Revista Locação Ed. 78

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#78 2018 MAIO/JUNHO

Doutora em teoria econômica da USP, Ana Maria Barufi explica o que é mobilidade urbana

ALIADOS OU VILÕES? Oportunidades e ameaças para a locação de veículos podem estar onde menos se espera! Empresários do setor fazem test-drive com lançamentos das montadoras Audiência pública sobre mobilidade inclui locação de veículos Número de empregos nas locadoras cresceu em 2017


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Palavra do Presidente

Tecnologias, inovações e desafios Unanimidade mesmo só há em um aspecto: os próximos anos virão moldados na mobilidade

NA BUSCA de perspectivas para o setor, estive em importantes eventos internacionais, bem como na comitiva da “Fundação Parar” em visita ao Vale do Silício (EUA). Executivos de empresas como BMW Invest, Google, Tesla e Lime Bike debateram conosco a mobilidade, com temas diretamente relacionados ao futuro da locação. A Car Rental Show mostrou que lá fora as locadoras estão investindo mais em monitoramento. Elas já utilizam equipamentos que são capazes de informar, além do posicionamento do veículo, a sua velocidade, combustível e até os impactos frontais ou laterais sofridos. Com isso, a locadora já tem de antemão o acompanhamento do uso do carro durante toda a locação. Também surgiram discussões sobre Uber e Cabify, entre os modelos de negócio disruptivos. E sim, existem posições opostas: para uma parte, esse modelo já teve o seu auge. Dizem que, da forma com que operam e com os custos atuais, só se viabilizam com carros autônomos. Ou seja, há quem diga que em breve o modelo ficará inviável e não será fácil conseguir que investidores mantenham os aportes necessários. Desse evento fomos direto ao Vale do Silício, onde estão mais de 50 mil startups. Conversamos com investidores, aceleradoras e visitamos empresas reconhecidas mundialmente, envoltas em conhecimentos teóricos e práticos, buscando alternativas para “melhorar o mundo”. No Vale do Silício predomina essa mentalidade diferenciada: a forma como analisam fatos e dados faz com que encontrem algumas soluções inéditas, porém nem todas aplicáveis. É certo que isso, no mínimo, possibilita pensamentos diversos (como dizemos por aqui, eles “pensam fora da caixa”).

Lá, conhecemos a Tesla e experimentamos um de seus veículos. Muito interessante, mas ouvimos de especialistas independentes que o veículo elétrico demandará bom tempo para ganhar espaço. A infraestrutura de abastecimento precisará ser instalada e a atual demanda não justifica o tamanho do investimento. No mesmo caminho temos o carro autônomo. A tecnologia está desenvolvida, mas há questões éticas como a inteligência artificial a ser implantada pelo homem nesse tipo de veículo. E também há necessidade de infraestrutura apropriada, algo que nem nos EUA já está pronta. Fomos também à NAFA, que faz a certificação mundial de gestores de frota. Acompanhamos as palestras e a feira, na qual foram exibidos sistemas de gestão de car sharing e de monitoramento por câmeras dentro do veículo (capazes de identificar o condutor e até analisar se ele está ou não concentrado ao volante). Unanimidade mesmo só há em um aspecto: os próximos anos virão moldados na mobilidade. Tanto aqui, como nos EUA, as novas gerações não querem mais a propriedade do veículo, mas sim aproveitar melhor o seu uso. Estamos aprendendo que utilizar veículos nos momentos em que precisamos é mais viável do que investir na compra de um bem que passará a maior parte do tempo parado – e que tem elevada desvalorização. Mobilidade é isso. Dentro dessa perspectiva, a locação de veículos continua sendo o principal player: somos os precursores do car sharing (compartilhamento), que está no “DNA” das locadoras desde o início de suas atividades. Temos tudo para seguir em frente com grande sucesso. Paulo Miguel Junior Presidente do Conselho Nacional 3


Ano XIV – No 78 – maio/junho 2018

14 Capa

Enxergar e avaliar as oportunidades e ameaças para o negócio de locação de veículos, uma exigência de mercado foto: freepik

08 Comunicação

Divulgação dos números do setor atinge todo o país

10 Recursos Humanos

Setor retoma nível de empregos

12 Na Frente

Autorização para ter acesso aos sistemas do DENATRAN será renovada

18 Entrevista

Doutora em teoria econômica, Ana Barufi dá uma “aula” sobre mobilidade

22 Multas

Iniciativa mineira permite consultas sobre os veículos das locadoras diretamente no banco de dados do Detran/MG

24 Capacitação

Contabilidade para não contadores é capacitação oferecida pela UNIABLA que alcança boa demanda entre os empresários

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28 Pílulas de Gestão

Porque marcas fortes não conseguiram sobreviver, enquanto outras se adaptaram a um novo mercado

30 Equipamentos

Sinalizadores para frotas alocadas na área de segurança

34 Locação Diária

Um dos ponto de partida para o aluguel de veículos, aeroportos estão sendo avaliados pelos usuários


Use o leitor QR Code do seu smartphone para acessar o site da ABLA

36 44

56

Por Dentro

36 Brasil Viagem

Roteiro pela Paraíba passa pelo “maior São João do Mundo” e outras atrações

40 Manutenção

Conheça as vantagens oferecidas pelo programa de pós-venda da Ford

42 Frota

Brasil Viagem

GM alcança a liderança do ranking de veículos emplacados pelas locadoras

Ao Volante

44 Por Dentro

Kwid da Renault é o primeiro SUV Compacto do país

50 Test-Drive

Empresários de locação de veículos avaliam alguns dos principais lançamentos das montadoras

56 Ao Volante

“All Black” veste as picapes

5

62 Representatividade

ABLA defende o equilíbrio entre os processos tradicionais da economia e as novas tecnologias

65 Fim de Papo

A natureza do seguro


Expediente CONSELHO GESTOR Paulo Miguel Junior (Presidente do Conselho Nacional), Marco Aurélio Gonçalves Nazaré (Vice-Presidente do Conselho Nacional), Jacqueline Moraes de Mello, Renato Franklin, Wilson José Benali, Marcelo Ribeiro Fernandes, Simone Pino, Saulo Tomaz Froes, Carlos Cesar Rigolino Junior, Eládio Paniagua Junior, Lusirlei Albertini e Eduardo Correa da Silva.

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CONSELHO GESTOR (SUPLENTES) Leonardo Soares Nogueira Silva, Cleide Brandão Alvarenga, Célio Fonseca, Tércio Bergel Gritsch, Nilson Oliveira Silva, Flávio Kanaan Nabhan, Rogéria Vianna de Alencar, Rodolfo Miranda Marques, Ricardo Eduardo dos Santos Nogueira, Marcio Campos Palmerston, Nildo Pedrosa e Luiz Carlos Lang.

São Paulo: Rua Estela, 515 – Bloco A – 5º andar – CEP 04011-904 – (11) 5087.4100. Brasília: SAUS Quadra 1 – Bloco J – edifício CNT sala 510 – 5º andar – Torre A – CEP 70070-010 – (61) 3225-6728.

CONSELHO FISCAL Alvani Manoel Laurindo, Ricardo Cesar Mendes Zamuner, Amadeu Oliveira Silva, Rodrigo Selbach da Silva, Paulo Hermas Bonilha Junior e Marconi José de M. Dutra.

COORDENAÇÃO EDITORIAL Em Foco Comunicação Estratégica E-mail: emfoco@emfoco.net | (11) 3816.0732 Editor: Nelson Lourenço [MTB 22.899] Textos: Nelson Lourenço, Victória Bernardes e Aurea Figueira

CONSELHO FISCAL (SUPLENTES) Miguel Alves Ferreira Junior, Otávio de Meira Lins Neto, Rodrigo Reda Gonçalves, Romero Rosa, Sidnei Reche Galdeano Filho e Marcio Castelo Branco Gonçalves.

ARTE: Estúdio Mirador Direção: Leandro Cagiano Edição: Larissa Siebenkaess

CONSELHO CONSULTIVO Adriano Donizelli, José Zuquim Militerno, Paulo Gaba Junior e Paulo Nemer.

TIRAGEM: 3.500 exemplares IMPRESSÃO: Mundial Gráfica

ABLA JOVEM Jaqueline Denadai, Rodrigo Reda e Saulo Froes Júnior.

A Revista Locação não se responsabiliza pelas opiniões emitidas nos artigos assinados.

COORDENAÇÃO GERAL Jorge Machado e Olivo Pucci.

Permitida a reprodução das matérias, desde que citada a fonte.

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Editorial

De olho no futuro O QUÃO próximo de nossa realidade estão os carros elétricos e autônomos, que prometem revolucionar a maneira como nos deslocaremos nas grandes cidades? Conforme relatos do próprio presidente do Conselho Nacional da ABLA, Paulo Miguel Junior, que esteve recentemente no Vale do Silício e visitou as instalações da Tesla, artífice dos principais avanços já comprovados desses veículos, ainda demanda algum tempo até que elétricos e autônomos sejam a maioria no trânsito. Mas eles estão longe de serem um futuro distante. Imaginar as ruas ocupadas por carros elétricos parece ser algo mais tangível em relação aos autônomos. Na verdade, alguns países já determinaram as datas em que os veículos a combustão estarão “aposentados”. Na Noruega, onde os carros elétricos avançam com mais rapidez, o prazo para que isso aconteça é 2025. A Índia projeta essa mudança para 2030, enquanto Reino Unido e França estimam que não mais serão vendidos modelos com motores a combustão a partir de 2040. Na Inglaterra, inclusive, o governo recebeu críticas de quem acredita que esse prazo está longo demais e que as medidas de restrição poderiam ser antecipadas. Aqui, a demanda por carros elétricos é mínima, e a estimativa é que o percentual de emplacamentos nessa modalidade não ultrapasse os 0,08% do total até 2020, pelo menos. Independente de datas, o que não se discute é que os chamados “carros verdes” respondem a um anseio de administrações públicas e da própria população das grandes cidades em ter soluções para a questão do trânsito, fundamental para que a mobilidade avance. E a locação de veículos corresponde a essas expectativas, uma vez que vai ao encontro do pagamento pelo serviço, e não pela propriedade, que se consolida como a tendência que permeia todas as soluções imaginadas nessa área: o compartilhamento. Nesta edição, a doutora Ana Maria Barufi faz uma excelente explanação, em entrevista, sobre

Veículos elétricos apresentados em feira realizada em São Paulo foto: Fred Uehara

a evolução da mobilidade no país e como seu conceito vem se disseminando, fazendo com que as locadoras tenham uma oportunidade de expansão a partir desse novo comportamento aqui mencionado, já detectado nas novas gerações (valorização do uso em vez da propriedade). Outra matéria importante para a reflexão sobre o negócio é a que apresentamos na página 14, em que confrontamos histórias de indústrias que não souberam se “reinventar” com algumas das ameaças externas ao mercado de locação de veículos, nem sempre identificadas como tal pelos empresários. Acreditamos que a Revista Locação tenha como missão provocar em seus leitores essa análise de influências que estão já desenhadas e certamente terão uma interferência – imediata ou a médio prazo – sobre suas atividades. Portanto, esperamos que a leitura desta edição 78 seja proveitosa e contribua para o avanço do setor. Os Editores

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Comunicação

Notícias ajudam as locadoras a crescer “Com a projeção da ABLA na pauta da mídia é a locação de veículos que ganha destaque”

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Comunicação

ENTRE os benefícios que a ABLA busca gerar para as locadoras de veículos está o de ampliar o mercado de locação para as pequenas, médias e grandes empresas do setor. A comunicação também está inserida nisso, na medida em que a ABLA cada vez mais se torna fonte de informação para jornalistas. Isso porque as reportagens publicadas ajudam diretamente a propagar a locação para potenciais clientes e, em última análise, para a sociedade como um todo. Porém, para um assunto se tornar notícia é necessário muito trabalho junto à imprensa sobre sua relevância. “Isso aconteceu com as estatísticas do Anuário, que não são de fácil e rápido entendimento para a mídia, mas que, devido ao sistemático trabalho de assessoria de imprensa, acabam sensibilizando e virando pautas na imprensa em diversos estados”, explica Aurea Andrade Figueira, sócia da agência EM FOCO, que presta serviços de relações públicas para a ABLA. Todo o potencial de notícias do setor é aproveitado para gerar reportagens, com a ABLA divulgando via imprensa as estatísticas, modelos de gestão, parcerias, campanhas de segurança no trânsito e até opiniões e posicionamentos de mercado das lideranças setoriais. “É uma comunicação corporativa que está sendo feita com continuidade”, acrescenta Olivo Pucci, que participa da coordenação do trabalho junto à agência, conselheiros e diretores regionais da associação. Assim, a ABLA vai se tornando, em médio e longo prazo, referência para a imprensa, para formadores de opinião e para os públicos de interesse do setor. Esse trabalho de relacionamento com a mídia também permite mostrar a especialização das fontes da ABLA nos assuntos relacionados com a locação de veículos e mobilidade urbana. “Com a projeção dos entrevistados da ABLA na mídia, é a locação de veículos que ganha destaque”, diz Pucci. Além disso, o direito à informação se consolidou como um valor dentro das sociedades democráticas e os cidadãos estão reconhecendo essa conquista. Com esse trabalho de comunicação corporativa, a ABLA certamente não vai perder esse “trem da história”.

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Recursos Humanos

Locadoras de veículos apresentam crescimento no nível de empregos SP, MG, RJ e BA estão à frente no ranking nacional de postos de trabalho do setor de aluguel de automóveis

AS EMPRESAS de aluguel de veículos empregam 80.378 pessoas no país, conforme o mais recente levantamento feito pela Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e do Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS). O número representa crescimento de 4,93% em relação ao total de 76.598 empregos diretos registrados pelo setor ao final de 2016. Além do total de trabalhadores no setor, a ABLA constatou que o tempo médio no emprego (rotatividade) nas locadoras de veículos é de 30 meses (assim como verificado também em 2016) e a média de idade dos profissionais empregados subiu de 36 para 37 anos. Ao todo, há 70,3% (56.537) trabalhadores do sexo masculino, diante de 29,7% (23.841) do feminino. Quanto à escolaridade, a maior parte do quadro (58,9%) é composta por formados no ensino médio (47.388). O presidente do Conselho Nacional da associação, Paulo Miguel Junior, avalia que “a pes-

quisa também mostra que precisamos que o poder público veja o quanto já somos essenciais para a mobilidade urbana, assim como precisamos de condições comerciais adequadas por parte de montadoras e bancos para que as locadoras aumentem suas frotas, cresçam, atendam mais usuários e gerem ainda mais empregos”. Juntas, conforme as estatísticas de frota fornecidas para a ABLA pelo SERPRO (Serviço Federal de Processamento de Dados), as 11.482 empresas com CNAE primario de locação têm o total de 709.033 automóveis e comerciais leves, o que representa uma média de 8,8 veículos por trabalhador nas empresas do setor. A terceirização (aluguel de frotas inteiras para empresas e órgãos públicos e também para empresas da iniciativa privada) representa 58% do faturamento anual bruto do setor (R$ 15,5 bilhões) no Brasil. O turismo de lazer (pessoas físicas em viagens de férias) fica em segundo lugar, com 23% de participação no faturamento. O turismo de negócios (profissionais em viagens de trabalho) vem em seguida, com 19%.

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Recursos Humanos

CENÁRIO PARA O SETOR DE SERVIÇOS É FAVORÁVEL Há três trimestres seguidos, o PIB vem registrando alta. No primeiro trimestre deste ano, o aumento foi de 0,1%, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que significa três trimestres consecutivos com expansão econômica. O cenário político menos turbulento e a retomada da economia ajudam o setor de serviços – que representa 70% do PIB – a voltar a crescer. Em 2017, a oferta de empregos com carteira assinada no setor de serviços apresentou alta no

estado de São Paulo, após dois anos de queda. Até dezembro, um saldo de 7.318 novas vagas foi contabilizado, representando uma variação de apenas 0,1% em relação a 2016, segundo pesquisa divulgada pela Federação do Comércio de São Paulo. É a primeira vez desde junho de 2015 que o saldo de empregos acumulado em 12 meses fica positivo. No total, a organização estima que 237.000 postos de trabalho celetistas foram extintos no setor entre 2015 e 2016. Hoje, são 7.301.434 vínculos ativos. n

LOCAÇÃO DE VEÍCULOS/ EMPREGOS DIRETOS (ANO/BASE 2017)

1° 2° 3° 4° 5° 6° 7° 8° 9° 10° 11° 12° 13° 14° 15° 16° 17° 18° 19° 20° 21° 22° 23° 24° 25° 26° 27°

TOTAL

São Paulo Minas Gerais Rio de Janeiro Bahia Pernambuco Ceará Paraná Goiás Rio Grande do Sul Pará Distrito Federal Rio Grande do Norte Amazonas Maranhão Sergipe Mato Grosso do Sul Espírito Santo Santa Catarina Alagoas Piauí Mato Grosso Paraíba Rondônia Tocantins Amapá Roraima Acre

21.692 7.657 7.025 6.239 5.537 4.121 3.502 2.485 2.460 2.277 2.076 2.064 1.625 1.595 1.370 1.309 1.273 1.192 1.176 974 848 658 441 367 227 110 78

BRASIL

80.378

R

A

N

K

I

N

G

ESCOLARIDADE

2016

2017

Até 5° ano incompleto

1.292

1.648

5° ano completo

1.873

2.869

6° ao 9° ano incompleto

3.046

3.326

9° completo

8.716

9.072

Ensino médio incompleto

5.493

5.583

Ensino médio completo

46.204

47.388

Superior incompleto

3.083

3.115

Superior completo

6.830

7.008

Mestrado

54

54

Doutorado

7

7

Não informado

-

302

76.598

80.378

TOTAL

Fontes: ABLA, CAGED, RAIS.

Fontes: ABLA, CAGED, RAIS.

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Na Frente

ABLA e DENATRAN

renovam acordo exclusivo ABLA renova termo de autorização para seguir como única entidade do setor a ter acesso aos sistemas do DENATRAN

DURANTE o mês de maio será renovado o Termo de Autorização nº 111/2016, que foi emitido pelo Departamento Nacional de Trânsito e que tornou a ABLA a única entidade do setor de locação a ter acesso aos sistemas e subsistemas informatizados do DENATRAN. Isso inclui o acesso a relatórios estatísticos sobre os emplacamentos e sobre a frota total do setor no Brasil. “São dados quantitativos, que nos são fornecidos sem identificar quantos veículos cada locadora tem, mas sim a frota do setor como um todo, em cada unidade da federação”, explica o presidente do Conselho Nacional, Paulo Miguel Junior. O acesso ocorre conforme a possibilidade de disponibilização por parte do SERPRO e inclui o tipo de veículo, a mar-

ca, modelo, ano de fabricação e ano/modelo. “São dados essenciais para o Anuário Brasileiro do Setor de Locação de Veículos que a ABLA produz”, acrescenta Paulo Miguel. “Com a renovação do termo de autorização, desde já garantimos que a publicação do ano que vem seguirá proporcionando a melhor radiografia da atividade no Brasil”. Importante dizer que, em conformidade com a Portaria do DENATRAN nº 15, de 2016, eventuais informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, ou à defesa da intimidade alheia, jamais são disponibilizadas. “Via SERPRO, nós temos as informações que realmente são úteis e necessárias à execução das estatísticas que fazem parte do nosso Censo”,

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reforça Jorge Machado, gerente administrativo da ABLA. Vale ressaltar que o acesso aos sistemas e subsistemas do DENATRAN é exclusivo dos órgãos e entidades autorizados, como é o caso da ABLA. “Não é permitido ceder os números a terceiros e tampouco o direito de acesso, bem como dados e informações obtidos, sem prévia e expressa autorização do DENATRAN”, diz Jorge Machado. Com a renovação do termo, a ABLA mantém os compromissos de comunicar de imediato quaisquer alterações nos seus dados cadastrais, qualquer anormalidade que se verificar na prestação dos serviços e também providenciar os equipamentos necessários para o recebimento das informações solicitadas. n


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Capa

Qual concorrência? As ameaças ao bom desempenho do setor podem estar onde menos se espera, avalia o ex-presidente da ABLA, José Adriano Donzelli

foto: freepik

ESTIMAR o impacto da concorrência nos negócios é uma tarefa espinhosa e, muitas vezes, mal compreendida. Na verdade, nem sempre a real concorrência é facilmente detectada. É célebre, no mundo empresarial, a seguinte frase: “O que matou a Olivetti não foi a Facit. Foi o computador.” Ex-presidente da ABLA e conselheiro consultivo da entidade, José Adriano Donzelli considera concorrente “aquele que corre junto, que te ajuda a criar parâmetros na corrida, te incentiva a correr junto e que muitas vezes te ajuda a melhorar.” Para ele, visões equivocadas podem fazer com que não se enxerguem as verdadeiras ameaças à locação, “que são as que podem acabar com o nosso negócio”.

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Capa

O computador foi uma ameaça externa que praticamente extinguiu o mercado de máquinas de escrever

foto: freepik

Ameaças externas são as

UMA HISTÓRIA QUE REVELA MUITOS ENSINAMENTOS Vinte anos após viver seu auge, a indústria de máquinas de escrever não conseguiu reagir ao advento do computador. É bom lembrar como tudo aconteceu. A Olivetti foi uma das maiores fabricantes desse produto e abocanhava a maior parte do mercado brasileiro. Na década de 1960, a empresa – fundada na região de Turim, Itália, em 1908 – viveu seu auge. Possuía cerca de 8 mil funcionários e filiais em mais de 100 países. Foi também nessa época em que se acirrou a concorrência com a Facit, companhia sueca criada em 1922, e que avançou bastante no mercado corporativo. Durante anos as duas sobreviveram e disputaram a preferência de quem precisava adquirir uma máquina de escrever. O que as levou à beira da falência? Os computadores. A empresa italiana foi um dos alvos da chegada dos computadores ao mercado, nos anos 1990. Em 1996, a Olivetti desativou sua fábrica em Guarulhos e passou a produzir, durante al-

mais perigosas, pois nem sempre são entendidas como ameaça gum tempo, apenas máquinas eletrônicas, na zona sul de São Paulo. Quando isso aconteceu, apenas países que possuíam parte de sua população sem acesso à energia elétrica compravam máquinas de escrever mecânicas. Repartições públicas ainda requisitavam o equipamento para preenchimentos de formulários que não podiam ser gerados em computador. Faltava capital e tecnologia à Olivetti para reagir diante de gigantes como a IBM. A empresa só não faliu mundialmente graças ao aporte de recursos da Telecom Itália. Com auxílio financeiro, pôde redirecionar imediatamente sua linha de produtos e posicioná-la no segmento corporativo, com a oferta

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Capa

de copiadoras, periféricos de informática e equipamentos para correios, bancos e loterias. Mais à frente, passou a disputar também o mercado de computadores. Portanto, a máquina de escrever não acabou por conta de outro concorrente, mas sim por causa de uma ameaça externa. Ameaças externas são as mais perigosas, pois nem sempre são entendidas como ameaça.

MUITO ALÉM DO QUINTAL DO VIZINHO Olhar para o mundo de empecilhos – e oportunidades – que os ambientes externos proporcionam à locação é um exercício necessário. Enquanto cenários externos afetam o setor, muitos empresários estão mais preocupados com a locadora que está ao lado: se ela compra carro com as mesmas vantagens, se possui mais ou menos carros, o que faz, como faz. “Será o vizinho a verdadeira ameaça?”, questiona o conselheiro consultivo da ABLA, José Adriano Donzelli. Para ele, a resposta é “não”. Na sua opinião, há vários fatores que precisam ser considerados. “Pagar 10 reais por meia hora de estacionamento é algo que inibe a demanda. Pagar 300 reais para dormir num hotel, entrando às 22 horas, saindo às sete horas da manhã, e achar isso normal, enquanto o mesmo executivo considera caríssimo pagar 150 reais para ter um carro por 24 horas é outra ameaça ao setor”, exemplifica ele. “Devemos trabalhar com esses conceitos”. Donzelli alerta que o empresário de locação de veículos precisa mudar alguns hábitos e entender o que é oportunidade no cenário atual. “O Brasil possui 8 milhões de carros registrados em nome de CNPJs, mas desses apenas aproximadamente um milhão é de locadoras. Podemos mais do que dobrar nosso mercado. Há espaço para todos crescerem”, acredita ele. Entre as discussões propostas por Donzelli está a reflexão sobre o que seria “amigo” ou “inimigo” da locação, começando pelos aplicativos de transporte, como o Uber. Para ele, as ferramentas do gênero partem do mesmo princípio da locação, ou seja, a ideia de pagar pelo uso do automóvel, e não por sua posse. Somente pelo fato de disseminar esse conceito já pode se dizer que os aplicativos são, de alguma maneira, favoráveis ao setor de locação. “O Uber é uma solução de transporte local. Não é uma solução para viajar. Se o cliente não possui o carro e quer viajar, ele recorre à locação”, acrescenta Donzelli. Na sua opinião, o advento do Uber é uma boa notícia para as locadoras, exceto para as empresas que trabalham com o nicho de aluguel com motorista. “O leque de oportunidades vai aumentar quanto mais o conceito for difundido”, completa.

Para não ser “engolido” pelos acontecimentos, algumas provocações para o futuro A locação de veículos assumirá de vez seu papel como maior player de mobilidade urbana? Como será o relacionamento das locadoras de veículos com as montadoras? Carro autônomo: quem será o proprietário? Quando o Brasil estará preparado para ele? Será uma realidade?

Donzelli: Há espaço para todos crescerem

"O empresário de locação de veículos precisa mudar alguns hábitos e entender o que é

TECNOLOGIA, ALIADA OU VILÃ? O aluguel diário é um segmento aberto para novas visões. “Turismo não é mais destino. É roteiro. As pessoas querem experimentar atrações específicas a seu modo, a seu tempo. E isso abre oportunidades para a locação”, explica Donzelli.

oportunidade no cenário atual"

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Capa

As redes sociais inverteram o raciocínio: primeiro, o turista define a experiência. E depois escolhe o destino

© freepik O compartilhamento que fundamenta a locação de veículos é um conceito bem aceito pelas novas gerações.

soas que viajam para participar de reuniões, conferências e outros eventos corporativos. “A internet ultrarrápida viabiliza a possibilidade de se realizar conferências virtuais cada vez mais efetivas e produtivas. O participante não precisa mais viajar e alugar o carro para estar com aquelas pessoas que podem ser acessadas virtualmente”, analisa Donzelli. “Quanto mais rápida e mais confiável for a internet, menos viagens corporativas vamos ter”, acrescenta. A nova geração é cada vez mais adaptada aos modelos permitidos pela realidade virtual. São esses jovens clientes que usarão, no futuro, os serviços da locação de veículos. É preciso conquistar a confiança desse público. Será que eles percebem hoje que poucas horas de uso do Uber podem equivaler a uma diária de um veículo para rodar da maneira que melhor entender? Convencer mais e mais pessoas a descobrirem as vantagens do aluguel é, provavelmente, o maior desafio do setor. n

A tecnologia tem transformado a maneira com que as pessoas programam suas viagens. As redes sociais inverteram o raciocínio: primeiro, o turista define a experiência. E depois escolhe o destino. “Os posts dos amigos contando suas impressões de viagem são os novos guias turísticos”, afirma Karina Arruda, CEO da consultoria de negócios Inspiral. “As redes sociais ativam hoje o senso de urgência de viajar”, completa. Nessa linha, Donzelli cita algumas experiências turísticas que somente o carro alugado permite usufruir de maneira satisfatória, como a Estrada Real em Minas Gerais e vários percursos do litoral brasileiro. Graças ao compartilhamento difundido pela internet, as pessoas estão descobrindo essas atrações e como conhecê-las com comodidade e conforto a partir de aliados importantes, como a locação de veículos. Por outro lado, a internet rápida também pode ser uma vilã para o mercado de locação de veículos. Um dos segmentos mais afetados é o turismo de negócios, composto por pes-

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Entrevista

Mobilidade urbana avança para se tornar prioridade das grandes cidades

Ana Maria Barufi (*) é doutora em Teoria Econômica pela USP, com pesquisas na área de Economia Regional e Urbana.

© Freepik

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Entrevista

Como podemos definir mobilidade urbana? Mobilidade urbana pode ser definida como a possibilidade de circulação de pessoas dentro das cidades, ou ainda a velocidade com que elas podem sair de certa origem para determinado destino. Quais são os principais pontos que definem esse conceito? A mobilidade urbana está associada à distribuição das pessoas e das empresas nas cidades (e, portanto, dos locais de residência e de trabalho), oferta de serviços públicos, e infraestrutura de transporte, dada pela malha viária e pela disponibilidade de transporte público. Por que a mobilidade urbana ganhou tanta importância nos últimos anos? O processo de urbanização se deu de maneira bastante intensa no Brasil e no mundo. Atualmente, cerca de 85% da população brasileira reside em áreas urbanas, ocupando menos de 5% do território. Na década de 1990, a população em áreas urbanas representava ao redor de 77% do total, e nos anos 1970, perto de 57%. Com o aumento da concentração populacional nas cidades (especialmente das cidades de maior porte), aumentou a pressão sobre a provisão de serviços públicos e sobre a malha urbana existente, além de crescer o espraiamento das cidades. Ou seja, mais pessoas passaram a morar no entorno das grandes cidades, precisando percorrer longas distâncias para chegar ao trabalho ou ao local de estudo. Pesquisas do IBGE mostram que desde o início da década de 2000 cresceu de maneira significativa o tempo médio de deslocamento de casa para o trabalho na maioria das regiões metropolitanas. Por exemplo, em Salvador e Recife esse tempo médio cresceu ao redor de 25% entre 2002 e 2013. Em São Paulo, o aumento foi de quase 20%. Em Belém, ficou em cerca de 50%. Os custos dos congestionamentos em termos de produtividade e qualidade de vida crescem na mesma medida, e, portanto, a temática da mobilidade urbana se torna cada vez mais importante.

de pessoas cujo tempo de deslocamento da residência para o trabalho é superior a uma hora. Considerando as informações do Censo Demográfico de 2010, do IBGE, nos municípios com população inferior a 100 mil habitantes, esse percentual atingia 5,3%, enquanto nos municípios com população de 100 mil a 500 mil habitantes, atingia 11,6%. Já para os municípios de maior porte, com 500 mil a 1 milhão de habitantes, ficava em 15%, e chegava a 21% para os municípios com população de 1 milhão ou mais pessoas. São Paulo e Rio de Janeiro atingiam um nível ainda mais crítico em relação a esse indicador, com 31% e 25,3% das pessoas demorando uma hora ou mais para chegar no trabalho, respectivamente. De fato, seu porte e a consequente pressão sobre a malha viária e o transporte público tornam mais complexo o problema. Facilidade de transporte é um item importante nas políticas de mobilidade urbana? E o compartilhamento (no caso, de veículos)? A facilidade, considerada como o acesso a diferentes modais de transporte, com certeza é um item relevante para as políticas de mobilidade urbana. Tais políticas envolvem não apenas o investimento e definição da es-

Compare (ou priorize) o atual estágio de mobilidade urbana de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro e pequenas cidades do Brasil. Uma maneira de comparar a situação da mobilidade entre municípios é avaliar o percentual

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Entrevista “O compartilhamento de veículos vem se disseminando de maneira mais significativa nos últimos anos, com alternativas que envolvem o aluguel de veículos, utilização de aplicativos de transporte e outras opções”

trutura do transporte público, como também a definição de regras para a circulação de veículos privados nas cidades. O compartilhamento de veículos vem se disseminando de maneira mais significativa nos últimos anos, com alternativas que envolvem o aluguel, utilização de aplicativos de transporte e outras opções. Nesse contexto, a legislação e o próprio mercado ainda estão se adaptando, com novos modelos de negócio surgindo a cada momento. Considerando que a locação é um compartilhamento de veículos em sua origem, como o setor pode vir a ocupar uma posição de player importante no contexto de mobilidade urbana? Além do processo de urbanização já mencionado, a sociedade está passando por mudanças atreladas à digitalização e à perspectiva que as novas gerações têm em relação à posse de bens e à forma como utilizam serviços. Nesse contexto, existe uma forte discussão sobre em que medida os millennials desejam de fato possuir bens, tais como veículos, ou se querem apenas utilizá-los conforme necessitam. Os smartphones tornam possível o surgimento de novos modelos de negócio que passam a oferecer a utilização desses bens como serviços. Assim, a locação de veículos pode encontrar nessa nova demanda uma

© Freepik

maneira de se expandir e ganhar novos nichos, já que representa o aluguel de um carro no momento que o usuário necessita. Ainda assim, é importante ter em mente os desejos de conveniência, facilidade e rapidez, além dos princípios de confiança e senso de comunidade, para competir com outros modelos de negócio que vêm surgindo, tais como os aplicativos de transporte.

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Entrevista “A possibilidade de abrir mão da posse de um automóvel vai depender da infraestrutura de transporte local, ou seja, da disponibilidade de alternativas de transporte público, além da distância a ser percorrida diariamente e da existência de modelos compartilhados de transporte”

Unidos, sendo que em países em desenvolvimento não tenho conhecimento de dados que de fato atestem tal visão. Ainda assim, supondo-a verdadeira, a possibilidade de abrir mão da posse de um automóvel vai depender da infraestrutura de transporte local, ou seja, da disponibilidade de alternativas de transporte, além da distância a ser percorrida diariamente e da existência de modelos compartilhados. Dentre os motivos levantados por pesquisas fora do Brasil para a crescente preferência por modelos compartilhados, estão a preocupação com a sustentabilidade e a possibilidade de utilizar o tempo para algo produtivo. Muitos consideram que o Brasil tem particularidades e dificuldades próprias que dificultam o avanço da mobilidade urbana. Isso é verdade? Quais seriam essas diferenças em relação a outros centros urbanos no mundo? O Brasil ainda é desigual, sob diversas dimensões: acesso a bens e serviços (smartphones, internet, automóvel etc.), infraestrutura de transporte entre cidades, existência de megalópoles com rede de transporte público em grande medida insuficiente, entre outras. Assim, as soluções precisam considerar a dinâmica específica de cada local e possivelmente apresentar maneiras de incluir uma parcela da população que está à margem do novo mercado consumidor da economia compartilhada (para ampliar o mercado potencial). n

A atual geração, que prefere não ter um automóvel, é mais aberta aos conceitos de mobilidade urbana? Como explicar esse fenômeno? É importante considerar que as novas gerações de maneira geral estão ambientadas à utilização de plataformas digitais móveis e que as grandes cidades apresentam desafios em relação à mobilidade urbana. A percepção de que ao menos parte da nova geração prefere não ter um automóvel já foi razoavelmente mapeada em países desenvolvidos tais como os Estados

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Multas

Parceria com DETRAN/MG

é exemplo a ser seguido

Iniciativa viabiliza consultas sobre os veículos das locadoras diretamente no banco de dados da instituição Marco Aurélio Nazaré, vice-presidente da ABLA

das locadoras de veículos, Marco Aurélio Nazaré. Na prática, isso significa que a locadora pode obter informações sobre as multas cometidas pelos usuários de forma antecipada, “antes mesmo da chegada da notificação via correio”, explica Marco Aurélio. O acesso das locadoras ao banco de dados do Detran é feito por meio de certificado digital. Com a novidade, “sem dúvida as empresas do setor ganharam um instrumento efetivo para evitar prejuízos”, diz o vice-presidente da ABLA. A inédita ferramenta foi desenvolvida pela Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Prodemge), que também é parceira da ideia. Por meio de seus produtos e serviços, a companhia auxilia órgãos e entidades do Governo de Minas a prestar serviços não apenas na área de trânsito, mas também em saúde, educação e até em segurança. De imediato, a iniciativa mineira já se transforma em um exemplo que pode vir a ser seguido pelos Detrans de todo o Brasil. “Um dos focos é exatamente o de dar agilidade aos processos referentes às infrações cometidas pelos usuários e, assim, reduzir bastante os prejuízos comuns das empresas do setor”, complementa Marco Aurélio. “É uma grande conquista”.

DE NORTE a sul do Brasil, não têm sido poucas as locadoras que ainda recebem cobranças de multas de trânsito, cometidas pelos usuários, com enorme atraso. Há inclusive casos em que chegam às empresas somente os boletos de cobrança, sem que sequer tenham recebido as respectivas notificações de autuação. Essa realidade aumenta, de cara, as chances de prejuízo com as multas “NIC” (abreviação de “não indicação do condutor”). Elas ocorrem quando um veículo de pessoa jurídica é autuado e, durante o prazo determinado por lei, a locadora não faz a indicação de quem estava ao volante no momento da multa (veja mais no box). Um passo importante para evitar esse tipo de situação já foi dado em Minas Gerais, onde o Sindicato das Empresas Locadoras de Automóveis (Sindloc-MG) fechou parceria com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran). A iniciativa gerou uma ferramenta de pesquisa, via web, que permite consultas otimizadas sobre os veículos das locadoras diretamente no banco de dados do Detran. Com isso, as locadoras associadas passaram a ter acesso a informações como “a situação do licenciamento, impedimentos, multas e até relatórios com estatísticas da sua frota”, diz o vice-presidente da ABLA e atual presidente do sindicato mineiro

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Multas

“NIC” PODE SER EXECUTADA ATÉ CINCO ANOS DEPOIS Para medir a dimensão e a importância do novo serviço disponibilizado em Minas, basta lembrar que a multa NIC (“Não Indicação do Condutor”) pode ser executada até cinco anos depois da data da infração. Esse tipo de multa ocorre quando a locadora não faz a indicação de quem era o condutor do veículo dentro do prazo e, nessa situação, após lavradas pelo Detran, duas multas chegarão por meio de documentos distintos: uma multa pela própria infração de trânsito e a outra pela NIC. Além disso, a multa NIC sofre acréscimos proporcionais à quantidade de vezes em que o mesmo tipo de infração é cometido dentro dos últimos 12 meses. Ou seja, a cada reincidência, vai ficando mais cara.

Adriano Castro, advogado especialista no setor de locação de veículos

O QUE DIZ A JUSTIÇA A Súmula 312, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), pacificou que no processo administrativo para imposição de multas de trânsito são necessárias duas notificações: a da autuação e a da aplicação da pena decorrente. “Essa súmula foi editada há mais de 10 anos e todos os órgãos de trânsito já se adaptaram”, diz Adriano Castro, advogado especialista no setor de locação de veículos. “Logo, não deveria ser comum o caso de envio apenas dos boletos de cobrança”. Em tese, o não recebimento da notificação de autuação faz com que a penalidade seja anulada. Porém, para fazer valer esse entendimento, a locadora precisa apresentar recurso de penalidade à Junta Administrativa de Recursos de Infrações (JARI), processo que normalmente é bastante trabalhoso.

“A locadora deve deixar claro que, quando recebeu a notificação de autuação, o prazo já havia se esgotado”, diz Adriano Castro. “Também é importante colocar o pedido para que o órgão de trânsito exiba os avisos de recebimento, principalmente em relação à própria multa original, a qual foi entregue para a locadora fora do prazo legal”. Uma sugestão do advogado para que as locadoras se protejam é acrescentar ao contrato da locação uma cláusula específica, detalhando o procedimento a ser adotado nesses casos. “A locadora efetuará o pagamento administrativo das multas, que deverão ser imediatamente reembolsadas pelo cliente. O cliente também poderá apresentar defesa e recurso de penalidade e, se deferido, poderá sacar para si o valor das multas assim que ocorrer o reembolso por parte do órgão de trânsito”. n

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Capacitação

Contabilidade para não contadores Capacitação oferecida pela UNIABLA alcança boa demanda entre os empresários do setor de locações de automóveis

UMA DAS PREOCUPAÇÕES, se não a maior, em gerir um negócio é conhecer processos e entender adversidades que podem surgir. O que é módulo fiscal? Como faturar as receitas? Quais os tributos das vendas de veículos? Essas e muitas outras questões podem ser o ponto de decisão entre o fracasso e o sucesso. Segundo levantamento do IBGE, as empresas sobrevivem até cinco anos no mercado – dados mostram que das 733,6 mil empresas que nasceram em 2015, apenas 37,8% sobreviveram até 2017. Mesmo com a economia ainda engatinhando para vencer a recessão, driblar essa realidade é uma preocupação cada vez mais atual para donos de negócios. Por isso a UNIABLA pensou em oferecer aos empresários do setor o curso presencial “Contabilidade para não contadores (módulo 2)”, em parceria com a Audit Consult. Paulo Henrique, do núcleo de Desafios e Novos Negócios da empresa, é o ministrante do curso desde o primeiro módulo. “Em 2017 foi um sucesso, o curso teve a melhor avaliação, de fato uma surpresa, ante um tema tão complexo e ‘indigesto’ como muitos acham”, afirma ele. O professor identificou que os participantes

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foram despertados pela urgência em aprender que há muito mais que apenas o faturamento da locadora. No segundo módulo, portanto, a preocupação está em “como chegar nos números, fazer os cálculos, entender ´por conta´ como a parte tributária atinge as locadoras”, diz o ministrante. Traz a prática apurada com os conteúdos: módulo fiscal e tributário, faturamento das receitas e vendas de veículos. Em oito horas de curso, os alunos aprendem como escolher o melhor regime tributário vigente – dado que houve

mudanças desde 2017; recebem dicas de como faturar mão-de-obra com motorista; tributar os reembolsos de despesas e riscos fiscais; e entendem os efeitos tributários com exercícios práticos que envolvem cálculos. Desde o início de 2018, já foram ministrados seis cursos presenciais de Contabilidade para não contadores e, até o final do ano, serão mais 12. “Ao vivo a interação dos participantes é maior, as perguntas incentivam uns aos outros e ajudam na exposição melhor do conteúdo”, avalia Paulo. Ainda sobre a importância do tema, o ministran-

SAIBA QUAIS SÃO OS QUATRO PRINCIPAIS ERROS DE CONTABILIDADE COMETIDOS E FIQUE ATENTO!

DESATUALIZAÇÃO As normas, leis e mercados estão sempre em mudança. Mais que isso, novas tecnologias estão surgindo para facilitar e revolucionar a maneira de trabalhar. Por isso, ficar de olho nos lançamentos, transmutações tributárias e, claro, investir em cursos de atualização é imprescindível.

VALORAÇÕES ERRADAS Na hora de lançar o demonstrativo contábil, a pressa é a principal inimiga. Não se pode pular tarefas na hora de gerenciar contas – a falsa sensação de economia de tempo provoca desperdícios no futuro. Por exemplo, quando os valores são marcados de forma errada, duplicada ou até mesmo não contabilizados, a saúde da empresa fica debilitada. O ideal é que os lançamentos financeiros sejam, pelo menos, diários e confrontados semanalmente com as contas do negócio. CÁLCULO DE IMPOSTOS COFINS, ISS e PIS são alguns dos principais impostos em que uma empresa precisa estar em dia. Para evitar perdas significativas, é interessante contar com sistemas automatizados de contabilidade na hora de emitir guias, declarações e, claro, estar atento aos prazos e documentações.

AUSÊNCIA DE CÓPIAS DE SEGURANÇA Contar com a sorte não é algo sensato: principalmente para empresas pequenas que não investem em serviços de backup, ou seja, cópias de seguranças dos dados, sejam eles arquivos, documentos, lançamentos, entre outros. Hoje já existem dispositivos externos que fazem muito bem este trabalho como HDs externos, computadores específicos e serviços online de armazenamento em nuvens – o segredo para o sucesso desse procedimento também está na periodicidade de atualização.

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Capacitação

te alerta que saber cuidar bem dos impostos que são repassados ao governo afeta em muito a lucratividade das locadoras. A Audit possui 20 anos de experiência, oferece serviços de auditoria, impostos, consultoria contábil, assessoria tributária, perícia contábil e mais atendimentos para empresas de pequeno, médio e grande porte. Acompanhe a agenda dos próximos cursos “Contabilidade para não contadores” em sua região para não perder a chance.

OUTROS CURSOS PRESENCIAIS UNIABLA REGISTRO DE PREÇOS COM PREGÃO ONLINE – LICITAÇÕES PÚBLICAS EMPREENDEDORISMO GESTÃO EMPRESARIAL COM FOCO EM RESULTADO

14 | JUN 20 | JUN 02 | AGO 08 | AGO 20 | SET 24 | SET 26 | SET 15 | OUT 18 | OUT 23 | OUT 07 | NOV

ESPÍRITO SANTO SÃO PAULO (CAPITAL) RONDÔNIA SÃO PAULO (INTERIOR) MARANHÃO SÃO JOSÉ DOS CAMPOS AMAZONAS RIO GRANDE DO SUL SÃO PAULO (INTERIOR) TOCANTINS CEARÁ

GESTÃO DE MULTAS DE TRÂNSITO E ANÁLISE PRÁTICA DE ACIDENTES DE VEÍCULOS PREÇO JUSTO 2.0

Para visualizar toda a agenda de cursos acesse: www.abla.com.br/uniabla

CURSOS A DISTÂNCIA ESTÃO ABERTOS A TODOS Os cursos EAD da UNIABLA estão tendo grande demanda de alunos em todas as regiões do país. No Paraná, o empresário Tércio Gritsch, também diretor regional da ABLA no estado, adotou como norma envolver toda a equipe no programa de capacitação. “Nossa empresa tem filial em vários outros estados, e em todos os locais verificamos a participação de nossos funcionários. Temos incentivado todos a realizarem os cursos oferecidos, mesmo não sendo da área em que trabalham”, confirma ele. Segundo Tércio, os cursos sobre “Gestão de Frota” e “Vendas com Qualidade” foram os de maior adesão até agora. O perfil dos funcionários que estão realizando a qualificação envolve atendentes e a área operacional. “Como empresário, é uma satisfação poder oferecer um curso de qualidade e gratuito pela UNIABLA. A possibilidade de interação entre os alunos do Brasil todo e das mais diversas locadoras tem fascinado nosso pessoal. Outro

Tércio (à direita), ao lado do presidente da ABLA, Paulo Miguel Junior: exemplo no incentivo à qualificação

aspecto interessante é o fato de que os funcionários que já fizeram os cursos têm repassado o conhecimento aos demais, além de incentivá-los a participarem também”, finaliza Tércio. n

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Pílulas de Gestão

Kennedy, nada de culpar a crise!

Ideogramas chineses que representariam, quando juntos, crise (perigo) e oportunidade (solução)

Até gigantes se reinventam

O ex-presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, em um de seus mais lembrados discursos, disse que “quando escrita em chinês, a palavra ‘crise’ tem dois caracteres: um é o perigo e outro representa a oportunidade”. Há quem diga que, nesse discurso, o próprio Kennedy se beneficiou da oportunidade que de os norte-americanos não entendiam absolutamente nada de chinês, para falar uma coisa que não é bem lá muito precisa. Professores de mandarim explicam que, juntos, esses dois caracteres significam algo como “momento crucial de perigo” – e não “perigo e oportunidade”. Bem, o que interessa mesmo é que a intenção de Kennedy com o discurso, que foi a de estimular as pessoas a verem chances em momentos difíceis, é válida. Sobre o setor de locação, quem sabe o ex-presidente nos dissesse hoje: “em tempos de crise, quem insistir em agir e em alugar carros da mesma forma que fazia na época em que eu estava vivo, vai ter bem mais dificuldade para seguir no mercado”.

Xerox, que fabricava papéis fotográficos, continuou no setor de cópias criando a impressora a laser

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A tal da “reinvenção” de que se fala tanto também no setor de locação está muito distante de “jogar tudo fora” e recomeçar do zero. Pelo contrário: a experiência é primordial para quem quer ganhar o bilhete para o “bonde da história”. A Xerox é um exemplo bem conhecido. Era só mais uma fabricante de papéis fotográficos em 1906, quando foi fundada com o nome de Haloid Photographic Company. Mais de 50 anos depois, soube se reinventar: a então Haloid acrescentou à sua linha uma máquina de fotocópias (a Xerox 914). Em menos de dois anos, até rebatizada a empresa foi e passou a adotar o nome Xerox Corporation. Acredite: depois disso, a Xerox foi responsável por criar a impressora a laser e teve participação até na invenção dos computadores pessoais. “Reinvenção”, para a “gigante das cópias”, incluiu se libertar de amarras e de dogmas que inibiam atitudes com foco na atualização, capacitação, construção de novas redes e a descoberta de mais horizontes para o negócio.


Pílulas de Gestão

Fusões e aquisições fazem “parte do jogo”

Netflix, que antes do crescimento vertiginoso quase foi comprada pela Blockbuster

“Quiz Show” dos ótimos planejamentos

Quem não se lembra de já ter ido até uma loja da Blockbuster para alugar um filme? Muita gente traz esse hábito na memória, mas nem tantos são os que sabem que essa rede esteve a um passo de comprar a Netflix. Apesar de inovadora quando foi criada, a Netflix “não decolou” logo de cara e, então, seu fundador teve a ideia de tentar uma fusão com a Blockbuster. Reed Hastings ofereceu 95% do negócio para a “concorrente”, mas a então gigante dos filmes e DVDs não viu vantagem na operação. Resultado: em pouco tempo, a Netflix arregimentou mais de 80 milhões de clientes, em 190 países, enquanto a Blockbuster fechou as portas. Aqui, também o setor de aluguel de veículos experimenta uma fase de consolidação, com algumas fusões e aquisições “que fazem parte do jogo”. Mas, ao contrário do que aconteceu com a Blockbuster, existe espaço para as pequenas locadoras de veículos, pois está claro que o aluguel de carros ainda tem muito a crescer nas diferentes regiões do país.

1. Qual o segmento do meu negócio? 2. Como o negócio vai ser no futuro, com base nas tendências atuais? 3. Quem é meu cliente? 4. Quem é meu cliente ideal? O meu cliente perfeito para o que eu vendo?

As perguntas que todo empresário precisa fazer a si mesmo

5. O que meu cliente considera como valor ou como um diferencial? 6. O que eu faço especialmente bem? 7. Quais são meus objetivos enquanto empresário? 8. Quais são hoje as restrições sobre o meu negócio? 9. Quais são os “20%” de minhas atividades que podem ser responsáveis por “80%” dos meus resultados?

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Apoio:

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Equipamentos

Detalhes que fazem a diferença Sinalização em frota terceirizada de segurança passa por rígidos controles

municadores, sempre pensando nas necessidades de cada mercado específico”, explica César Monteiro, do marketing da Flash Engenharia. A empresa trabalha não apenas no mercado local, mas também leva seus produtos para demais países da América Latina. Os sinalizadores conhecidos como “giroflex” são criados e produzidos de acordo com a regulamentação do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), que, por meio da Resolução 227, regulamenta a utilização dos sinalizadores em veículos. Os equipamentos e processo de fabricação são certificados pelas normas SAE para os testes de vibração, umidade, poeira, corrosão, deformação, ciclo térmico e intensidade luminosa. Com isso, a Flash Engenharia alcança reconhecimento entre corporações policiais, corpos de bombeiros, guardas municipais, secretarias de saúde, departamentos de trânsito, prefeituras, empresas de segurança e concessionárias de rodovia, todos eles nichos importantes para a terceirização de frota.

O MERCADO de terceirização de frotas para segurança pública possui algumas peculiaridades importantes. A sinalização desses veículos demanda um trabalho de adaptação especializado, oferecido por empresas que desenvolvem tecnologia específica para esses equipamentos. A Flash Engenharia é uma das empresas que vem se notabilizando em parcerias com locadoras de automóveis. Uma das maiores preocupações da indústria é com a qualidade, confiabilidade e durabilidade dos sinalizadores. “Toda linha de sinalização é desenvolvida com foco na necessidade do usuário, com fácil operação e 100% funcional. O desenvolvimento é contínuo, com sinalizadores visuais, sirenes e controladores, sinalização auxiliar e interco-

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Equipamentos

Na prática, de acordo com o padrão de cada corporação e a determinação do Contran, os equipamentos com luzes vermelhas podem ser instalados em veículos policiais, ambulâncias, viaturas do corpo de bombeiros e carros de fiscalização de trânsito. Já os veículos de coleta de lixo, transporte de valores, guinchos e serviços de água, energia e telefonia podem usar luzes na cor amarela (âmbar). No Brasil, conforme o artigo 29 do Código de Trânsito Brasileiros, os veículos utilizados na segurança pública devem empregar somente a cor vermelha como sinais luminosos (conhecidos como “sinalizadores”). Porém, algumas instituições adotam outra cor além da vermelha, como no estado da Bahia, onde a Polícia Militar e Polícia Civil sempre usaram o sinalizador com as cores vermelha e azul (leia abaixo o trecho da Resolução). n

RESOLUÇÃO CONTRAN Nº 667 DE 18/05/2017 § 1º As lanternas especiais de emergência que emitem luz de cor azul, conforme Anexo XVI, poderão ser utilizadas exclusivamente em veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, quando em efetiva prestação do serviço de urgência e devidamente identificados.

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Locação Diária

AEROP O RTO S

Área de embarque do aeroporto de Vitória: as locadoras ainda estão se instalando no novo terminal foto: Tiago Bênia/Infraero

Um dos pontos de partida para a locação de veículos 34


Locação Diária

REALIZADO entre os 15 maiores destinos aeroportuários do país, um levantamento da Secretaria Nacional de Aviação Civil, órgão ligado ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, indicou no início do ano quais são os melhores aeroportos no Brasil. Os pontos mais críticos apontados pelos passageiros na pesquisa são o custo-benefício dos serviços de alimentação e do comércio em geral e o transporte público para chegar e sair dos terminais (o que representa uma oportunidade para as locadoras). Nessa primeira lista, não fizeram parte da pesquisa algumas capitais, como Vitória, que em março inaugurou um novo aeroporto. A cidade será avaliada no próximo levantamento, que também incluirá os aeroportos de Maceió, Goiânia, Belém e Florianópolis. As obras do novo aeroporto da capital capixaba demoraram 33 meses e custaram R$ 560 milhões. O terminal é quase cinco vezes maior e tem capacidade para 8,4 milhões de passageiros por ano. Para o diretor regional da ABLA no Espírito Santo, Marcio Castelo Branco Gonçalves, Vitória passa a ter agora um aeroporto que condiz com o tamanho e a importância da cidade. "Os espaços para as locadoras ficam bem em frente ao desembarque. Como o aeroporto ainda é recente, as locadoras ainda estão se instalando”, comenta. “O reflexo nos negócios só será maior se tivermos um incremento de voos, o que não é esperado a curto prazo”, acrescenta o diretor. O novo terminal e a nova pista não desativaram o antigo aeroporto de Vitória. Lá, um terminal de passageiros seguirá em funcionamento para atender as aviações geral (off-shore, aviação executiva e taxi aéreo), militar e operações de carga aérea.

CONFIRA A ORDEM DOS AEROPORTOS, COMEÇANDO DO MAIS BEM AVALIADO

1|

Curitiba (PR)

2|

Viracopos (Campinas – SP)

3|

Confins (MG)

4|

Natal (RN)

5|

Santos Dumont (RJ)

6|

Guarulhos (SP)

7|

Manaus (AM)

8|

Brasília (DF)

9|

Fortaleza (CE)

10 | Recife (PE) 11 | Porto Alegre (RS) 12 | Congonhas (SP) 13 | Cuiabá (MT) 14 | Galeão (RJ) 15 | Salvador (BA)

Para Euryco, o principal aeroporto que serve a capital paulista ainda tem muito a melhorar. “É indiscutível a importância do aeroporto de Guarulhos, ele é nossa principal referência pelo tráfego que tem. Deveria ser muito melhor. Apresenta alguns pontos positivos elevados depois que foi privatizado. Mas, a situação da concessionária impediu outros desenvolvimentos”, diz o jornalista. De maneira geral, para ele, os aeroportos brasileiros estão longe da qualidade de seus similares na Europa, Oriente Médio, Ásia ou Estados Unidos. “Temos que priorizar um melhor atendimento aos passageiros/clientes. E a questão dos preços no aeroporto é um problema que provoca muitas reclamações”, completa. Quanto às locadoras, Euryco acredita que as atuantes em aeroportos deveriam investir mais em promoções e conjugar esforços com companhias aéreas, como acontece em outros países. n

VIAJANTES FREQUENTES E SEUS FAVORITOS Toda pessoa que viaja com frequência pelo Brasil costuma comparar os aeroportos e eleger os seus favoritos. Especializado em turismo, o jornalista Antônio Euryco vive em São Paulo e voa constantemente a trabalho para o Brasil e exterior. Ao saber da pesquisa, ele concordou com a escolha de Curitiba como o melhor do país. “O Afonso Pena ganhou muito após uma grande reforma e ampliação. O mesmo deverá acontecer com o Salgado Filho, em Porto Alegre. No Nordeste, ainda prefiro o aeroporto de Guararapes, no Recife”, afirma.

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Brasil Viagem

PARAÍBA CARRO ALUGADO PARA CURTIR O SÃO JOÃO E OUTRAS ATRAÇÕES

fotos PB Tur

Em junho, Campina Grande, no interior do estado, é o destaque do roteiro em terras paraibanas, que têm ainda praias e cenários cinematográficos que podem ser visitados com aluguel diário de veículos

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UMA DAS festas mais populares do Brasil, o São João de Campina Grande atrai milhões de visitantes para o estado da Paraíba durante o mês de junho. Como a porta de entrada da região é o aeroporto da capital, João Pessoa, o evento é uma boa oportunidade para o aluguel diário de veículos entre as duas cidades. O diretor regional da ABLA na Paraíba, Rossi Alencar, destaca que o estado possui ainda outras atrações que merecem fazer parte de um roteiro turístico rodoviário, como as praias e a região conhecida como “Roliúde Nordestina”. Campina Grande fica a 135 quilômetros de João Pessoa e possui pouco mais de 300 mil habitantes. A festa junina da cidade é autoproclamada o “maior São João do mundo” e ocupa os 40,5 mil m2 do espaço chamado Parque do Povo, onde acontecem shows com forró e artistas populares, polo de artesanato, museu da sanfona, arena das quadrilhas, calçadas temáticas e uma infraestrutura atualizada com amplo estacionamento. No primeiro dia, um aguardado show de fogos abre a programação.


Brasil Viagem

Centro Histórico Curitiba [Jackson Ramone] Praia de Tambau (João Pessoa/PB) – foto: Cacio Murilo

Barra de Camaratuba

SIGA EM FRENTE E VOLTE PARA SE REFRESCAR NAS PRAIAS Com a liberdade de criar seu próprio roteiro a partir do carro alugado, o cliente pode estender a viagem e conhecer um pouco mais da surpreendente Paraíba. Uma sugestão é prosseguir 75 quilômetros além de Campina Grande até o município de Cabaceiras, em pleno sertão paraibano. Chove muito pouco na região, que, além dessa característica de baixíssimos índices pluviométricos, possui uma paisagem espetacular. Graças a esses fatores, Cabaceiras se tornou a “queridinha” do cinema nacional. Filmes como “Auto da Compadecida” e “Cinema, Aspirinas e

Letreiro em Cabaceiras

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Brasil Viagem

São João em Campina Grande

São João em Campina Grande

Urubus” foram gravados na região. A última produção importante que utilizou o cenário local foi a série “Onde Nascem os Fortes”, da Rede Globo. Na entrada da cidade, um letreiro de 80 metros de comprimento por cinco de altura mostra que o viajante acaba de chegar à Roliúde Nordestina. Ao voltar para João Pessoa, o turista tem a chance de passear por algumas das praias mais bonitas do Brasil, encerrando o roteiro com o pé na areia. Tambaú, Tambaba e Cabo Branco são algumas das opções acessíveis por rodovias com boas condições para trafegar e se deslocar pelo litoral paraibano. n

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Manutenção

Toda FORÇA

ao PÓS-VENDA Programa Ford Protect simplifica a manutenção da frota

“A aquisição da manutenção

O RELACIONAMENTO pós-venda com as locadoras de veículos começa a ser valorizado e passa a receber cuidados maiores por parte das montadoras. Um exemplo de companhia que está investindo nesse serviço é a Ford. A manutenção pré-paga é um serviço prestado pela Ford a seus clientes, a partir do qual a montadora faz a gestão dos pagamentos das peças e serviços relacionados ao plano de manutenção do veículo junto aos distribuidores, no momento em que forem executados. “Além da comodidade, o cliente ainda se beneficia com a proteção contra os potenciais aumentos de preços ao longo dos anos, e ainda consegue diluir seus gastos nas parcelas mensais do financiamento do seu veículo”, explica Jorge Cavalcanti, supervisor nacional de planejamento de produtos de Pós-Venda da Ford. Seria um mecanismo parecido com a recarga do celular, ou seja, você empenha o investimento apenas quando necessitar do serviço? “É melhor do que isso”, responde Jorge. “No caso do celular, a gente não sabe exatamente quanto vai gastar e, como o gasto é continuo, fazemos recarga. Nos planos de manutenção de veículos, os serviços já estão previamente definidos, permitindo que o cliente saiba de antemão quanto vai gastar no ciclo inteiro”, completa. O programa de pós-venda se chama Ford Protect e pode ser aplicado para toda a linha de produtos

via Ford Protect permite que os veículos sejam atendidos prontamente em toda a nossa rede e a conta já está paga, o que evita atrasos no atendimento e liberação das unidades”

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Manutenção

O novo Ford EcoSport é um dos veículos que podem ser atendidos pelo programa

da montadora. Ele existe desde março de 2016, quando passou a ser oferecido, após quase dois anos de desenvolvimento. “O serviço surgiu com a necessidade de ajudar os nossos clientes não só a cumprir com o plano de manutenção de seus veículos, mas também a ter um melhor controle sobre os gastos relacionados a esse plano. Começamos com as manutenções preventivas previstas no manual do proprietário, e hoje atingimos um grau de personalização para desenvolver soluções para frotas. E não vamos parar por aí”, comenta Jorge. No caso do mercado de locação, sempre que os veículos retornam à rede da Ford para realizar manutenção, há o trâmite do pagamento entre as locadoras e os distribuidores da marca, que nem sempre é algo fácil. “A aquisição da manutenção via Ford Protect permite que essas unidades sejam atendidas prontamente em toda a nossa rede e a conta já está paga. Isso evita atrasos no atendimento e liberação das unidades, representando melhor produtividade dos veículos das locadoras, além de evitar problemas de satisfação com os usuários”, assegura Jorge. Somando as vendas em varejo dos produtos Ford Protect e as soluções oferecidas para frotas e locadoras, o pós-venda da Ford atinge hoje mais de 40 mil veículos atendidos. n

Jorge Cavalcanti, da Ford: pós-venda descomplicado

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Frota

GM

é a nova líder de emplacamentos do setor de locação

A GENERAL MOTORS fechou o ano passado como líder no segmento de automóveis e comerciais leves do setor de locação, de acordo com o levantamento do Anuário Brasileiro do Setor de Locação de Veículos 2018, com 70.597 unidades. O resultado, em relação a 2016, significa um crescimento de 33.607 veículos, ou 47,6% a mais do que fora vendido às locadoras no exercício anterior. A General Motors é uma das fabricantes que mais investe no país. Desde 2014, cerca de R$ 13 bilhões foram destinados à modernização de suas fábricas. Até 2020, o objetivo é que os complexos de Gravataí (RS) e São Caetano do Sul (SP) estejam inseridos no conceito de manufatura 4.0: prensas de última geração, solda a laser,

sistema de montagem de motor e transmissão, novas injetoras plásticas, novo processo de funilaria e novo transportador de veículo na linha de montagem. Atrás apenas dos Estados Unidos e da China, o Brasil é o terceiro país que mais vende veículos Chevrolet – por dia, a estimativa é de que pelo menos 1,5 mil unidades sejam comercializadas. Produtos da linha atual também podem ser considerados destaques de venda em seus respectivos segmentos, entre eles o Prisma, o Spin, o Tracker, o Cruze, a S10 e o recém-lançado Equinox, que se transformou no veículo de passeio da marca mais vendido no mundo. Na América Latina, o grande sucesso é o Ônix, o modelo mais vendido do continente.

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Frota

ÔNIX É O MODELO MAIS EMPLACADO NO SETOR PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO Desde seu lançamento, no final de 2012, o Ônix é o produto da Chevrolet com a mais rápida ascensão comercial. Cerca de 800 mil unidades já foram vendidas até 2017. No ano passado, inclusive, foi o modelo mais emplacado pelas locadoras, com 37.859 veículos. Em 2016, o Ônix já havia sido o líder em emplacamentos entre as locadoras. Considerado pelo Anuário Brasileiro do Setor de Locação de Veículos um hatch pequeno, o Ônix é oferecido nas versões LD, LT e LTZ, com motor SPE/4 especialmente desenvolvido para que o modelo seja mais eficiente e econômico, tanto na versão 1.0, quanto na 1.4 litro. O sistema multimídia MyLink também é inédito, permitindo a leitura de músicas, fotos, vídeos, aplicativos de celular e conexão Bluetooth para ligações. O design externo do veículo é inconfundível e imprime o apelo moderno da Chevrolet em sua moldura: espelho retrovisor e capa de maçaneta cromados, roda de alumínio 15’, calha de chuva, aerofólio, friso lateral, saia dianteira, faróis e lanternas esportivas, e adesivos para a soleira, coluna B e tampa traseira. Confortável, o Ônix é equipado com vidro e espelho retrovisor elétrico, kit antena com base, manopla esportiva, capa de banco de couro preta com medalhão de porta, lâmpada effect blue e haste de antena. Oferece como itens de segurança grade de radiador, câmera de ré para MyLynk, protetor de cárter, protetor de parachoque, alarme, trava elétrica, farol de neblina, sensor de estacionamento e display para sensor de estacionamento. A mais recente versão do Ônix divulgada pela Chevrolet foi a 1.4 Advantage, o modelo automático mais acessível da montadora. Foi desenvolvido especialmente para quem procura um veículo ágil, compacto e econômico. Direção: elétrica progressiva Câmbio: Activ Select automático de 6 marchas Quadro de Instrumentos: velocímetro digital, arcondicionado, sistema de áudio com Bluetooth (sem o MyLink), retrovisores, travas das portas e vidros dianteiros com acionamento elétrico. Segurança: Alertas de baixa pressão nos pneus, faróis acesos e cinto de segurança, sistema isofix e top tether, suplo airbag e freios ABS com EBD. Motor: Flex 1.4 ECO de 98cv, torque de 12,9kgfm e 11,7km/l na cidade (gasolina) e 106cv, torque de 13,9 kgfm e 7,9 km/l na cidade (etanol). Design exterior: calotas escurecidas aro 15, adesivos de coluna e capas dos retrovisores externos em preto brilhante e emblema com nome da versão nas portas dianteiras. Oferecido nas cores cinza, branco, preto ou prata. n

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Por Dentro

KWID ZEN 1.0 FLEX

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PREÇO ACESSÍVEL DO SUV COMPACTO EXPLICA O SUCESSO DE VENDAS DA RENAULT 45


KWID é o principal responsável pela Renault ter conseguido voltar aos top 5 mais vendidos no Brasil. Devido a procura agressiva pelo modelo, a montadora assumiu o desafio de entregar até o final de março 10 mil unidades. A meta foi superada: no primeiro trimestre houve 13.687 emplacamentos no Brasil. E não é para menos: o considerado SUV compacto, devido sua altura e ângulos de entrada (24º) e saída (40º) incomuns na categoria, foi lançado como sucessor do Clio e é um show de custo-benefício, com atributos tecnológicos imprescindíveis.

Travas e vidros

Direção elétrica

frontais elétricos

Bluetooth, USB, multimídia touchscreen e sensor de estacionamento.

Porta-malas: 290 litros

5 lugares

Rodas de liga leve 14"

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airbags frontais e laterais Dois pares de Ar condicionado

IsoFix para cadeirinhas infantis

Câmbio manual

CARACTERÍSTICAS DO KWID Altura 1,47 m Entre-eixos 2,42 m Largura 1,57 m Peso 779 kg MOTOR Cilindradas 1.0 SCe de quatro tempos 3 cilindros em linha 12 válvulas Injeção Multiponto Combustível FLEX (GAS/ALC) Capacidade 38 litros DESEMPENHO GASOLINA Autonomia 15,2 km/l Velocidade máxima 152 km/h Potência 66 cv (5.500 rpm) Torque de 9,4 kgfm (4.250 rpm) ALCOOL Autonomia 10,5 km/l Velocidade máxima 156km/h Potência 70cv (5.500 rpm) Torque de 9,8 kgfm (4.250 rpm)

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Por Dentro

O KWID ZEN 1.0 é a versão intermediária do modelo e, de acordo com a Renault, corresponde a 55% das vendas em relação às versões INTENSE (top de linha) e a LIFE. Enquanto a ZEN conta com direção elétrica, diâmetro de giro de 10,0m e pesa 779kg, a LIFE vem com direção mecânica com diâmetro de giro também de 10,0 m e 758kg. Já a INTENSE é uma versão que conta com atributos um pouco mais sofisticados (faróis de neblina, conta giros, computador de bordo, abertura elétrica do porta-malas, ajuste elétrico dos retrovisores), pesa 786kg e pode custar até 16% a mais que a ZEN. O design da carroceria foi pensado no estilo monobloco com quatro portas e capacidade para até 5 pessoas. O KWID ZEN 1.0 vem totalmente pronto de fábrica com os acessórios imprescindíveis: airbags frontais e laterais dianteiros, ar-condicionado, Isofix para cadeirinhas infantis nos bancos traseiros, travas e vidros frontais elétricos e ainda um porta-malas que comporta até 290 litros. Dentre os atributos opcionais do ZEN estão a conexão Bluetooth, entradas USB, multimídia touchscreen e sensor de estacionamento. Ainda sobre os atributos físicos, há quem arrisca dizer que o segredo da conquista do público, além do valor que é acessível, se dá pela classificação de utilitário esportivo com características de SUV, mas não ser tão grande quanto os tradicionais. Possui rodas de liga leve de 14”, 1,47 m de altura, 1,57 m de largura, entre-eixos de 2,42 m, e 18 cm de altura livre do solo – esse detalhe, em especial faz com que o motorista se sinta mais elevado.

O motor 1.0 SCe (o mesmo dos modelos Logan e Sandero) é de quatro tempos, possui três cilindros em linha, 12 válvulas, injeção multiponto, refrigeração por circuito, câmbio manual de 5 marchas. Conta com a tecnologia FLEX com capacidade para até 38 litros no tanque de combustível. E, falando em combustível, o Inmetro considerou que, em performance pela cidade, as versões INTENSE, ZEN e LIFE são os mais econômicos do segmento de SUV compactos, tanto em gasolina (15,2 km/l) quanto em álcool (10,5 km/l). Utilizado com gasolina, o ZEN é capaz de chegar à velocidade máxima de até 152km/h, na potência máxima de 66 cv (5.500 rpm) e torque de 9,4 kgfm (4.250 rpm). No álcool, faz 156km/h, alcança a potência máxima de 70 cv (5.500 rpm) e torque de 9,8 kgfm (4.250 rpm). No afamado teste de segurança Latin NCAP, o modelo conquistou três estrelas na proteção dos adultos e das crianças, graças aos quatro airbags (dois frontais e dois laterais) e ao sistema de Isofix. Na escala de segurança dos adultos, que vai de 0 a 34 pontos, o KWID conquistou 22,85 pontos e, no que diz respeito à segurança das crianças, de 0 a 49, o modelo somou 33,87. n

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Test-drive

Na pista com as “máquinas” O que dizem as locadoras sobre alguns dos mais cobiçados veículos do momento

UM TEST DRIVE muito original foi realizado em Atibaia, a 60 km de São Paulo (SP). Proprietários de locadoras associadas à ABLA estiveram numa pista “off road” para conhecer seis modelos que despertam a atenção por onde passam: a picape S10 e as SUV Trailblazer e Equinox, da General Motors; a picape Amarok e os sedans Virtus e Passat, da Volkswagen. “Cada vez mais, a locação de veículos será vista por todos os nichos de usuários como a melhor experiência relacionada ao conceito de mobilidade”, diz o presidente do Conselho Nacional da ABLA, Paulo Miguel Junior. “Assim, é preciso que os empreendedores do setor conheçam, ao volante, os veículos que já atendem esse desejo dos seus usuários”. Na prática, é crescente entre os proprietários das locadoras a inclusão, entre os critérios de compra, do desejo dos clientes em experimentarem “algo novo” com a locação. “O test-drive voltado

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Test-drive

“A conquista e o encantamento, tanto dos proprietários das empresas de aluguel de veículos, como de seus usuários, ficam a cargo de mais chances para dirigir de verdade" Jorge Pontual, diretor comercial da ABLA

“Fiz o test-drive com o Virtus, da Volkswagen, e concluí que conforto é a palavra desse carro, começando pela direção elétrica, que tem boa progressividade e leveza quando necessário. O modelo se diferencia pela segurança, já que vem equipado com dois airbags dianteiros e mais dois laterais, além do sistema de frenagem automática pós-colisão”. Sidney Reche Galdeano Filho Locadora Reche (AM)

“Achei o Virtus uma opção de baixo consumo e muito afinada com o que o público mais jovem procura ao alugar um veículo. Ao dirigir esse carro da Volkswagen é possível perceber que ele tem uma aerodinâmica que favorece a economia de combustível, e esse fator é sempre valorizado pelo usuário de qualquer veículo alugado”. Julio Torres Ribeiro Neto Ribal Locadora (DF)

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Test-drive

para os donos das empresas de locação vai ao encontro disso tudo, na medida em que gera a chance aos empresários de entrar em contato com novas tecnologias existentes nos veículos”, confirma o presidente do Conselho Nacional. Paulo Miguel Junior acrescenta que, também por isso, a ABLA pretende oferecer mais ações como essa, “em que os proprietários das locadoras associadas tenham a oportunidade de entrar em contato direto com os modelos que realmente podem agregar esse tipo de valor em suas frotas”. MONTADORAS TÊM MUITO A GANHAR Para as montadoras, a iniciativa do test-drive promovido pela ABLA para os empresários das locadoras associadas é um fator importante a ser considerado para modernas estratégias de vendas ao setor. Para Jorge Pontual, diretor comercial da ABLA, “na medida em que o test-drive tradicional, feito em alguns poucos minutos numa concessionária, tem sido cada vez menos suficiente para convencer o possível comprador, o setor de locação surge como

“Fiquei impressionado com a Amarok. Essa picape da Volkswagen tem um sistema ‘off road’ para descida que é supermoderno. Ao colocar em tração 4x4, o sistema segura a velocidade na descida sem qualquer esforço ou preocupação do motorista. O modelo tem mercado para as locadoras que trabalham com terceirização de frotas”. Carlos César Rigolino Junior Transvepar (PR)

“Estou muito surpreso positivamente com o conforto. Ao dirigir, a gente até esquece que está dentro de uma picape, pois se sente mesmo em um verdadeiro carro de luxo, dos mais espaçosos. Gostei dos bancos em couro, que podem ter a altura regulada eletronicamente, da central multimídia e do câmbio automático, que eu não esperava encontrar em uma picape grande”. Eduardo Correa Ranking Rent a Car (ES)

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Test-drive

“O Passat é ágil e ao mesmo tempo é estável. Esse modelo da Volkswagen me deu enorme segurança, com respostas precisas às mais leves pressões no acelerador. O câmbio faz as trocas rapidamente, tanto no automático, quanto no manual. Além disso, é impressionante o silêncio interno: praticamente não existe ruído e isso é outra qualidade que fica fácil de notar com o test-drive”. Cleide Brandão Alvarenga Localiza (TO)

“Testei o Passat e confirmei minha expectativa: realmente se trata de um modelo excelente para locar para empresas interessadas em oferecer o automóvel como benefício para seus executivos de alto escalão, assim como para o turismo de negócios. Ao dirigir esse modelo da Volkswagen, ele me pareceu uma perfeita união entre o luxo e o conforto”. Amadeu Oliveira Rede Brasil (MT)

“Dirigi o Chevrolet Equinox e constatei que ele traz o padrão norte-americano de conforto e de potência para as ruas brasileiras. O modelo valoriza a maciez e creio que tem todo o perfil para a locação diária, principalmente para turistas estrangeiros em viagens de lazer ou mesmo de negócios, acostumados com essas características em seus países de origem”. Paulo Gaba Jr., Europcar (SP)

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Test-drive

o fator mais decisivo de estímulo para as vendas, inclusive para as vendas no varejo”. Segundo ele, a estratégia para a propagação das marcas de cada montadora, exatamente por meio da locação, “já provou que surte resultados efetivos, sobretudo nesse momento de mudança na mentalidade das pessoas em relação ao conceito de mobilidade”, avalia. “Grande parte dos usuários do aluguel diário já admite que, quando entende que chegou o momento de comprar ou trocar de carro, inclusive leva em consideração somente as marcas e modelos que já tiveram a chance de alugar antes”. Assim, a conquista e o encantamento, tanto dos proprietários das empresas de aluguel de veículos como de seus usuários, crescem na medida em que também aumentam as oportunidades de dirigir de verdade, de ter a sensação de comando e de tirar toda a sorte de impressões positivas a partir da experiência ao volante.

“Depois de dirigir, eu diria que a Trailblazer é um 4x4 ‘inteligente’, ideal para a locação destinada para famílias em viagens de lazer. E que show de tecnologia tem esse modelo da Chevrolet, com computador de bordo e uma central multimídia que são realmente incríveis. Sem dúvida tem a robustez de uma picape e a sofisticação de um automóvel sedan”. Rossi Alencar 4 Rodas Rent a Car (PB)

A S-10 na estrada: modelo recebeu muitos elogios do pessoal das locadoras

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Test-drive

“O desempenho do Chevrolet Equinox é simplesmente maravilhoso. Gostei particularmente também do fato de o veículo avisar, com um pequeno ‘tremor’ no banco do motorista, qualquer perigo ou obstáculo iminente que surja atrás do carro. É perfeito, inclusive, para a locação destinada a executivos em viagens de negócios."elo Brasil”. Marconi Dutra Scala Rent a Car (BA)

“A Trailblazer é para quem gosta de aventura e para usuários da locação que sentem a necessidade de um modelo mais robusto, seja para trabalhar, seja para passear. Ao dirigir é possível sentir o quanto esse SUV da Chevrolet é ótimo e macio. Fica fácil notar que existe uma combinação de tecnologia, rendimento, design e segurança nesse carro”. Otávio Meira Lins, Unidas (SE)

“A nova Chevrolet S10 tem ‘a cara’ do Nordeste, com potencial para aluguel aos pecuaristas, fazendeiros, órgãos públicos e para outros nichos de usuários. Dá muita segurança ao dirigir e as novidades no conjunto mecânico e no visual também contam positivamente. Senti que a dirigibilidade e o conforto melhoraram muito em relação às versões anteriores”. Romero Rosa Locabem (MA)

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Ao Volante

Picapes disponĂ­veis em all black

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Ao Volante

AS CONFIGURAÇÕES do sonho de consumo dos apaixonados por picapes foram atualizadas: a Fiat Toro poderá ser comprada na versão Blackjack, em que todos os detalhes são pretos por dentro e por fora – apenas uma ressalva nas rodas de liga leve aro 17, nos retrovisores externos, no friso da grade dianteira, nas barras do teto e até mesmo no logotipo da Fiat, em que foram aplicados em grafite escuro. Tudo isso confere ao modelo um visual marcante. Além das características estéticas, a Toro Blackjack é baseada no modelo Freedom 2.4 com motor Tigershark MultiAir Flex (gasolina/etanol) de 174/186 cv e torque de 23,6/24,9 kgfm. Em relação ao conforto, o revestimento dos bancos

lhante. A intenção, de acordo com a montadora, é atender ao público de atitude marcante. O motor é o 2.0 TurboDiesel de 200 cv, seis marchas sequenciais, sistema 4x4, controles elétricos de estabilidade e tração e assistente de partida em rampas, para que o veículo não recue em saídas íngremes. Ao mesmo tempo, a Hyundai promete que o modelo Santa Cruz será lançado até 2020. A primeira picape da fabricante está sendo desenvolvida em conjunto com a próxima geração da Tucson. Será um SUV espaçoso para até cinco pessoas, quatro portas. O design da dianteira pode lembrar as rivais Oroch e Duster, da Renault, e o estilo monobloco a aproxima do modelo Honda Ridgeline.

mescla couro e tecido e tem a inscrição Blackjack bordada nos encostos dianteiros. Traz ainda central multimídia que transmite DVD e capta sinal de TV digital. Conta com ar-condicionado, faróis de neblina, luzes diurnas em LED, barras de teto longitudinais, entre outros componentes. Já a General Motors apresenta a versão Midnight na robusta picape S10. Conhecido por sua força, as características físicas do modelo ganham mais evidência com todos os elementos trabalhados na tonalidade escura: grade frontal e logos Chevrolet em preto, carroceria em ouro negro, rodas aro 18 com acabamento acetinado, emblemas Midnight nas portas dianteiras e tampa traseira, bancos de tecido Jet Black com detalhes em preto bri-

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Ao Volante

Audi apresenta o novo Avant-garde

TOTALMENTE conectado, o novo Audi A6 Avant-garde traz um novo design que imprime a atual linguagem da marca: elegância, esportividade e sofisticação. Possui 4,94 metros de comprimento, 1,89 metro de largura e 1,47 metro de altura, oferece flexibilidade no compartimento de bagagens com capacidades entre 565 e 1.680 litros. O que dá nome ao modelo de Avant são as station wagons, um tipo moderno de carroceria que alonga a silhueta do automóvel, o que faz com que ele seja atribuído à categoria de “perua”. O modelo possui sistemas de navegação e segurança para a melhor performance ao motorista, tais como a tecnologia de iluminação com faróis de LEDs HD Matrix; sistemas de assistência com frenagem de emergência, auxiliar de cruzeiro adaptativo e mais; e segurança passiva, que reconhece quando o motorista falha, emitindo um aviso visual, acústico ou tátil. Caso o condutor não responder, o sistema assume o controle, acende as luzes de advertência e automaticamente leva o A6 a uma parada em sua própria pista. Os clientes podem escolher entre quatro versões de suspensão: de mola de aço padrão, esportiva, com controle de amortecedor e pneumática adaptativa, também com amortecedores controlados.

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Ao Volante

Tiguan Allspace é o quarto produto da Nova Volkswagen

EM 2017, a Volkswagen anunciou trabalho duro para chegar no topo das vendas. Como uma ação afirmativa para consolidar essa ideologia, após lançar o facelift do Golf, a nova geração do Polo e introduzir a Amarok V6, a montadora anuncia agora o quarto lançamento: o Tiguan Allspace. O Tiguan Allspace é um modelo completamente novo, que será oferecido em configurações distintas, conforme o tipo de tração, motor, equipamentos e quantidade de assentos. O 250 TSI promete 250 Nm de torque, gerados pelo motor 1.4 TSI Total Flex, 150 cv, transmissão DSG de 6 marchas cinco lugares, tração 4x2 (dianteira) e capacidade de 710 litros no bagageiro. A versão 350 TSI marca o retorno da grife esportiva e traz motor 2.0 TSI com câmbio DSG de 7 marchas com 220 cv e 35,7 kgfm, capacidade de 1.870 litros e sete lugares. Em comparação com a primeira geração, o Tiguan Allspace está mais comprido, largo, baixo e tem a maior distância entre-eixos da categoria: 2.790 mm. Oferece o sistema de infotainment Discover Media de 8” totalmente conectado, com controle por voz e espelhamento de smartphone por plataformas Apple CarPlay, Mirrorlink e Android Auto.

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Ao Volante

C4 Lounge 2018 promete tecnologia e conforto

A CITRÖEN vem estabelecendo uma nova modalidade de produção, chamada de family feeling – uma maneira de se consolidar no mercado com modelos que prezam o conforto e a segurança. Depois de dois anos de estudo, a montadora resolveu apostar na remodelagem de um modelo consolidado, o C4 Lounge. São diversas novidades que fazem da silhueta do automóvel uma constante conexão: o para-choque moldurado, onde estão inseridos os faróis de neblina, se conecta com a lateral e integra a carroceria. A parte superior traz o Chevron, sempre utilizado nos modelos da Citroën, em design tridimensional. Todo o conjunto ótico do C4 Lounge conta com tecnologia Full Led com luzes diurnas (DRL), que conferem assinatura luminosa ao automóvel. O motor THP Turbo Flex garante alto desempenho e economia de combustível, enquanto o sistema Volt Control adapta o uso do veículo de acordo com a necessidade (por exemplo, “desacopla” a bateria do alternador quando está carregada e “acopla” quando carregada). Essas e outras características proporcionam um comportamento dinâmico e conforto que contribuem para tornar o C4 Lounge extremamente agradável de dirigir.

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Ao Volante

Ford Focus 2018 com mais conteúdo

A INTRODUÇÃO da opção de configuração hatch do motor 2.0 no Ford Focus 2018 fez com que o custo-benefício do veículo seja mais atraente. A versão está sendo denominada como SE e também traz opção do sistema de conectividade SYNC 3 em toda a linha Fastback – é o primeiro modelo a estrear a tecnologia no Brasil. Isso significa que o Focus 2018 possui em primeira mão a terceira geração da central multimídia da Ford, compatível com Android Auto e Apple CarPlay, tela de 8”, navegação e som premium da Sony. Além disso, essa geração oferece mais itens de segurança, como frenagem autônoma contra acidentes, controle eletrônico de estabilidade e tração, sistema preventivo contra derrapagens, assistente de partida em rampa, torque em curvas, frenagem de emergência, aviso de pressão baixa nos pneus, estacionamento automático em vagas paralelas e perpendiculares e faróis bi-xenon adaptáveis. O novo Focus pode ser adquirido com os motores 1.6 Sigma Flex com transmissão manual de cinco velocidades ou com o motor 2.0 Direct Flex, que possui transmissão sequencial de seis velocidades e “paddle shift”. n

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Representatividade

“Fazer parte da ABLA gera outros benefícios, além das compras de veículos em condições comerciais diferenciadas”.

ABLA defende as locadoras em audiência pública

O PRESIDENTE do Conselho Nacional da ABLA, Paulo Miguel Junior, representou as locadoras de veículos na mais recente audiência pública sobre “Economia Colaborativa - Mobilidade Urbana 2’, que tratou de locação, compartilhamento de veículos e também do transporte de cargas. Paulo Miguel defendeu o equilíbrio entre os processos tradicionais da economia e as novas tecnologias, dentro da Comissão Especial do Marco Regulatório da Economia Colaborativa. “No início, os aplicativos provocaram uma queda na demanda pelo aluguel de veículos”, disse o presidente da ABLA. “No entanto, depois, houve um ajuste no setor levando em consideração que as novas tecnologias criam situações e mudam parâmetros”. Para Paulo Miguel Junior, “é necessário que a legislação acompanhe essa evolução e esteja preparada de forma a não desabrigar quem já está no sistema”, acrescentou. “Temos de manter o equilíbrio entre o passado e o futuro, principalmente na área econômica”. A defesa dos direitos do setor, também em encontros como esse, na Câmara dos Deputados, faz parte do escopo dos serviços prestados pela ABLA. “Quanto mais empresas se associam, mais representatividade o setor acaba ganhando”, diz Paulo Miguel. “É importante que os empresários vejam que fazer parte da ABLA gera muitos benefícios, além das compras de veículos com preços e condições comerciais diferenciadas”. A Comissão Especial da Economia Colaborativa foi instalada em agosto do ano passado e já fez oito audiências públicas. Ao lado do presidente da ABLA, também foram convidados para esse debate em Brasília (DF) o conselheiro consultivo do aplicativo TruckPad, Ricardo Goldani Altmann; o presidente-executivo da Associação Nacional de Empresas de Aluguel de Veículos e Gestão de Frotas (Anav), Paulo Saab; a representante da Comissão de Assuntos Jurídicos da Anav, Luísa Carneiro; o representante do Bynd Serviços de Tecnologia, Gustavo Gracitelli; e o gerente-geral da Shippify Brasil, Lucas Grossi. n

Paulo Miguel Junior (em destaque no telão): presidente da ABLA foi a Brasília defender os direitos das locadoras. Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

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Fim de Papo

Seguro para quê? Em um mundo ideal, sem riscos, não haveria a necessidade da contratação de seguros. Mas não vivemos em um mundo ideal. Ildebrando T. S. Gozzo

É da necessidade de segurança, que se encontra no segundo nível da pirâmide de Maslow, que nasce no ser humano o desejo de se proteger dos perigos reais ou da sua imaginação. Essa percepção dos riscos gera sentimento de insegurança e desperta o instinto de preservação que são inerentes à natureza humana, motivando a busca para a sua proteção, da sua família e de seus bens. A premissa de que a probabilidade da realização do risco pode provocar perdas financeiras, patrimoniais e danos pessoais é que gera a necessidade no ser humano de buscar proteção no seguro, com o objetivo de minimizar ou reparar perdas e danos decorrentes de sinistros. Atualmente, a multiplicidade de riscos a que o indivíduo, sua família, e seu patrimônio estão expostos exige uma visão mais ampla e realista da necessidade de contratação de seguros com o fim de minimizar as perdas financeiras e econômicas decorrentes de sinistros, possibilitando a reparação dos danos e perdas sofridos e de responsabilidades que lhes possam ser imputadas. É da necessidade de segurança, que se encontra no segundo nível da pirâmide de Maslow, que nasce no ser humano o desejo de se proteger dos perigos reais ou da sua imaginação. Essa percepção dos riscos gera sentimento de insegurança e desperta o instinto de preservação que são inerentes à natureza humana,

O PSICÓLOGO americano Abraham Maslow contextualizou em seus estudos que as necessidades humanas obedecem uma hierarquia, conhecida como Hierarquia de necessidades de Maslow, ou Pirâmide de Maslow, que são:

realização pessoal

estima amor relacionamento

segurança fisiologia

moralidade, criatividade, espontaneidade, solução de problemas, ausência de preconceitos, aceitação dos fatos auto-estima, confiança, conquista, respeito dos outros, respeito aos outros amizade, família, íntimidade sexual segurança do corpo, do emprego, de recursos, da família, da saúde, da propriedade

respiração, comida, água, sexo, sono, homeostase, excreção Fonte: Reproduzida em Endeavor

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Fim de Papo

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motivando a busca para a sua proteção, da sua família e de seus bens. A premissa de que a probabilidade da realização do risco pode provocar perdas financeiras, patrimoniais e danos pessoais é que gera a necessidade no ser humano de buscar proteção no seguro, com o objetivo de minimizar ou reparar perdas e danos decorrentes de sinistros. Atualmente, a multiplicidade de riscos a que o indivíduo, sua família, e seu patrimônio estão expostos exige uma visão mais ampla e realista da necessidade de contratação de seguros com o fim de minimizar as perdas financeiras e econômicas decorrentes de sinistros, possibilitando a reparação dos danos e perdas sofridos e de responsabilidades que lhes possam ser imputadas.

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No universo das locadoras, quanto ao risco, temos:

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O risco pode ser evitado: O risco somente pode ser evitado caso haja essa possibilidade de escolha; se não houver, o mesmo deve ser tratado adequadamente. Como exemplo, não aceitar locar o veículo quando este se destinar a uso severo ou de circulação em regiões de alto risco.

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O risco pode ser retido: O risco pode ser retido, sendo que essa decisão pode decorrer tanto de atitude consciente, como por ignorância das consequências que pode advir da decisão de retê-lo. A locadora poder decidir não realizar o seguro de seus veículos, ou contratar as coberturas de responsabilidade civil a terceiros em valores que não a protegem, efetivamente, de prejuízos em sinistros de grande monta, ou de desconhecer a possibilidade de contratação, por exemplo, de coberturas a segundo risco.

As perdas podem ser reduzidas: As perdas podem ser reduzidas com a adoção de ações e iniciativas que minimizem a extensão do sinistro, caso este se materialize. A instalação de extintores, hidrantes entre outros equipamentos de combate ao fogo e a instalação de equipamentos de monitoramento podem reduzir o prejuízo em caso de incêndio ou de roubo, respectivamente. O risco pode ser transferido: O risco pode ser transferido para terceiros por subcontratação de um contrato assumido. Por exemplo, a contratação de uma locação com uma Empresa Locatária, pela franqueadora, que transfere para sua rede a obrigação de atender às necessidades da locadora em sua área de atuação, assumindo esta os riscos inerentes ao contrato de locação. O risco pode ser reduzido: O método mais eficaz de redução de prejuízos em decorrência de sinistros, caso o risco se materialize, é através do seguro, pois o custo para contratá-lo e a sua participação no sinistro (franquia) podem ser orçados ou estimados, representando esta despesa o máximo que, por exemplo, uma perda total de um veículo ou incêndio em suas instalações e pátio possa custar. Cabe ressaltar que a possibilidade de segurar um risco implica na observância de algumas condições, sem as quais o mesmo não pode ser segurado.

Quanto a sua natureza, o risco segurável é o: evento futuro, incerto (em relação à morte, a data de sua ocorrência), de natureza aleatória, lícito, possível de ocorrer, independente da vontade das partes contratantes, e do qual estão sujeitos as pessoas e bens, capaz de gerar um dano, um prejuízo ou responsabilidade, além de ser quantitativamente mensurável. Embora atendidos todos estes pré-requisitos não significa que a seguradora irá aceitar o risco. O segmento de locação de veículos, pelas suas características de elevado grau de risco na locação dos veículos, exige, por exemplo, que os gestores das locadoras busquem melhor conhecer os riscos a que estão expostos e se proteger, não só na contratação de apólice de seguro para seus veículos, mas também em relação aos seus contratos de locação em terceirização de frotas

A causa da agravação do risco pode ser reduzida: A causa que agrava a possibilidade de ocorrência de um sinistro pode ser reduzida através da adoção de política de minimização das condições de agravação das causas que provocam um dano, pela adoção de medidas de segurança. É o caso de política rigorosa de análise e checagem dos documentos e informações dos locatários, a fim de evitar sinistros decorrentes de estelionato e apropriação indébita, cujos riscos não são cobertos pelas seguradoras e, portanto, não estão cobertos em caso de sinistro, mesmo que a locadora tenha contratado o seguro para o veículo.

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Fim de Papo

“Manutenção de rede de

(exemplificando, quando a utilização dos veículos se destinar a: manutenção de rede de telefonia ou eletricidade, segurança, escolta, vigilância, polícia civil, militar e metropolitana, bombeiros, ambulâncias, Uber, táxi, car sharing ou similares). Essas atividades, que agravam o risco de ocorrência de sinistros e/ou desgastes dos veículos, estão cada vez mais restritas de aceitação pelo mercado segurador. Quando aceitas, têm seus custos de seguro e de franquias majorados em relação às demais atividades. É de todo prudente a análise da precificação do custo da locação dos veículos destinados a essas atividades, considerando na rubrica de despesas com seguro a possibilidade de agravo dos prêmios e das franquias pelas seguradoras, e até mesmo a recusa de aceitação do risco, em especial nas renovações em que a apólice apresente elevada sinistralidade. n

telefonia ou eletricidade, segurança, escolta, vigilância, polícia civil, militar e metropolitana, bombeiros, ambulâncias, Uber, táxi, car sharing ou similares são atividades cada vez mais restritas de aceitação pelo mercado

*Ildebrando T. S. Gozzo é diretor da ST Corretora de Seguros

segurador” 66


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