Revista
# 60 2015 MAIO/JUNHO
PREPARADOS PARA REINVENTAR O NEGÓCIO? Agendado para os dias 09 e 10 de setembro, o XII Fórum Nacional da Indústria do Aluguel de Automóveis mostrará novos caminhos ao setor
Orientações práticas sobre dúvidas do dia a dia das locadoras Advogados do setor de locação 1 se reunirão em Brasília
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Revista
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CORRETORA DE SEGUROS
Ano XI • Nº 60 • maio/junho 2015
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Capa
XII Fórum Nacional da Indústria de Aluguel de Automóveis terá roupagem inédita
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Carta do Presidente
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Na Frente
Jeep com estrutura dedicada aos clientes de vendas diretas
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Ao Volante
Anuário ABLA e novidades no mundo automotivo
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Diálogos
A tolerância como fator essencial às empresas
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Agenda
Segundo Fórum Jurídico: Leis e projetos que influenciam as locadoras de veículos
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10 20 Tira-teima
As dúvidas das locadoras sobre apropriação indébita, RENAPTV, indicação de condutores, licitações...
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Entrevista
Orientações do Professor Marins para atravessar tempos de crise
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Por Dentro
Uno, sucesso na locação
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Representatividade
Os caminhos que levaram à oficialização da FENALOC
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Brasil – Viagem Minas histórica
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Mercado
Os prós e contras das fusões e aquisições no setor de locação
Use o leitor de QR Code do seu smartphone para acessar o site da ABLA.
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Legislação
As arbitrariedades da lei do IPVA paulista
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Gestão
Saiba o que é e como montar um Conselho Consultivo na sua locadora
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Marketing & Comunicação
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SMS aproxima ainda mais a ABLA de seus associados
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Homenagem
Raimundo Teixeira
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A ABLA tem sempre novidades para seus associados. Fique conectado e acompanhe.
Expediente CONSELHO GESTOR Paulo Nemer (Presidente do Conselho Nacional), Carlos Cesar Rigolino Jr. (Vice-Presidente do Conselho Nacional), Alberto Faria, Emanuel Trigueiro, José Adriano Donzelli, Marcelo Fernandes, Nildo Pedrosa, Paulo Gaba Jr., Paulo Miguel Jr., Raimundo Teixeira (in memoriam), Saulo Froes e Simone Pino. CONSELHO GESTOR (SUPLENTES): Bernard da Costa Teixeira, Carlos Roberto Pinto Faustino, Celio Fonseca, Gustavo do Carmo Azevedo, José Emilio Houat, José Zuquim Militerno, João José Regueira de Souza, Leonardo Soares, Luiz Carlos Lang, Márcio Castelo Branco Gonçalves e Valmor Emilio Weiss. CONSELHO FISCAL: Alvani Laurindo, Eduardo Correa da Silva, Eládio Paniágua Jr., Jacqueline Moraes de Melo, Marco Aurélio Gonçalves Nazaré e Ricardo Gondim Espírito Santo.
COORDENAÇÃO GERAL: Alberto Faria e Olivo Pucci. PUBLICIDADE: Jorge Pontual e Francine Evelyn (11) 5087-4100. Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis – ABLA São Paulo: Rua Estela, 515 – Bloco A – 5º andar – 04011-904 – São Paulo/SP – (11) 50874100 | abla@abla.com.br Brasília: Saus Quadra 1 – Bloco J – edifício CNT sala 510 – 5º andar – Torre A – 70070-010 – Brasília – DF. (61) 3225-6728 www.abla.com.br Revista Locação – Coordenação Editorial Em Foco Comunicação 11 3816.0433 | emfoco@emfoco.net Editor: Nelson Lourenço Textos das páginas 10 a 14; 20 a 25; 28 a 39: Fatto Stampa Textos: Nelson Lourenço, Mayara Barbosa, Kaiqui Macaulay Revisão: Tarcila Lucena Arte: Leandro Cagiano
© Matej Kastelic/Shutterstock
CONSELHO FISCAL (SUPLENTES): Lusirlei Albertini, Marco Antonio de Almeida Lemos, Marconi José de Medeiros Dutra, Nilson Oliveira Silva e Paulo Hermas Bonilha Júnior.
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Carta do Presidente
Capa: Em novo formato, XII Fórum Nacional da Indústria do Aluguel de Automóveis está marcado para 09 e 10 de setembro
Capa: Duis autem vel eum iriure dolor in hendrerit in vulputate velit esse molestie consequat.
A NOVA Revista Locação chega no momento em que se completam 60 edições de sua história. Um ininterrupto retrato da evolução de um setor que alcança hoje o amadurecimento necessário para se firmar como um dos motores do crescimento econômico do país. A indústria da locação de automóveis é, de fato, uma atividade cada vez mais relevante na cadeia produtiva. Um setor que interfere positivamente na economia, seja colaborando diretamente para a expansão dos negócios de clientes (no que se refere à terceirização de frotas), seja ofertando serviço de qualidade para turistas de negócios e de lazer. Hoje, a locação de automóveis representa 12,45% das compras da indústria automotiva, e interfere diretamente em toda a cadeia produtiva da economia nacional. Toda essa valorização reflete-se também no capital humano encerrado pela atividade de locação. À frente de seus negócios, os empresários e as empresárias que atuam no setor demonstram cada vez mais profissionalismo. E isso não poderia ser diferente. Nas posições de comando e de gestão, a atualização e a capacidade de buscar o novo precisam estar sempre presentes. A Revista Locação muda para acompanhar essa evolução, não apenas do setor, mas principalmente das pessoas que comandam e trabalham nas locadoras de veículos, que merecem ter uma publicação sintonizada com suas demandas, a partir de conteúdos dirigidos para o sucesso profissional e o êxito empresarial. Em novo formato, a Revista traz nesta 60ª edição uma reportagem que aborda algumas das principais dúvidas que surgem no dia-a-dia das locadoras, além de outros textos elucidativos, como o que retrata a possibilidade de implantação de Conselhos Consultivos em pequenas e médias empresas do setor. O desafio é ampliar o espaço para este material de interesse imediato de nosso público leitor, sem deixarmos de ter uma Revista ágil, bonita e agradável de ser lida e relida.
Sejam bem-vindos à nova Revista Locação!
Foto: Tomé de Aquino
Paulo Nemer
Presidente do Conselho Nacional da ABLA
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Na Frente
O Jeep está entre nós Estrutura de vendas dedicada aos clientes de vendas diretas, inclusive locadoras, deve ficar pronta no final do ano, garante o diretor geral da Chrysler Brasil. O lendário SUV passou a ser fabricado recentemente no país
CONSIDERADO o mais autêntico dos SUVs (Sport Utility Vehicle ou Veículo Utilitário–Esportivo), o Jeep Renegade passou a ser fabricado no Brasil em abril, na fábrica que a Chrysler instalou na cidade de Goiana, Pernambuco. Em fase de expansão, a marca anunciou com exclusividade à Revista Locação, por meio do diretor da Jeep América Latina, Sérgio Ferreira, que terá uma estrutura dedicada aos clientes de vendas diretas, como as locadoras, até o final do ano. “Locadoras e gestoras de frotas contarão com uma estrutura de atendimento da própria montadora”, assinala o executivo. Também diretor geral da Chrysler Brasil (responsável pelas marcas Chrysler, Dodge, Jeep e Ram), o economista Sérgio Ferreira está em sua segunda passagem pela empresa, que dirigiu entre fevereiro de 2011 e agosto de 2013. Segundo ele, o plano de expansão da rede Jeep
vai continuar forte, para chegar a dezembro com mais de 200 concessionárias. A produção está num processo natural de aceleração e a expectativa da marca é um segundo semestre com vendas em alta. Com relação às vendas diretas, Ferreira enxerga uma participação expressiva dessa modalidade no segmento de SUVs compactos. “Acreditamos que o Jeep Renegade se destacará também nessa categoria, pela excelente relação custo-benefício, pelas opções de motor e câmbio e pela oferta de itens tecnológicos e de segurança inéditos para esse segmento, o que vem sendo cada vez mais considerado pelas empresas em suas avaliações de compras”, explica o diretor da marca. “Até o final de 2015 toda a rede Jeep de concessionárias estará habilitada para atender os clientes de vendas diretas, com um sistema de faturamento exclusivo para o segmento”, completa.
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Ao Volante
Anuário da ABLA mostra a expansão do setor O SETOR de locação de automóveis atingiu R$ 14,72 bilhões em faturamento no ano passado e foi responsável pela aquisição de 415 mil veículos, o que faz das locadoras o principal comprador de automóveis do país, com 12,45% das unidades licenciadas. Estes são alguns dos números apresentados pelo Anuário da ABLA, que a associação lançou em abril, em São Paulo. A publicação, com 120 páginas, traz ainda outros números relevantes, como o de empresas atuantes no setor, que chegou a 5.624. A frota total de veículos atingiu 773.222 unidades. Ao todo, o setor teve mais de 25 milhões de usuários durante o ano de 2014. Desse total, 25% foram gerados pelas locações destinadas a pessoas físicas em eventos de trabalho (turismo de negócios) e 18% para clientes em viagens de lazer, principalmente usuários em férias e/ou nos finais de semana. A maior parte das locações (57%) foi gerada pela terceirização de frotas. A marca Fiat lidera a preferência do setor de locação, com 18,9%, seguida pela Volkswagen (16,3%), GM (8,3%), Renault (7,9%) e Ford (3,2%). Outras marcas representam 45,26%. n
Focus 2016 chega em julho ao Brasil A FORD está preparando o lançamento da reestilização do Focus no Brasil. Enfim vai alinhar o Focus argentino com seu similar europeu – desde a primeira geração, o modelo fabricado no país vizinho e vendido no Brasil vive a um passo do modelo produzido no Velho Continente. O lançamento deve ocorrer no início do segundo semestre, primeiro na Argentina e depois aqui. Apesar das novidades visuais, o Focus não deve evoluir muito em outros sentidos, exceto no interior, que ganhará um cockpit revisado. O Focus 2016 trocará de volante, agora mais refinado e com três raios. n
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Ao Volante
Gran Siena mais equipado A FIAT lançou a versão 2016 do Grand Siena, que ganhou mais itens de série em todas as suas versões. A de entrada, Attractive 1.4, passa a contar com ar-condicionado, antes oferecido apenas como item opcional para esta versão, enquanto a Tetrafuel 1.4 traz faróis de neblina e chave canivete com telecomando para abertura das portas, vidros elétricos e porta-malas. Ambas as versões são equipadas com câmbio Dualogic Plus com alavanca de seleção das marchas tipo borboleta no volante. Já a versão intermediária Essence traz de série o sistema de rádio, vidros elétricos traseiros com sistema anti esmagamento. n
Luxo sem crise
O MERCADO de carros de luxo está na contramão da crise do setor automotivo no Brasil. Enquanto a maioria das montadoras dispensa funcionários ou concede férias coletivas para minimizar as perdas, Audi, BMW e Mercedes-Benz, que juntas dominam 70% do setor de alto padrão no País, comemoram os resultados. Entre janeiro e abril deste ano, elas venderam quase 14 mil veículos premium, um crescimento de 18,4% se comparado ao mesmo período de 2014, quando foram comercializadas 11.807 unidades. n
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Ao Volante
Recorde: recall de 180 mil carros Financiamento recua em 2015
A LISTA é longa. 180 mil consumidores foram chamados em maio para fazer recall em seus carros. Foram no total 13 casos, após serem registrados oito em abril, seis em março, sete em fevereiro e seis em janeiro. A Toyota chamou às oficinas 112.996 modelos Corolla, mas uma análise da lista de convocação revela que não há distinção de marca: traz de motos Harley Davidson a jipes Troller, passando pelos imponentes BMW. Fazem parte dos chamados carros da Honda (Civic, Fit, City e CR-V), da Renault (Sandero e Logan), da Hyundai (i30), da Land Rover (Discovery 4), da Jeep (Grand Cherokee), da Suzuki (Ignis) e da Nissan (Pathfinder). n
A FALTA de confiança na economia e a restrição da oferta de crédito causaram redução no financiamento de veículos no primeiro quadrimestre de 2015. Considerando modelos novos e usados, entre janeiro e abril 1,83 milhão de automóveis comerciais leves, motocicletas e pesados, foram adquiridos a prazo, com queda de 10,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados pela Cetip, que opera o Sistema Nacional de Gravames (SNG), responsável por armazenar as informações sobre veículos dados como garantia em operações financeiras.n
Renault apresenta sucessor do Clio A RENAULT apresentou em maio na Índia o sucessor do Clio, que deve ser fabricado no Brasil. O novo modelo compacto é inspirado no conceito Kwid (foto), projeto concebido pelas equipes de estilo da marca em vários países, liderado pelo centro de design do Brasil, com a missão de explorar novos mercados. O visual do lançamento lembra um “mini-utilitário”, com 3,68 metros de comprimento, tração dianteira e estética com apelo aventureiro. O modelo apresentado na Índia foi equipado com tela multifuncional de sete polegadas e sensível ao toque, ar-condicionado, tomada 12V, vidros e travas elétricas e marcador do velocímetro digital. n
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Ao Volante
Nissan não vai alterar aliança CARLOS GHOSN, presidente-executivo da Nissan, disse que não há necessidade de alterar a aliança de capital da montadora com a Renault, depois que a França aumentou sua participação e direitos de voto na companhia francesa no mês passado. O governo francês, que detém quase 20% da Renault, tem dito que deseja preservar interesses franceses na montadora, que está aprofundando seus laços com a Nissan. No entanto, a Renault tem alertado que a movimentação do governo pode prejudicar a aliança. Ghosn garantiu que a fusão de capital entre a Nissan e a Renault tem “influência zero” sobre as operações diárias da montadora. Desde que a Renault resgatou a Nissan da falência em 1999, a montadora japonesa ultrapassou a controladora francesa e é responsável por dois terços das vendas combinadas de 8 milhões veículos (Reuters). n
Ferrari, a mais amada do país APESAR de ter vendas estritamente limitadas (só emplacou duas unidades em abril), a Ferrari foi considerada a marca mais amada pelos brasileiros – esse foi o resultado de uma pesquisa realizada pela Officina Sophia, empresa especializada em varejo e comportamento de compra. No ranking com 10 marcas de vários setores, as automotivas aparecem por várias vezes. A Porsche ficou com a vice-liderança, seguida pela BMW e Lamborghini. Ainda no “top 10” está a Mercedes-Benz, na sétima colocação, e a Land Rover, na oitava. O modelo de entrada da marca Maranello no Brasil é a California, de 560 cv, com preço sugerido de R$ 1,85 milhão. A topo de linha na gama é a Ferrari FF, que utiliza motor V12 de 660 cv e tem tração nas quatro rodas, custa R$ 3,5 milhões. n
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Ao Volante
Gol na versão Rock in Rio A VOLKSWAGEN também relançou o Gol Rock in Rio, série especial que comemora os 30 anos do festival de música. Segundo a montadora, o carro será produzido até agosto em edição limitada. O Gol Rock in Rio traz faixas adesivas nas laterais, retrovisores com capa prateada e repetidores das luzes de direção. A grade dianteira tem pequenas aberturas em forma de colmeia, e a Volkswagen utilizou faixas pretas nas colunas centrais e na região da placa traseira, além de lanternas escurecidas. Entre os itens de série estão rodas de liga leve de 15 polegadas e rádio CD-Player. n
Cruze e Sentra, difíceis de furtar
© GM Group
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O CHEVROLET CRUZE, em sua versão topo LTZ, e o Nissan Sentra são os carros mais difíceis de serem furtados. Ao menos é o que aponta o ranking de índice de furtos do Cesvi Brasil. Para chegar a essa conclusão, são levados em consideração itens como chaves codificadas, imobilizadores, localização da bateria, trava de coluna de direção, alarme e vidros laterais laminados. Tudo isso classifica esses veículos com até cinco estrelas – mas nenhum ficou com a classificação máxima. Os dois modelos citados acima receberam 4,5 estrelas, justamente por não possuírem vidros laterais laminados. De acordo com o estudo do Cesvi, este tipo de vidro aumenta em até oito vezes (quando comparado ao vidro temperado) o tempo que um criminoso leva para obter acesso ao interior do veículo. n
Diálogos
A tolerância Cecília Lodi, diretora da Lodi Consultoria
VISITANDO e trabalhando em arquitetura, a advocacia, os soum país de contrastes culturais nhos e desejos dos demais são tão marcantes como a Turquia uma grande perda de tempo. entendemos a importância da A alegação é sempre ficar tolerância para o convívio entre junto de onde está o dinheiro. O as pessoas. Conhecer um país resultado são pessoas infelizes asiático e muçulmano é comeque largam seu caminho para viçar a entender que podemos ver a vida de outros, fazendo um ”É preciso ouvir e respeitar conviver e aproveitar a viagem trabalho desgastante que não de forma a possibilitar que não da vida respeitando as escolhas resultará nenhum benefício seja apenas nós, mas todos nós posde cada um. para o bolso seja para alma. O garoto que ouve o hip hop samos escolher com liberdade o Quisera eu que as famílias e pode estar sentado ao lado de as empresas também entendescaminho da felicidade.” uma mulher de véu sem que sem a beleza da tolerância. Por ambos se sintam abalados ou que temos que, sistematicamenultrajados. Cabem, nesta sociedade, todas as escote, impor nossos pensamentos, desejos sem levar em lhas desde que não se invada a liberdade do outro. consideração as necessidades e escolhas dos outros? Desde que haja o respeito. Por que acreditamos que nossas escolhas servem a Acredito que fomos colocados neste planeta todos e que sabemos o caminho da felicidade? para aprendermos a nos relacionar: e temos faO diálogo, a construção do caminho seria mais lhado sistematicamente nesta tentativa. Estamos fácil se aprendêssemos a tolerar as escolhas atolados num universo de “verdades absolutas”, alheias. Para o desenvolvimento da tolerância exisde imposição da vontade e da visão de mundo. te a necessidade de se desenvolver a empatia. A Coibimos qualquer pensamento que achamos concapacidade de se colocar no lugar do outro e bustrário ao nosso e estamos perdendo a habilidade car entender porque este seguiu outro caminho, de dialogar. outra história. O resultado para a longevidade dos Assim como no macro cosmo, no micro cosmo, negócios seria impressionante. A tolerância ainda em nossas empresas, em nossa família, padecemos é a grande habilidade para nos relacionarmos em de igual insucesso. Procuramos, na maior parte das paz, neste planeta. vezes, impor nossa conduta como se fosse única e Vivemos tempos difíceis, no mundo e em nossomos implacáveis ao que é diferente. Em muitos sas casas. Está na hora de entendermos que precasos aquele que está à frente dos negócios acredita cisamos aprender para viver. piamente que chegou até aqueQue, embora tenhamos vivido le ponto do caminho pelo seu com nossos credos tão cristaliúnico esforço. Que não foram nos, eles não se fazem os úninecessárias outras contribuicos, os certos, os verdadeiros. ções para este sucesso. E que para viver este planeta, Envolvidas nesta ilusão de nestas empresas e nestas faherói, as pessoas começam a mílias teremos que estar disse tornarem surdas e cegas a postos a parar um momento e outros interesses, outras escorefletir porque insistimos tanto lhas e outras verdades. Assisto, em dominar. É preciso ouvir e não raras vezes, pais e irmãos respeitar de forma a possibiliexigindo que os familiares lartar que não apenas nós, mas guem suas profissões para se todos nós possamos escolher dedicar ao negócio da família, com liberdade o caminho da alegando que a medicina, a felicidade. n
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Agenda
II Fórum Jurídico reunirá advogados do setor AS ASSESSORIAS jurídicas e/ou advogados e advogadas que prestam serviços para as locadoras que fazem parte do quadro de associadas da ABLA terão a oportunidade de se reunir na segunda edição do Fórum Jurídico da Indústria de Locação de Veículos. O Fórum será realizado nos dias 6 e 7 de agosto, em Brasília (DF), no edifício da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que também abriga as sedes da ABLA e da FENALOC na capital federal.No dia 6, quinta-feira, o Fórum Jurídico será aberto às 14 horas, com trabalhos até 19 horas. No dia seguinte, terá sequência a partir das 9 horas, com encerramento previsto para 16 horas. Segundo o Presidente do Conselho Nacional da ABLA, Paulo Nemer, o Fórum Jurídico prossegue este ano com cunho técnico, tendo sido convidadas também as Assessorias Jurídicas dos SINDLOCs. “Nosso objetivo é abordar as questões que de modo imediato afetam o ambiente de negócios do setor”, afirma. “Ao reunir advogados e advogadas dos sindicatos e das empresas, promoveremos uma troca de experiências e de soluções jurídicas que certamente será ótima ”. O segundo Fórum Jurídico da Indústria de Locação de Veículos será coordenado pelo Dr. Adriano Castro, consultor jurídico da ABLA e da FENALOC. “Estamos em fase final de definição da pauta de debates”, adianta. “Assim como na primeira edição, o que já podemos dizer é que procuraremos manter a diversidade de formatos e temas para oferecer experiência mais rica aos participantes”. Conforme Adriano Castro há intenção de, nos seminários, convidar os advogados e advogadas dos SINDLOCS
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para apresentarem as ações coletivas em execução nos respectivos estados, “para evidenciarmos as peculiaridades de cada região”, explica. “E, no simpósio, a ideia é ouvir as experiências individuais de profissionais do Direito na defesa de cada locadora”. Paralelamente, haverá também os chamados módulos técnicos, que em linhas gerais deverão seguir a bem sucedida organização temática empregada na edição de 2014. Trata-se de dividir, atualizar e expandir os debates por áreas do Direito (Administrativo, Empresarial e Tributário). Além disso, também já estão sendo estudadas conferências especiais e espaço para exposição da FENALOC sobre os projetos de lei em trâmite no Congresso Nacional. “Acredito que esse momento é importante para dar visibilidade à entidade perante o qualificado público que tomará parte do Fórum Jurídico”, avalia Adriano Castro. n
As inscrições das Assessorias Jurídicas das locadoras associadas serão gratuitas. Participem! Fórum Jurídico da Indústria de Locação de Veículos Datas: 6 e 7 de agosto de 2015 Horários: dia 6, das 14h às 19h; dia 7, das 9h às 16h Local: Sede da ABLA em Brasília (DF) Endereço: SAUS – Quadra 01 – Bloco J – Torre A
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XII Fórum Nacional da ABLA será inovador Principal evento do setor de locação de veículos do Brasil terá mesas de negócios. Em relação ao conteúdo, será focado somente em workshops e em palestras sobre assuntos diretamente ligados às locadoras Paulo Nemer e Carlos César Rigolino Jr.: Presidente e Vice do Conselho Nacional
COM O OBJETIVO de se aproximar ainda mais das locadoras associadas e proporcionar um conteúdo voltado exclusivamente aos temas que interessam ao dia a dia das empresas que atuam no setor, a ABLA vai adotar um novo e inédito modelo para a realização do XII Fórum Nacional da Indústria do Aluguel de Automóveis. O Fórum já está marcado para os dias 9 e 10 de setembro, no espaço Estanplaza International, em São Paulo (SP). Segundo o Presidente do Conselho Nacional da ABLA, Paulo Nemer, trata-se de separar, em dois eventos distintos, o Fórum e o Salão ABLA. Até a edição de 2013, Fórum e Salão vinham sendo realizados sempre juntos. “Entendemos que chegou o momento de mudar, inclusive para gerar um maior aproveitamento de cada evento para as locadoras associadas e para os parceiros de negócios”, explica o Presidente. “Além disso, fazendo os eventos em separado vamos proporcionar economia de recursos físicos e financeiros para a ABLA”.
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Dessa forma, com o Salão ABLA sendo feito nos anos pares e o Fórum nos anos ímpares – ambos ganham dimensão ainda maior, beneficiando diretamente as locadoras associadas. Foi exatamente o que já ocorreu na mais recente edição do Salão ABLA, em 2014, realizada dentro do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo (em separado do Fórum ABLA). Naquela oportunidade a ABLA montou uma área apropriada dentro do Pavilhão do Anhembi para recepcionar as locadoras associadas, que visitaram os estandes das montadoras e dos demais fornecedores da indústria automobilística. “Na prática, realizamos o Salão ABLA dentro do Salão do Automóvel, já com a intenção de fazer o nosso XII Fórum somente com palestras, workshops e mesas de negócios”, lembra Paulo Nemer. Assim, as locadoras associadas foram inseridas diretamente na maior feira automobilística da América Latina e já puderam visitar os estandes e ver as novidades das montadoras. “Agora chegou a vez do Fórum, voltado 100% para conteúdo, para dar mais espaço aos assuntos que podem ajudar as locadoras associadas a gerir com mais eficiência e melhores resultados”, diz Nemer. “O objetivo de ver as novidades do setor automobilístico já foi cumprido no ano passado, dentro do Salão do Automóvel”.
Saulo Fróes: Programação terá muitas atrações
OPORTUNIDADE IMPERDÍVEL
Programação Cada locadora associada
A ORGANIZAÇÃO, nos novos moldes, do XII Fórum Nacional da Indústria de Aluguel de Automóveis está em pleno andamento. Conforme o conselheiro gestor da ABLA, Saulo Fróes, responsável pela área de Eventos do Planejamento Estratégico da associação, o objetivo é trazer um time de renomados palestrantes e realizar workshops práticos, de interesse imediato para o setor de locação. Para isso, o Estanplaza International, local do evento, será dividido em dois espaços: um auditório com capacidade para receber confortavelmente mais de 300 pessoas, no qual serão realizados os workshops e as palestras; e um espaço com aproximadamente a mesma dimensão logo ao lado, onde ficarão mais de 20 mesas de negócios (veja na página seguinte) a serem ocupadas pelos parceiros e fornecedores. n
da ABLA terá dois ingressos gratuitos, que incluem todos os workshops, palestras e almoços. Não perca!
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Capa
Rodadas de negócios No novo formato do XII Fórum Nacional da Indústria do Aluguel de Automóveis, a ABLA utilizará o modelo de mesas de negócios e abrirá mão da montagem de estandes grandiosos e distantes uns dos outros. Esse formato é hoje um dos instrumentos de mercado mais eficazes para a promoção de negócios, usando a dinâmica de encontros empresariais com interesses complementares e afins. “Cada fornecedor será colocado em uma mesa individual, de acordo com suas necessidades e perfil de atuação”, explica o diretor comercial da ABLA, Jorge Pontual. Segundo ele, nos intervalos entre as palestras e workshops haverá coffee -breaks exatamente nessa área de negócios, onde também acontecerá o almoço em um modelo business lunch, no qual participantes e parceiros terão
oportunidade de interagir de forma muito mais moderna e dinâmica, permitindo uma maior integração. “Vamos proporcionar a aproximação direta entre os fornecedores e as locadoras associadas”, acrescenta Pontual, que já iniciou a comercialização das mesas junto aos parceiros do setor. O modelo é semelhante ao utilizado, por exemplo, na Auto Rental Summit, o maior evento do setor de locação de veículos dos Estados Unidos. “Haverá tempo suficiente para que os parceiros se apresentem, de forma objetiva, para que as conversações possam evoluir a respeito de produtos, serviços, propostas de parcerias e até sobre um novo produto ou serviço”, diz Pontual. “Tudo diretamente com a empresa locadora interessada. O sistema é muito ágil, dinâmico e muito produtivo”.
BENEFÍCIOS PARA AS LOCADORAS n Identificação de novos fornecedores e assim melhor poder de negociação; n Identificação de possibilidade de novas parcerias; n Conhecimento de novas tecnologias; n Maior conhecimento do mercado; n Integração com a comunidade empresarial.
BENEFÍCIOS PARA OS PARCEIROS n Acesso pessoal, direto e próximo dos empresários do setor de locação; n Prospecção e possibilidade de abertura de novos mercados; n Novas parcerias e intercâmbio com locadoras regionais e nacionais; n Forma extremamente econômica de divulgar a empresa/produtos/ serviços; n Troca de informações.
SERVIÇO O Estanplaza International Hotel terá tarífas especiais de hospedagem negociadas pela ABLA. Acesse o Portal dos Associados no www.abla.com.br e garanta sua reserva o quanto antes.
XII Fórum Nacional da Indústria do Aluguel de Automóveis Datas: 09 e 10 de setembro Local: Estanplaza International Hotel Endereço: Rua Fernandes Moreira, 1293, Chácara Santo Antônio, São Paulo (SP).
Vagas limitadas!
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Tira-teima
SERVIÇO DE ATENDIMENTO ÀS
LOCADORAS Renovação da frota, apropriação indébita, multas, convênios, dúvidas sobre legislação. O dia a dia de uma locadora de automóveis pode provocar muitos questionamentos em quem é responsável pela administração do negócio. Nas próximas páginas, divulgamos e indicamos a solução para algumas das principais questões que podem surgir ao longo da operação.
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Tira-teima
Apropriação indébita DÚVIDA: Existe alguma alternativa legal que livre as locadoras do pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) referentes a veículos que sofreram apropriação indébita e cujos Boletins de Ocorrência foram devidamente feitos pela locadora? RESPOSTA: O IPVA é tributo estadual e cada estado possui regras próprias referentes à suspensão da exigibilidade de veículos roubados e furtados. Em linhas gerais, normalmente incumbe à locadora (proprietária do veículo) levar o Boletim de Ocorrência (BO)
ao órgão de trânsito e à Secretaria da Fazenda para suspenderem a cobrança. Em alguns estados – Minas Gerais, por exemplo – é possível até mesmo pedir a restituição proporcional do IPVA pago antecipadamente. Em determinados estados o sistema funciona melhor que em outros e com o próprio BO os órgãos fazendários e de trânsito já se comunicam automaticamente, mas há aqueles em que é necessário fazer os comunicados manualmente. Ou seja, embora existam detalhes diferentes sobre o processo para cada unidade da Federação, de modo geral o procedimento não se afasta dessa orientação.
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Tira-teima
Indicação do Condutor DÚVIDA: Qual o procedimento correto para a locadora indicar um condutor/ infrator, no caso de não ter recolhido sua assinatura? As locadoras podem fazer essa indicação?
RENAPTV
DÚVIDA: A Resolução 461/2013, apesar de já estar em vigência, ainda não foi implantada na prática pelos órgãos e autoridades responsáveis. Há alguma previsão sobre quando o sistema RENAPTV estará vigorando? RESPOSTA: De fato a Resolução 461/2013 ainda não foi implantada. Há ajustes a serem feitos em relação ao sistema homologado, mas o motivo principal tem sido a resistência dos órgãos de trânsito dos estados em implantá-la na prática. O sistema necessariamente tem de ser nacional, para haver “diálogo” com os sistemas de registro de infrações (RENAINF) e de condutores (RENACH). Embora ainda não exista previsão a respeito, a ABLA e a Federação Nacional das Locadoras (FENALOC) seguem acompanhando de perto todos os detalhes que envolvem o tema para trazer novidades ao setor assim que haja evolução.
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RESPOSTA: A indicação do condutor é de responsabilidade do proprietário do veículo (locadora). Ou seja, no momento da locação o usuário deve apresentar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) válida e assinar o contrato de aluguel conforme a assinatura que consta na CNH. A não indicação do condutor implicará em agravos para a locadora sempre que a mesma infração de trânsito ocorrer em um período inferior a 30 dias contados da data da última infração, mesmo que cometida por usuário diferente. Para indicação de condutores à distância as locadoras devem utilizar o termo de Responsabilidade de Multas, cujo modelo pode ser obitido junto à ABLA.
Proteção do patrimônio
DÚVIDA: Em casos em que locatários tentam subtrair veículos das locadoras apresentando documentos falsos, tratase de “estelionato” ou de “roubo”? RESPOSTA: Já existe jurisprudência favorável à equiparação entre furto, roubo e estelionato e apropriação indébita para fins de cobertura securitária. Segundo essa corrente jurisprudencial, o interesse do segurado é proteção contra gênero de crime – crime contra o patrimônio – e não contra crimes isolados.
Tira-teima
Licitações
DÚVIDA: Há alguma orientação quanto à indicação ou recomendação de uma empresa idônea, que preste o serviço de aviso de licitações para as locadoras? RESPOSTA: Existe uma série de empresas especializadas em licitações, que enviam avisos diretamente para o e-mail das locadoras que contratam seus serviços. Há também fornecedores que liberam o acesso aos seus sites, por meio de senha, para que as próprias locadoras confiram os processos licitatórios. Na prática, são empresas que captam todas as licitações publicadas em Diários Oficiais e fazem a triagem conforme o segmento desejado pelo cliente. Atualmente a ABLA não possui parceria com nenhuma empresa específica desse segmento, mas a nova diretoria comercial da associação buscará aproximação para poder oferecer, o quanto antes, indicações e benefícios em relação às condições comerciais para as locadoras interessadas em contar com serviços do gênero. Vale lembrar que a ABLA oferece para as locadoras associadas interessadas uma declaração de participação regular no quadro associativo, que é muito bem recebida nas licitações.
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Tira-teima
Convênio ICMS DÚVIDA: Sobre o Convênio ICMS/06, que trata das vendas diretas, em que poderia ser vantajoso para as locadoras de veículos? RESPOSTA: A ABLA defende a modificação/expansão do Convênio ICMS 64/2006, o qual proíbe a venda do veículo adquirido há menos de 12 meses pela locadora de veículos. A associação defende que o uso de critério monodimensional – 12 meses de contínua propriedade – é insatisfatório para a adequada regulação do setor. Por exemplo, em caso de veículos sinistrados, a locadora terá dificuldade para a venda da sucata se o veículo tiver sido adquirido há menos de um ano. O funcionamento do impedimento é simples. Dá-se pelo registro no CRLV do veículo da restrição tributária à venda. As locadoras que necessitarem de informações mais específicas podem entrar em contato com a ABLA.
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Tira-teima
Condutor estrangeiro DÚVIDA: O que fazer quando o locatário é oriundo de um país que não é signatário da Convenção de Viena, como a China? A locadora pode alugar o veículo para portadores de CNH desses países? RESPOSTA: Para os condutores estrangeiros de países que assinaram a Convenção de Viena basta a CNH de origem, passaporte e visto de permanência. Para os demais, não. Aí o procedimento é similar à obtenção de uma nova habilitação: o condutor deverá se submeter a todos os exames exigidos pela Resolução 360/2010, artigo 2º, do CONTRAN. Isso porque, pelo princípio da reciprocidade das relações internacionais, enquanto o país de origem do condutor não aderir à Convenção de Viena e, dessa
forma, aceitar a CNH brasileira em seu território, o Brasil também não aceitará que turistas desses países dirijam por aqui. A não ser que o turista se submeta aos exames exigidos pelo CONTRAN. Ou seja, há solução para esses casos, que é a apresentada acima, mas é uma solução impraticável.
Renovação da frota
DÚVIDA: Como saber o prazo mínimo que a locadora precisa ficar com os veículos em seu nome antes de efetuar as vendas para a renovação da frota? RESPOSTA: Independentemente da informação que possa estar gravada na documentação dos veículos, é sempre importante verificar as normas vigentes da Secretaria da Fazenda (SEFAZ) de seu estado para certificar-se de que não houve alteração. n
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Entrevista
Brasil em crise: É hora de focar no essencial Com 28 livros publicados, o Professor Luiz Almeida Marins Filho vem se dedicando ao estudo das empresas e desenvolvendo a antropologia empresarial. Doutor (Ph.D.) em antropologia na Austrália e pós-doutorado em macroeconomia em Londres, ele tem muito a ensinar às locadoras que hoje enfrentam o cenário turbulento da economia brasileira. Confira nesta entrevista.
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Entrevista
“O que mais conta em épocas de crise é confiabilidade, assistência técnica, acompanhamento pós-venda, atendimento eficaz. Muitas empresas se enganam pensando ser o preço o que o cliente mais valoriza em tempos de crise. Na maioria das vezes, não costuma ser.” 29
Entrevista
REVISTA LOCAÇÃO: A retração de investimentos pela qual o Brasil está passando poderá se ampliar ainda mais no curto e médio prazos? PROFESSOR MARINS: Tudo depende de como vai se comportar a avaliação do Brasil, se o país vai conseguir manter o atual grau de investimento pelas agências de rating. Se o Brasil perder esse grau, a retração dos investimentos será grande. No momento, o cenário está completamente embaçado, com a Europa em processo de deflação e resto do mundo também muito complicado. Pode ser que não tenhamos uma retração muito forte de investimentos diretos internacionais de longo prazo, pois todos acreditam que o futuro do Brasil é ainda positivo. O problema está no curto e no médio prazos. REVISTA LOCAÇÃO: Dentro das possibilidades que restam, o que as empresas do setor de locação de veículos podem fazer para minorar os efeitos dessa retração da economia até que a neblina baixe? PROFESSOR MARINS: Há cinco medidas que posso sugerir. A primeira delas é sentar em cima do caixa, tomar muito cuidado com o caixa. Não fechar contratos com pessoas físicas e jurídicas de crédito duvidoso e evitar todo e qualquer desperdício. Ser muito cauteloso com compras desnecessárias de veículos. O caixa é o fator mais fundamental na crise. A segunda medida é fazer de tudo para não perder os atuais clientes. Em época de crise, isso é um pecado capital e deve ser evitado a qualquer custo. O que nos leva a mais uma medida, que é tentar vender mais para esses clientes que já temos. É o que o se chama de “pocket share” ou “wallet share”, ou seja, como participar mais da carteira dos meus atuais clientes, verificando todas as possibilidades de “cross-selling” que possam existir. Outra medida é manter o foco no que realmente interessa. Não perder tempo com coisas acidentais que podem tirar a locadora do foco, que é conquistar e manter clientes. Não
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ficar acompanhando detalhes e mais detalhes da Operação Lava-Jato, por exemplo, ou a crise da Ucrânia, em vez de sair no mercado em busca de oportunidades. Por fim, é necessário fazer um bom planejamento, simples e eficaz, e verificar tudo o que pode ser feito para maximizar resultados e fortalecer o caixa. REVISTA LOCAÇÃO: O senhor falou em fazer de tudo para não perder os atuais clientes. Poderia citar algumas medidas ou ações práticas importantes para isso?
© Bigstock
Entrevista
PROFESSOR MARINS: Na crise, o cliente se torna ainda mais seletivo, e a questão do preço tende a ganhar, por incrível que pareça, importância ainda mais relativa. O que mais conta em épocas de crise é confiabilidade, assistência, acompanhamento pósvenda, atendimento eficaz. Muitas empresas se enganam pensando ser o preço o fator que o cliente mais valoriza em tempos de crise. Na maioria das vezes, não costuma ser.
REVISTA LOCAÇÃO: Como as locadoras de veículos podem tentar vender mais, servindo os clientes que já possuem? PROFESSOR MARINS: As empresas precisam aprender a estudar os clientes com metodologia e estratégia sérias. Não há dois clientes iguais e o que é valor para um não é valor para outro. E o cliente só paga a mais por algo que ele sinta de fato como valor para
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Entrevista
“Temos hoje que ter uma estratégia específica para cada um de nossos clientes ou prospects.” 32
Entrevista
ele. As empresas ainda trabalham com tamanho único para todos os clientes, e isso não funciona mais. Temos hoje que ter uma estratégia específica para cada um de nossos clientes ou prospects. REVISTA LOCAÇÃO: Retomando a questão dos cuidados com o caixa. Quais os itens mais importantes a serem observados? PROFESSOR MARINS: O caixa de uma empresa pode estar no caixa, no estoque, em contas a receber, inadimplências, cheques sem fundos, nas mãos das pessoas para quem a empresa locou veículos e que não pagam essas contas. O caixa pode ser afetado também pelos desperdícios, pequenos ou grandes. Somados, comem os recursos da empresa. É necessário cuidar de todos esses aspectos com muito afinco e determinação. Costumo dizer que o caixa some pelos vãos dos dedos se não sentarmos em cima dele. REVISTA LOCAÇÃO: O senhor acredita que os juros subirão e a inadimplência como um todo ainda poderá aumentar? PROFESSOR MARINS: Com certeza. Os juros subirão um pouco mais e a inadimplência aumentará por causa do desemprego e da crise. REVISTA LOCAÇÃO: Como assegurar os bons níveis de criatividade e inovação dentro das empresas, inclusive as locadoras de veículos, diante do clima e do ambiente tenso pelo qual passa o Brasil? PROFESSOR MARINS: É preciso agora planejar com simplicidade. Não adiantam ideias mirabolantes e de alto custo. Deve-se inovar
frugalmente, com simplicidade e foco, e ver aquilo que não estamos conseguindo enxergar. Em épocas de crise, vale o ditado português do século XVIII: Andando na égua e perguntando por ela. Muitas vezes, a solução de nossos problemas está debaixo de nós, de nosso nariz e não a enxergamos. Por isso é que temos feito as Oficinas de Planejamento Estratégico – Visão, Foco e Ação. Para que as empresas vejam o que elas não estão conseguindo ver. REVISTA LOCAÇÃO: Como o senhor acredita que será o ano de 2016? PROFESSOR MARINS: Sem dúvida será melhor que 2015, principalmente o segundo semestre. A neblina já deverá ter baixado um pouco mais e teremos condições de voltar para a estrada e acelerar. Não muito ainda, mas até uns 80 quilômetros por hora talvez dê para chegar. REVISTA LOCAÇÃO: Deixe uma mensagem sobre a importância de coragem e determinação para quem deseja superar as dificuldades inerentes aos negócios. PROFESSOR MARINS: Já passamos por muitas crises e sabemos como enfrentá-las. É uma pena que tenhamos chegado a essa nova crise por pura incompetência governamental e de gestão. Mas não adianta brigar com o tema. Ela está aí, e temos que enfrentá-la tomando as medidas certas, com coragem e simplicidade, nos preparando para quando a neblina baixar. Por isso planejar é essencial, além de cuidar ainda mais do atendimento ao cliente, cumprir o que foi prometido, fazer acompanhamento após cada venda, ser ágil e rápido e não descuidar da qualidade em tudo o que fizermos.n
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Por Dentro
UNO, adatradição FIAT
O FIAT UNO é um carro que faz parte da nossa paisagem. São anos e anos de convivência com o consumidor brasileiro – foi assim que ele ganhou notoriedade e confiança. O Uno também é um dos preferidos pelos locadores e locadoras. O novo modelo 2015 é uma extensão da tradição da Fiat no País. Por quê? Quem responde é o diretor de Vendas Diretas da Fiat, Fábio Meira Júnior: “Primeiro gostaria de dizer que os carros da Fiat são os melhores para a locação no Brasil, por nossa grande parceria com as locadoras e pela confiança que eles têm entre os consumidores”. Para Fábio, o novo Uno tem tudo para agradar os locadores, “principalmente por sua versatilidade, por seus benefícios e por sua manutenção econômica”. O executivo da Fiat continua: “Além de todas as suas virtudes, o novo Uno representa a marca que é líder do mercado brasileiro há 13 anos”. E tem mais, continua Fábio, “outro ponto a favor do novo Uno é que a Fiat
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Por Dentro
tem uma rede bastante capilarizada: são mais de 600 postos de atendimento em todo o Brasil”. O carro que agrada os consumidores também é apreciado por suas qualidades técnicas: o novo Uno é o primeiro carro nacional a ter um dispositivo que desliga e liga o motor automaticamente no anda e para do trânsito. Bem conhecido na Europa, o start-stop é um aliado para ajudar a reduzir consumo de combustível e emissões de poluentes. Ele desliga o motor quando o carro para e volta a ligar quando o veículo reinicia o movimento. Na linha 2015, a família Uno cresceu. Antes havia seis versões, agora há sete:Vivace (duas e quatro portas), Attractive e Way (quatro portas) 1.0, Evolution, Way e Sporting (quatro portas) 1.4. A Vivace permaneceu sem alterações, assumindo o papel de modelo de entrada que antes era do falecido Mille. Todas as versões adotaram dois recursos para reduzir o consumo: pneus verdes, mais eficientes (com resistência ao rolamento 8% menor, segundo a Fiat), e ajustes no câmbio. Além disso, o motor passou a ser apoiado em novos coxins, que contribuem com o start-stop, por uma questão técnica – o start-stop de um carro manual usa o pedal da embreagem como referência para funcionar. Entre os itens de série, todo Uno vem com di-
reção hidráulica, banco traseiro rebatível, palhetas flat blade e calotas, entre outros. A versão Evolution tem como diferenciais computador de bordo, quadro de instrumentos com tela de LCD, som, retrovisores externos com luzes de direção e volante com regulagem de altura. A unidade mostrada aqui exibe ainda todos os opcionais a que tem direito, como o cinto de segurança de três pontos atrás, na posição central. A lista toda contempla ainda ar-condicionado, bluetooth, sensor de ré e rodas de liga leve, além de itens de personalização. Ao volante, o Uno não mudou. Ele continua obediente e com sua suspensão cumpridora, embora com calibragem macia. O desempenho também se manteve como antes, esperto para um hatch da sua categoria, já que não houve mudanças no motor e as alterações no câmbio se resumem ao alongamento da quinta marcha, com o objetivo de melhorar o rendimento na estrada, principalmente. O novo Uno também ganhou um câmbio. O novo sistema Dualogic tem como grande atrativo a ausência de manopla – substituída por botões. Ele ainda não deixou de ser automatizado, então os trancos em trocas de marchas continuam lá. Mas eles foram suavizados e deixam a condução bem mais confortável. n
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Representatividade
FENALOC,
ideia visionária que virou realidade Acompanhe a história da criação da FENALOC e o intenso trabalho realizado ao longo dos últimos anos que resultou na oficialização da entidade 2000 – PRIMEIRO ENCONTRO NACIONAL DE PRESIDENTES DE SINDICATOS DE LOCAÇÃO DE VEÍCULOS NO BRASIL
2010 – CONSTITUIÇÃO DA PRIMEIRA DIRETORIA DA FENALOC
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O SETOR de locação de veículos conquistou recentemente uma das principais vitórias de sua história no Brasil: a concessão do registro sindical à FENALOC (Federação Nacional das Empresas Locadoras de Veículos Automotores). Foi um longo caminho até essa conquista. No final da década de 90, havia poucos sindicatos patronais das locadoras de veículos (ainda nem existia a padronização do nome SINDLOC), mas os poucos que existiam eram bastante atuantes, como o do Espírito Santo, que era presidido por Eduardo Corrêa, hoje membro do Conselho Fiscal da ABLA. Ele conta que o Sindicato que presidiu por quatro anos fez conquistas importantes, como a sede própria e o desconto do IPVA para os veículos de locação. “As nossas conquistas deram muito reconhecimento ao trabalho da diretoria do Espírito Santo. Assim, ao lado do presidente do Sindicato da Bahia, na época Júlio Gontijo, e de seu vice-presidente, Alberto Faria, começamos a pensar em uma estrutura de organização nacional dos nossos sindicatos com o objetivo de fortalecer o setor e trocar experiências”, relembra Eduardo Corrêa. Alberto Faria, integrante do Conselho Nacional da ABLA, acrescenta que essa proposta foi levada para o IV Fórum Nacional da Indústria do Aluguel de Automóveis da ABLA, em 1999. “Lembro que foi recebida com muito entusiasmo”, conta o empresário. No ano seguinte, 2000, foi realizado em Salvador o primeiro Encontro Nacional de Presidentes de Sindicatos de Locação de Veículos no Brasil. Foi um sucesso. Hoje já foram realizados 14 encontros dos SINDLOCS – “eles eram tão bons que a cada seis meses havia uma reunião”, diz Eduardo Corrêa, do Espírito Santo. Além de dar
Representatividade visibilidade para a categoria, 10 anos depois do primeiro encontro já eram 18 Sindicatos atuando em todo o país. E foi em uma dessas reuniões que nasceu a proposta de criação de uma federação para o setor: “Hoje a FENALOC é uma realidade e vai cuidar das partes política e jurídica do setor de locação, enquanto a ABLA continuará fazendo o seu competente trabalho comercial”, acrescenta Eduardo Corrêa. Em 2010, no 12º Encontro dos SINDLOCS, novamente na Bahia, a FENALOC – bastante discutida e já estruturada no papel, foi oficialmente lançada, e dessa forma constituída a primeira Diretoria Provisória. Coube a Adriano Donzelli comandar os esforços para a sua consolidação interna e externa. Ele foi eleito o primeiro presidente da entidade e é atualmente conselheiro gestor da ABLA. Donzelli dedicou seu tempo e seu conhecimento do setor para transformar o sonho da FENALOC em realidade e, dessa forma, foi um dos grandes responsáveis pelo trabalho que culminou com a concessão da Carta Federativa, que ocorreu no último dia 5 de março. Donzelli costuma parafrasear Raul Seixas: sonho que se sonha só é só um sonho; sonho que se sonha junto vira realidade. Trata-se de uma significativa e inédita ampliação da representatividade do setor de locação de veículos. Agora, a Federação - que já possui cadeira no DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito), no Conselho Nacional do Turismo e em diversos outros órgãos de importância econômica e política - ganhou ainda mais força e poder de negociação também junto
ao Governo e aos demais Poderes Públicos. Paulo Gaba Júnior, também integrante do Conselho Gestor da ABLA, foi eleito em 2014 para dar continuidade ao trabalho de Adriano Donzelli na presidência da federação, que é vinculada à Confederação Nacional dos Transportes (CNT). O mandato é de quatro anos. A chapa única foi eleita por aclamação, durante Assembleia Geral Ordinária da entidade. Conforme o atual presidente, o trabalho da FENALOC seguirá voltado para alavancar a projeção nacional e a representatividade do setor. Ele explica que está tudo muito bem alinhado entre a ABLA e a FENALOC. A federação trabalhará nas áreas política e jurídica, sempre focada em consolidar o diálogo com os órgãos públicos (DENATRAN, por exemplo) e com as autoridades políticas (Congresso). “Paralelamente, também trabalharemos para estimular o desenvolvimento, o crescimento e a integração dos sindicatos do nosso setor”, acescenta o empresário. Paulo Gaba lembra que o setor de locação de veículos evoluiu significativamente, tanto em termos de volume de frota como também junto às indústrias do turismo e dos transportes. “Certamente, em função disso teremos uma agenda repleta nos próximos anos, tanto em Brasília como em cada estado da Federação”, complementa. “Vamos estimular a união, dividindo responsabilidades. Pretendemos ter todos os sindicatos colaborando efetivamente e em conjunto, dentro de um verdadeiro espírito de cultura federativa”. n
Atual Diretoria Presidente Vice-Presidente Diretor Administrativo Diretor Financeiro Diretor Região Sudeste Diretor Região Nordeste Diretor Região Sul Diretor Região Centro Oeste Diretor Região Norte Diretor de Relações Públicas e Institucionais Presidente do Conselho Fiscal Conselheiro Fiscal Conselheiro Fiscal Conselheiro Fiscal Conselheiro Fiscal
Paulo Gaba Jr. Valmor Weiss Edson Ganho Saulo Tomaz Fróes Paulo Miguel Jr. Alberto Faria Tercio Gritsch Marco Antonio de Almeida Lemos José Emílio Houat José Adriano Donzelli Rodolfo Miranda Marques Lusirlei Albertini Rogério Vila Verde Reis Ricardo Gomes Brás da Silva Nilson Oliveira Silva
HOJE 2015 – OFICIALIZAÇÃO PELO MINISTÉRIO DO TRABALHO
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Brasil Viagem
Em Minas, um roteiro para oferecer aos clientes
As cidades históricas são o caminho de inúmeros turistas. A sugestão da Revista Locação é que as locadoras coloquem essa sugestão de viagem em seus sites, à disposição dos viajantes. jetados por Burle Marx, e a Igreja de São Francisco de Assis, conhecida por suas curvas e cores. Para provar os sabores de Minas, dirija até o Mercado Central, perfeito para quem quer abastecer as malas. E se a ideia é petiscar, ali também é o lugar: encontre uma cadeira em um dos 14 botecos do espaço e prove um bom queijo mineiro. A viagem segue pelo interior de Minas, mais especificamente, por Sabará, já parte do caminho aberto pela Coroa Portuguesa para levar o ouro de Minas até o Rio de Janeiro. O passeio por lá começa na Capela Nossa Senhora do Ó, considerada uma das representações mais ricas do barroco em Minas. A cidade conserva casario histórico e também é cheia de tradições. Uma delas é a delicada renda turca de bicos, patrimônio cultural do município, feita à mão pelas artesãs da região. A próxima parada é mais uma joia da estrada
EM MEADOS do século XVIII já eram muitos os caminhos que conduziam às minas de Minas Gerais. Mas, para aumentar a segurança, a Coroa Portuguesa determinou que o ouro e os diamantes deixassem as terras mineiras apenas por trilhas outorgadas pela realeza, que receberam o nome de Estrada Real, hoje uma das principais rotas turísticas do Brasil. O ponto de partida desse tour, ideal para quem gosta de arte, arquitetura e história, é Belo Horizonte. Comece o passeio pela região da Lagoa da Pampulha, uma das áreas mais belas da capital mineira. Às suas margens está o Parque Ecológico Promotor Francisco Lins do Rego. Na mesma área ainda estão outros cartões-postais de BH assinados por Oscar Niemeyer, autor de todo o projeto da região, que recebeu o nome de Conjunto Arquitetônico da Pampulha. Por isso, não deixe de visitar o Museu de Arte, que abriga um acervo de 900 obras e tem jardins pro-
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Brasil Viagem
O roteiro foi produzido para ser feito de automóvel. Portanto, sinta-se à vontade para oferecê-lo a clientes do rent a car. Iniciativas assim são boas para ampliar a fidelização. O ponto alto do passeio pelas ladeiras é a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, que guarda 400 kg de ouro e possui seis altares laterais. No subsolo ainda pode-se visitar o Museu de Arte Sacra. Outra parada obrigatória é a Igreja de São Francisco de Assis, projetada por Aleijadinho e considerada a principal obra da arquitetura colonial mineira. O espaço também abriga o Museu Aleijadinho, com peças de arte sacra produzidas por vários artistas da região. Tanta história contrasta com bares cheios de universitários e restaurantes como o Bené de Flauta, que tem cardápio incrementado com pratos como o bacalhau servido com purê de legumes. As belezas de Ouro Preto preparam para as atrações da próxima cidade do nosso tour. Em Congonhas você irá encontrar os 12 profetas de pedra-sabão, obra-prima de Aleijadinho que brilha na Basílica do Senhor Bom Jesus Matosinhos. Bastam duas horas para conhecer o conjunto – e sair de queixo caído. A sequência da arte sacra continua na pequena Tiradentes. Charme em cada esquina. Aqui, a Igreja Matriz de Santo Antônio está entre os destaques. Construída voltada para a Serra de São José, ostenta lustres de prata e altar rico em ouro. O passeio pode ficar ainda mais interessante se você optar pelo Roteiro Narrado noturno, que conta a história da Igreja com jogos de luz e um texto gravado pelo ator Paulo Goulart. Quando a fome bater vá conhecer o estrelado Leitão do Luiz Neto, que prepara o famoso leitão a pururuca no restaurante da pousada Villa Paolucci. Vale a pena continuar dirigindo até São João del Rei. A cidade, acessível via Tiradentes, preserva construções no Centro Histórico e um lindo artesanato em estanho. Mas se você quiser dar um tempo no roteiro histórico, uma boa pedida é ir até a Gruta Casa de Pedra. O passeio por lá leva meia hora e revela formações calcárias. A viagem se encerra em Brumadinho, a 55 km de Belo Horizonte. Em meio a um jardim incrível, a arte colonial dá lugar à contemporânea no Instituto Inhotim, maior museu a céu aberto do mundo. O espaço guarda 22 pavilhões com obras de mais de 30 países. Entre os nomes de destaque que têm peças ali estão Cildo Meireles, Hélio Oiticica, Adriana Varejão, Chris Burden e Matthew Barney. Para conhecer tudo com calma recomenda-se dois dias na cidade. Quem pensa em fazer o passeio com crianças deve ir sem medo: há restaurantes, lanchonetes e vários espaços que são um convite a brincadeiras. n
real. Além de ter belos exemplares do barroco por suas ruas, Santa Bárbara é a cidade mais próxima do Santuário do Caraça. No espaço, a 26 km da cidade, estão trilhas, cachoeiras e construções que abrigaram uma escola e um seminário do século 18. O locador também pode se hospedar por lá. As diárias incluem pensão completa. Ao voltar para a área urbana da cidade, não deixe de passear pelo centro histórico, onde está a Igreja Matriz de Santo Antônio, cheia de entalhes cobertos de ouro e teto pintado pelo Mestre Athaíde. O giro por tesouros arquitetônicos continua em Mariana, próxima parada do roteiro. Vila mais antiga e primeira capital mineira, a cidade mais rica do Ciclo do Ouro exibe obras de Aleijadinho e Athaíde. Aqui, caminhe pela Rua Direita, repleta de construções coloniais que serviram de residência para autoridades da época. Mas nenhuma viagem ao passado diverte mais do que a descida, em vagonetas, aos 120 metros de profundidade da Mina Ouro desativada desde 1985 – o passeio é incrível, percorrendo túneis e observando grandes galerias e um lago. De volta à rota, siga até Ouro Preto. Estacione o carro, alongue as pernas e encare quantas ladeiras puder: a Antiga Vila Rica esbanja cultura. A cidade, que no passado chegou a ser capital de Minas Gerais, exibe um conjunto arquitetônico declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.
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Mercado
Fusões e aquisições de Locadoras
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Mercado
”Conhecidas como fusões e aquisições, as operações de compra de empresas costumam ter como objetivo, no caso de uma fusão, a junção de esforços para redução de custos e aumento da atuação no mercado”
Bruno Accorsi Saruê, sócio da Bruno Accorsi Saruê Advocacia Empresarial, é especializado em operações societárias e consultor jurídico da Buysell Compra&Venda de locadoras.
veículos, ou se unir ou adquirir uma empresa que já atua no estado, com vários estabelecimentos e uma frota em operação? Com a aquisição de uma empresa que já atua no Paraná, a empresa de São Paulo poderá entrar rapidamente no mercado local e melhorar sua distribuição logística, reduzindo custos operacionais. Evidentemente, diversas questões jurídicas precisam ser analisadas para evitar problemas futuros, tais como as eventuais dívidas da empresa a ser adquirida, os passivos trabalhistas e tributários e a situação de seus contratos (sejam de locação de imóveis, leasing ou financiamento de veículos e, também, os contratos com clientes empresariais). Essa análise jurídica é realizada num processo conhecido como due diligence, no qual as questões jurídicas serão avaliadas para que o comprador saiba o que está comprando e possa mensurar eventuais riscos ligados à operação. Além disso, costuma-se elaborar um valuation, um estudo que visa determinar o valor real da empresa que está sendo adquirida, com base em suas informações financeiras e contábeis, aliadas às informações de seu mercado de atuação e seu funcionamento em relação a este mercado. Isso tudo para que as partes possam negociar um preço justo. E você, já pensou em expandir seu negócio rapidamente, ganhando escala, mais clientes, mais veículos e reduzindo custos? n
VOCÊ quer aumentar sua base de clientes? Precisa aumentar sua frota? Quer reduzir custos operacionais? Se sim, já pensou em adquirir uma empresa concorrente, constituída, que já possui frota estabelecida e base de clientes cadastrada? Essa pode ser uma forma rápida de expandir seu negócio. Conhecidas como fusões e aquisições, as operações de compra de empresas costumam ter como objetivo, no caso de uma fusão, a junção de esforços para redução de custos e aumento da atuação no mercado e, no caso de aquisição, o crescimento de quem compra ou a diminuição da concorrência. Ao adquirir uma empresa, a compradora trará para dentro de si o patrimônio daquela que está sendo comprada. Com isso, ela incorporará a base de clientes, os veículos que pertenciam àquela empresa e também os pontos comerciais em que a empresa atuava. Mas quais vantagens isso pode trazer? De início, obviamente, um rápido aumento na capacidade de atendimento (pois terão mais veículos e mais pontos de atendimento disponíveis) além do aumento da base de clientes, gerando aumento de receitas. Porém, além disso, pode-se ganhar em escala e logística, reduzindo custos de operação – o que aumentará o lucro. Por exemplo: imagine que uma locadora de São Paulo tem interesse em expandir sua operação no Paraná. Qual é o caminho mais fácil: iniciar uma busca por pontos comerciais e negociação para aquisição de novos
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Legislação
A lei do IPVA Paulista
é natural se supor que nenhuma empresa estaria adaptada aos novos trâmites do processamento desse imposto, potencialmente expondo a todos os clientes de locadoras não sediadas em São Paulo ao risco de autuação. Evidentemente ninguém gosta de se ver responsável pelo pagamento do imposto alheio, motivo pelo qual a medida gera barreira tributária discriminatória para locadoras domiciliadas em outros estados. O risco da bitributação também é evidente. Se a lei de um estado exige o recolhimento do imposto no local do domicílio da locadora, independentemente da localização do veículo, e a lei paulista exige o pagamento em São Paulo, independentemente da localização do domicílio do proprietário, tem-se nítida sobreposição de fatos geradores. Supondo-se que todos os estados adotassem a mesma regra, o que se teria não seria o fim da guerra fiscal, mas tão somente a multitributação pelo mesmo fato gerador. A Lei SP 13.296/2008 foi atacada por meio da ação declaratória de inconstitucionalidade movida perante o Supremo Tribunal Federal. O STF ainda não julgou a Adin e, enquanto isso, o Tribunal de Justiça de São Paulo mantém a aplicação da Lei do IPVA Paulista. Não se concorda com a posição do TJSP, entretanto até que o STF se manifeste precisaremos conviver com as arbitrariedades dessa lei.
ESTE ARTIGO analisa como o estado de São Paulo conseguiu transformar o maior mercado do país em ambiente hostil às locadoras de veículos. Sob argumentos falaciosos e genéricos sobre “defender-se da guerra fiscal” e “combater a sonegação” o estado até há pouco considerado progressista se tornou reacionário em relação à política tributária aplicada à indústria de locação. Não se trata de acusação leviana ou irrefletida, trata-se da conclusão obtida após atender inúmeras consultas formuladas por locadoras de veículos paulistas e de outros estados, as quais foram envolvidas em questões fiscais potencialmente ruinosas e arbitrariamente criadas por legislação estadual discriminatória às locadoras. O principal problema é a Lei 13.296/2008 (“Lei do IPVA Paulista”). A Lei do IPVA Paulista inovou ao exigir o pagamento do imposto no local de circulação do veículo alugado ao invés de ser no domicílio da locadora de veículos. Na prática o IPVA deixou de ser imposto sobre a propriedade do veículo e se transformou em espécie de imposto sobre a atividade econômica vinculada ao veículo. Trata-se de mudança substancial de sua estrutura jurídica e por este motivo inconstitucional. A Lei SP 13.296/2008 inovou também ao declarar o locatário solidariamente obrigado ao pagamento do imposto. Ao criar modalidade de IPVA sui generis
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Legislação
Burocracia e sanções políticas OS PIORES ASPECTOS da Lei SP 13.296/2008 são acentuados quando se percebe a adoção de inúmeros mecanismos burocráticos de constrangimento de locadoras de veículos adotados pelo Fisco para inibi-las de procurar a proteção na Justiça. São as sanções políticas, normas que consubstanciam as mais diversas formas de restrições a direitos do contribuinte para obrigá-lo, de modo oblíquo, ao pagamento de tributo ou para retaliar o contribuinte que busca na Justiça a proteção contra cobranças ilegais. A grande burocracia é o sistema de cadastro de locadoras de veículos para gozo do benefício da alíquota reduzida do IPVA. A manutenção do cadastro não funciona bem, exige muito trabalho improdutivo na elaboração de planilhas específicas, remessa de CDs e outros documentos, modificações constantes nos dados conforme a flutuação da frota... Quem tem experiência em diversos estados pode confirmar que os procedimentos de São Paulo estão entre os mais complexos do Brasil do ponto de vista do contribuinte. Acredita-se que essas dificuldades são medidas deliberadas para inibir o acesso ao benefício fiscal, punindo desnecessariamente empresas de boa fé. Outra medida tomada pelo Fisco Paulista contra as locadoras de veículos é o impedimento de acesso ao benefício da alíquota reduzida do IPVA às empresas com inscrições no CADIN (cadastro informativo de créditos não quitados do setor público). Trata-se de mais uma medida adotada com o intuito de constranger e aterrorizar os contribuintes ao pagamento de tributos questionáveis e potencialmente inconstitucionais, como é o IPVA das locadoras previsto pela Lei SP 13.296/2008. Mais uma prática é negar às locadoras de veículos com motorista o benefício do IPVA reduzido. Trata-se de outra arbitrariedade, pois como já se apresentou em vários outros artigos nesta Revista são distintas as atividades de locação de veículos com motorista da atividade de transporte. Pelo contrato de transporte, a transportadora se obriga, mediante retribuição, a transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas (Código Civil, art. 730). O negócio jurídico viabilizado pelo contrato, portanto, é a transladação, o deslocamento físico de pessoas ou bens. A locação de veículos com motorista é atividade significativamente distinta. Trata-se de contrato complexo, que une à locação de bens móveis elementos da prestação de serviços, sem desnaturá-la como locação. A locação de coisas é a cessão remunerada do uso de determinada coisa, por tempo determinado ou não (Código Civil, art. 565). Na locação de veículos, com ou
Adriano Augusto Pereira de Castro, advogado especializado na locação de veículos, é assessor jurídico da ABLA, Fenaloc e Sindloc/MG.
sem motorista, não é elemento do contrato a simples transladação (resultado específico que define o transporte), porém a mera disponibilidade para a locatária de meio idôneo para tal — a entrega do veículo em perfeito funcionamento à sua disposição. A despeito de essa distinção técnica ser de amplo conhecimento aos técnicos em mobilidade o Fisco estadual finge ignorá-la para criar mais um embaraço aos contribuintes estaduais. É triste constatar que o estado de São Paulo de progressista se tornou reacionário. Essa decepção é mais amarga para aqueles “forasteiros”, como este autor, que sempre tiveram no estado a referência segura de melhores práticas a serem seguidas; àqueles que sempre foram ao estado de São Paulo para aprender como o maior mercado do país se comportava e reagia à evolução da indústria de locação. Infelizmente essa situação mudou radicalmente, transformando-se o estado não em vítima da “guerra fiscal”, mas em agressor de contribuintes de boa fé que sofrem bitributação em seus estados de origem e se embaraçam nas barreiras burocráticas criadas artificialmente apenas para estorvar e atrapalhar a vida das empresas. Se alguma Autoridade Fiscal ler este artigo, ouça o apelo do Brasil inteiro e, pelo menos, melhore o sistema do cadastro de locadoras. Todos os estados vizinhos mantêm mecanismos mais simples, baratos e possivelmente mais eficazes que os procedimentos de São Paulo. Uma simples demonstração de boa vontade faria muito para pacificar os ânimos. E às locadoras de veículos que se sentirem prejudicadas, fica uma orientação: não se rendam à bitributação. A solução para o IPVA Paulista não é discuti-lo perante a justiça estadual porque o TJSP já firmou posição no sentido de manter a aplicação da lei. Para evitar o risco de sofrer pesadas autuações tributárias a recomendação é efetuar a consignação em pagamento no seu estado de origem, depositando o valor integral do imposto devido na Justiça e intimar ambos os estados – São Paulo e o seu – para que discutam entre si a quem esse imposto é devido. n
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Conselho Consultivo pode ser estratégico para pequenas e médias empresas O Conselho Consultivo agrega para a locadora a visão de negócios de pessoas experientes que atuam em outros setores
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ainda incomum no Brasil, mesmo sabendo que o aconselhamento propiciado é bastante valioso. Para quem possui negócios de pequeno e médio porte, o Conselho se transforma, na prática, em um núcleo de profissionais experientes, que atuam em setores diferentes e que, a partir desse conhecimento, podem prestar orientações a partir de novas visões sobre estratégias, gestão, elaboração e implantação de planos de ação. Há quem ainda considere desnecessária a prática do Conselho Consultivo. A insegurança e o receio em adotar algo pouco usual em nosso mercado são motivados, muitas vezes, pela relutância de proprietários e proprietárias em abrirem suas portas a profissionais experientes de outros setores, diante do natural
O CONSELHO Consultivo não é um Conselho de Administração, embora também seja comum em empresas de grande porte. Nele, líderes internos da empresa e integrantes que atuam em outros setores de atividade se reúnem para estabelecer metas, compartilhar sugestões para melhorias da empresa e discutir assuntos de interesse comum. Essa prática pode perfeitamente se adequar às locadoras de pequeno e médio portes. Confira na sequência todas as dicas sobre o assunto, em material elaborado por Clarisse Monteiro, da Endeavor, e Marcelo Nakagawa, professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo do Insper. Segundo eles, a adoção do Conselho Consultivo por parte de pequenas e médias empresas é algo
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Como montar não sejam sócias nem atuem na operação da empresa. Assim as sugestões para a resolução dos problemas agregarão estratégias já aplicadas em outros setores;
n A prática do aconselhamento é indicada para empresas que tenham objetivos e metas; n O Conselho Consultivo para pequenas e médias deve ser pensado como um núcleo que irá interferir diretamente no avanço da empresa;
n Deve-se estabelecer a frequência das reuniões (podem ser mensal ou trimestral) e o local; n As reuniões devem ser pautadas principalmente sobre as estratégias e melhorias na prática da gestão, bem como o acompanhamento da implantação dos planos de ação.
n O número de integrantes do Conselho é variável, mas recomenda-se que haja pelo menos duas pessoas externas, ou seja, que
Como manter
n É importante ressaltar que, formado o Conselho, deve-se mantê-lo sempre atualizado;
n Registrar a periodicidade, pauta, convocação e dinâmica das reuniões, regimento interno ou manual do Conselho Consultivo;
n Avaliar integrantes e definições periodicamente assegura que o coletivo funcione bem;
n Arquivar contratos de confidencialidade e de nãoconcorrência.
n Analisar a contribuição de cada integrante ao Conselho, questionando a pertinência de sua manutenção ou não;
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precisam de orientações e de outra perspectiva de desafio organizacional. Vale dizer que não há obrigatoriedade de remuneração pela atividade. Existem conselhos consultivos que trabalham de graça, porém o mais comum é fixar uma remuneração, seja por reunião, mês ou ano; ou ainda é possível prever participação nos resultados da empresa. O importante é salientar que a remuneração confere comprometimento e mais seriedade. Por um lado, isso repercute num caráter mais formal; por outro, exige o intermédio de um advogado para formalizar a contratação. Em resumo, é fundamental consultar um advogado antes de formalizar o Conselho, seja ele remunerado ou não. Ou seja, o melhor é que a relação seja informal e com caráter exclusivamente consultivo, porém com documentos que regulamentem a relação e registrem cada reunião. n
temor de serem taxados incapazes de liderarem o próprio negócio. “É um medo que não se justifica”, afirma Carlos Faustino, conselheiro gestor da ABLA, ele próprio integrante de conselhos consultivos. Conforme Faustino, a relação é essencialmente de confiança. “Gente que atua em conselhos desse tipo não o faz para julgar as capacidades de ninguém, mas sim para trocar experiências e buscar soluções conjuntas, que podem ser úteis para a resolução de problemas”, explica ele, que inclusive levou o tema para ser discutido na IX Convenção Nacional da ABLA, em março deste ano. Conforme especialistas no assunto, quando a empresa adquire alguma estabilidade e previsibilidade é a hora de começar a pensar num Conselho Consultivo, pois é natural que surjam dúvidas quanto a novos sócios, tomadas de decisão e desafios do momento. Nessa etapa, aquelas que pretendem realmente desenvolver o seu negócio
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Marketing & Comunicação
Comunicação digital: Como utilizar o SMS marketing Ferramenta do marketing digital pode ser uma aliada quando utilizada de maneira estratégica e não invasiva
Porque sim SMS Rápido Leveza Direto Modernidade Funcional Praticidade Direcionado Poder de alcance
INERENTE a qualquer ser humano, a comunicação assume, no mundo empresarial, uma importância estratégica. As empresas de locação de veículos também têm observado com cada vez mais interesse e relevância a necessidade de se comunicar com seu público. Essa troca de informações pode ocorrer de diferentes formas, incluindo a plataforma digital, impressa, interna e as mídias sociais. E qual seria a melhor forma de se comunicar no mundo dos negócios? Segundo Paula Calil, professora de planejamento de marketing da ESPM-SP, não existe “a” melhor forma de comunicação. A escolha vai depender do momento em que a empresa se encontra. “Para descobrir qual a melhor forma de comunicação, temos que levar em consideração o diagnóstico de atuação da empresa, de sua situação e seu target”, explica a especialista. Paula acrescenta a necessidade de se avaliar o contexto em que a locadora se insere, os problemas que enfrenta e as demandas de seu público. Essa análise é uma das etapas que vai originar o plano de comunicação, e este será o instrumento que vai determinar as maneiras de se comunicar. Uma tendência mundial de comunicação é o marketing digital. Empresas dos mais diversos setores estão se conectando ao mundo online e buscando nele soluções para melhorar e tornar mais próximo o relacionamento com clientes e fornecedores, procurando a melhor forma de transmitir sua mensagem e receber o feedback. “Marketing digital envolve planejamento e pesquisa, assim como o marketing tradicional. Entendo que ao falarmos em usar o marketing digital, estamos falando na verdade de comunicação digital, usando as plataformas digitais”, comenta o professor de marketing e coordenador do curso de Sistemas de Informações da ESPM, Rodrigo Tafner. Uma evidência do mundo digital é o SMS, ferramenta que se baseia no uso do envio de mensagens curtas, disponível em telefones celulares. Por meio dele, é possível contatar os stakeholders (públicos que se relacionam com a empresa, incluindo clientes e fornecedores) de forma rápida e direcionada. Porém, segundo Tafner, essa ferramenta deve ser utilizada com muita estratégia. “Não adianta dizer que vai mandar um SMS por semana, um por dia, um por mês. O que precisa ser enviado são informações que tenham relevância. Aí sim eu tenho uma ferramenta de comunicação”.
Segundo o professor, hoje no Brasil existem mais de 50 milhões de smartphones conectados. Dados da pesquisa “A Presença Mobile das 500 maiores empresas do país”, realizada pela empresa de desenvolvimento de software Mowa, indicam que em 2011, das grandes empresas nacionais, 29% já faziam uso do SMS como recurso de comunicação e mobilização dos seus públicos. Porém, um cuidado que precisa ser tomado é a forma de utilização dessa plataforma. Apesar de muitas pessoas utilizarem serviços mobile, o SMS pode ser considerado invasivo. A professora Calil afirma: “É importante filtrar as mensagens, pois do mesmo jeito que você tem uma penetração, uma capilaridade, um contato direto com o consumidor, você também corre o risco de despertar rejeição. Se já existe um vínculo, como no caso de uma associação com suas empresas associadas, o mais provável é que você possa entrar em contato por meio do SMS sem que haja esse risco, sem despertar a rejeição.” Graduada em administração pela FGV, Paula diz que não existe uma forma pronta para obter sucesso. “O conteúdo a ser divulgado vai depender do conhecimento a respeito do seu consumidor, o que demanda um estudo das necessidades em torno da situação, e uma análise do custo/benefício, para finalmente construir um vínculo”, diz ela. A professora lembra ainda que a empresa precisa entender que não se pode usar plataformas de comunicação indiscriminadamente. Uma sugestão dada por ambos os professores é o uso de aplicativos. Para os especialistas, o aplicativo age de forma eficiente, satisfazendo as necessidades do consumidor. “Eu sempre recomendo o uso de aplicativos, porque com o aplicativo você garante quem é que está do outro lado, além do request, ou seja, do pedido, vir do usuário”, diz Tafner. Paula completa: “Ter aplicativos para aluguel de carros, assim como para reserva de hotel e compra de passagem, é algo positivo, que pode ser visto como serviço correlato à viagem.” Mas este é um assunto para a próxima edição da revista.
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Marketing & Comunicação
ABLA já utiliza SMS com as locadoras associadas TODAS as ofertas comerciais oferecidas pelos fornecedores de produtos e serviços para as locadoras associadas da ABLA, inclusive as condições diferenciadas para a compra de veículos, já estão sendo informadas pela associação por meio de SMS. Conforme o diretor comercial da ABLA, Jorge Pontual, a adoção da tecnologia está gerando mais rapidez e segurança na comunicação com as locadoras associadas. “Ter acesso a essas informações é importante para não perder oportunidades que poderão ajudar a melhorar receitas e reduzir custos”. Na prática, por meio do SMS a ABLA avisa as
locadoras sobre oportunidades comerciais que estão à disposição. “A mensagem chega diretamente no celular dos empresários, que assim são avisados para entrarem no Portal do Associado no site da ABLA para conferir os detalhes das condições negociadas pela associação com os fornecedores”. Assim, é fundamental que as locadoras estejam com os dados cadastrais, principalmente o número do celular, em dia no Portal do Associado. Para atualizar imediatamente os dados cadastrais, basta que a locadora associada da ABLA siga os seguintes procedimentos:
1. No portal http://abla.com.br digite seu login e senha e click em OK.
2. Agora, já no portal do associado basta clicar na aba AUTO ATENDIMENTO.
3. Dentro da Área AUTO ATENDIMENTO, selecionar a opção ATUALIZAÇÃO CADASTRAL.
4. Assim que os Dados Cadastrais da Associada forem atualizados clique em CONFIRMAR DADOS.
5. Confirme também os Dados Gerais da Associada após atualizá-los.
6. Nessa nova tela confira os Dados das Pessoas de Contato da Associada e atualize o celular das mesmas. Feito isso basta CONFIRMAR OS DADOS DIGITADOS e então seu cadastro será atualizado.
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Homenagem
Raimundo Nonato Teixeira (1945-2015)
INTEGRANTE do Conselho Nacional da ABLA, incansável defensor do Setor de Locação de Veículos no Brasil, Raimundo Nonato de Castro Teixeira foi vítima de infarto, no último dia 27 de maio, deixando esposa, filhos, parentes, amigos, amigas, companheiros e companheiras perplexos e pesarosos com a precoce despedida da vida. Amante dos esportes, nadador assíduo dos mil metros (inclusive durante nossas Convenções), jogador apaixonado de peteca, tocador de um bom violão. Este era o companheiro Nonato, como era conhecido, cujas posições serenas e firmes conquistaram o respeito e a admiração de todos, marcando sua elegante e eficiente trajetória no Conselho de Gestão e no Conselho Nacional da ABLA. Engenheiro de formação, com mestrado em Engenharia Econômica pela PUC mineira, desenvolveu um longo trabalho no setor de franchising, sua paixão, ocupando a cadeira de professor do curso de pós-graduação de Marketing da FUMEC durante 13 anos. O DNA associativo de Nonato o levou a prestar inestimáveis serviços para a consolidação do SINDLOC-MG, participando de sucessivas gestões como membro da diretoria, inclusive tendo ocupado a presidência por um período de quatro anos. Um dos fundadores da Yes, Nonato também exercia com paixão a sua função de diretor executivo e sócio da rede. Raimundo Nonato tenha certeza que sua passagem entre nós e seu exemplo de vida serão sempre lembrados. Conselho Nacional da ABLA
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