de Direito Administrativo se concentrou em questões de transporte e trânsito. A responsabilidade do proprietário por multas de trânsito de culpa exclusiva do condutor foi o tema geral dos debates. O êxito em ações judiciais isoladas contra essa responsabilidade foi contrastado às dificuldades operacionais em implantá-las, pois é impraticável incluir nas ações todos os órgãos de trânsito do País. Debateram-se também os problemas quanto ao registro de impedimento de circulação de

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veículos em caso de apropriação indébita e estelionatos sofridos por locadoras de veículos, sugerindose intervenção perante órgãos de segurança pública para facilitar a

A responsabilidade do proprietário por multas de trânsito de culpa exclusiva do condutor foi tema geral dos debates

anotação desses casos nos sistemas. Outros temas abordados se referem à recente regulação do desmanche de veículos (Lei 12.977/2014) e exigências por órgãos regionais de vistorias e inspeções veiculares fora das hipóteses legais, as quais oneram muito as locadoras de veículos. O painel foi encerrado com palestra do Dr. Marcelo Araújo, que explicou o RENAPTV (Registro Nacional de Posse e Uso Temporário de Veículos). Araújo evidenciou diversas inconsistências na redação da resolução, mas ressaltou que tais inconsistências não tiram o mérito do conceito geral do cadastro.

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ICMS nas Vendas Diretas e o “IPVA Paulista”

O

painel de Direito Tributário se debruçou sobre dois assuntos principais: a pressão do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para a regulamentação das vendas diretas, sob a pena de se aplicar alíquota linear de 17% de ICMS; e o “IPVA Paulista”, norma estadual que obriga os veículos alugados que circularem em São Paulo a recolher o IPVA naquele Estado, gerando bitributação e custos administrativos expressivos. Em relação às vendas diretas houve consenso que se trata de questão atinente às montadoras de veículos e não às locadoras. O aumento linear do tributo a todas as categorias será absorvido de maneira uniforme pelos diferentes agentes econômicos e o problema se concentraria nas montadoras, as quais teriam dificuldades em absorver o maior preço de venda dos veículos.


Destacou-se a importância de se evitar a adoção de critério como o prazo mínimo de doze meses de propriedade para se caracterizar a “revenda”, eis que diversos outros fatores são considerados na decisão empresarial de se manter a propriedade do veículo, tais como o histórico de manutenção e a taxa de ocupação da frota, por exemplo. Já o “IPVA Paulista” é problema ainda mais sério, com potencial de destruir a consolidação de mercado nacional de locação de veículos, em virtude de questões tributárias. O regime peculiar do IPVA paulista, se replicado pelos demais Estados, produz custos de conformidade expressivos e, quando associados à responsabilidade tributária solidária do locatário, expõe os clientes à disputa fiscal dos Estados. Houve consenso quanto à importância da atuação imediata para colaborar no êxito da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) em trâmite no Superior Tribunal Federal (STF), a respeito deste tema.

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Foi uma oportunidade rica na qual as melhores práticas foram compartilhadas” Paulo Nemer

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Frota

Haja frete Locadoras precisam se virar para encontrar a melhor logística de transporte dos automóveis

I

magine uma situação hipotética na compra de um lote de veículos. Uma locadora de Florianópolis compra 50 veículos zero quilômetro em uma concessionária de uma determinada marca na mesma cidade, mas precisa que os automóveis sejam retirados em outras localidades, sendo uma parte deles no Recife, outra parte em Goiânia, outra em Salvador e por aí vai. Assim, qual seria a maneira mais vantajosa de fazer esse negócio? Para Tiago Nishimura, que trabalha na área de relações com investidores da Tegma Gestão Logítica, essa é uma situação de escalabilidade, ou seja, é preciso encontrar fornecedores que tenham escala grande o suficiente para fazer um bom mix de carga. “É como um serviço de coleta, que você precisa pegar

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os carros nas montadoras ou pátios e distribuir”, conta. Ele explica que o comum é se cobrar no frete a tarifa de maior distância. Assim, o comprador define onde quer que os carros sejam retirados, o roteiro é definido e chega-se a um custo. Mas existe um modelo que está sendo aplicado cada vez mais que é o de tentar fazer com que o caminhão cegonha volte carregado. “Vamos dar um exemplo para mostrar. O polo de montadora de veículos fica em São Paulo, mas tem uma Ford em Camaçari. Meu caminhoneiro sai carregado de veículos e leva para Recife, mas voltaria com o carro vazio. Então ele passa na Ford em Camaçari e carrega o


caminhão. Esse é o melhor modelo, pois diminui o custo na ponta, para o motorista.” Tiago lembra que o caminhão cegonha pode passar em um pátio, onde se consolida várias marcas. “Eu centralizo no pátio, monto a demanda, e na volta tem outra demanda que pode ajudar no custo. Uma locadora, por exemplo, compra esse carro na montadora ou direto na concessionária, e aí eles vão endereçar para a gente. Vamos passar nas fábricas, juntamos isso no meu pátio e montamos a melhor configuração de frete para viabilizar um custo melhor”, explica, citando que a Tegma tem 21 pátios espalhados pelo Brasil, próximos às montadoras. “Cada pátio tem capacidade para centenas ou até milhares de carros.” Ele só faz um adendo, explicando que geralmente é a montadora que contrata a empresa de logística. Outra advertência que ele diz é que no momento que a locadora endereçou o pedido para a montadora, ela já indica o chassi específico do veículo. Isso impossibilita a troca de automóveis numa concessionária, por exemplo, obrigando o frete ser feito a partir da montadora mesmo. Conceito PDI O serviço de verificação antes da entrega, o chamado PDI (do termo em inglês Pre Delivery Inspection), é da área logística, não de transporte. É uma atividade de adequação dos automóveis

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à legislação brasileira, principalmente no que se refere aos carros importados. Essa inspeção se refere a um conjunto de ações que precisam ser feitas antes da entrega para a concessionária. Entre as atividades do PDI estão a gravação de VIN nos vidros, colocação de etiquetas de meio ambiente, emissão de gases,

Deixamos de ter um carro top de linha por causa do PDI. Não vejo muita vantagem” Nildo Pedrosa

entre outras, e instalação do extintor de incêndio. Outro tipo de atividade é a montagem e colocação dos manuais do proprietário, garantia, legislação de trânsito e triângulo de segurança, por exemplo. O PDI também verifica o número do motor e o veículo passa por uma lavagem completa antes de ser entregue. Para Nildo Pedrosa, membro do Conselho Gestor da ABLA, essa “nacionalização do veículo” restringe a concorrência e acaba com os preços de alguns carros importados. “É um programa muito ruim. Só para dar um exemplo, o Golf é fabricado no México, mas vem com quase 20 itens a menos de segurança. Deixamos de ter um carro top de linha por causa disso e não vejo muita vantagem”, argumenta.

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Pós venda

locadoras BUSCAM SAÍDAS PARA A FALTA DE PEÇAS As maneiras de lidar, reduzir e administrar os prejuízos gerados por veículos parados é um dos grandes desafios das empresas

Q

uem trabalha no setor de locação de veículos sabe que, entre as grandes verdades da atividade, está aquela que diz que o “veículo eficaz” é exatamente o que fica o maior prazo disponível para a locação. E que, portanto, a falta de peças impacta de modo decisivo esse componente importante da locação de veículos. Mesmo sendo o principal cliente das montadoras (conforme o Anuário ABLA 2014, o setor de locação foi o responsável pela compra de 8,35% dos veículos zero km vendidos no Brasil), as locadoras padecem de um bom serviço de assistência a seus veículos. Faltam peças de reposição em todas as marcas, desde faróis, máquinas elevadoras de vidros das portas, lanternas e até prosaicas calotas, entre muitos outros itens. Assim, as maneiras de lidar, reduzir e administrar os prejuízos gerados por veículos parados por falta de peças é, hoje, um dos grandes desafios das empresas locadoras. Há ações que ajudam a minimizar o problema, mas a solução definitiva ainda parece distante no horizonte do setor. Célio Fonseca, diretor regional da ABLA em Roraima, conta que a situação se agrava quando se trata de modelos dos grupos médio, executivo e utilitários. A par disso,

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É preciso um alto grau de qualidade administrativa para reduzir os prejuízos por falta de peças Célio Fonseca

nota-se que a maioria das montadoras e das concessionárias ainda não vê as locadoras como um cliente especial, de grande e constante volume de serviços e, assim, cobram caro, geralmente atrasam entregas e executam muitos dos serviços de manutenção de forma sofrível. Resultado: atualmente, por causa de um farol, corre-se o risco de ver o veículo parado por semanas. “É preciso um alto grau de qualidade administrativa para reduzir prejuízos por falta de peças”, confirma Fonseca, da ABLA. “De início, o que podemos fazer, mas só em praças com muitas concessionárias da mesma marca, é pesquisar, negociar e buscar aquela que melhor preste serviço às locadoras”. Já em cidades com pouco volume de oficinas credenciadas, a saída de boa parte das locadoras tem sido a radical mudança de marca, o que tem se refletido também no resultado da representação de cada montadora no setor de locação. “A falta de peças existe em todo o Brasil, mas se torna ainda mais séria nos municípios de pequeno e médio porte e nas regiões distantes do centro do País”, acrescenta Fonseca. E isso gera situações surreais. “Uma mangueira de ar-condicionado furada pode inviabilizar a locação do veículo por quase


um mês, apenas por causa da dificuldade de se encontrar a peça no mercado”, conta Célio Fonseca. “E, nesse caso, a montadora não fornece automóvel substituto, alegando que a falta do ar-condicionado não impede a locação do automóvel”. Ora, o difícil é fazer com que o cliente se convença disso! Outra peça difícil de ser encontrada com a agilidade necessária é, por exemplo, a bomba de direção hidráulica. “Tivemos um caso desses e ficamos com o automóvel quase dois meses parado”, confirma o diretor regional da ABLA. “Encontramos a polia somente em São Luís do Maranhão”, lembra Celio Fonseca, cuja locadora fica em Boa Vista (RR). Diante disso, se entendermos o automóvel como matéria-prima das locadoras, com uma permanência média de 12 a 18 meses na empresa, uma demora de peça de 60 dias representa a perda de 12% a 20% da “vida útil” do veículo. “E prejuízo direto para a locadora”, lembra Fonseca. “Isso sem computarmos o tempo perdido com esperas de agendamentos para os serviços e retornos para revisar serviços mal feitos”. Outra forma eficiente de se combater tais prejuízos, ou ao menos minimizá-los, é a opção de compra por modelos de mais resistência e de melhor índice de reparação. O CESVI Brasil (www.cesvibrasil.com.br), que é o único centro de pesquisa do País dedicado ao estudo da reparação automotiva e é parceiro da ABLA, pode ser procurado pelas locadoras interessadas. De todo modo, a participação das locadoras nas entidades representativas do setor – Sindlocs e ABLA – também é fundamental para a minimização do problema. “Dessa forma, é possível o debate direto com as associações de fabricantes, de fornecedores de componentes e de concessionárias de veículos automotores, em busca de soluções”, completa Celio Fonseca. Enfim, o caminho a trilhar é árduo e longo. Mas com o respaldo da ABLA e dos Sindlocs, pode haver luz no fim do túnel.

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Avaliação ière

Geely ec7 o sedã que chegou para agradar

S

em nenhuma dúvida a maior qualidade do sedã chinês Geely EC7 está em seu preço (R$ 49,9 mil) – ele tem, basicamente, o mesmo tamanho do Toyota Corolla e do Honda Civic. E vem completo: a lista de equipamentos de série é respeitável, inclui ar-condicionado digital, direção hidráulica, vidros e travas elétricos, acionamento automático dos faróis, volante com regulagem de altura, retrovisores com repetidor de pisca, sensor de ré, lanternas com LED, som com CD-player, MP3 e entradas auxiliares e rodas de alumínio aro 16. Tem mais: ABS com distribuição eletrônica de força (EBD), airbag duplo, sistema Isofix de fixação de cadeiras para crianças e sensor de estacionamento traseiro complementam os itens no quesito segurança. O sedã será oferecido em versão única. Ela traz motor 1.8 de 130 cavalos a gasolina com recursos de construção refinados para esta categoria, como bloco e cabeçote de alumínio e comando de válvulas variável na admissão, este último apenas presente no Jac J5 e no Honda City, entre os rivais. O torque, de 16,9 kgfm é obtido a 4.400 rpm, enquanto o câmbio é manual, com cinco marchas (a versão equipada com transmissão automática está a caminho). O conjunto é fabricado pela própria Geely. O EC7 faz de 0 a 100 km/h em 12 segundos e atinge 185 km/h de velocidade máxima, garante o fabricante. A expectativa da Geely é vender 250 unidades mensais do EC7, que vem importado do Uruguai. Ele estará disponível em cinco cores (preto, branco, prata, cinza e azul) e terá três anos de garantia ou 100 mil quilômetros. O sedã Geely tem outra qualidade fundamental, o baixo nível de ruído. Andando nas estradas a 120 km/h ele roda bem e transfere pouca rumorosidade para a cabine. Mesmo com o câmbio de cinco marchas tendo 28 - REVISTA LOCAÇÃO

POR JOÃO CLAUDIO BOURG

escalonamento mais curto para aproveitar melhor os 130 cv de potência do motor. A suspensão possui bom acerto, filtra bem as imperfeições do asfalto sem ser excessivamente mole. Entrega uma ótima relação de transmissão com um bom torque em baixas rotações, oferecendo prazer ao dirigir. O motor 1.8 proporciona agilidade na cidade, mas na estrada o desempenho pode ser considerado compatível com as especificações técnicas do veículo. Para realizar ultrapassagens, o motorista precisa de reduções de marcha, já que as retomadas são mais lentas. A direção é macia em manobras na cidade, porém não tem a progressividade de se tornar mais dura na estrada, e os freios a disco nas quatro rodas funcionaram muito bem, sem demonstrar nenhum tipo de fadiga. Também nada a reclamar do câmbio manual de cinco marchas, exceto pelo maior ruído do trambulador nas trocas mais rápidas. O acabamento do Geely EC7 surpreende. A cabine tem desenho de bom gosto, sem exageros, com predominância da cor preta. O painel de instrumentos de iluminação azul conta com pequena tela com dígitos brancos que traz informações do computador de bordo. Os bancos, de couro sintético, possuem uma espuma com rigidez maior do que a de costume, o que os torna duros. A capacidade do porta-malas realmente surpreen-

de pelas suas dimensões – 670 l. O sistema de fixação do cinto de segurança pode ser melhorado, o passageiro e o motorista tem um pouco de dificuldade para afivelar e retirar os cintos dianteiros. Os planos da Geely para o setor de locação são audaciosos, oferecendo um sistema de assistência emergencial, como por exemplo disponibilizando uma “cesta” de peças básicas com os componentes que imobilizam o veículo, por exemplo.


Ficha Técnica

A expectativa da Geely é vender 250 unidades mensais do EC7, que vem importado do Uruguai

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Preço: R$ 49,9 mil Motor: Dianteiro, transversal, 1.8, 16V, gasolina Potência (cv): 130 a 6.100 rpm Torque (kgfm): 16,9 a 4.400 rpm Transmissão: Manual, cinco marchas, tração dianteira Dimensões (m): 4,64 (comprimento), 1,79 (largura), 1,47 (altura), 2,65 (entreeixos) Peso (kg): 1.280 kg 0 a 100 km/h: 12 segundos Velocidade máxima: 185 km/h

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Turismo

viagens de NEGÓCIOS O turismo de negócios vem crescendo no Brasil também graças à ação dos Convention & Visitors Bureau

O

velho ditado que fala em unir o útil ao agradável está sendo cada vez mais implementado no Brasil através do turismo de negócios. A fim de suprir a forte demanda na expansão do turismo no País, os Convention & Visitors Bureau (C&VBx) têm tomado a dianteira para gerar mais negócios nos destinos. “O turismo de negócios cresce de forma segura e constante. A partir de meados de 2005, com a criação das Federações Estaduais de C&VBx, passamos a orientar nossa

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Rede para o crescimento desse segmento. Se consideramos que os CVBx são unidades de negócio, não podemos ficar alheios a essa ordem mundial”, explica Marcio Santiago, presidente da Federação de Convention & Visitors Bureaux. A entidade se tornou referência no País para alavancagem de negócios e o número de escritórios de C&VBx no Brasil já é 115. “Por ser uma entidade internacional e com larga experiência na gestão de destinos, a cada dia mais empresas e realizadores de eventos esportivos, científicos e corporativos efetuam a aproximação

com a gente. Essa demanda tem crescido em mais de 10% ano. A tendência é que a Rede brasileira de C&VBx se qualifique com frequência, para que os realizadores de eventos sejam supridos em suas demandas”, continua. Um dos exemplos de grande sucesso é o C&VBx de Fortaleza. Segundo Celina Castro Alves, diretora comercial do escritório, o trabalho é feito para captar eventos e levar para a capital cearense, em parceira com as secretarias de turismo do estado e do município. “Existimos há 18 anos e temos 130 associados, como hotéis, prestadores de eventos,


FOTOS: Setur/Ceará

Centro de Convenções de Fortaleza

locação de equipamentos, agências de viagens e receptivos, entre outros. Nossa atividade tem um impacto em todos os setores da economia”, conta. Ela revela que anteriormente existia uma sazonalidade dos eventos em Fortaleza, ou seja, os meses de dezembro, janeiro, fevereiro e julho recebiam muitos turistas, mas nos outros meses do ano o fluxo era bem pequeno. Com o trabalho do C&VBx isso mudou. “Não temos mais essa discrepância. Antes era só turismo de lazer, agora temos eventos e congressos. Só para se ter uma ideia, no mês passado nós queríamos fazer visitas técnicas em três hotéis, mas não conseguimos porque todos os quartos estavam ocupados.” JULHO/AGOSTO 2014

A demanda tem crescido mais de 10% ao ano” Marcio Santiago

REVISTA LOCAÇÃO - 31


Artigo

Locadora está no SIMPLES NACIONAL:tanto faz comprar veículos por leasing ou CDC?

T Paulo Henrique (phenrique@ auditconsult.com.br) é consultor da Audit Consult, especializada em locadoras de automóveis.

32 - REVISTA LOCAÇÃO

ome muito cuidado para não dar um “tiro no próprio pé”. Indo direto ao ponto, olha o que acontece... Primeira coisa é definir como uma locadora que está no SIMPLES NACIONAL ou PRESUMIDO deve pagar o IRPJ sobre a venda dos veículos. O ganho de capital das optantes pelo Simples Nacional é tributado pelo Imposto de Renda à alíquota de 15% sobre a diferença positiva entre o valor de alienação e o custo de aquisição do bem, diminuído dos encargos de depreciação, amortização ou exaustão acumulada, ainda que a microempresa (ME) ou a empresa de pequeno porte (EPP) não mantenha escrituração contábil. Outra definição importante é saber qual deve ser o valor de aquisição do veículo que devo considerar quando compro através do

Leasing. No Leasing as contraprestações são “despesas de aluguel” e o Residual Pago (no final ou diluído) é o que deve ser considerado como “valor de aquisição”. Com estas definições fica fácil então perceber que locadoras optantes pelo Simples Nacional, quando adquirem/vendem veículos de leasing terão maior ganho de capital e, portanto, pagarão mais IRPJ quando comparadas com aquisições diretas ou por CDC. Algumas locadoras além de desconhecerem esta questão, também se esquecem de tributar IRPJ na venda dos carros, por achar que o ganho de capital é “Valor Compra x Valor Venda”, deixando de lado a depreciação – que também “entra na conta”. Pois é... Na hora de renovar frota não leve em conta apenas as melhoras taxas. Fale antes, com seu contador.


JULHO/AGOSTO 2014

REVISTA LOCAÇÃO - 33


Artigo

A ABLA E A GOVERNANÇA CORPORATIVA

P

ara aqueles que

O primeiro pilar é o da Transparência.

ainda não sabem,

A efetiva disponibilização das informações

a gestão da ABLA está

para seus usuários, associados, no caso e

implantando uma nova

trabalhadores do segmento. A ABLA, nos

Governança Corporativa. Este

últimos quatro anos, melhorou seu sistema

esforço visa a aproximar, de

de informação, mantendo um maior contato

maneira mais efetiva, os Associados, enten-

com seus Associados, levando informações

der seus anseios e responder rapidamente às

de mercado e de benefícios conseguidos

necessidades do setor.

através das negociações com parceiros.

Quais são os benefícios trazidos pela

Cecilia lodi

O segundo pilar é o da Prestação de Con-

Diretora da Lodi Consultoria

Governança Corporativa para a Associação?

tas. Neste quesito, no ano passado, o Conse-

Desenvolvida na década de 80 quando o

lho da ABLA se capacitou para que pudesse

mundo estava imerso no neoliberalismo

exercer mais ativamente seu papel dentro da

responsável a cada dia ela almeja que cada

do mercado auto regulado, a Governança

Associação. Através de reuniões e debates

Associado também deseje isto, criando assim

provou-se necessária para reprimir abusos

com seus Diretores Regionais, priorizou

um segmento exemplo para um país melhor.

e descontrole das organizações. Tínhamos,

ações, reformulou caminhos e buscou apre-

nesta década, Conselhos passivos, dominân-

sentar resultados de suas decisões em forma

Governança, o Conselho da ABLA entendeu

cia do poder acionário sobre minoritário,

de novos produtos, serviços e informações

que ainda há muito o que desenvolver para

ausência completa de prestação de contas,

ao Associado. O Conselho passou também

atender as expectativas das Locadoras. O

auditorias em regime de união estável com

a avaliar seu desempenho e o de sua equipe

diálogo entre as várias regiões melhorou, pro-

seus clientes. Completa falta de transparên-

fazendo ajustes e alinhando as atuações ao

jetos de capacitação estão sendo desenvolvi-

cia de atos e números. O mercado exigia

Planejamento Estratégico da Instituição.

dos para ajudar nos tempos difíceis que virão.

reformas para que se tornasse confiável àquela velhinha de Wall Street com dinheiro para investir. Passados 30 anos,

O terceiro pilar é o da Equidade. Para a ABLA nenhum Associado é mais importante que o outro. Todos são parte de um único corpo que sobrevi-

cheia de acertos e

ve e evolui neste mercado

erros, a Governan-

repleto de desafios.

Mais que atender aos quatro pilares da

Novas parcerias precisam ser construídas, antigos parceiros precisam ser revitalizados. Tudo resultado desta nova Governança que veio para ficar. Concluindo, fica a lembrança que a Governança não é uma ferramenta apenas para grandes empresas e instituições. É um

ça se consolidou

O quarto pilar é o

como uma forma

da Responsabilidade

fórum para debater o futuro, as estratégias, os

Social e neste quesito

caminhos a seguir e como tal serve a empresas

de administrar negócios e instituições que traz valor. Ela se apoia em alguns pilares.

34 - REVISTA LOCAÇÃO

a ABLA reconhece que o trabalho transcende suas paredes, vai além da sua atuação. Além de querer ser mais

de qualquer porte e perfil. É importante que os Associados se aproximem desta ideia e reflitam se este pode ser também um caminho para a sua própria longevidade.



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