ATL Paper #34

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sexta-feira, 04/12/15

O AYRTON SENNA MORREU NO SOFÁ DA SALA DOS BRASILEIROS Galvão Bueno, narrador esportivo AQUI TERIA UMA FRASE DE EFEITO, MAS ELA FOI ROUBADA EM PORTO ALEGRE. 1


04 DEZEMBRO

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O VERDADEIRO CULPADO NO CASO DA GOL CONTRA Jardel? Sim, ele tem culpa. Mas existe um culpado muito maior e mais responsável pela operação Gol Contra, que afastou Mario Jardel por suspeita de corrupção. Antes, voltemos algumas casinhas para entender as coisas.

RODRIGO ADAMS

CHARLIE

@rodrigoadams

“Jardel conseguiu ser eleito por culpa única e exclusivamente de todos nós.” Opa, peraí: Eu não votei neste jaguara. Ele, assim como aqueles da bancada evangélica, foram eleitos por serem quem são, e não por serem bons políticos. Vai ver acharam que seria bonito ter um ex-ídolo eleito. Agora está aí! Independente de time, porque ele poderia ser de qualquer lado e acredito que mesmo assim seria eleito, infelizmente. Os políticos são o espelho da sociedade, não adianta depois sair gritando na internet. Quem sabe um dia seremos uma nação melhor, quem sabe um dia aprenderemos a dar a devida atenção à política, até lá... :(

TALES XAVIER Cara, vocês da RBS não conseguem deixar de ser gremista nem nesse caso? Se a culpa não é do Jardel, é de quem? Por favor, Adams.

Há três ou quatro anos, Jardel deu uma entrevista para Zero Hora. Na época, abriu o seu vício em cocaína e disse que ainda sonhava em trabalhar com futebol. Porém, entre as linhas da matéria, tinha uma declaração que passou despercebida por muita gente: “Se nada der certo, vou para a política.” Obviamente, nada deu certo e Jardel, de fato, foi para a política.

Ninguém freou Jardel. Qualquer partido político teria interesse em ter um potencial captador de votos. Nem todo mundo queria saber o que Jardel tinha para fazer no mundo político. Um grupo de jornalistas criou o quadro chamado Na Chincha, do cômico La Urna, em ZH. Um dos entrevistados? Jardel. Num papo constrangedor, Jardel deu todos os argumentos necessários para não receber o voto de alguém. “O que me faltava era ocupação”, disse o ex-jogador. “Ah! Mas tentaram desmoralizar o Jardel”, bradavam alguns nas redes sociais. Mas esse é o papel do jornalismo: duvidar, questionar, argumentar. Chamar na chincha! A entrevista foi um sucesso de compartilhamentos. Porém, existiam duas bandeiras: a do deboche e a da ignorância. Isso mostra que a revolta de internet não serve para bo$t@ nenhuma. Todo mundo compartilhou, curtiu e, mesmo assim, Jardel foi eleito. O sinal de alerta era estridente na cara de todos. Com 41 mil votos, Jardel foi eleito. Conseguiu a ocupação que queria.

“Jardel deu todos os argumentos necessários para não receber o voto de alguém.” Jardel conseguiu ser eleito por culpa única e exclusivamente de todos nós. Que silenciamos nas ruas e berramos em redes sociais. Enquanto isso, é viagem sem sentido, bacalhau na mala e salários de funcionários de gabinetes sendo desviados. A culpa é minha, é tua, é de todo mundo. A operação Gol Contra existe porque deixamos. O Jardel é uma bucha que nós criamos. E agora temos que aguentar um Estado esfacelado e o pior, desmoralizado.

MAURO CÉSAR WEBER Parabéns aos heróis que votaram nesse cara...

QUEM FAZ

ATL PAPER #34

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Discorde, concorde, opine. Acesse atl.la/txt

Cabeça de Inovação Marcos Piangers @piangers

Editor-chefe

Rodrigo Adams @rodrigoadams

Produção

Tiago Boff @tiago_boff

Diagramação

Fernanda Alencastro @fernandalovatoa

Diretor artístico

Alexandre Fetter @realfetter

Diretora executiva RBS Rádios Fabiana Marcon

ATL Paper é uma publicação da Rede Atlântida, a maior produtora de conteúdo jovem do sul do Brasil. Conteúdo digital: www.atlantida.com.br. Para anunciar ligue 51 3218-5727.


04 DEZEMBRO

INFORME PUBLICITÁRIO

ATL WIKI CONHEÇA A HISTÓRIA DE ALGUNS ACOMPANHAMENTOS PERFEITOS PARA A CERVEJA BATATA-FRITA Ao contrário do que muita gente pensa, a batata-frita não é francesa. Mesmo com o nome French Fries (batatas francesas, em inglês), a origem é de outro país que tem fluência no francês: a Bélgica. Desde o século 17, os belgas gostam de frituras. Reza a lenda que eles pescavam peixes e os fritavam, outro acepipe que é ótimo com cerveja. Porém, no inverno, o rio congelava. Para manter o hábito, os locais cortavam batatas em formato de pequenos peixinhos e as comiam com sal. Durante a primeira grande guerra, soldados americanos provaram e se encantaram com o alimento, levando a receita para a terra do Tio Sam.

HAMBÚRGUER O novo queridinho da galera. A cada dia, mais e mais hamburguerias abrem na Capital. Porém, a história do início desta iguaria, ao contrário do que muitos acreditam, não começa nos Estados Unidos. Como o nome diz, o hambúrguer foi inventado em Hamburgo, na Alemanha. Mas antes disso, o bife do sanduba foi criado pelos tártaros, que moíam a carne e misturavam temperos. Em 1880 o prato favorito dos americanos chegou à América com alguns imigrantes alemães. Em terras brasileiras, o hambúrguer como conhecemos chegou em 1952, trazido pelo americano Robert Falkenburg.

CACHORRO-QUENTE Agora sim, um fenômeno criado nos Estados Unidos. Porém, entretanto, todavia, mais uma vez com origem alemã. Durante uma feira de exposições, o alemão Anton Feuchtwanger vendia salsichas aos visitantes. Para a clientela não queimar as mãos, Feuchtwanger dava luvas. Aí, veio o prejuízo: as pessoas não devolviam o aparato de segurança. Falou com um cunhado que era padeiro e, juntos, começaram a fazer pães para garantir que as pessoas não se queimassem. Gênios! Mil vezes gênios!

Vamos combinar: poucas coisas na vida são melhores do que um happy hour com os amigos. E junto com aquela cervejinha geladíssima, nada melhor do que um bom acompanhamento. Conheça a história de cinco acepipes deliciosos que, assim como a ceva, fazem sucesso no mundo inteiro.

PIZZA Nascida na Itália, a pizza que é conhecida no mundo inteiro acabou surgindo em Nápoles. Entretanto, a pizza é um alimento milenar. Egípcios e gregos se reuniam em grandes rodas de bate-papo para apreciar um alimento que seria algo muito parecido com a pizza. Sim, e isso vai mais longe ainda, amiguinhos. Podemos voltar cerca de cinco mil anos no tempo, e ver que os babilônios e hebreus faziam em fornos de barro uma massa com água e farinha. Voltando ao porém, foi em solo italiano que a pizza ganhou o molho.

NACHOS Criados em 1943 por Inácio Nacho Anaya, os nachos surgiram num momento de desespero. Anaya trabalhava em um pequeno restaurante em Piedras Negras, cidade mexicana que faz fronteira com o Texas, nos Estados Unidos. Esposas de soldados americanos com base em Eagle Pass, Estados Unidos, gostavam de atravessar a fronteira para aproveitar a culinária mexicana. O chef de cozinha do local sumiu sem dar explicações (parece que cuidava de uma das mulheres dos soldados), enquanto Anaya fez um prato com tortilhas de milho, queijo derretido e pimenta.

ATENÇÃO CERVEJA É UMA BEBIDA PARA MAIORES DE IDADE. BEBA COM MODERAÇÃO.

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COM A BOLA

GALVテグ BUENO

Foto: Zテゥ Paulo Cardeal, TV Globo


04 DEZEMBRO BEM, AMIGOS DO ATL PAPER. CLARO QUE ESSE BORDÃO NÃO É NOSSO. ELE PERTENCE A VOZ MAIS EMBLEMÁTICA DO ESPORTE NACIONAL. COM 40 ANOS DE CARREIRA, CARLOS EDUARDO DOS SANTOS GALVÃO BUENO JÁ ENTROU INÚMERAS VEZES NA SUA CASA. ELE TRATA O PÚBLICO COMO AMIGO E SEMPRE RESSALTOU ISSO. AO TODO, 11 COPAS DO MUNDO E UM DESEJO: NÃO PARAR DE NARRAR. GALVÃO BUENO TOPOU TROCAR UMA IDEIA COM ADAMS, LELÊ BORTHOLACCI, PORÃ E RAMIRO RUSCHEL. NA PAUTA: FUTEBOL, AUTOMOBILISMO E VINHOS. UM BELO PAPO ENTRE AMIGOS. Adams E aí, Galvão. Tudo tranquilo?

um novo Galvão Bueno?

Galvão Tudo tranquilo. Desculpe o pequeno atraso. Mas sabe como é... a padaria não para.

Galvão Ah, gente... Primeiro seria muita pretensão da minha parte dizer alguém que possa ser um novo Galvão. Nós temos ótimos narradores. Pega o nosso Rio Grande aí... Existe alguma personalidade maior do que Celestino Valenzuela? Queeeee laaaaanceee! O Paulo Brito não arrebenta?

Adams A gente entende. Tenho uma padaria bem menor que a do amigo, mas entendo perfeitamente. Galvão Que é isso, rapaz? Tamo junto! Adams Neste ano tu lançaste o teu primeiro livro, chamado Fala, Galvão!. O que o Galvão fala na publicação? Galvão Na realidade, o livro não tem nenhuma pretensão literária. É apenas uma coisa que eu queria fazer há algum tempo. Tem muita gente no Brasil que acompanha a minha carreira. Claro, existem os que não gostam. É uma viagem pela minha carreira de 40 anos em rádio e televisão. Conto histórias com personagens bem ligados a mim. A minha história com Pelé, Ayrton Senna, Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Rubens Barrichelo, Felipe Massa... Falo muito do meu relacionamento com os jogadores que acabaram virando os meus parceiros de televisão, como Júnior, Falcão, Casagrande e com o Arnaldo (Cesar Coelho), meu velho parceiro. Também tem história com o Reginaldo Leme, na Fórmula 1. São bastidores. Tem coisas sérias, curiosidades e tudo o que eu vivi. O livro tenta ser saboroso, mas dá umas porradinhas. Estou extremamente satisfeito. O Ingo Ostrovsky é diretor do programa Bem, Amigos!. Ele foi a primeira pessoa a me receber no escritório da Rede Globo, em Londres, em 1981, logo que entrei na emissora. Nos aproximamos muito no convívio com a Seleção Brasileira. Fomos conversando sobre o livro durante muito tempo. Foram horas intermináveis de gravação e conseguimos transformar em trezentas e poucas páginas. Escolhi o parceiro certo para isso. Trabalhamos juntos em outras histórias. Lelê Aqui pelo Rio Grande do Sul? Galvão Boa parte da minha vida agora é no Rio Grande do Sul. Mais do que em qualquer outro lugar. É aí que eu tenho estância de criação de Angus, cavalo crioulo, minha vinícola... ... Adams Então o Galvão é gaúcho? Galvão Muito, tchê! Porã No livro, tu relatas 40 anos de uma carreira brilhante na televisão. Mas o que te motivas a continuar trabalhando na comunicação? Galvão É o que eu sei fazer, cara. Eu tenho duas grandes paixões na vida: minha família e o meu trabalho. Eu não me imagino parando. As pessoas não entenderam quando eu disse no final da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul... “Ah! Olha ali, ó! O Galvão vai se aposentar”. Ali, naquele momento, eu completava um ciclo de 10 Copas do Mundo. Todas elas fora do Brasil, claro. Eu nasci poucos dias depois da final da Copa de 50. A próxima Copa após minha declaração seria no Brasil, mas naquele momento eu não me via narrando na Rússia em 2018. Neste momento está mais do que certo que estarei lá. Então, essa declaração foi um momento muito pessoal, e as pessoas entenderam errado. Não sou mais nenhum menino. Tenho 65 anos, mas ainda tenho muita lenha para queimar. Não vou parar jamais! Para alegria de muita gente e desespero de alguns. Hehehehehehehe! Ramiro Ruschel Nós tivemos grandes narradores na história do Brasil. O único nome que eu pretendo citar é de Luciano do Valle, que tu substituiste na Globo. O Brasil tem preparado

Adams Feitooooooo! Galvão O Brito me deu a honra de escrever o prefácio do livro dele. Disse que era meu fã, e eu admiro o trabalho dele. Eu disse que entendia muito bem a situação dele, pois ele ocupou o lugar de um ícone. E eu fui para a Globo substituir o Luciano do Valle. Hoje, temos grandes profissionais. Para ficar nos da casa: Paulo Brito, Rogério Corrêa, Cléber Machado, Luís Roberto, Milton Leite, Luiz Carlos Jr. Não vejo uma necessidade de sucessão. O tempo vai ajeitando isso. Adams Tu tiveste a oportunidade de narrar as grandes glórias do esporte nacional. Também fizeste parte de um dos momentos mais constrangedores da história... .... Galvão Gooooooolllll da Alemanha.

No livro, eu falo de Ricardo Teixeira, excesso de tempo no poder, muito tempo sem respostas, nuvens escuras... Tantos excessos, que o obrigaram a renunciar e deixar o país. O Marin me disse: “Viu como eu sou esperto?” Eu disse que ele não era esperto, era político. Então ele falou que colocou na comissão os dois últimos campeões do mundo: Felipão e Parreira. Aí, vem a frase: “Se o Brasil ganhar, eu fui bem. Se não ganhar, eles perderam”. Coisa bonita, né? O Marin conta que uma vez chegou no Jango e pediu o cargo na secretaria de esportes. Ouviu dele: “Como você quer algo que não existe mais?” Foi o que ele fez com o Andres (Sanchez). Extinguiu o cargo para não correr risco de receber uma ligação do Lula no outro dia, dizendo que ele tinha que voltar. Tem que mudar tudo mesmo! Lelê Com tudo isso que tu disseste, 7x1 não foi pouco? Galvão Rá! Mas eu não digo que foi 7x1. Foi 10x1. Nós não jogamos com nenhuma seleção do nosso clube. O que é o clube do Brasil? Argentina, Itália, Alemanha, Holanda, França, Inglaterra, Espanha. Jogamos contra seleções inferiores. Quando caímos no nosso clube, levamos 10x1. Lelê Então esse resultado reflete o que é o futebol brasileiro? Galvão Não. Não concordo com você. O resultado é duro, cruel, mas acaba sendo benéfico. Temos técnicos andando pelo mundo e procurando especializações. Mano Menezes foi para a Europa, Muricy passou temporada no Barcelona. O Tite fez um ano sabático. Falo de três técnicos com história no futebol gaúcho, com conquistas no Grêmio, Inter e Caxias.

Adams Hahahahahaha! Exatamente. Até que ponto isso ainda mexe contigo? Galvão Os 7x1 têm toda uma conjuntura. Ninguém é culpado. Vão questionar a capacidade do Felipão como técnico? Não pode. Do Carlos Alberto Parreira? Não pode. Não se criou uma comissão ideal de trabalho. Eu digo insistentemente: na Copa do Mundo no Brasil, a Granja Comary parecia uma grande festa junina. Eu nunca vi tanto crachá e tanta credencial na minha vida. Não tinham um instante de sossego para fazer um treino. Os profissionais de imprensa não conseguiam trabalhar de tanta gente que estava por lá pedindo foto. Teve um dia que eu e o Casagrande deixamos o campo de treino e fomos para a redação assistir pela televisão. Deveríamos ter tido mais precaução naquele jogo contra a Alemanha. Dois dias antes do jogo, no Jornal Nacional, eu disse ao Felipão: “Alemanha, arrebentando na Copa. Vambora de 2002 pra cima deles. Três zagueiros, dois volantes, joga por uma, duas bolas...” Ele disse: “Que é isso? Copa no Brasil...” Eu retruquei: “Não teremos o capitão, nem o Neymar”. Ele acabou dizendo que o time tinha vários jogadores para substituir o Neymar. Ou seja, ele estava confiante e queria passar isso. Estávamos ao vivo para todo o Brasil, e os jogadores estavam assistindo a 500 metros dali. Acho que teve um pequeno erro de avaliação. Essa é uma conta que caiu no bolso de todo mundo. Depois disso, vem a apresentação muito ruim na Copa América. Evidente que eu gostaria de ter terminado falando do hexacampeonato. Foi uma lição dura, cruel, mas importante. Porã Tu achas que vai mudar alguma coisa na Fifa e CBF após esses escândalos? Galvão Tem que mudar! O livro saiu um mês antes da prisões em Zurique. O Del Nero vazou de lá e nunca mais saiu do Brasil. Eles são muito ligeiros, rapaz. Ele cedeu o seu lugar no Comitê Executivo da Fifa, mas seria colocado para fora. Acho que não tem volta. Quem era o grande favorito para ser o presidente da Fifa no lugar do Blatter? Lelê Platini. Galvão Ué? Parece que não tem pé de barro, né? Tá enrolado nisso também. Não tem volta. Tem que existir uma mudança muito grande.

“Na Copa do Mundo no Brasil, a Granja Comary parecia uma grande festa junina.”

tinha um grande time e teve uma brilhante conquista com destaque para o Renato. Ele jogou uma barbaridade. Tenho muito orgulho de ter transmitido os dois títulos. Ramiro O Arnaldo paga os jantares que ele promete no Bem, Amigos!? Galvão Nunca pagou nenhum! Estúdio Hahahahahahahahaha! Ramiro Mas ele sempre perde. Galvão O Arnaldo é um grande amigo. Não tem um dia que a gente não se fale. O conheço desde quando ele apitava e eu ficava na cabine falando mal dele. Ele é o maior árbitro brasileiro em todos os tempos, sem dúvida. Nossas famílias são amigas. Aquela brincadeira é muito gostosa. Lelê Tu achas que a regra é realmente clara? Galvão Se a regra fosse clara, não tinha tanta confusão no futebol. Porã A maior tragédia da história do esporte brasileiro foi a morte do Ayrton Senna. Como foi viver aquele momento? Tu tens teus filhos no automobilismo. Como é para um pai narrar a morte do maior ídolo nacional e ainda ter que enfrentar os seus filhos competindo? Galvão Eu lido muito bem. Temos que separar em duas partes o acidente do Senna. Uma parte é a fatalidade. A forma com que uma das hastes da suspensão quebrou. Aquele pedaço de ferro passou e o matou. Um centímetro pra cima e ele estaria conosco até hoje. Alguns atletas passam da condição de ídolo. O Senna era um desses. Era aquele menino que, enquanto o Brasil estava cheio de problemas, guiava todo mundo nas manhãs de domingo. Hoje continuamos com o Brasil cheio de problemas e ainda falta quem ganhe. Uma coisa foi narrar aquela tragédia. Foi o momento mais difícil da minha vida. Confesso que durante a transmissão eu saí algumas vezes do estúdio e o Reginaldo Leme segurou a onda. Outra coisa é narrar aquela morte pública. O Ayrton Senna morreu no sofá da sala dos brasileiros. Ayrton era como um irmão mais novo. Eu prefiro lembrar dele pela genialidade e por tudo o que ele fez. Pessoalmente, pelos momentos maravilhosos que tivemos juntos.

Porã Nós ainda somos o país do futebol?

Porã E a questão dos filhos?

Galvão Mas o que é o país do futebol?

Galvão O automobilismo está no sangue da gente. Eu costumo dizer que falta um dia na semana do corredor. Ele não é igual aos outros. É uma paixão. Sempre fui apaixonado e poderia dizer que eu fui um piloto frustrado. Meus meninos são grandes campeões. Fizeram a vida profissional deles nisso. O Cacá, graças a Deus, nunca sofreu um acidente. O Popó teve um muito grave, em Monza, quando corria o campeonato Europeu. Sofreu uma fratura quadrupla na vértebra. Eu me lembro que estávamos no hospital, em Milão, na primeira conversa, o Popó perguntou: “Doutor, como eu estou? Daqui a duas semanas eu tenho corrida na Polônia”. O médico disse: “Menino, primeiro pensa em voltar a andar. Tenha paciência. Você esteve a dois milímetros de ficar paraplégico”. Aquilo foi um choque. Imagine como eu fiquei? Mas na primeira corrida dele depois do acidente, eu estava lá para assistir.

Porã Berço de craques, multicampeão. Isso sempre foi cantado em música por muitos artistas e o povo sempre levou isso como uma verdade. Galvão Nós somos um país que tem a capacidade de produzir talentos. Ninguém mais participou de todas as Copas. Ninguém tem tantos títulos. É o jeito do brasileiro, a habilidade, forma de sair de uma situação difícil. Mas uma coisa me preocupa: nós não temos nenhum protagonista em algum grande clube do mundo. Desafio vocês quatro a me dizerem um. Ramiro Nem o Neymar? Galvão O protagonista do Barcelona é o Messi. Ramiro Mas não chegou a vez do Neymar? Galvão Eu diria que pela primeira vez, o Neymar foi protagonista do Barcelona durante a lesão do Messi. Se saiu muito bem. Temos um futebol muito forte. Sempre estaremos entre as grandes forças, mas não sei se somos o país do futebol. Adams Tu tiveste a oportunidade de narrar grandes acontecimentos da dupla Gre-Nal. Quais foram os títulos mais importantes que narraste de Grêmio e Internacional? Galvão Ué? Ué? Os dois títulos mundiais. Um, com o timaço do Renato. E o grande time dirigido pelo Abel contra o Barcelona. Em 83, a final foi em cima de um time alemão, que tinha titulares da seleção alemã, que jogou a final da Copa do Mundo no ano anterior. O Grêmio

Adams Vou fazer um churrasco com o pessoal aqui da rádio. Tu és um apreciador de vinhos. Qual a uva perfeita para combinar com uma carne? Galvão Hahahahahahaha! Ahhhhhh, rapaz! Aí, eu vou dizer a você: eu tenho a minha vinícola em Candiota. Fica no paralelo 31, que é o mesmo de Nova Zelândia, parte da Argentina e do Chile. Acho que todo país deve ter a sua bandeira. No Uruguai, o tannat. Na Argentina, o malbec. Eu insisto que a nossa bandeira tem que ser o merlot. Mas o cabernet sauvignon também é bom demais, rapaz. Faz o seguinte: pega um corte bordalês, que tenha cabernet sauvignon, merlot e petit verdot. Fica perfeito com qualquer carne.

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04 DEZEMBRO

TIRADAS, REVOLTA E TROCADALHOS DO CARILHO

REFLEXÃO

la, age oM rald o : Ge enad Fotoência S Ag

(+ saudades daquelas buchas do Jardel contra o Palmeiras) SOBRE POLÍTICA O assunto anda mais constrangedor do que aquela vez em que o Diego Hypolito foi desejar “Feliz Dia dos Pais” no Instagram, mas trocou a letra “i”, de pai, por um “u”. Foto: Fernando Gomes.

E pensar que o povo brasileiro já foi às ruas por R$ 0,20. Imagina o dia em que desviarem milhões que serviriam para educação, saúde e segurança. Não, pera! Foto: Pedro França, Agência Senado

COISAS QUE PODEM SER HACKEADAS E VOCÊ NÃO SABIA

uz, ntônioilCr Foto: Aia as Agênc Br

Hackear ainda é uma expressão ligada fortemente a computadores. Mas isso não é um privilégio somente dos PCs. Você sabia que uma bomba de combutível, por exemplo, pode ser hackeada? Quer saber mais? Corre lá no atl.la/infosfera e confere o que os nerds desvendaram. Você vai se chocar! Foto: Guto Kuerten

TÁ RUIM PRA TODO MUNDO... ... até pro Neymar, que é um dos três melhores do mundo. Num papo sem vaidade, Luciana Gimenez perguntou para Nicole Bahls sobre um affair com Neymar. A moça foi categórica: “Beijei ele sim, e foi ótimo! Mas era o que tinha pro dia. Eu estava em Santos e não tinha nada melhor para pegar”. Foto: Gabriel Rangel, AG News e Orlando Oliveira, AG News.

MEU CHAPÉU! Fernanda Lima deu a dica para a mulherada que sonha com o corpo da musa gaúcha: “O truque é você comer bem alimentos de verdade e o que é mais gordinho em pouca quantidade. Aí não precisa passar vontade. Dez batatinhas não vão mudar nada na minha vida, entendeu?”, disse. Vamos comer uma porção de fritas, Fê? Foto: Felipe Lessa, TV Globo

O FIM DA URNA ELETRÔNICA A mascada definhou e não teremos eleições eletrônicas em 2016. Seguem três sugestões de como o povo brasileiro pode exercer o seu direito como cidadão: - Sistema BBB Os candidatos têm um minuto para se defender e o povo brasileiro escolhe quem quer eliminar com uma ligação que custa R$ 0,49. O discurso de posse será do Pedro Bial. - Sistema Criança Esperança Os candidatos sobem num palco, contam a história de um menino que queria pão e o povo liga. Ligações custam entre R$ 10, R$ 25 e R$ 50. - Sistema Silvio Santos O candidato grita “quem quer dinheiro” e o povo grita “eu”. No fim, surge o Ivo Holanda como assessor de imprensa e grita que tudo não passava de uma pegadinha. Foto: Nelson Jr, TSE.

APRENDENDO COM O BIEBER “Às vezes a vida te dá um chute na bunda e você precisa saber lidar com isso”, escreveu no seu Twitter. Foto: Calvin Klein, Divulgação

FALANDO EM BIEBER Seria legal a Dilma radicalizar e adotar o cabelo dele, né?

EU LUTO CONTRA A AIDS

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04 DEZEMBRO

O veraneio está chegando e com ele tudo o que a gente tá acostumado: o nordestão, os vendedores de picolé na praia, as ruas das cidades vazias e a Estrada do Mar lotada. Então, se liga em coisas que são certas que vão acontecer com todo

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Foto: Jefferson Botega

ATL SURF

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Correr atrás do guarda-sol Patrimônio dos gaúchos, o nordestão (aquele vento fiadapu que derruba tudo) promete aprontar altas confusões na beira da praia. Não se assuste ao ver um pai e seus filhos correndo atrás do guarda-sol. Este é um dos esportes mais praticados durante o verão.

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Comer crepe Outra coisa que é muito tradicional na gastronomia litorânea é o crepe. Simples, duplo ou triplo, tanto faz. O acepipe é saboreado de ponta a ponta no nosso paradisíaco Litoral. A dica: num crepe triplo, coloque sabores salgados nas pontas e o doce no meio.

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Se queixar do mar No Rio Grande do Sul, isso é tão tradicional quanto o chimarrão. Porém, é o que a casa oferece e vamos aceitar que dói menos. Nossa água é gelada, tem cor de achocolatado, mas é nossa. O Litoral gaúcho tem uma beleza incompreendida, mas charmosa.

PARA CURTIR O VERÃO E NÃO SE CONFUNDIR NA HORA DE PEDIR “ICE CREAM” OU “SUN CREAM”, A MELHOR COISA É FAZER YÁZIGI. ACESSA YAZIGI-RS.COM.BR, TE CADASTRA E GANHA QUATRO AULAS. FICA LIGADO! MUITO PIOR DO QUE DEIXAR O BRAÇO PRA FORA DO CARRO NA FREEWAY E SE QUEIMAR É FICAR SÓ NO EMBROMATION.

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Foto:Félix Zucco

1º 10.000 pontos 2º 8.000 pontos 3º 6.500 pontos (os dois atletas que perderem a semifinal ficam nessa posição) 5º 5.200 pontos (os quatro atletas que perderem nas quartas-de-final ficam nessa posição)

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5 O cunhado mala É tempo de reunir a família, conversar, beber e, claro, fazer um churrasquinho. A crise tá aí, não podemos negar. Então, é feito o famoso rachidi (quando cada um paga um pouco) ou se leva um pedaço de carne. Sempre tem aquele cunhado folgado que leva um pedaço de cupim, mas na hora de comer se atraca na picanha.

Pipeline é a lendária praia do Havaí conhecida por seus tubos gigantes. É lá que acontece todos os anos a última etapa do campeonato mundial de surfe. Em Banzai Pipeline – apelido da praiuca – é decidida com todos os melhores surfistas do mundo encarando massas d’água e tubos do tamanho de um ônibus. O evento em Pipe vai até dia 20 de dezembro. Temos quatro brasileiros entre os seis primeiros colocados no ranking. Todos com chance do título mundial. Confira o ranking, como será a pontuação e faça sua torcida. Afinal, a Brazilian Storm pode comemorar o seu segundo título mundial.

PONTUAÇÃO DO PIPELINE MASTERS

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3 Os magalão Magal é aquela turma que não tem porta-malas no carro. Eles têm uma boate, com direito a todas as caixas de som do universo, neon, fumaça. É um arerê. O cidadão faz questão de colocar música ruim. E o que parece muito ruim, vai piorar. Ao lado do carro dele, tem outro magalão com o som mais alto.

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O PIPE MASTERS 2015 @juniorscheneider

Foto: Isadora Neumann

LISTA 5 COISAS QUE TODO MUNDO VAI VIVER NESTE VERÃO

PONTUAÇÃO DO MUNDIAL 2015 1º Mick Fanning (AUS) 49.900 pontos 2º Filipe Toledo (BRA) - 49.700 pontos 3º Adriano de Souza (BRA) - 49.450 pontos 4º Gabriel Medina (BRA) - 45.350 pontos 5º Owen Wright (AUS) - 43.600 pontos 6º Ítalo Ferreira (BRA) - 41.600 pontos VAI PEGAR UMAS ONDAS NO FINDI? CONFIRA A PREVISÃO DAS ONDAS NO RIO GRANDE DO SUL E SANTA CATARINA. APONTE O LEITOR DE QRCODE PARA A IMAGEM E CONFIRA AS INFORMAÇÕES DO KI FORNARI, UM DOS CABEÇAS DO ATL SURF.



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