Revista Sucesso edição 45

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Revista da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande

NO FUTEBOL, NO ATLETISMO OU NO BASQUETE: um Campo Grande de novos talentos MORTES E ASSALTOS DISPARAM NA REGIÃO

ANO 10 | Nº 45 | JULHO / AGOSTO 2016 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

DICAS PARA COMPOR O PREÇO DO SEU PRODUTO OU SERVIÇO

Elivana e Ivana, filha e mãe à frente da Ki Korpo

NEGÓCIO DE

Família Donos de empresas tocadas por diferentes gerações falam sobre vantagens e desvantagens do modelo, ainda amplamente predominante no país


ÍNDICE 06 Promessas do esporte 10 Café com ideias 13 Entrevista: Guilherme Eisenlohr 16 Gestão: como precificar seu produto ou serviço 18 Ordem pública: camelôs 24 Capa: empresas familiares 36 Segurança pública: crimes em Campo Grande 42 Dúvida do Associado 43 Giro Local 46 Que Lugar É Esse?

VIOLÊNCIA, ESPERANÇA OLÍMPICA E UM ASSUNTO BEM FAMILIAR Esta edição da Sucesso traz dois dos temas mais debatidos estes tempos, Jogos Olímpicos e insegurança, além de um assunto muito familiar. Às portas do maior evento esportivo do planeta, a repórter Rita de Cássia Costa apresenta o duro panorama das promessas da região que podem brilhar mês que vem aqui no Rio ou nas próximas edições olímpicas – apesar da já lendária falta de apoio aos nossos talentosos jovens esportistas, na forma de mais bolsas, patrocínios e incentivos. O pacote de segurança traz números alarmantes sobre o crescimento da violência e da sensação de insegurança no Rio e na nossa região. O total de assassinatos na Grande Campo Grande saltou 129% nos quatro primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período de 2015, e as autoridades daqui nos ajudam a analisar o que causou isso. Já o assunto familiar são os negócios geridos por pais, mães, filhos (e, muitas vezes, avós, sobrinhos, tios...), todo mundo junto e bem misturado. Elas representam mais de 80% das empresas do país e, claro, têm peculiaridades interessantes por envolver trabalho e questões domésticas. Cinco dos nossos associados nos contam como profissionalizaram a gestão e conseguiram manter cada coisa no seu lugar, seja ele a sala de jantar ou a sala de reuniões. Boa leitura! Guilherme Eisenlohr Presidente da ACICG

ACICG - CONSELHO DELIBERATIVO

EXPEDIENTE A revista Sucesso é uma publicação de responsabilidade da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande. Endereço: Rua Augusto de Vasconcelos, 1236, Campo Grande - Rio de Janeiro - Telefone: 2416-4000 Editor: Alessandro Soler (MTB 26.293) | Editora Adjunta: Elisa Eisenlohr | Contato: revistasucesso@ outlook.com | Capa: arte de Elaine Rodrigues sobre foto de Ully Stella | Diagramação: Elaine Rodrigues Tiragem: 3 mil exemplares | *As opiniões de artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores e não necessariamente refletem a posição da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande.

Presidente: Guilherme Eisenlohr Vice Presidente: Mounir Issa Nehme 1º Secretária: Waldecila Corrêa 2º Secretário: Jairo Tulio de Oliveira Rodrigues 1º Tesoureiro: Everaldo Fernandes 2º Tesoureiro: Luiz Costa Guedes Procurador Geral: Roberto Othoniel Diretor de Marketing: Fabiano Carvalho Diretor de Tecnologia / Informática: Victor Guerson Diretor Jurídico: Leandro David Diretora Financeira / Contábil: Rosane Brum

Diretor de Inovação e Parcerias: João Victor Cunha Diretor de Promoções: Ricardo Barbosa Diretora de Relações com Governo: Tereza Couri Diretor de Desenvolvimento Urbano: Carlos Brito Diretora Social e de Assuntos Comunitários: Silvia Fernandes Diretor de Relações Industriais: George Dib Diretor de Relações Públicas: Matias Barbosa Diretor de Eventos: Idmar Cid Muniz Diretora do Núcleo Calçadão: Mirtes Ferreira Diretor de Novos Associados: Samir Nehme CONSELHEIROS DE HONRA: Sergio Figueiredo, Wilson José C. Filho, José Luis Dutra, Jorge Luiz M. S. Junior, Rosali Garcia Tauil, Anderson Audi, Maurício Martins de Almeida, Renato Melo REVISTA SUCESSO |

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INFORME PUBLICITÁRIO

COM KNOW – HOW EM PRÉDIOS DE LUXO, A RADICAL R2 SE FIRMA NO MERCADO IMOBILIÁRIO. Entre diversas Construtoras existentes no mercado da Construção Civil, a Radical R2 Engenharia com sólido Know-how em prédios de luxo, foi fundada por FRANCISCO RENOVATO, Diretor Comercial e seu irmão LUCIANO RENOVATO, Diretor Técnico. Ambos, com sólidos conhecimentos em obras de grande porte, se uniram para atender a um número de clientes carentes para tais investimentos cada vez mais reduzidos. West Medical Center

Revista Sucesso - Por que você decidiu ser empresário da

Revista Sucesso - Qual o perfil ou o modelo de construção

Construção Civil?

adotada pela Radical R2?

Francisco Renovato - A história começa aos meus 17 anos,

Francisco Renovato - Não temos esta singularidade, a

quando fui à inauguração do Barrashopping, e vi aquela

Radical R2 constrói prédios, obras de qualquer natureza,

movimentação toda de formas simétricas repetitivas e desiguais

dentro da sua especialidade. Os nossos desafios são sempre

(lojas), mas com vida própria na busca do melhor conceito

superados na entrega das obras, no cumprimento dos prazos

arquitetônico para convencimento do público. Designs modernos

e na satisfação do cliente.

moldados em concreto armado me apaixonaram.

Revista Sucesso - E os projetos futuros?

Revista Sucesso - Como a Radical R2 se especializou em

Francisco Renovato. - Atualmente, sentimos uma enorme

construção de prédios de alto padrão?

necessidade do aprimoramento e dedicação em ações que

Francisco Renovato - No inicio, fazíamos obras industriais,

garantam o desenvolvimento da sustentabilidade, relacionado

trabalhávamos para Brahma, Gerdal, Petrobrás..Após toda essa

ao desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio

trajetória, iniciamos na área imobiliária e vimos a carência de

ambiente.. Um loteamento dotado de todos estes recursos,

qualidade que existia neste setor. Foi aí que nos especializamos e

aproveitando o ecossistema de regiões ricas de natureza, poderá

os resultados foram e são bastante atraentes.

ser o nosso projeto futuro.

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ESPORTE

ESPORTE se apresentam. Mesmo com a pouca idade, os dois meninos de sorriso frouxo já carregam a responsabilidade de atender às expectativas depositadas sobre eles. Destaques entre os mais de 130 garotos de 6 a 15 anos no projeto Escolinha do Léo Moura, eles são tidos como promessas do esporte. Como os dois, muitos meninos e meninas vivem o espírito olímpico na nossa região e sonham com a glória – apesar das lendárias falta de estrutura e de incentivo que deixam pelo caminho tantos talentos esportivos nacionais.

HOJE: CAMPEÕES DE GARRA E RESISTÊNCIA.

AMANHÃ: MEDALHISTAS DE OURO Meninos e meninas da nossa região são tidos como promessas do esporte e brilham apesar da falta de investimento e das dificuldades Texto: Rita de Cássia Costa Fotos: Francisco Araújo

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Brilho nos olhos e aquela ansiedade de quem quer conquistar o mundo. É assim que duas das grandes promessas do futebol na região, Yan Carlos e Christyan Ferreira, de 10 e 12 anos respectivamente,

Os dois meninos, que moram na região do Vilar Carioca, em Inhoaíba, chegaram ao projeto há dois anos, assim que foram iniciadas as atividades da Escolinha por aqui. Mesmo sem acesso a bons campos de treinamento e a qualquer incentivo financeiro, eles forjaram um talento inato, que chama a atenção dos treinadores. Hoje lutam para conseguir uma vaga nas divisões de base do Flamengo. “Eu fico muito feliz quando dizem que sou uma promessa porque é uma chance que eu tenho de jogar em times grandes. Mas eu preciso ter garra, me dedicar e mostrar talento. Daqui a 10 anos me vejo jogando futebol e conquistando a Copa do Brasil”, diz Yan, reproduzindo discursos de grandes jogadores, como seus ídolos Nenê e Cristiano Ronaldo. As dificuldades financeiras permeiam as histórias de praticamente cada um dos futuros atletas de alto rendimento da região. Treinando no Centro Esportivo Miécimo da Silva, Gabriela da Silva Matos, de 16 anos (basquete); Adrielle da Silva, 12 anos (ginásticas rítmica e artística); e Débora Ramos, de 21

(atletismo), compartilham obstáculos que, mesmo duros, não as desanimam. Gabriela, que começou há apenas dois anos e já se destaca, enfrenta problemas até mesmo para chegar ao treino. A jovem, que está no ensino médio mora, com a mãe, dona de casa, e vive da pensão deixada pelo pai já falecido. “Minha mãe é minha incentivadora, não me deixa desistir, mas é complicado. Eu deixo de vir ao treino em alguns dias, porque só tenho carona às terças e quintas. Minha escola está ocupada e não tenho como recarregar o cartão escolar que me ajudava antes”, lamenta. Adrielle se entristece por não ter apoio do pai. Ela treina há 7 anos e participa de inúmeras competições que demandam muito dinheiro para os padrões da família. As despesas ainda dobram, já que sua irmã, de 15 anos, também está seguindo seus passos na ginástica. A mãe, Adriana da Silva, bate o pé e acompanha a filha por todo canto, mesmo que isso gere ainda mais custos diários para a família. Adrielle vai ao Miécimo de terça a sexta para treinar em todas as modalidades que pratica. Hoje, a pequena atleta está nas equipes de competições do centro nas modalidades de ginástica olímpica, artística e balé. Enquanto elas enfrentam a longa rotina antes de conseguir um patrocinador – um dos principais motivos que levam à desistência de potenciais atletas -, Débora está em busca de sua primeira competição fora do país. Qualidade ela já tem, basta ver sua coleção de troféus e medalhas, que ela mostra com orgulho pela tela do celular. O que falta, mais uma vez, é o dinheiro. Para tentar solucionar, decidiu rifar uma bicicleta com a qual tinha sido premiada em uma competição na semana anterior: “Os principais problemas são financeiros mesmo, precisamos de parceiros. Eu quero me preparar para os próximos Jogos Olímpicos e competir”, diz, determinada.

O trabalho é duro, mas cada vitória torna mais doce esse caminho de pedras. Jéssica Louise, hoje jogadora da seleção brasileira na categoria júnior, pode dizer isso com toda a certeza. A jovem começou no handebol em 2011, na escola onde estudava, no Jardim Maravilha. De lá para cá, competiu por diversos colégios e, hoje, treina e compete pela Força Aérea Brasileira. Na sua coleção de glórias, destaque para o Campeonato Pan-Americano da modalidade. Em 2020, nas Olimpíadas de Tóquio, terá grandes chances de defender o país, com a renovação das atletas da seleção feminina. “Quero muito estar nos próximos Jogos, então treino muito. Faço treinamentos físicos, além de acompanhamento alimentar”, explica a atleta de 20 anos.

A partir do alto, Débora (atletismo), Adrielle (ginástica rítmica e artística) e Gabriele (vôlei): planos para os próximos jogos

Caso integre mesmo a Seleção, ela repetirá as trajetórias de duas atletas de ponta da nossa região que já realizaram seu maior sonho: disputar os Jogos Olímpicos do Rio, no mês que vem. A SUCESSO conversou com elas, Gilda Oliveira, lutadora de 32 anos, e Clarissa dos Santos, jogadora de basquete de 28. Em comum a elas e aos meninos que ainda dão seus primeiros passos, a superação diária de muitas dificuldades, alimentadas por um único objetivo: o ouro.

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ESPORTE

ESPORTE

DUAS ATLETAS, DUAS PROMESSAS HOJE A SUCESSO bateu um papo com Gilda Oliveira, lutadora de 32 anos, e Clarissa dos Santos, jogadora de basquete de 28, que são da região e participarão da Rio-2016. Elas falam sobre sobre o início da carreira e a dificuldade para chegar até aqui.

Campo Grande. Depois de um tempo conheci a luta olímpica comecei a obter bons resultados, me apaixonei pelo esporte e não parei mais.

GILDA OLIVEIRA Luta olímpica 32 anos Como você se encontrou no esporte? Sempre gostei de esportes de combate e, aos 16 anos, comecei a praticar jiu-jítsu em um projeto social, em

Quais foram as principais dificuldades para virar atleta? As principais dificuldades comuns a todo atleta é se manter no esporte. Conseguir apoio e patrocínio para poder competir e continuar na modalidade. Tive sorte e consegui um clube para me apoiar, o Sesi-

Osasco, clube em que estou até hoje. Também sou atleta da Marinha do Brasil. Qual a sua relação com o bairro? Foi aqui que você descobriu o esporte? Campo Grande é um bairro de que gosto muito, tanto que moro nele até hoje. Em Campo Grande foi onde comecei a praticar jiujítsu. Especificamente no Miécimo da Silva. Em sua opinião, de que o bairro precisa para

ser cada vez mais um celeiro de grandes atletas? De um número maior de projetos de esporte e em diferentes modalidades. Quanto mais projetos, mais crianças vão participar, e formaremos grandes atletas e grandes cidadãos. Além disso, carecemos de maior apoio aos atletas. Sem incentivo, patrocínio e apoio é muito difícil alcançarem qualquer objetivo.

MIÉCIMO, O MAIOR ‘PÓDIO’ DA NOSSA REGIÃO Centro Esportivo é peça vital na formação de atletas locais, mas enfrenta dificuldades Os depoimentos de atletas e futuros atletas ouvidos pela SUCESSO não deixam dúvidas: o Centro Esportivo Miécimo da Silva tem um lugar de extremo destaque na formação de esportistas e cidadãos na nossa região. Criado em 1982, é mantido pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer e oferece 54 modalidades a 9.600 alunos inscritos. A sua infraestrutura,

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Ainda hoje o Miécimo acolhe promessas de diferentes esportes. Você tem algum projeto? Algum plano de ajudar essas crianças de alguma forma? No momento, temos toda a preparação voltada para os Jogos Olímpicos, e não sobra tempo. Mas gostaria muito de fazer algo para ajudar a divulgar cada vez mais nosso esporte e levar mais atletas de Campo Grande para os Jogos

Olímpicos. Como está sua preparação para os Jogos? Quais as suas expectativas? Me encontro treinando forte para chegar à minha melhor performance nos Jogos. Treino cinco vezes durante a semana, de vez em quando até seis, e divido os treinamentos entre a parte física e a técnica. Minha expectativa é dar o melhor de mim e tentar subir ao pódio.

porém, está aquém da importância do espaço para os novos talentos da região. Tendo assumido há apenas dois meses, Thiago Barros, novo diretor, tem grandes ambições com relação ao espaço e promete integrar alto rendimento, lazer e qualidade de vida nas atividades oferecidas pelo lugar. O principal problema a ser encarado é a infraestrutura: falta de ar-condicionado, banheiros deteriorados e pista de atletismo e campo em condições ruins são alguns dos obstáculos dessa corrida. “Pegamos o centro esportivo em uma situação complicada, foram muitos anos sem a atenção que o lugar merece. Está

CLARISSA DOS SANTOS Basquete 28 anos Como você se descobriu no esporte? A minha relação com o esporte teve início na vontade de ter uma atividade após a escola. Sempre gostei muito de

brincar, e minha irmã fazia vôlei no Centro Esportivo Miécimo da Silva. Eu queria fazer também. No começo minha mãe não deixou, porque eu só tinha 10 anos, e minha irmã, 15. Quando eu estava para fazer 13, minha irmã completou 18 anos, e minha mãe a deixou me levar. Comecei praticando vôlei, mas estavam fazendo inscrições para o atletismo e me convidaram para praticar a modalidade. No início não queria, mas fui e comecei a gostar. Praticava vôlei e atletismo. Um tempo depois, quando tinha

15 anos, um professor me chamou para jogar basquete. Comecei a gostar, larguei o vôlei e fiquei no basquete e no atletismo até meus 19 anos. Fui federada, primeiro no atletismo. Mas o Centro Esportivo montou uma equipe de basquete, e eu comecei a jogar mais, e este esporte acabou me ganhando. Você teve dificuldades em treinar morando em um bairro distante do Centro? Dificuldade não é como defino. Tinha que pegar ônibus e trem, as quantidades de conduções, às vezes, eram muito grandes, assim como o tempo de deslocamento. Mas

isso nunca foi encarado com dificuldade, porque fazia com a maior alegria. Eu me divertia bastante no caminho de casa para o treino. Lembro-me de comprar paçoca no trem, com um real, fazia uma festa. No ônibus, sempre íamos em grupo e brincado uns com os outros. Eram companhias maravilhosas. Nas vezes em que ia sozinha, dormia um pouco. As lembranças são mais divertidas do que difíceis. Qual a sua relação com Campo Grande ainda hoje? A minha relação é ativa, total. Quando estou no Rio, estou em Campo

Grande. Meus familiares todos estão no bairro, e eu também, sempre que posso. É a minha casa e meu lugar preferido no Rio de Janeiro. Como atleta vinda da região, em que pontos ela precisa melhorar para gerar mais atletas? Acho que temos de melhorar na questão de investimento. Se a gente investir no esporte, junto com a educação, vai conseguir formar mais atletas. Mais condições e acesso para os jovens irem treinar e para os pais poderem acompanhar mais seus filhos no desenvolvimento de uma modalidade esportiva, seja ela qual

for, são fundamentais, e toda a sociedade sairá ganhando. A abertura de mais Centros Esportivos, como o Miécimo da Silva, em outros sub-bairros de Campo Grande, também seria algo muito. Com isso, os atletas teriam a possibilidade de treinar suas habilidades e, eventualmente, tornarem-se grandes nomes no esporte. Mas, mesmo que esses jovens não se tornem atletas, o esporte terá contribuído para que se tornem grandes cidadãos, o que é o mais importante.

muito difícil em questão de estrutura: não tem água quente, não tem porta no banheiro... Estava em uma situação rumo ao sucateamento. Já estamos dando uma outra cara aqui dentro, e um dos objetivos é trazer de volta a população para cá”, afirma Thiago. Entre as medidas já tomadas, ele destaca a diminuição da burocracia para usar o espaço, além da reserva de 20% das vagas para estudantes da rede pública. A proposta de Thiago é restabelecer o propósito de inclusão através do esporte, pilar de fundação do Miécimo. Para

concluir seus projetos de reestruturação e melhorias no atendimento à população, ele calcula dois anos – mesmo em um período de eleições que talvez possa comprometer a sua gestão. Atualmente, Thiago também cede o espaço, garantindo parcerias com empresas, revertendo o dinheiro arrecadado em materiais fundamentais para o espaço e incorporando doações ao patrimônio, a fim de deixar um legado. Se você quiser ajudar o Centro Esportivo Miécimo da Silva, pode entrar em contato por meio do telefone 3316-3987.

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CAFÉ COM IDEIAS

CAFÉ COM IDEIAS vivendo no Rio de ‘band-aid’ em ‘bandaid’, de pedalada em pedalada. (...) A saída da crise se dará pela Zona Oeste”, disse.

“NÃO TENHO ALIANÇA TIPO ‘SOPA DE LETRINHAS’ PARA DISTRIBUIR CARGOS” Carlos Roberto Osório (PSDB) vem à região e abre a série de encontros promovida pela ACICG para conhecer as propostas dos pré-candidatos à prefeitura do Rio Texto e foto: Rita de Cássia Costa

A Associação Comercial e Industrial de Campo Grande deu início, no último dia 5 de julho, à temporada de debates com os pré-candidatos à prefeitura do Rio dentro do evento Café com Ideias. O primeiro convidado foi o deputado estadual Carlos Roberto Osório, do PSDB, que passou pelo escrutínio de um grupo de empresários da região e respondeu a perguntas sobre política, economia e infraestrutura, entre diversos outros temas. Osório foi secretário de Conservação e de Transportes do município na gestão de Eduardo Paes (PMDB), do qual se tornou crítico, além de secretário estadual de Transporte no governo de Luiz Eduardo Pezão (PMDB). Ele ressaltou a importância de manter e ampliar as obras de mobilidade na região e afirmou que, se for eleito, promoverá “fóruns constantes” com a comunidade campo-grandense para debater os problemas locais. “Estamos caminhando para debates com os moradores da cidade a fim de construir uma nova proposta de Rio. Hoje estamos

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O debate inaugurou um modelo de perguntas que será usado pela associação em todos os encontros com pré-candidatos. São 13 indagações, fixas, relacionadas a educação, saúde, ordem pública, transporte, mobilidade urbana e desenvolvimento econômico. Entre os assuntos com maior repercussão junto aos empresários presentes no Café com Ideias esteve o histórico loteamento de cargos públicos entre “caciques” locais, frequentemente inadequados para cargos como administrador regional e subprefeito. “Eu não sou um político tradicional, quero servir à minha cidade. Não quero ser governador, não tenho aliança tipo ‘sopa de letrinhas’ para distribuir cargos”, alegou o pré-candidato. Diferentes empresários presentes no encontro ressaltaram a importância de questionar os pré-candidatos sobre as ideias que têm para a região. “Num momento de crise como o que vivemos, a escolha do voto tem papel fundamental para ajudar o país a sair reestruturado”, disse Guilherme Eisenlohr, presidente da ACICG. “O Café com Ideias é um excelente instrumento de participação da classe empresarial e de demais representantes da sociedade local, ao debater temas importantes para a vida do bairro e da região. Essa versão do evento, voltada para a apresentação dos pré-candidatos, serve muito bem para avaliarmos as intenções de cada um deles”, ponderou o arquiteto e associado José Luiz Dutra.

prefeito Eduardo Paes e atacou a redução no total de investimentos. “Houve queda de 11% no montante aplicado em cada unidade de ensino do município”, descreveu o deputado, que, no entanto, disse ainda não ter “fechado” suas propostas para a área. “Vou buscar ideias diretamente dos professores ao ouvir suas demandas e dificuldades.” Saúde Apesar de ter sido favorável à municipalização do Hospital Rocha Faria, Osório admitiu que a mudança de responsáveis não deu o retorno esperado. Ainda segundo ele, a prefeitura “entrou, mas não assumiu completamente o hospital”, tocado diretamente pela Organização Social Maternidade Therezinha de Jesus. Como a SUCESSO mostrou na edição passada, o sucateamento é notável, e até mesmo o teto de gesso da emergência infantil desabou sobre pacientes e funcionários recentemente, sem deixar feridos. O deputado não apresentou qualquer ideia concreta para melhorar a unidade e os postos de saúde da região. Questionado sobre construção de novas unidades, ele disse preferir “reestruturar as já existentes”. Transportes Secretário de Transporte responsável pela implantação do BRT durante a gestão Paes, Osório defendeu o sistema, alvo de inúmeras críticas por problemas

operacionais e de traçado e pela ausência de um debate maior com entes locais antes da sua implantação. Questionado duramente pelos presentes, o deputado falou sobre seu plano de expandir a linha do BRT pela Estrada do Monteiro até a chegada à Estação Mato Alto. A ausência de alternativas ao corredor expresso também foi alvo de queixas dos empresários, e o deputado citou a SuperVia, cuja fiscalização é competência do estado, e não da prefeitura. Mobilidade Urbana O pré-candidato afirmou que “pequenas medidas podem ajudar na retomada da qualidade da mobilidade urbana”. Entre elas, estariam o ajuste e a modernização dos semáforos de toda a cidade. Mesmo com os grandes engarrafamentos, constantes reclamações dos campo-grandenses, Osório afirmou que não deve fazer obras vultosas, como a construção de novas vias ou viadutos, em decorrência do caixa deficitário que deverá herdar caso seja eleito. Desenvolvimento Econômico Carlos Roberto Osório mencionou a importância de “abrir os braços ao investimento e aos empreendedores para, assim, gerar empregos”. Pregou a diminuição da burocracia – que, hoje, impede a rapidez dos processos de formação de empresas – e a informatização desses trâmites, sem entrar em detalhes sobre suas propostas.

EXPRESSAS EM TEMPOS DE CRISE, EXPANSÃO... A Bassin Consultoria, comandada pelo economista Eduardo Bassin, um dos muitos empresários presentes no Café com Ideias de julho, acaba de inaugurar um novo espaço. Agora na sala 207 do centro empresarial Business Completo, Eduardo afirma que, mesmo com a crise, precisou quase dobrar seu espaço e seu contingente. “A crise é, sem dúvida, algo negativo, mas acaba aumentando nosso trabalho em consultoria, uma vez que muitos precisam de ajuda para se reestruturar e reduzir seus gastos. Ainda temos previsão de crescimento para os próximos meses.” … E BOA AÇÃO Além da nova sede, Eduardo está com um projeto para ajudar gratuitamente micro e pequenos empresários. Ele pretende lhes conceder planilhas de controle financeiro. A base são itens que constam no IPC-A (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), agrupados de maneira simples para facilitar o entendimento do leigo. Para solicitar a sua, basta entrar em contato com a Bassin por meio do telefone 2415-7882. PARA CURTIR E SABOREAR Não são só os grandes. Micro e pequenos empresários da região também aderem às redes sociais para divulgar seus produtos e serviços e até para ampliar as vendas. Robson Ribeiro, da Marilda Refeições, reformulou seus perfis no Facebook e no Instagram e tem colhido dezenas de curtidas ao apresentar os pratos que serão servidos a cada dia. Além de interagir com os clientes, eles recebem pedidos de entrega e antecipam novidades. “Investir na interação pelas redes sociais é uma das melhores linhas para renovar o negócio”, ensina. A Marilda Refeições fica na Rua Conceição de Castelo 10, Vilar Carioca.

PALAVRA DA ASSOCIAÇÃO

Conheça alguns dos principais pontos abordados por Osório

O projeto Café com Ideias surgiu da

Todos os pré-candidatos à prefeitura do

posicionamento do futuro prefeito. O

necessidade de dialogarmos diretamente

Rio de Janeiro estão sendo convidados

sucesso do Café com Ideias depende da

Educação

com autoridades das esferas municipal,

a responder 13 perguntas sobre temas-

participação tanto dos associados como

estadual e federal sobre problemas e

chave identificados. Educação, saúde,

de todos aqueles preocupados com o

necessidades específicas de Campo

ordem pública, transporte, mobilidade

desenvolvimento do nosso amado bairro.

Grande. Em 2016, em face às eleições

urbana, desenvolvimento econômico e

Sua participação é responsável pelo

municipais, o projeto sofre uma evolução

criação de empregos são exemplos dos

aroma e o sabor desse importante café.

e uma padronização de seu protocolo.

assuntos sobre os quais buscamos um

Participe!

O pré-candidato falou em “sucateamento das escolas”, que formam “analfabetos funcionais”. Ele criticou o que chamou de estagnação dos investimentos em educação no segundo mandato do

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ENTREVISTA

‘ESSE É O MOMENTO DE SE REINVENTAR’ Presidente da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), Guilherme Eisenlohr fala sobre a nova fase da entidade, mais propositiva e fiscalizadora, e dá dicas aos empreendedores para navegar com mais segurança em plena turbulência política e econômica Em tempos de turbulências econômicas, inovação. Se a crise é política, proposição e iniciativa. Com espírito renovado aos 55 anos de existência, a Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG) colhe os frutos de uma nova fase ainda mais atuante, marcada pela cobrança por melhorias para a infraestrutura e a economia da região. Nesta entrevista com a SUCESSO, o presidente da entidade, Guilherme Eisenlohr, deixa claro que Campo Grande não pede privilégios; exige direitos condizentes com uma população de mais de 483 mil pessoas e um conjunto de serviços, comércio e indústria que geram quase um quarto dos impostos da cidade. O que mudou na postura da associação no que toca à relação com as administrações municipal e estadual? A cobrança aumentou? Guilherme Eisenlohr: - Entendemos que atingimos resultados muito abaixo do que esperamos de uma relação saudável com o poder público. Sempre recebemos muito bem todas as autoridades, mas as demandas de nossa região continuam afetando a vida do empresariado e da população do bairro. Em reunião, a diretoria decidiu que precisamos ocupar um papel fiscalizador mais severo. A nova Revista SUCESSO, a excelente exposição da ACICG nas redes sociais e o retorno positivo de nosso público demonstram que estamos no caminho certo. Por que crê que o poder público deve particular atenção a Campo Grande? O que a região tem de especial? Somos o bairro mais populoso do Rio, com mais de 483.000 habitantes, o bairro 12

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responsável por 24% da arrecadação dos impostos na cidade, além de ser aqui que se decide uma eleição para prefeito. Como se não bastasse, alguns dos maiores números de empregos e renda partem daqui. Acha que hoje Campo Grande recebe os investimentos em infraestrutura, a manutenção e os recursos em segurança pública a que faz jus? Por certo temos um potencial invejável. No entanto, a contrapartida, que é a melhora da região, não ocorre como desejado. Na área da segurança, a PM tinha um contingente de 1.200 homens para uma população de 364.000 habitantes no ano 2000. Hoje, passados 16 anos, a população é de 483.000 (aumento de mais de 32%), e o número de policiais caiu para menos de 360 (redução de 70%). Na Guarda Municipal, contamos com apenas 22 agentes, sendo 8 administrativos. Em 2.000, eram 100.

Guilherme Eisenlohr, Presidente da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande

Em que medida uma associação mais fiscalizadora beneficia os associados e a região? Nosso objetivo é também tentar implantar a cultura da fiscalização na população. Vale lembrar que estamos falando do nosso dinheiro. Quem melhor do que nós mesmos para observar de perto como ele é gasto? Um governo sério entende esse processo e e se beneficia dele. A construção de um país melhor se faz assim, participando! Que conselho daria para os empresários associados nesses tempos de crise? Esse é o momento de se reinventar. Descobrir novas formas de ganhar dinheiro e reduzir despesas. A palavra de ordem agora é inovação! Atuem com cautela e união. E continuaremos construindo um país gigante pela própria natureza para nossos filhos e netos.

*Arquivo pessoal

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INFORME PUBLICITÁRIO

FACEBOOK PARA NEGÓCIOS LOCAIS Para muitos proprietários de negócios locais, o

divulgação nas imediações ajudam a alcançar

marketing é apenas uma entre as várias tarefas

pessoas nas proximidades do seu negócio. É

que devem ser realizadas todos os dias. Devido a

possível atingi-las a qualquer momento, em

isso, acaba sendo um grande desafio alinhar uma

qualquer dispositivo, de modo que elas lembrem

estratégia efetiva com o melhor custo-benefício

de você quando estiverem nas proximidades.

para promover o seu negócio, não é verdade?

A divulgação nas imediações sugere direcionar um

Hoje, dentre todas as estratégias de marketing

raio flexível ao redor da sua empresa com base na

digital que sua empresa pode utilizar para

densidade populacional. Todos os que morarem nessa

impulsionar o seu negócio local, estar no

área ou a visitarem poderão ver o seu anúncio.

Facebook é uma das mais importantes. O principal

Vejamos um exemplo de como este tipo de anúncio

motivo é o seu alcance extraordinário e o seu

pode funcionar muito bem: vamos supor que você

poder de segmentação. Quando combinadas, estas

tem uma pizzaria e deseja divulgar o delivery para

duas características fazem com que você atinja as

todos os que gostam de pizza e estão a um raio

pessoas certas, aquelas que têm grandes chances

de até 1km de distância do seu estabelecimento.

de virarem clientes sem ter que perder tempo e

Com este tipo de anúncio, isso é possível. Você pode

dinheiro com quem não é seu público-alvo.

definir um raio de alcance do público de 1km a

O Facebook é uma rede social de alto impacto,

partir do endereço do seu estabelecimento e ainda

sobretudo no Brasil, uma vez que 90% da população

segmentar somente para quem tem interesse por

com acesso à internet no País está na rede social,

pizza, pizzaria, massas, entre outros.

ou seja, mais de 90 milhões de pessoas. Não tenha dúvida. Os seus clientes estão no Facebook.

Agora pense neste exemplo aplicado para o seu negócio, onde você irá informar qual é o raio de

A primeira coisa que você deve ter em mente é

distância que você quer atingir e irá segmentar

que utilizar o Facebook como negócio é diferente

para as pessoas que tem interesse pelo seu tipo

de utilizá-lo para fins pessoais. Entender que

de produto ou serviço, ou seja, todas as pessoas

há esta diferença é fundamental. Portanto, se

que estão dentro deste raio e são potenciais

está em seus planos começar uma estratégia de

clientes, irão receber o seu anúncio.

Facebook Marketing, e aumentar a presença, o

Essa é a melhor maneira de alcançar as pessoas

reconhecimento da marca em sua região e, com

que estão perto da sua empresa, mesmo que

isso, aumentar as vendas, não deixe de por em

isso represente uma curta distância ou alguns

prática essa dica a seguir.

quilômetros (de 1 a 80 Km).

O Facebook disponibilizou um novo recurso que ajuda você a promover o seu negócio local,

Use-o já para conseguir mais vendas, novos clientes e ótimos resultados.

ou seja, um restaurante, um pet shop, uma loja,

Se você quiser saber como criar esses anúncios

um salão de beleza, uma clínica, ou algum outro

passo-a-passo, pode baixar gratuitamente o meu

estabelecimento onde o seu público-alvo são

livro digital ”Facebook para negócios locais“ através

pessoas que estão próximas da sua empresa.

do link (www.agenciatsuru.com.br/facebook-para-

Você sabe que seus potenciais clientes são aqueles

negocios-locais).

que moram próximos ao seu estabelecimento, ou estão passando por perto, correto? Agora é possível alcançar esse público de uma forma mais precisa no Facebook. Os anúncios de 14

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Vitor Guerson Sócio-diretor da Agência Tsuru e consultor de Marketing Digital

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SEU BOLSO

PREÇO:

O JOGO DOS SEIS ACERTOS Conheça os passos fundamentais na hora de decidir quanto cobrará por um produto ou serviço Empresário bom tem visão telescópica e de raio-x ao mesmo tempo. Só assim vai conseguir equilibrar um dos pilares fundamentais para o sucesso do seu negócio, a composição do preço que aplicará ao produto ou serviço que vende. A visão de longo alcance lhe permite conhecer em minúcias o mercado em que vai operar, as dinâmicas de oferta e procura, as condições oferecidas pelos competidores. O olhar para

DETALHE, AH, O DETALHE Nosso associado Sandro Monteiro, diretor de processos e estratégia financeira da Vetor Consultoria Empresarial, aconselha mapear detalhadamente as despesas em primeiro lugar. Luz, telefone, aluguel, salários, impostos, juros de empréstimos, embalagens, grampo de papel, lâmpada, caneta: tudo deve ser contado. No caso dos impostos, é preciso conhecer o regime tributário: Simples, Lucro Real ou Lucro Presumido. Caso seja Simples (até R$ 3,6 milhões de faturamento anual), não há direito a crédito tributário – o pagamento do imposto é integral, mas com alíquotas mais baixas. Se a empresa optar pelo Lucro Presumido, poderá abater o valor do ICMS do pacote total (no Estado do Rio, a alíquota básica desse imposto parte de 18%). Já no Lucro Real, além do ICMS, podem-se descontar o PIS (1,65%) e a Cofins (7,6%).

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dentro de si vai permitir equacionar detalhadamente cada cifra, por mínima que seja, relacionada à própria empresa – impostos, custos com aluguel, pagamentos de salários etc. O preço depende de um delicado equilíbrio entre todos esses fatores. Parece difícil, mas quem consegue é recompensado pelo sucesso de vendas e por uma boa posição no mercado. Confira os passos elementares recomendados pelos especialistas para acertar em cheio.

QUEM QUER COMPRAR ISSO? Se o negócio é novo, faz falta uma pesquisa de mercado na hora de projetar vendas. Ela permitirá dividir com precisão o custo total da sua empresa pelo número de itens (ou serviços) que deverão ser vendidos mensalmente. Achômetro ou pressa na hora de fazer essas estimativas são os piores inimigos. Lembre-se: economia é ciência humana, e mesmo quem manteve o próprio emprego em tempos de crise se influencia pelo clima de pessimismo no ar e passa a comprar menos. Seja conservador nas estimativas de vendas.

A GRAMA DO VIZINHO... Prestar atenção ao que a concorrência anda oferecendo é importante. Não adianta fazer as contas detalhadas, chegar a um valor x e, então, dar-se conta de que o vizinho oferece a mesma coisa por x/2. Adequar-se aos padrões do mercado é o modo mais realista de calcular sua margem de lucro.

QUEM RECICLA NÃO SE TRUMBICA Reciclagem, no sentido da constante formação e do aprimoramento dos processos, é item básico no radar dos melhores empreendedores. O Sebrae, por exemplo, oferece um bom curso de formação de preços que analisa diferentes aspectos e traz dicas e exemplos de inúmeros negócios. O melhor: é à distância, e você escolhe o melhor momento de fazer. Em https://ead.sebrae. com.br/cursos/formacao-do-preco-devenda você pode obter mais informações.

CHOVE LÁ FORA. E AQUI? Tudo mudou, o mercado sofreu o tal pico de competição. Ou, pior: a concorrência aumentou, e a crise ainda por cima é a maior em muitas décadas. O que fazer? “Negociar, negociar e negociar com o fornecedor. Pagar menos para manter ou aumentar a margem. Procurar empresas que trabalham com estudos de eficiência energética, menor consumo de água, cortar despesas que são fruto de desperdício... Não dá para demitir só. Você precisa de mão de obra”, afirma Sandro Monteiro, da Vetor.

EU GANHO, TU GANHAS, TODOS GANHAM O professor de Administração da Fundação Getúlio Vargas Adriano Gomes ensina que o próximo passo é determinar o preço de venda líquido, ou seja, o quanto você espera ganhar independentemente de impostos, descontos que oferecer, comissões para vendedores ou outros fatores. O PVL é igual ao custo dividido por um menos o percentual da margem. Por exemplo, se o custo for de R$ 100, e o percentual da margem de lucro, 20%, o PVL será de R$ 120. É sobre ele que você precisa ter margem para flutuações do mercado. Se o seu produto ou serviço custa R$ 50, e os concorrentes vendem algo similar por R$ 60, pode escolher entre aumentar e estar em linha com o que eles praticam (margem mais alta, talvez menos vendas) ou manter em R$ 50 (margem mais baixa, ganho na quantidade).

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ORDEM PÚBLICA

ORDEM PÚBLICA

Calçadão

DEPOIS DO ANOITECER... Zonas de comércio e imediações de estações viram camelódromos cada vez maiores, trazendo concorrência desleal para empresários da região; ações de repressão da prefeitura são insuficientes para conter o problema Fotos: Ully Stella

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Ao lado das estações de trem Campo Grande e Inhoaíba. Ao longo de toda a Augusto de Vasconcelos. No encontro das ruas Aurélio de Figueiredo e Iaçu, junto à rodoviária. Não há grande ponto de afluxo de pessoas, hoje, em Campo Grande, sem uma concentração perceptivelmente maior de camelôs. Será a crise. Será a fiscalização falha e incerta.

O fato é que a concorrência desleal do comércio irregular já castiga empresários legalmente estabelecidos, que pagam impostos e veem suas vendas minguarem enquanto, muitas vezes, oferecem-se produtos similares na calçada em frente. As próprias fachadas das lojas chegam a ser escondidas pelas barracas, como a SUCESSO constatou numa blitz que flagrou a presença de muitos camelôs em zonas de comércio da região, principalmente depois do anoitecer. No Calçadão, os ambulantes mal esperam o fechamento das lojas para começar a ofertar seus produtos. Relógios e roupas contrabandeados, bijuterias, CDs piratas e outros itens que não pagam impostos e são trazidos ao Rio por intermédio de máfias internacionais saem por preços mais baixos dos que nas lojas formais e atraem a atenção de consumidores no horário da volta para casa. Nas vizinhanças das estações, barracas de alimentos sem controle sanitário fazem concorrência direta com as lanchonetes bem em frente. Na região da rodoviária, mais barracas de comida e de quinquilharias – lanternas, pilhas, utensílios de cozinha, material escolar. Um camelô abordado pela reportagem admite que o material que vende é oriundo de caminhões “tombados” – muitas vezes atacados – que cruzam comunidades de bairros limítrofes à Avenida Brasil. Ou seja, fruto de roubo. O problema é geral, admite a prefeitura, e castiga a cidade toda. Mas em Campo

Grande, antes uma das zonas mais “protegidas” do comércio irregular sistemático, é notável o aumento do número de barracas. A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) afirma ter intensificado as operações – foram 16 desde o início do ano. Questionado, o órgão prometeu que intensificará nos próximos dias o controle nas regiões mencionadas. Mas a fiscalização diária, a que efetivamente coíbe a presença dos irregulares, é quase inexistente. Com oito guardas municipais lotados numa pequena unidade da força em Campo Grande, cujas imediações roçam os 485 mil habitantes, segundo estimativa estatal, não há braços suficientes para o controle permanente. Segundo a prefeitura, ano passado foram levadas a cabo 56 operações para reprimir o comércio ilegal. Mas, como a abordagem repressora não deve ser a única, uma vez que a escolha da atividade irregular por parte dos camelôs supõe falta de alternativas, o poder público ainda deve um plano eficaz de integração dessa massa trabalhadora. A prefeitura implantou ano passado, em parceria com o Sebrae, um projeto de licenciamento rápido de atividades comerciais, o Rio Mais Fácil. Porém, poucos camelôs estão aptos a requisitar a legalização por meio do sistema, uma vez que muitos atuam em zonas cujo comércio de rua é vedado por lei. Na prática, o Rio Mais Fácil teve, segundo uma fonte interna da prefeitura,

pouco impacto sobre o comércio ambulante na região. Enquanto isso, a repressão esbarra no cobertor progressivamente mais curto das forças de segurança. Como as operações contra o comércio irregular muitas vezes contam com a presença de policiais, dado o potencial de conflito violento envolvendo as remoções, teme-se que seu número e sua frequência caiam ainda mais. É que, por determinação da Secretaria estadual de Segurança Pública, houve redução de, em média, 30% no número de viaturas e de 20% no total de policiais civis em diligências em todo o estado, reflexo da maior crise financeira fluminense em décadas. Autoridades policiais admitem que o combate a crimes contra a vida tem sido a prioridade, o que já se reflete num aumento no número de roubos, por exemplo. É o que você confere a partir da página 34.

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INFORME PUBLICITÁRIO

SORVETE NO INVERNO! SIM, VOCÊ NÃO LEU ERRADO O TÍTULO. ESTÁ CORRETÍSSIMO. Para os hábitos brasileiros, naturalmente o sorvete só é bem visto no verão. Isso vem da nossa herança de um país tropical com temperaturas elevadas. Mas gostaria de convidar vocês para uma profunda reflexão sobre o tema. Vocês sabiam que no verão o corpo humano nos solicita naturalmente hidratação? Ou vocês acham que sentir sede acontece o ano todo? Talvez até aconteça, mas no verão aumenta muito nossa vontade por tomar algum líquido, digo, água, suco, refrigerante, sorvete.... Que atire a primeira pedra quem nunca sentiu sede de tomar um sorvetinho no verão. Mas retornando ao nosso assunto, no inverno é onde precisamos ter mais cuidado com a hidratação do nosso corpo, é quando o corpo não pede e temos que nos forçar a tomar muito líquido. A hidratação no inverno é tão importante quanto no verão. A desidratação no período de temperaturas baixas é silenciosa e quando menos esperamos aparecem os problemas: renais, tonturas, ressecamento da pele, entre outros. Quando chegamos nesse ponto, já não temos muito o que fazer, é procurar ajuda médica. Mais curiosidades O nosso famoso sorvete surgiu há 3 mil anos, na China, onde faziam uma pasta de arroz misturada à neve, muito próximo do que conhecemos como “raspadinha”. Com adição de frutas, esta iguaria ficou ainda mais saborosa e popular. Os países nórdicos (Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia) são os maiores consumidores, pois consomem sorvete durante todas as estações

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do ano. E não se assustem quando digo que esses são os países mais frios do velho continente. E a primeira loja? O que se tem registrado na história é que a primeira loja de sorvetes, ou sorveteria, foi inaugurada na cidade luz e encantadora dos namorados: Paris (1660). A chegada do sorvete no Brasil se deu no Rio de Janeiro e teve um papel muito importante na história, sendo considerado um dos fatores que impulsionaram a liberdade de expressão feminina no país. Pois bares e confeitarias eram frequentados exclusivamente por homens, e, com a chegada da delícia gelada, as mulheres somaram forças para falarem seus primeiros atos de revolução: “Vamos sair para tomar um sorvete?”. Curiosidade por curiosidade, digo um fato mais do que especial. Em 1992 foi fundada, em Campo Grande, a Sorvetes Ki Legal, que hoje tem mais de 40 sabores. Além de o sorvete ser delicioso, este especificamente, oferece vários benefícios para a saúde, por ser rico em vitaminas A, B1, B2, B6, C, D, K, proteína, cálcio, fósforo e outros minerais essenciais para uma nutrição balanceada. Hoje a Ki Legal é uma das maiores sorveterias (atacado e varejo) do Rio de Janeiro, fornecendo sorvetes e picolés para várias sorveterias e restaurantes de todo o Município do Rio de Janeiro. Agora, vamos deixar a curiosidade de lado e provar um sorvetinho?

Marli Martins

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CAPA

CAPA Na saúde, na doença, nas alegrias e na hora do aperto, família é (quase) sempre porto-seguro. Para muitas empresas, também. O modelo de empreendimento gerido por membros de um mesmo clã continua muito popular no Brasil, onde, segundo estimativa do Sebrae, mais de 80% dos negócios têm essa característica. De gigantes como Itaú, JBS, Votorantim, Grupo Globo e Sadia à pequena padaria ali da esquina, não faltam exemplos de companhias tocadas por diferentes gerações que, igualmente em diferentes níveis, enfrentam questões delicadas de sucessão, governança corporativa, gestão de pessoal… Na nossa associação não é diferente: são muitos os casos de empresas familiares que encontraram o caminho do sucesso a partir das próprias experiências e nos contam como conseguem separar questões pessoais e profissionais da melhor maneira possível, sem brigas à mesa – seja a do jantar ou a de reuniões.

NA SALA DE REUNIÕES OU

na de jantar? Donos de empresas familiares da região ensinam como separar os assuntos corporativos e pessoais, mantendo a saúde financeira da organização e as boas relações entre seus membros Texto: Rita de Cássia Costa e Mateus Andradas | Fotos: Ully Stella 24

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Um estudo da consultoria internacional KPMG feito a partir de entrevistas com representantes de 200 companhias em 16 estados brasileiros e divulgado no mês passado mostra que a principal preocupação das empresas familiares é separar os interesses. “Já existe a consciência da necessidade de distinção entre o patrimônio particular e o da empresa”, diz Sidney Ito, sócio da KPMG, para quem ainda faltam práticas efetivas em muitos negócios para garantir essa profissionalização. Hábitos comuns em empreendimentos familiares pequenos – tirar dinheiro do caixa para despesas de casa, por exemplo – surpreendentemente ainda persistem, o que tanto gestores de companhias familiares bemsucedidas quanto especialistas condenam. “Aqui isso não acontece mais desde, pelo menos, 1990”, afirma Pedro Paulo de Bragança, diretor financeiro e um dos diretores gerais do Colégio Novo Rio e da Escola Técnica do Rio de Janeiro (Eterj), um grupo educacional com 54 anos de experiência e, atualmente, cerca de três mil alunos divididos entre as duas unidades, em Santíssimo e Itaguaí. “Naquele ano morreu o meu pai, Pedro Paulo, que, ao lado da minha mãe, Terezinha, criou a primeira escola, um internato, ainda em 1962. Somos cinco irmãos, mas apenas três assumimos o comando da escola. Há 26 anos está tudo muito bem definido e dividido, nunca houve problema de sucessão por isso. Não há mistura de temas

da família e da empresa. Temos remuneração como executivos e boas práticas de governança corporativa”, descreve.

CONSULTORIAS PARA PROFISSIONALIZAÇÃO Eles contrataram duas consultorias, em diferentes momentos, para ajudar a profissionalizar o grupo. Além disso, fizeram cursos – o do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) entre eles – e, agora, pretendem criar um conselho de administração, um modelo recomendado por gestores para esses casos, por dar transparência e profissionalismo às decisões. Esses corpos de gestão costumam ter um organograma bem definido, ou seja, um gráfico com os nomes de todos os seus membros, com a participação e as responsabilidades de cada um rigorosamente descritos. De acordo com o estudo da KPMG, mais da metade das empresas familiares brasileiras têm conselhos de administração, quase sempre com membros de fora do clã. Mas há casos em que a mentalidade corporativa é assimilada e desenvolvida somente dentro da própria família.

MAIORIA QUER MANTER CONTROLE NA FAMÍLIA Foi assim na JM Imobiliária, cuja história no ramo remonta a muitas décadas. Jane Mazolene, a matriarca, dirige o grupo há dez anos, mas foi o avô dela, Angelo, italiano imigrado para o Brasil na Segunda Guerra Mundial, quem começou a adquirir terrenos, inspirando o seu filho, Tomaso, pai de Jane, a iniciar a companhia. Hoje, aos 90 anos, Tomaso vê com orgulho como seus netos Caroline, advogada, Angelo, corretor de imóveis, e João Pedro, financista, estudaram e se prepararam para tocar os negócios. “Tudo é muito profissional e controlado, mas nem sempre foi assim”, admite Jane. “Houve um tempo em que a coisa era só gasto, maravilha. Na época, quando jovem, eu não entendia o não do meu pai. A verdade é que gerir bem é ter pulso firme e saber quando se pode ou não gastar”, ensina Jane, cuja opção por manter a administração 100% familiar está em linha com a maioria das empresas do gênero, segundo a pesquisa da KPMG. Nem sempre é um caminho fácil. Afinal, se, por um lado, a ideia é manter o controle entre os parentes, REVISTA SUCESSO |

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CAPA

No alto, parte da família Ribeiro Brum reunida ao lado do patriarca, Sebastião; Elivana e Ivana, filha e mãe à frente da KiKorpo; Embaixo, Rodrigo e o pai, Walter, da WS Moldes;

CAPA

por outro é difícil a muitos pais confiar totalmente nos filhos e fazer uma transição de poder suave, sem traumas. O clã Ribeiro Brum, à frente de uma das maiores empresas de contabilidade da região, a Ribeiro Brum Contabilidade e Imobiliária, orgulha-se de ter conseguido. Fundada há 17 anos pelo antes funcionário público Sebastião Brum, a empresa tem quatro filhos dele envolvidos na gestão: Elaine, advogada e corretora; Heloísa, contadora; Rosane, advogada e gestora de RH; e Heber, o mais novo e único homem, contador. Todos são sócios de Sebastião, que fez questão de que os filhos passassem por todos os setores e níveis hierárquicos: “Sabemos o que o colaborador passa e como podemos aconselhar porque já vivemos aquilo. Começamos por baixo, não chegamos nos sentando na mesa da chefia”, diz Heder. Sebastião conseguiu convencer as filhas, então professoras, a mudar de carreira e ir trabalhar com ele. “As crianças abraçando minha carreira me fizeram sentir completo”, emociona-se.

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uma das fábricas de moda praia mais bemsucedidas da Zona Oeste, com sete lojas físicas espalhadas pelo país e foco no e-commerce. Criada há 16 anos, a grife foi a saída rápida que Everaldo Alves, o patriarca até hoje à frente da administração, encontrou para atender à necessidade de alimentar a família após o incêndio que destruiu sua loja de tecidos. Com o material que sobrou eles investiram nas peças de moda praia e conseguiram iniciar as vendas em tempo recorde. Ivana, mulher de Everaldo, já tinha experiência no ramo e foi decisiva na hora de levantar a Ki Korpo, que cresceu rapidamente e, hoje, além do casal, também emprega dois dos quatro filhos, Elivana, diretora criativa, e Fúlvio, que trabalha na área administrativa.

A LUTA PELA PRÓPRIA VOZ Os dois foram preparados desde cedo para assumir os negócios, mas admitem que ainda é difícil fazer valer suas ideias. “No início era pior”, relata Elivana, que foi mostrando seu talento e sua capacidade ao

AFINAL, É A CASA DA GENTE Rodrigo recorre às memórias de infância para corroborar o que ele diz: “Desde os 6 anos de idade eu brincava nos corredores da fábrica, cresci vivenciando isso aqui, não tinha como não virar minha profissão”, conta o hoje vice-presidente, que reconhece ser um dos poucos a dobrar seu Walter, de temperamento fechado e pouco dado a elogios. “Sou tratado como qualquer funcionário, não tem diferença em ser sócio, família... Ele me dá puxões de orelha da mesma forma”, conta Rodrigo, que tem uma banda e lembra um episódio envolvendo sua faceta artística que despertou a ira do pai. Foi quando ele resolveu gravar um clipe na fábrica. A superprodução irritou Walter, que não esperava por algo envolvendo tanta gente. “Ele ficou sem falar comigo por três dias! Mas, depois de o clipe ficar pronto, mostrou para um monte de gente”, Rodrigo se diverte. Se o lugar em que qualquer um de nós trabalha é cenário de tanta coisa que nos acontece e marca, isso ganha ainda outra dimensão quando o escritório

é compartilhado com alguém da família. Com brigas ou risadas, vitórias ou derrotas, o modelo de empresa familiar é mais do que positivo, na opinião dos nossos entrevistados, porque, independentemente da experiência, significa vivê-la ao lado de quem a gene ama. “Empresa familiar pode dar tão certo que os Klein querem recomprar as Casas Bahia (depois de tê-las vendido para Abílio Diniz, do Pão de Açúcar, e este ao grupo francês Casino). O Forno de Minas está na mão da família que o criou novamente”, enumera Pedro Paulo de Bragança, da Eterj. “Tem muito carinho, muito amor numa empresa familiar. A gente enxerga como um pedaço de si, da própria vida.”

Jane, da JM Imobiliária, e dois de seus herdeiros

longo dos anos: “Não espero um tapinha nas costas, mas, hoje em dia, vê-los procurando minha opinião é um avanço e um motivo de orgulho.” A diretora criativa diz não se ver trabalhando com outra coisa, apesar do incentivo da mãe para que tenha também uma experiência em outra empresa. “Me sinto bem aqui”, resume a estilista, cujo legado já está assegurado. A filha Raíssa, de 20 anos, cursa moda; e Talita, de 22, está concluindo administração, de olho, quem sabe?, na gestão da Ki Korpo. Mesma expectativa têm Jane, da JM (cujo neto, Tomaso, de 15 anos, diz que vai tomar conta dos negócios da família), e Rodrigo Souza, segunda geração à frente da WS Moldes, fabricante de equipamentos para telecomunicações, materiais médico-hospitalares e peças industriais sediada em Campo Grande. Herdeiro de Walter Faustino, criador

A necessidade de

da empresa há 23 anos, Rodrigo já vê o próprio

superar juntos grandes

filho, Ryan, interessar-se pelo negócio. O segredo

desafios também

para o interesse natural é um só: para a família, a

costuma ser muito

WS é mesmo como a própria casa. Tanto que, com

motivadora em

a crise, em vez de tirar dinheiro do caixa, eles têm

negócios familiares.

é colocado, a fim de reequilibrar as contas. “Entra

Que o diga a

alguma coisa e já cobrimos os custos. Vendi algumas

família Alves,

coisas minhas. Nunca passamos por uma fase tão

dona da Ki Korpo,

ruim, mas essa fábrica é nossa vida”, justifica Walter. REVISTA SUCESSO |

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INFORME PUBLICITÁRIO

INFORME PUBLICITÁRIO

pelos

seus

clientes

ou

quais

são

mais

Não deixe de dar a devida atenção à gestão

lucrativos, e traçar estratégias de marketing

de seus negócios. Você pode ser um exímio

para melhor divulga-los.

comerciante, mas se não controlar a operação

Através da análise dos custos da empresa, podemos identificar onde podemos agir para promover uma redução dos mesmos e sanear as contas em tempos difíceis. Nos casos em que o empresário tem mais de uma empresa, é possível identificar qual unidade

É inegável o papel importantíssimo que uma boa

baixa de suas empresas, identifiquei também um

gestão representa aos negócios, trazendo além

aumento excessivo na quantidade de demissões.

de controle, números e informações que dão o

Mas também pude identificar que as empresas

caminho exato que as empresas têm que seguir

que prezam o controle administrativo e a análise

para expandir e lucrar.

de suas operações tem sofrido bem menos nesses

Mas em tempos de crise essa gestão torna-se

momento,

faturamento x custos, e, como resultado dessa análise tomar a decisão de fechar algum ponto

Neste

de nossos negócios, e muita das vezes determina

colaboradores nesta área, faz toda a diferença.

a continuidade de sua existência.

E é aí que o Profissional da Contabilidade pode

e delegue às pessoas certas o suporte que você precisa para que sua habilidade se sobressaia.

micro e pequenas empresas tem de maiores

O profissional da Contabilidade tem a vivência da experiência de erros e acertos de centenas de clientes e por isso pode lhe dar a melhor orientação de qual estratégia pode ou não funcionar na alavancagem de seu negócio.

ter

bons

assessores

e

beneficiar seus negócios.

e contador são imprescindíveis um ao outro. Um escritório de contabilidade só tem razão em existir para bem orientar e auxiliar no crescimento dos empresários, bem como, uma empresa só prospera com segurança e estabilidade se tiver e assessorando nos caminhos a seguir.

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empresa. Se atenha ao que melhor sabe fazer

crise, mantendo o papel importante que as

quais produtos ou serviços são mais procurados

uma

sentido de querer tomar conta de tudo em sua

resultado final do grupo econômico.

considerável de clientes solicitando paralisação ou

escritório

um Super Homem ou Mulher Maravilha no

levando o lucro dos outros pontos de venda no

um bom profissional ao seu lado, lhe orientando

meu

Como última orientação: nunca tente ser

Desejo a todos que possamos vencer esta

Através dos números, é possível identificar

em

lucrativo e saudável.

de venda que não seja lucrativo e por isso acaba

gama

recebido

não será capaz de manter seu negócio vivo,

empregadores do país, e que o governo entenda de uma vez por todas que carga tributária alta não quer dizer arrecadação alta. Que possamos privilegiar a classe empresarial desse país, para o bem do nosso destino...

A grande dica que posso deixar é que empresário

tempos de incertezas.

imprescindível à manutenção da saúde financeira

Pelo menos nesses últimos dez meses, tenho

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*Foto Pressfoto / Freepik

A IMPORTÂNCIA DA BOA GESTÃO EM TEMPOS DE CRISE

apura maior lucratividade no confronto entre

dos seus negócios, essa habilidade por si só

SAMIR FERREIRA BARBOSA NEHME Contador / Advogado / Administrador de Empresas Vice-Presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Estado do RJ

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INFORME PUBLICITÁRIO

DESENVOLVIMENTO URBANO

INFORME PUBLICITÁRIO no país teria um custo direto, em nível nacional, de R$ 7 bilhões, em desembolsos parcelados a serem aplicados em quase uma década. Afirma ainda que o orçamento do Ministério das Cidades poderia bancar esse ónus financeiro se tivesse a tecnologia de mobilização social para realizar a tarefa, alega também que os custos totais dessa verdadeira revolução social correspondem a menos da metade de um único desembolso atual do Bolsa-Família.

Por Carlos Machado Brito Advogado, Bacharel e Mestre em Direito, Economista e Diretor-Presidente da Sociedade Cultural do Progresso Urbano no Brasil

O impacto da regularização da propriedade a nível nacional, se a valorização com a titulação da propriedade for na ordem de R$ 10 mil por habitação, teria efeito direto em termos de acréscimo de riqueza, para os brasileiros pobres, e seria da ordem de R$ 150 bilhões em todo o país. Castro, falando sobre o valor do choque de riqueza, menciona acréscimo de R$ 150 bilhões, que corresponderia, a título de comparação, a cerca de 20% da riqueza previdenciária hoje nos 300 fundos de pensão existentes no Brasil. Afirma ainda que, em todo o Brasil, a solução do projeto Cantagalo, com um vasto programa de titulação nacional, adicionaria o correspondente a 20% da riqueza acumulada dos fundos atuais em um breve período de tempo. Desta forma o estoque

A ECONOMIA SUBTERRÂNEA

da imobiliária nacional poderia sofrer um acréscimo de R$ 1 trilhão.

*Foto VisualHunt.com

E A LEGALIZAÇÃO DAS FAVELAS A legalização das FAVELAS PROPORCIONANDO A ELAS TÍTULOS DE PROPRIEDADE é analisada pelo economista peruano Hernando de Soto no seu livro “MISTÉRIO DO CAPITAL”, no qual registra OS EFEITOS DA PROPRIEDADE quando se legaliza uma favela, que ele classifica como capital morto. Paulo Rabelo de Castro (atual presidente do IBGE), no seu livro “O Galo cantou! - A conquista da propriedade pelos moradores da Favela do Cantagalo do Rio de janeiro”, referindo-se ao que De Soto chama de capital morto dos níveis dos imóveis não formais das pessoas pobres e no terceiro mundo e no ex-bloco comunista, avalia que o valor total dos imóveis de posse extralegal dos pobres é de pelo menos US$ 9,3 trilhões. Castro, desenvolvendo o raciocínio de De Soto, estima que a regularização dos direitos de propriedade de 15 milhões de moradias irregulares

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INFORME PUBLICITÁRIO

INFORME PUBLICITÁRIO sem, efetivamente, alguém precisar o imóvel. Isso facilita sua avaliação e percepção de oportunidades por um grupo maior de pessoas, não apenas pelo proprietário, seus conhecidos ou vizinhos. Dessa forma, mais pessoas podem usar

A TRANSFORMAÇÃO DO CAPITAL MORTO EM RIQUEZA

sua engenhosidade para agregar valor ao imóvel. 3 — Tornar as pessoas responsáveis O direito de propriedade garantido pela lei faz com que as pessoas não precisem mais contar com seus vizinhos ou conhecidos para garantir seus direitos sobre o bem. Em contrapartida, precisam se identificar para o sistema formal de *Foto VisualHunt.com

propriedade. Isso elimina seu anonimato e permite que sejam localizadas e responsabilizadas mais facilmente por seus atos. Não é mais tão simples consumir serviços públicos sem pagar por eles, usufruir de uma sem pagar ou descumprir e se tornar inacessível. Assim, o direito de propriedade incentiva as pessoas a obedecerem à lei, sob pena de poder perder sua propriedade. Isso também faz com que contrapartes contratuais levem-nas mais a sério, pois possuem algo a perder em caso de descumprimento. 4 — Tornar os ativos abstratos A descrição padronizada permite que os ativos, por intermédio de suas representações sejam abstratamente considerados para analisar-se a viabilidade de negócios e atividades econômicas. Podem ser combinados, separados, divididos ou comparados, no papel apenas. Os ativos podem também ser mantidos íntegros fisicamente, embora legalmente separados, de diversas formas: condomínio, investimento em uma empresa, que é dividido em ações separação da superfície em diversos níveis etc. isso permite a diversificação de investimentos e maior capacidade de capacidade de captação de recursos lastreados no mesmo imóvel. 5 — Conectar pessoas Mais do que apenas proteger a titularidade das pessoas sobre seus bens afinal, as pessoas são capazes de fisicamente proteger seus bens sem a ajuda da lei, se preciso for -, a propriedade gera fluxo de informação sobre os ativos e seu potencial, tornando seus proprietários agentes econômicos capazes de agregar valor a seus bens por meio do acesso a um grupo maior de pessoas. Por exemplo, a habilidade de contratar legalmente serviços públicos, obter a de mercadoria em suas casas, fornecer um endereço para etc. novamente, não se da mera possibilidade de obter serviços públicos ou de vender seus bens. Há um ativo mercado de imóveis na Rocinha, por exemplo, embora não haja registro de propriedade de suas moradias. Mas se trata de fazer isso legalmente, com pessoas que antes não estavam

O autor peruano Hernando de Soto apresenta seis motivos que chama “os efeitos da propriedade”: 1 — Estabelecer o potencial econômico dos ativos O registro de qualidades essenciais sobre um ativo faz com que um imóvel possa ser concebido de forma e conceituai, de maneira que pessoas interessadas nele possam identificar seu potencial econômico. O registro do imóvel apresenta qualidades econômicas e sociais que atribuímos a ele. Uma casa não serve apenas como abrigo das forças naturais, mas também de endereço para cobranças, garantia para empréstimos investimentos etc.

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dispostas a transacionar com um individuo que nada tinha a perder. 6 — Proteger transações A existência de um registro das transações imobiliárias fornece segurança para adquirentes e informações sobre eventuais restrições ao uso do imóvel. Isso permite que os imóveis sejam usados mais facilmente como capital. Diferente de alguns direitos limitados que são conferidos por prazo certo a propriedade dura por prazo indeterminado garantido a segurança da moradia. Direitos limitados dificilmente podem ser cedidos, isso reduz a mobilidade geográfica do morador. Os direitos limitados freqüentemente exigem que o beneficiário permaneça pobre para poder

2 - Integrar informação dispersa em único sistema

continuar se beneficiando dele. Esse modelo de condenação a pobreza não existe com a propriedade.

O sistema de registro de imóveis permite a concentração de informação, de forma padronizada, em um único local. Na

Com a propriedade os imóveis se tornam ponto para uma mais simples cobrança pelo fornecimento de serviços

sua ausência, a caracterização de um imóvel precisa ser feita de acordo com suas características fisicas observáveis

públicos (água, luz, esgoto etc.) bem como para a cobrança de impostos facilitando a arrecadação. Estas são as

apenas com a presença no local e por meio de relatos de pessoas. O registro permite obter informações padronizadas,

externalidades positivas que valorizam o direito de propriedade.

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SEGURANÇA PÚBLICA

MAIS MORTES, MAIS ROUBOS Campo Grande tem salto nos números de assassinatos e de assaltos nos quatro primeiros meses deste ano. A SUCESSO investiga as razões do aumento da violência na nossa região e apresenta um mapa com as áreas mais perigosas para pedestres e motoristas Por Alessandro Soler *Colaboração: Rita de Cássia Costa

Às portas do maior evento esportivo do planeta, o Estado do Rio volta a bater recorde nada olímpico em violência nestes tempos de “pacificação”. Entre janeiro e abril, o número de homicídios dolosos (com intenção de matar) subiu 15,4%, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). Houve 1.715 assassinatos intencionais, contra 1.486 no mesmo período de 2015. Se somadas todas as mortes decorrentes de atos violentos – homicídios dolosos, latrocínio (roubo seguido de morte), lesão corporal seguida de morte e homicídios praticados pela polícia (os chamados autos de resistência), o total de vítimas chegou a alarmantes 2.036 em apenas quatro meses, ante os 1.818 de 2015. Ou seja, 12% a mais. É o maior número dos últimos anos. Mas é na nossa região, hoje tida como uma das mais “pacatas” das zonas Oeste e Norte do Rio de Janeiro, que a piora nas ocorrências violentas se torna mais perceptível. Se, no ano passado, houve 17 assassinatos por aqui entre janeiro e abril, este ano o número saltou para 39 – um aumento de 129%. Os roubos a transeuntes também subiram (20%): foram 623, contra 517 de janeiro a abril de 2015. O total geral de roubos na Área Integrada de Segurança Pública 40, a que engloba Campo Grande, Santíssimo, Senador Vasconcelos, Inhoaíba e Cosmos, com população de mais de 483 mil pessoas,

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SEGURANÇA PÚBLICA igualmente aumentou: 1.415 ocorrências nos quatro primeiros meses de 2016 é 19% maior do que as 1.183 do ano anterior. O que explica tamanha deterioração nos índices de criminalidade? A SUCESSO ouviu agentes da ordem pública e vítimas e chegou à conclusão de que a crise financeira que levou o estado a cortar na própria carne em diferentes áreas – inclusive a segurança pública – tem grande parte da culpa. O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, mandou as delegacias encostarem um terço das viaturas a fim de economizar no abastecimento de combustível. Na 35ª DP, três dos oito carros da polícia já não fazem diligências ou investigações. O corte no regime adicional, desde o fim do ano passado, eliminou as horas extras dos policiais, diminuindo o patrulhamento. Com 65 policiais lotados, a delegacia de Campo Grande é a maior do Estado do Rio em número de ocorrências lavradas por dia, com média de até 90. Há apenas cinco policiais e um delegadoadjunto por plantão, e os 40 mil inquéritos atualmente em andamento ali têm só 10 agentes para tocá-los.

MAPA DA VIOLÊNCIA EM CAMPO GRANDE

FAXINA NA DELEGACIA É PAGA PELOS PRÓPRIOS POLICIAIS A penúria da delegacia é a mesma que castiga outras unidades. Faltam insumos básicos – papel de impressão, papel higiênico, canetas, produtos de limpeza –, o pessoal da faxina já não aparece há três meses por estar sem receber, e os policiais tiveram de se cotizar para pagar uma faxineira do próprio bolso. No caso do 40º BPM, a situação não é tão ruim no que toca aos insumos, mas a carência crônica de efetivo também levou a uma redução no patrulhamento das ruas, como admite o comandante da unidade, tenente-coronel Marcos Neto. Com 355 homens e mulheres em seu efetivo, o batalhão da Grande Campo Grande precisaria, nas contas do comandante, de pelo menos 900 para atender aos padrões estabelecidos pelo próprio estado. “Os bandidos podem estar com a sensação de que está mais fácil roubar, ante o decréscimo de policiais nos batalhões, algo que não acontece só aqui”, afirma o comandante (confira a entrevista completa com ele na página 37).

DOIS ASSALTOS EM UM MÊS Isso se traduz em casos como o da auxiliar de departamento pessoal Evelin Boechat, de 21 anos e moradora de Campo Grande. Assaltada duas vezes, em abril e maio, ela é um retrato do aumento da insegurança. “Em abril, eu passava perto do Cemitério de Campo Grande por volta das 19h, de bicicleta, quando um cara de moto me fechou na calçada. Não vi arma, mas fiquei com medo e passei o celular. No início de maio, um ladrão pulou no quintal da minha casa durante a fuga de um assalto. Foi horrível, dei de cara com ele. Os vizinhos tentaram pegá-lo, mas ele conseguiu escapar”, ela conta. “São raras as vezes em que vejo uma viatura fazendo ronda na região. Perdemos a liberdade. Não fico mais na rua até tarde, não atendo mais o telefone fora de casa. Essa situação é absurda.” Enquanto o número total de roubos (com uso de violência), como o assalto sofrido por Evelin em abril, aumentou 19% este ano na região (de 1.183 para 1.415), o total de furtos (sem violência) caiu 15% - 1.473 nos quatro primeiros meses de 2016, contra 1.738 no mesmo período de 2015. O desespero diante da crise econômica e a maior facilidade para agir, com menos policiais nas ruas, podem explicar o fenômeno.

A EVOLUÇÃO DA CRIMINALIDADE NA AISP 40 (CAMPO GRANDE) ESTE ANO HOMICÍDIOS:

ESTUPROS:

7

Jan

Fe

13

9

v

19

10 r

Ma

r

LESÕES CORPORAIS:

194 205

v

Jan

Ab

Fe

v

Fe

230 240

r

Ma

r

Ma

r

Ab

ROUBOS A ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS:

17

Jan

13 12

9

r

v

Jan

Ab

14

9 Fe

r

Ma

9 r

Ab

ROUBOS A TRANSEUNTES:

ROUBOS AO TODO:

194

425 399

154 151

Jan

O delegado Marcelo Ambrósio fala em migração dos furtos para os roubos. “Dá mais resultado para o vagabundo. Ou mostra o desespero dele. O cara que não quer trabalhar, não quer nada, pega uma arma e vai roubar”, analisa. “Temos mesmo menos viaturas na rua. Investiga menos.

v

Fe

r

Ma

353

124

r

v

Jan

Ab

Fe

r

Ma

298

r

Ab

FURTOS:

363 344

Jan

v

Fe

420

r

Ma

346

r

Ab

*Não houve registros de mortes pela polícia ou policiais mortos

Assaltos à pedestres Roubo de veículos Horários com maior número de ocorrências: 4h às 9h | 18h às 23h REVISTA SUCESSO |

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SEGURANÇA PÚBLICA NA 35ª DP, ESFORÇO E CRIATIVIDADE PARA DEBELAR A CRISE Diferentemente do que ocorre no batalhão, na 35ª DP a crise atingiu em cheio o fornecimento de insumos: falta de caneta a papel higiênico, de papel de impressora a sabão e grampo de papel. A faxina só está sendo feita, alguns dias por semana, graças a uma vaquinha entre os próprios policiais. Já não há um síndico, o administrador que cuidava dessas demandas administrativas, e o delegado-titular, Marcelo Ambrósio, precisou destacar dois investigadores para isso. Naturalmente, como ele admite, houve impacto nas investigações, com ainda menos profissionais disponíveis. “Amigos e empresários da região estão ajudando. Passam, doam detergente, papel higiênico, papel de impressora...”, diz o delegado. A única impressora em funcionamento, aliás, foi incorporada ao patrimônio da delegacia após uma doação. É uma profissional, que, usada, custa R$ 7 mil. “Não adianta o cidadão de boa vontade trazer aquela caseira, de R$ 400, que não vai ajudar. O volume de papel que imprimimos ao registrar uma ocorrência e fazer nossas atividades é enorme.” O corte nas horas extras, que impactou no total de policiais por plantão, foi contornado em parte por uma ideia criativa da equipe do delegado. A Delegacia OnLine, projeto criado ali, já representa 30% das ocorrências. Por meio do endereço policiacivil.rj.gov.br, o próprio cidadão pode registrar a ocorrência e ter uma hora marcada para continuar as tratativas na própria delegacia. “Colocamos inclusive terminal exclusivo para o cidadão registrar aqui mesmo, caso não tenha computador ou internet em casa”, diz Ambrósio, que aposta em maior interação com o cidadão para debelar a crise.

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Prende menos. Vagabundagem cresce, claro. Não tem gente para fazer, não tem viatura para botar”, lamenta o chefe da unidade. “A gente faz mágica aqui. Minha sorte é que temos policiais excelentes.”

ROUBOS A ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS TÊM QUEDA Uma das ações implantadas pela 35ª conseguiu se traduzir em queda no número de roubos a estabelecimentos comerciais mesmo em tempo de aumento

‘NÃO ADIANTA RECLAMAR QUE NÃO TENHO POLICIAL (NO BATALHÃO). O CIDADÃO PRECISA DO SERVIÇO, TENHO QUE OFERECER’ TENENTE-CORONEL MARCOS NETO, comandante do 40º BPM Desde meados de abril à frente do 40º BPM (Campo Grande), o tenente-coronel Marcos Neto assume com o desafio de conter a alta no número de homicídios experimentada na região nos últimos meses. Oriundo do 41º BPM (Irajá), ele aposta em ações de inteligência e gestão criativa, admitindo que o déficit grande no número de homens e mulheres lotados em sua unidade atual (355, contra os cerca de 900 que seriam necessários) impacta na qualidade do patrulhamento das ruas. REVISTA SUCESSO - Estamos vivendo uma expansão alarmante no número de homicídios na região. Qual a resposta do

SEGURANÇA PÚBLICA da criminalidade. Se, de janeiro a abril de 2015, haviam sido registrados 54 casos, este ano foram 49, ou 9% a menos. Uma exceção recente é a do associado José Augusto Cardoso, da perfumaria Monamie, que conta ter sido assaltado em janeiro ao sair da loja da Augusto de Vasconcelos para depositar R$ 120 mil arrecadados na firma. Abordado por assaltantes, ficou sem o dinheiro. “O bandido assalta onde não houver policiamento. Não sou a única vítima. Temos de nos unir para pressionar as autoridades,

assim não dá para ficar”, diz Cardoso.

batalhão diante desse salto?

MN - Temos pontos em que têm que ficar baseados por determinada razão. Temos as radiopatrulhas que atendem às chamadas do 190. Temos patrulhas especiais, que atuam caso as radiopatrulhas não possam. Têm demandas específicas, como fechamento de área, para impedir a chegada de bandidos de certas regiões, por exemplo. Alguns pontos têm de ter visibilidade, como o ParkShopping, a descida do Extra, Rio-São Paulo, Arthur Rios, Estrada da Posse, Mendanha... Nesses locais há viaturas em determinados horários, planejados. Não ficam baseados ali, têm sistema de carrossel, revezam-se entre esses pontos..

a família, quer ter tranquilidade, não? Então aborde mais, faça mais no dia de serviço. Isso aqui é sacerdócio. Todo mundo tem que dar algo mais. O salário atrasou? Não vou deixar de trabalhar por isso.

RS - Em meio à maior crise financeira e de gestão do Estado do Rio em muitos anos, como se virar com os 355 policiais quando seriam necessários 900?

RS - O senhor fala em sacrifício e sacerdócio, e é interessante porque muitas pessoas na sociedade têm uma imagem muito ruim da PM, por tantos casos de extorsões, de execuções e de más condutas variadas. Como tornar o policial mais simpático aos olhos dos cidadãos?

MARCO NETO - Tivemos dez homicídios em abril. Em maio já reduzimos para três. A polícia como um todo trabalha para diminuir a letalidade, e aqui também. Tem muita conversa, tem um planejamento rígido, estamos provocando essa queda. Em janeiro houve problema com milícia em várias zonas e traficantes da Carobinha, que resultou em algumas das nove mortes da região. Mas temos feito muitas blitzes, 20 pontos de operação em sistema carrossel, diariamente. Isso dificulta o trânsito de bandidos de outras regiões que vêm para cá. RS - O número de roubos a transeuntes disparou 20% de janeiro a abril. Mas os furtos tiveram queda. O que pode ter provocado isso? MN - Os bandidos podem ter a sensação de que está mais fácil roubar, ante o déficit de policiais nos batalhões, algo que acontece não só aqui mas em outras unidades. E pode ser reflexo da repressão a outros crimes, como tráfico de drogas e roubo de cargas. Porque esses crimes, hoje, estão relacionados. RS - No dia a dia, os PMs na rua ficam parados em pontos? Como é essa dinâmica?

Para o delegado Marcelo Ambrósio, a tendência é que esse tipo de crime caia. “Prendemos muito ladrão de comércio, que não é um tipo qualquer, é um cara mais especializado.” Parte desse trabalho é desenvolvida em parceria com o 40º BPM, e a sintonia entre as duas forças e a guarda municipal é exaltada tanto pelo coronel Marcos Neto quanto pelo delegado

MN - É difícil, mas não impossível. Não adianta eu reclamar para o meu comandante que não tenho policial. O cidadão quer o serviço, quer polícia na rua, tenho que oferecer. Então temos que dar um pouquinho a mais. Temos 95% dos policiais do batalhão morando na região. (Digo a eles): se você sair à rua no dia de folga, com

Marcelo Ambrósio. “Temos uma relação muito estreita com a 35ª DP e com a guarda. Muitas operações em conjunto, muita integração”, diz o coronel. “Vamos para a rua juntos, isso se traduz em resultados. Campo Grande, hoje, não tem tiroteio no meio da rua. Não tem guerra grande de quadrilha. Tem algo pontual na (favela da) Carobinha. Nem milícia está criando mais tanto problema. Desde que cheguei, há um ano, prendemos 27 milicianos”, completa o delegado.

RS - O salário tem atrasado? MN - O estado todo tem passado por isso. Recebíamos no segundo dia útil, passou para o décimo. Por enquanto estão pagando (em junho, depois da entrevista, o estado anunciou o parcelamento dos salários e, alguns dias mais tarde, decretou estado de calamidade pública pela crise financeira).

MN - Nosso objetivo não é torná-lo mais simpático. É torná-lo profissional. Temos aqui o plano de premiar os que mais se destacaram. E não os que mais mataram ou maltrataram. Olhamos os elogios, temos página do

Facebook do batalhão, com muita interação. Apresentação pessoal, maneira como se dirige a alguém, com educação, bom-dia, boa-tarde, obrigado. Não se trata de limpar a imagem. É ser entendido como um bom profissional. A sociedade precisa deixar de nos associar a repressão, ditadura... RS - Mas é inegável que muitos policiais ainda agem como se estivéssemos em ditadura. São arrogantes, são opressores, não protetores, desvirtuando sua missão... MN - Não tenho dúvida disso. Mas garanto: é da formação pessoal dele, não se ensina isso aqui. Ausência de valor, de alicerce, de fundamento familiar pode atingir todo mundo. Mas a instituição procura interromper esse tipo de comportamento. RS - Já houve prisão de PMs daqui no passado ligados a milícias. É uma preocupação ainda? MN - Sem dúvida. Muitos foram excluídos, presos. Aqui, até o presente momento, não tenho indicador de policial envolvido com milícia. Pode ser que tenha? Sim. Monitoramos evolução de patrimônio, denúncias, comentários... Até agora não tivemos nada.

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DÚVIDA DO ASSOCIADO

GIRO LOCAL *VisualHunt

Associado que prefere manter o anonimato

Diferentes advogados trabalhistas ouvidos pela SUCESSO respondem: O primeiro passo é ter certeza. Jamais faça acusações sem provas, pois há suficiente jurisprudência de ganhos de causa dados a empregados acusados de furto ou roubo sem comprovação. Instalar uma câmera que registre a área do caixa ou do lugar onde o dinheiro é manipulado pode ser um primeiro passo. O registro de caixa – com valores diferentes dos efetivamente recolhidos – também costuma ser usado como evidência. Aliás, ter um sistema de caixa muito bem controlado ajuda a evitar essas situações. Tenha planilha com entrada e saída detalhadas – dinheiro inicial, dinheiro de vendas, vendas de cartão, total de vendas e dinheiro final. Esse tipo de controle permitirá, inclusive, saber com precisão o dia e a hora exatos em que houve o primeiro furto. No caso de falta de material no estoque, e não no caixa, faça a contagem e tenha relatórios de vendas para usar como provas do desfalque. Dados de acesso ao local 42

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Uma vez reunidas as provas, e comprovado o delito, poderá ser realizada a demissão por justa causa. Tenha uma testemunha que presencie a conversa com o funcionário envolvido, caso contrário poderá ser acusado de conduta abusiva. Importante: procure um advogado ou defensor público. E saiba: é um equívoco incorrer no erro de muitos empresários que passam por essa situação e deixar de pagar o FGTS e a prestação de contas correspondente para “punir” o funcionário. A Justiça trabalhista sempre obrigará o patrão a cumprir suas obrigações. Muitas vezes, esse depósito é feito em juízo, até que seja julgada a ação penal relativa ao furto. Muito provavelmente, o funcionário será enquadrado no crime de furto qualificado, com agravante de abuso de confiança. Um estudo de 2010 estimou em R$ 2,2 bilhões o prejuízo anual com furtos realizados por funcionários apenas no comércio varejista brasileiro. Cerca de 70% das lojas já teriam tido problemas similares. Não há estimativas sobre prisões. Segundo o Código Penal, a pena em caso de condenação por furto qualificado pode chegar a oito anos, e ainda pode incidir multa, dependendo do caso. Tem alguma dúvida sobre leis, impostos, questões trabalhistas, o funcionamento da ACICG e quaisquer outros temas que afetem seu negócio? Escreva para revistasucesso@outlook. com e você pode vê-la respondida na próxima edição.

MORADORES PEDEM, E FILME AMBIENTADO NO BAIRRO ENTRA EM CARTAZ EM CIRCUITO DA REGIÃO

ASSOCIADOS COGITAM AÇÃO CONTRA A PREFEITURA POR AUMENTOS ABUSIVOS NO IPTU

Moradores da região precisaram se manifestar publicamente pedindo a exibição de “Campo Grande” para que o longa-metragem, dirigido pela carioca Sandra Kogut, entrasse em cartaz por aqui. Na trama, uma dona de casa de classe média moradora de Ipanema se surpreende ao ver na porta da sua casa os filhos de uma exempregada, deixados supostamente por ela para serem criados num lar mais estruturado. A aventura da busca pela mãe a traz a Campo Grande, numa jornada em que a diretora, segundo conta, quis ressaltar os contrastes, as facetas variadas e as constantes transformações urbanas do Rio. “Eu precisava achar os lugares que havia imaginado para o filme, porque a gente já escreve o roteiro com determinada locação

Membros da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG) se mobilizam para ajuizar uma ação pública contra a prefeitura do Rio contra o que consideram um aumento abusivo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) deste ano. Há casos como o da loja de materiais de construção e decoração Sepa, com unidades em Campo Grande, Guaratiba e Taquara, que passou por uma pequena expansão na sua unidade principal, na nossa região, e viu o imposto saltar de cerca de R$ 80 mil para R$ 2 milhões. Farmácias, lojas e outros estabelecimentos do Centro do bairro e da área do calçadão também foram afetados por grandes reajustes. A Secretaria municipal de Fazenda explica que o reajuste do ano de 2016 foi de apenas 10,71% e que aumentos acima disso atenderiam à necessidade de “corrigir distorções”. O aumento, normalmente, é baseado no Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), e o índice de 10,71% aplicado na virada deste ano foi o maior desde 2002, quando o reajuste ficou em 11,99%.

na cabeça. E encontrei uma cidade tomada por canteiros de obras. Ir da Zona Sul a Campo Grande era tão complicado quanto ir à China. Às vezes, a gente voltava a um endereço e havia um condomínio novo onde anteriormente não tinha nada. As mudanças na paisagem eram muito rápidas”, disse Sandra. “Escolhi esse título porque achava bonito, evocador: um campo vasto, um terreno de todos os possíveis, para o bem e para o mal. O desconhecido, que intimida. Para as crianças, esse lugar, o Campo Grande delas, é Ipanema. Cada pessoa tem o seu. E, dependendo de quem você é e onde você está, ele vai ser diferente. O caos da cidade também é muito evocatório da nossa identidade. Parece que estamos constantemente vendo ali um grande esforço civilizatório, meio desesperado”, completa. Segundo a coluna Gente Boa, do diário “O Globo”, foi preciso que moradores enviassem carta aos produtores e protestassem em redes sociais para que a distribuidora responsável pelo longa providenciasse a exibição no UCI do ParkShopping.

*Divulgação

Os balanços da minha loja vêm apresentando diferenças constantes, e desconfio de que um funcionário possa estar me furtando. O que devo fazer?

do furto (quem esteve lá e a que horas) também são necessários.

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QUE LUGAR É ESSE?

A imagem acima é de um lugar muito conhecido por moradores da região e que sofreu profundas transformações – alguns diriam que para pior – nas últimas décadas. Tomada numa data não específica no fim dos anos 1950, segundo os arquivos do professor de história de Campo Grande Adinalzir Pereira, mostra uma cena corriqueira que, guardadas as proporções, ainda se repete todos os dias na região. Você já sabe? Caso sim, escreva para revistasucesso@outlook.com. 46

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O primeiro leitor que der a resposta correta ganhará O Verdadeiro Poder - Práticas de Gestão Que Conduzem a Resultados Revolucionários”, de Vicente Falconi. *Na edição passada publicamos fotos tomadas no bairro de Paciência, num conhecido ponto de voo livre na antiga Rural, nas imediações do Morro do Gouveia. E quem acertou primeiro foi Jhones Pessoa de França Steban, que ganhou um exemplar do livro “Vai Que Dá”, de Joaquim Castanheira. Parabéns! REVISTA SUCESSO |

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