Arte sobre Rodas

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ARTE SOBRE RODAS

LUIS PRADO

ARTE SOBRE RODAS

Em uma homenagem inédita à história do automóvel no Brasil, Luis Prado rouba a paleta de cores dos principais mestres das artes e a aplica em carros icônicos que foram (ou ainda são) vendidos no país. Essas relações improváveis associam o contexto histórico das pinturas aos diferentes momentos da indústria automotiva nacional.

Afinal, tanto a poesia por trás dos grandes quadros quanto a concretude envolvida na construção de um veículo traduzem o espírito de seu tempo. Entre carros e artes, essa jornada também mostra quão efêmeros são os desafios da indústria automotiva.

Há um certo conforto na compreensão de que carros vêm e vão, tecnologias mudam, marcas morrem ou evoluem, encontram novos destinos. Ainda assim, o setor permanece de pé, pulsante, sempre em busca de reinvenção.

ARTE SOBRE RODAS

LUIS PRADO 2022

Arte sobre rodas é um projeto de Luis Prado com realização de Automotive Business, plataforma de conteúdo sobre negócios e inovação

na indústria automotiva e da mobilidade.

Arte: Luis Prado

Curadoria artística: Paulo Varella

Curadoria automotiva: Zeca Chaves

Textos: Fernando Miragaya, Giovanna Riato e Marcus Celestino

Assistência de fotografia: Marcos Ambroselli

Design gráfico: Ricardo Alves de Souza

Edição: Giovanna Riato

Revisão: Paulo Braga

CEO: Paula Braga

Sócio-fundador: Paulo Ricardo Braga

Editora-chefe: Giovanna Riato

Editor de soluções de conteúdo: Fernando Miragaya

Repórter multiplataforma: Vitor Matsubara

Repórteres: Bruno de Oliveira, Natália Scarabotto e Nataly Simões

Gerente de audiência e comunidade: Marcus Celestino

CGO: Carina Costa

Head of sales & events: Greice Ribeiro

Analista comercial: Christiane Ferreira

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Head audiovisual multiplataforma: Marcos Ambroselli

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Sumário

Romi-Isetta ............................................... 15 Toyota Bandeirante ................................... 17

Volkswagen Fusca .................................... 19 Willys Itamaraty ........................................ 21

DKW Vemag Belcar .................................. 23 Simca Chambord ..................................... 25

Itamaraty Executivo (Limousine) ................... 27

DKW-Vemag Vemaguet ............................. 29

Volkswagen Karmann-Ghia ....................... 31

Mercedes-Benz SL 280 Cabriolet ............... 33

Ford Corcel ............................................. 35 Aero Willys............................................... 37

Mercedes-Benz 280 SE ............................. 39

Ford Belina .............................................. 41

Chevrolet Opala SS .................................. 43

Dodge Charger RT ................................... 45

Chevrolet Opala Gran Luxo ...................... 47 Volkswagen Variante ................................. 49

Ford Maverick .......................................... 51 Ford Jeep (Jeep Willys) .............................. 53 Puma Rallye (Tubarão) .............................. 55 Chevrolet Chevette ................................... 57 Ford Rural (Rural Willys) ............................ 59 Miura Sport.............................................. 61 Fiat 147 .................................................. 63

Volkswagen Brasília .................................. 65

Ford Galaxie Landau ................................ 67

Volkswagen Gol ....................................... 69 Puma GTS ............................................... 71

Ford Escort XR3 ........................................ 73

Volkswagen Kombi ................................... 75

Chevrolet Monza ...................................... 77 Gurgel X12 Tocantins ............................... 79

Volkswagen Passat .................................... 81

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Pathfinder.................................... 111
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Gurgel BR800
83 Volkswagen Santana Executivo
85 Fiat Uno
87 Land Rover Defender
89 Lada Niva
91 Chevrolet Kadett GS
93 Gurgel Motomachine
95 Fiat Tempra
97 Land Rover Defender
99 Chevrolet Corsa
101 Chevrolet Omega
103 BMW 325i
105 Renault Twingo
107 Mini Cooper
Nissan
Kia Besta
Audi A3
Kia Sportage
Ford Ka
119 Honda Civic
121 Chevrolet Celta
123 Toyota Corolla
125 Kia Sportage
127 Chevrolet Vectra
129 Citroën Xsara Picasso
131 Peugeot 206
133 Renault Clio
135 Hyundai Tucson
137 Jeep Renegade....................................... 139 Fiat Mobi
141 Nissan Kicks........................................... 143 Renault Kwid
145 Caoa Chery Tiggo
147 BMW i3 elétrico
149 Volvo XC40 Recharge
151 Fiat Pulse
153

Em quase 30 anos de carreira, Luis Prado coleciona histórias memoráveis e imagens incríveis. Nascido em São Paulo, o artista deu os primeiros passos na fotografia em 1993, ainda nos tempos das imagens analógicas, que demandavam refinamento técnico e ainda mais assertividade. Trabalhou com grandes profissionais da área até montar seu primeiro estúdio. Nessa fase, produziu dezenas de capas e editoriais para as mais diversas publicações, incluindo revistas de turismo, onde registrava seus trabalhos mundo afora, que exploravam a beleza e a essência de diversas cidades.

Na publicidade, deixou sua assinatura em campanhas para as marcas mais reconhecidas do país e atendeu as maiores e mais premiadas agências de propaganda. Em um dos grandes projetos em que atuou, registrou a realidade de diversas comunidades do Rio de Janeiro para o livro sobre a implantação de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).

Nos últimos anos, voltou a sua atuação à arte. Sob a alcunha de “ladrão de cores”, hoje trabalha na produção de imagens instigantes e provocadoras que roubam os matizes das obras dos grandes mestres da pintura, provocando diferentes reflexões.

O carro como obra-prima

O que a Monalisa de Da Vinci e a Romi Isetta têm em comum? À primeira vista, a resposta pode ser nada. Por isso, as páginas deste livro são um convite a olhar mais de perto, enxergar entre diferentes tons e fazer conexões improváveis.

Em uma homenagem inédita à história do automóvel no Brasil, Luis Prado rouba a paleta de cores dos principais mestres das artes e a aplica em carros icônicos que foram (ou ainda são) vendidos no país. Essas relações improváveis associam o contexto histórico das pinturas aos diferentes momentos da indústria automotiva nacional.

Afinal, tanto a poesia por trás dos grandes quadros quanto a concretude envolvida na construção de um veículo traduzem o espírito de seu tempo. As páginas a seguir são uma jornada pelas memórias afetivas do artista e um convite para que façamos o mesmo.

Como um bem tão sonhado pelos brasileiros, quantas lembranças e emoções somos capazes de acessar ao olhar para um veículo que foi parte da nossa história?

O Arte sobre rodas propõe ainda um contraponto à hiperdigitalização da

realidade, com a vida observada pela lente feliz e melhorada das redes sociais. Diferentemente da perfeição dos filtros do Instagram, a arte não se intimida ao mostrar sentimentos e momentos menos lisonjeiros: dor, desespero, fracasso.

De alguma forma, os carros também ganham novos predicados quando saem das fábricas. Alguns são lindos veículos aventureiros. Outros, se transformam em bons espaços para os encontros de casais apaixonados ou interessam, simplesmente, por serem baratos e “pelados”. Tal como grandes obras, o significado está nos olhos de quem vê.

Entre carros e artes, essa jornada também mostra quão efêmeros são os desafios da indústria automotiva. Há um certo conforto na compreensão de que carros vêm e vão, tecnologias mudam, marcas morrem ou evoluem, encontram novos destinos. Ainda assim, o setor permanece de pé, pulsante, sempre em busca de reinvenção. Que as próximas páginas contribuam para inspirar os novos passos. Afinal, só constrói o futuro quem sabe o valor do passado.

Boa leitura!

Mas afinal o que é arte e para que ela serve?

Com uma certa frequência eu encontro pessoas que se abrem comigo dizendo que não entendem arte, mas que gostariam de compreender esse universo. Parece que existe uma mão pesada sobre todos nós que indica a arte como um objeto de extrema complexidade, acessível a apenas uns poucos estudiosos.

O fato é que, desde crianças, todos nós vemos arte como divertimento e forma de expressão e, com o tempo, nos distanciamos desse conceito. Tudo por causa de uma pretensa necessidade de erudição.

Em essência, arte é simplesmente uma forma de expressão criativa, um caminho para o enriquecimento da experiência humana. Usamos para nosso entretenimento, valorização cultural, estética, aprimoramento pessoal e até mudança social. Estejamos ou não cientes disso, permitimos que a arte afete nossas vidas.

Então, a arte não deve seguir uma linha ditada por alguém. Muito pelo contrário, seu principal feito é promover a ruptura dos conceitos e entregar novos debates e conexões.

Por isso, a ideia de relacionar carros com obras clássicas pode parecer estranha. Mas, no caso de Luis Prado, essa excentricidade é positiva, representa a ruptura de conceitos tradicionais e propõe uma brincadeira lúdica com os símbolos que habitam a nossa consciência.

Nas próximas páginas, os leitores e leitoras terão acesso a uma fusão de significados. Assim como a obra clássica de um grande mestre, cada um dos 70 carros deste livro expressa diferentes emoções, conceitos e momentos históricos.

Uma jornada emocionante, capaz de rememorar alegrias, provocar contemplação ou até despertar a melancolia de um passado interessante de ser revivido.

Paulo Varella estudou cinema na National Film and Television School, no Reino Unido, administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário. Participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo. Dirigiu três galerias de arte e hoje, por meio do Artref, se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorar o acesso ao mercado de arte brasileiro e internacional.

MONALISA

(1503)

O carro considerado o mais emblemático da indústria nacional ao lado do quadro mais famoso do mundo. O Romi-Isetta também tem origem italiana, depois que Carlos Chiti e Américo Emílio Romi conseguiram, nos anos 1950, licença para produzir o Iso Isetta no Brasil, rebatizado em referência a um dos sócios. Assim como a Monalisa, o “triciclo” é cercado de controvérsias. Se há teorias diferentes sobre a mulher que inspirou a icônica obra de Leonardo da Vinci, há também questionamentos se o RomiIsetta foi o primeiro carro produzido no país. Isso porque o modelo foi lançado em 5 de setembro de 1956. Porém, o então Grupo Executivo da Indústria Automotiva (Geia) não considerou o Romi-Isetta um automóvel, por ter uma única porta (na frente do veículo) e não ter espaço para bagagens. Coube ao DKW Vemaguete, lançado em novembro do mesmo ano, o posto de primeiro automóvel brasileiro.

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Leonardo da Vinci
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LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS ROMI-ISETTA (1961)

A CIGANA ADORMECIDA (1897)

A paisagem árida e a figura geométrica de um leão desta pintura de Henri Rousseau seriam um cenário convidativo ao Toyota Bandeirante. O jipão, com estilo retilíneo e mecânica robusta, seria, com certeza, o veículo adequado para encarar as dunas retratadas na obra do artista francês. O Bandeirante pode não ter sido um nômade nem ter alma cigana, mas foi o primeiro Toyota feito fora do Japão. Conhecido como Land Cruiser no país de origem, começou a ser montado em 1958 e ganhou produção em São Bernardo do Campo (SP), em 1962. Virou referência de veículo 4x4 capaz de encarar trechos fora de estrada e lugares inóspitos.

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Henri Rousseau

TOYOTA BANDEIRANTE (1965)

RODAS • 17
LUIS PRADO | ARTE SOBRE

A MARQUESA DE PEZAY E A MARQUESA DE ROUGÉ COM OS SEUS DOIS FILHOS (1787)

Élisabeth-Louise, Madame Lebrun

As duas aristocratas retratadas com seus filhos fariam um passeio de Fusca quase tão neoclássico quanto a arte de Élisabeth-Louise. E as cores deste quadro sugerem uma versão cheia de nuances do querido “besouro”. As formas e os tafetás dos vestidos das duas jovens e elegantes marquesas também remetem ao desenho do inesquecível Volkswagen. Considerada a pintora mais famosa do Século 17, a artista francesa, também conhecida como Madame Lebrun, tinha trânsito pela aristocracia e era amiga de Maria Antonieta. Mais semelhanças com o Fusca, que despertou apreço dos presidentes brasileiros desde Juscelino Kubitschek.

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RODAS

VOLKSWAGEN FUSCA (1966)

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LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS

A ESCOLA DE ATENAS (1509)

A obra é considerada uma das mais célebres do artista italiano, como também da Renascença. A cena que reúne estudantes estóicos e as mais importantes figuras da vida intelectual da Grécia antiga na academia de Platão é extremamente clássica, como um Itamaraty. O sedã de luxo da Willys-Overland foi apresentado no Brasil em 1966 sem esconder seus objetivos: atender à elite política, social e intelectual do país. Além do nome em referência ao palácio onde funciona o Ministério das Relações Exteriores, ostentava painel de jacarandá maciço e bancos de couro.

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LUIS PRADO
ARTE
WILLYS ITAMARATY (1967)

FEMME A LA MANDOLINE (1929) Tamara de Lempicka

O modelo produzido no Brasil entre os anos 1950 e 1960 sob licença da alemã DKW parece se confundir com as formas da bela obra de Tamara de Lempicka. A tela da artista polonesa tem elementos figurativos que lembram o saudoso Vemag Belcar 1967 em seu último ano de produção, já com faróis duplos. A bela obra art nouveau dos anos 1920 de Tamara também se confunde com o apelido que virou alcunha para o modelo, que nasceu como Grande DKWVemag e depois, em 1961, virou Belcar, o acrônimo de “Beautiful Car”.

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LUIS PRADO
ARTE SOBRE
DKW VEMAG BELCAR (1967)

NOITE ESTRELADA

A Noite Estrelada foi criada por Van Gogh quando ele se internou voluntariamente em um sanatório na França. A paisagem destaca de forma efusiva o brilho das estrelas, como se fossem redemoinhos de luz, acima de um vilarejo, inspiradas na cena noturna que o célebre artista holandês via da janela do seu dormitório. As luzes da tela se confundem com o brilho que as lentes e cromados do Simca Chambord refletiam. Projeto francês montado no Brasil entre os anos 50 e 60, o sedã trazia quatro faróis circulares, com os de neblina integrados à grade, além de para-choques reluzentes. E se a pintura de Van Gogh e o desenho do Simca são colírios para os olhos, o barulho do motor V8 ainda é sinfonia para os ouvidos de uma geração.

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RODAS
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LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS SIMCA CHAMBORD (1967)

A obra do século 17 é até hoje tema de estudos e debates em torno da cena retratada pelo espanhol Diego Velázquez. A jovem Margarida Teresa, filha do rei Filipe IV, está cercada por damas de companhia e outras pessoas, sugerindo uma pose para a pintura, ou mesmo toda a preparação da herdeira para uma festa. Para levar a princesa e seu séquito para a festa, nada melhor que uma limousine. E não qualquer uma, mas o Itamaraty em versão Executivo, a primeira limousine nacional. O sedã de luxo foi criado intencionalmente para atender às autoridades. O modelo tinha espaço de sobra para toda a sorte de nobreza. Além de mimos bem temporais, como cartucheira no sistema de som, madeira de lei no acabamento, descansa-pé móvel, gravador de voz e até um barbeador elétrico.

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SOBRE RODAS AS MENINAS (1656) Diego Velázquez
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LUIS PRADO | ARTE SOBRE
WILLYS ITAMARATY EXECUTIVO (LIMOUSINE) (1967)

CARREGADOR DE FLORES (1935)

Uma cena rural e latina, com cores vibrantes e carregada de simbologia. O saco com flores geometricamente perfeitas que o camponês tem dificuldades para carregar no famoso quadro de Diego Rivera caberia tranquilamente em uma Vemaguet. Seja nos traços ou no nome, a station-wagon exala a mesma latinidade da obra do artista mexicano, apesar de ser um modelo desenvolvido pela alemã DKW e feito no Brasil pela Vemag. Nascida como Camioneta DKW-Vemag, em 1958, três anos depois passou a ser chamada pela alcunha que a tornaria uma das peruas mais icônicas dos anos 1960.

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Diego Rivera

DKW-VEMAG VEMAGUET (1967)

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LUIS PRADO
ARTE

PRAIA

Para ir à colorida e festiva praia de formas geométricas do quadro do italiano Gino Severini, nada mais apropriado que um Karmann-Ghia. Um dos mais belos carros produzidos da história, foi apresentado em 1955 na Alemanha e representou um estilo de vida para milhares de pessoas. Um detalhe inusitado é que o KarmannGhia – que teve produção apenas em seu país de origem e no Brasil – foi criado sobre a base do Fusca. E foi em cima do discreto chassi do besouro que nasceu este modelo charmoso, baixo, aerodinâmico e esportivo. Um desenho imortal, mas tão à frente do seu tempo como o movimento futurista que Severini liderou.

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LUIS PRADO
ARTE
VOLKSWAGEN KARMANN-GHIA (1969)

TARDE DE DOMINGO NA ILHA DE GRAND JATTE (1884)

Uma turma de excursionistas em um parque em uma esplendorosa tarde de domingo. Nada mais apropriado para este belo dia retratado pelo artista impressionista francês do que um igualmente belo Mercedes SL. Com seu motor seis cilindros e a capota aberta, o clássico roadster – um dos carros mais bonitos da marca alemã – proporciona uma experiência tão agradável quanto a retratada na tela. Curiosamente, um dos criadores do SL também é francês. Paul Bracq, juntamente com o engenheiro austríaco Bela Barénvy, foi o responsável pelo conversível e pela capota rígida levemente côncava, que rendeu ao carro o apelido “Pagoda”. Quase tão revolucionário como a pintura de Seurat, que, nesta obra, foi pioneiro na técnica de preencher cada centímetro da pintura com vários pequenos pontos coloridos, em uma fusão cromática inovadora.

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LUIS PRADO
ARTE
MERCEDES-BENZ SL 280 CABRIOLET (1969)

BOULEVARD MONTMARTRE DE NOITE (1897)

A vista que tinha da avenida de Montmartre encantou e inspirou Pisarro a fazer uma das raras obras do impressionismo que retrata uma paisagem noturna. Com um jogo de cores magistral, o artista captou a agitada noite no boulevard com tons cinzas e azuis, que se confundem com o céu escuro e contrastam com as luzes dos postes e as vindas das vitrines das lojas. O clássico Corcel tanto se confundiria, como também serviria de contraste para as ruas da avenida. Inclusive, o sedã guarda peculiaridades reversas à trajetória do artista. Pissarro nasceu nas Ilhas Virgens Americanas, mas se radicou na França, enquanto o carro da Ford era um projeto da francesa Renault do qual a norte-americana estrategicamente se apoderou após comprar a Willys Overland do Brasil. Lá, virou o Renault 12. Aqui, tornou-se o primeiro Corcel.

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RODAS

FORD CORCEL (1969)

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LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS

AD PARNASSUM

O sedã com linha de cintura e vincos retos, em mistura a volumes arredondados na carroceria e toda a sorte de cromados, remete à tela mais famosa do artista suíço. No quadro, pequenos blocos com cores que mudam e se sobressaem passam a impressão de um mosaico, e combinam formas geométricas.

Uma outra curiosidade aproxima Ad Parnassum e Aero Willys. Um foi o primeiro grande quadro de Paul Klee – e tamanho mesmo, já que o autor, até então, só tinha feito pinturas menores. O carro da Willys-Overland, por sua vez, foi lançado em 1960 e chamava a atenção pelas dimensões generosas em um mercado então dominado por carros de dimensões mais contidas.

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AERO WILLYS (1969)

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LUIS PRADO | ARTE SOBRE

CATEDRAIS DA BROADWAY (1929)

O quadro faz parte de uma série da pintora e poetisa norteamericana que retrata a sempre efervescente Nova York entre os anos 1920 e 1940. Em Catedrais da Broadway, Florine evidencia a atmosfera da época da Big Apple, com referências a cartazes luminosos e lâmpadas néon em meio aos recém-criados teatros da Times Square. Talvez os últimos ambientes com essa aura de sofisticação da cidade que nunca dorme, assim como o Mercedes 300 SEL é considerado por muitos um dos últimos clássicos feitos pela marca alemã. Produzido de 1969 a 1971 nas versões conversível e cupê, foi apelidado de “charuto” no Brasil, devido ao charmoso caimento da terceira coluna. Usava motor V8 e hoje seria um carro cheio de glamour para levar as celebridades até a Broadway.

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SOBRE
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MERCEDES-BENZ 300 SEL (1970)

Segundo pesquisadores, o escultor e artista britânico idealizou esta obra depois de pensar em um adorno para uma banheira de mármore que havia feito. Leighton ficou encantado com a ideia, mas teve trabalho para fazer a figura feminina adormecida, exausta em um dia quente do verão europeu. E quem nunca dormiu em uma viagem longa com os pais nas férias de verão? Ainda mais em um carro com proposta familiar como a Belina, com o banco traseiro que é um convite a um cochilo, especialmente nesta versão Luxo Especial da station-wagon baseada no primeiro Corcel. Além dos cromados e pneus de faixa branca, o acabamento de jacarandá-da-baía – uma das mais valiosas madeiras nacionais – na carroceria dá um toque de requinte a mais à perua.

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SOL ARDENTE DE JUNHO (1895)

FORD BELINA (1971)

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LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS

PEQUENO BACO DOENTE (1593) Caravaggio

O autoretrato do artista barroco mostra o deus do vinho com uma aparência debilitada e se relaciona com o período em que o pintor ficou internado. Mas Caravaggio também é sempre lembrado pelas suas polêmicas e suas obras, que contestavam os padrões da época e que irritavam o clero – com muitas de suas pinturas, inclusive, recusadas pela Igreja Católica. A fama de briguento – e até uma acusação de assassinato – deixaram o artista italiano com uma imagem meio bandida. Ou com a mesma marra que a Chevrolet emprestou à linha Opala em 1970 com a configuração SS. Na carroceria cupê duas portas, a versão esportiva estreou o lendário motor 4.1 de seis cilindros e sua proposta mais barra pesada era ornamentada de forma quase genial pelas indefectíveis faixas escuras sobre o capô e nas laterais.

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OPALA SS (1972)

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LUIS PRADO
ARTE
CHEVROLET

STAG AT SHARKEY’S (1909)

O Charger é um dos carros que mais sintetizam a testosterona sobre rodas. Derivado do Dart, foi um típico pony car estadunidense dos anos 1970 e desperta toda uma masculinidade e fúria no estilo, de linhas retas e cara invocada, e no motor, já que falamos de um vê-oitão 5,2 litros de 215 cv que não estava nem aí para consumo de combustível. George Bellows retratava muito desta pretensa virilidade masculina em suas obras. O artista fez parte do movimento realista do início do século 21 e costumava mostrar o cotidiano dos bares e becos de Nova York, mas tinha uma predileção especial por lutas clandestinas e ringues de boxes, como pode ser conferida nesta que é uma de suas obras mais célebres.

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RODAS
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LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS • DODGE CHARGER R/T (1973)

O HOMEM DESESPERADO (1843)

Coubert foi o pioneiro do realismo francês e uma de suas obras-primas está entre as que mais expressam o propósito do movimento de evidenciar cenas cotidianas, triviais. O homem desesperado é um autorretrato do pintor francês. Nele, o olhar do artista persegue o observador, angustiado. Em um paralelo inusitado, o sentimento sugerido pelo título da obra pode ser substituído por surpresa ou admiração pelo Opala Gran Luxo – um carro capaz de inspirar essas sensações de forma profunda. Lançado em 1971, esta versão alçou o modelo da Chevrolet a um nível de requinte que o colocou em condições de brigar com modelos como o Ford Galaxie. Tinha detalhes mais bem cuidados e sofisticados no acabamento, grade diferenciada, teto de vinil preto, frisos escurecidos entre as lanternas e emblemas de arabesco nas colunas traseiras que identificavam o mais luxuoso dos Opalas.

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CHEVROLET OPALA GRAN LUXO (1973)

THE LOVERS OF VENCE

Em suas obras, Chagall mesclava sentimentos, fantasias e suas memórias da infância e juventude vividas na hoje Bielorússia. Graças a sua faceta mais prolixa, o artista radicado na França criou quadros que simbolizavam o amor e eram protagonizadas por casais, em meio a cenários domésticos ou com muitas flores e animais. Um romantismo mesmo que despretensioso e que podia ser vivido a bordo de uma Variant. A primeira geração da station-wagon baseada no VW 1600 (o famoso Zé do Caixão) usava motor refrigerado a ar e é um carro perfeito para casais apaixonados pegarem a estrada e contemplarem a paisagem, graças à ampla área envidraçada.

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RODAS
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VOLKSWAGEN VARIANT (1974)

RONDA NOTURNA

A cena retratada pelo genial Rembrandt traz integrantes da milícia de Amsterdã, que tinha como missão defender a cidade dos espanhóis. Na tela datada de 1642, todos se portam como se estivessem em movimento nos preparativos para a batalha, mas também estão em traje de gala, já que eram integrantes da elite da região e representavam uma espécie de orgulho cívico da população em festas, paradas e procissões. Rembrandt também era conhecido pela sua alma festeira. Era bastante popular na atual capital da Holanda e nada melhor que um Maverick para acompanhar a boemia da noite. O muscle car da Ford, Mavecão para os íntimos, em sua opção com motor V8 e com seu jeitão underground, faria bastante sucesso.

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SOBRE RODAS

MAVERICK (1974)

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LUIS PRADO | ARTE SOBRE
RODAS
FORD

RETRATO DE UMA JOVEM MULHER (1918)

O artista plástico italiano retratou muitas mulheres jovens com traços longilíneos e feições contemplativas. Nesta obra, a figura feminina parece estar com olhar fixo, com um misto de encantamento e solidão, de frente para um mar com horizonte infinito, onde só um robusto Jeep alcançaria. O modelo 1974 é o CJ-5, o mais longevo da linha, e já da “fase Ford”, que comprou a Willys-Overland três anos antes. Também é um dos últimos com o motor de seis cilindros em linha de 2.638 cm³ e 90 cv, e câmbio manual de três marchas – em 1975, o modelo adotou o 2.3 de 91 cv e caixa de quatro velocidades. Mas a valente tração traseira com 4x4 temporário era o que levava esse Willys mais longe.

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SOBRE RODAS

FORD JEEP (JEEP WILLYS) (1974)

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LUIS PRADO
ARTE SOBRE

WATSON E O TUBARÃO (1778)

Muitos carros receberam o apelido de tubarão ao longo da história automotiva nacional, mas o primeiro a ser carinhosamente atendido por tal alcunha foi o Puma. Além do desenho cupê, as saídas de ar na coluna traseira lembram guelras, e logo surgiram as referências ao temido peixe. No destaque, a versão Rallye do modelo com motor VW refrigerado a ar.

Já o quadro do século 18 é considerado revolucionário para a história da arte britânica. Na obra, um tubarão ataca uma pessoa, enquanto homens em um bote tentam salvá-lo. A pintura ilustra um fato real. A vítima era o então futuro Lord Mayor de Londres, Brook Watson, amigo de Copley, que na adolescência havia perdido a perna para um tubarão quando nadava no mar caribenho.

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RODAS

PUMA RALLYE (TUBARÃO) (1974)

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AS DUAS FRIDAS (1939)

Um dos mais famosos quadros da artista mexicana é este auto retrato duplo, datado de 1939. Nele, uma Frida usa um vestido branco bem ao estilo vitoriano, enquanto a outra veste um traje tradicional do país latino. Nas duas, o coração e suas principais artérias se conectam, em destaque. A dupla de Chevettes também passeia entre o velho mundo e a realidade tropical. Lançado em 1973, o carro de entrada da Chevrolet usou como base o Projeto T, da Opel, que serviu ao Kadett de quarta geração. Só que nosso sedã estreou antes e caiu nas graças do mercado brasileiro. O coração que batia no GM era o 1.4 com a indefectível tração traseira.

56 • LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS

CHEVROLET CHEVETTE (1976)

LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS • 57

NOS CAMPOS DE TRIGO EM GENNEVILLIERS (1875)

Morisot foi considerada como uma das grandes damas do impressionismo. Um de seus trabalhos mais icônicos é este que retrata a paisagem do campo, com uma gradação de luz fantástica, capaz de destacar as nuances da plantação de trigo. Ambiente rural que combina perfeitamente com uma… Rural. Concebida em 1946 como Jeep SW, começou a ser produzida pela Willys no ABC paulista em 1958 – depois foi adquirida pela Ford. Carregou o primeiro motor a gasolina, um 2.6 seis cilindros de 90 cv, tinha seis lugares e sua versatilidade a fez ganhar o nome de Rural. Para muitos, o primeiro SUV de verdade que se tem história.

58 • LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS

FORD RURAL (RURAL WILLYS) (1976)

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LUIS PRADO
ARTE SOBRE

Em As damas d’ Avignon, Picasso retrata cinco mulheres nuas que seriam prostitutas, já que Avignon era uma rua de Barcelona conhecida pelos bordéis. Um ambiente em que qualquer playboy gostaria de desfilar com seu Miura para tentar atrair as moças. A obra do genial artista espanhol foi acusada de “imoral” no início do século 20, mas é considerada como um marco do início do cubismo, e as formas geométricas pinceladas por Picasso se confundem com os traços do Miura. Com linhas da carroceria bem definidas, o “Lamborghini nacional” feito no Rio Grande do Sul era o máximo da exclusividade nos anos 1980.

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AS DAMAS D’ AVIGNON (1907) Pablo Picasso
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ARTE SOBRE
MIURA SPORT (1977)

MANDORA

Braque é apontado como um dos fundadores do cubismo ao lado de Picasso. Nesta tela abstrata, o artista francês mostra a mandora, um instrumento de cordas, em todas as suas dimensões possíveis. Explodida e remontada, a imagem dela se fragmenta em uma sensação de ritmo musical. Primeiro carro da marca italiana fabricado no Brasil, lançado em 1976, o 147 é praticamente um cubo. Inspirado no 127 europeu, seu motor transversal, suas soluções ergonômicas e suas partes geométricas o tornaram um compacto pioneiro, e também mais espaçoso que os modelos da época.

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ARTE
FIAT 147 (1979)

Uma das mais famosas obras da história da arte, a pintura expressionista retrata um momento de solidão, melancolia, ansiedade e medo. O retrato da pessoa em desespero é atribuído ao próprio estado emocional do artista norueguês, que teve uma vida pontuada por diferentes problemas psicológicos. Ao fundo da cena de desespero, um lago escuro e o céu com cores quentes que retrataria a erupção de um vulcão. Um tom que lembra o céu do cerrado de Brasília, a capital federal que foi homenageada na forma do misto de hatch e stationwagon da Volkswagen. Um carro que nos anos 1970 foi um tremendo sucesso, emplacou quase 1 milhão de unidades e só não vendeu mais que o Fusca.

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O

VOLKSWAGEN BRASÍLIA (1979)

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O BEIJO (1907)

O Landau virou homônimo da versão mais luxuosa do sedã da Ford e suas dimensões generosas, com mais de 5,40 metros de comprimento, não eram apenas uma referência de carro executivo. A enorme cabine permitia que casais apaixonados fossem além das juras de amor em suas dependências. Na tela de Klimt, que retrata sensualidade e erotismo, o casal se abraça e o homem se curva para beijar a mulher em uma cena onde as roupas remetem a mosaicos bizantinos, e se confundem, como em uma única forma. Com um fundo dourado, a sensação é que o casal flutua apaixonado – e que poderia estar em qualquer lugar: inclusive, dentro de um Landau.

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FORD GALAXIE LANDAU (1980)

AULA DE DANÇA (1874)

O pintor impressionista francês jamais escondeu seu fascínio pelo balé, tema principal de muitas de suas obras. E tinha predileção por momentos informais, como nesta pintura de 1873-1875, em que retrata bailarinas em um ensaio. Degas gostava de mostrar o cotidiano dessas dançarinas, pontuado por muita prática, estudo, disciplina, dedicação e esforço.

O Volkswagen Gol também nasceu para ser um carro robusto e centrado. O modelo surgiu em 1980 para substituir o Fusca e cumpriu a missão com louvor. “Durinho” e resistente para aguentar os buracos das ruas brasileiras, é o veículo mais vendido da história da indústria automotiva nacional, com 8,5 milhões de unidades produzidas em mais de 40 anos, três gerações e muitas remodelações.

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VOLKSWAGEN GOL (1980)

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O CAFÉ TERRACE (1888)

A pintura é da fase em que o célebre artista holandês viveu em Arles, na Provença. Van Gogh desenha com maestria os cafés e as luzes noturnas da cidade, com toques distorcidos e tons azuis e amarelos em contraste, observados por um céu repleto de estrelas que ele retratava como se fossem figuras divinas. Para contemplar a cena noturna cheia de energia e o céu mágico de Van Gogh, nada mais apropriado do que abrir a capota do Puma GTS – ex-GTE Spyder. O conversível usava motor 1.600 refrigerado a ar de 70 cv e já havia trocado a plataforma do Karmann-Ghia pela do Brasília para continuar a proporcionar passeios, de dia ou à noite.

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PUMA GTS (1980)

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ARTE

MOÇA COM BRINCO DE PÉROLA (1665)

O enigma do olhar inocente e lábios entreabertos, os trajes cotidianos que contrastam com a joia ostentada pela personagem, a dúvida sobre quem foi a figura feminina retratada na obra. Há tantos mistérios sobre Moça com brinco de pérola que o quadro ficou conhecido como “Monalisa da Holanda”.

O magnetismo indecifrável da pintura é tanto que a obra transcendeu o universo das artes plásticas, dando origem a um livro de ficção que, mais tarde, virou um filme. No mundo automotivo, essa capacidade de transpor barreiras também foi vista no Ford Escort. O carro conquistou admiradores com a proposta de trazer patamar mais elevado de tecnologia do que o visto até então em automóveis nacionais.

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FORD ESCORT XR3 (1984)

MULHER COM SOMBRINHA (1875)

Quando observado de perto, o quadro mais conhecido do movimento impressionista é uma série de borrões e pinceladas. Com alguma distância, o observador quase pode sentir o vento e o calor da luz do sol tão bem retratados na cena bucólica.

Para acompanhar a obra mais conhecida dessa escola, um veículo igualmente ilustre, a Volkswagen Kombi. Com mais de meio século em produção no Brasil, o carismático modelo integrou as mais variadas paisagens. Mesmo após sair de linha, em 2013, ainda é bastante visto em circulação: carregando frutas para uma feira livre ou com um condutor orgulhoso a bordo, que não quer se desfazer da rainha das vans brasileiras que, como sabemos, nunca perde a majestade.

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VOLKSWAGEN KOMBI (1984)

NIGHTHAWKS

A obra do pintor estadunidense Edward Hopper é de 1942, mas não poderia passar sensação mais contemporânea e global: a imagem carrega a aura de distanciamento entre as pessoas e certa solidão que todos experienciam ao viver em uma cidade. Só faltaram alguns smartphones nas mãos das personagens retratadas para tornar a cena mais atual. O Chevrolet Monza, lançado no Brasil em 1982, também foi capaz de antecipar o espírito do tempo que vivemos hoje. Talvez tenha sido um dos primeiros carros globais, fabricado tanto no Brasil, quanto em países da Europa, África, vizinhos da América Latina e também nos Estados Unidos.

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CHEVROLET MONZA (1984)

IMPRESSÃO, NASCER DO SOL (1872)

A paisagem do amanhecer no porto de Le Havre, na França, em coloridos delicados e pinceladas rústicas, sem delimitações. A experimentação de Claude Monet causou polêmica ao trazer uma ruptura à lógica realista da época, o fim do século XIX, e zelar não simplesmente por representações fiéis ao que os olhos enxergam, mas também por expressar como a luz do sol é refletida por cada objeto. Com essa imagem, nasceu o impressionismo, movimento que trouxe renovação artística no momento em que a fotografia roubava o espaço das pinturas mais pragmáticas. Ainda que só tenha surgido quase 100 anos depois, o Gurgel Tocantins se integraria facilmente ao cenário composto por Monet. Quando as tintas automotivas ainda tinham pouca proteção à corrosão, o jipe trouxe carroceria de um composto de plástico e fibra de vidro e, por isso, não criava ferrugem. Logo, virou queridinho para rodar em regiões litorâneas.

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GURGEL X12 TOCANTINS (1985)

NU DESCENDO UMA ESCADA (1912)

Um conjunto de linhas, círculos, luzes e sombras convida o espectador a decifrar o movimento e a passagem do tempo nesta obra de Marcel Duchamp. Apresentada em 1912, era vista como futurista demais para se encaixar no movimento cubista. Ou seja, impunha uma nova estética.

O desenho anguloso e a identidade moderna também estão no Volkswagen Passat, que causou impressão equivalente e elevou os padrões da marca. O modelo foi desenhado por um dos mais relevantes designers de automóveis do mundo, Giorgetto Giugiaro, e trouxe para a fabricante alemã uma pitada da ousadia vista nos carros da Audi, do mesmo grupo.

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VOLKSWAGEN PASSAT (1989)

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ARTE

A CRIAÇÃO DE ADÃO (1511) Michelangelo

A representação artística do momento em que Deus cria o primeiro ser humano está entre as imagens mais icônicas dos afrescos de Michelangelo na Capela Cistina, no Vaticano. A obra é referência do Renascimento e tornou-se parte do imaginário coletivo, inspiração para toda e qualquer representação bíblica. O equivalente automotivo para uma pintura de tanta relevância só pode ser o Gurgel BR-800, primeiro carro genuinamente brasileiro. O modelo materializa o sonho de uma marca de veículos nacional em contraponto a tantas empresas estrangeiras. Na frieza do mundo dos negócios, o projeto não prosperou e a montadora encerrou as atividades na década de 1990. Já na visão emocional dos brasileiros, os modelos da Gurgel viraram relíquias, um patrimônio a ser valorizado e revisitado, como a obra do pintor e escultor italiano.

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GURGEL BR800 (1990)

Uma garotinha observa o mundo pela janela. Bem poderia ser para esperar o pai chegar em casa a bordo de um Santana. A obra da pintora francesa Sophie Gengembre Anderson, pouco valorizada no século XIX, quando foi pintada, envelhece bem: foi vendida nos anos 2000 por mais de 1 milhão de libras. A imagem se molda até à era digital, servindo de base para memes e mensagens nas redes sociais. O sedã da Volkswagen já nasceu consagrado, mas parece contar também com a generosidade do tempo. Acumulou tantas boas histórias desde que começou a ser produzido no Brasil, em 1984, que virou peça de apreço e coleção depois de ter saído de linha, em 2006.

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VOLKSWAGEN SANTANA EXECUTIVO (1990)

COMPOSIÇÃO A (1923)

Formas geométricas, ângulos retos e uma identidade visual marcante. A descrição cabe tanto para o Fiat Uno, quanto para as obras de Piet Mondrian, ícone do neoplasticismo. Na arte ou no universo automotivo, as linhas simples e limpas fazem sucesso. O carro foi um dos mais longevos da indústria automotiva nacional, com 37 anos entre os mais vendidos do mercado, entre 1984 – ano de seu lançamento – e 2021 – incluindo a segunda geração. Com tanto tempo presente na vida dos brasileiros e brasileiras, é raro encontrar quem não enxergue no Uno uma imagem familiar e, talvez, um pouco da própria trajetória. Nessa beleza da trivialidade, o modelo se encontra novamente com o legado artístico do pintor holandês: com suas linhas simples e cores puras, as obras carregam toda a grandeza de significado que o espectador é capaz de enxergar nelas.

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FIAT UNO (1990)

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OFÉLIA

Na tragédia de Hamlet, uma das mais conhecidas do autor inglês William Shakespeare, a grande vítima parece ser Ofélia, a mulher apaixonada pelo protagonista, abandonada por ele e cujo pai foi assassinado pelo próprio alvo de seu amor. Com tanto infortúnio, na hora de decidir entre “ser ou não ser”, ela fica com a segunda opção e se deixa afogar, como representa a obra de John Everett Millais. Nessa história revisitada, a donzela teria um destino diferente. O Land Rover Defender é uma contraposição à fragilidade da personagem. No comando do jipe ela deixaria o drama para trás na busca por desbravar outros cenários e explorar novos amores. A mocinha, enfim, bem-acompanhada, dona da própria história.

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LAND ROVER DEFENDER (1991)

Tão revolucionária quanto uma mulher artista na União Soviética no começo do século XX foi a chegada do Lada Niva ao Brasil, da fabricante russa AutoVaz. A marca foi uma das primeiras a se aventurar no mercado nacional logo após o país abrir as portas para as importações, em 1990. Como carro novo, teve vida curta no Brasil, já que a importação só seguiu até 1997. Por outro lado, deixou um legado perene: só no estado de São Paulo, ainda hoje estão em circulação mais de 8 mil unidades do precursor dos atuais utilitários esportivos. Da mesma forma, Popova viveu apenas até os 35 anos, mas deixou sua estética vanguardista nas artes plásticas e no design como reflexão e inspiração para novas gerações de artistas.

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ARTE SOBRE
LADA NIVA (1991)

BEYOND THE RADIANT VALLEY (1918) Alice Bailly

A arte de Alice Bailly se caracteriza por cores vivas, verdadeiramente impactantes. Tal pode ser atribuído à influência fauvista em sua obra – os pintores do movimento, atraídos pela estética de Van Gogh, aplicavam tons violentos, abrasivos, em seus trabalhos. Bailly também foi fortemente influenciada pelo futurismo, vertente que, embora glorifique objetos tecnológicos, foca em suas expressões, no dinamismo. E dinâmica não faltava ao Kadett GS. Equipado com motor 2.0, o mesmo do Monza, o modelo tinha desempenho excepcional tanto pelo propulsor, quanto pelo ótimo coeficiente aerodinâmico. Veloz, inovador e belíssimo, o Kadett GS certamente seria visto com bons olhos por Alice Bailly. Ela, infelizmente, nos deixou aos 65 anos, vítima da tuberculose. Esta versão teve vida ainda mais breve: chegou ao mercado em 1989 e saiu de linha em 1991, para dar lugar ao Kadett GSi.

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CHEVROLET KADETT GS (1991)

AMARELOVERMELHO-AZUL (1925) Kandinsky

A originalidade do Gurgel Motomachine, de fato, não agradou a gregos e troianos quando revelada no Salão do Automóvel de 1990. No entanto, há de se convir que a derivação do BR-800 tinha conceito deveras interessante: trazer a experiência de pilotagem de moto para um veículo de quatro rodas, todo fechado. Tal proposta, que beira o abstracionismo, se assemelha à obra de Kandinsky, que mescla as cores primárias sem quaisquer padrões ou sentido. A pintura não toma como base referências visuais, mas sim sentimentos. É uma viagem quase que lisérgica, repleta de originalidade tal qual o Motomachine desenvolvido pelo visionário João Augusto do Amaral Gurgel.

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ARTE
GURGEL MOTOMACHINE (1991)

RESTAURANT IN THE PARK (1912)

O expressionismo alemão, representado pela obra de August Macke, valorizava a subjetividade, questionava os padrões vigentes e não se acanhava ao retratar sentimentos como medo e solidão –tradicionalmente deixados de lado em quadros que buscavam valorizar apenas o belo. Igualmente destemido foi o Fiat Tempra, que chegou ao Brasil nos anos 1990 como primeiro sedã médio da marca italiana. E não só isso: o carro pretendia disputar o consumidor entre os modelos luxuosos. Em contraponto ao que propõe o expressionismo alemão, o Tempra era tudo, menos subjetivo. Um carro que mostrava a que veio, para fazer inveja aos vizinhos na garagem.

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FIAT TEMPRA (1993)

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PAISAGEM COM A QUEDA DE ÍCARO (1558)

É de comum acordo: Ícaro alçou voo ambicioso em demasia e tal levou a uma breve, porém espetacular, derrocada. Deixou Creta em toda a sua glória para cair, de forma um tanto patética, nas águas do mar Egeu – hoje batizado Icário, em sua homenagem. Se a glória do personagem da mitologia foi efêmera, o mesmo não se pode dizer do Land Rover Defender. O modelo foi sinônimo de robustez e aventura fora-de-estrada por décadas. Aqui representado em sua variante picape, que exalta toda a sua capacidade e valentia, o Defender é um caso raro: voou perto do sol e sobreviveu para contar a história.

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LAND ROVER DEFENDER (1993)

SUNRISE (1924)

O Corsa chegou ao Brasil com a ingrata missão de substituir o emblemático Chevette. Graças ao seu projeto moderno, suas linhas inconfundíveis e ao acabamento de excepcional qualidade para a época, o modelo se mostrou um sucessor mais do que digno. Outro ponto de destaque do compacto era a sua vivaz paleta de cores. Em sua primeira encarnação, tinha, por exemplo, o amarelo gris. Esta se encaixaria com perfeição em Sunrise, de Arthur Dove, considerado por muitos o primeiro pintor norteamericano de arte abstrata.

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CHEVROLET CORSA (1993)

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LUIS PRADO
ARTE

A FEIRA DO CAVALO (1855)

Antes dos motores a vapor, os cavalos eram a força-motriz responsáveis pelo trabalho pesado nas minas inglesas do século XVIII. Os equinos eram peças-chave em um sistema de cordas e roldanas e carregavam baldes e baldes de carvão retirados daqueles locais de trabalho insalubres. A capacidade dos animais fez com que o inventor James Watt traçasse uma linha comparativa entre suas aptidões e as do motor a vapor – comparação que perdura até hoje. Tal preâmbulo nos leva ao Chevrolet Omega. Em sua configuração GLS 2.0, o modelo impressionava por seus, à época, generosos 130 cv de potência. Cavalaria de estirpe, que trabalhava com eficiência e velocidade.

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RODAS • 103
LUIS PRADO | ARTE SOBRE
CHEVROLET OMEGA (1993)

OS GRANDES CAVALOS AZUIS (1911) Franz Marc

Ícones podem ser definidos como pessoas, ou coisas, emblemáticas, representativas de um determinado período. Franz Marc é ícone do expressionismo alemão. Nos deu de presente esta obra que emana força, emoção. Três cavalos, que, em primeiríssimo plano, parecem formar uma única figura, uma entidade praticamente indestrutível.

A Bayerische Motoren Werken AG é outro ícone alemão, e também se vale de muitos cavalos para demonstrar todo o seu poder. Não importa se são motos ou automóveis, os veículos da BMW têm aura mística, aquecem até mesmo o coração mais gélido. Isso, claro, sem abrir mão de desenhos lindíssimos e de uma força descomunal.

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RODAS

BMW 325i (1993)

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RODAS • 105
LUIS PRADO
ARTE SOBRE

O ALMOÇO NA RELVA (1862)

A luz intensa, enfática, destaca a mulher nua, que divide momento comensal com outros indivíduos. Das raras pinturas de Manet em um ambiente externo, traz mistura de clássico e contemporâneo, bem como usa das cores para dar maior sensação de espaço às personagens da obra. Carros de origem francesa, usualmente, aparentam ter habitáculo que compromete o conforto dos ocupantes. A engenharia dos bleus, contudo, se aproveita dos mínimos cantos, de soluções sagazes, a fim de dar mais espaço aos passageiros. Este é o caso do Twingo, subcompacto que se alimenta de baguetes pela manhã. Com design icônico, o modelo da Renault é dotado de interior capaz de abrigar um belo piquenique com alguns convidados.

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SOBRE RODAS • 107
LUIS PRADO
ARTE
RENAULT TWINGO (1995)

O FILHO DO HOMEM (1964)

O autorretrato surrealista do homem de sobretudo e chapéu-coco, com a face parcialmente escondida por uma maçã verde, apresenta um duelo entre o visível e o oculto. É como se o visível representasse a realidade e o que está escondido nos sonhos – que podem ou não ser concretizados. Mas vamos nos ater ao chapéu, um clássico do vestuário britânico. No início, atendia ao povão. Todavia, com o tempo, classe média e alta se apoderaram do item. Tal qual o chapéu-coco, o Mini Cooper, que se orgulha em carregar as cores da Union Jack, é sinônimo da terra da Rainha. Aqui, temos duas instituições.

108 • LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS
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LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS MINI COOPER (1995)

A GRANDE ONDA DE KANAGAWA (1820)

A primeira das xilogravuras de Hokusai sobre o monte Fuji está tão incrustada na cultura popular que virou emoji nos smartphones da Apple. A vista apresenta uma onda gigantesca prestes a varrer alguns corajosos barcos que ousam navegar naquelas águas. Ao fundo, a mais alta montanha de Hoshu dá o ar da graça. Vencer uma batalha contra um mar bravio é missão para poucos navegadores. Pathfinder, do inglês, significa “desbravador”. O veículo da Nissan, embora não seja um anfíbio, combina com a natureza, com o inexplorado, com uma valente embarcação que enfrentaria, sem pestanejar, a Grande Onda de Kanagawa.

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SOBRE RODAS • 111
PRADO
ARTE
NISSAN PATHFINDER (1995)

O JARDIM DAS DELÍCIAS TERRENAS (1504)

Hieronymus Bosch

O centro do tríptico de Bosch apresenta uma humanidade pútrida, entregue à luxúria. A tensão sexual está por todos os lados, obscenidades se espremem na tela. O diabo, por sua vez, esconde-se nos detalhes, aguarda o desabrochar de todo o mal.

A besta se faz presente, impassível, desejosa em cumprir sua missão de transportar aquelas almas ao inferno. Bem menos assustadora, a Besta da Kia, comercializada no Brasil nas décadas de 1990 e 2000, também transporta almas com eficiência por aqui, no purgatório terrestre.

112 • LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS
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RODAS • 113
LUIS PRADO
ARTE SOBRE
KIA BESTA (1997)

PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA (1931)

Este clássico surrealista não trata do tempo real, mas sim do tempo do inconsciente. Influenciado por Sigmund Freud, Dalí abraçou o conceito de que “o sonho é a estrada real que conduz ao inconsciente” – frase cunhada pelo pai da psicanálise. No fim dos anos 1990, para os jovens de classe média alta brasileiros o sonho era a estrada real que conduzia ao Audi A3. A primeira geração do modelo, com design assinado por Dirk van Braeckel, era a grande vedete deste grupo que começava a trilhar seu próprio caminho. Caminho, convenhamos, muito mais fácil de ser vencido a bordo do hatchback alemão.

114 • LUIS PRADO | ARTE SOBRE
RODAS

AUDI A3 (1998)

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LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS

DUAS MULHERES TAITIANAS (1899)

Artista renomado em seu país de origem, a França, Gauguin resolveu largar tudo – família e convenções europeias – para se aventurar em novos temas no Taiti. Como alguém que havia morado no Velho Continente por bons anos da vida, apaixonou-se e pintou o exotismo da ilha com cores intensas. Se tivesse ocorrido nos dias atuais, e não no século XIX, as aventuras de Gauguin certamente seriam conduzidas pelas belíssimas paisagens por um Kia Sportage pilotado por um guia turístico. Confortável, o utilitário esportivo – que nasceu como um jipinho sem terceira coluna –, tem design arrojado que remete a um paradisíaco destino praiano.

116 • LUIS PRADO | ARTE SOBRE
RODAS
LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS • 117
KIA SPORTAGE (1998)

THE TEN LARGEST No 3 (1907)

A enigmática artista sueca trabalhava o além de forma abstrata. Adepta da teosofia, conjunto de doutrinas filosóficas e místicas que buscavam entender, como diria o autor Douglas Adams, “a vida, o universo e tudo mais”, a pintora considerava o significado de suas obras tão particular que optou por não as expor quando em vida. Talvez fosse um pedido advindo de seu Ka. Não, não o compacto da Ford, mas sim do conceito egípcio de alma. O Ka, para eles, era um elemento metafísico, presente tanto nos humanos quanto nos deuses. Todos nós, portanto, temos um Ka. Na garagem ou não.

118 • LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS

FORD KA (1999)

LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS • 119

UM AMIGO EM NECESSIDADE (1903)

“O que o meu animal de estimação faz quando não estou em casa”?

Tal pergunta pode ser alçada ao patamar das maiores dúvidas da história.

Afinal de contas, quem nunca se questiona quais são as atividades de seu pet enquanto você, humano, bate perna por aí? Coolidge responde nesta pintura kitsch, que evidencia uma partida de pôquer entre cães.

Se eles são os melhores amigos de quatro patas do homem, o Honda

Civic é o grande parceiro calçado por quatro rodas e pneus. Um dos carros mais vendidos do mundo, é o companheiro de muito motorista de primeira viagem, bem como o parceiro de muitos condutores experientes.

Confiável, amigável e fiel, é o perfeito cúmplice para qualquer viagem.

Mas o que será que o Civic faz longe dos seus olhos? A pensar.

120 • LUIS PRADO | ARTE SOBRE
RODAS
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SOBRE RODAS • 121
LUIS PRADO
ARTE
HONDA CIVIC (2000)

O NASCIMENTO DE VÊNUS (1485) Sandro Botticelli

A Vênus de Botticelli faz parte da cultura popular de tal forma que deu origem a inúmeras variações e serviu de referência até para a capa de disco pop, da Lady Gaga. No quadro, a deusa emerge de uma concha (uma metáfora para a vagina) e é levada para a margem por Zéfiro, o deus dos ventos do oeste. Nua, ela cobre as partes íntimas com as mãos e com os longos cabelos. E o que a deusa tem a ver com veículo tão frugal quanto o Chevrolet Celta? Embora longe de ser uma divindade automotiva, o hatchback era comercializado apenas com equipamentos básicos. Pelado, nu, espalhado para os quatro cantos do Brasil pelos deuses dos ventos.

122 • LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS
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SOBRE RODAS • 123
LUIS PRADO
ARTE
CHEVROLET CELTA (2001)

GÓTICO AMERICANO

O Gótico Americano foi a pintura responsável por alçar Grant Wood ao estrelato. O pintor combinou técnicas estadunidenses e europeias para retratar o casal da imagem – um dentista e sua filha, do estado de Iowa. Tudo bem que o Toyota Corolla não é o carro mais vendido no meio-oeste americano, mas o modelo foi o grande responsável pelo êxito da montadora nipônica no mercado global. Tanto é que, até hoje, é o veículo mais vendido do mundo. Assim como o quadro de Wood, o sedã tem seus detratores, mas sua influência é inegável. O Corolla e o Gótico Americano, se traduzidos para um gênero musical, seriam algo como o emo foi, e ainda é, para o rock. Nascido no meio-oeste, o subgênero tem seus sucessos de público e crítica, mas também não consegue se desvencilhar das pechas e das críticas negativas. Os invejosos que chiem, mas o trio já faz parte da cultura popular – e dela não mais sairão.

124 • LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS

TOYOTA COROLLA (2001)

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RODAS • 125
LUIS PRADO
ARTE SOBRE

Parece que o tempo parou no entorno da mulher vestida de verde nesta obra de August Macke. As cores quentes e as formas arredondadas que convergem para a figura central fazem o mundo ao redor ficar suspenso. Com uma abordagem oposta, o Kia Sportage é incapaz de congelar o tempo, mas acompanha a sua passagem como ninguém. O modelo nasceu no começo dos anos 1990 como uma minivan e se transformou ao longo dos anos de acordo com o crescente interesse dos consumidores por utilitários esportivos. No Brasil, é responsável por parcela relevante das vendas da marca. Passou a ser oferecido também em versão híbrida, com um motor elétrico e outro a gasolina – mais uma vez, acompanhando a mudança dos ventos.

126 • LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS
WOMAN IN A GREEN JACKET (1913) August Macke
LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS • 127
KIA SPORTAGE (2002)

A paisagem bucólica, com a pequena estrada de terra que leva a uma casa aconchegante. Na entrada, um cachorro animado recebe com alegria quem chega. A obra de John Constable emana uma sensação de conforto, aquele sentimento bom de se aproximar de casa. Foi para essa familiaridade que a General Motors apelou ao lançar o Chevrolet Vectra no Brasil. O modelo chegou com a difícil missão de substituir um sedã consagrado, líder do segmento, o Monza. Para isso, apelou para uma proposta requintada e a entrega de bom desempenho.

128 • LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS
WILLY LOTT’S HOUSE, NEAR FLATFORD MILL (1811) John Constable
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SOBRE RODAS • 129
LUIS PRADO
ARTE
CHEVROLET VECTRA (2005)

DA

O óleo sobre tela de Chagall apela para a glória do azul, para o tom de dourado e para um branco vivaz para dar vida à Madonna e ao ambiente que a cerca. O artista de origem russa radicado na França era conhecido justamente por suas certeiras paletas.

Até mesmo Pablo Picasso, outra lenda das artes e figura que, por anos, semeou relação de inimizade com Chagall, admitia isso. Reza a lenda que o espanhol certa vez comentou que, após a morte de Matisse, o russo seria o único pintor vivo a entender das cores. Embora inimigos, Chagall e Picasso poderiam concordar que, mesmo com seus predicados, no quesito beleza o Citroën Xsara Picasso talvez não faça jus ao sobrenome do grande gênio das artes, responsável por capitanear o movimento cubista.

130 • LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS
LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS • 131
CITROËN XSARA PICASSO (2008)

BAILE NO MOULIN ROUGE (1892)

Se Toulouse-Lautrec e Nelson Gonçalves fossem contemporâneos, o primeiro certamente entoaria os seguintes versos de uma canção de sucesso de um dos cantores que mais venderam discos no Brasil: “Boêmia, aqui me tens de regresso / E, suplicante, te peço a minha nova inscrição”. Pois é. O pós-impressionista era tão fã de uma farra que pereceu jovem, aos 36 anos, por complicações advindas da sífilis e do alcoolismo. Cheio de posses, Toulouse-Lautrec não tinha pudor algum em andar com as meretrizes do famoso Moulin Rouge. Além de produzir os pôsteres promocionais dos lendários shows da casa, também é o autor desta obra, que mostra toda a efervescência do cabaré. Esta mesma paixão pode ser vista nas linhas do Peugeot 206. O hatch francês combina a verve popular do pintor, que não ligava para o que os outros pensavam, a sua condição financeira privilegiada, evidenciada no carro tanto no elegante design, quanto no acabamento esmerado.

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PEUGEOT 206 (2008)

A LIBERDADE GUIANDO O POVO (1830) Eugène Delacroix

A força da liberdade, guiando o povo em uma rebelião contra a aristocracia, é evidente neste magnum opus de Eugène Delacroix. Muito bem representada por uma mulher, a Liberdade ergue a bandeira da Revolução Francesa com uma das mãos e carrega, na outra, um mosquete. Ela incita, clama pelo avanço dos populares e das facções burguesas contra os nobres. A alta classe tenta resistir. Acossada, porém, se dobra aos anseios do povo. A pintura celebra justamente tal questão, a queda de Carlos X e a ascensão de Luís Filipe I, conhecido como o “Rei Burguês”. Este, anos depois, também cairia com a abolição da monarquia na França. E quanto ao Renault Clio nessa história? O carro de origem francesa nasceu para ser um veículo popular, para garantir às pessoas a liberdade de ir e vir. Assim como a deusa do quadro, que também inspirou a Estátua da Liberdade.

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RENAULT CLIO (2009)

A PARTIDA DE XADREZ (1555) Sofonisba Anguissola

Sofonisba Anguissola foi a primeira artista mulher a ser adorada internacionalmente. Uma das obras mais famosas da pintora renascentista é esta, na qual retrata suas irmãs jogando uma partida de xadrez. Uma delas carrega a altivez no olhar de alguém que acabou de vencer. Já a outra fulmina a campeã, a golpeia com uma funesta encarada de perdedora. Numa partida similar, que durou cerca de três anos, a Caoa manteve o direito de produzir e importar veículos da Hyundai para o Brasil. Com isso garantiu o xeque-mate, já que pôde seguir fabricando o Tucson, um SUV que, mesmo com alguns contras, foi um verdadeiro queridinho do público.

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HYUNDAI TUCSON (2010)

A QUEDA DOS CONDENADOS (1620)

Os condenados caem, rumo ao inferno, para de lá não mais voltar. Tal evento, incrustado na arte cristã, é dotado de perturbadora beleza neste óleo sobre tela de Peter Paul Rubens. De um feixe de luz, o Arcanjo Miguel envia inúmeras almas para a derrocada.

É a queda dos anjos rebeldes. O Jeep Renegade, como dá para notar pelo nome, também é um renegado, carrega certa rebeldia. No entanto, se o mundo automotivo fosse ditado por mitos cristãos, o utilitário esportivo certamente estaria a tocar sua harpa nos céus. Sucesso de público e crítica, até 2022, bom frisar, o único pecado do utilitário esportivo era seu ébrio propulsor 1.8 – do qual a Stellantis, fabricante do modelo, se livrou em uma reestilização. Ouvimos um “amém”?

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JEEP RENEGADE (2016)

A TORRE DE BABEL (1563)

Humanidade unida, monoglota, sob o mesmo teto. Todos, felizes, morando em uma construção que subiria aos céus. Sob a batuta de Nimrod, tal plano fora executado a fim de impedir que as pessoas se espalhassem mundo afora. Projeto ambicioso, que, por intervenção divina, acabou não dando muito certo. A história bíblica que justifica a existência de inúmeros idiomas é representada nesta obra de Bruegel, o Velho, um dos maiores expoentes do Renascimento flamengo. O Fiat Mobi parece encenar, de alguma forma, o sonho de unidade expresso na obra. Um veículo de marca italiana feito para ser popular no Brasil, dialogar com pessoas de todos os espectros e tipos. Uma verdadeira Torre de Babel sobre rodas.

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LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS FIAT MOBI (2016)

RETRATO DE RAINER MARIA RILKE (1906)

Representado aqui com certo ar de distanciamento da audiência, o poeta Rainer Maria Rilke foi, na verdade, um amigo próximo e grande incentivador da carreira de Paula ModersohnBecker. Como tantas mulheres no universo das artes, a pintora expressionista alemã acaba por ser pouco reconhecida fora de seu país de origem. A história se opõe à do Nissan Kicks, utilitário esportivo que consolidou certa imagem de inovação e qualidade para a fabricante japonesa no Brasil e na América Latina. O modelo pegou o bonde de um evento global, os Jogos Olímpicos de 2016, para seu lançamento na região. Toda a pompa e circunstância para fortalecer a imagem da companhia fora de casa.

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LUIS PRADO | ARTE SOBRE
NISSAN KICKS (2021)

O BAILE NO MOULIN DE LA GALETTE (1876)

Na propositadamente desfocada arte de Renoir a burguesia se diverte no boêmio bairro parisiense de Montmartre. Dança e sorri, vive a belle époque, goza do boom artístico e econômico que duraria quatro décadas.

Por isso, há uma deliciosa dicotomia entre o óleo sobre tela do impressionista, povoado por indivíduos com figurinos alinhados, claramente dotados de algumas posses, e o Renault Kwid. Embora carregue insígnia da tradicional marca francesa, o subcompacto é um projeto indiano, voltado para mercados emergentes e que dificilmente habitará a garagem de qualquer membro da burguesia.

O Kwid, ao menos por enquanto, ainda é do povo.

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LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS RENAULT KWID (2021)

SÉRIE 12 PAISAGENS (1925) Qi Baishi

Qi Baishi tem uma gama variada de obras, a maioria permeada por otimismo contagiante e meticulosidade invejável. Quando aportaram no Brasil pela primeira vez, os carros da Chery, mesmo simpáticos, não arrancaram suspiros. Longe disso. A falta de esmero no acabamento dos modelos era evidente, alvo fácil para a crítica. Todavia, tudo se transforma. A evolução dos veículos da montadora nipônica, representada no Brasil pelo grupo Caoa, foi gritante. Tanto é que, hoje, o portfólio da marca é digno de louvor. Se ainda não são o epítome da minuciosidade como as pinturas de Qi Baishi, caminham a passos largos para, ao menos, chegar perto de tamanho cuidado com os mínimos detalhes.

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CAOA CHERY TIGGO (2021)

O CASAL ARNOLFINI (1434)

Luz, perspectiva e minuciosidade exalam desta obra de Jan van Eyck. O óleo sobre tela de carvalho representa um casal de nobres do século XV e traz conceitos revolucionários de estilo, como o refinamento técnico que garante o caráter tridimensional e a sensação de profundidade. O mesmo vanguardismo se aplica ao BMW i3, primeiro modelo elétrico produzido em série pela montadora germânica. Foi também um dos primeiros carros elétricos vendidos no mercado brasileiro, ainda que restrito a um grupo de consumidores mais endinheirados, tal qual o casal Arnolfini. Dono de visual futurista, o compacto foi lançado em 2013 e, já à época, apostava no uso de materiais sustentáveis. Além disso, tem soluções inovadoras no habitáculo e monocoque de fibra de carbono. Um veículo revolucionário, assim como a pintura de van Eyck.

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LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS
BMW I3 ELÉTRICO (2021)

MONT SAINTE VICTOIRE (1897)

O precursor do cubismo nasceu e morreu em Aix-en-Provence, comuna localizada no sul da França. Não à toa, pintou a cidade de ângulos distintos, em composições exuberantes. Cézanne tinha como cenário favorito a montanha que ficava perto do seu lar. Nesta obra de poucas cores, a natureza parece engolir o ainda nascente ambiente urbano com um prazeroso silêncio.

O Volvo XC40 Recharge, por sua vez, é um SUV concebido para a cidade. Como se trata de um modelo 100% elétrico, abraça o condutor com uma confortável quietude. Nele mora o silêncio, a calmaria de uma comuna perto da montanha.

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LUIS PRADO | ARTE SOBRE RODAS • 151 VOLVO XC40 RECHARGE (2021)

O INCÊNDIO DA CASA DOS LORDES / O INCÊNDIO DAS CASAS DO PARLAMENTO (1834) William Turner

O inglês William Turner é considerado um dos precursores do modernismo pelos quadros gigantescos, com muitos detalhes e várias nuances de cores e luzes. Isso fica evidente na obra de 1835, que retrata a sede do parlamento britânico em chamas em meio a barcos e muitas nuvens.

O Pulse também é um carro cheio de nuances e detalhes precursores. Lançado no fim de 2021, foi o primeiro SUV compacto da Fiat e inovou no segmento com conectividade, bom nível de segurança e equipamentos. Além disso, foi o modelo da marca italiana que estreou o motor 1.0 turbo GSE para ser um dos mais potentes da categoria.

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LUIS PRADO
ARTE SOBRE
FIAT PULSE (2022)

O projeto Arte sobre rodas só foi possível com a colaboração de grandes colecionadores de automóveis. São apaixonados que preservam a história do setor automotivo no Brasil e abriram suas garagens para que seus carros fossem fotografados.

Cada veículo retratado nesse projeto foi cedido por fabricantes de veículos ou colecionadores particulares.

As datas sinalizadas na imagem dos automóveis correspondem ao ano-modelo da unidade fotografada, não ao ano de lançamento de determinada linha, mas podem não representar exatamente o modelo vendido no mercado brasileiro. São apenas uma referência da linha do tempo da indústria automotiva nacional. “

Um agradecimento especial a:

Garage Brazil

Alexandre Badolato

Alexandre Galiano

Bigo Berg

Christian Gerschkovitch

Felipe Bitu

Gabriel Hoffmann

Goi Cacciatore

Joca Prado José Eduardo Bevilacqua

JFPapa

José Luiz Gandini

José A. Penteado Vignoli Junior Almeida Kia Brasil

Lorenzo Prado Luiz Eduardo Martins Marcelo Ambroselli Norian Munhoz Paulo Ricardo Cancela Reinaldo Silveira Sergio Minervini

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