Gestão Educacional Democrática

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Introdução

O desenvolvimento de trabalho na área educacional exige do educador o exercício de práticas voltadas para o transformar e transformar-se como pessoa, como profissional e como sujeito social. Na prática da administração escolar, esses exercícios também são essenciais. As práticas autoritárias e centralizadoras presentes na gestão escolar expressam a organização estruturada pela sociedade capitalista que procura, em última instância, a manutenção das relações sociais de produção, refletindo as divisões sociais existentes, com tendências a perpetuá-las e acentuá-las, enfatizando, assim, a manutenção do poder da classe dominante. Para sistematizar a compreensão que fazia sobre as possibilidades da gestão escolar para a construção de uma educação transformadora, realizei, em 1992, a pesquisa intitulada A gestão democrática em educação e a relação escola-comunidade: artes e ofícios, em cujo resultado, uma das constatações foi a de que a gestão democrática em educação está intimamente articulada ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da classe dos trabalhadores, extrapolando as batalhas internas da educação institucionalizada, e sua solução está condicionada à questão da distribuição e apropriação da riqueza e dos benefícios que transcendem os limites da escola (Hora, 1994). Esse estudo demonstrou que é possível exercer democraticamente a administração da escola pública pela construção coletiva, exercida, por exemplo, na escola-campo daquela pesquisa, presente nas reflexões e nas ações cotidianas dos sujeitos envolvidos, o que gerou a necessidade de fazer uma investigação que tivesse como foco a política educacional brasileira.


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