Prefácio Conversas e Controvérsias entre Nativo e Migrante – um jogo de espelho sobre jogos digitais
Prefaciar uma obra que resulta de uma tese da qual participamos nos dá um prazer especial, pois compartilhamos o processo de sua feitura, uma tessitura cuja urdidura é construída não só de conhecimentos, como também de sonhos, dúvidas, inquietações, confabulações diversas. Orientei esse trabalho como quem descobre um mundo novo. Realizei junto ao Eucidio o papel de quem, numa viagem, acompanha o comandante – ele – levantando dúvidas, suspeitas, controvérsias próprias, de quem, aberta para o outro, para o desconhecido não sabe ao certo se para migrar é preciso tomar-se nativo, pois “Que carregamos as coisas, moldura da nossa vida” (Drummond), como minhas pedrinhas de amarelinha, minhas pedras de dama, minhas varetas coloridas do jogo “pega varetas” – meus jogos prediletos na infância. Não me lembro do Eucidio, como nativo digital, se negar à controvérsia, pois para se afirmar como um nativo contracenou com o migrante e dele fez uma imagem. Fez-se também nativo/migrante, um ser múltiplo, aberto, sensível às migrações, às navegações que o levaram ao encontro de outros nativos, os adolescentes com quem jogou inúmeras partidas, para