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CRESCE O CONSUMO DE CIGARROS ELETRÔNICOS

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No início de abril, um norte-americano de 19 anos passou por uma cirurgia no pulmão depois que seu órgão sofreu quatro colapsos seguidos. No hospital, o jovem recém-chegado à fase adulta foi diagnosticado com a capacidade pulmonar de um indivíduo que fumou pelo menos três maços de cigarro por dia durante 30 anos ou de um idoso que foi tabagista regularmente durante toda a vida.

Para a equipe médica, o problema foi acarretado pelo vício do jovem em fumar vape, cigarros eletrônicos, com frequência.

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Cientistas e médicos de variadas especialidades já apontaram o mal causado pelos cigarros eletrônicos. Segundo os estudos, trata-se de um fator de risco para o desenvolvimento de diferentes doenças pulmonares e cardiovasculares e para o surgimento de diferentes tipos de câncer, como o câncer de boca, esôfago, laringe e pâncreas.

A despeito dos riscos à saúde, e também da proibição de sua comercialização no Brasil pela Anvisa, o produto é vendido como bala, encontrado em qualquer esquina de diversos municípios brasileiros. Consequência: dados divulgados pela Inteli- gência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), em abril deste ano, apontam que o consumo de vape quadruplicou nos últimos quatro anos.

Em 2018, primeiro ano em que o levantamento foi feito, cerca de 500 mil pessoas admitiram consumir o produto, o que correspondia a 0,3% da população adulta. Hoje, esse número aumentou para 2,2 milhões, 1,4% dos adultos do país.

A pesquisa aponta também que cerca de seis dos 24 milhões de adultos fumantes (de tabaco comum) no país afirmam que já experimentaram cigarro eletrônico, o que representa 25%. Em 2019, esse índice era de 16%.

“A recente pesquisa nacional demonstra que os brasileiros adultos têm interesse pelo cigarro eletrônico, mas enquanto não existir regulamentação, mais de dois milhões de consumidores estão expostos aos riscos de um produto 100% ilegal, proveniente do contrabando. Só com a definição de regras claras para fabricação, importação, consumo e comercialização, empresas regulares do setor podem oferecer um produto com rigorosos padrões de segurança e qualidade”, explicou Lauro Anhezini Júnior, chefe de assuntos científicos e regulatórios da BAT Brasil, maior empresa de tabaco do país.

Proibi O Em Pauta

Embora haja riscos à saúde, especialistas afirmam que cigarros eletrônicos não são tão nocivos quanto os cigarros convencionais. Alegam, que, se regulamentados, podem ser considerados alternativas de risco reduzido para adultos fumantes em relação ao tabaco.

A experiência internacional também demonstra que esses dispositivos podem reduzir as consequências associadas ao tabagismo. Em setembro de 2022, o Ministério de Saúde Inglês re- afirmou que os vaporizadores são 95% menos prejudiciais do que os cigarros comuns, ou 20 vezes menos nocivos.

Em março de 2023, iniciou o projeto intitulado “trocar para parar”, com fornecimento de vaporizadores para auxiliar 1 milhão de adultos fumantes a abandonar o vício.

Outro exemplo é a Suécia que reconheceu os produtos alternativos de entrega de nicotina, por exemplo os cigarros eletrônicos, como menos prejudiciais e também incentiva que fu-

CIENTISTAS e médicos de variadas especialidades já apontaram o mal causado pelos cigarros eletrônicos mantes migrem para os dispositivos. Enquanto cerca de 80 países, como Estados Unidos, Canadá, Japão, Nova Zelândia, além de membros do Reino Unido e todos os países da União Europeia, já avançaram na regulamentação, no Brasil o assunto segue em discussão na Anvisa. Em entrevista recente, o diretorpresidente da agência reguladora, Antônio Barra Torres, comentou que a decisão final deve acontecer ainda no primeiro semestre deste ano.

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