3ª Edição Revisada
PEQUENA HISTÓRIA DAS ARTES NO BRASIL Duílio Battistoni Filho
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Battistoni Filho, Duílio, 1937 Pequena história das artes no Brasil / Duílio Battistoni Filho. - 3ª ed. - Campinas, SP: Editora Átomo, 2018. Bibliografia ISBN 978-85-7670-288-7
1. Arte - Brasil - História I. Título.
04-2079
CDD-709.81
Índices para catálogo sistemático:
1. Brasil: Arte: História 709.81
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Sumário APRESENTAÇÃO.....................................................................................5 01. ÉPOCA COLONIAL..........................................................................9 Manifestações artísticas nos séculos XVI e XVII................................9 Os jesuítas e o desenvolvimento das artes..........................................19 Época barroca: algumas igrejas mineiras............................................25 A obra do Aleijadinho.......................................................................29 Manuel da Costa Ataíde: exemplo de pintor colonial.......................33 Outros artífices coloniais...................................................................36 02. ÉPOCA IMPERIAL..........................................................................43 A Missão Artística de 1816...............................................................43
Academismo neoclássico....................................................................46 Romantismo acadêmico.....................................................................54 03. ÉPOCA REPUBLICANA.................................................................81 O modernismo e a Semana de 22: antecedentes e consequências.....81 Movimentos artísticos nas décadas de 1930 e 1940..........................94 A primeira Bienal e as tendências contemporâneas.........................106 PEQUENO GLOSSÁRIO....................................................................135 ÍNDICE DE NOMES CITADOS.......................................................141
Apresentação Endereçado a estudantes e ao público em geral, o propósito deste
livro é procurar preencher lacunas e proporcionar um conhecimento ordenado e, por que não dizer, didático, a respeito das artes plásticas no Brasil, desde suas origens até os dias atuais.
Nossa preocupação foi elaborar um texto simples, límpido, que
possa, na medida do possível, despertar nas pessoas o gosto pelos
movimentos artísticos no Brasil. Todos sabemos das enormes dificuldades que encontramos quando comentamos a bibliografia sobre arte
brasileira, seja pela dispersão de obras consagradas, seja pela penúria em encontrá-las. Muitas vezes, obras fundamentais são editadas por
empresas ou bancos, preocupados em brindar seus clientes e amigos, na maioria, totalmente desinteressados pelo assunto.
A arte no Brasil, desde a época da colonização, sempre esteve asso-
ciada às elites dominantes e o seu ensino veio enfrentando inúmeros preconceitos. Com o advento do positivismo e do liberalismo, as atividades artísticas foram subjugadas ao ensino das ciências, consideradas
atividades mais importantes. Assim, o ensino do desenho geométrico floresceu no lugar da arte com a visão distorcida do que ela é e do que
ela representa para o meio de concretização de ideias estéticas, mas como um fim em si mesmo. As novidades trazidas pelo modernismo
em quase nada contribuíram para a alteração do que vinha sendo feito nas ‘aulas de arte’ no âmbito das escolas oficiais. A sujeição a outras áreas do conhecimento e os preconceitos continuaram latentes. A avaliação, durante todo esse período, esteve relacionada apenas
ao produto final, não importando se esse trabalho era realizado pelo próprio aluno ou por outras pessoas.
Mais recentemente, em reação a essa supervalorização do produto,
passou a ocorrer o inverso. O processo foi muito valorizado e rele-
A pr esen ta ç ã o
gou-se o produto ao esquecimento. Essa prática teve certo sentido
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somente numa época em que foi necessário evidenciar a importân-
cia das fases de elaboração de um trabalho criativo. Agora, já temos condições de assumir uma posição de equilíbrio entre esses dois extremos.
Apesar dos avanços dos últimos anos, com as mudanças no ensino
artístico, a História da Arte, ainda hoje, permanece sem um claro espaço de desenvolvimento básico no ensino médio e mesmo universitário. Notamos que, na escola pública, a arte sempre entrou pela porta dos fundos e, ainda assim, de maneira disfarçada. Teve ela de
se disfarçar tanto que se tornou descaracterizada e deixou de ser arte.
Virou tudo: desenho geométrico, artes manuais, artes industriais, fanfarras etc. Tudo, menos arte.
A verdade é que os educadores lutam por uma educação huma-
nista, formadora do aluno, já que não interessa ao modelo industrial desenvolvimentista adotado no país, tal norma de educação. As transformações artísticas são enormes na sociedade moderna e precisamos
nos atualizar. Como disse o professor João Francisco Duarte Júnior, “o ato criador é rebelde e subversivo – é sobretudo um ato de coragem. Coragem de não se aceitar o estabelecido, propor uma nova visão, uma nova correlação de forças”.
As atividades artísticas só poderão atingir seus objetivos com toda
a abrangência necessária, se toda a escola for repensada com a devi-
da valorização do professor, o qual pede mudanças. Mas estas esbarram na burocracia e na política educacional do governo, levando-o a perder aquela paixão e criatividade para alcançar novos horizontes.
Tendo em vista tais questões, a presente obra principia trazen-
do as primeiras manifestações de arte no Brasil, ressaltando a obra missionária dos jesuítas. Deve-se destacar que, em meados do século XVIII, com o barroco, as imagens passam a ter gestualidade eloquen-
te e panejamentos movimentados, com uso abundante de dourado na policromia. O assimetrismo das figuras barrocas na pintura ganha uma linguagem especial.
O segundo capítulo aborda as consequências da Missão Artística
Francesa de 1816, como a introdução do ensino acadêmico, as exposições e as primeiras formas de crítica. O Brasil passa de Colônia a
Império e a arte, substituindo a religiosa, é promovida pelo Estado, com finalidades políticas. Embora imite os modelos europeus, a arte é, readaptação às exigências locais.
O terceiro capítulo começa analisando o significado da Semana de
1922 no contexto cultural brasileiro, principalmente com o impacto
da exposição da pintora Anita Malfatti, quando procura enfatizar, em suas telas, mais o lado espiritual que o natural. Com o surgimento
das bienais, nossos artistas voltaram-se para o geometrismo europeu, fazendo emergir, posteriormente, o concretismo. Mais tarde, busca-
ram novas tendências, como o tachismo e o abstracionismo informal. A fim de facilitar o pleno entendimento do livro, ao final de cada
capítulo colocamos uma bibliografia básica e, ao final do livro, um pequeno glossário. Com isso, procuramos satisfazer as exigências do público leitor.
O autor
7 A pr esen ta ç ã o
brasileira consegue sua originalidade por meio da ressignificação, isto