ATL Paper #47

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#47

sexta-feira, 04/03/2016

A SOCIEDADE PRECISA ENXERGAR EXATAMENTE A REALIDADE EM QUE ELA VIVE Gustavo Caleffi, especialista em seguranรงa

#ATLNEWS 1


BELO, DICAPRIO E UM MONTE DE FOFOCA

2016

04 MARÇO

FERVEU 3! Ah! Hoje acordamos pela fofoca. Mais uma envolvendo o Belo. No post que ele fez de pedido de desculpas para a dupla do Gigantes do Samba, o cantor fala sobre o tempo e reflexão. Eis que o ex-jogador Denílson entrou de carrinho num comentário na publicação: “Só o tempo para fazer você refletir? Então me paga, mano. Ou ainda não refletiu sobre isso”. Foto: Marcelo Sá Barreto, AG News

(+ Não sou capaz de opinar... Não assisti.) Foto: Reprodução, Instagram

FERVEU! Quem não gostou nada do vencedor do Oscar de melhor documentário foi o Mitch Winehouse. O pai da cantora fez duras críticas a Asif Kapadia, diretor do filme Amy, que narra a triste trajetória da artista. Na produção, Mitch é apresentado como um pai ganancioso, que não se preocupa com a própria filha. No Twitter, o músico postou: “Sempre orgulhoso do meu bebê. Amy não irá ganhar um Oscar, apenas Asif Kapadia. Isso sempre soube… Asif! Ele enganou a todos. Não irei mudar a minha posição porque o filme ganhou um Oscar”. O documentário Amy está disponível no Netflix. Foto: Divulgação

FIM DE PAPO! Glória Pires nos deu a Cleo. Parem de incomodar. Foto: Fábio Bartelt, Divulgação

GANHEI NA MEGA SENA ONTEM... Ainda não disse a minha mulher porque não posso usar o celular no avião.

FERVEU 2! Uma das coisas mais legais que surgiram nos últimos anos é o projeto Gigantes do Samba. Na primeira edição, Alexandre Pires e Luiz Carlos saíram em turnê pelo Brasil, levando milhares de pessoas aos shows repletos de clássicos de SPC e Raça Negra. O sucesso foi tanto, que uma segunda edição vai para a estrada nos próximos dias. A dupla teria o reforço de Belo, mas o agora hipster bombado foi cortado. É que Belo alegou problemas pessoais para não ir aos ensaios. Depois pediu desculpas, mas já era tarde. O motivo, apontado em comunicado divulgado pelo perfil do Gigantes do Samba nas redes sociais foi uma falta de verdade por parte de Belo. Chora, cavaco!

Fo Ea to: tin Re g G pro ilb du er çã t G o, ra Wh pe a t

ODEIO PALHAÇOS! O bêbado chega em casa muito tarde, com o cabelo todo despenteado e a cara cheia de batom e pó-de-arroz. A mulher, pê da vida, pergunta: - O que estava fazendo? O gambá olha para o lado, respira, pensa numa desculpa pela traição, e sacramenta: - Não vai acreditar! Larguei na mão com um palhaço. Foto: Reprodução, It: Uma Obra Prima do Medo

GAGO X CARECA Um gago trollador pergunta para o careca: - Qua qua qua quan quanto te te te te tem popo tutututu gagagagastatata nonono cabecabecabelereiro? - Menos tempo que tu levas no telefone.

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QUEM FAZ

ATL PAPER #47

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Cabeça de Inovação Marcos Piangers @piangers

Editor-chefe

Rodrigo Adams @rodrigoadams

Produção

Tiago Boff @tiago_boff

Diagramação

Fernanda Alencastro @fernandalovatoa

Diretor artístico

Alexandre Fetter @realfetter

Diretora executiva RBS Rádios Fabiana Marcon

ATL Paper é uma publicação da Rede Atlântida, a maior produtora de conteúdo jovem do sul do Brasil. Conteúdo digital: www.atlantida.com.br. Para anunciar ligue 51 3218-5727.


A ONDA DE VIOLÊNCIA QUE TOMA CONTA DE PORTO ALEGRE GERA O QUESTIONAMENTO: O QUE ACONTECEU COM A CAPITAL DOS GAÚCHOS? O PROBLEMA É REALMENTE DE SEGURANÇA PÚBLICA? NÃO TEMOS POLÍCIA NAS RUAS? O PROBLEMA É O COMPORTAMENTO E A FALTA DE ATENÇÃO DAS PESSOAS? O PRETINHO BÁSICO, LÍDER DE AUDIÊNCIA NO SUL DO BRASIL, PROMOVEU UM DEBATE SOBRE O ASSUNTO. PARA AJUDAR A ENTENDER O MOMENTO QUE VIVEMOS, O PROGRAMA RECEBEU GUSTAVO CALEFFI, ESPECIALISTA EM SEGURANÇA. AGRACIADO PELA BRIGADA MILITAR COM AS MEDALHAS “SERVIÇOS RELEVANTES À ORDEM PÚBLICA” E “SERVIÇOS DISTINTOS”, CALEFFI É AUTOR DO LIVRO CAOS SOCIAL – A VIOLENTA REALIDADE BRASILEIRA.

COM A BOLA

GUSTAVO CALEFFI

Fetter O que falar sobre segurança neste momento?

Fetter A blitz é como procurar uma agulha num palheiro.

Rafinha A polícia sabe onde estão os bandidos. Por que não vai até lá?

Caleffi Eu vejo um momento muito crítico da segurança. O grande problema que todo mundo cobra hoje é que a segurança pública seja segurança pública do Estado. Existem duas coisas bem distintas. Segurança pública é tudo o que se precisa para viver em sociedade. O governo tem um órgão chamado Secretaria de Segurança Pública. Ele que tem todas as polícias e presídios abaixo dele. Porém, ele tem um grande problema que é: para a segurança pública do Estado trazer retorno para a sociedade, tem que atuar de forma reativa. Ou seja, depois do fato ocorrido. A Polícia Civil só age depois de um episódio ocorrido. A polícia militar, que em muitos lugares consegue fazer uma polícia ostensiva e preventiva...

Caleffi Eu não posso ser mal interpretado. Não sou contra a blitz. Dentro do universo que nós temos hoje, o crime compensa no Brasil. Vale a pena cometer um crime. Existe uma coisa que podemos chamar de cultura da sociedade. É muito bonito a gente sair daqui e olhar a Justiça dos Estados Unidos, Suécia ou qualquer lugar do mundo... Nós temos que olhar a Justiça do Brasil. Precisamos olhar a Justiça para a cultura brasileira. Não adianta eu querer me basear num Estado que não tem criminalidade. Para falarmos de segurança pública no Brasil, precisamos voltar às nossas origens. Digo a origem de casa. Todos nós nascemos quando a lei de Gérson já valia há muito tempo. Eu bato muito na tecla da inversão de valores. Enquanto o cagueta for discriminado, nós teremos crime no Brasil.

Caleffi A gente gera uma expectativa e acha que a polícia não faz. Eu vivo no meio de policiais, vejo que eles fazem muito. Qual o grande problema que nos deparamos hoje? Tu tens uma situação em que o cara foi preso 25 vezes pelo mesmo crime, e ele continua na rua. Eu bato em algumas teclas. A primeira delas é a falência da segurança pública. Segundo, o caos do sistema penitenciário. Temos também a banalização da vida humana. A questão da legislação falha e branda. Ela permite que o cara seja preso 20 vezes pelo mesmo crime. Não existe sociedade que vá sustentar isso. Outra coisa: o livre comércio ilegal. Por que temos um índice de roubos de carros tão grande? Comprase peça ilegal. Hoje temos ações que vão gerar resultados lá na frente, como a fiscalização de desmanches ilegais. Outro assunto que eu falo é sobre a perda dos princípios de moral e ética. No Brasil se construiu o relativismo. Roubar é errado? Depende. Nós temos uma falência da instituição família.

... Fetter Mas não é onipresente. Caleffi Exato. Em qualquer lugar do mundo existem crimes. O problema é que há muitos anos o Brasil vive um caos social.

Arthur É feio apontar alguém que cometeu um erro.

Adams Tu tens um artigo que tenta mostrar a diferença entre guerra civil e caos social.

Caleffi Precisamos ir lá embaixo, na origem, para a nossa sociedade entender que fazer errado é errado.

Caleffi Isso! Nós nunca tivemos uma guerra civil. Ela não é tão ruim quanto o caos social em que vivemos. Na guerra civil, eu tenho grupos organizados, armados e que lutam pelo mesmo ideal.

Fetter Vamos combinar uma coisa: não temos mais tempo para pensar educação agora para resolver o problema da segurança. Mas, para tentar reverter a questão da educação, daqui a 50 anos.

Arthur O inimigo é focalizável.

Adams Uma mudança de cultura.

Caleffi No Brasil, o nosso problema é o caos social. Eu saio para a rua, vejo um cara de terno, gravata e pasta, ele saca uma arma e me assalta. Eu não tenho o mesmo objetivo que ele, não estou armado e a realidade é essa. No país, já perdemos essa batalha há muitos anos. Ou seja, não se soluciona com polícia o problema do caos social que vivemos. Não é por isso que a polícia precisa sair da rua, não é por isso que devemos ter menos investimentos, não é por isso que devemos deixar de investir em segurança pública. Em 2000, eu levei três pessoas da Secretaria de Segurança Pública do Estado para Israel. A ideia era eles conhecerem as tecnologias de segurança utilizadas por lá. Naquela época, a estrutura de segurança do Rio Grande do Sul já era caótica, falida. A gente levando o pessoal para conhecer mecanismos e armamentos de última geração, quando até hoje, em Porto Alegre, os policiais não têm a lanterna para utilizar numa invasão tática. Em Israel, é básica e qualquer cidadão tem.

Fetter Isso! Na base. Já perdemos tempo. Risca esse item. Eu quero saber de agora. O que pode ser feito para resolver o problema da segurança?

Porã O viés econômico é o que proporciona que a polícia esteja bem equipada e possa combater o criminoso que tem o triplo da qualidade dos policiais. Tu falaste sobre uma polícia que seja preventiva. A sensação de segurança aumenta quando as pessoas olham blitz sendo feitas. Efetivamente isso funciona? Caleffi Sem dúvida, funciona. Mas isso não é solução. As pessoas falam: “Ah! A segurança está assim por não ter blitz”. Desculpa, mas blitz vai atender a uma situação muito pequena.

Caleffi Há muitos anos, eu participei de um Conversas Cruzadas, na TV COM, e o âncora me perguntou: “Caleffi, o que eu faço para sair daqui agora e ir para casa seguro no meu carro?” Arthur Inventa o teletransporte. Caleffi Exatamente o que eu disse. Não tem mágica. Mas sabe como ele me chamou? De consultor de insegurança. A expectativa é que o consultor de segurança seja mágico. Galera, eu peço desculpas, mas preciso dizer: vamos levar mais de 50 anos para ver esse resultado. Enquanto não mudarmos essa questão e a sociedade não entender que ela é responsável pelo nível de criminalidade que nós temos hoje... Vou dar um exemplo: parar em fila dupla em frente à escola. Não pode. Eu coloco em risco a sociedade como um todo. Eu paro o carro para alguém descer devagar, enquanto o número de roubos de carro aumenta no Rio Grande do Sul. O cara para ali e azar do mundo. O filho dele tem que sair. Rafinha É aquela história de a ocasião faz o ladrão. Caleffi Eu não concordo com essa história. Acho que o ladrão se faz automaticamente. Ladrão é ladrão. Eu facilito a vida do ladrão.

Adams Que é onde começa a educação. Caleffi Não é onde começa a educação. A educação se dá em casa. Ensino é com a escola. A impunidade começa dentro de casa.

“Dentro do universo que nós temos hoje, o crime compensa no Brasil.” Porã Vamos imaginar que tu sejas o secretário de segurança. Quais seriam tuas primeiras medidas? Caleffi O maior pepino que pode existir no mundo é ser secretário de segurança num ambiente que não tem recurso. A primeira medida que ele toma quando senta na cadeira é não pagar funcionários. Mas tu queres que eles estejam na rua, trabalhando. A solução está no secretário de segurança? Sim. Eu acho que esse trabalho vem sendo feito. Mas a questão é: como passar para as pessoas que elas estão seguras? Seria uma mentira. Eu não posso assumir o posto e dizer que todo mundo está seguro e os bandidos serão presos. A sociedade precisa enxergar exatamente a realidade em que ela vive. A sensação de insegurança é inversamente proporcional a sensação de segurança. Por quê? Eu baixo a guarda. O delinquente age sob dois preceitos: supremacia da força e efeito surpresa. Quando eu me sinto seguro, não estarei atento. Assim, facilito a ação do bandido. Nenhum secretário vai dizer que está tudo tranquilo, pois seria uma mentira. Rafinha Antigamente a gente ouvia para ter cuidado ao sair à noite. Hoje não tem mais hora nem local para ser roubado.

Foto: Divulgação

2016

04 MARÇO

Fetter A gente sabe de relatos de pessoas que são assaltadas na Protásio Alves por bandidos em motocicletas. Eles andam em dupla. Eles entram no meio dos carros e assaltam dois veículos ao mesmo tempo. O que fazer? Caleffi Neste caso, não tem o que fazer. Tem que atender à solicitação dos delinquentes. Eles estão armados com a arma engatilhada e, muitas vezes, o dedo no gatilho. Rafinha E drogados, né? Caleffi O drogado não age dessa forma. Pega o cara que está drogado, é o viciado em crack. Esse aí age até sem arma. A gente confunde um pouco isso. Normalmente, o ladrão de carro é profissional. Se ele bateu, pediu para abrir... Abre! Deixe sempre as mãos à vista. Assim ele não acha que a vítima possa reagir. O latrocínio (roubo seguido de morte), na maioria das vezes ocorre por causa de ações acidentais. O delinquente tem uma ação chamada reflexo medular. A gente também. Quando o cara bate no vidro e a pessoa não está prestando atenção, ela leva um susto. Isso gera um movimento que ninguém calcula a reação. Como o bandido está com a arma engatilhada, neste momento, ele tem o reflexo. Adams O que as pessoas precisam cuidar quando estão em transporte coletivo? Ao que elas precisam estar atentas? Caleffi Tu falaste a primeira coisa: estar atento. Hoje, ninguém está atento. O cara está de fone de ouvido, está no smartphone mexendo nas redes sociais... A única coisa que o cidadão não está hoje é atento. Fetter Nove em cada 10 motoristas estão com o smartphone na mão. Caleffi No carro, ok. Quem está fazendo isso no trem, no ônibus ou lotação não está errado. O problema é que não é mais possível por uma questão de sobrevivência. É um absurdo? Nós temos que reverter isso nesse país. Eu quero morar em Porto Alegre e poder voltar a fazer coisas que eu fazia com 12 anos. O cidadão precisa ser um agente de segurança. Ele precisa estar instruído a não vacilar. Hoje, é possível identificar situações suspeitas. Só que não agimos. Nos colocamos em risco. Arthur Mas o que pode ser feito? Caleffi Primeira coisa: vai ter que perder a passagem. Desce do ônibus. Porã Antigamente se atravessava a rua. Hoje não dá. Que atitudes uma cidade precisa tomar para mudar isso? Caleffi Quando a gente vai para a tolerância zero, se abrem algumas questões de direitos humanos do delinquente. Hoje, quando se fala em direito humano, se pensa no bandido. O cidadão comum, a princípio, não tem direito humano. Para defender a sociedade vamos ter que ter ações mais enérgicas. A segurança pública do Brasil está assim por causa da impunidade. Eu chamo isso de caos social.

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04 MARÇO

ATL GIRLS 3 PEÇAS PRA VOCÊ MANTER O ESTILO NA FACULDADE E AFASTAR O CALOR 1

@jujumassena Tem muita gente voltando pra faculdade (ou até chegando nela pela primeira vez) nessa semana. Além de livros, matérias, material escolar… a gente sempre acaba se preocupando com o que vestir, principalmente nesse calorão, né? Separamos 3 peças que vão te ajudar a manter o estilo na faculdade, fugir do calor, e ainda são garantia de conforto. Dá uma olhadinha e aproveita pra te inspirar:

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VESTIDO EM A

Soltinho na saia e marcando a cintura. Essa é a descrição do modelo, que valoriza vários tipos de silhueta, e ainda promete ser hit no próximo inverno. E o vestido em A tem toda uma pegada ladylike, com um toque retrô e bem delicado. Foto: Reprodução, Instagram @jujulianagoes

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MACAQUINHO

Nos dias quentes, nada melhor do que encolher o macacão, e deixar as pernocas de fora! A peça foi hit nesse verão e é a cara do conforto. Quer um visual mais descolado? Aposte em um modelo em jeans destroyed. Foto: Reprodução, Instagram @dicadaka

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FLATFORMS

As flatforms apareceram nas tendências pro verão e nas dicas pra curtir o Carnaval numa boa. Falamos muuuito sobre elas aqui no ATL Girls, eu sei. Mas é que o modelo é megaconfortável, e ainda agrada a quem não dispensa um saltinho. Ou seja, perfeito pra correria da volta às aulas! Foto: Reprodução, Instagram @melissaoficial


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