Grande Circular Junho de 2012

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JORNAL LABORATÓRIO

Fortaleza, Junho de 2012

CENTRO DE FORTALEZA O retrato da vida de quem mora na rua ENADE Você sabe porque é tão importante? PEX O Programa de Experiências em detalhes

SEMANA DA COMUNICAÇÃO O bom humor na comunicação TAMANHO GG A moda plus size em Fortaleza VIDA NO CÁRCERE A história dos que já nascem na cadeia

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AGOSTO 2012

EDITORIAL Ideliquatione aut unt. Molent ut haritis ent omnistios vercim hitatia doluptibus sapelita aditemquo tem doluptisque vellore mperis venem et haria et, sant oditi si di rectur sit ab id que pa volluptaspe veratiatent. Cae se con res rerae soluptas eum quia sit quas el et escient volor acepera simin et quia cones net vendant de dollandentia consequi des excea derempor ad mod ut ut ex eliaeperia aut minciam, cus destiuria coreris con cusdam qui ut elis sus. Omnisimint vendita que ex et et quunt fuga. Neque cum quide excepratur aut quo vit am nonsendem im suntotas vene sequunt. Ibus, odia eos doluptatus non commole nditioribero bearum sandandae eos ini apeditium que nonem eos et licae optataturem rerum imporrum fugiate vel illo de evendam el endi omnimpe liquis natiorero id mos dem sequuntium re estionsequas res acipsa nissuntur? Ectatus sequiandae perspiet aborrum ipsandae dolupta is volupta tioribe ariant es nobit, non nos que et molestiis ius, as molupta nos apedisim dolorepelit, sa dusandae illaccum ressect asperspiet veritec tibus, optiiscid qui aut optate pori oditium quo idio cus eario eossequi te errum quae ad quatus et, simolenditis nihil exceres ciumqui omniendi ut ad ma quis as es molest lam sunti dolupta volesciet liquas minusae et faciumq uassequae

EXPEDIENTE Jornal laboratório do Curso de Jornalismo da Fanor- Faculdades Nordeste-Devry Brasil. PRESIDENTE Carlos Alberto Guerra Filgueiras DIREÇÃO GERAL Lourenço Rodrigues da Mata Filho COORDENAÇÃO ACADÊMICA Christianne Melo de Leopoldino

FABIO LIMA

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Dest, sus quatias ea nonsequ atibus et possitatia deliquat evercillabo

O ladrão e a sombra rosa A crônica de uma tentativa de assalto fashion TEXTO: SAMARA VERAS ILUSTRAÇÃO: SOLON FILHO

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em certas coisas que acontece na vida da gente que nem mesmo a gente entende, não é verdade? Tem muita gente nesse mundo sem noção das coisas e das atitudes. Até os ladrões estão virando consultores de moda, sabia?! Nem eu acreditei. Estava eu na minha rotina a acordar praticamente às cinco da manhã em pleno sábado, tomando café (quase dormindo) pra ver se acordava, e eu a organizar minha bolsa (na verdade um mundo) em apenas 10 minutos para ir ao trabalho. Organizei tudo, dicionário, que sempre carrego, íblia, mp5, carregador, celular, maquiagem..., e muitas outras coisas que toda mulher não larga jamais. Aproveitei para passar um batom e uma sombra rosa clara só pra disfarçar a cara amassada em plena manhã. Eu ia pegar o mesmo caminho para pegar o busão de todos os dias, mas acabei mudando o itinerário pra economizar tempo. só tinha um porém: a rua era esquisita pra caramba, isso era!

COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES ACADÊMICAS DA COMUNICAÇÃO Morgana Bavaresco COORDENAÇÃO EDITORIAL Jornalista/Professor Pedro Rocha

Passei por ele, que estava perto de um poste, e mesmo assim escutei uma voz:

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Professora Aurileide Alves Edição vinculada às disciplinas de Redação Para Gêneros Jornalísticos, Redação Jornalística para Meios Impressos e Fotojornalismo.

-Ei menina, para aí agora! Eu fiquei de costa pra ele como estava, quem é que tem força nas pernas nessa horas, não é mesmo? -Olha aqui pra mim!

REPORTAGENS Carol Vasconcelos, Rayana Moreira, Ana Cássia Alves, Samara Veras.

-Você não tem vergonha na cara, não é? Paralisei nesse momento e fiz umas das minhas mais caras estranhas que tenho e continuei olhando para ele. Ele continuou gritando: ―-Você não tem vergonha, não é? Sair uma hora dessas com uma sombra rosa? -Hã? O que!? (Quase não acreditei) -Isso mesmo, tá fora de moda e não estamos no Carnaval. Tira esse coisa cor feia aí! Era só o que me faltava, eu pensei! Em plena seis horas da manhã escutei isso! (Fiquei peia da vida)

Fui seguindo na rua tranquilamente, então vi o cara meio estranho, tava meio drogado e falando ao celular, dizendo que a barra tava limpa e que a parada tinha dado certo. Eu sou morena e nessa hora fiquei branca, azul, rosa, verde e mesmo assim continuei andando querendo disfarçar o meu 99% de medo naquele momento, mas apressei meus passos – quer dizer, estava quase correndo.

COORDENAÇÃO ACADÊMICA DE JORNALISMO Alyne Virino Ricarte

disfarcei o medo e olhei para ele e disse: “Oi moço!” (tentando ser gentil). Nesse momento, ele começou a gritar desesperadamente.

Eu pensei: tô lascada, além de ser assaltada, o ladrão ainda quer apreciar minha beleza! Parei,

Nesse exato momento, não foi ele quem gritou, não, fui eu mesma: disse que me poupasse com seus comentários e que a minha sombra rosa eu não iria tirá-la do meu rosto, não! Ele permaneceu resmungando da cor e eu de suas palavras. Segui meu caminho para o trabalho e ele, acredito, deve ter terminado seu dia criticando as maquiagens, as cores de sapatos e os vestidos de todas as mulheres que passaram naquela rua. Eu confesso que já vi de tudo, mas essa de ladrão dando dicas de maquiagem foi a primeira vez! É bem certo que ladrões estão mudando de cara e de estratégias. Enquanto isso, vou continuar usando a sombra rosa de todos o dias. Tomara que essa moda não pegue, porque se pegar vai sair muito marmanjão com um olho roxo, aliás, de todas as cores por aí.


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CENTRO \\ FORTALEZA

Em meio a papelões, colchões velhos, lençóis rasgado etc., se espelha a realidade de muitos moradores de rua do Centro de Fortaleza

Dest, sus quatias ea nonsequ atibus et possitatia deliquat evercillabo

FOTOS E TEXTO: CAROL VASCONCELOS

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mais interessante é que se viam apenas objetos e o morador de rua não se sabia para onde tinha ido, talvez tivesse em busca do almoço da família. Foi assim a manhã quase toda, parece sarcástico, mas foi difícil encontrar na manhã daquela segunda-feira moradores de rua nas ruas de Fortaleza. Até que me deparei com a Dona Irilene, 64, que há 39 anos mora na rua. Uma senhora com um semblante de tristeza, diria que até de decepção. Tinha uma pele marcada pela idade, cabelo grisalho, usava um vestido e uma tiara no cabelo. Mal-humorada, quase não quis falar, tive que ser extremamente repetitiva para conseguir conversar com ela. Dona Irilene começou me contando que já morou em diferentes pontos da cidade, desde o Beco da Poeira, Praia de Iracema até a Praça do Coração de Jesus, que foi onde eu a encontrei. Leva uma grande mágoa do marido que a abandonou e,

segundo ela, virou homossexual. Não tem filhos, mas já engravidou de duas crianças que morreram no parto. Para ela a maior dificuldade que existe em morar na rua é ter que passar fome, ter que conseguir alguma maneira de se manter. “Se não trabalhar, tem que roubar, e roubar eu não roubo porque já sou uma mulher velha e não tenho jeito para roubar.” Disse que antes trabalhava na praia vendendo cerveja, café e outros tipos de bebidas. Porém, perdeu seus documentos e desde então não consegue tirar a segunda via, pois não é bem recebida nos locais em que chega – e sem os documentos, ela não consegue um emprego. Na praça, ela mesma montou a sua moradia. Com pedaços de madeira e papelões fez um barraco. Tem vários baldes e algumas roupas. Toda manhã vai buscar água na casa de algumas pessoas que moram próximo e lhe ajudam.

Pude perceber que ela sofre de algum distúrbio mental. Acredito que pelas decepções que já deve ter passado ao longo de sua vida e também pela situação a qual se encontra hoje. Já idosa e sozinha, tendo que se virar, como ela mesma afirmava.

Dest, sus quatias ea nonsequ atibus et possitatia deliquat evercillabo

O que mais me chamou atenção foi quando eu a perguntei se ela tinha vontade de sair da rua. A resposta foi não. Disse que já a levaram para um centro de amparo, mas ela não quis ficar.“Não quis ficar no centro de amparo, pois quando me levaram para lá tomaram o resto de dinheiro que eu tinha.” E o futuro? Ela não conta com o dia de amanhã e acredita que a única saída para essa situação é começar a vender drogas para conseguir dinheiro.

Na pracinha do CDL Ao me aproximar de um grupo de rapaz na Praça do Pajeú ou do CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza), fui recebida com sorrisos e um convite para comprar roupas usadas que eles estavam vendendo. Eram quatro rapazes e quando eu falei que queria conversar um pouco com eles e que estava ali com o propósito de fazer uma reportagem, um deles se retirou imediatamente e disse que não iria falar. Outro olhou para mim bem sério e disse: “Olha, vou logo dizendo eu só irei falar se você for me dá algum dinheiro, eu não sou nem famoso para contar minha vida para alguém.” Os outros dois foram bem mais receptivos e aceitaram conversar comigo. Um deles se chama Vladimir, 27, é natural de São Paulo e mora na rua há uns dois anos. É marcado por uma desordem familiar e o principal motivo que o faz estar nas ruas é o

vício em drogas. Fisicamente, ele tem uma boa aparência, é magro e, apesar do uso de drogas, não é desfigurado. Há várias tatuagens em seu corpo. “O que me afastou mesmo da minha família foi só a droga. Não existe uma família que aceite isso.”, disse Valdimir. O outro rapaz, chamado Erandir Lopes, 42, começou a falar de sua mãe e até fez jeito de chorar, pois na semana anterior tinha sido comemorado o Dia das Mães e a sua tinha falecido há poucos dias. Ele era o mais simpático de todos, tinha um jeito meio que brincalhão e adorava dar risadas. É morador de rua desde que nasceu, pois sua mãe também era moradora de rua. “Sou acostumado com rua já, desde criança sou acostumado com rua. Dentro de casa eu me sentia preso.” LEIA TAMBÉM Reportagem de Sinthya dos Reis sobre moradores de rua no blog do Grande Circular http://jornalgrandecircular-fanor.blogspot.com

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Retratos de moradores de rua


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CAPA

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Mães

do Auri Moura Costa Conheça a história das detentas da penitenciária Desembargadora Auri Moura Costa e de seus filhos, que cumprem pena sem ter cometido crime algum. FOTOS E TEXTO: RAYANE MOREIRA

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nico presídio feminino do estado do Ceará, a Penitenciária Desembargadora Auri Moura Costa, fica localizada na BR-116, na altura do km 27, no município de Itaitinga. Com capacidade para 374 detentas, o presídio atualmente conta com 430, abrigando mulheres primárias e reincidentes, indiciadas ou condenadas. São quatro alas com 30 selas e uma creche.

O prédio da creche Irmã Maria fica localizado ao lado da unidade carcerária e abriga 11 crianças, que vivem em tempo integral com as mães. O ambiente é alegre e agradável. Janelas cor de rosa, desenhos do Cebolinha e da Mônica na entrada, espaço para lazer e uma brinquedoteca. Mas o que levaram as mães àquela situação? Como imaginam o futuro dos filhos? Quais suas reais histórias? A fim de buscar respostas para essas indagações, conversamos com algumas mulheres, como Carla, 29, presa grávida de quatro meses por tráfico de drogas. “Eu estava em casa, meu marido tinha sido pego no final da rua e uma hora depois os policiais chegaram na minha casa para me revistar, eles queriam uma arma e eu não tinha,

falaram que eu era uma meliante e que se eu fosse inocente provasse na Justiça. Até agora estou esperando julgamento”, conta. Carla tem outro filho e há nove meses, tempo que está na prisão, não o vê pelo fato dos avós não permitirem que ele lhe visite. E para o futuro, o que ela espera? “Quero algo totalmente diferente pra minha filha, uma vida totalmente mudada pra ela. Quando se está aqui você aprende muita coisa, nem que seja se arrastando, mas você aprende”, avalia. “Até hoje meu marido não conhece a filha, sinto mais falta dos meus parentes e de conversar com alguém”, completa. Já Patrícia, 32, está há oito meses na casa. Foi presa por receptação e formação de quadrilha, apreendida


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Detentas na creche irmã Maria, no presídio feminino Auri Moura Costa.

junto com o marido e outras pessoas por estar utilizando um carro com placa clonada, segundo ela, sem seu conhecimento. “Eu não sabia. As outras pessoas foram soltas, mas eu ainda estou aqui aguardando julgamento”, conta. Ela tem outro filho de três anos, que vive com a mãe: “Uma vez por mês ele vem me visitar e não quer ir embora. Como ele não entende, quer ficar aqui comigo”. Patrícia diz que já sentiu vontade de entregar o bebê para a mãe, mas ela sobrevive apenas com a renda do Bolsa Família e por isso não teria condições de ficar com as duas crianças. “É muito triste. As crianças só sabem reconhecer alguém pela cor da farda. Se chegar algum estranho aqui com outra roupa, eles já começam a chorar”, relata. A farda verde e branca significa para as crianças seu ambiente familiar, quando alguém chega com roupas de cores diferentes causam um grande estranhamento e todas começam a chorar. Na enfermaria, esperando o momento de ser transferida para o Hospital Distrital Gonzaga Mota, de Messejana, Luziane, 35, está prestes a dar à luz ao sétimo filho. Natural de Nova Russas, ela está há oito meses presa por lesão corporal. Foi transferida para a capital por sua cidade não possuir defensor

público. Engravidou durante as visitas que fazia ao marido, também preso. Durante o tempo que está no cárcere, não recebeu nenhuma visita dos parentes. “Minha família é muito humilde, e não pode vir me visitar, minha mãe não pode trazer meus filhos do interior pra cá”, diz. Na penitenciária, ela faz aulas de crochê. Conta ainda os planos para o futuro: “Quando sair daqui vou trabalhar fazendo crochê. Não quero mais essa vida. Vou trabalhar e criar meus filhos”.

seu julgamento e saída, mas elas sabem que tudo isso depende muito do comportamento delas”, explica. As mães contam apenas com doações para fazer o enxoval e manter as crianças. Fraudas, roupas, alimentos e brinquedos podem ser doados no próprio local. Outras 15 detentas gestantes ainda aguardam o parto no presídio.

Dentro do presídio são realizadas atividades como artesanato, crochê, bordado e ainda funcionam algumas fábricas de confecções, nas quais cada três dias trabalhados equivale a um dia de remissão da pena. Diversos serviços ainda são oferecidos como assistência social, tratamento odontológico, psicológico, ginecológico, fisioterapia e clínico geral. A lei determina que as crianças devem permanecer na creche até os primeiros seis meses, mas a chefe de segurança Euzimar conta que a equipe faz de tudo para que a criança possa sair com a mãe, algumas já tem até mais de um ano, tudo dependendo do comportamento das detentas. “Fazemos de tudo para os bebês saírem junto com as mães, que fiquem aqui com elas até

Detentas na creche irmã Maria, no presídio feminino Auri Moura Costa.

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semana da comunicação

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Comunicação e (bom) Humor Academia combina sim, com risos! Fato comprovado na Semana da Comunicação 2012. FOTOS E TEXTO: ALYNE VIRINO RICARTE

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ealizada em abril com a parceria entre a coordenação e alunos dos cursos de Comunicação Social das Faculdades Nordeste (Fanor- Devry Brasil), a semana teve como tema “Comunicação e Humor” e dedicada aos patronos da arte de fazer rir Chico Anysio e Millôr Fernandes. Aberto ao público e alunos da comunicação, movimentou mais de 400 pessoas, entre estudantes, professores e convidados em três dias de evento com palestras, conferencias, mesas redondas e oficinas. A professora da Fanor Talita Garcez também estuda o tema e nos lembra de que “O filósofo russo Vladímir Propp, em sua última obra: ‘Comicidade e Riso’, afirma que inicialmente pode parecer desnecessária uma teoria do riso, mas que qualquer teoria correta tem além do valor teórico, um significado prático que pode ser aplicado” citou a professora. Aplicado o riso foi, e com discussões, novos aprendizados e diferentes possibilidades. Os ilustradores do jornal O Povo, Guabiras e Carlus Campos, participaram de mesa redonda sobre “Ilustração, Quadrinhos e Humor no Jornalismo”. Os publicitários André Nogueira (Flex); Júlio Temporal (Bolero) e

Rodrigo Meireles (Slogan), debateram sobre “O Humor na Publicidade Cearense” e academicamente pesquisas sobre o tema também ganharam voz com os professores da Fanor Talita Garcez, Pedro Rocha (O Povo) e Paulo Júnior (Caramelo Comunicação). Novas visões de mundo nos trouxe o prof Dr Marcio Acselrad que veio explorar conhecimentos vestido de “Clown” com o jornalista e humorista Vinicius Augusto além das conferencias de encerramento com os convidados de São Paulo, o Jornalista e escritor Xico Sá, cearense, que hoje é colunista do Jornal A Folha de S. Paulo e compõe a bancada o Programa Saia Justa da GNT e os publicitários Tariana Cruz, da agência Africa; e Rafael Lavor, da agência ALMAP/BBOO. A semana também foi premiada com apresentações e oficina de Stand-up com o Grupo TOC (Teatro Opera Cabaret) e ainda outras oficinas como a de fanzine, gênero da imprensa alternativa que trata de assuntos relacionados às artes, como cinema, música, quadrinhos, poesia, literatura, entre outras. Também foi mantido em cartaz o Cineclube e as comunicações livres em exposições fotográficas e desenhos no painel mantido durante a semana.

FRUTOS Os alunos da comunicação continuam as movimentações como foi a semana. O programa Antenados de Rádio vai continuar as atividades e os grupos, no facebook “ComunicaFanor” e o “NUCOM” continuam em atividade trocando ideias. Participe, interaja, comunique-se.


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comportamento \\ sociedade \\ estilo

Eu visto acima de 44, e aí? TEXTO: ANA CÁSSIA ALVES FOTO: DIVULGAÇÃO

Modelo brasileira Fluvia Lacerda, há 14 anos, é única modelo plus size a trabalhar com moda no exterior.

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ual mulher nunca ficou incomodada ou olhou possessa desejando o corpo daquela capa de revista? A imagem que é reproduzida tanto na TV, outdoor e nos meios impressos mostra como é o ideal de beleza: corpos magros, barrigas chapadas, volumes exacerbados de peitos e bundas. Na sua maioria, as mulheres da vida real não possuem esse modelo, mas se torna um desejo quase involuntário quando existe toda uma exploração do que é “bonito” e “saudável”. Conversando com 12 mulheres entre 23 e 37 anos que não estão enquadradas no padrão de beleza exigido atualmente, observamos o quanto pode ser pejorativo esses conceitos. Quando se pergunta pela satisfação pelo corpo, a resposta vem de diferentes formas. “Não estou satisfeita com o meu corpo. Sou outra pessoa dentro de um corpo que não é meu”, diz a estudante de design L.C., de 26 anos. Já Tatiana Muniz, de 25 anos, estudante de publicidade, fala que está satisfeita: “Claro que não me acho a mulher mais bonita do mundo, ou pense que não preciso mudar ou melhorar nada. Eu melhoraria sim... Tenho vontade de mudar meu corpo, emagrecer um pouco... Mas isso é um desejo não prioritário na minha vida”. Existem os casos em que os familiares e pessoas próximas acabam cobrando a aparência perfeita. A radialista L.M, de 28 anos, confessa: “Estou acima do peso e com os comentários das pessoas acabo ficando insatisfeita com o meu corpo”. Quando o assunto é profissional ainda se nota o preconceito. A estudante de administração e professora de inglês, Mara Rosália, 24 anos, diz que embora satisfeita com o corpo, sente dificuldades na hora comprar roupas e já se sentiu discriminada, pois perdeu oportunidades de trabalho por conta do excesso de peso. “Não consegui emprego em recepção de hotel por conta de aparência física, e olha que eu sou graduada e falo inglês”, relata. A aparência ainda é ponto principal na hora de analisar um candidato. “Na escola de idiomas, também não peguei uma turma vip (que ganha

mais) com uns executivos chiques, pois não tinha o ‘perfil’, oras! Que perfil?”, enfatiza a professora, que revela a “coincidência” da professora escolhida ter sido justamente a mais bonita da escola. Aparência física parece ser coisa ultrapassada em dias que se levantam bandeiras que apoiam igualdade social, mas quando se trata de coisa simples como se vestir as entrevistadas sentem dificuldade. “Não me sinto contemplada quando chego em lojas e não consigo encontrar o tamanho 44. O ruim desse padrão de beleza super magro é que tudo que está fora disso acaba nas margens. Isso se reflete até nas lojas que vendem roupas. Elas querem atingir um público que veste 38, 40. E nós que não estamos nessas medidas?”, questiona T. L., de 23 anos. Plus Size Hoje já existe um diferencial na moda, as modelos “Plus Size”, termo norte-americano para manequim acima de 44. Está nova inclusão no mercado acalma o ponto de vista de algumas mulheres. O mercado da moda deixou cair em esquecimento modelos de roupas para tamanhos G, GG e XG, mas isso está mudando mesmo que lentamente. A cada dia se observa o crescimento e inclusão desses modelos maiores. “Esse ícone de beleza implantada pelas revistas está perdendo seu conceito porque atualmente temos revistas que falam das modelos Plus Size, que estão conquistando mercado”, diz Lucilene Salomão, de 26 anos, estudante de jornalismo. A blogueira de moda Talita Cavalcante fala que “de uns tempos pra cá, o padrão de modelo magra e alta felizmente tem mudado”. A dona do blog ZIPPERTI observa a amplitude dessas mudanças: “O mercado brasileiro de moda, hoje, procura agradar a todos os públicos, afinal todo mundo é consumidor, principalmente quando o assunto é roupa.”

As lojas especializadas estão em crescimento, e as lojas de departamento acompanhando esse ritmo. “Podemos encontrar roupas para modelos GG”, acrescenta Talita. Hoje se procura outro profissional no mercado da moda, mulheres que vestem o numero acima de 44 e que se assumem como tal. O concurso de beleza Miss Plus Size Nordeste, proporciona novas descobertas na moda “plus”, e cria um novo quadro nas agências de modelo. O gerente da agência New Face, Ton Silveira, explica que esse mercado está se abrindo agora. “Em Fortaleza não existem modelos especializados nessa área, é algo escasso ainda”. Silveira revela ainda que “as modelos gordinhas têm muita vergonha, conheço uma top que engordou pra alcançar esse mercado”. As modelos desse segmento, segundo Ton, ganham bem mais que as modelos do perfil tradicional. A analista de mídias sociais, blogueira e modelo Plus Size Karlla Queiroz, 21 anos, fala que o mercado da moda nessa área está em expansão e cresce a cada dia mais, mas afirma: “no Sudeste e no Sul, é onde fica a maior concentração de lojas plus size do Brasil” e que em Fortaleza a espaço para mais lojas.

“Em Fortaleza está em crescimento, já temos algumas lojas boas, mas não em quantidade suficiente”, diz Karlla, que acrescenta que o cachê vai depender muito do tipo de trabalho: “Se a pessoa for conceituada como meninas que já tem nome como Fluvia Lacerda, Renata Poskuz, Mayara Russi, o cachê é bem gordinho. Mas se for uma modelo que ainda não tenha tido muitos trabalhos, é um cachê parecido com trabalhos comuns de modelo”. “Eu via revistas de moda, e queria ser como aquelas meninas de capa de revista, mas não queria mudar meu estilo, nem meu corpo”, explica a analista de mídias sociais ao falar de como surgiu à ideia para a criação do blog Doces Curvas. LEIA TAMBÉM Reportagem de Lorena Portela sobre as novas cinderelas do Século XXI, no blog http://jornalgrandecircular-fanor.blogspot.com

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ARTIGOS

Tem ENADE em 2012 para estudantes de Comunicação e outros cursos Bom, galera, falando sério, este ano tem Enade para quem faz vários cursos, e você? sabe o que é e para que serve este exame?

Alyne Virino Ricarte é Coordenadora Acadêmica de Jornalismo e Rádio, Tv e Internet.

O Enade é o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, uma a avaliação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC). Todos esses órgãos e nomes não se organizam em um exame à toa, tem um objetivo amplo para a sociedade, para o governo, para as faculdades e para os estudantes, claro. De acordo com o Manual de 2012 “o Enade tem como objetivo o acompanhamento do processo de aprendizagem e do desempenho acadêmico dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares do respectivo curso de graduação(...) ao âmbito específico de sua profissão, ligados à realidade brasileira e mundial e a outras áreas do conhecimento.” Assim, os dados do Enade mapeiam a educação superior no país e daí então, são construídos referenciais que permitam a definição de ações voltadas à melhoria da qualidade dos cursos de graduação por parte dos professores, técnicos, dirigentes e autoridades educacionais.

Este ano o Enade será realizado no dia 25 de novembro e serão avaliados os estudantes dos cursos que conferem diploma de bacharel em Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Comunicação Social, Design, Direito, Psicologia, Relações Internacionais, Secretariado Executivo e Turismo; e diploma de tecnólogo em Gestão Comercial, Gestão de Recursos Humanos, Gestão Financeira, Logística,Marketing e Processos Gerenciais. E muitos alunos se perguntam “e eu com isso?” Bom, o concluinte selecionado para o Enade que não comparecer e/ ou não seguir os procedimentos, pode chegar até a não receber o diploma e ter que esperar o próximo Enade, que acontece de três em três anos. Depois de alguns anos de experiência o MEC percebeu que nem sempre estas notas refletem o curso, muitos cursos ruins oferecem prêmios exorbitantes em troca de o aluno fazer uma boa prova e ele acaba estudando por conta própria, outros se indispõem com a administração do curso e resolvem zerar a prova de propósito, o que aconteceu com algumas universidades, públicas, inclusive. Este ano a nota no Enade vai compor o histórico do aluno, aquele mesmo histórico que o aluno apresenta

em seleção de emprego, mestrado e concurso. E estes empregadores começam a estudar a cobrança desta nota, afinal é ela que equipara o aluno do Brasil todo, pois todos fazem a mesma prova. A nota obtida pelos alunos no Enade tem peso sobre a nota total de cada curso. Mas engana-se quem acha que isto é de responsabilidade só da Instituição, o principal interessado em um bom resultado no exame deve ser o próprio aluno. Afinal quem não gostaria de se formar em uma faculdade com uma boa nota? A faculdade é uma das principais marcas do nosso currículo. A coordenação irá promover ações sobre o Enade, mas cada aluno deve ter responsabilidade neste processo, afinal o resultado da prova repercute em todos. Portanto, esteja bem preparado, participe do EXAC (Exame Geral de Qualificação Acadêmica) para treinar (além de garantir horas complementares), crie intimidade com as questões feitas neste padrão. Aos que irão participar do Enade: SUCESSO! Para mais informações: h t t p : // p o r t a l . i n e p . g o v. b r/ p e r g u n t a s frequentes1

PEX - Programa de Experiências: sua vez Faculdade, horários, aulas, matrícula, tarefas, avaliações, professores, estudo, seminários, trabalhos, faltas, curso, estágio, ler, fazer, calendário acadêmico, realizar, prazos, palestras, provas e atividades complementares.

Morgana Bavaresco é Coordenadora de Operações Acadêmicas de Comunicação Social e Design

As atividades complementares fazem parte da vida acadêmica assim como outros fatores obrigatórios para a formação dos estudantes. Entretanto, considero os PEXs a obrigação mais prazerosa de realizar, principalmente pelo seu formato de realização, a aprendizagem ativa. O aluno vai realizar, fazer, produzir, criar, dialogar, questionar, vivenciar verdadeiras experiências da sua futura profissão, com a opção de escolha. Poderá escolher a área que mais lhe interessa, escolher o tipo de atividade, escolher onde fará as atividades, na própria faculdade, em eventos nacionais ou internacionais, workshops, festivais, congressos, oficinas, escolher o facilitador, enfim,

a obrigação fica apenas no fazer: fazer atividades complementares. A Fanor oferece aos estudantes várias atividades por semestre: são grupos de estudo, oficinas, mini-cursos, viagens pedagógicas, agência experimental, realização audiovisual ou áudio-livro, entre outras atividades. Basta realizar a inscrição, via portal Academus da Instituição e COMPARECER. Para os pontos serem validados a presença é obrigatória. A desistência ocorrida com antecedência pode liberar uma vaga para quem não conseguiu um lugar. O que não pode acontecer é o aluno realizar a inscrição e não comparecer na atividade. Desta forma, ele está prejudicando a si e aos colegas. Aproveitem as atividades para provar, experimentar, conhecer as diversas áreas da sua futura profissão. A hora é essa.

O aluno vai realizar, fazer, produzir, criar, dialogar, questionar, vivenciar verdadeiras experiências da sua futura profissão, com a opção de escolha.


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