Portfolio de Arquitetura | Augusto Longarine

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AUGUSTO LONGARINE

PORTFOLIO DE ARQUITETURA 2020


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AUGUSTO LONGARINE Brasileiro, 24 São Paulo, SP. Brasil. +55 11 97521 2606 augusto.longarine@gmail.com augustolongarine.com issuu.com/augustolongarine

FORMAÇÃO

PRODUÇÃO CIENTÍFICA

Graduação em Arquitetura e Urbanismo

2014 - _____

FAU USP São Paulo Intercâmbio Acadêmico

Caracterização da produção recente de edifícios multifamiliares em São Paulo

2016 - 2017

Iniciação Científica FAPESP Orientação Prof. Dr. Denise H.S. Duarte (LABAUT FAU USP) setembro/2018 - janeiro/2019

Politecnico di Milano Milão, Itália

Caracterização da produção recente de edifícios multifamiliares em São Paulo Disponível em: goo.gl/A3TWta

Efeito da densidade construída no microclima urbano 2017

Orientação Prof. Dr. Denise H.S. Duarte

PREMIAÇÕES

SOFTWARES 2018

Biennale di Venezia 2018 Menção Honrosa Arquifólio 2019 - Melhores Portfólios do Brasil

2019

Menção Honrosa Inspirelli Awards: Embassy of Czech Republic in Addis Ababa Finalista (TOP 25 Mundo)

2019

Concurso Público Nacional Anexo Museu Casa Lacerda

2019

2017 - 2018

Bolsa de Treinamento Técnico FAPESP

FAUUSP + CAU MIT (Massachusetts Institute of Technology US) São Paulo

Marghera City of Making: International Design Competition

2017

Artigo publicado nos Anais da 17ª Conferência Internacional LARES

WORKSHOPS Workshop São Paulo: Redefining High Density, Inner-City Affordable Housing

Disponível em: goo.gl/V3A8W2

InDesing

AutoCAD SketchUp

Illustrator

Vray

QGis

Photoshop

Pacote Office

IDIOMAS Português

Inglês

Espanhol

Italiano

1º Lugar

PUBLICAÇÕES DE DESTAQUE HABITA VERGUEIRO no Portal Rethinking the Future (RTF)

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

Disponível em: https://www.re-thinkingthefuture.com/housing/habita-vergueiro-by-

HASAA + SIAA

augusto-longarine-teo-butenas-santos/

Concurso Masterplan da Orla do Lago Paranoá - Brasília

EMBAIXADA EM ADIS ABEBA no Archdaily Brasil

Colaborador

Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/927219/estudantes-brasileiros-saofinalistas-em-concurso-internacional-para-a-embaixada-da-republica-tcheca-na-

FIGUEROA ARQ+URB 2017

2017

Tutor: Prof. Dr. Alvaro Puntoni

INTERESSES Projeto do edifício - com particular inclinação ao conceito e forma arquitetônica - e suas variantes (representação gráfica e maquetaria),

Tutor: Prof. Dr. Milton Braga

Monitoria de Graduação AUP 0160 - Arquitetura: Projeto 3

março/2019 - _____________

Estagiário

Participação e apresentação de artigo Monitoria de Graduação AUP 0158 - Arquitetura: Projeto 2

março/2018 - agosto/2018

Estagiário

ATIVIDADES COMPLEMENTARES 17ª Conferência Internacional da LARES (Latin American Real Estate Society)

Disponível em: goo.gl/mJcaZk

SIAA Shundi Iwamizu Arquitetos Associados

etiopia

março/2018

projeto de espaços livres (parques, praças, intervenções) e projetos na 2019

escala urbana (reurbanização, desenho urbano), sejam eles de caráter público ou privado.


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ÍNDICE 2019

EMBAIXADA EM ADIS ABEBA Adis Abeba, Etiópia 4-11

CORNER TUNISIA Milão, Itália 12-17

2017

MUSEU DA CRIATIVIDADE São Paulo, Brasil 18-23

HABITA VERGUEIRO São Paulo, Brasil 24-31

2016

EDIFÍCIO DA CULTURA São Paulo, Brasil 32-39

INFOPOINT RIO 2016 Rio de Janeiro, Brasil 40-43

2015

PORTO FLUVIAL URBANO São Paulo, Brasil 44-51

GALERIA DE MODELOS 52-57

OUTROS PROJETOS 58-59

PROFISSIONAIS 60-61

PUBLICAÇÕES 62


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EMBAIXADA EM ADIS ABEBA Adis Abeba, Etiópia. Coautoria Luiz Felipe Sakata e Teo Butenas Santos. 2019 Finalista no Concurso Internacional Inspirelli Awards Trabalho publicado no Archdaily Brasil https://www.archdaily.com.br/br/927219/estudantes-brasileiros-sao-finalistas-emconcurso-internacional-para-a-embaixada-da-republica-tcheca-na-etiopia

O gesto inaugural do projeto para a Embaixada da República Tcheca em Adis Abeba, Etiópia, é o traçado de um eixo viário que cruza o terreno e conecta duas portarias opostas, a leste e a oeste, organizando de maneira simples e precisa toda a complexa logística necessária para o bom funcionamento de uma embaixada. O eixo mergulha de ambas as extremidades em direção ao centro do terreno, onde ao interseccionar o edifício, conforma uma praça rebaixada. O rebaixamento do eixo, ao simular a tradição arquitetônica-religiosa etíope, faz com que o visitante se sinta como alguém que adentra uma das belas e imponentes igrejas de Lalibela.


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WORKSPACE 1. consulado 2. chancelaria

3. residência staff

4. residência embaixador 5. habitação social


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As duas faces que delineiam os blocos de programa, apesar de robustas na expressão, diferem dos antigos castelos apresentando uma abordagem contemporânea: não são sólidas como os muros de contenção, mas vazadas pela irregularidade das pedras. Essa espessa membrana permite a ventilação natural constante e renovação do ar no interior dos blocos ao mesmo tempo em que protege as fachadas internas das agressões naturais do ambiente.


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CORNER TUNISIA Viale Tunisia x Via Lecco, Lazzaretto, Milão. Itália. Coautoria Ana Carolina Batista. Orientação Angelo Lunati e Giancarlo Floridi. 2019

A proposta de ocupação de um dos raros vazios urbanos do Lazzareto di Milano parte de um diálogo entre sua microescala métrica (dada a baixa metragem quadrada do terreno) e sua macroescala metropolitana, dada a importância da Viale Tunisia na articulação entre a cidade tradicional e os novos vetores de expansão imobiliária. Em meio ao uso predominantemente residencial do entorno, a proposta visa uma concisa sobreposição de lajes comerciais, dotadas de fluidez espacial que permita a multiplicidade de usos. A solução arquitetônica ancora-se em três importantes preexistências: O courtyard do edifício traseiro (revelado após a demolição de sua torre gêmea), as empenas cegas perimetrais e a diferença de níveis na quadra em questão, variando entre 20 e 30 metros. Os volumes são conformados pela extrusão das empenas cegas traseiras, resultando em dois volumes interconectados por passarelas. O volume principal, da esquina, eleva-se em sete níveis mais o térreo urbano - seguindo o padrão altimétrico da avenida -, enquanto o volume anexo eleva-se em quatro níveis além do térreo. A extrusão também do vazio intermediário visou unir a necessidade de amenizar a profundidade das lajes tornando-as mais aptas ao uso comercial - e a ampliação da fachada “urbana” do conjunto, além da criação de um espaço de circulação e encontro, uma transposição suave entre a intraquadra e a cidade. Os núcleos de circulação vertical (escadas e elevadores) e de serviço (banheiros e pequenas copas) foram alocados na linha divisória entre o terreno e o edifício traseiro, região menos favorável do ponto de vista lumínico. Os esforços das lajes descarregam sobre uma estrutura perimetral - liberando os pisos de qualquer interferência indesejada - e de concreto, dialogando com a materialidade do entorno. Tal diálogo também se dá pelo ritmo dos pés-direitos e pela continuidade da fachada também no void, preservando a testada contínua da cidade tradicional. O desenho da testada é completado pela rotação dos pilares em 45°, criando certa dinâmica na fachada. As aberturas modulares são simples resultados do grid estrutural.


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PAREDES CEGAS PERIMETRAIS

PÁTIO RESIDENCIAL DO EDIFÍCIO TRASEIRO

NÚCLEO RÍGIDO (CIRCULAÇÃO VERTICAL + SERVIÇOS)

EXTRUSÃO DAS LAJES E COMPATIBILIZAÇÃO DE ALTURAS

Quadras de testada contínua com pátios internos são comuns na paisagem Milanesa. A abertura do courtyard para a cidade, nesse sentido, cria uma nova perspectiva arquitetônica no entorno, além de conformar um espaço de entrada convidativo e um local de convívio e encontro entre os diferentes espaços de trabalho.


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As passarelas são externas e cobertas. São espaços de transição entre o courtyard residencial, o void e a cidade, espaços de encontro e convívio. A fronteira traseira do void é preenchida por uma escada externa que, além de ampliar a conectividade entre as lajes comerciais garante a privacidade típica do uso residencial.

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WORKSPACE 1. salão maior (165m2)

2. salão menor (80m2)

3. passarelas cobertas

4. escada externa aberta 5. copa 6. banheiros

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A estrutura reforça o caráter modular do projeto, além de definir o desenho dos caixilhos. A rotação dos pilares em 45° cria certa dinâmica à fachada, conferindo diferentes tonalidades e percepções ao concreto ao longo do dia. Mockup em balsa e cartão


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MUSEU DA CRIATIVIDADE Rua Fuad Naufel, Barra Funda, São Paulo. Brasil. Coautoria Ana Carolina Batista e Victor Martin Félix. Concurso 023 projetar.org 2017

O edifício é um convite. Sua volumetria não convencional, as cores internas aparentes pelas fachadas translúcidas e o movimento contínuo de pessoas na cobertura e na praça rebaixada despertam a curiosidade e, consequentemente, a criatividade. A cobertura é a protagonista do projeto. Conforme caminha, o indivíduo acompanha, por si próprio, as diferentes camadas que compõe o tecido histórico da Barra Funda: das vilas operárias à verticalização residencial contemporânea, dos galpões industriais ao modernismo do Memorial da América Latina e à linha férrea: o percurso desacortina a história. O programa é fracionado em cinco núcleos principais (exposições, apoio técnico, administração, apresentação e alimentação). O acesso logístico ao apoio técnico das exposições e ao estacionamento concentra-se na Rua Dr. Alfredo de Castro, de modo a não interferir na circulação peatonal esperada entre o Museu e o Memorial da América Latina. Já o bicicletário distribui-se ao longo do bloco menor, próximo à ciclovia da Avenida Auro Soares de Moura Andrade. Treliças perimetrais em aço descarregam as cargas dos pavimentos e da cobertura pela altura estrutural das fachadas, gerando pavimentos livres de pilares e otimizando usos e atividades. O revestimento externo em painéis wall garante a ventilação da fachada, o sombreamento dos espaços internos e proteção acústica. Sua coloração negra dialoga com os icônicos edifícios do Memorial da América Latina, com baixa especularidade para evitar o ofuscamento diurno.


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COBERTURA

Mirante

NÚCLEO DE APRESENTAÇÃO

Auditório NÚCLEO DE PRODUÇÃO

Biblioteca Coworking NÚCLEO DE EXPOSIÇÃO

Galerias NÚCLEO DE ALIMENTAÇÃO

Café Restaurante

NÍVEL REBAIXADO

Accoeil Praça rebaixada Bicicletário Administração Recepção Foyer Exposição permanente

APOIO TÉCNICO

Estacionamento Logística Acervo para 1000 obras


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BLOCO

GABARITO

RAMPA

VAZIOS

PRAÇA

A implantação quase integral do terreno visa o máximo aproveitamento do potencial urbano da Barra Funda. A horizontalidade do conjunto - remetendo à antiga sede da gráfica Cia. Ypiranga - forma uma transposição gentil entre o entorno verticalizado e o Memorial.

A adequação dos gabaritos com o rebaixamento do bloco dianteiro maximiza a permeabilidade visual entre o conjunto e a cota da rua, assim como de boa parte do Memorial. O edifício é percebido como um todo, e não a partir de vistas descontinuadas.

A cobertura proposta é de uso humano com acessibilidade universal. Conforme caminha, o indivíduo acompanha as diferentes camadas que compõe o tecido histórico da Barra Funda. O percurso desacortina a história, usualmente desapercebida à rés-do-chão.

A repartição do conjunto em blocos busca a criação de espaços de encontro e convívio, articuladores do programa, estimulando encontros. A inclinação das fachadas internas, por sua vez, permite a translucidez com conforto térmico e consciência ambiental.

O rebaixamento do embasamento faz da praça central um espaço fluido e de contato direto e permanente entre todos os núcleos de programa, com fácil acesso ao térreo urbano e à cobertura em rampa, além de facilmente percebida no caminhar dos pedestres.

CORTE AA

CORTE BB

CORTE CC

30 30

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Como evocar a criatividade? Em si, a pergunta já é complexa. Agora, como um edifício pode evocar a criatividade? Ora, criatividade é surpresa. É imaginação, é delírio, é encontro. É ver aquilo que não é senso comum, não é cotidiano, não é corriqueiro. Essa é a proposta. Um edifício inusual na paisagem urbana.


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Ao mesmo tempo, o edifício se coloca diante de uma questão: a memória. Como evocá-la? A rampa é o meio, é o promenade architecturale de Le Corbusier, é o percurso. Se vê a Barra Funda antiga, os armazéns, os galpões industriais, a linha férrea. O modernismo do Memorial da América Latina. A Barra Funda contemporânea. O percurso desacortina a história.


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HABITA VERGUEIRO Rua Vergueiro, Liberdade, São Paulo. Brasil. Coautoria Teo Butenas Santos. Orientação Francico Spadoni. 2017 Trabalho publicado no portal internacional Rethinking The Future https://www.re-thinkingthefuture.com/housing/habita-vergueiro-by-augusto-longarine-teobutenas-santos/

O desafio de integrar dois programas - o Centro Cultural São Paulo e seu Anexo - separados por uma das vias mais movimentadas da metrópole - exige respostas criativas. Com o intuito de tirar proveito da situação topográfica da região - a Rua Vergueiro se assentando em uma cumeeira - e da arquitetura característica do CCSP - semi-enterrado -, o projeto propõe uma ligação subterrânea conectando diretamente o interior do Centro Cultural ao saguão de entrada do Anexo, parcialmente coberto pelo volume do auditório. Essa solução permite construção e uso sem interferir no trânsito do importante eixo viário. O projeto, mais do que se adaptar à topografia, se apropria dela e constrói o desnível entre a Rua Vergueiro e sua paralela, Apeninos. A distribuição do programa do Anexo em dois blocos principais: um aéreo, elevando-se sobre a Vergueiro - núcleo de exposições - e um subtérreo, abaixo do nível da Vergueiro e flutuando sobre a Apeninos - auditório -, permite a liberação do térreo para a cidade, ofertando uma grande praça pública acompanhada de um mirante a rés-do-chão. Os distritos da Liberdade, Vila Mariana e Bela Vista reúnem, além de considerável densidade urbana, uma das maiores concentrações de instituições de ensino superior da cidade. O modelo de habitação estudantil proposto torna-se, assim, uma resposta necessária.

No conjunto, volumes independentes descarregam esforços sobre chapas de concreto periféricas, permitindo a adoção de pés-direitos variados e, no caso do bloco de exposições e de apresentações, balanços consideráveis. O eixo central de circulações, que atende aos dois blocos de habitação, integraos e reforça a ideia de conjunto.


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TERRENO

DESAFIO

O síito localiza-se entre as ruas Vergueiro (cumeeira) e Apeninos. O modelo de implantação buscou a apropriação do desnível de aproximadamente 8 metros como parte do programa.

A necessidade de criação de um anexo vivo e conectado ao Centro Cultural colocou-se como principal desafio do projeto, já que a Rua Vergueiro é um dos eixos com maior volume de tráfego de São Paulo. A travessia a pé, além de gerar impactos no trânsito, seria demorada e incômoda, podendo comprometer a vitalidade do anexo.


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MIRANTE A liberação da cobertura do auditório, uma extensão construída do térreo superior, garante ao indivíduo uma visada leste acima da massa edificada da Rua Apeninos, privilegiada pelo caimento topográfico dos bairros do Cambuci, Aclimação e Mooca.

CONEXÃO Como solução, adotou-se a criação de uma passagem subterrânea sob a Rua Vergueiro, imediatamente acima do túnel pertencente à linha 1 Azul do Metrô. O térreo é liberado para a cidade. Já o programa habitacional é fracionado em duas torres, cujo gabarito contrasta com a verticalização agressiva das torres laterais.


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TÉRREO APENINOS 1. acesso anexo

2. serviços

AUDITÓRIO 3. acesso auditório

4. acesso habitação

5. acesso cota vergueiro

CENTRO CULTURAL SÃO PAULO

6. administração

7. apoio técnico

8. palco

9. apoio ao palco

10. convivência


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TÉRREO VERGUEIRO 11. recepção e guarda-volumes

EXPOSIÇÃO 12. acesso anexo

13. mirante

14. acesso habitação

15. saguão

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16. apoio à exposição

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Destaque para o saguão de entrada do anexo (esquerda, acima), para o acesso ao núcleo de circulação vertical da habitação (esquerda, abaixo) e para a entrada do conjunto habitacional pela Rua Vergueiro (direita).

O programa habitacional constrói-se a partir da dualidade entre o social e o particular, o público e o privado: módulos infinitamente repetíveis que contêm em si as áreas de uso privado e coletivo. Quando replicados, tais módulos conformam circulações horizontais que, mais do que garantir acesso aos núcleos de habitação, estimulam o encontro, a diversidade. São, ao mesmo tempo, passagem e estar, rua e sala. Já os terraços privativos, voltados para as ruas Vergueiro e Apeninos, desfrutam de vistas privilegiadas e maior privacidade. 55

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RAIA ESTRUTURAL

CIRCULAÇÃO VERTICAL

TÉRREO URBANO


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EDIFÍCIO DA CULTURA Rua Nestor Pestana, Consolação, São Paulo. Brasil. Projeto Individual. Orientação Ângelo Bucci. 2016

O projeto parte de uma discussão e reflexão acerca de um equipamento de cultura para o distrito da Consolação, em um vazio urbano localizado na esquina da rua Nestor Pestana e da rua do prolongamento do viaduto Martinho Prado na extremidade leste da Praça Roosevelt. A proposta desenha-se a partir de três partidos principais: Generosidade, Visuais Urbanas e Verticalidade. Busca, em primeiro lugar, a integração harmoniosa com o projeto de reconstrução do Teatro Cultura Artística, assinado por Paulo Bruna Arquitetos Associados. A desintegração do conjunto em dois volumes - espaçados em 4 metros - permite a manutenção de uma conexão visual e física entre o novo foyer do Teatro e a Praça Roosevelt. Ao mesmo tempo, o térreo livre transforma a Casa da Cultura Consolação em local de encontro, passagem e permanência: um corredor cultural para a cidade. A explosão do edifício em uma sequência de volumes traz para si não apenas benefícios naturais (melhor aproveitamento da insolação e da ventilação), mas também benefícios humanos. O edifício é um convite a descoberta, dotado de espaços ora abertos, ora fechados, contrastando com os tradicionais edifícios que envolvem a praça e se multiplicam pela cidade, blocos de concreto fechados em si mesmos. Nesse viés, a verticalização do conjunto é necessária, de modo a atender o programa de necessidades fornecido e buscar o aproveitamento máximo da infraestrutura urbana do entorno. Além disso, cumpre o papel de garantir a ocupação da empena cega lindeira ao terreno. A casa, portanto, torna-se edifício: Edifício da Cultura Consolação. O programa é formado por quatro núcleos principais (Produção, Experimentação, Apresentação e Administração), cuja distribuição vertical levou em consideração o fluxo diário de pessoas e seus respectivos graus de intimidade. A verticalização e segmentação de blocos pretendida é possibilitada pela união de dois núcleos rígidos de concreto com lajes metálicas treliçadas, as quais sustentam balanços de 10 metros.


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TE

O terreno de implantação do p um vazio urbano localizado na da rua Nestor Pestana e da prolongamento do viaduto M Prado. É delimitado à oeste pel Roosevelt, à leste pelo Teatro Artística - de Rino Levi - e à no conjunto de edfícios popula conhecido como “Copan espont

ESTÚDIOS 1. estúdio maior (110 m2)

A fresta é gentileza urbana, adaptação do projeto ao entorno. É entender a arquitetura não como fato isolado, mas como parte de um todo.

2. estúdio meno

ACCOEIL 6. recepção

7. café

8. acesso ao núcleo


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ERRENO

ALEGORIA DAS ARTES

GENTILEZA URBANA

CONFORTO

projeto é esquina rua do Martinho la Praça Cultura orte pelo armente tâneo”.

A primeira preocupação com relação à implantação do novo edifício foi a de manter uma relação visual com o painel “Alegoria das Artes”, de Di Cavalcanti, que estampa a fachada principal do Teatro Cultura Artística. Desde o início, buscou-se um edifício que não comprometesse o Teatro, mas que se mimetizasse à ele.

A explosão do edifício em dois blocos parte de outra preocupação de igual importância: a manutenção da conexão física e visual entre o foyer do Teatro e a Praça Roosevelt, conexão esta idealizada por Paulo Bruna. O Recuo entre os dois equipamentos de cultura e a liberação do térreo também cumprem papel essencial: a conformação de um novo corredor de cultura na cidade.

Por fim, a compatibilização formal do conjunto com o espaço intraquadra busca a otimização dos fluxos de ventilação natural já característicos e uma captação intencional da iluminação natural aos espaços internos. Portanto, não trata-se da construção de mais um bloco monolítico para a cidade, mas um edifício cuja volumetria adapta-se ao entorno.

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MEZANINOS

or (83,5 m2)

3. depósitos

4. sanitários

5. sanitário com acessibilidade universal

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o de apresentação

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GALERIA E OFICINA 9 exposição

10. apoio à exposição

11. oficina

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PARÓQUIA NOSSA SENHOR

E.E. CAETANO DE CAMPOS

PRAÇA ROOSEVELT


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RA DA CONSOLAÇÃO

TEATRO CULTURA ARTÍSTICA

VIA ELEV. PRES. JOÃO GOULART

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A utilização de sistema estrutural periférico gera salas e salões livres de pilares, viabilizando maior flexibilidade de usos. As vedações externas em caixilharias operáveis de vidro e quebra-sóis metálicos perfurados permitem o permanente contato visual interno-externo com garantia de conforto ambiental aos usuários.


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A escada de emergência foi pensada de maneira a se tornar protagonista do projeto. A vedação em placas U-glass permite o permanente contato visual interno-externo. Devido ao fluxo esperado e ao espaço limitado do core, optou-se por escadas cruzadas, com duas portas de acesso e encontros nos patamares.


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INFOPOINT RIO 2016 Avenida Atlântica, Copacabana, Rio de Janeiro. Brasil. Coautoria Teo Butenas Santos. Concurso 016 projetar.org 2016

O projeto prevê a construção de um centro de recepção e entreterimento de turistas durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016. Inserida em meio a uma paisagem considerada símbolo nacional, a arquitetura do Infopoint Rio busca o fácil reconhecimento pelo público alvo e, ao mesmo tempo, a não concorrência com a riqueza paisagística e arquitetônica local. Caracterizada pela contraposição de cheios e vazios, a fachada garante permeabilidade visual ao conjunto. O grande rasgo diagonal que acompanha a rampa de acesso ao mezanino, permite que o visitante tenha uma ampla percepção do espaço arquitetônico sem interromper a relação visual entre a praia e o calçadão de Copacabana. A rampa também dialoga com as diagonais que caracterizam o novo MIS Copacabana, de Diller Scofidio + Renfro, ao mesmo tempo que propõe uma continuação do percurso de quem desce do Museu rumo à praia. Distribuído em dois níveis, o edifício permite, além do acesso fácil e rápido a informações relacionadas ao Rio de Janeiro e aos Jogos, a realização de exposições e eventos. Ainda prevê sanitários, café e loja de souvenirs aos visitantes. Abrindo-se para a Praia de Copacabana, sua concepção arquitetônica permite a realização de shows e transmissão ao vivo das competições, além de conformar um espaço fluido de encontro e comunhão dos povos. A estrutura em aço, a exemplo da grande maioria de instalações dos Jogos, garante a efemeridade do Infopoint Rio 2016, permitindo rapidez construtiva, bem como leveza e elegância estrutural.


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PAINEIS SOLARES

MADEIRA

U-GLASS

FUNDAÇÕES

A utilização de peças metálicas pré-fabricadas garante ao Infopoint Rio os benefícios intrínsecos à arquitetura efêmera: leveza estrutural e facilidade de montagem e desmontagem, além de compatibilização com materiais complementares também pré-fabricados, como painéis de vedação, forros e pisos. A concentração dos equipamentos de serviço e suporte ao visitante em um único bloco compacto e a sobreposição das áreas molhadas em uma única prumada hidráulica simplificam as instalações, reforçando a efemeridade e compatibilizando com o ideal de sustentabilidade dos Jogos.

FACHADA A fachada principal, protagonista do projeto, é composta por placas verticais, com larguras e espaçamentos diversos, que somados ao rasgo diagonal criado pela passagem da rampa, conformam uma interessante composição de cheios e vazios. As placas em madeira (opacas) reforçam a relação entre figura e fundo, enquanto as de U-glass colorido (translúcidas) ampliam a permeabilidade visual entre a praia e o calçadão de Copacabana. A característica autoportante do U-glass garante maior resistência estrutural às esbeltas placas da fachada.

VEDAÇÕES As vedações verticais formam um bloco interno independente da fachada, de forma a simplificar sua instalação. Propiciam também uma ampla superfície plana voltada para a praia, ideal para a projeção dos jogos e de eventos.

A materialidade da fachada do Infopoint Rio buscestabelecer vínculos com a brasilidade. A utilização de chapas de madeira genuinamente brasileiras (cedro-branco, cedro-rosa, argelim, e jatobá) exaltam a rica biodiversidade local.


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TÉRREO 1. entrada 2. acesso café 3. informações 5. sanitários 6. loja souvenirs 7. serviços

4. exposição 8. acesso logística

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MEZANINO 9. acesso térreo 13. depósito

10. palco 11. café 14. vestiários

12. cozinha

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PORTO FLUVIAL URBANO Estrada do Alvarenga, Sete Praias, São Paulo. Brasil. Coautoria Taís Galvão Rosa e Victor Martin Félix. Orientação Milton Braga. 2015

Pousado entre os bairros Praia do Leblon e Balneário São Francisco, na margem esquerda da Represa Billings, o Porto Fluvial Urbano proposto surge não só como equipamento público de transporte metropolitano, mas como objeto de conexão visual e física entre os patrimônios verdes da região - Parque dos Búfalos e Parque da Pedreira -, cortados pela nova via expressa Alvarenga. O projeto idealiza-se em torno de três princípios básicos, a saber: concisão (estrutural e funcional, uma grande ponte cujo programa está em grande parte anexado nos maciços localizados no Parque dos Búfalos e no Parque da Pedreira, pousados suavemente na topografia acidentada da região), força (evocada através das linhas do edifício, curvas feitas de retas que criam uma conformação singular e referencial na paisagem urbana, objetivando uma maior relação afetiva dos habitantes com suas cidades) e verde (traduzido pela ponte ecológica localizada em sua cota superior, que une os dois parques e permite o desenho de fluxos biológicos e de pedestres entre os dois patrimônios ambientais da cidade). A proposta prima pela versatilidade, comodidade e simplicidade de conexões intermodais tratando-as como parte do cotidiano da cidade -, apropriação do espaço pelos cidadãos e, sobretudo, pela promoção da arquitetura não como destaque individual, mas em conformidade com o ambiente. A elaboração do projeto priorizou o desenho de um terminal intermodal de conforto, mas que também configure-se como objeto articulador de conexões entre os principais elementos geradores de público da região. A intermodalidade abrange os usuários do Corredor Metropolitano de ônibus, cujo ponto está localizado imediatamente abaixo da projeção do edifício, os usuários do Transporte Hidroviário de Passageiros, cujo embarque e desembarque é realizado na Bacia de Manobras e em grande parte coberto pelo balanço do edifício, os usuários de Transporte Privado Motorizado (carros e táxis), que dispõe de alças de trânsito na Estrada do Alvarenga, ciclistas e pedestres. O programa do Porto, além do embarque e desembarque de passageiros, conta com bicicletários, setor administrativo e um café.


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IMPLANTAÇÃO URBANA 1. porto fluvial urbano

2. praça do cais do porto

3. praça do porto

4. canal de aproximação

5. canal de manobra

6. ecoporto

7. represa billings

8. lago 2

9. lago 3

10. estrada do alvarenga


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TERRENO O terreno de implantação do Porto Fluvial Urbano compreende uma extensa área de várzea, - caracterizada pela contínua variação da cota d’água da represa -, ao longo da margem esquerda da Estrada do Alveranga, importante eixo viário da Zona Sul da capital. REQUALIFICAÇÃO O projeto arquitetônico do Porto Fluvial Urbano, porém, precede de uma série de intervenções urbanísticas necessárias para a requalificação do espaço, caracterizado pela visível fragilidade social e urbana. Dentre essas intervenções, destaca-se a implantação do cais de aproximação para o transporte hidroviário e a duplicação da Estrada do Alvarenga para implantação do BRT (Bus Rapid Transit), além da inclusão de novos espaços de usufruto público. De início, definiu-se como prioridade a transposição clara entre modais e o desenho de um edifício que se tornasse uma transposição suave entre a cidade e a represa.

PROPOSTA Desta forma, por que não imaginá-lo como uma grande marquise, com o programa concentrado em maciços, aproveitando-se da topografia? E por que não imaginar a cota superior desta marquise como uma conexão entre os dois futuros parques da região - Parque dos Búfalos e Parque da Pedreira -, agora separados por uma via expressa? Desta maneira, surge a proposta. PROGRAMA A localização dos maciços permite a manutenção do máximo de fruição pública e visibilidade no eixo AlvarengaRepresa. O maciço maior, além do bicicletário, conta com instalações de uso e interesse público (banheiros, vestiários, enfermaria), instalações de serviços (depósitos, manutenção) e administração. Já o maciço menor abriga o segundo bicicletário. O projeto ainda prevê um café sobre um mezanino central, sustentado por pilares e tirantes, próximo do embarque e desembarque de passageiros. O café é acessível tanto pelo térreo como pela cota superior da marquise, através de uma rampa helicoidal com acessibilidade universal.

11. habitação de interesse social

12. parque dos búfalos

13. parque da pedreira

14. CEU alvarenga

15. novo eixo viário Alvarenga - Bairro Santa Amélia

16. novo eixo viário orla Bairro Praia do Leblon


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TÉRREO 1. baia de estacionamento 14. serviços porto

2. ponto de ônibus 15. vestiários

3. cais de passageiros 16. guarda-volumes

4. canal de manobra 5. praça do porto 6. praça do cais do porto 7. acessoà cobertura e ao café 8. acesso ao Parque dos Búfalos 9. ac 17. bicicletário


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cesso ao Parque da Pedreira 10. informações 11. acesso à administração 12. depósito limpeza 13. depósito porto

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MEZANINO 18. administração

19. banheiros

20. descanso e copa

21. café

22. acesso à cobertura e ao térreo (embarque e desembarque de passageiros)


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GALERIA DE MODELOS

2017 Balsa sobre Angelim, 1:500 MUSEU DA CRIATIVIDADE, Equipamento cultural na Barra Funda


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HABITA VERGUEIRO, Habitação Estudantil e Anexo do Centro Cultural São Paulo Balsa sobre Eucalipto e MDF, 1:200 2017

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56 2019 Foam, 1:500 CORNER TUNISIA, lajes comerciais em MilĂŁo


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OUTROS PROJETOS

THE LANDSCAPE OF WORK Marghera, Venezia VE, Itália

Coautoria Francisco Spadoni, Regina Meyer, Luis A. Jorge, Helena Ayoub, Valerio Pietraroia, Luis Tavares, André Zanolla, Luna Brandão, Ana Batista, Lucas Cunha, Camila Omiya, Giovanni Bellanca e Nicolau Spadoni. Menção Honrosa no Concurso Internacional Marghera City of Making, 16. Mostra Internazionale di Architettura Biennale di Venezia 2018 Trabalho exposto no Padiglione Venezia “Follow UP! Venice Shares knowledge spaces” de 26.05.2018 a 25.11.2018

PAVILHÃO DA PRIMAVERA

Parque Villa-Lobos, São Paulo, Brasil Coautoria Alexia Piesco, Ana Carolina Batista, Carolina Nossig e Victor Félix. 2016


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BAIRROS DO TAMANDUATEÍ Mooca, São Paulo. Brasil.

Coautoria Maria Alice Floriano e Teo Butenas Santos. Orientação Álvaro Puntoni.


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PROFISSIONAIS

ORLA LIVRE

Brasília, DF, Brasil Proposta de SIAA (Shundi Iwamizu Arquitetos Associados) + HASAA (Helena Ayoub Silva & Arquitetos Associados) para o Concurso Nacional para Masterplan da Orla do Lago Paranoá. Trabalho desenvolvido como colaborador, atuando nas discussões de projeto e na elaboração de desenhos e diagramas.

UBS QUILOMBOLA DO GURUGI Conde, PB, Brasil

Proposta de FIGUEROA ARQ+URB para o Concurso Nacional para a UBS Quilombola do Gurugi. Trabalho desenvolvido como colaborador, atuando nas discussões de projeto, elaboração do modelo tridimensional, diagramas e na pós-produção das imagens.


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ANEXO MUSEU CASA LACERDA Lapa, PR, Brasil

Proposta de FIGUEROA ARQ+URB, 1º Lugar no Concurso Nacional para o Anexo do Museu Casa Lacerda Trabalho desenvolvido como colaborador, atuando nas discussões de projeto, elaboração do modelo tridimensional, diagramas e na pós-produção das imagens.

PIU MOOCA

São Paulo, SP, Brasil Proposta de FIGUEROA.ARQ para Projeto de Intervenção Urbana na Subprefeitura da Mooca. Trabalho desenvolvido como colaborador, atuando nas discussões de projeto, elaboração do modelo tridimensional, diagramas e na pós-produção das imagens.


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PUBLICAÇÕES

CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO RECENTE DE EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS MULTIFAMILIARES NA CIDADE DE SÃO PAULO Iniciação Científica desenvolvida no LABAUT (Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência Energética) FAU USP entre 2016 e 2017, com orientação da Prof. Dr. Denise Helena Silva Duarte.

PORTFOLIO DE ARQUITETURA Seleção de trabalhos realizados na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e no Politecnico di Milano entre 2014 e 2019.

HOUSING + Compilação das propostas desenvolvidas no Workshop São Paulo: Redefining High Density, Inner-City Affordable Housing, realizado entre FAUUSP + CAU MIT (Massachusetts Institute of Technology US).


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Aos meus pais, fontes de amor, carinho e inspiração. À Stella, pela amor, confiança e paciência sem iguais. À toda minha família, pelo apoio. Aos meus amigos, pelos momentos felizes e projetos compartilhados. À Deus, por todas as oportunidades.


+55 11 97521 2606 augusto.longarine@gmail.com augustolongarine.com issuu.com/augustolongarine


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