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INDÚSTRIA NAVAL COMEMORA POSSIBILIDADE DE RETOMADA
Sinaval acredita que país pode recuperar cerca de 30 mil empregos no Estado em quatro antos
SAULO ANDRADE
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Em duas ocasiões – uma, na posse do novo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e outra, com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o governador do estado, Cláudio Castro –, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu que o governo federal pretende retomar o setor naval, recuperando, também, a indústria de óleo e gás, através de investimentos da Petrobras e financiamento do BNDES.
Ressaltando o papel do Banco, na indução do desenvolvimento nacional, o mandatário destacou a ideia de voltar a construir navios nos estaleiros do estado do Rio de Janeiro.
Para o vice-presidente executivo do Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore), Sergio Bacci, em relação às sinalizações do presidente da República, “a expectativa é a melhor possível”. Na avaliação dele, já se esperava uma decisão como essa de Lula: “Foi no governo Lula que a indús-
PARA SEGIO BACCI a expectativa é a melhor possível diante das sinalizações do presidente
Divulgação tria naval foi retomada e atingiu 82 mil empregos indiretos no Brasil, como um todo. Se a gente considerar só o Rio de Janeiro, aqui tivemos 30 mil empregos diretos. Esse anúncio nos deixa muito felizes”.
PROGRAMAS
O representante do Sinaval avalia que há dois programas que foram exitosos, nas administrações de Lula: o de Renovação da Frota de Apoio Marítimo da Petrobras construiu - segundo Sergio Bacci - 250 embarcações, em todo o Brasil.
O Programa de Expansão da Frota da Transpetro construiu 26 navios de longo curso e cabotagem no país. “Só não foi adiante porque outros governos resolveram cancelá-lo. Mas, enquanto programa, foi muito exitoso. Construiu 26 navios, que hoje compõem a frota da Transpetro”, disse Bacci.
Segundo o sindicalista, se o país retomar aqueles dois projetos, “vários estaleiros, não só do Rio de Janeiro, mas em todo o Brasil, terão obras para retomar esse trabalho”.
EMPREGOS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou o programa de incentivo ao setor naval em 2003. Após 10 anos, o país obteve 82 mil empregos. Para Bacci, provavelmente, em quatro anos, o Brasil pode conseguir chegar a cerca de 40 mil empregos, caso o governo retome os programas que foram tocados antes. Mas ele alerta, entretanto, que a retomada da indústria naval depende de um projeto de longo prazo, com uma demanda constante: “Não adianta encomendar 10 embarcações e, depois, mais nada. É preciso ter embarcações sendo construídas o tempo inteiro, para se manter o emprego. A Marinha também tem navios que precisa construir, os navios patrulha. Precisamos colocar essas demandas na rua, para a gente poder começar a recontratar e requalificar trabalhadores que estão há sete anos fora do mercado. Com obras, em torno de quatro a cinco anos, poderemos ter 40 mil empregos”.
Moraes autoriza devolução de celular do senador Marcos do Val
Divulgação
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a devolução do aparelho celular do senador Marcos do Val (Podemos-ES). A decisão atende a um pedido feito pela Polícia Federal, que informou já ter extraído os dados do aparelho necessários para investigação.
O senador é investigado após ter declarado que participou de uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira, que tinha como objetivo de gravar conversas com o ministro Alexandre de Moraes para constrangêlo e comprometer o resultado das eleições.
“A Polícia Federal solicitou autorização para restituir o aparelho celular – fornecido espontaneamente por Marcos do Val – por já ter realizado a extração dos dados. Diante disso, nos termos do art. 118 do Código de Processo Penal, autorizo a restituição do celular de Marcos do Val”, diz Moraes na decisão. Além da PF, a Advocacia-Geral do Senado Federal apresentou requerimento solicitando a devolução do aparelho.
INVESTIGAÇÃO
Na sexta-feira passada (3), Moraes determinou a abertura de investigação para apurar as declarações de Marcos do Val. O ministro Alexandre de Moraes alega que o senador apresentou versão diferente dos fatos ao ser ouvido pela Polícia Federal e, por isso, deve ser feita a investigação dos crimes de falso testemunho, calúnia e coação no processo.
“Após a oitiva, o relator constatou que o senador apresentou quatro versões antagônicas sobre o fato, a última em depoimento à PF, o que demonstra a “pertinência e necessidade” da realização de diligências para o seu completo esclarecimento e para a apuração dos crimes de falso testemunho, denunciação caluniosa e coação no curso do processo”.
O SENADOR é investigado após ter declarado que participou de uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira