FORMAÇÃO DOCENTE, ARTE E TECNOLOGIAS Contribuições do campo sócio-histórico
organizadora
Maria Cristina da Rosa Fonseca da Silva
DIRETOR GERAL Wilon Mazalla Jr. COORDENAÇÃO EDITORIAL Marídia R. Lima COORDENAÇÃO DE REVISÃO E COPYDESK Catarina C. Costa REVISÃO DE TEXTOS Paola Maria Felipe dos Anjos EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Fabio Diego da Silva Tatiane de Lima CAPA Patrícia Lagoeiro Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Formação docente, arte e tecnologias : contribuições do campo sócio-histórico / organizadora Maria Cristina da Rosa Fonseca da Silva. -- Campinas : Alínea, 2017. Bibliografia 1. Artes - Estudo e ensino 2. Arte e tecnologia 3. Artes visuais 4. Educação - Finalidade e objetivos 5. Professores - Formação profissionais 6. Sala de aula 7. Tecnologias digitais I. Silva, Maria Cristina da Rosa Fonseca da. 17-05985
CDD-370.1
Índices para catálogo sistemático: 1. Docentes : Formação : Educação 370.71 2. Professores de arte : Educação 370.71 ISBN 978-85-7516-788-5 Todos os direitos reservados ao
Grupo Átomo e Alínea Rua Tiradentes, 1053 - Guanabara - Campinas-SP CEP 13023-191 - PABX: (19) 3232.9340 e 3232.0047 www.atomoealinea.com.br Impresso no Brasil
Apoio Cultural
SUMÁRIO Apresentação.................................................................................................................7 Parte I. Alguns Fundamentos..................................................................................11 Capítulo 1 Fundamentos Sócio-históricos para a Compreensão da Formação em Artes: impactos das tecnologias digitais................................................................................13 Maria Cristina da Rosa Fonseca da Silva Capítulo 2 Arqueologia do Futuro: a tríade educação, arte e tecnologia por Fredric Jameson...........................................37 Giovana Bianca Darolt Hillesheim Capítulo 3 Teoria Estética: contribuições baseadas em Theodor Adorno....................................49 Mari Ines Piekas Capítulo 4 Apontamentos Filosóficos Acerca da Formação Docente em Arte: análise crítica de um problema...................................................................................61 Giovana Bianca Darolt Hillesheim Capítulo 5 Educação Estética: a visão de Karl Marx e reflexões para a formação docente em artes visuais..............77 Angela Maria de Andrade Palhano
Parte II. Formação Docente.....................................................................................89 Capítulo 6 Formação de Professores: um recorte sobre o advento das tecnologias e a construção do sentido estético.........91 Stéfani Rafaela Pintos da Rocha Capítulo 7 Reflexões Sobre Formação Docente, Arte e Tecnologia: preâmbulo para uma proposta pedagógica baseada nas artes visuais.......................107 Fábio Wosniak Capítulo 8 Arte e Tecnologia na Formação de Professores........................................................119 Milka Lorena Plaza Carvajal Capítulo 9 Tecnologias Contemporâneas: considerações sobre sua interferência na formação e atuação do professor de artes visuais........................................................................135 Valéria Metroski de Alvarenga Capítulo 10 Apontamentos Sobre Políticas Educacionais e Formação de Professores................153 Yáskara Beiler Dalla Rosa Capítulo 11 A contradição dos Interesses da Ação e da Criação no Ensino de Arte: um olhar sobre a condição da educação básica.........................................................165 Jaymini Pravinchandra Shah Capítulo 12 Arte, Tecnologia e Formação de Professores: apontamentos na área da educação especial.............................................................179 Liane Carvalho Oleques Sobre os Autores.......................................................................................................189
APRESENTAÇÃO Pensar a formação de professores de artes visuais no século XXI requer pensar nas possibilidades que as tecnologias da informação e da comunicação oferecem para esse campo de atuação. Longe de serem uma escolha, as TIC impõem-se no trabalho docente, muito menos porque gostamos e muito mais porque essa é a linguagem dos nossos alunos e porque as políticas públicas têm apontado para esse caminho. No entanto, é preciso um posicionamento crítico ao uso das tecnologias em sala de aula, para não cairmos na ilusão de que basta um aporte virtual ou digital para que estejamos de fato inserindo novas tecnologias em nossas aulas. Os desafios colocados na atualidade em relação à formação docente suscitam discussões que vão desde problemáticas que implicam a baixa remuneração dos docentes até a estrutura organizacional das escolas públicas. Dessa perspectiva, o livro Formação Docente, Arte e Tecnologias: contribuições do campo sócio-histórico aborda diversas questões que envolvem o uso das tecnologias na formação docente em Artes Visuais, com base em uma visão sócio-histórica, destacando elementos críticos por trás das políticas públicas voltadas à formação de professores. Seus autores estão inseridos no Programa de Pós-graduação em Artes Visuais (PPGAV) da UDESC, e as discussões aqui apresentadas surgiram na disciplina de “Arte, tecnologias e formação de professores”, ministrada pela professora Dra. Maria Cristina da Rosa Fonseca da Silva, coordenadora do Grupo de Pesquisa Educação Arte e Inclusão. Como membro desse grupo de pesquisa, tenho acompanhado a um bom tempo a produção de conhecimento sobre a formação de professores de artes compartilhado por seus pesquisadores. Este livro reflete o amadurecimento dessas discussões lideradas pela professora Maria Cristina na graduação e na pós-graduação em Artes Visuais da UDESC. É possível perceber nos 12 trabalhos aqui apresentados a articulação bem fundamentada entre a formação docente em artes, o uso de novas tecnologias, a questão da inclusão e entrelaçamento desses temas com as políticas públicas vigentes. O livro divide-se em duas partes. Na primeira parte, apresentam-se contribuições de pensadores acerca das artes, de seu ensino e de suas relações com as tecnologias. Na segunda, são abordados aspectos referentes à formação docente em
8 Apresentação Artes Visuais e suas relações com as tecnologias, com as políticas públicas e com a inclusão. No capítulo 1, a professora Maria Cristina da Rosa Fonseca situa as pesquisas no contexto dos estudos sobre a formação docente em Artes Visuais, os quais têm se preocupado com o impacto das tecnologias nessa área de atuação, fundamentando-se em uma visão de mundo em que as decisões tomadas pelas políticas públicas nada têm de neutras, e são situadas histórica e socialmente. Nesse contexto, uma das questões que se coloca é se a formação docente em Artes Visuais está formando professores capazes de fazer uma leitura crítica das condições sociais que envolvem o uso das tecnologias na atualidade. Os capítulos 2 e 3, escritos por Mari Ines Piekas e Giovana Bianca Darolt Hillesheim apresentam, respectivamente, as contribuições de Adorno, Jameson e Viera Pinto relacionando-os com o ensino de artes e a formação de professores, bem como com questões envolvendo as tecnologias. O conteúdo apresentado nesses capítulos elucidam conceitos-chave, tais como cultura de massa, indústria cultural, cultura midiática, Estética, partilha do sensível, tecnologia e cibercultura, dentre outros, para uma discussão mais aprofundada sobre as relações entre educação, cultura, tecnologias e sociedade. O capítulo 4, de Giovana Bianca Darolt Hillesheim, conduz uma reflexão sobre o papel da filosofia na formação de professores de artes, os quais se querem críticos em suas posturas profissionais. Para tanto, a autora coloca em debate conceitos fundamentais tais como o que é problema, o que é crítica e o que se entende por formação para a cidadania, bem como, o papel da arte nos espaços escolares. O capítulo 5, de Angela Maria de Andrade Palhano, fecha a primeira parte do livro, tratando da formação estética em uma perspectiva materialista-histórica na formação do professor de arte. A segunda parte do livro, sob o título Formação Docente, é composta por sete capítulos. Stéfani Rafaela Pintos da Rocha, no capítulo 6, discute a inserção das novas tecnologias no ensino de artes, relacionando teóricos da área aos resultados obtidos em entrevistas com professores da rede. Fábio Wosniak, no capítulo 7, apresenta sua experiência com proposta didática em artes visuais e, baseado nisso, reflete sobre o uso das tecnologias no ensino de arte. A abordagem de Milka Lorena Plaza Carvajal para o tema do uso das tecnologias na formação de professores de artes, no capítulo 8, é de caráter teórico: parte do ensino de artes nas escolas e da elitização das artes até chegar às questões referentes à inserção das tecnologias em sala de aula. O capítulo 9, da professora Valéria Metroski de Alvarenga, e o capítulo 10, da professora Yáskara Beiler Dalla Rosa, problematizam a formação docente em artes
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visuais tendo em vista as políticas públicas e as novas tecnologias. Alvarenga aborda a formação inicial docente por meio das tecnologias e aponta, por meio de entrevistas, as mudanças no fazer pedagógico em artes visuais geradas pelas TIC, incluindo nisso a formação inicial a distância. Rosa apresenta um apanhado geral dos textos discutidos na disciplina que originou este livro, e questiona a formação de professores de artes nos contextos presencial e a distância, tendo em vista o uso das tecnologias. Jaymini Pravinchandra Shah, no capítulo 11, aponta, com base na perspectiva marxista, as contradições que permeiam as relações de educação e trabalho, levando em consideração o ensino de artes e as diretrizes nacionais para a educação básica. Liane Carvalho Oleques, no capítulo 12, enfoca a educação especial e os usos das tecnologias na formação de professores de artes, fechando, assim as temáticas abordadas no livro. As discussões aqui apresentadas suscitam uma crítica à racionalidade capitalista, a qual não é uma racionalidade plena, mas, sim, o uso instrumental da razão para manter os privilégios das classes hegemônicas e perpetuar o status quo. Desse modo, as inovações tecnológicas podem surgir como meio de mascarar e de incrementar a alienação em vez de serem utilizadas como formas de libertação do ser humano. No caso da formação de professores de artes, todos os debates propostos convergem para o mesmo ponto, de que a formação desse profissional deve proporcionar-lhe um posicionamento crítico em relação à inserção das tecnologias no fazer pedagógico, sem deixar de ter um olhar criterioso para as entrelinhas das políticas públicas, uma vez que estas podem conter muito mais que uma simples indicação para o uso das tecnologias em sala de aula, levando-nos a aceitar ideologias convenientes à manutenção das estruturas sociais vigentes. Este livro, portanto, dá continuidade às discussões sobre formação de professores de artes, políticas públicas, tecnologias e inclusão que vêm se estabelecendo no Grupo de Pesquisa Educação, Arte e Inclusão, o que o torna leitura importante para aqueles que se interessam pelo tema. Profa. Dra. Fabíola Sucupira Ferreira Sell