A UNIÃO ESPECIAL
João Pessoa, Paraíba - SEXTA-FEIRA, 25 de dezembro de 2015
NATAL E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados Um anjo do Senhor a José. (Mateus 1:21)
FOTO: Ortilo Antônio
Solidariedade
FOTO: Teresa Duarte
Fantasia
Celebração
Transformando vidas pelo voluntariado
Um sonho apenas: ser o Papai Noel
Como festejam os nascidos no dia 25
Eles fizeram da caridade e da doação um lema de vida e, no Natal, reforçam ações para não desamparar quem mais precisa de cuidados. PÁGINA 2
Apesar da infância marcada por pobreza e desamparo, Sérgio não deixou a fantasia morrer e transformou um sonho de criança em profissão. PÁGINA 3
Fazer aniversário no dia de Natal requer um pouco de jogo de cintura, mas nada que o bom humor e o apoio da família não resolvam. PÁGINA 4
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A UNIÃO
João Pessoa, Paraíba - SEXTA-FEIRA, 25 de dezembro de 2015
FOTO: Edson Matos
Vestida como a palhaça BomTeVer, há 14 anos Lurdinha Silva leva alegria aos pacientes que lutam contra o câncer no Hospital Laureano: “Foi o amor que me trouxe aqui e por amor eu continuo aqui”
além do ESPÍRITO NATALINO
Solidariedade como missão de vida O bem-estar do próximo é prioridade para quem escolheu o caminho do voluntariado Dani Fechine Especial para A União
A época natalina parece acordar nos cidadãos o desejo de prestar solidariedade. É o momento em que orfanatos, asilos e moradores de rua recebem um pouco da atenção que merecem. Bom seria se essa sensação contagiasse sem época do ano definida. Mas existem personagens que colocam o outro como lema da própria vida. Pessoas assim são chamadas de voluntários, muitas vezes. Mas, por alguns, são chamadas até de anjo. Para elas, solidariedade é uma prática realizada o ano inteiro. “Dai de graça o que de graça recebe”, foi como Lurdinha, a palhaça BomTeVer, definiu a palavra. BomTeVer assume a sua identidade de palhaço todos os dias quando sai de Rio Tinto para fazer a alegria de pessoas que lutam diariamente pela cura do câncer. Não sabe dizer por
qual motivo foi parar no Hospital Laureano como voluntária, há 14 anos, mas dá uma explicação que a faz crer em sua missão. “Deus não escolhe os capacitados, ele capacita os escolhidos. Comecei guiada pela caridade, solidariedade, foi o amor que me
“O coração é o mesmo. Aonde eu vou, vai o coração de Lurdinha BomTeVer. A diferença é só o nome, porque o coração é o mesmo” Lurdinha Silva Palhaça BomTeVer
Como um importante difusor da música na Paraíba, o cantor Escurinho acredita que solidariedade é poder ser justo com as pessoas. É dividir conhecimento, dividir tempo, dividir o que você conseguiu e entender o sentimento das pessoas. “É muito importante discutir a solidariedade,
trouxe aqui e por amor eu continuo aqui”. Solidariedade, para BomTeVer, é doar o que está faltando. Ajudar. Tudo que você dá para alguém que está precisando, seja amor, carinho, bens materiais, você está praticando a solidariedade. “Não há dinheiro que pague. E ser palhaço é ter amor, caridade, é abraçar sem ironia, dar conforto, consolo e alegria. Palhaço é sinônimo de solidariedade”. Com o rosto pintado de cores alegres, BomTeVer se divide em tarefas que contribuem com todo o hospital. Entre a pediatria e o ambulatório, a palhaça corta cabelos dos pacientes, faz campanhas para contribuir com o Napoleão Laureano e está sempre à disposição para resolver qualquer problema. Fora do Hospital Napoleão Laureano, BomTeVer se chama Lurdinha Silva, é radialista em Rio Tinto, conselheira tutelar e abriga em sua casa 23 cadelas abandonadas e maltratadas pela pior raça: a desumana. Lurdinha também reabriu os Alcoólicos Anônimos na sua cidade. “Busco na vida ser útil, ajudar, quero ser uma pessoa melhor no mundo e poder ajudar realmente quem precisa”. porque se encaixa muito ao cooperativismo, coletivismo, que é o que a sociedade busca seguir. As pessoas não conseguem mais somar para seguir”, disse. Para o cantor, solidariedade é o caminho do entendimento. Discutir a necessidade de agir com gentileza já é um bom caminho.
“Perceber o valor da vida é uma inspiração” A história de solidariedade de Maria Eunice Cabral e Wagner Cunha também tem a sua beleza encantadora. Em forma de homenagem póstuma, os estudantes de 24 anos transformaram a morte numa campanha em prol da vida. O projeto se chama “Eu Amo Vida” e existe desde 2012, quando a primeira ação social aconteceu. Trata-se de um evento que acontece anualmente, com início na cidade de Mamanguape. Hoje o dia de solidariedade já acontece também em Rio Tinto e no próximo ano irá abranger Baía da Traição e Itapororoca. O foco principal do evento é a doação de sangue, realizado em parceria com o Hemocentro da Paraíba. A iniciativa do projeto surgiu quando uma grande amiga dos dois coordenadores perdeu a vida para o câncer. Com 19 anos, Lorena Larry deixou saudade e inspiração. Participa do evento apenas quem adquire a camisa. No primeiro ano, foram 80 camisas vendidas. Maria Eunice conta que já foram vendidas cerca de 1,2 mil, somando o evento de Mamanguape e Rio Tinto. “Recebemos o hemocentro, organizamos quem quer doar sangue e depois disso a gente sai de porta em porta para arrecadar alimento, dividindo em equipes. À tarde, fazemos uma progra-
mação mais leve, uma programação alternativa. Ano passado fizemos um ensaio fotográfico com uma moça que tinha câncer, custeamos tudo”, explica Maria Eunice. O projeto se baseia em um tripé de solidariedade: doação de sangue, arrecadação de alimento e de fraldas geriátricas. No primeiro ano do evento, 32 bolsas de sangues foram coletadas. Na edição de 2014, com o dinheiro que restou da venda das camisas o projeto realizou ações no Dia das Crianças e um café da manhã no final do ano no Hospital Napoleão Laureano. O slogan do projeto é uma frase de Tomás de Aquino, que diz que “o amor é a alegria pelo bem e amar significa querer fazer bem a alguém”. Para Maria Eunice, solidariedade é isso. É perceber o outro, perceber as necessidades do outro e conseguir fazer bem ao outro. Uma prioridade de vida. É realização pela memória de Lorena e pela ideia de ajudar as pessoas. “Quando a gente percebeu que a vida era preciosa e muito breve criamos o ‘eu amo vida’. Perceber o valor da vida é uma inspiração. No nosso caso, aconteceu quando perdemos a vida de alguém, mas não é necessário acontecer isso com todo mundo. Vida de gente tem valor”, finalizou.
Na sociologia Para o sociólogo Flávio Lúcio Vieira, vivemos atualmente em tempos mais sombrios do que antes, onde o desrespeito à dignidade humana predomina junto ao individualismo, principalmente quando banalizamos os atos mais sórdidos da miséria humana. “A solidariedade é, antes de tudo, um valor civilizatório numa sociedade que é marcada pelas diferenças individuais e sociais. Nosso grande dilema talvez seja esse: como fazer prevalecer a solidariedade num mundo que valoriza mais que tudo o individualismo?”, relatou. De acordo com Flávio Lúcio, o melhor dos valores professados por Cristo foi esquecido por uma parte dos cristãos e
entre esses valores está a solidariedade. Na sociologia, o conceito de solidariedade foi empregado por um dos seus fundadores, Émile Durkheim, para explicar como é possível a sociedade existir e manter-se de maneira coesa, sem se autodestruir em razão de suas diferenças individuais e sociais. “A chave para o entendimento da sociedade moderna, cada vez mais fragmentada e individualista, é a divisão do trabalho que se desenvolve cada vez mais
com o capitalismo, com as novas funções sociais que surgem a cada dia. É o que ele chama de solidariedade orgânica”, disse Flavio Lúcio. “Não se trata de uma questão de ordem moral ou política, mas um dado social objetivo”, completou.
Nosso grande dilema talvez seja esse: como fazer prevalecer a solidariedade num mundo que valoriza mais que tudo o individualismo?” Flávio Lúcio Vieira Sociólogo
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várias crenças, uma certeza
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Compaixão acima das diferenças Para entrevistados, doação e respeito são o caminho para uma sociedade mais justa Dani Fechine Especial para A União
Jesus é visto pelos cristãos como um verdadeiro símbolo de solidariedade, mas mesmo aqueles que não acreditam em Deus e também os que o professam com outro nome e outra crença também pregam a compaixão como importante atitude de ajudar o próximo. “Jesus fez muito mais do que solidariedade, porque ele deu a sua própria vida em prol da vida eterna. A solidariedade é uma atitu-
de cristã, é uma necessidade social, cultural, educacional, familiar”, explica o pastor Misael. Ele multiplicou o pão, trouxe de volta a visão de cegos, acalmou tempestade e, para o pastor, só faz isso quem crê na vida. O padre Sérgio José compartilha da mesma declaração e acrescenta que solidariedade significa dar de si mesmo para ajudar o outro. “Jesus é esse modelo, ele veio para trazer a vida para os outros. É modelo de doação, de entrega, de serviço”, afirmou. Ele ainda completa que Jesus praticou a solidariedade indo ao encontro dos que mais precisavam, os excluídos, sem preconceito, sem discriminação. “Solidariedade é se colocar na posição do outro.
Aquilo que quero pra mim, coloco para o outro em primeiro lugar. Ele abriu a porta para todas as pessoas e foi também em busca delas”, concordou o pastor Misael. No Islam ou para os muçulmanos, a solidariedade é algo muito vivo. “Nenhum muçulmano é muçulmano enquanto não deseja para o próximo o que deseja a si mesmo”, disse a muçulmana Sabrina Domingos. “Os muçulmanos são como tijolos, uns apoiam os outros. No Islam existe algo chamado Zakat, que é a caridade obrigatória”, completou. Isso significa que todo muçulmano deve pagar uma quantia de 2,5% da renda excedente anualmente para as pessoas necessitadas. Para Sabri-
na, essa ação também é uma forma de solidariedade. Já para Tomaz Passamani, que é ateu, solidariedade tem a ver com ajuda mútua e empatia – a capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa. “Por respeito e consideração, conseguir imaginar o que a outra pessoa está vivendo, ficar junto dela ou passar por algo junto com ela. Solidariedade também é isso”, relatou. “O Jesus de ‘amar ao próximo como a si mesmo’ pode ser sim um símbolo de solidariedade. O cristianismo criado depois do mito é que sofreu distorções. Acredito que a gentileza das pessoas seria uma maneira de expressar solidariedade na sociedade”, completou.
Símbolos natalinos e seus significados
n Papai Noel - representa o bom velhinho que dá presentes para as crianças no dia de Natal.
FOTO: Teresa Duarte
n Arvore - na tradição cristã, simboliza vida, paz, esperança e alegria.
n Presépio - simboliza o momento e o ambiente em que Jesus Cristo nasceu.
Sérgio foi um menino pobre que sonhava com um Natal alegre em família e decidiu “incorporar” a figura do Papai Noel para levar alegria às crianças
Quando um sonho supera todos os desafios Teresa Duarte
teresaduarte2@hotmail.com
Hoje é Natal e nada melhor que uma matéria feita especialmente com o Papai Noel para encher nossos corações de amor e esperança. Porém, levar esses itens essenciais para se tornar um adulto feliz, enchendo os corações e estampando o sorriso no rosto das crianças, não é uma tarefa fácil de realizar nos dias atuais. Esse é o grande desafio de J. Sérgio, que atua há 19 anos representando o personagem do bom velhinho. Uma função que enche seu coração de amor e o conforta quando lembra da infância sofrida sem saber o que podia ser desfrutado com a magia natalina. Ele conta que a vontade de representar Papai Noel nasceu em seu coração de uma necessidade quando criança, “eu fui um menino pobre criado pelos meus avôs e o único contato com o bom velhinho era através de revistas e cartões de Natal jogados no lixo e eu gostava da figura”. Segundo J. Sérgio, todo ano ele recolhia cartões e enfeitava a árvore de Natal da sua casa, que era feita de gravetos, porque não tinha condições financeiras. Mesmo com esse improviso, o seu Natal continuava triste porque todas as crianças comemoravam a data em família e ele sequer conhecia os pais. “O dia mais importante do ano era um martírio para mim e sempre na noite do Natal eu me isolava, chorava bastante e pedia a Deus que me ajudasse a superar aquele trauma”.
O tempo passou, mas o desejo de infância de querer ser, um dia, Papai Noel não. O seu pensamento era de levar às crianças a alegria que ele não teve quando menino. Ele cresceu, casou e teve filhos, trabalhou como metalúrgico, dedetizador e, por último, foi oficial de justiça. Em 1996, decidiu finalmente pedir exoneração para concretizar o sonho de se tornar o bom velhinho e fazer o trabalho do Papai Noel todos os anos durante os festejos natalinos. O mais interessante é que o Papai Noel é convidado para as festas dos adultos em uma proporção em torno de 49% com relação aos eventos que faz para as crianças. “Eu sou muito requisitado para confraternizações,
“O dia mais importante do ano era um martírio para mim e sempre na noite do Natal eu me isolava, chorava bastante e pedia a Deus que me ajudasse a superar aquele trauma”
jantares, encontro social, a exemplo da Nut Di Noel, festa realizada para adultos, bem como o almoço ou jantar realizado pela Fiep com a imprensa de Campina Grande e João Pessoa”, destacou. Interpretar o bom velhinho traz muitas emoções. Certa vez, quando atuava na confraternização de um condomínio de Campina Grande, foi surpreendido por duas crianças, que, após terem recebido os presentes estavam em um cantinho desoladas e tristes. “Chamei-as e perguntei, ‘porque vocês estão tristes’? Elas disseram: ‘Papai Noel nós não queremos brinquedos, queremos que nossos pais voltem a viver juntos, pois eles se separaram’”, contou. Outro fato que lhe chamou atenção ocorreu em João Pessoa quanto estava em um shopping da cidade e todos os dias percebia que duas senhoras estavam ali, todas as tardes apreciando a sua apresentação. Na verdade a satisfação em interpretar o personagem e trazer o encanto do Natal ainda é um pouco interrompida por conta da descrença das pessoas. É com esse pensamento que ele deixa uma mensagem, “o problema é que os adultos de hoje tem uma insistência meio que maluca de querer mostrar para seus filhos a realidade dos fatos antes do ciclo natural da vida, tirando o direito deles em viver seu mundo de fantasias. Pensem nisso, papai e mamãe, pois a realidade da vida não é tão boa quanto imaginamos, e a melhor fase da vida do ser humano é a infância e a adolescência”.
n Anjos - Mensageiros de Deus. São sinal de que “os Céus se abriram e Deus visitou o seu povo”.
n Reis Magos - Foram homens que, guiados por uma estrela, saíram do Oriente e viajaram até Belém para visitar e adorar Jesus.
n Estrela - guiou os três reis magos até o local de nascimento do menino Jesus.
n Sinos - representa o anúncio para a humanidade do nascimento de Jesus, o Salvador dos cristãos.
n Guirlanda - usada como enfeite nas portas de entrada das residências na época do Natal.
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comemoração dupla
Eles também nasceram no dia 25 Aniversariantes do Natal brincam com a coincidência de datas
FOTOS: Arquivo pessoal
Janielle Ventura Especial para A União
Família reunida, porém amigos viajando. Esse é o maior dilema de alguém que nasce no Dia de Natal. Filipe Vieira, 22 anos, não gosta do seu aniversário por nunca ter conseguido reunir seus amigos nesse dia. Para Natalino Macena, 23 anos, é diferente. Ele ama e usa isso como motivo para muita festa, rindo das piadinhas de que seu nome deveria ser Jesus. As piadas surgiram para Natalino devido ao nome dos seus pais, Maria Macena e José Costa. “O pessoal sempre fala que meu nome deveria ser Emanuel (significa Deus conosco), ou Jesus, já que os pais Dele se chamavam Maria e José, além de ser o dia em que Ele nasceu”, contou sorridente ao lembrar-se dos amigos. Filipe faz graduação de Engenharia mecânica e Natalino cursa o técnico em radiologia, com ambição em cursar jornalismo em breve. Ao ver suas vidas em uma direção promissora, suas mães sentem orgulho ao ver os homens que se tornaram. Para Carmem Vieira e Maria Macena, eles são seus maiores presentes de natal. O sentimento mostra-se recíproco quando perguntados o que sentiam por suas mães. Os dois de imediato respondem que não saberiam viver sem elas e que é reconfortante saber que estão orgulhosas. “Ela é tudo para mim”, afirmaram.
Nascimento Quando Carmem Vieira tinha 31 anos, nascia Filipe. Nessa época, a família morava em Ribeirão Preto, São Paulo. Nos cálculos do médico, ele só nasceria no dia 6 de janeiro de 1994, entretanto, na véspera de Natal ela começou a sentir dores. “Não queria ir ao
Filipe (ao lado, acompanhado da mãe, Carmem) afirma não gostar do próprio aniversário; Natalino (acima), entretanto, faz questão de organizar a festa todos os anos
hospital porque achava que não era hora. Ele acabou nascendo na tarde do dia seguinte”, explicou. Já no hospital, ela sentia o que estava acontecendo. Ao lembrar-se da data, Carmem ri porque nos corredores do hospital ela já
“Fiquei muito feliz porque é o dia do nascimento do menino Jesus. Quando o trouxeram e o colocaram deitado na minha barriga, fiquei radiante. Era um dia muito especial”
dizia que Filipe estava nascendo, enquanto as enfermeiras corriam para levá-la ao centro cirúrgico. Foi um daqueles típicos momentos em que na hora é desespero, mas depois é alegria. Ela tem dois filhos e Filipe é o mais novo. No parto do seu primeiro filho, Caio Vieira, ela diz que sofreu muito. Além de ter passado por um ano conturbado devido à perda da sua mãe e da sua sogra. Carmem era inexperiente e estava sozinha. “No parto de Filipe foi fácil e rápido. Se ele tivesse nascido primeiro eu teria uns cinco filhos”, brincou. No caso de Maria Macena, ela também não esperava que Natalino escolhesse um dia tão especial para nascer. Os cálculos marcavam a data para o dia 14 de dezembro. Ansiosa pelo dia que parecia não chegar resolveu focar na ceia. Na véspera de Natal arrumou a casa, preparou a comida e às 23h, ao sentar-se na cama, a bolsa estourou.
Entre amigos
Festas prolongadas e alegria garantida Já que são duas datas muito importantes para comemorar, a festa começa cedo para os dois aniversariantes. Como os amigos nunca têm hora certa para aparecer, Filipe começa no dia 24 e geralmente acaba a festa no dia 25, à noite. Com exceção do ano passado, quando a festa acabou no dia 26. Com Natalino, é comemorada a ceia e a festa ao mesmo tempo. Tudo começa na véspera, atravessando a madrugada do dia 25. Não há como fugir. A programação é certa todos os anos e a família se reúne para festejar. “Ele acabou unindo a família, porque minhas irmãs vêm para minha casa e o irmão dele, que mora no Rio de Janeiro, também passa essa data conos-
Programação
co”, comentou Carmem. O aniversário que Natalino mais gostou foi o de 20 anos que aconteceu em 2012. A festa foi temática no estilo “Black & White” e foi quando conheceu sua esposa. Todos estavam tão elétricos e animados que quase esqueciam de cantar o parabéns, que acabou sendo cantado às 4h do Dia de Natal. Este ano, a programação para eles será a mesma de todos os anos, com ceia, festa e amigo secreto. Entretanto, na casa de Natalino será uma comemoração tripla. Isso porque será seu aniversário de 23 anos, aniversário de casamento de 27 anos dos seus pais e três anos de quando conheceu sua amada esposa.
FOTO: Rafael Passos/Secom-PB
Criatividade para garantir a surpresa Falando de presentes, essa parte é muito boa para os dois sortudos. Natalino logo se expressa dizendo que é a melhor época para ganhar presente devido às brincadeiras de fim de ano, como amigo secreto, além do seu aniversário e do Natal. Filipe, ganha um presente pelas duas datas, porém, este tem uma qualidade bem maior. No fim das contas, o melhor presente que eles recebem é o carinho e o amor, tanto dos amigos quanto dos familiares. Essa parte, eles garantem que não tem preço. Alegria de uma festa surpresa Nascer no Dia de Natal pode não ser uma coisa tão legal assim. As confusões com as datas e a ausência dos amigos deixam o dia meio comum para Filipe. “Unir a família é muito importante, mas é ruim não conseguir chamar meus amigos. Na verdade, não gosto do meu aniversário”, explicou. Sabendo disso, sua mãe decidiu lhe fazer uma surpresa. Quando criança, sua mãe queria fazer
“Eu chorei e lembro que gostei bastante. Nesse dia, eu saí com minha tia e quando cheguei estava todo mundo lá me esperando. Família e amigos. Nunca imaginei aquilo. Realmente foi o melhor”, conta Filipe Vieira. festas de aniversário e ele se mostrava contra. Sabia que seus amigos não poderiam participar, e isso o deixava triste. Então, um mês antes, Carmem resolveu fazer um aniversário antecipado para que Filipe soubesse aproveitar esse dia tão especial. Sem saber de nada, ele até ajudou na decoração da própria festa. O tema era “Homem-Aranha”. A data foi escolhida com antecedência para que os amigos dele pudessem festejar, aumentando sua alegria e surpresa. Para não desconfiar de nada, Carmem lhe disse que as lembrancinhas eram para outra pessoa.
Celebrações e concerto marcam a noite de Natal Teresa Duarte
teresaduarte2@hotmail.com
A noite de Natal em João Pessoa será embalada com belas melodias e a população terá opções em duas localidades. No Centro da cidade acontece a tradicional celebração do culto especial de Natal da Primeira Igreja Batista e, no Busto de Tamandaré, final da Avenida Epitácio Pessoa, a Prefeitura Municipal de João Pessoa, por meio da sua Fundação Cultural (Funjope), realizará o Concerto de Natal 2015. Na Primeira Igreja Batista o culto especial do Natal será realizado ao ar livre, às 19h. A celebração acontece todos os anos ao lado do templo central da Igreja Batista, sempre ministrada pelo pastor Estevam Fernandes de Oliveira, reu-
nindo, além de membros da igreja, centenas de cristãos de toda a cidade, “estamos prontos para receber os fiéis e o convite se estende para os evangélicos e não evangélicos, porque essa é uma data para celebrar a vida”, ressalta o reverendo. Na orla de João Pessoa, entre as praias do Cabo Branco e Tambaú, a noite natalina será embalada pela instrumentalidade angelical da Orquestra Infantojuvenil de Cordas do projeto Ação Social pela Música do Brasil (ASMB), sob a regência do maestro Hector Rossi, abrindo o Concerto de Natal 2015 às 19h. Em seguida, a Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa (OSMJP) assume o palco, Sob a regência do maestro argentino Gustavo de Paco, tocando clássicos do repertório tradicional de diversos países.