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ÍN DI CE
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Introdução
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Sábado / 8 MAR
O Reino de Deus: Já começou 14
Domingo / 9 MAR
O Reino de Deus: Fábula, Conto de Fadas ou Realidade? 24
Segunda / 10 MAR
O Reino de Deus: Transformando o nosso mundo 36
Terça / 11 MAR
O Reino de Deus: Valores Contra Cultura 46
Quarta / 12 MAR
O Reino de Deus: Uma mesa na Terra, Uma mesa no Céu 53
Quinta / 13 MAR
O Reino de Deus: Está dentro de vós 61
Sexta / 14 MAR
O Reino de Deus: Uma Parábola para a Comunidade 70
Sábado / 15 MAR
O Reino de Deus: Somente pela graça 82
Música
FICHA TÉCNICA | Tradução e Revisão: Departamento de Jovens | Capa e design editorial: Augusto Pereira União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo dia | Departamento de Jovens | 2014
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Diário do Editorial Dia 1 - Que bom chegarmos a mais uma Semana de Oração de Jovens e podermos passar algum tempo juntos, em partilha, em louvor, em meditação e sobretudo numa busca intensa da presença de Deus. Estou há uns dias a meditar no que quero dizer-te neste texto de introdução e dou comigo a pensar que escrever 3 ou 4 parágrafos não é difícil, mas estar seguro que te digo alguma coisa relevante e inspiradora, seja qual for a tua experiência ou as circunstâncias que estás a viver neste momento, isso preocupa-me a sério. Acho que vou escrever um diário e anotar os meus pensamentos. Preciso que o Senhor me inspire … Dia 2 - Tenho de ser honesto contigo e dizer-te que, nem sei bem porquê, mas tenho a impressão que se calhar são poucos os corajosos que com tantas páginas pela frente nesta revista, vão perder 4 ou 5 minutos a ler este texto. Bom, mas se tu já chegaste até aqui é provável que continues e por isso o melhor é mesmo continuar a meditar sobre o assunto …. Dia 3 - Estou sentado na gare do aeroporto de Zurich enquanto espero pelo meu voo (tenho 6 horas para esperar e por isso tempo não me falta) e observo o que se passa à minha volta. Vejo centenas de pessoas apressadas palmilhar estes corredores labirínticos. Tantas línguas, culturas, ideias e projetos de vida diferentes que se cruzam como se vivessem cada um no seu planeta. Imagino Jesus a descer pelas escadas rolantes, ao fundo, e a sentar-se à mesa com as pessoas, uma de cada vez, e a dizer-lhes “O Reino de Deus está próximo”. Pergunto-me que efeito isso teria no homem à minha frente – um executivo de cabelo grisalho e bem vestido, provavelmente com uma conta bancária bem recheada. E no jovem casal aqui ao meu lado que troca sorrisos cúmplices e apaixonados, com tantos planos para o futuro? E no trabalhador da manutenção do aeroporto atrás de mim (oxalá não tenha reparado que estava a olhar para ele), que com a sua farda de trabalho come rapidamente porque a pausa de almoço deve estar mesmo a acabar? O que seria para eles o Reino de Deus no meio de tantos euros, sonhos e rotinas? E se calhar aproveito e pergunto … e para ti? Que efeito produziria na tua vida se Jesus hoje te dissesse: “O tempo está cumprido, e é chegado o reino de Deus”? Dia 3,5 - Estou a mais de 11.000 metros do solo terrestre e aqui, dentro do avião, a perspetiva sobre as coisas muda radicalmente. Pela janela vejo tudo tão pequeno lá em baixo, e quando o vento faz este monstro de ferro abanar percebo que a minha vida está pendurada por um fio. Se pensar bem até estou mais perto do céu, pelo menos fisicamente, mas enquanto medito em tudo isto, acho que compreendi finalmente o que ando para te dizer há 3 dias. E é muito simples: percebi que aqui no ar não estou realmente mais perto do Reino de Deus! Sabes porquê? Porque ele está aí em baixo. Sim, aí mesmo onde estás agora. Eu estive lá ainda há pouco, naquele aeroporto cheio de gente. O Reino de Deus está onde alguém tem o coração a transbordar do amor de Jesus. Foi por isso que Ele disse “O Reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17.21). Jesus não desceu as escadas rolantes em Zurich mas eu desci, eu fui instrumento do Reino naquele aeroporto, só não sei se isso foi visível. Tu és o instrumento do Reino de Deus aí mesmo em casa, na escola, no escritório, na igreja, e em qualquer lugar onde estiveres. Aceitas isso? Bom, fecho aqui o diário. Mas até este avião aterrar, o Reino de Deus para mim é aqui mesmo, a 11 300 metros do chão e ao lado do Paulo, um jovem emigrante que até há meia hora era apenas um estranho para mim. Agora já sei que tem terror de andar de avião (e vou conversando com ele a ver se o acalmo) e ele já sabe que eu sou pastor da Igreja Adventista, nome que nunca tinha ouvido na vida. O Reino de Deus está aqui, no lugar 12C do voo TP927. Não quero esquecer isto!!
Departamental de Jovens
Pr. Pedro Esteves 3
Sê bem-vindo à Semana de Oração de Jovens (SOJA) 2014 Em consulta com os Diretores dos Departamentos de Jovens da Igreja mundial, decidimos em 2014 dar continuidade ao tema “Missão e Serviço” que iniciámos na SOJA de 2013. Vamos debruçar-nos novamente sobre o tema do Reino de Deus mas a partir de uma perspetiva diferente. Vamos explorar a centralidade do Reino de Deus nos ensinamentos de Jesus e no que ele significa para nós enquanto jovens deste tempo. Eu estava no segundo ano dos meus estudos de Teologia em Avondale, e quando fazia o turno da noite no sanatório onde trabalhava o meu supervisor perguntou-me se era capaz de resumir a missão de Jesus em seis palavras, e que tinham de ser palavras do próprio Jesus. Depois de várias tentativas acabei por desistir, porque simplesmente não sabia o que dizer. Ele repreendeu-me e com orgulho mandou-me ver Marcos 1:14,15. Marcos descreve o início do ministério de Jesus nestas palavras: “Ora, depois que João foi entregue, veio Jesus para a Galiléia pregando o evangelho de Deus e dizendo: O tempo está cumprido, e é chegado o reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho.” Marcos aponta para o momento em que Jesus começa o Seu ministério terrestre. Ele começou a proclamar as boas novas de Deus. Um momento de grande significado na história da salvação tinha chegado, e ele define a essência dessas boas novas de Deus: “é chegado o reino de Deus.” Aqui, nós entendemos “é chegado” como significando literalmente tornar próximo, estar à mão ou ao alcance. Jesus descreve o propósito da Sua vinda ao mundo exatamente nas mesmas palavras e este tema permeia o Novo Testamento como um tema fundador. “Ao romper do dia saiu, e foi a um lugar deserto; e as multidões procuravam-no e, vindo a ele, queriam detê-lo, para que não se ausentasse delas. Ele, porém, lhes disse: É necessário que também às outras cidades eu anuncie o evangelho do reino de Deus; porque para isso é que fui enviado. E pregava nas sinagogas da Judéia.” (Lucas 4:42-44) “E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino, e curando toda sorte de doenças e enfermidades.” (Mateus 9:35) A SOJA vai explorar o tema do Reino de Deus e de forma específica chamar a atenção dos leitores para a realidade presente do Reino à luz do seu culminar escatológico. Como Adventistas temos de forma correta dado ênfase no glorioso cumprimento (ainda por vir) da nossa esperança. Esta semana de oração terá o seu foco nas implicações da nossa “bem-aventurada esperança” hoje. Os escritores vão basear-se na proclamação e demonstração de Jesus, no Sermão da Montanha, Suas parábolas e milagres. A enfâse vai ser “tu podes entrar no estilo de vida do Céu agora, até que o tempo dê lugar à eternidade.” Entra hoje, sê transformado, sê um embaixador de reconciliação, busca a justiça e a misericórdia, e que as nossas comunidades de fé sejam janelas, uma antevisão da breve vinda do glorioso Reino de Deus. Gilbert Cangy (Diretor do Departamento de Jovens da Conferência Geral dos Adventistas do Sétimo Dia)
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SÁBADO 8 Mar
O REINO DE DEUS: JÁ COMEÇOU Marcos 1:14-15 | Mateus 11:28 | Apocalipse 21:1-4
V
ivemos num cosmos louco e conflituoso. O nosso mundo sofre e testemunha as terríveis disputas que estão à nossa volta e dentro de nós. O poder do bem e do mal contendem pelos corações humanos e pelos assuntos terrenos. Este mundo é um campo de batalha sangrento, cheio de zonas de guerra e lares desfeitos, de controvérsias e terramotos, de pobreza e ansiedade, de desflorestação e exploração humana.
Se ao menos o céu pudesse começar agora… será que pode? Será possível Deus trazer o céu para a terra apenas um pouco antes do previsto para que possamos desfrutar desse reino agora? Imagina se o céu pudesse começar aqui. É isto que desejamos, não é verdade? É por isso que, seguindo o exemplo do nosso Senhor, nós oramos: “Venha o teu reino e seja feita a Tua vontade aqui na terra como no céu.” Se ao menos pudéssemos viver no céu agora … As boas-novas são … bem, não as quero estragar. Vou deixar que seja o próprio Jesus a dizer-te. Vê comigo Marcos 1:14, 15. Escuta as boas-novas de Deus: “Ora, depois que João foi entregue, veio Jesus para a Galileia pregando o evangelho de Deus e dizendo: O tempo está cumprido, e é chegado o reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho ” (Marcos 1:14, 15). Jesus estava a proclamar, a pregar e a anunciar as boas-novas de Deus. E o que são essas boas-novas? “O tempo está cumprido” e “é chegado o reino de Deus”. As boas-novas de Deus que Jesus estava a proclamar são hoje ainda boas-novas! “O tempo está cumprido” e “é chegado o reino de Deus”.
Algo melhor está a chegar … e será em breve. Jesus voltará outra vez para fazer novas todas as coisas. Como diz o hino, “Oh que esperança vibra em nosso ser, pois aguardamos o Senhor.” No grande dia da volta de Jesus, Deus vai operar uma renovação e uma recreação que nenhum poder será capaz de travar. Todo o caos será apaziguado, todos os conflitos serão sanados. O céu, finalmente! Aleluia! Mas até lá … vivemos num “entretanto”, entre o Éden perfeito da criação e o Éden restaurado da recreação. Entretanto, ainda que os nossos corações anseiem pelo céu, os nossos pés estão firmemente implantados na poeira deste planeta louco e conflituoso. 5
E este relógio profético começou o seu tique-taque logo que Eva e Adão comeram daquele fruto proibido e expuseram o mundo a uma escuridão inconcebível. Precisamente aí, no Jardim do Éden profanado, o Senhor fez uma promessa, dizendo a Eva que os seus descendentes poderiam esmagar o inimigo Satanás (Génesis 3:15). Quando Eva ficou grávida pela primeira vez, ela teve a esperança de que o tempo tivesse chegado e de que Caim fosse O prometido. Mas o tempo ainda não tinha chegado. E Deus manteve a esperança viva, manteve essas incríveis promessas de uma criança que salvaria o mundo, promessas de um Deus habitando com os homens e finalmente promessas do reinado de Deus: promessas de paz e abundância, de cura e de uma vida sem fim!
Jesus disse que o tempo tinha chegado. Que relógio estava Ele a consultar? Um sofisticado relógio de pulso do primeiro século? Talvez Ele tenha puxado do seu telemóvel para verificar o tempo? Este não é o tipo de tempo que te diz que tens de ir para a próxima aula ou aquele que te diz que tens mesmo, mesmo, mesmo que sair da cama por que já desligaste o despertador três vezes e vais perder o autocarro. Não, a espécie de tempo de que Jesus está a falar é um tempo que está envolto em esperança, a espécie de tempo que Deus determinou há muitos anos atrás, o tempo que faz avançar o plano da redenção – é tempo profético.
Nos dias de Abraão, o tempo ainda não tinha chegado. Nos dias de Moisés, o tempo ainda não tinha chegado. Nos dias de David, o tempo ainda não tinha chegado. Nos dias de Isaías, o tempo ainda não tinha chegado, nos dias de Daniel, o tempo ainda não tinha chegado. Nos dias de Malaquias, o tempo ainda não tinha chegado. Mas, na plenitude dos tempos, Deus enviou o Seu Filho ao mundo. O tempo tinha chegado, “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo de lei ” (Gálatas 4:4). Uma virgem con6
dos. E quando o tempo se completou, Ele deu o passo decisivo de entrar no nosso mundo para nos curar da nossa cegueira. Para abrir os nosso olhos para a realidade do seu Reino Celeste e providenciar o meio pelo qual nós podemos entrar nele. “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus” (II Coríntios 4:4). Pela vinda de Jesus, um pedaço do céu irrompeu na Terra, a dimensão celestial penetrou na nossa realidade terrestre. Em Jesus, o Reino de Deus chegou bem perto. Quando ouvimos Jesus anunciar algo tão notável quanto o reino de Deus, queremos saber mais alguns detalhes. O que é isto afinal? Com o que se parece? Marcos não nos fornece um índice para conhecer este reino; ele não nos dá os ingredientes como se se tratasse de uma receita. De forma magistral, em vez de nos dizer o que é o Reino de Deus, Marcos escreve o seu evangelho para no-lo mostrar.
cebeu, um menino nasceu – pobre, modesto e perfeito, a criança cresceu, um homem apareceu, e esse homem, Jesus, começou a proclamar em alta voz, “O tempo está cumprido!”. Chegou o tempo. A esperança das gerações, o desejado das nações, o anseio de cada coração humano, desde Eva, até Maria, até ti – Ele veio. Emanuel: “Deus connosco”. Jesus, “Salvação”. O tempo chegou. A sabedoria dos mestres e as palavras dos profetas estão cumpridas. O tempo chegou! Em Jesus, Deus cumpriu cada promessa feita à humanidade através da Sua presença, da Sua ação, da Sua soberania. A excelsa beleza e a profunda bondade do reino de Deus tinham, até aqui, sido apenas promessa. Mas agora, o tempo estava cumprido! Em Jesus, Deus está a passar da promessa ao seu cumprimento.
“O Reino de Deus tornou-se próximo, Está ao nosso alcance” Sim, o reino de Deus aproximou-se. Satanás é conhecido nas Escrituras como o príncipe deste mundo, o deus deste século. Ele usurpou a declaração de soberania feita por Jesus como criador do planeta Terra, quando os nossos primeiros pais pecaram e se lhe submeteram. Mas Deus, no Seu amor e compaixão, já tinha concebido o plano da salvação antes que os fundamentos da Terra fossem estabeleci-
Vamos ver o que Jesus fez e assim vamos perceber o que é afinal o Reino. No capítulo 1, versículos 16-20: Jesus chama Simão, André, Tiago e João. Ele começa por reunir uma comunidade que, desde a primeira hora, está focada em evangelizar. “Vinde após mim, e eu farei que vos torneis pescadores de homens. Então eles, deixando imediatamente as suas redes, o seguiram ” (Marcos 1:17, 18). 7
No versículo 20: Jesus ensina os que estavam reunidos na sinagoga. Nos versículos 21-26: Jesus expulsa um demónio. Nos versículos 29-31: Jesus cura a sogra de Pedro de uma terrível febre. Nos versículos 32-34: Jesus cura os doentes e os endemoninhados. No versículo 35: Jesus levanta-se de madrugada para estar em comunhão com Deus através da oração. Depois Ele começava novamente, viajar, ensinar, pregar e curar. No capítulo 2, Jesus perdoa publicamente os pecados do paralítico e cura os seus membros. Ele vai ao encontro de um judeu menosprezado e que era cobrador de impostos e janta com os pecadores na cidade. Depois reclama o sábado como tendo sido: “feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado ”, e apresenta-se a si mesmo como Senhor “até do sábado”. No capítulo 3 Ele cura nesse dia, restaurando o sábado ao seu propósito de cura. A seguir chamou doze apóstolos a fim de os enviar com o evangelho e com o poder de derrubar demónios. No capítulo 4 Ele ensina vez após vez sobre o mistério do reino – que ele não é como os reinos deste mundo, não é opressivo nem violento, como é que ele deve ser partilhado, como cresce e funciona pelo poder de Deus, como ele começa pequeno mas se torna grande. Depois, Marcos começa a demonstrar o poder do reino de maneiras ainda mais evidentes. Primeiro, no capítulo 4, Jesus acalma a tempestade. Com
apenas algumas palavras, Ele silencia o vento e as forças tempestuosas. Jesus é o Senhor do mundo natural. A seguir, no capítulo 5, Marcos torna a contar a maneira como Jesus traz salvação ao caso perdido do homem possuído por uma legião de demónios. Pelo poder da Sua palavra, Ele liberta o lunático e derruba o poder demoníaco. Jesus é o Senhor do mundo espiritual. Depois, Jesus cura uma mulher vítima por mais de doze anos de uma doença incurável. Jesus é Senhor sobre a doença. E depois – DEPOIS! – Ele ressuscita de entre os mortos uma jovem de doze anos, restaurando a sua vida e a alegria dos seus pais. Jesus é Senhor sobre a morte. E a história continua sem parar, Jesus revelando o reino de Deus no mundo. 8
E o que é o Reino? É comunidade, é evangelismo, é libertação do poder satânico, é cura física, é o perdão dos pecados, é doutrina verdadeira, é experimentar o Sábado, é a libertação do temor é a esperança para além da doença e da morte, é comungar com Deus e comer com pecadores. Em Jesus, o reino de Deus ficou próximo. Um pouco de céu brilhando sobre a Terra, a dimensão celeste invadindo a nossa realidade terrestre. O Céu começou aqui. “O tempo está cumprido. É chegado o reino de Deus”. Se tão somente pudéssemos viver no céu agora … e nós podemos! Porque em Jesus, o céu começou aqui. Mas, como podemos viver no céu agora? Jesus também nos disse isso: “O tempo está cumprido.” disse Ele. “É chegado o reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho ” (Marcos 1:15). Como podemos viver a vida do reino agora? Arrepende-te e acredita nas boas-novas!
rependimento e Ele concede: uma mudança de mentalidade, uma mudança de coração, uma mudança de vida. Arrepender-se significa mudar de direção e abandonar o pecado, à medida que nos agarramos ao Salvador. Não trilhamos mais os nossos próprios caminhos, mas os caminhos do Senhor. Não somos mais senhores dos nossos planos, mas escolhemos Jesus como nosso Senhor. Através do batismo da água para nos purificar e do batismo do Espírito Santo para nos transformar e capacitar, somos conduzidos ao encontro de uma nova vida no reino de Deus. Às vezes temos a ideia errada de que temos de nos arrepender antes de ir a Jesus. Pensamos, “PRIMEIRO, eu tenho de me entristecer pelo pecado e operar uma reforma”, ENTÃO eu vou a Jesus e receberei a Sua graça.” Mas nada pode ser mais inútil do que isto! O arrependimento não se interpõe entre o pecador e o Salvador. Não é um obstá-culo que temos de transpor antes de alcançarmos Jesus. Não! Não! É uma oferta que recebemos unicamente da Sua mão. Temos de ir a Jesus para recebermos arrependimento! Ele diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei ” (Mateus 11:28). Por isso vamos a Jesus, cansados e oprimidos, e supliquemos-Lhe a oferta do arrependimento. “Faz-nos ver o nosso pecado como Tu
Deus tem sempre uma forma de nos falar no momento de necessidade. Quando as nossas esperanças e sonhos nas coisas terrestres parecem desiludir-nos, Ele desafia-nos através da impressões profundas do Espírito Santo a considerarmos o que Ele tem para nos oferecer a fim de abrirmos os olhos da cegueira onde “o deus deste século” nos prendeu. À luz da bondade de Deus nós vemos a nossa maldade, e lançamo-nos nos braços da Sua misericórdia. Pedimos ar9
o vês, Jesus. Faz-nos ver a beleza da santidade como tu a viveste. Faz-nos experimentar o arrependimento.”
pendei-vos, e crede no evangelho.” A segunda condição para experimentar o Céu na terra é crer nas boas-novas, confiar na mensagem de Jesus. Crer e confiar. Soa demasiado simples não é? Mas é na verdade tão simples quanto isso! Crer e confiar na mensagem e experienciar o Céu na terra. Quando depositamos a nossa confiança em Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito, abrimos as portas para que entrem nas nossas vidas de formas profundas e cheias de significado. Em lugar de solidão, encontramos companheirismo. Em lugar de inquietude encontramos descanso. Em vez de vazio, encontramos abundância. Em lugar de confusão, encontramos propósito. Em vez de enfermidade, encontramos cura. Em lugar de erro, encontramos verdade. Em lugar de egoísmo, encontramos amor. Em lugar de desespero, encontramos esperança.
Como é que entramos no céu que Jesus nos fez chegar? Façamos um retrato do reino de Deus na Terra como uma rede de grandes e pequenos postos avançados dentro doterritório inimigo. Dentro de cada um dos postos avançados estão as coisas mais maravilhosas: comida deliciosa, companheirismo caloroso, cura e bem-estar, paz e alegria. Ao sabermos o que está no seu interior, queremos entrar claro. Ansiosamente precipitamo-nos na sua direção ao ouvirmos o som de risos e regozijo, tão perto de sentirmos o sabor daqueles deliciosos croissants de amêndoas. Mas quando estamos mesmo a ponto de entrar, somo apanhados. “Mas qual é o problema afinal? Porque é que não consigo entrar?” “Amigo, antes de entrares neste lugar, tens de abandonar as tuas armas.” Arrependimento é abandonarmos as nossas armas. Humilhar os nossos corações rebeldes perante o Rei e desistir do que pensávamos serem os nossos direitos e recebermos, em vez disso, o que sabemos ser a Sua melhor oferta.
“O tempo está cumprido”, disse Jesus. “É chegado o reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho.” Em Jesus, o Céu já começou aqui. Nós deixamos o pecado para trás e agarramo-nos a Ele porque Ele é a porta para o Céu aqui e no que há-de vir, Ele é o caminho para o Céu aqui e para o que há-de vir, Ele é a luz para o Céu aqui e para o que há-de vir. Em Jesus, o Céu já
“O tempo está cumprido”, disse Jesus. “É chegado o reino de Deus. Arre10
começou aqui.
Extraordinário! Para os que confiam na mensagem de Cristo, a vida eterna começa agora. E apenas se tornará infinitamente melhor quando Jesus regressar e a Terra for recriada e Deus fizer para sempre a Sua morada aqui e nos deleitarmos na luz da Sua presença. Nós não podemos nem sequer imaginar as incríveis delícias da vida eterna na Nova Jerusalém. Nem sequer conceber a maravilhosa excelência da vida na nova terra. O céu de eternidade vai ser mais do que os nossos corações conseguem desejar! Mas não temos que esperar para começarmos a desfrutar da experiência do céu agora. Podemos ter um vislumbre aqui. Podemos, agora mesmo, uma boa “dentada” do que vai ser o céu. Conhecermos Jesus, andando com Ele, confiando na Sua mensagem: o céu começa aqui.
No livro O Desejado de Todas as Nações, a inspirada autora Ellen White explora muito bem esta ideia: “Quando por meio de Jesus, entramos no repouso, o Céu começa aqui. Atendemos-Lhe ao convite: Vinde, aprendei de Mim; e assim fazendo começamos a vida eterna. O Céu é um contínuo aproximar-se de Deus por intermédio de Cristo. Quanto mais tempo estivermos no céu da bem-aventurança, tanto mais e sempre mais de glória nos será manifestado; e quanto mais conhecermos a Deus, tanto mais intensa será nossa felicidade. Ao andarmos com Jesus nesta vida, podemos encher-nos de Seu amor, satisfazer-nos de Sua presença. Tudo quanto a natureza humana é capaz de suportar, é-nos dado receber aqui ” (pg. 230). 11
Este sermão é longo, mas Jesus foi bem mais curto: “O tempo está cumprido”, disse Jesus. “É chegado o reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho.” É que vais fazer? Vais entrar no Reino agora? Vais dizer sim, pousar as tuas armas e entrar na delícia da Sua companhia? Eu oro para que o faças.
fé e confiança, e juntamente com os crentes que estão vivos, eles vão subir ao Seu encontro no ar. Ele vai amarrar Satanás na Terra durante mil anos, tempo durante o qual todos os santos no Céu terão o privilégio de mergulhar na sabedoria de Deus e nos seus justos juízos. Após os mil anos, Jesus descerá novamente a purificar a Terra e torná-la nova. À medida que Jesus e os Seu santos anjos se aproximam da Terra, todos os que morreram em rejeição e em provocação contra Deus vão voltar à vida e juntar-se a Satanás na sua última tentativa de frustrar o último ato purificador de Deus. Mas eles serão consumidos no fogo purificador e Deus fará desta terra renovada
E este mundo louco e conflituoso precisa que o faças. Este mundo está carregado de dor, carregado de pessoas no erro e na confusão, carregado de pessoas quebradas pelo pecado e abatidas pelo desespero. Está cheio de pessoas rodeadas pelo inimigo e cheio de pessoas perdidas em solidão. Essas pessoas precisam que tu digas sim a Jesus e que te tornes um agente para que este Reino se faça sentir, e que as ajudes a entrar no Céu que já começou aqui. Vive como um agente do Reino para que quando outros testemunharem a tua vida, eles vejam o Reino em ação. E o que é o Reino? É comunidade, é evangelismo, é libertação do poder satânico, é cura física, é o perdão dos pecados, é doutrina verdadeira, é experimentar o Sábado, é a libertação do temor é a esperança para além da doença e da morte, é comungar com Deus e comer com pecadores. Um dia, em breve, o que Jesus começou aqui Ele vai voltar para terminar. Ele romperá os céus e surgirá com a trompeta do arcanjo. Ele vai ressuscitar os mortos que depositaram nEle a sua 12
a nossa morada permanente. Apocalipse 21:1-4 diz: “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já se foram o primeiro céu e a primeira terra, e o mar já não existe. E vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus, adereçada como uma noiva ataviada para o seu noivo. E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia: Eis que o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles. Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.”
Que gozo o Céu será! Que excelsa alegria! Mas entretanto, que nunca nos esqueçamos que, em Jesus, o Céu já começou aqui. Amigos, não diremos sim a esta promessa, depositando as nossas armas e entrando? O tempo está cumprido.
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DOMINGO 9 Mar
O REINO DE DEUS:FÁBULA, CONTO DE FADAS OU REALIDADE? Mateus 11:4-5 | Filipenses 3:4-8 | I Coríntios 2:9
S
Qual foi o acontecimento? Foi o dia em que o princípe William, duque de Cambridge, se uniu em matrimónio com Catherine Elizabeth Middleton. O casamento real foi o acontecimento mais visto da história, tal como tinha acontecido com o casamento do pai de William, em 1980. De acordo com as estatísticas, o casamento real foi visto por aproximadamente 2,5 biliões de pessoas, ou seja, aproximadamente 35% da população mundial. Estamos a falar de qualquer coisa como 1 em cada 3 pessoas no planeta.
tantas pessoas? Pensei nisto durante várias semanas e cheguei à conclusão de que nós, os seres humanos, desejamos viver o nosso próprio conto de fadas. Temos inscrito no nosso interior, talvez no nosso ADN, o desejo profundo de fazer parte de uma outra história. Todos nós, num ou noutro momento, desejamos fazer parte destas histórias fantásticas. C. S. Lewis disse: “Se existem anseios nos nossos corações que nada neste mundo consegue satisfazer, isso só pode querer dizer uma coisa. Nós fomos pensados para outro mundo.” Quando éramos crianças, acreditávamos nesse outro mundo, nessa outra história, que nos soava mesmo a conto de fadas. O dicionário Webster define conto de fadas como: “histórias (para crianças) que envolvem seres e forças fantásticas – uma história na qual eventos improváveis conduzem a um final feliz.”
Como observador da vida sinto-me forçado a perguntar, o que é que este evento tem para atrair a atenção de
Eu costumava acreditar em todo o tipo de contos de fadas: no pai natal, no coelho da páscoa, e até na
abias que no final do mês de abril de 2011, ocorreu um dos maiores eventos da história? Na verdade, é um momento que tenho a certeza que a maioria das pessoas no mundo se recordam. É um daqueles momentos de que vamos falar daqui a vinte anos dizendo: “Lembras-te onde estavas quando …?”
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fada do dentinho. Mas depois cresci e deixei de acreditar nesses contos de fadas. Eu sei muito mais agora. Estudei. Dois diplomas na parede do meu escritório e anos de experiência no currículo dizem-me que os contos de fadas são, tão simplesmente, bons demais para serem verdade. Ninguém vive feliz para sempre – quinze minutos a ver notícias chegam para o perceber – fome, doença, tráfego sexual, catástrofes naturais, terrorismo, divórcio. O mundo é um lugar horrível e os contos de fadas da minha juventude todos se desvaneceram. Mas curiosamente, eu ainda leio as histórias da Bíblia aos meus filhos. Não quero que eles percam a oportunidade de terem sonhos reais e de aprenderem sobre heróis verdadeiros. E quando lhes leio estas histórias, a minha mente divaga, tenho desejos, esperanças e até temores. Dou por mim a desejar que fosse certo que a vida terminasse com toda a gente a viver feliz para sempre. Mas também dou comigo temendo que os meus filhos um dia deixem de ser crentes.
todos os efeitos a um conto de fadas, mas em que vale a pena acreditar porque é verdade. A minha esperança, o meu desejo e a minha oração é que ao contar estas duas histórias, os teus olhos se abram e que escolhas viver esta outra história, a que vamos chamar o “Conto do Reino”. Acontece inevitavelmente com todos nós, chega o dia em que os contos de fadas morrem. Alguma coisa acontece para nos tirar essa ilusão: os nossos pais divorciam-se, um amigo morre, um professor bem-intencionado diz-nos que não podemos trabalhar como artistas porque não conseguiremos sobreviver. Talvez nos seja diagnosticada uma depressão ou
Vou contar-vos duas histórias. A primeira é sobre a realidade deste mundo - a vida que enfrentamos diariamente - uma vida de rotinas, incrivelmente stressada, cheia de desilusões e de situações dolorosas que preenchem os nossos dias. Mas depois temos esta outra possibilidade, outra história, talvez até uma outra realidade – uma que se parece para 15
uma outra doença mental. Ou talvez tenhamos simplesmente crescido. Seja o que for, isso acontece a quase todos. Tanto quanto vos posso dizer, respondemos a esta grande perda esforçando-nos e dando o nosso melhor para fazer desta vida alguma coisa. Trocamos os castelos e os cavalos do passado por carros desportivos, por um escritório situado na melhor zona da cidade e uma casa de campo. Lutamos por obter diplomas para nos sentirmos importantes, compramos outro tipo de brinquedos para nos ajudarem a esquecer o vazio que existe dentro de nós. Alguns procuram os bares para entorpecer as suas “almas” ou vão atrás de relacionamentos sem grande significado, reais e/ ou virtuais, para pelo menos terem a ilusão de intimidade. Ou então, atiramo-nos à religião em busca de uma vida “perfeita”, ou pelo menos da aparência disso. Procuramos a esposa perfeita, que completamos com 2 ou 3 filhos, e somos iludidos a pensar que se ao menos tentarmos com força suficiente, se nos portarmos como deve ser, e se trabalhamos tempo suficiente, um sentido para a vida há-de surgir.
Agora, não estou a dizer que ser bem sucedido e possuir bens materiais, é em si mesmo o que está errado. NÓS somos o que está errado. Nós é que deixamos de acreditar no conto do Reino e portanto perdemos o sentido do que é mais importante na vida. Nós é que procuramos sentido para a vida em lugares destituídos de qualquer sentido. Nós fazemos perguntas importantes, tais como: “Quem sou eu? Qual é o meu objetivo? Qual é o significado da vida?” Mas as respostas que encontramos na realidade deste mundo continuam a deixar-nos vazios. Reparem, e se conseguíssemos obter tudo o que alguma vez sonhámos, para depois nos apercebermos que esse caminho não nos conduz a lado a nenhum? Tom Brandy, defesa do New England Patriots, um dos jogadores mais bem pagos do futbeol americano, disse uma vez numa entrevista: “Por que é que eu tenho três anéis do SuperBowl (prémio individual ganho pelos jogadores da equipa vencedora da liga nacional de futebol americano) e continuo a pensar que há algures algo melhor para mim? Quero dizer, uma grande parte das pessoas pode dizer: ‘Ó homem, tu tens tudo o que interessa’. Alcancei o meu objetivo, o meu sonho, a vida que sempre quis. Eu? Eu penso ‘Tem que haver algo mais do que isto.’ O que eu quero dizer é que isto não é, não pode ser, tudo o que há para viver.” (CBS TV entrevista)
Num estudo realizado pelo Institute of Higher Education em 2012, chegaram à conclusão de que para 78,1% dos caloiros da universidade ser financeiramente bem sucedido era a coisa mais importante na vida. 16
Quando perguntaram ao ator Brad Pitt se tinha conseguido alcançar o “sonho americano”, ele respondeu: “Eu conheço todas as coisas que são supostas ser importantes para nós – carros, casas, a nossa versão de sucesso – mas se isso é verdade, por que razão o sentimento generalizado nos mostra mais impotência e isolamento, desespero e solidão? Se me perguntarem, eu digo-vos: deixem tudo isso – temos que encontrar outra coisa. Porque tudo o que eu sei, é que neste momento da história estamos a caminhar para um beco sem saída, um entorpecimento da alma, uma completa atrofia do ser espiritual. E eu não quero isso ” (Rolling Stone magazine).
E se a realidade que vemos com os nossos olhos, a fome, a doença, a falta de sentido, o sofrimento… e se esta não for a história verdadeira? E se a vida que muitos estão a viver não passa de uma fábula… uma farsa, uma mentira, o resultado de um engano? E se a resposta para a nossa procura por sentido e propósito depender da nossa capacidade de acreditar no conto do Reino? A fim de explorarmos esta outra realidade, este outro Reino, temos de recorrer a um livro antigo. Ele é, no mínimo, um dos mais controversos livros alguma vez escritos. Alguns na verdade seriam capazes de o rotular como um conto de fadas: cheio de “histórias do outro mundo”, e de lições improváveis. Alguns diriam simplesmente que são demasiado inteligentes e instruídos para acreditarem em ideias tão ridículas. O agnóstico do século XIX, Robert Ingersoll, disse uma vez a propósito deste livro, que era: “uma fábula, uma obscenidade, um embuste, uma farsa e uma mentira.” O famoso ator Sir Ian McKellan disse: “Sempre pensei que (este livro) devia trazer no início um aviso alertar o leitor que se trata de ficção e não de factos.” Mas verdade seja dita, centenas de milhares de pessoas morreram para garantir que este livro e estas histórias fossem transmitidas de geração em geração ao longo de milhares de anos. Nenhum outro livro foi tão cuidadosamente preservado e
"[...] neste momento da história estamos a caminhar para um beco sem saída, um entorpecimento da alma, uma completa atrofia do ser espiritual."
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tão “exaustivamente” reproduzido. E muitos ao redor do mundo, acreditam que este livro é muito mais do que um simples conto de fadas. Creem, em vez disso, que ele contém os segredos para dar sentido à existência.
as intenções do Criador. Eles duvidaram da bondade do Criador e assim morderam o fruto, doce no exterior mas amargo no interior, e assim trouxeram uma tremenda maldição sobre eles e sobre este mundo. A maldição trouxe com ela, dor, fadiga, lutas, doença, rejeição e morte. Foi perdida a possibilidade de comunicar com o Criador no jardim ao entardecer. O paraíso foi perdido. Muita coisa aconteceu no caminho, mas o Criador nunca abandonou a Sua criação, nunca. O Seu amor por eles nunca o permitiria. Na verdade o Criador fez algo ainda mais extraordinário do que ao conceder o primeiro presente do livre arbítrio. No momento certo, enquanto a criação ainda era impotente para se libertar da maldição, o Criador veio a este planeta e tornou-se uma das Suas criaturas. Deixou o paraíso, sacrificou a Sua própria vida para entrar no mundo amaldiçoado a fim de nos conduzir a uma nova história.
Vou dar-vos a verdadeira versão condensada da história: Era uma vez, numa terra de trevas, um Criador cheio de amor para dar veio e criou luz e vida. Ele trouxe o mundo à existência pela Sua palavra. Criou depois as Suas criaturas mais amadas, à Sua própria imagem os criou, macho e fêmea, e deu-lhes o mais extraordinário, ainda que arriscado, presente. Deu-lhes o presente do livre arbítrio: a capacidade de fazerem as suas próprias escolhas e de escolherem seguir o Criador ou rejeitáLo. Era a única forma de O poderem amar livremente. Tudo era magnífico e a vida era cheia de amor, propósito e significado, até que uma serpente falante entrou em cena. Ele mentiu aos seres criados e fê-los questionar
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um sussurro, um jumento que fala, um rapaz com uma funda, um bebé numa manjedoura, um carpinteiro, uma cruz. Deus gosta de surpresas. E portanto para se estar aberto à realidade deste reino, uma mudança prévia tem de acontecer. Temos, como Jesus disse, de nos arrepender.
“Quando Deus deu Seu Filho ao nosso mundo, dotou os seres humanos com riquezas imperecíveis — riquezas diante das quais as entesouradas fortunas dos homens desde o princípio do mundo nada são. Cristo veio à Terra e esteve perante os filhos dos homens com o acumulado amor da eternidade, e esse é o tesouro que, mediante nossa ligação com Ele, devemos receber, revelar e comunicar ” - Ellen White, A Ciência do Bom Viver, pg. 37.
Jesus iniciou o seu ministério com estas palavras: “Arrependei-vos porque o Reino dos Céus, ou de Deus, está próximo.” Alguns de nós já ouvimos dizer que a palavra arrependimento significa desviar-se, mudar de direção, e associamo-la a nos desviarmos do pecado. Se pecámos, necessitamos de nos arrependermos ou de nos afastarmos dele. Isto é verdade, mas a palavra arrependimento em grego é a palavra metanoeõ, e como muitas outras palavras gregas, metanoeõ tem vários significados. Metanoeõ também pode significar pensar de maneira diferente. Por outras palavras, Jesus está a anunciar que é tempo de começar a pensar de maneira diferente porque o reino de Deus está aqui.
Todos os teólogos parecem concordar que nos quatro Evangelhos o tema central em todo o ensino de Jesus é a proclamação da vinda do Reino de Deus, uma nova realidade. Esse reino é mencionado mais de 120 vezes no Novo Testamento, a maioria pelo próprio Jesus. Ele falou sobre três reinos, o primeiro era o reino deste mundo, o segundo era o reino que está ao nosso alcance, perto, dentro de nós, e o terceiro é o reino que há-de vir. Já falámos sobre o reino deste mundo e o que ele tem para oferecer, e para irmos diretos ao assunto, vamos falar do reino que já está entre nós, porque ele é um antegozo do reino que está para vir.
O reino de Deus está aqui Arrependimento está associado à fé e é enfatizado nos evangelhos como essencial para a salvação. Paulo pregou o arrependimento. Ele disse: “como não me esquivei de vos anunciar coisa alguma que útil seja, ensinando-vos publicamente e de casa em casa,
Que reino é este? Em primeiro lugar, não é aquilo que estarias à espera, nunca é. Deus revela-se muitas vezes de formas que nunca esperarias: um arbusto a arder, 19
testificando, tanto a judeus como a gregos, o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus ” (Atos 20:20, 21).
disse que necessitamos de nos tornar como crianças está relacionada com a capacidade que as crianças têm de sonhar, de imaginar, e de acreditar no impossível. Acreditar que contos de fadas existem mesmo.
“Não existe salvação sem arrependimento ”
Então vamos usar este contexto, o desafio de pensarmos de maneira diferente, como uma criança, acerca da realidade do Reino de Deus. Vamos explorar o que Jesus descreve como sendo este reino. A mais clara descrição do reino de Deus foi dada por Jesus em resposta aos discípulos de João Batista, enquanto o seu mestre se encontrava na prisão. Até João Batista, aquele que veio para anunciar a vinda do Messias, aquele que identificou Jesus como o Messias, aquele que ouviu a voz de Deus declarar que Jesus era o Filho de Deus, foi apanhado nesta outra realidade. Vendo bem as coisas, se o Messias veio estabelecer o Seu reino, porque é que João estava a apodrecer atrás das grades? Jesus respondeu às dúvidas de João dizendo-lhe que espécie de coisas acontecem no reino. Lê Mateus 11:4-5.
Ellen G. White, T.S., Vol. I, pg. 365.
Pensar de maneira diferente é uma ideia poderosa. Na realidade, há uma empresa que utilizou este slogan para reverter a sua situação de quase bancarrota e tornar-se numa das mais bem sucedidas empresas de todos os tempos, e a única que nos mercados mundiais não perdeu valor durante a recessão. De que companhia estou a falar? Apple. Portanto para estarmos abertos à realidade do reino de Deus, precisamos de pensar de maneira diferente, mas como? Pensa, como fazê-lo? Felizmente, Jesus também nos deu essa resposta. Cercado por um grupo de homens instruídos e de discípulos que os buscavam com sinceridade, Jesus disse: “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças; de modo algum entrareis no reino dos céus.” Porque é que temos de nos tornar como crianças? Quer dizer, não gastámos nós tanto tempo e dinheiro para crescermos e deixarmos as nossas atitudes infantis? Permitam-me sugerir-vos que a razão pela qual Jesus
Jesus avançou, através do Evangelho, para explicar o reino como um lugar onde os quebrantados seriam restaurados, onde os piores pecadores seriam os primeiros a entrar, um lugar que invade cada aspeto das nossas vidas e que pode fazer sobressair 20
o que de melhor há em cada um. Um lugar tão maravilhoso que quando o descobrimos, estamos dispostos a perder tudo o que temos para nos mantermos nele. É um lugar que está aberto a todas as pessoas que o queiram aceitar. É um reino que não pode ser medido pelos títulos que antecedem o teu nome ou o número de vírgulas na tua conta bancária, ou pelos teus belos olhos, mas na medida em que és amado e amas os outros. É um reino generoso, um reino de graça abundante, um reino que dá um sentido à vida, um reino que te enche de esperança, um reino orientado pelo amor, e um reino acessível para que entres nele aqui e agora. Não o deixes escapar.
esperança, os perdidos encontram direção, e os inúteis pecadores, como eu, percebemos que somos mais valiosos para Deus do que alguma vez poderíamos imaginar.
Uma história pessoal Há alguns anos atrás, passei por uma crise de ansiedade que tomou conta de mim durante vários meses. No meio dessa crise, eu criei uma realidade alternativa, uma história diferente da que Jesus estava a tentar oferecer-me. Na forma como eu contava a história, eu tinha a certeza que ia falhar. Uma certa manhã, a minha querida esposa entrou no quarto onde me encontrava enroscado e deitado sobre um travesseiro encharcado pelas minhas lágrimas, e corajosamente ela segurou-me pela mão e conduziu-me do conto de fadas que eu próprio tinha criado para o conto de fadas do Reino de Deus. Ela disse-me, como se fosse o próprio Deus a dar-me aquela mensagem, o quanto eu era amado e que o Pai nunca me tinha deixado e que nunca o faria. Ela traçou diante de mim um quadro do Reino, onde o que era realmente importante era o quanto eu era amado e que aqu’Ele que me amava, chamava-me e estaria comigo para sempre.
“Lembrai que Cristo tudo arriscou! Para a nossa redenção o próprio Céu esteve em jogo. Meditando junto à cruz, que Cristo teria dado Sua vida por um único pecador, podeis apreciar o valor de uma pessoa ” - Ellen White, Parábolas de Jesus, pg.100. Jesus arriscou tudo para vir e trazer-nos uma nova história. Orígenes, o teólogo do terceiro século, descreveu o Reino de Deus dizendo que Jesus é o auto basilia, o que significa que Jesus Ele mesmo é o Reino de Deus. Onde quer que a presença de Jesus esteja nesta Terra, a maldição do Jardim de Éden começa a ser revertida. O surdo pode ouvir, o cego pode ver, o coxo pode andar, os mortos são ressuscitados, os desesperados encontram
Eu não conseguia ver esta história por mim mesmo. Com a sua ajuda comecei a ver essa realidade nos meses seguintes. Comecei lentamente 21
a caminhar para fora do reino deste mundo e dos elementos da história que eu tinha criado, e comecei a viver no reino de Deus e na história pela qual Ele veio, viveu e morreu. Em I Coríntios 2:9 lemos: “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.” E por isso eu começo a ver com o meu novo olhar, a ouvir com novos ouvidos e há certas ocasiões onde me podem ver até aos saltos. Mas para começar a aceitar esta versão da história e a afastar-me da fábula e a aproximar-me do verdadeiro “conto de fadas”, eu tive de pensar de maneira diferente, mais como uma criança, para que conseguisse voltar a acreditar no impossível.
A tradução The Message (em inglês), di-lo de forma ainda mais enfática:
“Sim, todas as coisas que outrora pensei serem tão importantes desapareceram da minha vida. Comparado com o alto privilégio de conhecer Jesus Cristo como meu Mestre, tudo o que antes achava que queria para mim tornouse insignificante – como estrume de cão. Deitei tudo isso para o lixo para poder acolher Cristo na minha vida e ser por Ele acolhido.” (Versão "The message")
Paulo aprendeu que as coisas deste mundo, sem Jesus, não têm qualquer significado. Ele aprendeu que a coisa mais importante é conhecer Jesus Cristo e que todo o resto, sem Ele, é lixo. Educação, riqueza, poder, conforto e o “sonho americano” … nada disso tem sentido sem conhecer a Jesus. Foi acreditar nisto que permitiu a Paulo cantar louvores a Deus na prisão, escrever cartas de alegria e encorajamento enquanto definhava preso às correntes, ou mesmo ir para a morte cantando hinos de louvor, porque a realidade na qual vivia não era deste mundo. A realidade de Paulo era o Reino de Deus, e isso, nada nem ninguém lho poderia tirar. Podiam tirar-lhe as suas vestes, mas
O apóstolo Paulo aprendeu a viver no reino deste mundo. Antes de Jesus o cegar na estrada de Damasco , Paulo tinha tudo: autoestima, poder, riqueza, influência e instrução. Ele tinha uma posição elevada neste reino. Mas depois de Jesus, Paulo chegou ao ponto de escrever estas palavras: “O que para mim era lucro passei a considerá-lo como perda por amor de Cristo; sim, na verdade, tenho também como perda todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo ” - Filipenses 3:7, 8. 22
nunca poderiam tocar no seu título como filho do Deus vivo. Podiam bater-lhe sem explicação com varas de madeira, mas nunca poderiam apagar o fogo nos seus olhos. Podiam cuspir no seu rosto, mas a única maneira de o impedirem de proclamar as boasnovas do Reino de Deus era tirarem-lhe a vida, da qual abdicou de bom grado para estar com Jesus.
dispostos a morrer por ela. Tens alguma coisa na tua vida pela qual valha a pena viver? Pela qual valha a pena morrer? Posso sugerir-te uma nova realidade? O reino do Deus vivo. Não se trata de uma fábula. É o Caminho, e a Verdade, e a Vida, e o Seu líder estende as Suas mãos cravejadas para ti, e pede-te, implora … que acredites. Fábula ou conto de fadas? A escolha é tua.
E foi com este tipo de paixão que as boas-novas do Reino de Deus se espalharam como um incêndio no mundo antigo. Comerciantes e escravos, jovens e adultos, os enfermos, os pobres e os excluídos, aceitaram as boas-novas e anunciaram-nas em alta voz desde as montanhas até aos becos nas cidades. Cresceram de doze para milhões de crentes, no que pareceram apenas instantes nas páginas da história. O que atraiu tantas pessoas tão rapidamente? Foi a história, que é na verdade tão boa que só pode ser verdadeira, a história que supera todas as histórias, o lugar onde a maldição é invertida: a história do Reino de Deus. Foi esta história que permitiu a centenas de milhares de crentes na igreja primitiva caminharem corajosamente para a morte, porque eles não podiam imaginar-se a retroceder para às limitações da sua história anterior. Eles acreditavam e sabiam que o “conto de fadas” que estavam a viver era a única história verdadeira e estavam 23
SEGUNDA O REINO DE DEUS: 10 Mar
TRANSFORMANDO O NOSSO MUNDO Lucas 5 | Romanos 14:17 | Tiago 1:27 |
O
espetáculo de fogo de artifício de San Diego na Califórnia, nos EUA, está entre os mais impressionantes do mundo e atrai milhares de pessoas. O espetáculo do ano passado (2012) foi descrito por muitos como tendo sido épico. Eu vi um vídeo com imagens desse momento e se vocês não viram vale a pena procurarem. Foi, aparentemente, uma falha informática que fez explodir três dos quatro barcos cheios de fogo de artifício em apenas nove segundos. O vídeo é impressionante: três barcos carregados com fogo de artifício a explodir de uma só vez!
sua infância e criar memórias nos seus filhos. Elas estavam na expetativa de um final em apoteose. Aqueles que viveram essa experiência sabem como é quando somos miúdos. Estamos sempre a perguntar se já é o final e os pais a responder: “ainda não, espera mais um pouco.” E nós ali sem paciência para esperar mais, queremos é ver o grande final. Mas quando ele chega, percebemos logo do que se trata. Sabíamos que ia ser qualquer coisa de diferente, que isto sim ia valer a pena, que era mesmo aquilo que estávamos à espera.
Para mim, talvez ainda mais interessante que a explosão, foi o facto de a multidão ter ficado a deambular cerca de 45 minutos até que uma voz soou num altifalante para dizer basicamente: “Bom, é isto pessoal, desculpem.” As pessoas estavam à espera de mais. Esperavam ver aquele fogo brilhante em tons de roxo transformar-se em prateado. Elas estavam à espera do fogo de artifício vermelho, branco e azul que as faria recordar a
Mas aquelas “pobres” pessoas em San Diego, experimentaram o começo, o meio e o fim do seu fogo 24
de artifício em apenas nove curtos segundos! E depois ficaram à espera do grande final que nunca viria. Elas foram simplesmente deixadas ali na expetativa de ver o fim. A imprensa cobriu a história com palavras como “desapontados” ou “aborrecidos” na espera pelo final que afinal já tinha acontecido. Foi realmente uma pena que não tivessem podido usar aquele tempo para outra coisa. O conjunto de todos aqueles minutos e segundos de todas aquelas pessoas poderiam ter mudado o mundo se tivessem sido bem usados. Mas eles estavam à espera do grande final.
lhes estavam a correr bem e por conseguinte, a mim também não. Parecia que nunca mais íamos embora. Por cada cinco minutos que o avião estava atrasado, tínhamos a sensação de ter esperado mais uma hora. Os meus filhos estavam chateados e arranjavam problemas, e eu e aminha mulher a perdermos a cabeça. O ponto é este, quando esperamos por alguma coisa isso não apenas faz com que o tempo passe bem devagar mas também nos deixa com muito tempo para nos metermos em sarilhos. Porque estou a falar deste assunto? Porque nós somos um povo que experimentou um grande desapontamento. No entanto os nossos corações ainda anseiam por essa bem-aventurada esperança que arde dentro de nós. Esperança na vinda do Senhor! E neste período de espera tentamos passar o mais tranquilos possível. Alguns de entre nós têm esta ideia de que Jesus veio a esta Terra simplesmente para nos salvar e, no momento certo, vir buscar-nos para o céu. No entanto, vamos ver as palavras de Jesus e perceber o que Ele acreditava ser a razão para a Sua vinda:
Regressámos há bem pouco tempo do encontro campal da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Federação Norte de New England. Um ótimo lugar, com excelentes pessoas. Foi uma experiência magnífica em que quatro jovens foram batizados e onde pudemos estar num dos mais antigos lugares da história da nossa Igreja. Foi muito bom e eu estou grato pela oportunidade. Mas ao chegarmos ao aeroporto em Boston recebemos uma notícia de cortar o coração: o nosso voo estava atrasado! Bom, para muitas pessoas isto talvez não fosse assim tão aborrecido, mas eu tenho três crianças e os seus vários dispositivos eletrónicos estavam mesmo a ficar sem bateria. Tempos difíceis aproximavam-se. Os rapazes insistiam em fazer asneiras e meterem-se com tudo o que os rodeava. As coisas não
“Chegando a Nazaré, onde fora criado; entrou na sinagoga no dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías; e abrindo-o, achou o lugar em que estava escrito: 25
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O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas-novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e para proclamar o ano aceitável do Senhor. E fechando o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta escritura aos vossos ouvidos ” - Lucas 4:16-21, negrito adicionado.
salvar pessoalmente, mas também para declarar as boas-novas aos pobres. Mas vamos parar por um momento e colocar a pergunta: “O que são boas-novas aos pobres?” Serão “boasnovas aos pobres” o facto de que assim que deixamos esta vida miserável a próxima coisa que vemos é Jesus Cristo e depois subimos ao Céu? Com certeza! Isso será sempre uma boa-nova, para os ricos, pobres, ultra pobres, ultra ricos, e para a classe média também. Sabes o que mais é uma “boa-nova aos pobres”? Alimentos, roupas, bebida, abrigo. Estas coisas criam em nós a capacidade de prosseguirmos. Às vezes “boas-novas” é tudo o que pode aliviar no imediato uma situação difícil. São as nossas “boas-novas aos pobres” algo que mude a sua condição de vida? Ajuda-os a viver a vida no presente reino de Deus? São as nossas “boas-novas aos pobres” apenas as novas do futuro, ou são boas-novas para hoje também?
O que estava Jesus a dizer? Será possível que Ele estivesse a afirmar que justiça, paz e retidão estavam prestes a ser estabelecidos para sempre? A Sua foi resposta: SIM! E nós sabemos que com Jesus não há forma de contornar uma declaração clara que Ele faça. Não há lacunas ou caminhos alternativos. Se fores como eu, gostas de fazer uma argumentação sólida mas depois certificaste que deixas uma saída, uma brecha, no fundo uma pequena porta de escape, para que se alguém tiver um argumento melhor, então haja sempre uma maneira de “ficar bem na fotografia”. Jesus, no entanto, não deixou espaço para que isto acontecesse. O tempo de justiça, paz e reconciliação estava agora diante de nós, na medida em que Ele o inaugurou com Sua vida, morte e ressurreição. Ficava assim claro que este não seria um tempo simplesmente ou apenas para nos
“O governo sob que Jesus viveu era corrupto e opressivo; clamavam de todo lado os abusos — extorsões, intolerância e abusiva crueldade. Não obstante, o Salvador não tentou nenhuma reforma civil. Não atacou nenhum abuso nacional, nem condenou os inimigos da nação. Não interferiu com a autoridade nem com a administração dos que se achavam no 26
poder. Aquele que foi o nosso exemplo, conservou-Se afastado dos governos terrestres. Não porque fosse indiferente às misérias do homem, mas porque o remédio não residia em medidas meramente humanas e externas. Para ser eficiente, a cura deve atingir o próprio homem, individualmente, e regenerar o coração ” - Ellen
Ao proclamar as boas-novas e depois torná-las práticas, Ele reivindicou as boas-novas para o presente reino de Deus e nós precisamos dessa redefinição desesperadamente. “Porque o reino de Deus não consiste no comer e no beber, mas na justiça, na paz, e na alegria no Espírito Santo” (Romanos 14:17). Os filhos de Israel tinham-se tornado uma fraca amostra do reino de Deus vindouro.
G. White: DTN pg. 358.
Será que as nossas boas-novas têm apenas a forma de um folheto ou de um livro, ou podem assumir a forma de roupas ou pão? Porque eu sei do que preciso quando tenho fome – e refiro-me a fome física – e tu também sabes.
Na televisão e nos órgãos de comunicação social fazemos escolhas baseando-nos nos previews que vemos de um programa, de uma série ou um qualquer evento multimédia. Se forem aos trailers da Apple podem ver o que está a ser preparado e o que está atualmente a acontecer nas experiências e produções multimédia. Mas por vezes os previews tornam-nos completamente desinteressa-
Ao ajoelhar-se com uma bacia e uma toalha, Jesus redefiniu o conceito de grandeza.
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dos em perder o nosso tempo a ver o que está a ser oferecido. Outras vezes acontece o inverso, ou seja, o preview excede em muito a experiência completa. Nós assistimos por exemplo a um preview de uma nova série e os dois minutos que vemos criam-nos uma expetativa muito positiva, mas depois quando a vemos realmente percebemos que na verdade aqueles dois minutos eram a única coisa que valia a pena ser vista.
as-novas no qual Jesus que se apressou em fazer dessas boas-novas mais do que simples palavras. As boas-novas de Cristo iam para além de meros argumentos teológicos. Elas foram feitas carne. As Suas boas-novas estavam revestidas de pele, e tinham pão, roupas e saciavam a sede. As boas-novas tornaram-se cura física e tornaram-se também numa comunidade que partilhava tudo o que possuía e que se assegurava que à sua volta ninguém tinha fome, frio ou qualquer outra aflição. As boas-novas do céu tornaram-se as boas-novas de aqui e agora, nas suas vidas, no seu, dia a dia ao acordarem e ao andarem. Não eram apenas um projeto para o reino de “um dia em breve”, eram para HOJE. Hoje era o dia em que as boas-novas de justiça, paz e liberdade eram proclamadas.
Até Jesus vir à Terra, o preview do Reino de Deus era bem fraco. Os filhos de Israel não tinham dado ao mundo uma expressão do carácter de Deus que pudesse interessar a muitos. O trailer não estava a fazer ninguém querer ver o “filme” completo, porque a sua definição de grandeza baseava-se apenas no facto de serem o povo escolhido e na “lei”, nas suas tradições e herança. Pobreza e aflição eram sinais da desaprovação divina, e isto dificilmente eram boas-novas para os pobres e aflitos.
“Um dia em breve,” nós vamos experimentar o culminar de todas as nossas esperanças e sonhos no estabelecimento do reino glorioso e eterno de Deus, mas o “Céu” começa aqui e agora.
Nem mesmo a lei era uma boa nova para aqueles que se
Esta é uma verdade que me deixa cheio de entusiasmo porque quando as boas-novas são algo real e presente é impossível não ficar empolgado. Eu penso que esta é uma das razões pelas quais os discípulos não jejuavam quando estavam perto de Jesus. Eles sabiam que as Suas boas-novas eram boas demais para terem
esforçavam por cumpri-la sem recurso a um Salvador, porque a lei convence e revela o pecado. E assim tínhamos um mundo que precisava desesperadamente de bo28
de aparentar um pesar estoico. Mas estas boas-novas eram duras para os “bons velhos” religiosos dos quatro custados. Era demais e parecia muito estranho. Era demasiado inclusivo e significava que tinham de amar os que não mereciam amor. Podemos perceber portanto que Deus estava farto dos seus atos de justiça. As suas reuniões tinham-se tornado meros desfiles de aparato e os seus cultos eram algo que Deus não suportava mais. Isto já tinha acontecido. Vamos ler Isaías 1:10-17 (apesar de não parecer ele está a falar com Jerusalém!): “Ouvi a palavra do Senhor, governadores de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra. De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu de vós isto, que viésseis pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação. As luas novas, os sábados, e a convocação de assembleias... não posso suportar a iniquidade e o ajuntamento solene! As vossas luas novas, e as vossas festas fixas, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer. Quando 29
estenderdes as vossas mãos, esconderei de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei; porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos; tirai de diante dos meus olhos a maldade dos vossos atos; cessai de fazer o mal; aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva.”
E outra vez Isaías 58:1-10: “Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados. Todavia me procuram cada dia, tomam prazer em saber os meus caminhos; como se fossem um povo que praticasse a justiça e não tivesse abandonado a ordenança do seu
Deus, pedem-me juízos retos, têm prazer em se chegar a Deus! Por que temos nós jejuado, dizem eles, e tu não atentas para isso? por que temos afligido as nossas almas, e tu não o sabes? Eis que no dia em que jejuais, prosseguis nas vossas empresas, e exigis que se façam todos os vossos trabalhos. Eis que para contendas e rixas jejuais, e para ferirdes com punho iníquo! Jejuando vós assim como hoje, a vossa voz não se fará ouvir no alto. Seria esse o jejum que eu escolhi? O dia em que o homem aflija a sua alma? Consiste porventura, em inclinar o homem a cabeça como junco e em estender debaixo de si saco e cinza? Chamarias tu a isso jejum e dia aceitável ao Senhor? Acaso não é este o jejum que escolhi? Que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo? E que deixes ir livres os oprimidos, e despedaces todo jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desamparados? Que vendo o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne? Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará. E a tua justiça irá adiante de ti; e a glória do Senhor será a tua retaguarda. Então clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente, e se abrires a tua alma ao faminto, e fartares o aflito; então a tua luz nascerá nas trevas, e a
tua escuridão será como o meio-dia.” Isto é Deus a chamar bons membros de igreja para fora. Ele queria mais do que as suas liturgias, as suas ofertas, os seus hinos e o seu louvor. Ele queria que as suas vidas refletissem o Seu amor de foram tangível, com pele, com compaixão, de formas reais e poderosas. AMEM MAIS é constantemente o grito de Deus ao Seu povo. Ele não pretende outra coisa. Podemos ver a função da igreja em 1 João 3:16-18: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e nós devemos dar a vida pelos irmãos. Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitando, lhe fechar o seu coração, como permanece nele o amor de Deus? Filhinhos, não ame-
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mos de palavra, nem de língua, mas por obras e em verdade.”
vida por completo. Usando o universo da orientação como ilustração, pensa na ideia de encontrar os pontos cardeais na vida de alguém. Quando fazes surf, tens um ponto de referência na praia. Quando navegas tens um ponto no horizonte. Numa pista de orientação tens um ponto no mapa. Qual é o teu ponto cardeal quando se trata da tua caminhada de fé? É importante que o teu ponto de referência, no que diz respeito ao Reino de Deus, seja algo de concreto, algo que se possa ver e tocar. É por isso que o serviço cristão, ou a capacidade de servir os outros sem esperar nada em troca, é tão fundamental para uma experiencia de fé saudável no Reino de Deus. Ignorar o valor das obras de compaixão é perder literalmente o caminho, é ver o reino de Deus como aquele espetáculo de fogo de artifício onde tudo acontece nos primeiros nove segundos, e depois ficas apenas à espera do final. É tornar o Reino de Deus fastidioso e isso não faz sentido.
É sempre difícil quando Jesus define alguma coisa, porque Ele fá-lo de forma tão diferente. Com frequência pensamos que sabemos o que Jesus diria, mas a verdade é que Ele raramente disse os que as pessoas pensavam que Ele ia dizer. Basicamente, Jesus estava a dizer que seguir a Cristo é estar disponível para perder estatuto num mundo que nos seduz com o sonho de um estatuto cada vez mais elevado. As boas-novas são um novo conjunto de valores, uma nova trajetória, um novo foco, uma nova orientação e um novo estilo de vida. Quando o Reino de Deus é algo real e palpável as boas-novas não são uma disciplina espiritual que praticamos, mas uma nova forma de orientar a
As boas-novas significam que nós acreditamos de facto que há um reino e que esse reino tem um rei. Deixem-me explicar o que quero dizer. Muitos cristãos parecem ter a falsa perceção de que a vinda de Jesus a esta Terra foi simplesmente para salvarnos. Mas, como vemos nos textos que já citámos, Ele veio não apenas para oferecer salvação espiritual, 31
mas também para criar uma nova sociedade baseada nos princípios do Reino de Deus. Ellen White descreve o arranque do ministério terreno de Jesus registado em Lucas 4:18-21 da seguinte forma:
-se isento da corrupção do mundo ” (Tiago 1:27). Um reino de compaixão é o que somos chamados a experimentar e a expressar. Fazê-lo, implica abraçarmos a “economia” deste reino, o estilo de vida deste reino, e isto é algo maravilhoso.
“Jesus Se postou diante do povo como vivo expositor das profecias concernentes a Si próprio. Explicando as palavras que lera, falou do Messias, como de um libertador dos oprimidos e dos cativos, médico dos aflitos, restaurador de vista aos cegos e reve-lador da luz da verdade ao mundo. Sua maneira impressiva e a maravilhosa significação de Suas palavras arrebataram os ouvintes com um poder nunca antes por eles experimentado. A corrente de influência divina derribou todas as barreiras; viram, qual Moisés, o Invisível. Sendo seu coração movido pelo Espírito Santo, respondiam com fervorosos améns e louvores ao Senhor.” - O Desejado de Todas as Nações, pg. 158.
Há muitos que acreditam num reino de compaixão e trabalham nele ativamente, mas muitos destes recusam aceitar que este reino tem um Rei. E é aqui que o Cristianismo tem a oportunidade de se revelar mais do que apenas uma maneira bondosa de viver ou um sistema de compaixão para com o mundo. No ideal, nós acreditamos neste reino e reconhecemos e adoramos o Seu Rei. O contrário no entanto é muito frequente, ou seja, que os Cristãos comecem a sua jornada de fé aceitando o Rei, mas que se recusem a participar de forma ativa no Seu Reino. Aceitam a abundância de Graça nas suas vidas, mas não estão disponíveis para tornar a sua fé em algo concreto e visível. Aceitaram Jesus como Salvador mas negam-no como Senhor. São batizados na água para perdão dos seus pecados, morrendo para o seu passado, mas não ressuscitaram pelo poder do Espírito Santo para uma nova vida no Reino em Cristo. Aceitar Jesus como Salvador e negá-lo como Senhor deixa muitos Cristãos sem nada para fazer, nenhum lugar para ir, e assim eles usam o seu tempo tratando dos pecados dos outros dentro da igreja. Ó se tão
E ao longo do tempo, com muita frequência os crentes perderam este sentido de missão e caíram numa expressão de Jesus que é baseada em crenças intelectuais mais do que em compaixão. No entanto, o Reino de Deus é um reino de compaixão. Sempre o foi e sempre será. O apóstolo Tiago disse-o claramente: “A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar32
somente pudéssemos colocar essa energia em nos tornarmos as mãos tangíveis de Cristo neste mundo.
dava a organizar a banca. Enquanto o fazia, reparou que muitas das maçãs tinham ficado pisadas e por isso foi separando-as para outro cesto. Quando terminaram de arranjar tudo ele pegou na carteira e disse à jovem: “Toma, aceita por favor estes 40 dólares pelos estragos que fizemos. Estás bem?”. A rapariga acenou com a cabeça que sim, enquanto secava as lágrimas, e ele disse-lhe: “Espero não termos estragado o teu dia completamente”. E quando o homem começava a caminhar, ainda meio desnorteada a jovem cega chamou por ele: “Senhor …”. Ele parou e olhou para trás, quando ela perguntou “Você é Jesus?” A pergunta deixou-o meio perdido. Então, lentamente, ele voltou ao seu caminho para procurar o voo seguinte, mas aquela pergunta ardia ainda no seu interior: “Você é Jesus?”
Uma das formas mais poderosas de superar uma religião que não passa da esfera filosófica é envolver-se numa religião prática que é tangível. Duas histórias podem ilustrar bem este ponto. Li há uns tempos uma história num email sobre um grupo de vendedores que se deslocaram a uma convenção fora da sua cidade, há alguns anos atrás. Enquanto corriam pelo terminal para não perderem o avião de regresso a casa, um deles bateu acidentalmente numa mesa que estava cheia de maçãs expostas. Eles continuaram a correr para o avião mas voaram maçãs para todo o lado, e assim chegaram mesmo em cima da hora para o embarque. Mas um deles sentiu realmente compaixão da jovem que tomava conta da banca de maçãs que eles abalroaram e disse aos colegas que fossem sem ele e que dissessem à esposa que ele iria no voo seguinte. Ele voltou então ao terminal onde o chão estava coberto de maçãs e ficou satisfeito pela sua decisão. A menina das maçãs era uma jovem de 16 anos e invisual. Ela chorava, desesperada, enquanto tateava impotente para apanhar a fruta caída sem que ninguém parasse para a ajudar. O vendedor ajoelhou-se então ao seu lado enquanto apanhava as maçãs, as colocava na mesa e aju-
Outra história Abraham Lincoln foi uma vez a um mercado de escravos e movido de compaixão fez uma licitação por uma jovem negra. Ele ganhou o leilão e por isso abandonou o local com a sua nova “propriedade”. Na face daquela jovem havia uma expressão de raiva e descontentamento porque sabia que diante dela estava mais um homem branco que a tinha comprado e que abusaria dela. Mas enquanto caminhavam para longe do mercado de escravos, Lincoln disse para a menina: 33
tu queres ficar com Ele.
“Agora estás livre.” “O que significa isso” perguntou ela.
Muitas vezes pensamos que a nossa ortodoxia (a crença correta) será já de alguma forma viver no Reino de Deus. Mas, muitas vezes também, esquecemos que a nossa ortopraxia (a ação correta) é o que fazemos no reino de Deus. Será que a nossa fé se tornou como aquelas pessoas em San Diego – simplesmente à espera do final, aborrecidos, dececionados e parados, enquanto esperamos pela Segunda Vinda, sem pensarmos que os que nos rodeiam que estão a sofrer?
“Significa que estás livre” “Isso significa que posso ser o que quiser?” “Sim, tu podes ser exatamente o que quiseres.” “Isso significa que posso dizer o que quiser?” “Sim, tu podes dizer o que bem entenderes.” “Isso significa que posso ir onde quiser?” “Sim, tu poder ir onde quiseres.”
Para os Adventistas do Sétimo Dia, há um Rei e Ele tem um Reino. A tarefa da igreja não é fazer o serviço por ti, mas criar oportunidades para que tu te envolvas. Independentemente da tua paixão, a tua igreja deve ajudar-te a vivê-la. Ministrar com a tua paixão é uma parte muito significativa do que é viver no Reino de Deus. O serviço
“Então …” disse ela “Eu vou consigo.” Esta história pode ilustrar um outro ponto importante.
Quando tu encontras Jesus,
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de Culto deve ser o tempo de vir e celebrar os momentos que vivemos com Deus enquanto testemunhamos e servimos a comunidade que nos envolve. Mas com tanta frequência a vinda à igreja é o único momento alto da semana na nossa vida espiritual - ouvem-se palavras maravilhosas, boa música faz-nos sentir a presença de Deus - mas parece ser raro haver tempo para expressarmos a nossa gratidão pelo que Deus nos tem ajudado a descobrir e a fazer no “reino” em que vivemos cada semana, mês e ano, cada segundo do nosso dia a dia. Se apenas nos sentarmos e nada fizermos, Deus vai ficar cansado dos nossos encontros.
seca fê-lo desmoronar. Os tijolos e a pedra cederam e ameaçavam cair. O que era de serviço não conseguiram destruir, o ócio desintegrou. E é isto o que pode acontecer a uma igreja que não se investe no serviço aos outros. “O grande violinista Nicolo Paganini quis que o seu maravilhoso violino fosse levado para Génova - a sua cidade natal - mas apenas sob a condição de que o instrumento nunca mais fosse tocado. Foi na verdade uma condição lamentável, porque umas das particularidades da madeira é a de ter pouco desgaste enquanto for usada e manipulada, mas assim que é abandonada começa o seu processo de decadência. O requintado violino de tonalidade suave, começou então a ser corroído pelo bicho da madeira dentro do seu belo estojo, tornando-se sem qualquer valor exceto como relíquia. O instrumento apodrecido é um lembrete de que a vida afastada do serviço aos outros perde o seu significado “ (Bits & Pieces, 25 de junho de 1992).
O filósofo espanhol Unamuno fala acerca do aqueduto Romano da cidade de Segóvia na sua nativa Espanha. Foi construído em 109 D.C. e por 1800 anos transportou água fresca das montanhas para a cidade quente e sedenta. Quase sessenta gerações de Homens beberam do seu fluxo. Depois veio outra geração, uma mais recente, que disse: “Este aqueduto é uma maravilha tão grande, que deve ser preservado para os nossos filhos como uma peça de museu. Vamos aliviá-lo de seu trabalho de séculos. E foi isso que fizeram! Colocaram tubos de ferro modernos e deram aos tijolos e à argamassa tão antigos, um descanso reverente. E foi assim que o aqueduto começou a desmoronar. O sol ardente a bater na argamassa
Esta é a verdade: há um reino, e este Reino tem um Rei. Esse Rei, em Lucas capítulo 4, deixou muito claro ao que vinha. Faz sentido portanto que abracemos os valores que Jesus abraçou: misericórdia, justiça, compaixão, graça e cura. Se as nossas comunidades de fé mostrarem essas características, elas não estarão apenas cheias, elas vão transbordar! 35
TERÇA 11 Mar
O REINO DE DEUS: VALORES CONTRA CULTURA Mateus 5:1-16 | Mateus 6:10 |
O
Reino do Céu era, e é, um assunto muito importante para Jesus. Na verdade, alguns dizem que enquanto Ele esteve na Terra falou mais do Reino do Céu do que de qualquer outro assunto. O Reino, aparentemente, era a realidade mais importante. Jesus contou muitas parábolas acerca do Reino (Mateus 13). Contrastou o Reino do Céu (o Reino de Seu Pai) com os reinos inferiores deste mundo (Mateus 4:8-10). Também descreveu a Sua missão como sendo a de trazer, Ele próprio, o Reino do Céu à terra (Mateus 4:17). A oração de Jesus: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”, (Mateus 6:10) mostra-nos que Deus deseja que os meios e as formas do Seu reino conquistar os meios e as formas dos reinos deste mundo.
regras. A vida de Jesus retrata o que é afinal esse reino. Encontramos na Sua vida compaixão, santidade, propósito, verdade e amor. Vemos na Sua interação com é que os habitantes do reino devem viver. Desde os Seus milagres de cura, até aos Seus ensinos práticos sobre dinheiro ou à Sua morte sacrificial na cruz, compreendemos os valores do reino. Jesus veio revelar Deus, mostrarnos como Deus quer que o mundo funcione. Cristo trouxe-nos a Sua “legislação” que está fundada sobre a lei do amor - Mateus 22:37. O nosso objetivo neste texto não é identificar o rei, nem as regras e regulamentos do seu reino. Em vez disso vamos explorar o conceito de cidadania o reino. Quem faz parte do reino? Numa tentativa de responder a esta questão iremos analisar Mateus 5:1-14, que é o início do famoso “Sermão da Montanha”. É provável que saibam que este é o grande discurso sobre ética de vida segundo Jesus – a vida vivida em harmonia com o Reino de Deus. Mas nestes primeiros versículos, Jesus
O Reino do Céu era, e é, um assunto muito importante para Jesus. Um reino, claro está, tem um rei. Deus é o rei do Seu reino – Pai, Filho e Espírito Santo estão no trono. São Eles que comandam e ditam as 36
deseja, em primeiro lugar, explorar a questão “quem” realmente está habilitado para ser membro do reino. Comecemos por ler Mateus 5:1-2 “Jesus, pois, vendo as multidões, subiu ao monte; e, tendo se assentado, aproximaram-se os seus discípulos, e ele se pôs a ensiná-los.” Uma leitura rápida e superficial destes versículos pode deixar-nos com a sensação de que não há muita coisa para refletirmos para além de alguns factos básicos e sem grande interesse. “Jesus estava a ensinar a multidão na encosta da montanha:”
Mas a história é muito mais do que isso! Sim, Jesus está a ensinar. Ele era um rabi, um professor. Sim, ele sentou-se e essa era uma posição comum para rabis ensinarem. E sim, a palavra discípulo significa “aquele que está a aprender com o rabi”, e as grandes paisagens ao ar livre eram locais comuns para ensinar, e aquele declive deve ter dado um grande ambiente de sala de aula. Tudo isto faz sentido. Só uma coisa não faz sentido: Jesus ensinava multidões. O problema é este: os rabis eram normalmente muito seletivos sobre quem deveriam ensinar. Apenas os melhores e mais brilhantes podiam entrar nas suas aulas. Apenas os políticos bem relacionados tinham assento nos seus anfiteatros. Somente os que fossem santos, justos, da linhagem certa, apenas os que fossem Judeus e rapazes eram autorizados a matricularem-se nas suas escolas. Se fossem meninas, não tinham direito a aprender. Se fosse o filho de um homem pobre, não tinha direito a aprender. Um doente, também não tinha direito a aprender. Se fosse um gentio, definitivamente não tinha direito a aprender. Se não se atingisse aquele seletivo nível preestabelecido, não se tinha hipótese. Jesus no entanto ensina multidões. Jesus fala às massas como se fossem parte do grupo que tem direito a
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aprender. Não há nenhum detetor de fervor para testar o mérito espiritual dos que o queiram ouvir. Esta multidão é diversificada: ricos, pobres, homens, mulheres, jovens, adultos, altos e baixos QI’s, os que conhecem as doutrinas e os não sabem nada acerca delas. A decisão de Jesus de ensinar as multidões, apresenta uma nova e surpreendente visão do que significa ser cidadão do reino. Os portões que protegem o condomínio fechado da comunidade, estão a ser derrubados. A ideia de que apenas alguns são os escolhidos de Deus - os Seus especiais - está a desmoronar-se. É um conceito que Jesus está a desafiar. Então que espécie de pessoas querem Jesus ver na encosta da montanha?
Nunca foste “humilde de espírito”? Já te sentiste de espírito abatido? Já te sentiste em baixo e deprimido? As trevas já te cercaram a ponto de te sentires desesperado? Já alguma vez duvidaste se a vida é boa? Já alguma vez te questionaste: “Deus, será que existes mesmo”? Já alguma vez te sentiste vazio e pobre de espírito?
Versículo 3: “bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.”
Vivemos num mundo onde as doenças mentais são olhadas com desconfiança. Ainda hoje olhamos
Jesus diz: “bem-aventurado és.” O que é que Ele quer dizer com isso? Foste escolhido por Deus. Deus sorri para ti. Deus ama-te. Deus está feliz contigo. Tem bom ânimo. Tu podes experimentar uma forma de alegria mesmo no meio de uma grande dor. Só porque estás no “fundo do poço” não significa que foste de alguma forma afastado de Deus.
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perturbada por vezes. E isso não faz de nós seres amaldiçoados! Ao contrário, somos abençoados, amados. Somos convidados a nos tornarmos cidadãos do reino dos céus, do reino de Jesus. Se hoje te sentes em baixo, lembra-te, tu és bem-aventurado, és amado.
morresse?” João 11:36 e 37. Se estava no poder de Cristo salvar a Lázaro, por que, então, o deixou morrer?” Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, pg. 533, 534
Jesus olha novamente para a multidão (versículo 4): “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.” Pesar e mágoa não são pecado. Até mesmo Jesus chorou com a família de Lázaro (João 11:35). “Não foi só pela simpatia humana para com Maria e Marta, que Jesus chorou. Havia em Suas lágrimas uma dor acima da simples mágoa humana, como o Céu se acha acima da Terra. Cristo não chorou por Lázaro; pois estava prestes a chamá-lo do sepulcro. Chorou porque muitos dos que pranteavam a Lázaro iriam em breve arquitetar a morte dAquele que era a ressurreição e a vida. Mas quão incapazes eram para interpreter as Suas lágrimas! Alguns, que não conseguiam ver senão as circunstâncias exteriores da cena que perante Ele estava, como causa de Sua tristeza, disseram baixinho: “Vede como o amava!” Outros, procurando lançar a semente da incredulidade no coração dos presentes, disseram, irónicos: “Não podia Ele, que abriu os olhos ao cego, fazer também com que este não 39
Ser membro do Reino não requer uma felicidade perpétua. Podemos estar tristes e mesmo assim estar em harmonia com o Salvador. Podemos chorar – ainda que com sentimentos de cólera. A angústia implica muitas vezes sentir raiva: de nós mesmos, das circunstâncias, de outros seres humanos, até mesmo raiva de Deus. Emoções muito fortes no contexto da deceção e da perda, não são necessariamente contrárias a ser um seguidor de Jesus. Fidelidade a Deus não significa eliminação dos sentimentos humanos. Estás a sofrer? Não estás amaldiçoado. Acredita que és bem-aventurado, que és amado por Deus. Jesus continua (versículo 5): “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.” O nosso mundo não tem admiração pelos mansos. A fragilidade é vista com uma falha. Admiramos aqueles que são financeiramente fortes, atleticamente fortes, fortes dentro do apertado conceito de beleza que os media promovem. Gostamos de pessoas extrovertidas. Gostamos de pessoas autoconfiantes e astutas. Aqueles que são lentos, feios,
de lado para aqueles que necessitam de aconselhamento, para os que precisam de falar com um profissional de saúde mental. Às vezes assumimos que uma depressão significa, “Esta pessoa não está bem com Deus, nem com a vida”. Dizemos de alguém que está instável na sua capacidade de ter fé em Deus: Estes são agnósticos, ateus, céticos… têm problemas com Deus. Muitas vezes associamos estados de mau humor e escuridão mental, a uma inaptidão para ser parte do Reino. Mas esquecemo-nos até das palavras de Jesus “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46). Mesmo Jesus, que permaneceu sem pecado, sentiu o peso das trevas. Até mesmo Jesus se questionou se Deus o tinha abandonado. Uma experiência tão extrema teria levado qualquer um de nós a duvidar, e até mesmo a rejeitar a realidade de Deus. No entanto, a experiência de Jesus mostra-nos que sermos confrontados com experiências extremas, não é prova da ausência de Deus. Podemos ser pobres de espírito. Podemos viver com a “alma” perturbada por vezes. E isso não faz de nós seres amaldiçoados! Ao contrário, somos abençoados, amados. Somos convidados a nos tornarmos cidadãos do reino dos céus, do reino de Jesus. Se hoje te sentes em baixo, lembra-te, tu és bem-aventurado, és amado.
Jesus olha novamente para a multidão (versículo 4): “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.” Pesar e mágoa não são pecado. Até mesmo Jesus chorou com a família de Lázaro (João 11:35). “Não foi só pela simpatia humana para com Maria e Marta, que Jesus chorou. Havia em Suas lágrimas uma dor acima da simples mágoa humana, como o Céu se acha acima da Terra. Cristo não chorou por Lázaro; pois estava prestes a chamá-lo do sepulcro. Chorou porque muitos dos que pranteavam a Lázaro iriam em breve arquitetar a morte
“Bem-vindos ao reino todos os que estão espiritualmente famintos. Há espaço suficiente para os que não são “super santos”.
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“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.”
dAquele que era a ressurreição e a vida. Mas quão incapazes eram para interpreter as Suas lágrimas! Alguns, que não conseguiam ver senão as circunstâncias exteriores da cena que perante Ele estava, como causa de Sua tristeza, disseram baixinho: “Vede como o amava!” Outros, procurando lançar a semente da incredulidade no coração dos presentes, disseram, irónicos: “Não podia Ele, que abriu os olhos ao cego, fazer também com que este não morresse?” João 11:36 e 37. Se estava no poder de Cristo salvar a Lázaro, por que, então, o deixou morrer?” Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, pg. 533, 534
O nosso mundo não tem admiração pelos mansos. A fragilidade é vista com uma falha. Admiramos aqueles que são financeiramente fortes, atleticamente fortes, fortes dentro do apertado conceito de beleza que os media promovem. Gostamos de pessoas extrovertidas. Gostamos de pessoas autoconfiantes e astutas. Aqueles que são lentos, feios, pobres ou enfadonhos … não somos grandes fãs desses infelizes. E claro está, estes valores distorcidos podem ser muitas vezes encontrados na Igreja. Gostamos de grandes pregadores, de grandes líderes, de cristãos fortes que sejam muito eficientes. E os mansos? E os fracos? Aqueles que vivem muitas vezes nas “fendas” da vida? Mas depois aparece Jesus e diz que não são os evangelistas cativantes, os doadores abastados ou os sopranos de voz perfeita e afinada que têm acesso ao Reino dos Céus: “Bem-aventurados os mansos”.
Ser membro do Reino não requer uma felicidade perpétua. Podemos estar tristes e mesmo assim estar em harmonia com o Salvador. Podemos chorar – ainda que com sentimentos de cólera. A angústia implica muitas vezes sentir raiva: de nós mesmos, das circunstâncias, de outros seres humanos, até mesmo raiva de Deus. Emoções muito fortes no contexto da deceção e da perda, não são necessariamente contrárias a ser um seguidor de Jesus. Fidelidade a Deus não significa eliminação dos sentimentos humanos. Estás a sofrer? Não estás amaldiçoado. Acredita que és bem-aventurado, que és amado por Deus.
E Jesus olha novamente para a multidão (versículo 6): “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos”. Uau! Na comunidade cristã celebramos aqueles que estão cheios de justiça. Amamos os homens santos e as mulheres dignas. Amamos os
Jesus continua (versículo 5): 41
guerreiros da oração e os campeões do estudo da Bíblia. Amamos aqueles que dão os dízimos até ao último cêntimo e aqueles que não comem queijo. Aqueles que estão bem nutridos – o remanescente, do remanescente, do remanescente – esses são os verdadeiros filhos de Deus! Mas aqui Jesus anuncia uma bênção, uma confirmação do favor de Deus para com aqueles que têm fome e sede. Jesus refere-se àqueles que não têm tomado as suas vitaminas sagradas e que não têm tomado “pratadas” de piedade todos os dias. Jesus diz: “Bem-vindos ao reino todos os que estão espiritualmente famintos. Há espaço suficiente para os que não são “super santos”. E Jesus continua (versículos 7-9): “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus. Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.”
Misericórdia significa não andar à procura de justiça quando ela é merecida. É graça. Pureza de coração não implica perfeição, mas antes confissão honesta e transparente. Uma pessoa pura de coração admite os seus erros, clama pelo dom da graça de Deus e almeja ser como Jesus. E os pacificadores? Os que procuram a paz estão menos interessados em alcançar o que é justo e mais interessados em trabalhar para o bem comum – uma comunidade de graça. Estas três qualidades podem ser atrativas para nós, mas com demasiada frequência admiramos exatamente o oposto na religião: gostamos daqueles que disciplinam os caídos, gostamos dos que têm uma aparência de santidade, gostamos dos que são vencedores. Misericórdia, pureza de coração, e ser pacificador, são muitas vezes deixados de fora, ao frio. Mas Jesus diz à Sua multidão de discípulos, “tragam-nos para dentro, para o aconchego da sala de estar da vossa vida”.
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E então, Jesus diz (versículos 10-12): “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Regozijai-vos e exultai porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.” Jesus disse aos homens e às mulheres que se encontravam sentados na encosta para estarem atentos. Entrar no Reino não vai ser fácil. Serão perseguidos. Zombarão de vós. Serão torturados e talvez até mortos. A vida no Reino não acontece numa espécie de redoma de vidro protetora. Ser cidadão na comunidade de Jesus tem um custo. Seremos perseguidos como os profetas do passado. Quem fará essa perseguição? Sim algumas vezes foram forças seculares, profanas e maldosas – tal como o Faraó, Acabe ou Nabucodonosor. Mas os profetas foram também perseguidos por aqueles que diziam estar a fazer o trabalho de Deus. Em Mateus 21:33-46 Jesus conta uma parábola para ilustrar a longa história das perseguições – às mãos dos líderes religiosos. No final da parábola os publicanos e os fariseus perceberam que Jesus tinha estado a falar deles. Que ironia! As
pessoas que podiam reivindicar um estatuto especial no reino de Deus, são exatamente as que fazem guerra a esse mesmo reino. É um pensamento inquietante, que aqueles que se apresentavam a si mesmos como os mais santos, os mais justos, os mais religiosos, os que levavam mais a sério a necessidade de purificação da sinagoga – fossem exatamente os líderes religiosos que estavam a causar os maiores prejuízos à Igreja. Os seus corações não eram puros. Estavam prontos a atar fardos pesados sobre os outros, mas eles mesmos nem com um dedo queriam carregá-los (Mateus 23:4). E por isso Jesus disse aos que entre a multidão já sentiam esta perseguição “Só porque a liderança religiosa vos persegue, não
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dar sabor e cor ao mundo. Podes virar o mundo ao contrário e virá-lo para o lado certo!”. A mensagem de Jesus é não apenas de aceitação: és amado por Deus e podes fazer parte do Seu reino), mas é também uma mensagem de confiança: com a tua vida pode és capaz de fazer grandes coisas por Deus. “Eu amo-te e espero de ti coisas fantásticas.” E a multidão, que nunca tinha ouvido falar nem da ternura de Deus nem da confiança que Ele depositava neles, ficou maravilhada.
significa que estejam no caminho errado. Na verdade, são esses homens que se chamam de líderes religiosos, os meus opositores.” Uau! Quão audaz é Jesus em esclarecer o que é de facto ser membro do Seu reino! É então que Jesus muda o sentido do Seu sermão. Ao longo destes versículos Ele abriu as portas de par em par - aos deprimidos, aos tristes, aos pobres, aos marginais espirituais, aos humildes, aos que são vistos com desdém pelos sistemas religiosos. E agora, Ele convida a multidão para algo grandioso (Mateus 5:13-16). “Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? Para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.”
Para concluir Há alguns anos, eu e a minha esposa planeamos uma festa para a nossa filha, Audrey, quando ela ainda frequentava o ensino pré-escolar. Para que uma coisa destas corra bem é preciso realmente preparar-se muito bem. Planeámos a comida que iríamos servir, a decoração, os jogos e as atividades que deviam ser divertidas (e não demasiado aborrecidas) para crianças de 5 anos de idade. A noite da festa chegou e tudo estava a correr excecionalmente bem. As crianças estavam a divertir-se e os outros pais, acho que o podemos dizer, também estavam muito agradados. A determinada altura durante a festa, convidámos todos os pais e crianças a descerem à cave, onde tínhamos um piano vertical, e onde tínhamos preparado o jogo da “dança das cadeiras”. Colocámos dez cadeiras
Imagina como estas palavras devem ter sido sentidas por aqueles que acreditavam que as suas vidas eram inúteis. Jesus está a dizer: “Tu podes fazer a diferença. Tu podes fazer o meu trabalho. Podes fazer do mundo um lugar melhor. Podes 44
em círculo, viradas para o exterior, a minha esposa explicou as regras do jogo e as crianças ocuparam os seus lugares. Comecei a tocar piano e, de acordo com as regras do jogo, as crianças começaram a correr à volta do círculo. A minha esposa retirou uma cadeira e eu continuei a tocar durante mais alguns segundos até que de repente parei. Dez rapazes e raparigas precipitaram-se para as nove cadeiras que restavam, e todos eles conseguiram ocupar uma cadeira à excepção de um menino. Imediatamente, o rapazinho de cinco anos de idade, e sem cadeira, olhou para os pais e começou a chorar, soluçando enquanto correu na direção deles. A minha esposa e eu trocámos um olhar preocupado - não estava a correr como tínhamos planeado. Então comecei novamente a tocar, e os nove rapazes e raparigas começaram a correr outra vez à volta do círculo. A minha esposa retirou mais uma cadeira, eu toquei durantes alguns segundos, e de repente a música parou. Desta vez, os nove rapazes e raparigas correram na direção das oito cadeiras. Oito conseguiram ocupar o seu lugar, deixando desta vez uma menina de fora. Imediatamente ela olhou para a mãe e para o pai, desatou a chorar, e correu para os seus braços. Eu e a minha esposa trocamos novamente um olhar que ambos compreendemos bem: Temos de fazer alguma coisa o mais depressa possível para que a situação
não piore. E assim convencemos as (abaladas) crianças que tinham saído a tentarem mais uma vez. A minha esposa colocou as duas cadeiras que faltavam e as crianças tomaram os seus lugares. Comecei a tocar o piano e … nenhuma cadeira foi retirada. Toquei durante mais alguns segundos e de repente a música parou. Cada um dos dez meninos e meninas encontraram um lugar nas cadeiras disponíveis. As crianças gritavam e pediam-me “Pastor Alex, podemos jogar outra vez! Pastor Alex, toque novamente!”. Jogámos até todas as crianças (e os meus dedos) estarem exaustas.
O Reino dos Céus tem uma cadeira para cada pessoa Há espaço suficiente para todos os rapazes e raparigas, para cada um dos filhos de Deus. A música do céu convida-nos todos a nos juntarmos num “jogo celestial” cheio de risos, alegria e a oportunidade de atrairmos outros para este jogo. Não importa a tua posição na vida. Não importam as circunstâncias. Não interessa o teu passado. Deus tem um lugar para ti.
Vais entrar no jogo e ocupar o teu lugar? 45
QUARTA 12 Mar
O REINO DE DEUS: UMA MESA NA TERRA, UMA MESA NO CÉU Marcos 2:13-17 | Mateus 22:1-14 |
C
omo defines quem pode entrar no teu círculo de amizades e quem fica excluído? Tens algum tipo de “teste mental de merecimento” ao qual os sujeitas? É baseado nas suas convicções religiosas ou sociais? Têm de ser cristãos ou especificamente Adventistas? Têm de ser bons e constantes amigos do Facebook, ou és um pouco mais flexível do que isso? Tomem alguns minutos em grupos e respondam à seguinte questão: Como defines quem faz e quem não faz parte do teu grupo de amigos? Se havia uma coisa acerca de Jesus que aborrecia mais do que tudo os líderes do seu tempo e confundia até mesmo os seus discípulos, era a forma como ele tratava aqueles que eram excluídos socialmente. Todos acreditavam que quando viesse o Messias, Ele iria restaurar de novo a glória de Israel, mas ninguém espe-
rava que o reino fosse constituído por toda e qualquer pessoa da sociedade. A inclusão dos “excluídos sociais” no reino e no favor de Deus, nunca foi algo que alguém esperaria que acontecesse. E no entanto, é isso que torna a vida e o ministério de Jesus tão belo quanto lemos nos evangelhos. Marcos 2:13-17 pinta um quadro do reino que Jesus veio estabelecer, não somente na sociedade de Israel, mas também no coração dos Seus discípulos. Levi, também conhecido como Mateus, é um cobrador de impostos. Ele é odiado por Judeus e Gentios porque cobra o Imposto Romano. O Imposto Romano foi estabelecido pelos Romanos, mas ninguém sabia na realidade o objetivo desse imposto, a não ser os próprios cobradores de impostos. Por isso, era prática comum que os cobradores aumentassem o valor do imposto e ficassem com uma 46
parcela pessoal. Levi era o mais odiado porque se tratava de um Judeu que cobrava o Imposto Romano, tornando-o assim pior que um Gentio. De todas as maneiras ele não estava apto para ser cidadão do reino, nem discípulo. Como Judeu, cresceu num ambiente religioso, foi aos tições, desbravadores, reuniões de jovens e escola sabatina do seu tempo. Mas algures no seu percurso, distraiu-se com o brilho do mundo tal como o filho pródigo, e pensou que ter um dinheirito extra e fácil iria fazê-lo mais feliz. É curioso o que uma pessoa é capaz de fazer de forma a encurtar o caminho para a felicidade. Ele passou para terreno “inimigo” e começou a trabalhar contra o seu próprio povo. Muitos jovens que andam no mesmo caminho que andou Levi, cedo ou tarde acabam por perceber que a procura da felicidade sem Deus, é como descascar uma cebola - no fim do dia descobrem que não tem nada no interior. Levi não sabia exatamente como lidar com a sua angústia … não podia ir à sinagoga, pois provavelmente ia sentir a rejeição por parte do seu povo e por isso decidiu guardá-la para si, até que Jesus - que tem a arte de aparecer no momento certo - apareceu.
lhe as palavras “Segue-me!” Há aqui algo profundamente simples que não nos pode passar ao lado. Jesus não espera que as pessoas o encontrem, Ele encontra-as primeiro. Não somos chamados a esperar que as pessoas nos encontrem, o reino de Deus está ativamente à procura dos perdidos onde eles estão. O convite “Segue-me!” é feito para declarar o amor de Deus por Levi, apesar de ele ser um excluído social. Se as pessoas souberem que são amadas e aceites, mesmo estando sentadas no “posto de cobrança de impostos” da vida - o que os torna socialmente desprezados- encontrarão o poder de Deus que permite que se levantem de onde estão e vão
No versículo 14 é dito que Jesus passou pelo posto de cobrança de impostos onde Levi estava sentado a trabalhar e intencionalmente dirige47
para onde Ele está. O mundo não se vai importar com o que sabemos, até que saiba que nos importamos! Três rápidas lições são apresentadas nos versículos 13 e 14:
compromisso para com este ideal ao passar mais tempo com os excluídos da sociedade e ao trazer-lhes a verdade acerca do reino de Deus. E o que é essa verdade? É o facto de que Deus associa o seu amor e a sua vida aos rejeitados, e fá-lo sem desculpas.
1. Vidas capacitam vidas! Os ensinos de Jesus que terão mais impacto na maioria das pessoas da nossa sociedade são os que se referem à nossa vida quotidiana. As palavras, ações e vida de Jesus, estavam em consonância. O que Ele ensinou, viveu e disse refletem quem Ele era verdadeiramente. Isto é o que vai fazer com que as pessoas saiam de onde estão e nos sigam enquanto nós seguimos a Cristo!
Marcos relembra que Levi se levanta e deixa o seu local de cobrança de impostos. Ele deixou tudo! Ele nunca mais pode voltar àquele lugar e escolhe mesmo não fazê-lo. O seu novo rumo supera em muito a sua realidade passada. Qual é o resultado desta mudança de direção? Ele estende a Jesus e aos outros do amor que lhe foi oferecido. Ele passou a sua vida de trabalho a preparar uma mesa de cobrança de impostos para fazer aquilo que o tornou num marginalizado da sociedade, mas agora prepara uma mesa em sua casa para Jesus.
2. É impossível ignorar um amor consistente. A consistência é o resultado de sentir o valor que Deus coloca nas pessoas que nos envia. Os atos de Jesus para com os perdidos permaneceram consistentes durante toda a sua vida e ministério. Jesus não amou por acaso, pelo que nós também não devemos fazê-lo. O amor é a dádiva mais intencional na experiência humana, que não acontece por acaso e por isso é que é tão transformador.
Marcos 2:15 diz que Levi dá uma festa, um banquete, para o qual convida Jesus, o seu convidado de honra. Repara nos restantes convidados: à mesa com Jesus estão cobradores de impostos, pecadores e outros marginalizados. Nenhuma diferença é mencionada entre estes e os discípulos. Marcos 2:15 apenas assinala que “eram muitos os que O seguiam.” O banquete que Mateus organiza para os seus amigos “marginalizados” faz lembrar o banquete de casamento que Jesus refere numa
3. Jesus relaciona-se com os rejeitados. Jesus disse a Nicodemos em João 3:17 que Deus não tinha enviado o seu Filho para condenar o mundo, mas para salvá-lo. Então Ele mostra o seu 48
das suas parábolas relativas ao reino do tempo do fim em Mateus 22. O banquete estava cheio de todo o tipo de convidados, “bons e maus.” O facto estranho em relação a esta parábola é que os que apareceram na festa não foram os convidados originais. Os que foram convidados inicialmente nunca apareceram. Tudo estava pronto, a mesa estava posta, e a orquestra estava pronta para tocar a marcha nupcial; o rei estava à porta e o filho estava à espera da sua noiva, a igreja, mas ninguém apareceu. O rei pediu aos servos que lembrassem aos convidados que tinham recebido um convite, mas estes estavam muito ocupados com os seus assuntos pessoais, que não tinham tempo para o rei ou o seu filho; alguns até ficaram aborrecidos a tal ponto com a insistência do Rei, maltrataram e até mataram os servos inocentes. Pergunto-me a quem se referia Jesus nesta parábola? É fácil apontar
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rapidamente o dedo aos Judeus que rejeitaram o Filho do Rei? Mas… e quanto às pessoas religiosas de hoje? E quanto a mim? Estou eu tão ocupado com as minhas atividades pessoais que desprezo o maior chamado da minha vida, o convite do Rei? Pergunto-me se fico impaciente com aqueles que o Rei enviou para me lembrar do seu convite? Então o Rei acaba por enviar os seus servos a estender o convite às pessoas que passam na rua, a qualquer um que encontrem e que queira vir à festa, e sem demora a sala estava cheia de convidados. Que bela imagem do amor inclusivo que Jesus tem pela humanidade perdida. Voltando a Levi, o convite que fez aos seus amigos “marginalizados” foi um testemunho poderoso de uma vida mudada por este amor e esta aceitação. Jesus chamou Levi de uma mesa que o separava da humanidade e da salvação e Levi põe uma mesa
para Jesus que traz humanidade e salvação tornando o espaço glorioso.
qualquer um, mas o reino de Deus salva toda e qualquer pessoa a cada dia, todos os dias. Não temos uma palavra a dizer acerca daquele em cujo coração o Espirito de Deus escolhe trabalhar. Nós só conseguimos ver os resultados e recebemo-los na família para que possam crescer também em amor e graça. Façamos da nossa mesa uma mesa aberta, sabendo que Jesus senta-se especialmente nessas mesas.
Como sempre, havia aqueles que não gostavam da ideia que o reino de Deus pudesse ser um lugar onde Jesus não tem favoritos, onde todos são igualmente amados. Como resultado, os versículos 16 e 17 dizem que se queixavam, mas Jesus deixa bem claro que os doentes necessitam de ajuda e que essa é a razão pela qual os chama. O gesto de Levi ao abrir a sua casa não somente a Jesus, mas a todas as pessoas com quem costumava sentar-se, mostra-nos quatro perspetivas acerca do reino de Deus e de Jesus que não podemos perder:
À mesa de Jesus lembramo-nos dos que se costumavam sentar à nossa mesa. Levi nunca esqueceu de onde veio e quem costumava sentar-se à sua mesa antes de Jesus o chamar. É tão fácil para nós como cristãos, esquecer onde Jesus nos encontrou e quão longe nos trouxe. Jesus deseja que nos lembremos das pessoas que deixamos para trás quando o encontramos. Ele quer que no lembremos quem costumava sentar-se à mesa connosco e ter um lugar para estas pessoas na nossa nova mesa. Devemos ser cuidadosos para não nos tornarmos ‘hiper-salvos.’ Uma pessoa ‘hiper-salva’ olha com desprezo para os seus antigos conhecidos porque tem uma vida diferente da que tinha anteriormente. Tal como Levi, quando encontramos esta nova vida em Jesus, devemos lembrar-nos daqueles que deixámos para trás e reservar um lugar à mesa também para eles.
À mesa de Jesus não se sentam sempre os mais óbvios. Nunca devemos pretender saber quem Jesus quer salvar e quem não. Quando nas escrituras Jesus diz “todo aquele que crer” Ele está falando literalmente. Não tenhamos a presunção de julgar saber quem pode e quem não pode ser salvo. Não sejamos uma igreja que põe a mesa do amor e da amizade apenas para os que parece ser óbvio. A mesa de Jesus é uma mesa aberta. Muitos ainda hoje têm medo da ideia de abrir as portas da igreja a todo e 50
A mesa de Jesus não tem de apresentar desculpas pelos que se sentam, mas defende-os.
é o manto da justiça que Jesus proveu de graça a cada um de nós, através do seu precioso sangue derramado no calvário. Neste manto de justiça, não há um único fio de origem humana, nossa é apenas a possibilidade de o aceitar.
Jesus nunca se desculpou pelas pessoas que se sentaram à sua mesa. Ele sempre defendeu a presença destas pessoas e a razão pelas quais estavam à mesa com Ele. Ele veio para mostrar primeiro por ações e depois por palavras, que Deus estava mesmo connosco. Ele não se distanciou daqueles que eram segundo os líderes do seu tempo, indignos de receber a salvação ou de receber ajuda. Vivemos numa sociedade que não ouve mais o que dizemos, mas vê o que fazemos. É verdadeiro o velho ditado “Atos falam mais alto do que palavras!”. A vida e o amor de Jesus em nós serão sempre revelados na forma como nós defendemos aqueles que não são amados e não possuem nada. Jesus fez questão de fazer isto para que soubéssemos como viver com os outros e uns pelos outros.
Finalmente, Jesus é o único caminho que leva à mesa. Voltando à parábola das bodas, o rei tinha preparado roupas especiais de casamento para cada convidado. No entanto, alguns convidados vieram mas recusaram-se a vestir a roupa que tinha sido feita especialmente para eles. O nosso único meio de acesso ao banquete do reino eterno,
Que bom é sabermos que apenas Deus é que decide quem tem acesso ao seu reino, porque nós não temos acesso ao coração das pessoas. A nossa função é sermos generosos no convite a todos os homens e deixar a separação entre o bom e o mau para Deus, que é o único que conhece os verdadeiros motivos e intenções do coração humano. Cada um de nós é uma “mesa de Jesus”: nossas casas,
IN CLU SIVO
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igrejas, salas de aula, mesmo o Facebook, Instagram, Twitter, blogs e páginas de internet podem ser mesas de Jesus, se fizermos a escolha de utilizá-las de maneira que O glorifiquem.
elas falam mais alto do que qualquer sermão o fará? Enquanto estamos ocupados a tentar encontrar outra
PA R A O R A R E REFLETIR
Será que, para uma Igreja que luta em conseguir que o evangelho tenha um impacto real nas nossas sociedades seculares ocidentais, Jesus o tenha tornado tão simples como abrir nossas casas? Será que o verdadeiro evangelho do reino que Jesus nos está pedir que partilhemos é a nossa vida transformada e que partilhemos mesas abertas? Será possível que Jesus nos esteja a pedir que partilhemos as nossas vidas transformadas, porque
1) Que possamos sentir agora necessidade do Salvador! 2) Que criemos espaços / mesas onde Jesus e a sociedade se encontrem. 3) Que eu nunca sinta vergonha de quem Jesus escolhe para se sentar e partilhar uma mesa.
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QUINTA O REINO DE DEUS: 14 Mar
TRANSFORMANDO O NOSSO MUNDO Lucas 17:21 | Mateus 23:26 |
A
Universidade Adventista Southern está localizada na periferia de Chattanooga, Tennessee. Chattanooga é uma linda e ecológica cidade, que está na moda, mas que tem uma história muito rica. A maioria dos seus habitantes desfruta de uma grande variedade de desportos ao ar livre e de deliciosos restaurantes locais, sem contudo saber o que está por debaixo dos seus pés. Na verdade existem duas Chattanoogas: a que vemos e a que não vemos. A que não vemos está debaixo das ruas – um labirinto de pedaços da história do comércio enterrado há um século, mas visto apenas em vestígios encontrados em caves e passagens que já foram o rés do chão da cidade. Não vemos a cidade que Chattanooga enterrou para poder salvar a que temos hoje. Após uma série de inundações devastadoras no final do século XIX e início do século XX, a cidade que começou como um posto de comércio fluvial em Ross’ Landing reinventou-se a si mesma. Com o tempo, eles construíram uma área de quarenta quarteirões da cidade cerca de um piso acima. Os segundos pisos tornaram-se primeiros pisos. Os
primeiros pisos tornaram-se caves. Imponentes arcadas de janelas tornaram-se decoração dos alicerces ou respiradores. Estruturalmente, isto deixa a cidade em perigo uma vez que as vigas ficam enferrujadas e os antigos edifícios estão a cair aos pedaços debaixo dos novos que tomaram o seu lugar. No entanto, este enorme feito, o erguer de uma cidade, tem sido largamente ignorado na história da cidade. Não há quase nenhuma documentação desta realidade e a maioria da população de Chattanooga nem sequer sabe que existiu. E assim, todos os dias eles vivem numa falsa segurança enquanto caminham em alicerces sob seus pés, sem saber o que se encontra por baixo. E se um dia, a divisão em que estão sentados desabasse mais de um metro? O que faria isso à sua perceção da realidade? Mudaria a forma como eles caminham? Será que de repente se sentiriam inseguros ao andar em Chattanooga? Nós colocamos muita fé nas coisas que podemos ver, nas estruturas que estão construídas à nossa volta. Enquanto isso, há todo um outro mundo a acontecer que nos 53
passa completamente despercebido. Sabias que os nossos olhos só veem algo em 1/24 de um segundo? A televisão é vista em 15 cadências por segundo, logo vemos o que aparece como um lampejo, ou seja, há 15 instantes que o olho não está ver ou não é capaz de processar. As galáxias movem-se a uma velocidade incrível, mas parecem estar imóveis por causa do nosso ponto de vista. Uma mosca a voar a um centímetro da nossa cara é capaz de se mover mais rápido do que o olho humano pode acompanhar, o que significa que um objeto parece tornar-se invisível quando se move mais rápido, a uma determinada distância, do que o olho e o cérebro podem processar. Mas, será realmente invisível? É o inseto à frente do nosso rosto invisível para o falcão (cuja visão é 3-4 vezes melhor que a nossa)? Portanto, a invisibilidade é baseada na nossa perceção. Neste caso, a invisibilidade nem sequer é real! Se algo existe então pode ser visto, podemos é não ser sempre nós.
E no entanto estamos obcecados com o que podemos ver, o que podemos tocar, o que podemos ouvir, com o que os nossos próprios sentidos nos dizem como se tivessem autoridade universal, quando, na verdade, o chão está prestes a cair debaixo de nós. Abram por favor as vossas Bíblias em Lucas 17:20-21. Estou a ler a partir da versão Almeida Atualizada (isto é importante). “Sendo Jesus interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, respondeu-lhes: O reino de Deus não vem com aparência exterior; nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Ei-lo ali! pois o reino de Deus está dentro de vós”. Então, aqui temos os fariseus chegando-se até Jesus e, basicamente, desafindo-O de forma sarcástica. João Batista, três anos antes, saiu do deserto proclamando que “o reino de Deus está próximo”. E, desde então, Jesus tinha estado constantemente a falar sobre o reino de Deus – “o reino
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dos céus é semelhante a uma pérola... como um grão de mostarda... como um tesouro... está próximo”. Por isso os fariseus eram do estilo “OK, Jesus, então onde está esse reino de que estás há tanto tempo a falar? E quando vai chegar? Porque até agora, não o VEMOS!” Eles tentavam minar completamente o ministério de Jesus e as Suas reivindicações de autoridade da parte de Deus. A sua insinuação era de que a missão de Jesus falhou.
rei desta Terra, mas um novo tipo de rei vindouro, para aqueles que pertencem a um novo tipo de reino, um reino invisível, porque ainda não é o tempo para que seja revelado. Voltemos a Lucas 17:21. Como é que Jesus respondeu? Ele diz: “O reino de Deus não vem através da observação...” O reino de Deus NÃO é algo que tu VÊS. É por isso que ninguém será capaz de dizer: “Veja aqui!” ou “Veja ali!”
Existiam muitos judeus naquele tempo que estavam “à espera do reino de Deus.” Mas quando o Rei veio de facto, não se parecia com um rei. E quando Ele disse que o reino tinha chegado, não se parecia com um reino. É por isso que os fariseus viam como ridículo que as pessoas acreditassem n’Ele! Era tão irritante, uma vez que (nas suas mentes) Ele era uma fraude tão óbvia. Mas … eles estavam à procura do lado de fora. Na Terra, Jesus não era um rei e não tinha um reino. Hoje Ele teria sido considerado como demente devido às coisas que dizia (Marcos 3:21). E por isso zombaram d’Ele na cruz, colocando por cima da sua cabeça “Este é Jesus - Rei dos Judeus.”. Era uma inscrição sarcástica. Eles estavam a tentar mostrar quão ridículo era as pessoas acreditarem n’Ele, numa tentativa de retirar qualquer esperança que alguém ainda tivesse de que Ele se levantaria como um rei. Mas Ele levantou-se – não como um
Porque o REINO de DEUS está dentro de TI! O quê? Isto é muito confuso. Não apenas para os judeus, mas para os eruditos cristãos modernos. Vamos começar por aí, com nossos eruditos modernos. Dependendo da Bíblia que tenhas, a expressão será traduzida de forma diferente. Algumas dirão “dentro de vós”, algumas dirão “entre vós”, e outro ainda dirão “no meio de vós.” Há outras variações por aí? A palavra usada no grego é o advérbio ‘entos’, que se traduz literalmente “dentro ou no interior.” Esta palavra aparece apenas mais uma vez no Novo Testamento, em Mateus 23:26, onde é traduzida por “dentro”, falando do interior de um copo, por isso a linguística só por si torna a tradução “dentro”, parecer mais precisa. A razão pela 55
qual algumas Bíblias e estudiosos têm problemas com esta palavra é porque eles não acreditavam que Jesus pudesse ter dito aos fariseus que o reino de Deus estava dentro DELES, porque obviamente não estava, de modo que os tradutores alteraram a formulação de acordo com a sua interpretação. Mas, se olhares para o contexto do verso, Jesus está a contrastar o exterior com o interior. Ele diz que o reino de Deus não é algo que possas ver, o que significa que é algo que não vês, e portanto não podia ser algo “entre eles” ou “no meio deles”, porque nesse caso eles poderiam vê-lo.
E Jesus, ao dizer isto, estava a abordar diretamente a falsa concepção dos fariseus – de que o Messias deveria vir e erguer a nação judaica acima de todas as outras nações do mundo político. Os judeus tinham tornado todas as promessas espirituais de Deus em promessas de poder e riqueza terrestres. Jesus então corrige-os e diz: “Eu não estou a falar de um reino feito de tijolos e argamassa, estou a falar de um reino de carne e osso. Eu não estou a falar de quem governa a Terra, estou a falar de quem governa o teu coração. Não estou a falar de coisas temporárias, estou a falar de coisas eternas. O reino de Deus não tem nada a ver com ambição vã, direitos de nascimento, posição teocrática, rico ou pobre, bonito ou feio, carta de condução ou bilhetes de autocarro, quadro de honra ou castigo, cortes de cabelo ou de barba, caloiro ou veterano. Tem a ver com teu o coração.”
“O reino de Deus não é algo que possam estar à espera de ver através de observação cuidadosa com a vossa visão natural. Vão descobri-lo, se o poderem alcançar, dentro dos vossos próprios corações.”
Mais alguém se sente confortado com isto? Deus não decide quem são os Seus com base no que os outros veem de ti, porque a nossa visão é limitada pelo nosso ponto de vista. Ele escolhe-te com base em quem tu és e no potencial que está dentro de ti. Tal como quando Ele disse a Samuel para ir ungir o adolescente “zé-ninguém”, David. Ele disse: “O homem vê a aparência exterior, mas Deus vê o coração.”
Comentário Bíblico Adventista
Ellen White ajuda-nos a esclarecer esta passagem sugerindo: “O reino de Deus começa no coração. Não busqueis, aqui e ali, manifestações de poder terrestre para assinalar-lhe a vinda” - O Desejado de Todas as Nações, pg. 506. 56
um ou de outro. O reino terreno tem muitas vezes gratificação instantânea e agrada mais aos teus sentidos, deixando-te sentir o que tu quiseres sentir. Mas é enganosamente feito de estruturas que não são seguras ou reais (como Chattanooga).
Sabes, os fariseus estavam a basear a sua perceção do reino de Deus naquilo que eles podiam ver. O coração e a mente humana são invisíveis, para eles e para nós, mas Deus, como o falcão, tem uma visão melhor que a nossa. Ele sabe o que realmente está por baixo dos nossos pés e se estamos a caminhar firmemente ou prestes a cair. E Jesus está a dizer-lhes para terem fé, que é a crença nas coisas que não vemos, porque Deus vê TUDO.
O reino terreno busca os seus próprios interesses, resultando em relações pobres, pessoas feridas, desapontamento, morte, destruição, escravidão, prisão e ódio. O reino de Deus é baseado em promessas que são certas, mesmo se a gratificação pode chegar mais tarde. O reino de Deus é governado pelo Espírito Santo, dando-te a capacidade de ver e compreender o domínio invisível do universo onde habita a vida, a criação, a liberdade e o amor. As coisas espirituais discernem-se espiritualmente, razão pela qual o reino da Terra enviará o ladrão para a prisão, mas o reino de Deus também lhe dará a tua camisa e os teus sapatos. O reino da terra vai retaliar, o reino de Deus vai dar a outra face. O reino da terra está constantemente a esforçar-se para se exaltar a si mesmo e o reino de Deus esforça-se para erguer os outros mais do que a si mesmo. O reino da Terra vai usar-te e descartar-te quando não precisar mais de ti. O reino de Deus vai amar-te incondicionalmente, valorizar-te e ajudar-te a crescer na plenitude de tudo o que tu te podes tornar segundo o Seu poder. Como é que o povo deste reino invi-
A realidade é que mesmo que os fariseus entendessem exatamente o que Jesus estava a dizer, eles não estavam interessados neste tipo de reino. Eles queriam posição e poder na esfera humana. Eles queriam um reino terreno. Eles queriam um reino visível. Em contraste, Jesus muda o reino de Deus do mundo visível, para um mundo interno invisível que pode ou não ser visto por outros, a não ser por Deus. Pode não haver benefícios terrenos neste tipo de reino. O reino exterior tem as vantagens do prestígio, poder e popularidade. O interno apenas as vantagens da humildade e do amor – não muito atraente para os que estão focados nesta vida. O que levanta a questão – que tipo de reino estás à procura? Porque o que quer que estiveres a procurar é o que vais encontrar, e é que virá ao teu encontro. E quando chegar vai fazer de ti um servo. Porque estes dois reinos não são aliados. Ou és um cidadão de 57
sível se torna assim? Este é o mistério do reino de Deus. Como é que algo tão grande cabe dentro de alguém tão pequeno? Como a água num copo, muitas vezes o conteúdo molda-se para caber no recipiente, mas não é assim com Deus. Quando o Espírito Santo enche os nossos corações, Ele, molda-nos então à Sua semelhança. Assim, a física é invertida e o recipiente deve moldar-se para conter o conteúdo. Como os outros te veem pode ou não ser alterado. As tuas circunstâncias podem permanecer as mesmas, mas o teu ponto de vista, o lugar a partir do qual percebes o mun-
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do, é alterado. Em “Testimonies”, volume 7, Ellen White diz: “O reino de Deus não vem com aparência exterior. Ele vem através da suavidade da inspiração da Sua Palavra, por meio da operação interior de Seu Espírito, a comunhão da alma com Aquele que é a sua vida. A maior manifestação de seu poder é visto na natureza humana levada à perfeição do caráter de Cristo.” Por último, este versículo é tão importante porque é um dos poucos que coloca o reino no presente. Já não é algo que estamos à espera, mas algo que podemos ter AGORA. Quando nos decidimos juntar a este reino, experimentamos AGORA paz em vez de tumulto, alegria em vez do desespero, amor em vez de solidão. E temos uma legião de anjos prontos para combater os demónios em nosso lugar ao pegarmos na verdadeira armadura de Deus, porque no mundo REAL não lutamos contra a carne e o sangue. Armas terrenas não irão funcionar no reino invisível. Devemos ter a espada do Espírito, o escudo da fé, o capacete da salvação, o cinto da verdade, a couraça da justiça, e os pés cobertos no evangelho da paz. Então, podemos permanecer firmes qualquer que seja a luta. Então, temos um reino inteiro apoiando-nos em oração, com os anjos, e com o próprio Deus. Quem pode ser contra nós? Estamos num reino invisível, invencível!
Há muitas pessoas que escolhem Deus por causa do medo da vida após a morte. Eles querem ir para o Céu.
Mas como é que o Céu será um lugar melhor para ti nessa altura, se não é um lugar em que gostarias de viver agora? A glória do Céu é estar com Jesus, e isso tu podes tê-lo agora. O reino de Deus pode começar em ti agora – curando-te, mudando-te, governando-te, protegendo-te, servindo e amando através de ti, e preparando uma eternidade para passar contigo. O Céu é a continuação do que está a acontecer agora – não começa na Segunda Vinda – que será a manifestação externa do presente reino invisível. E vai ser uma festa que não vais querer perder! Mas, até lá... Uma história verdadeira: Jessica Eaves, de Guthrie, Oklahoma, viu recentemente a sua carteira ser roubada por um homem enquanto fazia compras numa mercearia. A maioria das pessoas nesta situação iria chamar imediatamente as autoridades, mas ela encontrou uma maneira de resolver o seu problema. “Eu vi este senhor aproximar-se de mim no corredor”, partilha a Jessica. “Ele passou por trás de mim, e alguns metros mais à frente percebi que a minha carteira tinha desaparecido. 59
Vi-o num outro corredor cheio de pessoas e abordei-o”, continua ela. “Eu tenho uma personalidade um bocado forte mas senti-me calma e serena e disse-lhe: ‘Eu acho que o senhor tem algo meu. Vou dar-lhe uma escolha: pode dar-me a minha carteira e eu vou perdoá-lo agora, e vou mesmo acompanhá-lo à caixa e pagar as suas compras.’ ” A alternativa? A Jessica chamava a polícia. “Ele meteu a mão no bolso do capuz e deu-me a minha carteira”, conta ela, acrescentando que o homem estava extremamente grato pela sua ajuda e perdão. “Ele começou a chorar quando seguimos para a caixa”, diz ela. “Ele disse que se arrependeu 20 vezes durante o tempo que em que foi do corredor para a fila, mas que estava desesperado.” A Jéssica gastou 27 dólares com as compras dele, que incluíam leite, pão, salsichas, biscoitos, sopa e queijo. “A última coisa que ele disse foi: ‘Eu nunca vou esquecer esta noite. Estou falido, tenho filhos, estou envergonhado e lamento.’ ”. “Algumas pessoas criticam o facto de eu não o ter entregue às autoridades, mas às vezes tudo o que precisamos é de uma segunda oportunidade”, ela acrescenta. Este é um exemplo do reino presente – não apenas o que ela fez por ele, mas a mudança que ocorreu no coração dele como resultado da sua
graça. Num ápice transformou-se de ladrão em amigo. Como seria então o mundo se o reino invisível se tornasse visível através do derramamento do Espírito Santo nas nossas vidas? Não queres fazer parte desse tipo de reino? O que vês e experimentas no mundo nunca se poderá comparar com o que Deus pode fazer a partir do Seu ponto de vista omnisciente. Nada é invisível para Ele. Aliás, nada é realmente invisível. Tudo é baseado na nossa perceção. Confias em Deus ou em ti? Vives no mundo externo ou no mundo interno? Junta-te às fileiras hoje, pois o reino de Deus está aqui, agora e acessível.
O Reino de Deus está dentro de ti? E se está, o que vais fazer com ele?
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SEXTA 15 Mar
O REINO DE DEUS: UMA PARÁBOLA PARA A COMUNIDADE Marcos 4:30-34 | Marcos 1:15 | Mateus 4:17-18 | João 14:6-7 |
Semente de mostarda Uma Parábola para Comunidade
sua frente. Longe vão os dias em que seria de esperar conheceres todas as pessoas que vivem na tua rua, mas ainda assim podemos declarar amizade a pessoas que vivem por todo o mundo e que nunca encontrámos face a face. Esta desconexão física afeta todas os níveis da sociedade, não importa em que parte mundo vivamos e afeta definitivamente a nossa comunidade de fé, a igreja.
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ivemos numa comunidade global. Com o uso da Internet e dos aparelhos móveis, estamos sempre a poucos minutos de distância de saber as últimas notícias e tendências. Temos mesmo um novo vocabulário para esta época da comunicação a tempo inteiro e das comunidades virtuais e seguidores. “Twittar”, “Googlar”, “FaceTime” e “vídeos virais” tornaram-se parte da nossa conversação diária. Num mundo acelerado em que as necessidades são atendidas em segundos, não é de admirar que percamos de vista a intenção de Deus para este planeta a que chamamos lar. Será possível que, apesar de parecer estarmos sempre conectados, possamos na verdade estar mais sozinhos do que imaginamos? Não é incomum ver pessoas juntas para o jantar ou numa saída e quase todas estão com um dispositivo móvel conectando-se virtualmente com alguém, enquanto ignoram aqueles que estão bem à
Comunidade é definida pelo dicionário online Merriman-Webster como: “um grupo de pessoas que vivem na mesma área (como uma cidade, vila ou bairro) ou um grupo de pessoas que têm os mesmos interesses, religião, raça, etc., ou um grupo de nações”. Hoje muitos negligenciam reunir-se para adorar, preferem “assistir online”, enquanto outros não criam raízes permanentes com uma igreja porque gostam da flexibilidade de estar com seus amigos. Ocorreu-me, ao ver este fenómeno ao longo dos últimos anos, que muitos de nós não conseguimos reconhecer que este modo de vida não é 61
mente o rei-guerreiro que iria libertá-los e reestabelecer Israel como reino. Havia uma expetativa muito grande acerca do que a comunidade de Israel se tornaria. E tu, quais são as tuas expetativas em relação a Jesus? São fundadas no que Ele fez na tua vida, ou apenas no que tu gostavas que ele fizesse?
um reflexo do que a Escritura nos diz sobre a comunidade. Uma passagem que destaca a nossa necessidade de recalibrar e repensar a nossa compreensão de comunidade é a que encontramos em Marcos 4:30-32: “E dizia: A que assemelharemos o reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos? É como um grão de mostarda, que, quando se semeia na terra, é a menor de todas as sementes que há na terra; mas, tendo sido semeado, cresce; e faz-se a maior de todas as hortaliças, e cria grandes ramos, de tal maneira que as aves do céu podem aninhar-se debaixo da sua sombra.”
O que é o Reino de Deus? Por que razão não temos pregado ou ensinando sobre isto antes, especialmente se esta foi a mensagem de Jesus enquanto viajou durante três anos através das cidades poeirentas da Galileia? A primeira mensagem de Jesus depois de seu batismo no Jordão foi: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mateus 4:17-18 e Marcos 1:15). Esta declaração revelou que havia uma nova comunidade, sociedade e estilo de vida, que estava a ser firmemente estabelecida por Jesus. Esta nova comunidade iria prosperar tendo Jesus como sua cabeça, seu chefe, seu líder, seu rei.
As multidões que seguiam o Messias não tinham a certeza do que era o “reino de Deus” e Ele usou frequentemente histórias e parábolas para explicar o que queria dizer. A sua confusão era compreensível, porque enquanto descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, eram desafiados pela ocupação e opressão dos romanos e esperavam salvação do Messias prometido. Estas massas tinham ouvido e respondido à pregação de João Batista e estavam conscientes do milagre no batismo de Jesus. Cada demónio expulso, cada pessoa curada ou alimentação miraculosa de milhares, despertou neles a esperança de que talvez este fosse de facto O prometido. Quando Jesus declarou que o reino de Deus estava ali, muitos esperavam que este seria real-
O método de ensino de Jesus não era incomum. Os rabis, professores religiosos contemporâneos do Seu tempo, usavam com frequência histórias e parábolas para explicar ideias teológicas. As histórias favoritas de Jesus estava muitas vezes como que encapsuladas numa parábola. Uma parábola é uma história simples com personagens familiares e atividades 62
sabemos é que as multidões vieram ouvir Jesus e Ele não as dececionava. Algumas das histórias registadas em Marcos 4 têm um foco rural em “coisas que crescem”: a parábola do semeador (Marcos 4:1-20) e a parábola da semente (Marcos 1:26-29). Quando olhamos para esta curta passagem podemos ficar distraídos pela sua simplicidade e perder a importância da mensagem. Jesus diz ao público atento que o reino de Deus é como uma semente de mostarda. Ele afirma que esta pequena semente cresce para se tornar maior do que todas as outras ervas ou arbustos do jardim. Nas versões de Mateus e de Lucas, Jesus refere-se à planta da mostarda madura como uma árvore.
que ilustram um princípio. Nem todos os que ouviam estas histórias poderiam facilmente entendê-las. Na realidade, Jesus contou muitas vezes as parábolas para grandes audiências e muitos ficaram sem a certeza do seu significado. Ele, no entanto, dizia aos Seus discípulos em particular o que muitas deles significavam. À medida que procuramos entender o “reino de Deus”, devemos examinar esta história com mais atenção. Aqueles que vinham para ver e ouvir Jesus nunca ficavam dececionados porque muitas vezes usava as coisas comuns da sua experiência enquanto galileus para educá-los acerca de Deus. Consegues imaginá-los em pé nas margens do rio Jordão, do Mar da Galileia ou das ondulantes e empoeiradas colinas ouvindo Jesus durante horas? Alguma vez estiveste entusiasmado para ir às aulas? Alguma vez quiseste ser o primeiro a chegar à sala de aula para ficar com um bom lugar antes que o professor entrasse? Era assim que muitos dos que seguiam Jesus se deviam sentir. Eles ficavam entusiasmados para saber de que coisas interessantes Ele falaria naquele dia, a fim de lhes ensinar as Suas lições. O cenário do texto coloca-nos com Jesus no meio de uma aula a partir da proa de um barco no Mar da Galileia. Não temos a certeza de quanto tempo as pessoas terão passado ali reunidas ou que hora do dia seria. O que 63
“Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda que o homem, pegando nele, semeou no seu campo; O qual é, realmente, a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas, e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos” (Mateus 13:31-32). “E dizia: A que é semelhante o reino de Deus, e a que o compararei? É semelhante ao grão de mostarda que um homem, tomando-o, lançou na sua horta; e cresceu, e fez-se grande árvore, e em seus ramos se aninharam as aves do céu.” (Lucas 13:18-19).
“Ao escolher um grão de mostarda, Jesus mostrava aos Seus ouvintes que estava mais preocupado com a forma como eles terminariam do que como começaram."
É importante notar que a árvore da mostarda não era sempre a árvore mais alta que poderia crescer num jardim, porque as oliveiras geralmente eram mais altas que as outras plantas. Assim, o ponto para os ouvintes é que o reino de Deus não é determinado pelo tamanho da semente. Por causa da ocupação Romana, aqueles que O ouviam estavam familiarizados com o que significa ser deixado de fora da classe dominante. Ao escolher um grão de mostarda, Jesus mostrava aos Seus ouvintes que estava mais preocupado com a forma como eles terminariam do que como começaram. A semente de mostarda comum na zona da Palestina era a mostarda preta, e era cultivada tanto em jardins como nos campos. As plantas podiam crescer até três metros de altura, mas era de facto a menor das sementes entre as plantas cultivadas na época. A semente de mostarda pode ser vista como uma metáfora para o conceito de “ter potencial”. Havia grande potencial de crescimento nesta semente e há igualmente um grande potencial naqueles que O ouvem. Esses precisam de aprender a desbloquear esse potencial. Mas como podem tornar-se parte deste reino?
Agricultura em vez de guerra “É como um grão de mostarda, que, quando se semeia na terra, é a menor de todas as sementes que há na 64
terra” (Marcos 4:31). Ele diz simplesmente que o reino de Deus é como uma semente de mostarda. Jesus era “contra-cultural”. Usou uma analogia agrícola para demonstrar o plano de Deus para a humanidade, o que era a antítese da expetativa de uma nação aguardava um rei-guerreiro. Ele usa esta história para criar uma mudança de paradigma na mente dos seus ouvintes: de lutar para cultivar; da guerra para a adoração; de César para a comunidade; de lutar com a lei para a graça.
da semente não determina o seu crescimento ou função. No entanto, sementes pequenas são mais rápidas a amadurecer e podem ser espalhadas mais cedo. Esta “mais pequena entre as sementes” cresce para ser uma árvore que é formidável no seu tamanho e na quantidade de sombra e proteção que fornece a todos os que procuram abrigo nela. Deus fez-te semente para fazeres parte do Seu reino eterno. Ele colocou dentro de ti tudo o que é necessário, não apenas para a tua sobrevivência, mas para a propagação do evangelho. Estás disposto a morrer, morrer para ti mesmo, para os teus desejos e planos, para que Deus possa obter a glória?
O comentador bíblico R. P. Martin, afirma: “Tudo no ministério de Jesus contrariava a compreensão que tinham do que seria o seu líder. Em vez disso, Jesus tentou incutir nas suas mentes a perspetiva de que o caminho preparado para a Sua glória seria o da cruz, e a consequente experiência de rejeição, sofrimento e humilhação”. Jesus declarou: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6-7). As sementes encerram a vida dentro de si, mas para que produzam vida têm primeiro de morrer. Jesus diz em João 12:24: “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto” (João 12:24). O tamanho
Como disse antes, o público de Jesus tinha uma experiência pessoal com a agricultura – mais do que nós temos – o que significa que Ele não tinha de explicar as condições necessárias para esta semente crescer. Embora seja verdade que todos nós poderíamos “googlar” esta informação sobre agricultura e coisas que crescem, se nos falta a experiência podemos não compreender plenamente as lições na analogia de Jesus. A semente passa por um processo chamado de “germinação” a fim de desbloquear a nova vida dentro de si. Há três condições principais que permitem à semente germinar: (1) o embrião deve estar vivo, chamado de “vigor de semente”. 65
(2) Todos os requisitos de dormência que impedem a germinação devem ser superados. (3) As condições ambientais apropriadas devem existir para a germinação. Uma vez reunidas as condições, a semente vai germinar e nova vida, uma planta imatura chamada plântula, começa a crescer. As plântulas vão crescer até à idade adulta e formar uma planta madura. Jesus salta da semente à planta madura sem descrever os processos que levam a planta até à sua completa maturação. A seguir ele afirma no versículo 32, “Mas, tendo sido semeado, cresce; e faz-se a maior de todas as hortaliças, e cria grandes ramos, de tal maneira que as aves do céu podem aninhar-se debaixo da sua sombra”. No livro Parábolas de Jesus, lemos: “O embrião, contido na semente, cresce pelo desenvolvimento do princípio vital que Deus nele implantou. Seu desenvolvimento não depende de
meios humanos. Assim é com o reino de Cristo. Há uma nova criação. Os princípios de desenvolvimento são diretamente opostos aos que regem os reinos deste mundo” - Ellen White, Parábolas de Jesus, pg. 77. Vamos refletir mais uma vez no que foi escutado pelos galileus que ouviam a analogia da plantação. Devemos também tentar perceber as pistas que estão escondidas na história. O público galileu sabia a importância e o valor da semente de mostarda e que valia a pena a ser cultivada. A declaração de Jesus significava que eles eram realmente os escolhidos de Deus e que a sua tarefa era reproduzir o amor de Deus para o mundo. Jesus, Deus conosco, estava a reformular o conceito que eles tinham de “reino”. Os jovens de hoje são também convidados a viver em contracultura e a rejeitar as pseudo-comunidades e pseudo-amizades criadas no ciberespaço, que querem atenção a cada 66
toque e notificação nos dispositivos digitais. Jesus está a chamar-te para algo melhor. Estás a ser chamado por Cristo para fazeres parte da comunidade que tem como modelo o ideal de Deus para nós. As implicações para os ouvintes desta mensagem – então e agora – são que somos convidados a mudar o nosso modo de pensar e crescer. Para que a planta cresça desde a plântula até à maturidade, o jardineiro rega, alimenta, limpa e poda as plantas a fim de manter um ambiente de crescimento ideal. As sementes produzem plantas e as plantas produzem ainda mais sementes. A partir de uma semente sabemos que haverá mais plantas de mostarda. Parece simples. Mas com o Messias nada é tão simples assim.
muito à vontade com o mistério que cercava seu ensinamento. Uma informação pertinente sobre a qual falta refletir é a definição de “reino”. Um reino é uma comunidade politicamente organizada ou uma unidade territorial principal que tem uma forma de governo liderado por um rei ou por uma rainha. Lembra-te que aqueles que ouviram a história de Jesus estavam acima de tudo à espera que este “reino”- a que Jesus se referia-, subvertesse os romanos e restabelecesse Israel à sua antiga glória, semelhante ao reinado de Salomão. Eles ansiavam também inaugurar um período de segurança e paz num mundo que adorasse Jeová. Vamos ser francos. Pode ser usado o
Reino em vez de nacionalismo Embora seja verdade que as parábolas eram histórias teológicas com ilustrações contemporâneas, as histórias de Jesus deixavam muitas vezes os seus ouvintes envergonhados e confusos. Marcos 4:33 diz: “E com muitas parábolas tais lhes dirigia a palavra, segundo o que podiam compreender. E sem parábolas nunca lhes falava; porém, tudo declarava em particular aos seus discípulos (Marcos 4:33-34). Devido ao nosso método de querer premiar todos e não excluir ninguém, isto parece-nos injusto. No entanto, Jesus parecia 67
argumento de que Israel era mais nacionalista, ou seja, que sentiam uma forte lealdade e tinham um enorme orgulhosos do seu país. Israel pode ter acreditado que era melhor e mais importante do que outro país. Um reino deve ter um governante, a quem as pessoas juram lealdade e que por sua vez promete cuidar de seus súbditos. Mas Jesus oferecia-lhes a oportunidade de confiarem e dependerem do Soberano Deus, em vez da sua herança. Também nós, como jovens e adultos, devemos estar conscientes de que não vale a pena nos agarrarmos às nossas opiniões pessoais em detrimento do crescimento do reino de Deus. Não podemos estar mais preocupados com estarmos seguros ao “ornamento” do adventismo, e fazê-lo à custa do crescimento do reino de Deus.
em nosso nome não para um reino terrestre, mas para um reino feito à imagem do reino celestial de Deus, onde todos os súbditos juraram lealdade por que amam e estimam o Rei. Quando cada um de nós aceita Jesus e se submete à Sua autoridade como Rei, a nossa fé cresce e torna-se um lugar a que outros podem vir para encontrar descanso em Jesus.
Implicações para nós hoje Estamos nós a refletir este reino de Deus na Terra? As principais condições já foram cumpridas para que tu cresças como esta semente de mostarda? Para que isso aconteça: (1) Jesus tem de estar vivo em ti, tornando assim a tua fé sustentável. (2) Não podes permitir que algo ou alguém na tua vida force esta semente de fé a ficar dormente, estancando ou impedindo assim o crescimento. (3) Tens de remover tudo o que à tua volta impeça o Espírito Santo de fazer Jesus crescer plenamente no teu coração.
Os reinos foram geralmente governados com poderio militar e com conselheiros que proporcionavam sabedoria ao rei sobre como governar os seus súbditos. Jesus é mais uma vez contracultural e cria um reino onde o Rei morre pelos seus súbditos, para que eles vivam. Ele luta
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Assim como uma semente de mostarda não pode crescer no solo se as condições adequadas não estiverem reunidas, esta semente de mostarda espiritual também não pode crescer, reproduzir-se ou fornecer abrigo. É motivo de enorme gratidão saber que Jesus está disponível para nos ajudar a obter o ambiente e as condições ideais para que possamos crescer e amadurecer. E se não estão ainda reunidas, por que não pedir a Deus que te mostre hoje o que deves deitar fora, cortar, limpar ou retirar da tua vida para garantir que o reino de Deus comece a crescer à tua volta? Se estás entre os que podem afirmar que as condições espirituais estão reunidas, não estás livre de perigo! Assim como a planta é cuidada pelo jardineiro para garantir que atinge a maturidade, também nós – também tu – devemos submeter-nos à mão do jardineiro. Jesus é o jardineiro. Devemos submeter-nos enquanto Ele, através das circunstâncias da vida,
cria as condições ideais para que possamos crescer. Ele vai podar, limpar, alimentar e nutrir-nos. Infelizmente, não podemos ditar as condições e definir o tempo exato. Estás a submeter diariamente os teus planos a Jesus? Aceitas quando Ele permite que os outros consigam as “coisas que tu queres” antes que tu mesmo as consigas? És capaz de ser grato não importa os desafios que experimentas? O mundo precisa desesperadamente de uma comunidade autentique e capaz de comunicar vida. Como seguidores de Cristo temos de partilhar a boa nova de que Deus deseja proporcionar esta bênção a cada pessoa neste planeta. O desafio que está diante de nós hoje é sermos o grão de mostarda que cresce até uma planta da mostarda, a tal ponto que as pessoas com que nos relacionamos nas nossas famílias, igrejas, escolas e comunidades venham e encontrem descanso e abrigo.
PERGUNTAS PARA REFLEXÃO 1) Como é que a tua compreensão da frase “o reino de Deus” mudou?
3) Discute com o teu grupo soluções práticas ou tangíveis para criar comunidade autêntica em vez do mundo virtual do Facebook, Twitter, etc.
2) Quais são as barreiras para seres a semente de mostarda que cresce até uma planta da mostarda madura na tua casa/igreja/comunidade? 69
SÁBADO 16 Mar
O REINO DE DEUS: SOMENTE PELA GRAÇA Mateus 20:1-16 | Marcos 10: 21 | Efésios 2:8-9 | João 1:12-13 | II Coríntios 5:17-19
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uando eu emigrei para a Austrália em setembro de 1981, recebi bons conselhos de alguns amigos emigrantes bem-intencionados que chegaram ao país antes de mim. Eles sugeriram que eu deveria encontrar imediatamente um trabalho – qualquer trabalho – e não ser demasiado exigente ou difícil uma vez que a minha prioridade era conseguir rapidamente uma forma de independência financeira. Eu recebi o conselho e fiz saber aos meus amigos e membros da igreja que de facto estava disponível para qualquer trabalho.
ria começar e a que horas tinha de me apresentar. Ele respondeu imediatamente: “segunda-feira de manhã, às 5:00h”. Eu pensei que era uma piada, e esperei que ele o dissesse, mas ele continuou e perguntou-me se tinha um carro, o que eu não tinha. Como ele ia para o trabalho passando pelo local onde eu morava, propôs levar-me. Disse-me que como gerente de produção tinha de lá estar às 4:30h da manhã e por isso apanhava-me às 4:00h, que só tinha de trazer uma muda de roupa. Eu senti-me encurralado, mas já era tarde demais para recuar.
Pouco depois, o meu novo amigo Kevin aproximou-se de mim, a seguir aos serviços da igreja, para me dizer que ele era um gerente de produção e que havia uma vaga onde ele trabalhava e eu poderia ficar com o trabalho se o quisesse. Aceitei imediatamente e nem senti a necessidade de perguntar sobre a natureza do trabalho, à luz do conselho que tinha recebido. As únicas coisas que eu perguntei foram onde era o trabalho, quando eu pode-
Isto aconteceu em pleno inverno e eu embrulhei-me no meu casaco St Vincent de Paul de dez dólares enquanto esperava ser apanhado por baixo de um semáforo. Rapidamente chegámos ao local de trabalho: era o Mercado Flemington – um armazém de embalagem e distribuição de frutas e legumes. Depois de chegarmos o Kevin informou-me acerca do meu trabalho: eu era o novo embalador de batatas na linha de batatas. 70 70
Grandes caixas de batatas sujas eram viradas para uma correia transportadora, eram lavadas ou escovadas, pesadas, embaladas em sacos de plástico de cinco quilos e seladas automaticamente. Estas embalagens de cinco quilos iam até uma mesa giratória onde uma senhora encaixava habilmente cinco delas em grandes sacos de papel castanho. Era aqui que eu entrava em ação. Eu tinha de levantar o saco de batatas de 25 quilos e colocá-lo sobre uma correia móvel conectada a uma máquina de costura. No momento certo, eu carregava um pedal para coser os sacos e empilhar 40 deles numa palete. Eu tinha de usar um porta-paletes para levar a palete para a parte de trás do armazém e voltar. Quando voltava, havia cerca de 15 sacos cheios que eu tinha de recuperar e não havia como parar a máquina (por vezes orávamos para que ela avariasse). Este era o meu trabalho. Quando a sirene tocou às 10:00h para um intervalo, eu mal podia andar ou mover meus braços – apenas coloquei a minha cabeça na mesa do refeitório, suspirei e gemi.
tava a crescer e perguntou se eu estava disposto a fazer algumas horas extras – duas horas todos os dias. Eu estava com dores, mas concordei. Novamente, duas semanas mais tarde, ele disse-me que o negócio estava a andar muito bem e perguntou se eu poderia trabalhar aos domingos. Mais uma vez, eu disse que sim. Nessa altura, o meu amigo Kevin já não me ia buscar, eu ia de comboio e nunca chegava atrasado.
Quando cheguei a casa naquela tarde, a minha esposa quase não me reconheceu e imediatamente pediu que eu me demitisse. Mas eu não queria demitir-me, seria muito vergonhoso desistir depois de gabar-me que eu faria qualquer coisa. Depois de um mês no emprego, o meu amigo Kevin disse-me que o trabalho es-
Consegues adivinhar qual dia da semana que eu mais gostava? Sábado? Sim, de certa maneira era o Sábado, porque eu podia descansar. Mas devo confessar que havia um outro dia da 71
tornas-te uma celebridade: és apanhado na fotografia. Ganhas o que mereces! Isto é ser justo.
semana que era mesmo entusiasmante – era a quinta-feira – dia de pagamento. Por causa do trabalho duro e as longas horas, era sempre entusiasmante ver qual a espessura do meu salário. Eu estava disposto a fazer este trabalho de partir as costas por longas horas, e privar -me de lazer e da família aos domingos por causa do molho de notas do meu salário.
Quando se trata da vida religiosa, aplica-se o mesmo princípio. No hinduísmo, existem quatro formas de “Moksha” ou salvação – quando a mente humana se liberta do ciclo de vida e morte e se tornar uma com Deus:
É assim que a sociedade funciona – quanto mais trabalhas, mais recebes de pagamento. Ganhas o que mereces. A vida, em geral, funciona desta maneira. Há um sentido natural de justiça e equidade. Existem leis que regem a nossa sociedade e se vives dentro dos limites dessas leis estás geralmente bem. Fazes o que é certo e és recompensado, fazes o que é errado e és responsabilizado. Aplicas-te e estudas muito, passas nos exames. Se não te preparas, fazes algumas orações extra, mas ainda assim falhas. Se excederes o limite de velocidade ou passares um sinal vermelho,
1. O caminho da ação – observas cerimónias religiosas, deveres e ritos. 2. O caminho do conhecimento – adquires completa compreensão do universo 3. O caminho da devoção – os teus atos de adoração 4. 0 caminho real – a prática de técnicas de ioga e meditação No budismo, o “bem-aventurado” estado de Nirvana é alcançado através do Nobre Caminho Óctuplo:
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gentes histórias dos evangelhos. “E eis que, aproximando-se dele um homem, disse-lhe: ‘Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?” Mateus 19:16.
1. Entendimento correto 2. Pensamento correto 3. Linguagem correta 4. Ação correta 5. Ocupação correta 6. Esforço correto 7. Contemplação correta 8. Meditação correta
Ao juntarmos as narrativas de Mateus, Marcos e Lucas, descobrimos que esse homem era jovem, rico e bem-sucedido – ele era um governante em sua comunidade. Por que razão alguém assim estaria interessado na vida eterna ou no reino de Deus? Ele tinha tudo, não tinha? Marcos diz-nos que Jesus estava efetivamente a deixar um lugar específico quando este jovem correu até Ele e caiu de joelhos diante d’Ele, publicamente. Quão desesperado estava?
No Islão é um exercício de equilíbrio. A salvação é baseada numa combinação da graça de Allah e das obras do muçulmano. No Dia do Juízo Final, se as boas obras de um muçulmano superam as más e se Deus assim o quiser, ele pode ser perdoado de todos os seus pecados e em seguida entrar no paraíso. O bem que fazes anula o mal que fizeste. Se vais a uma peregrinação a Meca, acumulas um crédito enorme nos livros do Céu. Se morres como um mártir defendendo a fé, tens acesso direto ao Céu.
“Que bem farei para conseguir a vida eterna?” Marcos 10:17-27 Sabes, a vida eterna não começa apenas quando Jesus vier pela segunda vez. O estilo de vida eternal, aquela qualidade de vida com paz, satisfação, alegria, serenidade e serviço com propósito começa hoje, no aqui e agora, em antecipação da gloriosa Segunda Vinda de Jesus. Riqueza, posição e poder nunca podem trazer esta experiência, nem o poder a religião, pois este homem também era religioso e professou ter observado a lei perfeitamente desde que era criança.
E quanto ao cristianismo? O que tem Jesus a dizer sobre como podemos entrar no reino de Deus? Como podemos herdar a vida eterna? Um jovem veio a Jesus com essa preocupação. Ele veio a Jesus com a pergunta para um milhão de dólares. É uma das mais famosas e mais pun-
O encontro deste jovem, rico, bem73
-sucedido e religioso estava cheio de promessas: 1. Ele tinha vindo com a pergunta certa. 2. Ele tinha vindo com a atitude certa. 3. Ele tinha vindo até à pessoa certa. Tudo estava montado para um grande final da história.
O jovem tirou a sua calculadora, fez um cálculo rápido, e quando olhou para o que podia entregar, a Bíblia diz que seu rosto caiu. Isto ia custar-lhe demasiado. Com todo o seu desespero, com todo o seu observar dos mandamentos, com todo o amor que Jesus poderia entregar-lhe, ele saiu triste e perdido. Ele não podia colocar Jesus em primeiro lugar. Ele não podia colocar a sua vida nas mãos de Jesus. Ele não podia cantar o último hino ... “tudo a Ti entrego”. Ele saiu triste e perdido.
“Que bem farei para conseguir a vida eterna?” “O que me falta ainda?” perguntou ele. Abordando a vida eterna como o hindu, o budista e o muçulmano em termos de coisas a serem feitas, ele estava à procura de mais uma coisa para fazer. “Jesus olhou para ele e amou-o. ‘Só mais uma coisa te falta’, disse Ele” (Marcos 10: 21)
Os discípulos que tinham testemunhado este encontro estavam confusos e envolveram Jesus numa discussão. Se este rapaz que parecia ser o PRIMEIRO na fila para o reino de Deus não poderia chegar lá, quem poderá? Eles não podiam deixar de fazer a pergunta:
“CONFIA EM MIM!” A resposta de Jesus pode ser resumida num “Confia em mim”. Coloca -me em primeiro lugar na tua vida, eu não posso ser apenas “mais uma coisa” a fim de salvar-te. Construíste a tua vida na busca de riqueza, posição e ações religiosas que agora definem a tua existência e reconheceste que não está a satisfazer os anseios mais profundos do teu coração. Agora vieste até mim apenas para acrescentar mais uma coisa à tua lista de coisas a fazer. Mas precisas de buscar primeiro o reino de Deus. “Confia em mim.”
“Quem pode ser salvo?” “Jesus olhou para eles e disse: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.” E o comentário final de Jesus foi “muitos que são primeiros serão últimos, e muitos que são últimos serão primeiros”. Lembra-te desta frase, pois vamos voltar a ela. Para estabelecer esta verdade, Jesus leva-nos de volta ao Mercado Flemington, de volta ao armazém, de volta aos locais de trabalho, e dá-nos 74
uma parábola agressiva onde a entrada para o julgamento final no reino de Deus é comparado a uma cena de dia de pagamento onde o princípio humano de “mais trabalho equivale a mais dinheiro” é completamente desrespeitado, daí o título “A parábola do juiz iníquo”. Lê Mateus 20:1-2 Aqui é o encontro do rico e do pobre. O rico fazendeiro sai de manhã cedo para o mercado, onde as pessoas pobres estão reunidas à espera de ver se haverá naquele dia a comida para eles e para as suas famílias. Eles são jornaleiros à espera que lhes seja oferecido um dia de trabalho pelo salário de um dia. O rico proprietário é sábio. Ele sai cedo depois de ter feito o seu trabalho de casa e já decidiu quantos trabalhadores precisa para fazer o trabalho do dia. Ele recruta e, antes de se dirigirem para a vinha, eles entram numa espécie de negociação salarial e ele “concorda” em pagarlhes um denário pelo dia – que era um salário muito generoso para a época. São 6:00 da manhã e está fresco quando eles chegam à vinha, recolhem as cestas que amarram às suas costas – estilo mochila – e começam o dia. Três horas depois, o mestre surpreende-nos. Lê Mateus 20:3-5 É a terceira hora; são 9:00. O objetivo do mestre ao sair não é recrutar, ele tem um plano de negócios e o recru75
tamento já foi tratado. O texto diznos apenas que ele saiu e, ao fazê-lo, ele viu outros que estavam no mesmo sítio mas que não tinham sido contratados. Este mestre é diferente, ele não é impulsionado por fins lucrativos, mas é tocado pela condição dos necessitados que não têm trabalho. Bem, estes trabalhadores não têm direito ao salário de um dia inteiro e eles sabem disso e portanto desta vez não há discussão sobre o salário. “Confia em mim, vou pagar-te o que for justo”. Assim, o novo grupo parte para a vinha, sem regatear, mas apenas confiando na justiça do Mestre. Imagina que és um trabalhador árduo que negociou o seu salário e começou a trabalhar às 6:00 da manhã. O sol está no alto e começaste a suar ao subir as colinas com a cesta a ficar cada vez mais pesada. Agora vês um novo grupo de trabalhadores chegarem. O que pensas deles? Provavelmente que eles não são tão empenhados como tu. É como na igreja, estás lá ao começar a Escola Sabatina - sempre a horas. Três horas mais tarde, o mestre surpreende-nos novamente. Lê Mateus 20:5 Sexta hora: meio-dia Nona hora: 15:00 Movido pela sua preocupação e compaixão para com as pessoas necessitadas, o mestre ainda está a recrutar. Parece que a sua mente já não tem
Lê Mateus 20:6, 7 Isto é absolutamente ridículo – a décima primeira hora – um recrutamento às 17:00 para terminar às 18:00?
um plano de negócios, mas que ele é impulsionado a considerar a situação das pessoas que não têm pão para colocar na mesa à noite. Não há nenhuma menção de salários, nem por parte do mestre nem dos novos trabalhadores. Este mestre é implacável no seu desejo de satisfazer as necessidades das pessoas em detrimento de seu próprio bem-estar e ganho pessoal. Lembra-te que tu ainda és das pessoas de trabalho duro que começaram às 6:00. O que pensas daqueles que chegaram na hora do almoço e até mesmo às 15:00? Isso é ridículo, não é? Aqueles que chegam ao meiodia são aqueles que só vêm à igreja para a segunda parte – para o Culto Solene. Os das 15:00 chegam mesmo em cima do começo do sermão, sem introduções. O que achas tu dessas pessoas? Como se não tivéssemos tido surpresas suficientes!! Isto agora está a ficar ridículo.
Agora o mestre incita-os numa conversa: ele quer saber por que eles estiveram ali “o dia todo” sem fazer nada. O mestre deve tê-los visto logo pela manhã; e cada vez que ele voltou, eles ainda estavam lá, e às 17:00 também. A resposta deles foi muito reveladora: “Ninguém nos contratou”. Eles não eram empregáveis, não valiam nada aos olhos de cada possível empregador que veio ao mercado. Eles tinham uma coisa a seu favor: não desistiram, ainda procuram as suas hipóteses àquela hora ridícula. Aquele foi o cenário perfeito para este mestre especial que tinha sido cheio de surpresas durante todo o dia. O mestre generoso tinha um jeito de aparecer quando as pessoas mais dele precisavam, quando as coisas estavam prestes a desmoronar, e as76
sim o novo grupo de trabalhadores também é convidado a ir para a vinha. Estes são aqueles que vêm para o último hino e para o almoço de confraternização. O que pensas tu deles? Quando chegam à vinha, são orientados e pegam nas suas cestas – mas é o final do dia e o sino toca. É o fim do dia de trabalho e agora é hora de pagar.
Mesmo agora, o mestre não terminou de nos surpreender Lê Mateus 20:8 Todos estão alinhados, os trabalhadores mais duros à frente na fila, é claro. Mas o mestre instrui o encarregado de reorganizar a fila. “Será que aqueles que começaram a trabalhar às 6:00 irão para a parte de trás da fila e aqueles que apenas chegaram agora virão para a frente?”. O mestre está a reorganizar a linha de tal forma que o que está prestes a acontecer vai ser visível e evidente para todos. Esta distribuição de salários, este veredito, este juízo final se quiserem, vão ficar claros para que todos os que testemunham e contemplam. Obviamente as pessoas que trabalharam no duro não estão muito satisfeitas, mas elas argumentam entre si que o mestre não quer constranger aqueles que acabaram de chegar, pois eles só vão receber alguns trocados e ficarão invejosos quando virem os 77
que trabalharam no duro receberem o salário de um dia inteiro.
Mais surpresas do mestre Lê Mateus 20:9 Os trabalhadores que acabaram de chegar recebem o salário de um dia inteiro. Eles estão confusos e provavelmente começam a desaparecer muito rapidamente, a pensar que o patrão deve ter cometido um erro. As pessoas que trabalharam arduamente desde a manhã estão a rir deles, pensando que eles estão a fugir do embaraço que é a insignificância do seu salário e perguntam: “Quanto ganhaste?” O primeiro não se atreve a responder, o segundo mostra apenas um dedo, os que trabalharam a sério estão a rir-se imenso e perguntam: “um pondion?” (um pondion são doze avos de um denário), mas a resposta vem de volta: “Não, um denário.” “Um denário? Um denário por uma hora de trabalho?” Imediatamente começam a recalcular os seus salários. Se uma hora é igual a um denário, então 12 horas é igual a doze denários. A festa já começou na vinha: eles estão a fazer planos para novas sandálias, novas túnicas e férias em família. Lê Mateus 20:10a Mas o resto do versículo traz a primeira surpresa desagradável da história.
Lê Mateus 20:10b-12. Não sei se estás a ver, mas quando o encarregado coloca um denário na mão do trabalhador árduo e diz “Próximo”, ninguém se mexe. Eles começam a resmungar que nem trovões e chamam o mestre. Como o senhor ousa fazer uma coisa destas? Como ousa tratar as pessoas que trabalharam arduamente como nós, da mesma maneira que tratou os preguiçosos que só trabalharam durante uma hora. Isso é tão ofensivo e injusto.
Lembras-te desta frase? O jovem príncipe viu-se como o PRIMEIRO, acaba EM ÚLTIMO. Os trabalhadores das 17:00 viram-se como ÚLTIMOS, acabam em PRIMEIRO. O que é isto? O que farias se fosses uma daquelas pessoas que trabalharam a sério na vinha naquele dia? O que faria eu? O que eu fiz para no Mercado Flemington? Esta história é uma pedra de tropeço para o nosso senso de justiça. É verdadeiramente escandaloso.
Lê Mateus 20:13-16 “Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço injustiça; não ajustaste comigo um denário? Toma o que é teu, e vai-te; eu quero dar a este último tanto como a ti. Não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom? Assim os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos.”
Como regra geral nas parábolas, o rei, o mestre, o proprietário é sempre o próprio Jesus. Então a pergunta é: “Deus é injusto?” QUAL É A LIÇÃO DA HISTÓRIA? A chave para a história é encontrada na introdução da parábola:
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“Porque o reino dos céus é semelhante a...” Esta história não é sobre trabalho real e pagamento real, é sobre a entrada no reino de Deus hoje e o juízo de Deus no tempo do fim. A entrada no reino de Deus não é sobre o quão bom tu és e quantas boas obras fizeste, porque ela é um dom de Deus. Esta é a forma de Deus conceder vida eterna. A eternidade é um dom de Deus a todos os filhos indignos da raça humana. A graça, a maravilhosa graça de Deus, é a lição desta história. Todos são igualmente imerecedores de tão grande soma, como de um denário por dia. Ela é dada pela generosidade do Mestre àqueles que percebem que não trazem nada à mesa de negociações da salvação, exceto a sua profunda consciência da necessidade da graça de Deus. Isto é mais facilmente aceite por aqueles que ainda estão no mercado às 17:00 e têm um noção muita clara da falta de “empregabilidade”. Porque todos nós pecamos e estamos destituídos da glória de Deus. Nesse sentido, Deus é injusto quando se trata de vida eterna. Se ser justo significa dar-nos ou tratar-nos como merecemos, como seria se Deus lidasse connosco de acordo com as nossas: Promessas não cumpridas? Dureza de coração? Insensibilidade para com as necessidades dos outros? 79
O nosso preconceito? O nosso orgulho? Pensamentos e motivos impuros? A nossa inveja e ciúme? SIM – Deus é injusto e devemos nos alegrar de que Ele é injusto! Pois Ele não nos trata como nós merecemos. Salmos 103:8-13 Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade. Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos recompensou segundo as nossas iniquidades. Pois assim como o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem. Assim como está longe o oriente do ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões. Assim como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem. Isaías 53:5, 6: Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
Efésios 2:8-9: Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; Desejado de Todas as Nações, pág 25: “Cristo foi tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o tratamento a que Ele tinha direito. Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que fôssemos justificados por Sua justiça, na qual não tínhamos parte. Sofreu a morte que nos cabia, para que recebêssemos a vida que a Ele pertencia. “Pelas Suas pisaduras fomos sarados.”
fiar nele. “Mas, a todos quantos o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus” - João 1:12-13. O resultado é uma transformação espiritual pelo Espírito Santo. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação” - II Coríntios 5:17-19. “E dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho” - Marcos 1:14,15.
Todos nós pecamos. Estamos espiritualmente falidos. Cristo morreu como nosso substituto. Devemos acreditar, admitir isso; aceitar e con-
Conta-se da história de Blondin, o equilibrista francês que caminhava na corda bamba, que anunciou que
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iria esticar um cabo através da cataratas do Niágara desde o lado canadiano até ao lado dos Estados Unidos e atravessar. Grandes multidões e a imprensa juntaram-se em ambos os lados. Quando Blondin terminou a sua primeira travessia a multidão aplaudiu e gritou e declarou-o o maior. Então Blondin levou uma bicicleta de impulso especial com sulcos nos pneus e pedalou através da corda. Mais uma vez a multidão ficou em êxtase e gritava pelo seu nome. Então Blondin levou um carrinho de mão e empurrou-o por cima das cataratas, e desta vez a multidão foi à loucura e disse que não havia nada que ele não pudesse fazer. Então Blondin silenciou a multidão e perguntou se eles achavam que ele poderia atravessar Niagara com alguém sentado no carrinho de mão. Todos eles gritaram que não havia dúvida de que ele poderia fazê-lo. Então Blondin pediu um voluntário. Houve silêncio no meio da multidão, mas não houve quem quisesse. Na pessoa de Jesus, o reino de Deus veio até nós e está ao alcance da mão. Jesus diz a cada um de nós: “Ele está ao nosso alcance – arrepende-te e 81
acredita – vou levar-te para o outro lado. Eu ofereço-te graça, perdão e um novo tipo de vida com propósito no presente e, como teu Advogado no julgamento final, um reino eterno glorioso quando eu voltar em breve para levar o meu povo para o lar.”
A Grande Esperança Letra e Música: Wallace Lourenço
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2014 CALENDÁRIO J.A. 28 FEV - 4 MAR | Convenção Nacional J.A. /GAM 8-15 MAR | Semana de Oração de Jovens (S.O.J.A.) 15 MAR | Dia Global da JA em Missão 17-20 ABR | Acampamentos Regionais 8-13 JUN | Semana de Formação JA para Pastores Escola de Formação JA (Nível III) | 7 e 8 JUN (Norte e Centro) | 14 e 15 JUN (Lisboa e Alentejo/Algarve) Assembleias JA Regionais | 22 JUN (Norte/Centro/Lisboa) | 29 JUN (Alentejo/Algarve) 4-6 JUL | Acampamento de Estudo e Oração Acampamentos Nacionais | Rebentos: 11-13 JUL | Tições: 20-27 JUL | Companheiros: 28 JUL - 7 AGO | Desbravadores: 10-20 AGO | Impacto: 21-31 AGO 1 - 7 SET | Abraçar O Mundo 4 e 5 OUT | Conselho Nacional JA Escola de Formação JA (Nível IV) | 25 e 26 OUT (Norte e Centro) | 6-8 DEZ (Alentejo/Algarve) 84