Memória, Sensibilidades e Saberes

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Mem贸ria

Se ensibilidades Saberes organizadoras

Ernesta Zamboni Maria Carolina B. Galzerani Caroline Pacievitch


DIRETOR GERAL Wilon Mazalla Jr. COORDENAÇÃO EDITORIAL Willian F. Mighton COORDENAÇÃO DE REVISÃO E COPYDESK Catarina C. Costa REVISÃO DE TEXTOS Paola Maria Felipe dos Anjos EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Fabio Diego da Silva Tatiane de Lima CAPA Paloma Leslie Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Memória, sensibilidades e saberes / organizadoras Ernesta Zamboni, Maria Carolina B. Galzerani, Caroline Pacievitch. -- Campinas, SP : Editora Alínea, 2015. Vários autores. Bibliografia. 1. Aprendizagem 2. História - Estudo e ensino 3. Prática de ensino 4. Professores - Formação profissional I. Zamboni, Ernesta. II. Galzerani, Maria Carolina B.. III. Pacievitch, Caroline. 15-03288

CDD-907

Índices para catálogo sistemático: 1. História : Ensino 907 ISBN 978-85-7516-739-7 Todos os direitos reservados ao

Grupo Átomo e Alínea Rua Tiradentes, 1053 - Guanabara - Campinas-SP CEP 13023-191 - PABX: (19) 3232.9340 e 3232.0047 www.atomoealinea.com.br Impresso no Brasil


Dedicamos este livro a nossa amiga e companheira, Maria Carolina BovÊrio Galzerani, com quem compartilhamos as nossas vivências e esperanças.


Apoio Cultural

associação brasileira de ensino de história


Sumário Apresentação................................................................................................................ 9 Introdução: el presente en la enseñanza de la historia................................................................... 17 Silvia Finocchio

Memória............................................................................................................... 27 Capítulo 1 Material Didático para Escolas Guarani.................................................................... 29 Antonia Terra de Calazans Fernandes

Capítulo 2 Práticas de Memória, Tempo e Ensino da História.................................................... 42 Cláudia Prado Fortuna e Maria Carolina Bovério Galzerani

Capítulo 3 Perspectivas do Ensino de História e Diversidade Étnico-cultural: contribuições a um debate transdisciplinar................................................................ 52 Giovani José da Silva

Capítulo 4 Mediações entre Ensino de História e Patrimônio..................................................... 64 Helenice Ciampi

Capítulo 5 Ensino de História e Patrimônio na Relação Museu-escola...................................... 76 Júnia Sales Pereira


Capítulo 6 Patrimônio Cultural e Ensino de História: problematizando a colonização do presente pelo passado......................................... 90 Maria de Fátima Guimarães

Capítulo 7 El Texto de Historia: un espacio de encuentros y desencuentros............................ 103 María Elisa Gómez Laborde

Capítulo 8 A Consciência Histórica como o Lugar e o Propósito da Aprendizagem Histórica: introdução a um diálogo com a teoria Jörn Rüsen................................................... 116 Maria Auxiliadora Schmidt e Marlene Cainelli

Capítulo 9 Memoria y Historia: trabajadores, movimientos sociales y educación en la Argentina............................ 129 Roberto Elisalde

Capítulo 10 Imagem, Memória e História: narrativas do fotojornalismo de guerra e o ensino de história................................. 145 Ana Heloisa Molina

Sensibilidades................................................................................................ 161 Capítulo 11 América Latina en el Currículum Chileno de la Post-dictadura: cinco rostros difusos para una historia jamás enseñada........................................... 163 Fabián González Calderón

Capítulo 12 Currículo de História: entre experiências temporais e espaciais............................. 177 Carmen Teresa Gabriel

Capítulo 13 A História da África e da Cultura Afro-Brasileira: os saberes e fazeres dos professores........................................................................ 193 Gizelda Costa da Silva


Capítulo 14 “Essa História é de Verdade?” A narrativa escolar e seus matizes........................................................................... 209 Helenice Rocha

Capítulo 15 Cidade e Ensino de História..................................................................................... 225 Maria Sílvia Duarte Hadler

Capítulo 16 A Sensibilidade como Condição para o Diálogo no Ensino de História.................. 233 Décio Gatti Júnior

Capítulo 17 La Historia Latinoamericana en la Escuela Argentina de Hoy: rupturas y continuidades.......................................................................................... 244 Gonzalo de Amézola

Capítulo 18 Mais que Latina ou Inglesa (Aprender nossas Américas).................................................................................... 261 Marcos Silva

SABERES............................................................................................................... 273 Capítulo 19 Absoluto, Nación e Historia en la Escuela............................................................... 275 Sebastián Plá

Capítulo 20 Sobre a Racionalidade do Ensino de História entre os Séculos XVI e XVIII e a Legitimação da História como Disciplina no Século XXI................................. 291 Itamar Freitas

Capítulo 21 Saberes Históricos Construidos – Saberes Históricos Apropiados: una reflexión desde la didáctica de la historia......................................................... 304 Joan Pagès


Capítulo 22 A Memória em Arenas de Sentidos: reflexões sobre saberes, práticas e territórios educativos na contemporaneidade...... 326 Sonia Regina Miranda

Capítulo 23 Os Saberes Escolares e o Conceito de Consciência Histórica................................. 345 Luis Fernando Cerri

Capítulo 24 Formación Docente en Historia: un estudio en la Norpatagonia Argentina............ 361 Alicia Graciela Funes

Capítulo 25 O Sucesso Escolar na Visão dos Alunos: os diferentes saberes que compõem o processo de aprendizagem........................... 379 Ernesta Zamboni e Sandra Regina Ferreira de Oliveira

Capítulo 26 Perspectivas do Conhecimento Histórico no Ensino Médio: entre tradições e inovações...................................................................................... 394 Ana Maria Monteiro

Capítulo 27 Qual é o Lugar do Ensino Médio na Escolarização e em que Consiste a Especificidade da História no Ensino Médio?....................................... 409 Flávia Eloisa Caimi

Capítulo 28 Monitoramento e Avaliação Formativa com o Uso da Tecnologia em Ciências Humanas............................................................... 423 Samira Muhammad Ismail, Paulo Victor de Oliveira Miguel e Gilmar Barreto

Capítulo 29 Cultura e Ensino de História da Perspectiva das Redes Sociais e do Ciberespaço............................................................................... 440 Eucidio Pimenta Arruda

Sobre os Autores...................................................................................................... 457


Apresentação

R

efletir sobre Educação, como uma área interdisciplinar e política, é pensar a transformação das sociedades, os movimentos sociais, assim como acompanhar os deslocamentos da historiografia, seu processo de reconstrução do passado e das bases do saber. Pensar no ensino de História, portanto, é ter como referência a dinâmica epistemológica da História e da Educação, não como unidades autônomas, mas relacionadas, criadoras singulares e, ao mesmo tempo, frutos da interação entre as funções que desempenham. Atualmente, com o avanço das pesquisas sobre o ensino de História, tomamos ciência de que esse campo é bastante amplo e diversificado, uma vez que apresenta uma multiplicidade de facetas. Além disso, o repertório de tais pesquisas mostra-nos que as escolas atuais são bem distintas das escolas do passado – um passado não muito distante. A partir da década de 1980, os estudos culturais provocaram mudanças na visão historiográfica, o que nos levou a olhar para o passado de uma forma distinta e globalizante. Por conseguinte, só podemos refletir sobre os conteúdos ensinados e sobre os currículos estabelecendo relações com a atual formação dos professores e os valores da juventude contemporânea. Referimo-nos, especificamente, às potencialidades das representações plurais de memória e sensibilidades, as quais, tensionadas com os conceitos de saberes educacionais, possibilitam a compreensão do professor e dos estudantes como pessoas historicamente situadas, portadoras de dimensões não apenas racionais, mas também


10 Apresentação sensíveis. Professor e estudante que, no ato de produção de seus saberes – na escola, mas também em outros espaços educativos –, não apenas reproduzem os conhecimentos historiográficos ou disciplinares, mas também ousam recriá-los na relação com outros saberes, ou seja, os saberes da experiência, os saberes da memória. Trata-se de uma perspectiva complexa que merece debates e aprofundamento, sobretudo se a localizarmos historicamente após o avanço da modernidade, hoje tardia (Giddens, 1991), na qual prevalecem tendências fundadas na racionalidade instrumental ou técnica, especialmente no que tange ao mundo da escola. Para olhar esse conjunto, é necessário pensar sobre as múltiplas distâncias sociais que configuram as sensibilidades, as memórias e a produção de saberes histórico-escolares. Com base nessa ótica, resolvemos organizar este livro em três eixos: Sensibilidades, Memórias e Saberes. Afirmou Ecléa Bosi (1999) que a memória não é sonho, é trabalho (1999 p. 55). Esquecimentos, silêncios, reivindicações e enquadramentos (Pollak, 1989) fazem parte das disputas e construções das memórias negadas e privilegiadas na sociedade, que se encontram também nos bancos escolares, de formas mais ou menos diretas. Propomos focalizar historicamente a questão da sedução pela memória (Huyssen, 2000) vivida na contemporaneidade, na relação com as práticas de ensino de História. Perguntamo-nos: a que interesses tem servido tal “inovadora” abordagem no ensino de História? Que imagens têm sido tecidas, concernentes à relação entre passado, presente e futuro? Que saberes têm sido valorizados e/ou desqualificados? Quais teorias informam a produção desses saberes, assim como quais são as práticas que têm sido historicamente engendradas? Tal proposta permite-nos conceber os sujeitos das comunidades de aprendizagem – não só a escola, mas também outras instituições, educacionais ou não, – de maneira que se tragam à tona dimensões mais inteiras, mais ativas e relacionais desses mesmos sujeitos, enfocando-os como produtores de culturas, de saberes e, ao mesmo tempo, como seres atravessados por tensões e contradições. Além disso, ao assumirmos essa proposta, explicitamos que entendemos a pesquisa como ato político, visualizado não apenas como uma teoria – aquela situada nas práticas de pesquisa, que dialoga com outras teorias –, mas como prática comprometida com o âmbito social. Na introdução, Silvia Finocchio expõe suas inquietudes ao pensar o presente do ensino de História, construindo uma tessitura entre memórias, sensibilidades e saberes apresentada em três tópicos: tempos e artefatos; crenças e trocas e políticas e relatos. Inspiradas nos questionamentos levantados na Introdução e nos demais textos, dividimos a obra em três eixos: Memória, Sensibilidades e Saberes, reconhecendo, porém, que cada capítulo pode passar por mais de um desses temas.


Apresentação 11

Eixo - Memória As autoras e os autores que contribuíram para a discussão sobre memória e ensino de História apresentaram algumas perspectivas em comum, mesmo que se utilizando de diferentes referenciais teórico-metodológicos. Os autores mais citados foram Jacques Le Goff, Pierre Nora e Ecléa Bosi, mas também houve referências a Stephen Bann, Maurice Halbwachs e Paul Ricoeur. Memória como reminiscência, memória individual, memória coletiva, grupos que reivindicam – ou desconhecem – suas memórias para a construção de identidades. A neutralidade da memória é sempre negada, construída na tensão entre o lembrar e o esquecer, entre a divulgação e o silenciamento. Antonia Terra discute o “material didático para escolas guaranis” e enfoca questões da memória em diálogo com as identidades na escola indígena. Claudia Fortuna e Maria Carolina B. Galzerani constroem um mosaico de sentidos possíveis para tempo, memória e cidades no ensino de História, perante os desafios da modernidade tardia. Giovani José da Silva focaliza a temática indígena e, tendo como referência suas memórias, analisa as questões indígenas no Mato Grosso do Sul. Helenice Ciampi oferece um olhar de síntese sobre o tema do ensino de História e sua relação com o patrimônio, mediada pelas ideias de memória e pelas formas de apropriação dos discursos que os patrimônios materiais e imateriais oferecem para a reflexão do professor. Júnia Sales afirma que a vinculação entre patrimônio, museus e escola está situada em distintas áreas. Em Educação, essa vinculação é influenciada pela Museologia e pelo campo do Patrimônio Cultural. Considerando tais interfaces, a autora reflete sobre a relação escola-museu nas dimensões intersubjetivas, sensíveis e relacionais. Maria de Fátima Guimarães, preocupada com a presença de lugares de memória e com os grupos sociais por eles privilegiados nas cidades, problematiza a “colonização do passado pelo presente” e os significados da busca de sentidos para sua cidade por meio desses lugares. Maria Elisa Gómez oferece reflexões sobre memória, encontros e desencontros provocados pelo texto de História e as múltiplas formas de torná-lo compreensível nas atividades cotidianas do professor com seus estudantes. Maria Auxiliadora Schmidt e Marlene Cainelli escreveram sobre o significado da aprendizagem histórica com base no conceito de consciência histórica, conforme as definições de Jörn Rüsen. Roberto Elisalde, tratando das relações entre professores, conhecimento e sala de aula, discute a presença da memória dos trabalhadores e dos movimentos sociais na educação da Argentina.


12 Apresentação Ana Eloisa Molina reflete as relações intercambiáveis entre imagem, memória e História, destacando quatro tópicos: história e memória; imagem e história; tomadas da fotografia e constituição de narrativas sobre a guerra no ensino de História. Nas disputas entre o que se lembra e o que se esquece, abre-se espaço também para a magia e a imaginação e, sobretudo, para a partilha de experiências nas cidades e seus espaços, que não podem ser compreendidos apenas pela racionalidade estrita. É por meio de tal linha de pensamento que podemos articular este primeiro conjunto de textos com aqueles agrupados sob o eixo das Sensibilidades, o qual disponibiliza perspectivas amplas e criativas para pensar as práticas de ensinar e aprender história. Eixo – Sensibilidades Na confluência entre memórias e saberes, o eixo das sensibilidades traz aspectos abrangentes e inovadores pelos quais se podem pensar as práticas de ensino e aprendizado de História. Fabián Calderón, ampliando os nossos olhares, analisa cinco diferentes enfoques sobre a América Latina, referentes aos currículos escolares chilenos no período pós-ditaduras. Carmem Tereza Gabriel oferece subsídios teórico-metodológicos para refletir sobre o currículo de História com fundamento nas experiências temporais e espaciais de alunos e de professores. Gizelda Costa da Silva, ligada aos textos anteriores pela preocupação com inovações curriculares, apresenta as perspectivas de alguns professores de História para ensinar a História da África e da cultura afro-brasileira nos anos finais do ensino fundamental, privilegiando os saberes e as práticas desses docentes. Helenice Rocha discute os matizes da narrativa histórica para os anos iniciais do ensino fundamental, centrando-se nos aspectos da verdade histórica. Maria Silvia Duarte Hadler oferece uma proposta de síntese sobre o tema de sensibilidades no ensino de História. Em interlocução com Décio Gatti, reflete sobre a importância das análises sensíveis para proporcionar o diálogo no ensino de História, mormente ao se relacionar a história à vida e para procurar a vida presente na história. Gonzalo de Amézola discute temas referentes à tradição e às reformas de currículos de História na Argentina, procurando pela presença da América Latina em diversas propostas curriculares. Marcos Silva reflete sobre a história do ensino de História das Américas no estado de São Paulo. Desse modo, desperta a nossa sensibilidade para uma compreensão mais ampla e profunda a respeito dos saberes históricos construídos na escola, contribuindo para uma maior interação entre povos com distintas culturas.


Apresentação 13

Os textos que articulam memória, ensino de História e sensibilidades apresentam diferentes orientações, especialmente porque os referenciais teórico-metodológicos adotados variam: Martin Buber, Wilhelm Dilthey, Jean-Jacques Rousseau, Tzvetan Todorov, até Néstor Canclini, Paul Ricoeur, o imprescindível Walter Benjamin, Georg Simmel, Richar Sennet, Andreas Huyssen, entre outros. Seja na crítica aos currículos oficiais, na análise de livros didáticos, nas experiências docentes, nos anos iniciais ou finais do ensino fundamental, ou nos ensaios teóricos, os autores defendem as diferentes possibilidades de experiências históricas e a abertura – sempre com crítica – aos diversos sujeitos, aclamados ou silenciados, que partilhem memórias e histórias significativas, que demonstrem a construção do histórico nas relações entre todos, incluindo as culturas da América Latina. Eixo – Saberes Os diálogos entre memória, história e sensibilidades despertam para o questionamento sobre as produções de saberes no ensino de História. Saberes de professores, de estudantes, produzidos na escola ou em outros espaços educativos. Elementos indispensáveis para esta reflexão foram investigados pelos autores deste eixo: currículo, sala de aula, formação de professores e mídias. Sebastián Plá e Itamar Freitas, que compõem o eixo Saberes, tratam dos questionamentos que fundamentam o ensino de História, justificando a existência e a permanência da História nos currículos escolares. Joan Pagès, em uma reflexão sobre os saberes construídos e os saberes históricos apropriados, afirma serem eles dois produtos visíveis do ensino e da aprendizagem histórico-escolar. O autor entende por saberes históricos construídos todos aqueles produtos que estão presentes nos conteúdos de ensino de História nas escolas e os saberes apropriados seriam os saberes construídos pelo aluno no seu processo de aprendizagem. Sonia Regina Miranda chama-nos a atenção para a formação de professores em ensino de História, na qual as discussões envolvidas no espaço acadêmico aparecem, como um debate muito forte, tanto nos departamentos de História, quanto nas faculdades de Educação. Luís Fernando Cerri, com base em pesquisas empíricas, demonstra como os professores vão tendo a percepção sobre o que os alunos aprendem e sabem, tomando como referência o fato de que o saber do aluno é o ponto de partida para a construção de um currículo emancipatório. Alicia Graciela Funes apresenta um trabalho, fruto de uma pesquisa qualitativa desenvolvida ao norte da Patagônia, Argentina, que objetiva a produção de conheci-


14 Apresentação mentos relativos à educação histórica e à formação docente em Ciências Sociais e História. Sandra Regina de Oliveira e Ernesta Zamboni retomam as experiências docentes – desta vez nos anos iniciais do ensino fundamental, discutindo a relação entre memória e objeto no estudo das cidades e apresentando, de forma crítica, algumas experiências com professoras e alunos na cidade de Londrina (PR). Ana Maria Monteiro, ao abordar perspectivas do conhecimento histórico no ensino médio, expõe pontos de vista que possibilitam a compreensão do contexto em que tal conhecimento ocorre, tendo como base o entendimento de que, na educação escolar, os professores produzem conhecimento na sua relação com o saber. Flávia Caimi problematiza o local ocupado pelo ensino médio no sistema nacional de educação, há mais de uma década, já que este é entendido como uma etapa conclusiva da educação obrigatória e analisa as implicações de tais pressupostos, no que concerne ao ensino de História. Samira Ismail, Paulo Miguel e Gilmar Barreto apresentam uma metodologia de pesquisa que visa melhorar a qualidade do processo de ensino e aprendizagem do ensino fundamental por meio de procedimentos formativos, o que possibilita ao educador e ao aluno aprimorarem o processo educacional ao longo de um determinado curso, efetuando as modificações necessárias a todos os envolvidos. Eucidio Pimenta Arruda problematiza o ciberespaço em suas criações e apropriações, notadamente no que se refere às interferências na escola e no ensino de História. O autor discute as tecnologias e a construção de saberes como desafios importantes para o professor de História. O significado do enfoque assumido na organização deste livro está voltado ao enfrentamento de imagens de ensino de História que são eminentemente políticas, pois implicam a definição das relações de poder no ato de ensinar e de aprender. O que se estimula é a produção de saberes educacionais a contrapelo das tendências culturalmente hoje dominantes. Saberes – docentes e discentes – que incluem a paixão e as utopias, indispensáveis à vida, sem as quais não há humanidade possível. Formas de produção de saberes que se movem nas dobras da linguagem, superando dicotomias e dualismos, instaurando diálogos e enraizamentos espaço-temporais, nem sempre fáceis, mas que podem ser visualizados como pequenas brechas de ruptura, num mundo cada vez mais radicalmente moderno. As organizadoras


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