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Trovas Populares ~ -1=-- _ -_ __
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Inferno da Vifila
Ha tres tormentos na vida Que o homem te-m por que querJ Que é um menino engeitado, Uma sogra urna mulher, Um avô velho tambem Ninguem nota o que ele temj Mas, só em fazer sermões E lembrar-se da mocidade: Aflige a humanidade Com essas larnentações. A mulher é urna chaga Que o homem tem sobre o peito, Não há rernedio que a cure, So a morte dá um geito, E' um asmatico vexado, Que traz o homem atacado Como a tisica pulmonar, E' um aneurismo forte, Que só por meio da morte Tem.se alivio desse mal. A mulher é um pezo enorme Que o ho.nern sempre conduz, Tem mais pezo que o madeiro Onde cra va varn Jesus; Sogra representa A naz, O sogro é UllI. Caifás Contrario do Salvador; Os cunhadc s a multidão Que acusam sem exceção (jhristo, nosso Redentor.
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U ma doença nos olhos, Utrl~ mulher bem gasguita; '.:J'JLJfiia sógr a'Troguaruda, i Iav~;:'à':quem as resista: Sogro 'velho cachàceiro. Um cunhado caloteiro, , ma ')mãe velha .í'mport~oa, Qualq'tl~'lÍm qüe ,'a:ssim_se !.• ; j's:-il Lfuaü' pl dss(jjr'" l, , • ..,.• 'LI>' "., Não di15~, qúe' te';p fortuna.
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Se for uma sogra bôa, 'if ; lJess<!s,'~ 'que chamam mãe, ' , 'Não de1'1:a- s'éllípre' de unhar , Errrbora" de"je\'c arra..r:he;',. :. Mas' âe~sas: que tÇ>maôi 'o'.'ff!lgo, Que ctHlíf1irl1' pró~á ,de .fogo,,; , Faz' bi'biêhei',se tot:ce'r,' ," -' Quando' 'Leia avôa' no papo Dá nele 'tahto' s~papo, " , () Que"B -abh' ~'~~se 'es~ooden J.
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-3Quando a moça é domestica Diz a velha: «Tu és mole Veja PªQ! tSl'anependa5';' J Qua\,\çlo;(ningli~'tn téi coúsble: O homem C!OIlJO ó"gatb, .• Deita-se,' abfGima'riól salto Para o: rd't0 nãQ;:fugl~;.",·' -I E com, essa 'macieza ;[1" « Crav"a-Ihe as I unhas ~e a JHêr/a E trata de, o -eonsurnir. -é
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risco, curisco , cadela/ Veja se o .com
lima
pobre mulher
~o~ .~ ':so~i'á
diabo bem
eSp',erta,
.~êt~,1t,roge. C~íl,
Esse infeliz não se apertar A mulher fica enjuada, Por nada chora ~al1gacla, Diz que ainda .deixa o marido, E a 'velha: 'na "páixãO, Diz a" ela: «Tens razão, P61S" ele' é' muito atrevirlo!s
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caso bem imaginado Uma mulher peza muito. E se ela já foi viuva E trouxe filho do defunto? Isto é que acho canudo, O homem suprir de tudo A quem na miséria achou, Tem que apertar o cinto Para poder criar pinto Que outro galo gerou!
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OCasanienio
Hoje eJ:D.
dia. Quem é que casa- se agora Vendo o Inundo corno está? Tudo ficou as avessas De- dez anos para cá. Farinha dois e quinhentos, Feiião de sete e quinhentos, Carne a tr cs mil reis o kilo, Pois não há quem não se vexe No rio não ha mais peixe, Caça no mato: Nem grilo!
-5, ~ Casa-se
num tempo desse, familia, Logo o que compra printeiro E' a Casa e a mobilia; fIá de preparar a casa Que é onde o pobre' se arrasa; Precisa fazer-se nobre; ~, Dizem, e eu certifico Que não há defunto rico , Nem pôrle haver noivo pobre I .
Vá constituir
Casar-se, fazer se chefe De um execito incorrigível, Fazer cruz, era var-se nela; Lutar com genio impossível, Cativar-se até á morte, Trabalhar, lutar com a sorte, Isso é o que acho cascudo; Acho bom que o povo diga: «Não és mestre de bexiga, Como él~lleJjt as () canudoj> Casamento é um ato seria Que ter» (I que analisar, Sustcu tar uma mulher Do que ela precisa, Fazer compras no mercado! Cornprarlhe roupa, calçado, Leque, chapéus e extratos, E agora ninj.uern fale Em (esta de igreja e baile; Reuniões e thcatr os.
-6Se se casar com uma joven Encontra fa6ilidade, N as ~~jge,~8il~1~! ,8'" :v,ip.te, Namoro §~m ml.z.aâ~· c b . fi"" U Enco.n.tra nas. de nqUflrent;a, ri'" .. ,L."1 • J ',Gúa'rentà ..-1,1'~. t..incQ cin o.enta, 1"7"1117 H _ j.l.p-. . RaIO, corisco e '1tfov'. '. "'.) ; ) ' (}~ t fj;) ~ Muitas eSp'e~le,s e:! ~f}.rogas, .~ 1'tf' :.; J S fOI.'" h . em-se encQntr.~do~nas, SOl?:,ras 51..1 -s 4-'.. ~ Com pequena. e 'ce(;cão. J
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Essa:S' mag~ast e 'p~qJel1as, .' Dos calJélôs mastigados O homem que a PQ.;;sl).Jr ' Tem ai ,4.ijls,desgraçac(os; E depots se for ~idosa, Jesus! como é preguiçosa E d~llaldal p,õ'r ,enreda!
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Se fqrf) ~,~.~ alvp-) e, amarela
O haql~m ~<l.ue' tiver Abra
ela o olho. e terlba mêdo! "
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-7Vamos agora na casa Ver o que tem precisão. Vamos entrar na cozinha, Principiar do fogão, Precisa comprar chaleira, Uma grelha, uma assadeira Caçarola pra guisar. Comprá isso já a força, Diz a mulher; «Compre louça Não tenho em que cozinhar. Compra aparelho de louça Para mesa de jantar, Com pra en feite para' a sala, Para nin g üem censurar, Couserv a jarro enfeitado, Copo que não seja usado, Sustenta a maldita, pompa; Ela os mais velhos .da firn., .. Diz sorrindo; <Só assim, / Um nov o agora' se cornpra.» Antes d-e haver este mundo Tudo donada cu~{~'v~, Nem terra nem luz nem ar, Nessa epóca flutuava; Deus sem precisar 'de, estude Em seis dias formou tudo Que hoje vemos b~istir, De cada bicho um casal, A A dão não deu Igual Para ele não se afligir,
-8Adão se vendo creada A tudo superior, Não tinha uma companheira Fazia queixa ao Senhorl-" Deus o fez adormecido Sem que lhe fosse sentido Tirou dele urna costela, Juntou tudo quanto é ruim, Fez a mulher, e assim Ele caiu na esparrela. Adão julgou.s= tão rico Que não soube calcular, Eva era gorda e formosa Digna de Adão amar; Depois, qual o resultado] Era· com pouco cuidado Comeu da fruta privada, Por, causo dessa comida Acabou Adão a vida No condurir da enxada! Se DeUS o tem feito agora Ele não casava assim, Embora ele amasse Eva Mas via o tempo ruim, Havia de imaginar, Primeiro ia se arrumar Por outra qualquer maneira; Ou tal vez esrnor ecra; Que em tempo de carestia Mulher não é brincadeira!