• FÓRUM: INDÚSTRIA AUTOMOTIVA JÁ SOBE OS PRIMEIROS DEGRAUS
• INTEGRADO À VIDA DIGITAL, CARRO VIRA CENTRAL DE COMUNICAÇÃO
• PRÊMIO REI APONTA OS MELHORES CASES DO SETOR AUTOMOTIVO
Automotive
ABRIL DE 2017 ANO 9 • NÚMERO 44
CAOA AMADURECE APÓS UMA DÉCADA DE PRODUÇÃO DE MONTADORA A FÁBRICA COMPLETA, EMPRESA JÁ PRODUZIU 230 MIL VEÍCULOS EM ANÁPOLIS DESDE A INAUGURAÇÃO EM 2007 E AVANÇA NA NACIONALIZAÇÃO AB44_CAPA.indd 1
MAURO CORREIA, presidente do Grupo Caoa
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ÍNDICE
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CAPA
MAURO CORREIA, presidente do Grupo Caoa
AOS 10 ANOS, CAOA MONTADORA AMADURECE A EMPRESA BRASILEIRA, COM FÁBRICA EM ANÁPOLIS (GO), JÁ MONTOU 230 MIL
LUIS PRAD
O
VEÍCULOS E AVANÇA NA NACIONALIZAÇÃO 7M ERCADO POLO AUTOMOTIVO JEEP Dois anos de operação
30 T ECNOLOGIA CARROS INTEGRADOS À VIDA DIGITAL Veículos tornam-se centrais de comunicação
8 FERNANDO CALMON ALTA RODA Eficiência energética em debate
38 I NOVAÇÃO ESTRATÉGIAS PARA O FUTURO Independência para inovar na FCA
9 NO PORTAL
NIVERSÁRIO 40 A SCANIA FAZ 60 ANOS NO BRASIL Empresa ganha mercado e amplia exportações
12 C ARREIRA FRÉDÉRIC DROUIN ASSUME JAGUAR LAND ROVER Executivo trabalhou 10 anos na Peugeot do Brasil
WAGNER MENEZES/WMPHOTO STUDIO
EGÓCIOS 18 N ACORDO ENTRE BRASIL E COLÔMBIA Cotas de importação começam em 12 mil unidades/ano
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60 FÓRUM
LUIS PRADO
INDÚSTRIA SOBE OS PRIMEIROS DEGRAUS Anfavea já vê início da recuperação
ANTONIO MEGALE, presidente da Anfavea
MALAGRINE
72 P RÊMIO TOYOTA DESTACA FORNECEDORES Panasonic foi a melhor empresa RÊMIO 76 P HONDA INDICA MELHORES EM SUPRIMENTOS Montadora faz 20 anos produzindo carros no País RÊMIO 78 P CAOA RECONHECE MELHORES PARCEIROS Montadora valoriza avanços com o Inovar-Auto
44 L ANÇAMENTO TOYOTA REFINA O COROLLA BRASILEIRO Visual rejuvenescido e mais segurança
RÊMIO 68 P FORNECEDORES RESISTEM À CRISE Mercedes promove Prêmio Interação
PEDRO DANTHAS
46 L ANÇAMENTO NISSAN IMPORTA FRONTIER DO MÉXICO Em 2018 picape será feita na Argentina
82 PRÊMIO REI OS MELHORES CASES DA INDÚSTRIA Vencedores receberão troféus em 13 de junho 84 Montadora do ano 85 Empresa de autopeças do ano 86 Profissional de montadora 87 Profissional de autopeças 88 Veículo de passageiros 89 Veículo comercial leve 90 Veículo comercial pesado 91 Marketing e propaganda
92 Manufatura 93 Logística 94 Inovação e tecnologia 95 S ustentabilidade e responsabilidade socioambiental 96 Autopeças e sistemas 97 Motores e transmissões 98 Insumos
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EDITORIAL
REVISTA
www.automotivebusiness.com.br
Paulo Ricardo Braga Editor paulobraga@automotivebusiness.com.br
O ANIVERSÁRIO DA CAOA A matéria de capa desta edição analisa a evolução da brasileira Caoa como fabricante de veículos na planta de Anápolis, que completa dez anos de existência e produz, sob licença da Hyundai, os SUVs Tucson, New Tucson e ix35, além dos caminhões HR e HD80 (substituto do HD78). O editor Pedro Kutney, de Automotive Business, foi mais uma vez visitar a fábrica e mostrou-se surpreso com os avanços na operação industrial e organização das instalações, que incluem um moderno centro de pesquisa e eficiência energética e pista de testes. A Caoa deixou de ser a empresa que montava kits importados para tornar-se uma integradora de sistemas e componentes abastecidos em boa medida por fabricantes locais. Um exemplo disso é o HD80 que, com a elevação do conteúdo local, já pode ser financiado pelo Finame. Como indicador dessa evolução, de 2014 a 2016 o volume de componentes localizados para atender a fábrica goiana avançou 220%. O próximo passo será a estampagem de partes laterais, capô e tampa de porta-malas dos veículos, por meio da Flamma Automotiva, do grupo Aethra, em Pouso Alegre, MG. Também apresentamos nesta edição os 60 cases finalistas do Prêmio REI em 15 categorias, selecionados por um júri de especialistas. Em uma segunda etapa, esses cases passam pelo crivo de leitores e participantes de eventos de Automotive Business para definir os merecedores do prêmio. Os troféus, que valorizam a excelência e a inovação em atividades e empreendimentos do setor automotivo, serão entregues dia 13 de junho. Fizemos um balanço do oitavo Fórum da Indústria Automobilística, que em abril recebeu 900 participantes no Golden Hall do WTC, em São Paulo, para debater as tendências da indústria automobilística nacional e entender as aspirações do setor à véspera de se anunciar o programa Rota 2030, que definirá as novas políticas industriais. Um ponto alto do evento foi a rodada de negócios da cadeia de suprimentos, na qual uma centena de representantes de montadoras e sistemistas recebeu, em sessão de networking, os participantes do fórum. Tratamos ainda de temas como o aniversário de 60 anos da fábrica da Scania no Brasil, inovação e conectividade na indústria automobilística, o lançamento do Toyota Corolla e da Nissan Frontier, sem esquecer de destacar os fornecedores de autopeças e serviços premiados pela Mercedes-Benz, Toyota, Honda e Caoa. Boa leitura e até a próxima edição.
Editada por Automotive Business, empresa associada à All Right! Comunicação Ltda. Tiragem de 10.000 exemplares, com distribuição direta a executivos de fabricantes de veículos, autopeças, distribuidores, entidades setoriais, governo, consultorias, empresas de engenharia, transporte e logística e setor acadêmico. Diretores Maria Theresa de Borthole Braga Paula Braga Prado Paulo Ricardo Braga Editor Responsável Paulo Ricardo Braga (Jornalista, MTPS 8858) Editora-Assistente Giovanna Riato Redação Mário Curcio, Pedro Kutney e Sueli Reis Colaboradora desta edição Edileuza Soares Editor de Notícias do Portal Pedro Kutney Design gráfico Ricardo Alves de Souza Josy Angélica (RS Oficina de Arte) Fotografia Estúdio Luis Prado Publicidade Carina Costa, Greice Ribeiro e Monalisa Naves Atendimento ao leitor Patrícia Pedroso WebTV Marcos Ambroselli Comunicação e eventos Carolina Piovacari Impressão Margraf Distribuição Correios
Administração, redação e publicidade Av. Iraí, 393, conjs. 51 a 53, Moema, 04082-001, São Paulo, SP, tel. 11 5095-8888 redacao@automotivebusiness.com.br Filiada ao
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MERCADO
FCA
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á 2 anos a FCA abria as portas de sua segunda fábrica no Brasil, o Polo Automotivo Jeep, localizado em Goiana, região da Zona da Mata de Pernambuco. A operação começou com a fabricação do Jeep Renegade e de lá para cá acrescentou à linha os modelos Jeep Compass e a picape Fiat Toro, nesta ordem. Nesse período a unidade fez mais de 220,7 mil unidades, das quais 30 mil foram exportadas para países da América Latina, como Argentina, Colômbia, Chile, Paraguai, Uruguai e mais recentemente o México, que passou a receber o Renegade. A planta, fruto do investimento de R$ 7 bilhões, tem capacidade para montar 250 mil unidades por ano e emprega atualmente 8 mil pessoas, considerando o parque de fornecedores. n
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DIVULGAÇÃO FCA / CLELIO TOMAZ
POLO AUTOMOTIVO JEEP COMPLETA 2 ANOS DE OPERAÇÃO
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ALTA RODA
FERNANDO CALMON
LUIS PRADO
EFICIÊNCIA
FERNANDO CALMON é jornalista especializado na indústria automobilística fernando@calmon.jor.br
LEIA A COLUNA ALTA RODA TAMBÉM NO PORTAL AUTOMOTIVE BUSINESS
PATROCINADORAS
O
ENERGÉTICA
encerramento do Inovar-Auto, no final deste ano, abre oportunidades de debates sobre a sua evolução. O programa causou polêmicas por envolver medidas consideradas protecionistas pela União Europeia e Japão. Projetado para um período de cinco anos (2012-2017), incluiu muitas exigências burocráticas e teve saldo final discutível. Tudo agravado pela severa recessão econômica que atingiu indústria automobilística e fornecedores. Introduziu, porém, com sucesso, metas de diminuição de consumo de combustível. Foi responsável direto pela boa evolução dos motores produzidos no País. Tornou conhecido o conceito de eficiência energética com etanol e gasolina, embora referências em MJ/km não sejam bem compreendidas pelos motoristas. Mas todos sentiram uma evolução dos consumos, tanto de gasolina (E27) quanto de etanol (E100), na tradicional medição em km/l. Agora surge uma boa notícia. O governo federal prepara para agosto um novo programa batizado de Rota 2030. Diretrizes de longo prazo são tudo o que executivos de empresas e engenheiros precisam para desenvolver tecnologias. A cilindrada dos motores deixaria de balizar unicamente a carga fiscal sobre automóveis. Ainda não se sabem pormenores, mas a taxação poderia considerar emissões de CO2, um gás de efeito estufa (GEE) ligado umbilicalmente ao consumo de combustível. Traria liberdade para soluções avançadas e específicas. Outra ideia seria introduzir o conceito de emissão total de GEE desde a sua produção até o que sai pelo escapamento dos veículos (no jargão técnico, do poço à roda). Forma justa e tecnicamente correta
de estimular o uso de biocombustíveis como etanol. Há de se valorizar as externalidades dessa alternativa de baixo carbono total, quando continuam as preocupações mundiais com CO2 e possíveis mudanças climáticas. Não se trata de subsidiar o biocombustível, mas de revisar a taxação sobre os de origem fóssil a fim de encontrar um equilíbrio para atrair o consumidor e incentivar o produtor. Embora ainda sem repercussão fora da comunidade técnica, chegou a hora de explicar ao governo e aos consumidores as vantagens de introdução de um novo tipo de etanol com menor teor de água, meio-termo entre anidro e hidratado. Seria utilizável puro ou misturado à gasolina sem qualquer problema técnico, considerando-se a temperatura ambiente média do País. Essa mudança poderia ser gradual e identificada de início como etanol premium. Haveria aumento de autonomia nos motores flex ao utilizar o combustível renovável, além de ganhos pela melhor adequação às novas tecnologias. O custo para desidratar o etanol tem caído com a introdução da técnica de peneira molecular. Outra solução de médio prazo contemplaria estímulos ao veículo híbrido com a combinação de motor elétrico e motor a combustão flex otimizado para etanol. O Brasil teria vantagem competitiva quanto ao GEE, pois um carro médio nacional emitiria apenas 20 g/km de CO2. Já um modelo equivalente puramente elétrico, cuja geração de energia para recarregar as baterias dependesse de usinas térmicas a combustível fóssil (como ocorre na maioria dos países), se situa hoje entre 30 e 40 g/km de CO2 ou até 100% a mais. n
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PORTAL
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AS NOVIDADES QUE VOCÊ ENCONTRA EM WWW.AUTOMOTIVEBUSINESS.COM.BR QUALCOMM QUER ELEVAR PRESENÇA NO SETOR AUTOMOTIVO A Qualcomm é uma gigante de tecnologia bem menos conhecida do que conterrâneas como Microsoft ou Apple. Ainda assim, a empresa produz chips e semicondutores e está por trás de grandes inovações tecnológicas dos últimos 30 anos, garantindo conectividade aos celulares, computadores e, mais recentemente, carros. É justamente neste último produto que a companhia aposta boa parte das fichas para crescer nos próximos anos.
CARRO NACIONAL DEU SALTO DE QUALIDADE Como parte de seus serviços de consultoria, anualmente a J.D. Power avalia a qualidade dos carros novos feitos em diversas fábricas brasileiras. A ideia é identificar os problemas mais recorrentes e aspectos que as montadoras podem melhorar. Desde 2011 a empresa faz esse balanço. “Percebemos que o País evoluiu muito em qualidade recentemente”, comenta Sergio Sanchez, gerente sênior de práticas automotivas da J.D. Power.
AUMENTO DE PREÇOS DESTRÓI VENDAS E LUCROS Em 2013, quando o mercado atingiu o pico recorde de 3,4 milhões de unidades de veículos leves vendidos no Brasil, o preço médio de compra entre todas as opções de modelos disponíveis era de R$ 50,4 mil. Passados três anos, o volume caiu 42,7%, para 1,95 milhão de unidades em 2016, enquanto o reajuste médio real do tíquete médio foi de quase 36%, elevando o valor a R$ 68,6 mil.
WEB TV youtube.com.br/automotivebusiness EVENTO
ESPECIAL
Confira, em vídeo, como foi o VIII FÓRUM DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
AB NEWS NA SEMANA
Com o mercado de reposição em alta, AUTOMEC teve edição histórica em abril
EXCLUSIVO PONTO DE VISTA SEGURANÇA Segurança é coisa séria no Portal AB. Nesta página você confere artigos e reportagens sobre o tema.
Acompanhe TODA SEXTA-FEIRA o vídeo com os principais acontecimentos automotivos
REDES SOCIAIS AB INTELIGÊNCIA Acompanhe a evolução das estatísticas das principais organizações do setor.
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CARREIRA
MARCOS CAMARGO / DIVULGAÇÃO
EX-PEUGEOT, FRÉDÉRIC DROUIN ASSUME JAGUAR LAND ROVER EXECUTIVO PASSA A RESPONDER PELA PRIMEIRA FÁBRICA DO GRUPO BRITÂNICO NA REGIÃO REDAÇÃO AB
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pós um ano à frente da Jaguar Land Rover na América Latina, Frank Wittemann deixa a operação para comandar a fabricante na China. Em seu lugar a companhia nomeou FRÉDÉRIC DROUIN, que acumula dez anos de experiência em duas passagens pelo Brasil trabalhando no Grupo PSA, pela Peugeot. De 1997 a 2000 o executivo foi diretor de marketing da Peugeot no País, voltando para cá em 2007, quando dirigiu o Banco PSA até 2010. Nesse período também passou para a direção comercial da Peugeot na
América Latina e, em 2012, assumiu a direção geral da marca francesa no Brasil, onde ficou até 2014, sendo transferido para a PSA na Suíça. Sob sua responsabilidade está a primeira fábrica do grupo britânico na região, localizada em Itatiaia (RJ), inaugurada em junho de 2016. A unidade recebeu a maior parte do investimento de R$ 750 milhões previsto até 2020 e atualmente monta em regime de CKD apenas modelos Land Rover: Range Rover Evoque e Discovery Sport.n
EXECUTIVOS JOHANNES ROSCHECK (foto 1) assume a presidência da Audi Brasil no lugar de Joerg Hoffman, promovido a vice-presidente de vendas para África, Oriente Médio e Ásia-Pacífico. MARCO SILVA (foto 2) é nomeado presidente da Nissan do Brasil, no lugar de François Dossa. Ele mantém a função atual de vice-presidente de administração e finanças da montadora na América Latina. ROBERTO DI STEFANO (foto 3) é o novo presidente da Magneti Marelli para a América Latina. Ele sucede a Olivier Philippot, designado para novo cargo nos Estados Unidos. GUSTAVO SCHMIDT (foto 4) deixa a Renault e volta à Volkswagen como vice-presidente de vendas e marketing no Brasil em substituição a Jorge Portugal, que se desligou da montadora. MATS GUNNARSSON (foto 5) é o novo presidente comercial da Scania para a região das Américas, sucedendo a Martin Ståhlberg, que assumirá a mesma função na Europa. ANSELMO BORGHETI (foto 6) é promovido a diretor de vendas da Hyundai Caoa no Brasil e passa a coordenar as diretorias comerciais da rede de concessionárias, incluindo importados e seminovos.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
EDSON ORIKASSA (foto 7) é reeleito presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva – AEA – para o biênio 2017-2018.
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NEGÓCIOS
PONTO DE VISTA O ideal é que a reposição responda por cerca de 20% do faturamento das empresas de autopeças, mesmo quando as vendas de veículos novos melhorarem. É um patamar saudável. As companhias do setor passaram a ter um grande negócio no aftermarket e pretendemos manter assim ELIAS MUFAREJ, conselheiro do Sindipeças responsável pelo segmento de reposição, na abertura da Automec, em abril
CAMINHÕES
MAN ELEVA RITMO DA FÁBRICA DE RESENDE
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DIVULGAÇÃO/MAN
inda que nenhuma mudança consistente tenha acontecido nos últimos meses para o setor de veículos comerciais, a MAN Latin America começa a colher bons resultados dos esforços para exportar. No primeiro trimestre do ano os negócios internacionais da companhia tiveram incremento de 40%, com 1,7 mil caminhões e ônibus entregues a outros mercados. A internacionalização da marca Volkswagen Caminhões e Ônibus recebe parte do investimento de R$ 1,5 bilhão anunciado para a operação local entre 2017 e 2021. “São os primeiros resultados da fase inicial do nosso projeto. O começo está em fortalecer os embarques a países onde já temos presença, depois vamos estruturar operações em CKD em alguns desses mercados, como a Nigéria, onde devemos inaugurar nos próximos meses uma linha de montagem. Num terceiro momento, o plano é nos estabelecermos em regiões onde ainda não estamos, como o Oriente Médio”, resume Roberto Cortes, CEO da companhia. A maior parte das exportações feita no primeiro trimestre foi para Argentina (cerca 840 veículos), mas a empresa também intensificou as entregas para o México e vê com bons olhos a evolução da demanda do Chile e da África do Sul. A ideia é, pouco a pouco, fortalecer a presença em cada um dos 20 mercados para onde já exporta. “Uma coisa positiva da baixa do mercado interno é que conseguimos construir novos canais e manter condição perene de
vendas para essas regiões. Há capacidade produtiva sobrando aqui”, diz Cortes. A fábrica da MAN Latin America em Resende (RJ) destina atualmente 25% de sua produção ao mercado externo. Cortes admite que, mesmo com os negócios internacionais, a planta brasileira segue com cerca de 70% da capacidade produtiva ociosa, na média do segmento de veículos comerciais. Mas a nova demanda começa a fazer esse quadro mudar. A empresa anunciou aumento da jornada de trabalho na unidade. Desde o começo de 2016 os funcionários ficavam em casa em quatro dias úteis por mês pelo Programa de Sustentação do Emprego, ou PSE (antigo PPE). Em abril a montadora reduziu para apenas dois o número de dias mensais de afastamento, aumentando para 20 a média de dias de trabalho. A última vez que isso aconteceu foi em 2015. (Giovanna Riato)
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NEGÓCIOS
POLÍTICA AUTOMOTIVA
ESTÁ DADA A LARGADA DA ROTA 2030
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AGÊNCIA BRASIL
s últimas semanas foram agitadas no governo, com debate entre políticos, técnicos e representantes da indústria automotiva sobre a Rota 2030, política que vai substituir o Inovar-Auto, que termina no fim de 2017. As lideranças traçaram os objetivos da nova legislação e criaram o Grupo de Alto Nível (GAN) 2030, formado por seis grupos de trabalho que irão, efetivamente, desenhar a legislação envolvida nos diversos níveis da política automotiva. O plano é anunciar as bases do programa até o fim de agosto. Dessa forma o governo terá até o fim do ano para regulamentar cada aspecto da política. O governo definiu que a legislação terá abrangência de 15 anos, com três REPRESENTANTES das ciclos de desenvolvimento, montadoras debatem política atendendo a um dos industrial no governo principais pleitos da indústria automotiva. “A ideia da Rota 2030 é planejar a política industrial para além dos ciclos políticos normais de quatro em quatro anos. As decisões empresariais, em geral, são tomadas em intervalos mais longos”, destacou em comunicado o secretário de Desenvolvimento e Competitividade Industrial, Igor Calvet. Ele reforçou ainda a alta relevância do setor automotivo para a economia brasileira, lembrando que o setor responde por 22% do PIB industrial. Assim, ainda que as exigências mudem a cada etapa, a promessa é de que as regras serão claras desde o início, diferentemente do Inovar-Auto, que começou em 2013, mas até hoje, perto do fim, tem detalhes indefinidos ou que ainda não foram regulamentados. Aparentemente favorável para o setor automotivo, o prazo é por enquanto o único aspecto claro da política Rota 2030.
Todo o resto deve ser desenvolvido pelos grupos que compõem o GAN. A ideia é reunir especialistas e membros do setor automotivo para debater os desafios que a indústria nacional precisa enfrentar para se manter relevante nos próximos 15 anos. Desse levantamento sairão estratégias para melhorar a competitividade da cadeia produtiva, aponta comunicado distribuído pelo Mdic, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. “A criação do GAN é o reconhecimento de que o governo não faz nada sozinho, é um esforço conjunto entre indústria e governo”, aponta o ministro da pasta, Marcos Pereira. Serão seis times trabalhando nos assuntos mais importantes para o setor: reestruturação da cadeia de autopeças; P&D e engenharia – que inclui conectividade e manufatura avançada; eficiência energética e novas tecnologias de motorização; segurança veicular; fábricas de veículos premium ou com baixo volume de produção; e estrutura de custos para integração competitiva. Segundo o Mdic, todos os desafios serão debatidos pelo viés das novas tendências da mobilidade que ganham espaço globalmente. O desafio é grande: fazer ofensiva global para garantir que o Brasil chegue a 2030 com nível tecnológico equivalente ao oferecido pela indústria de países maduros. As ambições incluem ainda a integração do Brasil como polo de produção e exportação na cadeia global de suprimentos, com competitividade para fazer os principais sistemas automotivos e capacidade para liderar o desenvolvimento de projetos globais.
ACORDO AUTOMOTIVO
BRASIL E COLÔMBIA DEFINEM TERMOS DE COMÉRCIO
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aiu enfim um novo acordo automotivo entre Brasil e Colômbia. Pelo entendimento, que tem validade de oito anos, cada país poderá exportar ao outro um volume pré-definido de veículos com alíquota zero – até agora as exportações estavam sujeitas ao recolhimento de 16% de imposto de importação. As cotas foram definidas em 12 mil unidades no primeiro ano, 25 mil no segundo ano e 50 mil unidades do terceiro ao oitavo ano de acordo. Após esse período haverá uma revisão. O acordo inclui automóveis, vans e veículos comerciais leves.
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FÁBRICAS
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ão será em 2017 que as fábricas de carros instaladas no Brasil voltarão a um patamar saudável de ocupação. A expectativa é de que a ociosidade siga elevada no segmento de veículos leves. Projeção da IHS Markit aponta que a utilização média será de 58,5% até o fim do ano. De acordo com o levantamento, a FCA é a principal responsável por puxar este número para baixo. Enquanto acelera a produção no moderno Polo Automotivo Jeep em Goiana (PE), a fábrica da Fiat em Betim (MG) segue com volumes reduzidos que refletem o menor interesse do consumidor brasileiro pelos carros que compõem atualmente a gama da marca. A planta é a maior fábrica de veículos sob o mesmo teto do mundo, com potencial para fazer 900 mil unidades por ano. “Hoje a FCA só usa 34% da capacidade instalada no Brasil”, observa Guido Vildozo, consultor da IHS Markit.
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OCIOSIDADE SEGUE ACIMA DE 40% EM 2017
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NEGÓCIOS
ÁREA DE DADOS, ESTUDOS E ESTATÍSTICAS DO PORTAL AUTOMOTIVE BUSINESS. INFORMAÇÃO COM CREDIBILIDADE PARA DESENVOLVER PROJETOS E FAZER O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO.
www.automotivebusiness.com.br/abinteligencia/
RAIO-X: CONHEÇA OS FORNECEDORES DO CHEVROLET ONIX
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seção que destrincha os principais fornecedores dos carros mais vendidos do mercado brasileiro traz lista de parceiros da General Motors na produção do Chevrolet Onix, o modelo mais vendido do Brasil. O hatchback é montado na planta de Gravataí (RS). No arquivo sobre o carro estão 30 empresas que fabricam autopeças e sistemas para a montagem do Onix. Entre os principais parceiros estão Denso, ZF e Lear.
DIVULGAÇÃO / CHEVROLET
BAIXE O RAIO-X DO CHEVROLET ONIX
BANCO DE IMAGENS
PRESENÇA FEMININA NA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA
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s mulheres ainda precisam superar obstáculos maiores que os homens para conquistar espaço FAÇA O DOWNLOAD DOS DADOS em empresas do setor automotivo. Essa é uma das conclusões de pesquisa feita por Automotive Business com leitoras e leitores. Foram 220 respostas de profissionais de empresas de autopeças, de montadoras e de outros segmentos da cadeia produtiva. O estudo deixa claro que a presença feminina ainda é pequena na liderança dessas companhias e levanta ainda a questão da diferença salarial entre os gêneros. Baixe o material completo e confira os resultados.
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AB INOVAÇÃO
A REVOLUÇÃO DIGITAL E AS INICIATIVAS COM POTENCIAL PARA TRANSFORMAR A INDÚSTRIA AUTOMOTIVA MOOVIT QUER SER ALIADO DO TRANSPORTE PÚBLICO
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Moovit é uma plataforma que traça rotas e planeja deslocamentos com o transporte público. Uma espécie de Waze que, no lugar de indicar os melhores caminhos de carro, mostra como BAIXE O RELATÓRIO DO TRANSPORTE chegar a um ponto usando ônibus, PÚBLICO metrô, trens e até serviços de transporte individual, como a Uber. Além de consolidar o portfólio de serviços que já oferece, a startup começa a ampliar a gama e diversificar o público. Agora, além de mirar no usuário final, a companhia
israelense acaba de lançar localmente solução B2B. “Oferecemos uma ferramenta de Big Data para que gestores ou operadores de transporte acessem o nosso banco de dados e possam usar aquelas informações para planejar as rotas do transporte público de uma cidade, por exemplo”, conta Pedro Palhares, diretor da Moovit no Brasil. Segundo ele, é o conceito de Smart Cities colocado em prática – e sem grande investimento. A empresa reuniu alguns dados preliminares sobre os hábitos de uso do transporte público em cidades brasileiras no Relatório do Transporte Público, disponível para download na AB Inteligência.
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Cabify é uma das empresas de transporte individual que miram o mercado brasileiro. A companhia espanhola iniciou operação no País em junho de 2016. Já são mais de 1,5 milhão de usuários do serviço no Brasil. “Crescemos, em média, 75% ao mês em receitas e número de viagens no mercado nacional”, conta Daniel Velazco-Bedoya, diretor da operação local da companhia (foto). Para manter o ritmo de expansão e chegar a mais cidades, a empresa anunciou investimento de US$ 200 milhões no Brasil para os próximos anos. O executivo aposta em integração crescente entre plataformas de transporte e empresas do setor automotivo. “Há uma sinergia enorme entre as montadoras e os serviços que oferecemos. Eles fazem os carros, nós ferramentas e plataforma de mobilidade. Para beneficiar o usuário e entregar o que ele precisa, deve acontecer uma integração muito rápida nos próximos anos”, diz. Diferentemente da Uber – uma de suas grandes concorrentes – a Cabify não tem por enquanto nenhuma parceria com montadoras ou empresas do setor automotivo. Mas Velazco admite que há negociações em curso. “Temos conversas com grandes companhias globalmente”, diz.
DIVULGAÇÃO/CABIFY
CABIFY: SETORES AUTOMOTIVO E DE MOBILIDADE VÃO SE INTEGRAR
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TECNOLOGIA
CARROS CONECTADOS SE INTEGRAM À VIDA DIGITAL MONTADORAS TRANSFORMAM VEÍCULOS EM CENTRAIS DE COMUNICAÇÃO E GERAMNOVAS FONTES DE RECEITA EDILEUZA SOARES
smartphones e tablets”, constata Maurício Ruiz, presidente da Intel no Brasil, gigante mundial de chips que está trabalhando com montadoras para dotar os carros de potentes computadores. Com esse desafio, a Intel está envolvida em consórcios do setor. Em março comprou a startup israelense Mobileye, de soluções para veículos autônomos, e criou uma plataforma que espera que se torne padrão na indústria automotiva. É a tecnologia Intel Go, usada na fabricação de carros autônomos da BMW. “Vamos transformar os carros em um poderoso data center em cima de quatro rodas”, promete Ruiz, afirmanILUSTRAÇÃO: BMW-VISION-NEXT-100 / IQ.INTEL.COM.BR
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onectados a maior parte do tempo pelos dispositivos móveis, usuários de internet querem que o carro também se integre à sua vida digital. E esforço é o que não falta na indústria automotiva para atender desejos do consumidor moderno e melhorar a sua experiência com a marca. Juntamente com fornecedores de tecnologia da informação (TI), montadoras estão investindo para transformar seus veículos em centrais de comunicação e serviços on-line. O objetivo é oferecer conveniência aos fãs dos produtos e gerar novas oportunidades de negócios. “O consumidor da era digital quer ter no carro os mesmos serviços que acessa no escritório ou em casa pelos
ACELERANDO EM DIREÇÃO AO FUTURO LIDAR
10-70 Mb
VEÍCULOS AUTÔNOMOS IRÃO GERAR
4.000 GB POR DIA... TODOS OS DIAS
por segundo
GPS
50 KB
por segundo SONAR
10-100 KB por segundo
RADAR
10-100 KB por segundo
CÂMERAS
20-40 MB por segundo
INVESTIMENTO ANUAL DE US$ 250 MILHÕES Fonte: Intel
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ANTES A MONTADORA FOCAVA MAIS NA VENDA E MANUTENÇÃO DOS CARROS. AGORA ESTÁ TENTANDO CONHECER MAIS O CLIENTE E PARTICIPAR DO SEU DIA A DIA
DIVULGAÇÃO / BMW
TECNOLOGIA
HENRIQUE MIRANDA, gerente de projetos de marketing da BMW do Brasil
do que os automóveis sem motorista vão gerar nada menos que 4 mil gigabytes de dados por dia (veja o infográfico na página anterior).
DIVULGAÇÃO / VISA
COMODIDADE A indústria automotiva está numa corrida para fabricação de carros conectados cada vez mais sofisticados. Afinal, são esses modelos que vão pavimentar as estradas para os veículos com condução 100% autônoma, previstos para chegar ao mercado entre o início e meados de 2020. Com um olho no futuro e outro no presente, as montadoras desenvolvem novas plataformas digitais para equipar os carros atuais e os do futuro. Entre as funcionalidades estão aplicações de concierge (assistente pessoal 24 horas que faz reservas em hotéis, restaurantes e teatros e dá dicas sobre locais de interesse), segurança (monitoramento de
rota contra furto e roubo); emergência (ligação automática para ambulâncias, resgate e polícia), navegação (sugestões de trânsito em tempo real) e diagnóstico veicular (análise para manutenção mecânica). Alguns desses serviços estão disponíveis no mercado brasileiro, como é o caso do Sync, da Ford; OnStar, da GM; On Call, da Volvo, e ConnectedDrive, da BMW. São tecnologias apoiadas nos mais modernos recursos, como internet das coisas (IoT), computação em nuvem, inteligência artificial e ferramentas de big data,
que coletam e analisam grandes volumes de dados em tempo real. PERTO DO CLIENTE Os novos serviços de conectividade aproximam a fabricante do consumidor. “A tecnologia está mudando o modelo de negócio do setor. Antes a montadora focava mais na venda e manutenção dos carros. Agora está tentando conhecer mais o consumidor e participar do seu dia a dia”, explica Henrique Miranda, gerente de projetos de marketing da BMW do Brasil. Pelo ConnectedDrive, lançado em 2014 e disponível para toda a gama de modelos da BMW, inclusive no mercado brasileiro, a fabricante alemã coleta dados on-line dos clientes para conhecê-los com maior profundidade e criar ações personalizadas. “A maioria das montadoras faz revisão programada, o que não acontece mais com os carros BMW. Ao percebermos que um cliente está dirigindo de forma brusca, avaliamos o desgaste do veículo e sugerimos uma inspeção”, diz o executivo. É o sistema que faz o agendamento com uma concessionária para evitar que o consumidor perca tempo com essa tarefa. Ao aprender sobre os hábitos do cliente, o ConnectedDrive passa a interagir com ele. Sugere um caminho mais fácil na volta para casa, restaurantes de sua preferência e diversos serviços de acordo com o seu perfil. Miranda afirma que em breve o carro conectado se integrará com a casa
MOTORISTA agora quer o carro integrado à sua vida digital
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TECNOLOGIA
DIVULGAÇÃO / FORD
PAGAMENTO ON-LINE NO CARRO
do consumidor, informando sobre a necessidade da compra de cerveja, por exemplo. O veículo vai acionar a distância sistemas de iluminação, ar-condicionado e outros objetos da residência ligados à internet das coisas. O automóvel saberá também sobre a saúde do seu condutor por
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s carros conectados vão efetuar pagamentos on-line sem que o motorista precise sair do veículo. A Ford adicionou ao Sync 3 um aplicativo para pagar combustível integrado ao smartphone. O serviço está disponível inicialmente nos EUA e foi lançado com a ExxonMobil. A administradora de cartão de crédito Visa está de olho nesse mercado. No ano passado, a empresa anunciou um aplicativo juntamente com Honda, Verifone e ParkWhiz. Baseada em internet das coisas, a solução detecta quando o nível de combustível está baixo e indica os postos mais próximos. Ao estacionar perto da bomba, o software informa quanto combustível será necessário para completar o tanque e calcula seu custo para pagamento. Para tentar atrair montadoras no Brasil, a Visa apresentou em março, em São Paulo, um projeto-conceito de carro conectado que possibilita aos motoristas encher o tanque e realizar compras com o aplicativo Visa Checkout sem sair do veículo. A tecnologia ainda está em desenvolvimento no País.
meio da troca de informações com dispositivos wearable (acessórios vestíveis como relógio, óculos, pulseiras, sapatos e roupas com chips inteligentes) que ele estiver usando. INTELIGÊNCIA Os aplicativos de navegação consti-
DIVULGAÇÃO / HERE
ACREDITAMOS QUE AS TECNOLOGIAS AVANÇADAS DE LOCALIZAÇÃO PODEM TRANSFORMAR A VIDA DAS PESSOAS VINÍCIUS FERREIRA, diretor de produtos da Here no Brasil
tuem um dos serviços mais usados pelos carros conectados. A tecnologia evoluiu e dá informação em tempo real com ajuda dos próprios motoristas, que compartilham dados de suas rotas. “A última década viu uma mudança grande no comportamento dos moradores e motoristas das grandes cidades, principalmente por conta dos smartphones e da possibilidade de estar conectado o tempo todo”, diz André Loureiro, diretor-geral de publicidade do Waze no Brasil. Empresa do grupo Google e dona de um dos aplicativos de navegação mais populares, a Waze se juntou ao SmartDeviceLink (SDL) Consortium, formado por Ford, Toyota, Mazda, Subaru, PSA e Suzuki. O objetivo é apresentar um novo recurso de experiência de navegação nos carros. Loureiro observa que a conectividade dos veículos está gerando impactos na mobilidade urbana. “Hoje já é possível pensar em carros particulares compartilhados, cujos moto-
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SCHAEFFLER
TECNOLOGIA
SCHAEFFLER PROJETA CRESCIMENTO COM ESTRATÉGIA “MOBILITY FOR TOMORROW”
FOTOS: DIVULGAÇÃO/SCHAEFFLER
INDÚSTRIA*
Empresa alemã quer aumentar participação no desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para a área de transportes
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obilidade é o maior desafio das grandes cidades no mundo todo e os agentes que vão transformar o modo com o qual vemos o transporte e seu papel na sociedade já traçam suas estratégias hoje para que as boas práticas neste segmento sejam uma realidade no curto prazo. Em um contexto onde a mobilidade será mais inteligente e sustentável, toda a cadeia de transportes – envolvendo os pesquisadores, passando pelos fabricantes de veículos e chegando até seus fornecedores – será responsável por contribuir com o desenvolvimento de soluções para os centros urbanos com foco em desafios sociais e de mercado. Desafio social porque caberá à indústria, assim como foi em outros movimentos transformadores em conjunto com políticas públicas, o papel de provedora de novas tecnologias. Com o advento de novos produtos e soluções que vão dar a cara do transporte no futuro, serão criadas oportunidades de negócios de ponta a ponta. Pensando neste sentido, muitos países, inclusive o Brasil, já anunciaram investimentos em mobilidade como forma de impulsionar suas economias. No Brasil, o Plano de Aceleração do Crescimento, lançado há oito anos, previa aporte de R$ 140 bilhões. Em 2015 a China, o maior mercado de veículos do mundo, apresentou um pacote de investimentos de US$ 35 bilhões em projetos de mobilidade sustentável apenas para três de suas grandes cidades. Com tantos recursos sendo injetados para melhorar a
maneira como as pessoas se locomovem dentro da cidade e para fora delas, muitas empresas intensificaram seus trabalhos para acompanhar a revolução nos transportes e ocupar posição de destaque nos setores onde atuam. A Schaeffler, sistemista alemã, é um exemplo importante de companhia que estabeleceu metas para se destacar no mercado global, contribuindo com tecnologias que vão constituir sistemas inteligentes de transporte globalmente. Como parte de um plano que tem como objetivo aumentar sua participação nessa revolução até 2020, a empresa lançou a estratégia “Mobility for tomorrow”, que contempla uma série de metas com base em ações em quatro áreas estratégicas: Veículos Ecológicos, Mobilidade Urbana, Mobilidade Interurbana e Cadeia Energética. Sobre isso, Klaus Rosenfeld, CEO global da Schaeffler, declarou: “Queremos que a estratégia seja a nossa contribuição para um mundo mais limpo, mais seguro e mais inteligente. Na qualidade de um fornecedor global automotivo e industrial, esta é a ideia fundamental por trás da nossa visão para moldar, de forma ativa, a cadeia global de transportes”. Como parte da sua visão estratégica, a empresa hoje mantém, por exemplo, parceria na Formula E da FIA, categoria de automobilismo ligada à Formula1 que utiliza tecnologias sustentáveis no desenvolvimento dos carros da competição. A Schaeffler é parceira da equipe alemã ABT Sportsline no projeto de motor elétrico que dá tração aos carros da escuderia. Outro exemplo é o desenvolvimento interno de um veículo bio-híbrido para uma pessoa, destinado a micromobilidade saudável e sustentável. Por fim, a empresa trabalha em conjunto com a IBM, gigante do setor da tecnologia da informação, na construção de uma plataforma digital que vai integrar a comunicação da Schaeffler com consumidores e fornecedores. Essas e outras iniciativas estarão em breve nas ruas, contribuindo significativamente para a mobilidade eficiente tão necessária atualmente. (*Branded content, produzido originalmente por AutoData Editora)
www.schaeffler-mobility.com |
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ristas estejam dispostos a dar carona a outras pessoas que estejam em sua rota”, comenta o executivo da Waze. “Os mapas evoluíram para se tornar representações do mundo em tempo real. Acreditamos que as tecnologias avançadas de localização podem transformar a vida das pessoas”, diz Vinícius Ferreira, diretor de Produtos da Here no Brasil. A Here é uma empresa de mapas, fundada há 30 anos pela Nokia e adquirida em 2015 por um consórcio formado por BMW, Daimler e Audi. Em janeiro deste ano, a Intel comprou 15% de participação na empresa. A Here fornece mapas no Brasil para montadoras como GM, Ford e Toyota.
DIVULGAÇÃO
TECNOLOGIA
VAMOS TRANSFORMAR OS CARROS EM UM PODEROSO DATA CENTER EM CIMA DE QUATRO RODAS
MAURÍCIO RUIZ, presidente da Intel Brasil
NOVOS NEGÓCIOS BASEADOS EM TECNOLOGIA
A
DIVULGAÇÃO
s novas tecnologias oferecem oportunidade para as montadoras lucrarem com serviços de carros conectados. A constatação está no relatório “Global Automotive Executive Survey 2017 (GAES 2017)”, da KPMG, que envolveu mil executivos do setor em 42 países, dos quais 70 atuam em solo nacional. Embora o Brasil não seja um grande polo de desenvolvimento, mais de 97% dos executivos do mercado local concordaram parcial ou totalmente que, até 2025, os produtos e serviços agregados serão critérios importantes no momento em que o consumidor vai comprar um veículo, aspectos que vão gerar valor. “Esse número salta aos olhos na comparação com o resultado global, que foi de 76%”, aponta Ricardo Bacellar, diretor da divisão automotiva da KPMG no Brasil. Ele constata que 75% dos executivos do mercado local afirmam que o automóvel conectado vai sustentar o modelo de negócio da indústria nos próximos anos. Segundo eles, a tecnologia tem potencial para gerar dez vezes mais receitas do que os carros analógicos. Esses dados partem do pressuposto de que o consumidor nacional é muito ligado em tecnologia. O Brasil é o quinto maior mercado de telefonia móvel, atrás da China, Índia, EUA e Indonésia, com 243,4 milhões de linhas ativas, segundo a Anatel. Os brasileiros também se destacam no uso de redes sociais como Facebook, WhatsApp e outros aplicativos móveis. “O Brasil tem-se mostrado um laboratório e a porta de entrada para produtos e recursos inovadores”, constata André Loureiro, diretor-geral de publicidade do Waze no Brasil. É um sinal de que o carro conectado agrada aos consumidores digitais do mercado local e pode render bons negócios para as montadoras. n ANDRÉ LOUREIRO, diretor-geral de publicidade do Waze no Brasil
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INOVAÇÃO
DESENHANDO ESTRATÉGIAS
PARA O FUTURO
DEPARTAMENTO DA FCA COMANDADO POR MATEUS SILVEIRA APOIA A ÁREA DE PLANEJAMENTO DE PRODUTO DA COMPANHIA GIOVANNA RIATO
“P
trajetória de 12 anos na FCA. No comando do departamento, ele entendeu que não faria sentido montar uma equipe fixa para inovar. Com as mesmas pessoas, a empresa teria visão limitada. Era importante montar equipes com diferentes competências para cada projeto, ter liberdade para reunir profissionais de fora e de dentro da FCA. “A antiga forma de trabalhar já não servia”, defende. INDEPENDÊNCIA A dinâmica do trabalho de future insights é a de um laboratório. A área apoia o planejamento estratégico de produto, mas tem toda a independência para trabalhar, o que permite a Silveira experimentar métodos e
DIVULGAÇÃO / FCA
ara ter novas ações, precisamos nos estruturar e pensar de novas maneiras.” É assim que Mateus Silveira resume os motivos que levaram a FCA a criar em 2014 a área de future insights, comandada por ele com a meta de inovar. Ali ele tem a missão de pensar na sustentabilidade do negócio no longo prazo, de cruzar os interesses estratégicos da companhia com as tendências tecnológicas, comportamentais e sociais. Como diz Silveira, é “inovação guiada pelo comportamento humano”. O plano ambicioso morreria na praia se a área fosse estruturada de forma convencional dentro da empresa. “Sou um exército de homem só”, resume o designer, que tem
MATEUS SILVEIRA, comanda área de future insights da FCA
caminhos diferentes. Um dos exemplos é o conceito de colisões improváveis, em que a FCA trabalharia em parceria com uma companhia de outro setor para gerar melhoria para o cliente. “A experiência do consumidor com um carro da Fiat é interrompida quando ele chega em casa e vai usar um eletrodoméstico, por exemplo. Pensamos em como unificar isso, trabalhar pela simplicidade fluida”, conta. Silveira diz que o projeto chegou a ir adiante em algumas etapas e a companhia trabalhou com uma empresa da área de bens de consumo. A iniciativa, lembra, acabou não virando um produto para o mercado. “Acho que era uma ideia meio futurista para aquele momento”, diz. De qualquer forma, ele entende que o aprendizado e os avanços desenvolvidos ficaram para ser replicados e aprimorados em outras iniciativas. Valeu o esforço, garante. Silveira conta que o departamento de future insights tem o essencial para desenvolver seu trabalho: o apoio da liderança da FCA, que entende como estratégico o esforço para arejar a empresa e trabalhar a visão de futuro. Com isso, ele tem o espaço que precisa para fazer o seu papel. O desafio, conta, é gerenciar equipes e interesses diferentes em cada iniciativa. “Só consigo coordenar dois projetos por vez”, diz.
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PRIMEIRA MISSÃO: INVESTIGAR O FUTURO DAS CIDADES
U
ma das primeiras iniciativas do departamento de dinâmicas com o público para pensar nas cidades que future insights é o Futuro das Cidades, projeto temos e projetar as que queremos”, conta. O primeique nasceu para investigar a realidade das grandes ro passo foi definir, afinal, o que é mobilidade. “Não é cidades brasileiras, fomentar a discussão sobre mo- trânsito e não dá para resolver alargando a pista. Mobibilidade e, assim, identificar oportunidades para a lidade é a possibilidade que as pessoas têm de acessar companhia. Para concretizar a iniciativa, o programa oportunidades”, resume. contou com o envolvimento de 250 especialistas, enPor esse ponto de vista o projeto identificou que há tre profissionais de diversas áreas, conta Silveira. To- um mal comum entre as grandes cidades brasileiras. dos foram convidados a participar do projeto, que não O padrão de crescimento faz com que as oportunidatinha uma equipe fixa. des se concentrem em regiões O esforço partiu do princícentrais, que ficam muito valoANTES DE PENSAR NO pio que, antes de pensar no rizadas. Com isso, a população carro do futuro, a companhia precisa morar distante, o que CARRO DO FUTURO, A deveria entender com um gera congestionamentos e falolhar mais amplo qual será o ta de acesso. Silveira diz que é COMPANHIA DEVERIA futuro do automóvel, seu novo preciso fazer dois movimentos papel na sociedade e na vida simultâneos: aproximar pessoENTENDER COM UM das pessoas. “Sabemos muias das oportunidades e levar to de carros, mas podemos oportunidade para as pessoas. OLHAR MAIS AMPLO QUAL entender bem mais sobre as Ele compara a dinâmica cidades”, resume Mateus Silurbana com a da tecnologia: SERÁ O FUTURO DO veira. E prossegue: “Nosso “Temos a Ponte Estaiada em AUTOMÓVEL, SEU NOVO objetivo é, a partir desta iniciaSão Paulo, por exemplo, que é tiva, identificar produtos, serum hardware sensacional, mas PAPEL NA SOCIEDADE E NA só roda um programa bem viços e tecnologias que podemos oferecer. Queremos estar iniciante porque ali só passam VIDA DAS PESSOAS prontos para atender às novas carros.” O bom exemplo, diz, demandas”, resume. é a Avenida Paulista. “Um harAo mobilizar empresas, dware poderoso capaz de rocomunidades, especialistas, ativistas, universidades e dar uma série de softwares: tem ciclovia, faixa exclusiva agitadores culturais para debater o assunto, a monta- de ônibus, via para carros e acessibilidade nas calçadas dora também se posiciona no centro dessa discussão. para pessoas com deficiências físicas e visuais. Aos do“Criamos um espaço de conhecimento sem polariza- mingos a avenida ainda se transforma e leva um espaço ção. Ninguém está lá para ser partidário do carro ou da de lazer para a população.” bicicleta. O olhar contemporâneo é que cada meio de Entre encontros, debates e estudos, a primeira etapa transporte tem potencialidades e limitações. São com- do projeto, completamente focada no diálogo, foi conplementares”, diz. Para criar uma conversa tão plural, a cluída em 2016. Agora o caminho é buscar soluções e companhia buscou reunir no projeto especialistas em seguir alimentando essa rede. “As cidades são orgâniurbanismo, em tecnologia e em pessoas, com a partici- cas, então é um trabalho contínuo”, diz. Na nova etapa pação da USP Cidades, do Cesar, centro de software de a empresa pretende ampliar o escopo e abrir para que Pernambuco, e o projeto Cidades para Pessoas. todos participem, com ação colaborativa que deve ser O time orbitando em torno do Futuro das Cidades se lançada até o meio do ano para abordar o bem-estar debruçou para estudar os 38 maiores municípios brasi- nas cidades. No meio desse processo, a FCA passou de leiros para entender como surgiram, cresceram, desen- audiência passiva do debate sobre mobilidade para se volveram legislação e mobilidade. “Fizemos estudos e tornar agente e articuladora dessa questão. n
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FOTOS: DIVULGAÇÃO / SCANIA
ANIVERSÁRIO
ANIVERSÁRIO motivou lançamento de série comemorativa
AOS 60 ANOS, SCANIA GANHA MERCADO E AMPLIA EXPORTAÇÕES COMPANHIA GARANTE MELHOR OCUPAÇÃO DA FÁBRICA E ESPERA CRESCER ATÉ 15% GIOVANNA RIATO
N
os últimos anos, enquanto o mercado brasileiro de caminhões despencou, a Scania conseguiu manter algum nível de estabilidade para aquele momento. Não fez demissões em massa – segue com 3,2 mil funcionários na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), número pouco menor do que o de momentos de pico das vendas. Enquanto há montadoras de veículos comerciais com quase 80% de ociosidade da capacidade produtiva, a companhia encerrou o ano passado com
45% de ocupação na unidade, que tem potencial para fazer 30 mil caminhões por ano. A musculatura para atravessar a crise foi desenvolvida nos 60 anos de história da empresa no Brasil, a se completarem em julho, e 55 anos do complexo produtivo do ABC Paulista. Ali já foram feitos 340 mil caminhões e 70 mil ônibus, com boa parte deste volume destinado às exportações. Recentemente, no lugar de rever a estratégia e tentar
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A SCANIA FAZ APORTE DE R$ 2,6 BILHÕES NA OPERAÇÃO BRASILEIRA ATÉ 2020, EM NOVOS PRODUTOS, NA REDE E NA MODERNIZAÇÃO ROBERTO BARRAL, diretorgeral da companhia no Brasil
DA FÁBRICA DO
VICTOR CARVALHO, diretor de vendas de caminhões da Scania
ABC PAULISTA uma abordagem diferente para superar a crise, a companhia apostou em melhorar o que já era a sua especialidade: vender caminhões customizados, produzidos por demanda e na medida para os clientes. “Trabalhamos de forma consistente e progressiva. Não brigamos por preço. Entregamos solução”, resume Roberto Barral, diretor-geral da companhia no Brasil. Em 2015 essa postura custou participação de mercado para a marca, que perdeu espaço em um cenário
em que concorrentes reduziram os preços para conseguir desovar estoques. Agora, no entanto, a Scania começa a ser recompensada pela estratégia consistente. O mercado total de caminhões ficou 29% menor no primeiro trimestre do ano e, nesse contexto, a montadora ganhou cinco pontos de participação nas vendas e respondeu por 18,2% do total emplacado nos segmentos acima de 16 toneladas. “Conquistamos cinco pontos de
market share e, no primeiro trimestre, ficamos acima da nossa meta para o ano, que é de 15%”, conta Victor Carvalho, diretor de vendas de caminhões da companhia. O resultado do ano passado também foi positivo. Foram negociados 1,2 mil caminhões, número menor do que o do ano anterior, mas que garantiu aumento de 0,6 ponto porcentual na participação de mercado da companhia, que chegou a 7,3% incluindo todos os segmentos de caminhões.
COMPLEXO produtivo do ABC já fez 340 mil caminhões e 70 mil ônibus
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ANIVERSÁRIO
FOCO NOS PEQUENOS TRANSPORTADORES E NAS EXPORTAÇÕES A META PARA 2017 É CRESCER 10% A 15% NA COMPARAÇÃO COM O ANO PASSADO
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ara chegar ao resultado positivo a Scania ampliou o horizonte e foi buscar negócios nos pequenos e médios transportadores, que compram um veículo por vez e frequentemente enfrentam dificuldade para ter acesso a linhas de crédito. “Fizemos um trabalho com a rede de concessionárias para desenvolver uma abordagem individualizada desse cliente, que compra com uma frequência bem menor. Assim conseguimos entender a necessidade dele e tornar esses negócios viáveis. Atraímos um novo público”, conta Victor Carvalho, diretor de vendas de caminhões. Em paralelo, o Banco Scania aumentou sua disposição para liberar crédito. Em 2016 a participação da instituição nas vendas subiu de 17% para 40%. No primeiro trimestre deste ano o número seguiu aumentando para perto de 50%. “Em momento de crise, o banco da montadora precisa ter participação mais efetiva”, avalia Carvalho. Segundo ele, a ofensiva
EXPORTAÇÕES Para garantir nível melhor de atividade na fábrica, além do esperado aumento no volume de vendas a companhia incrementa também as exportações. A planta de São Bernardo do Campo é completa: produz cabines, chassis, eixos, motores e transmissões. No ano passado foram feitas ali 14 mil unidades, com 70% desse volume destinado às exportações. No passado, em momentos de demanda doméstica aquecida, a parcela exportada não chegava a 25%, segundo a empresa. “Trabalhamos com sistema global de produção. Como a Europa começou a produzir a linha nova de caminhões, que ainda não tem previsão para chegar ao Brasil, nossa fábrica ganhou relevância como centro produtivo para abastecer os mercados que ainda são atendidos pela família antiga”, conta Carvalho. Entre os principais clientes estão países da Ásia, África, Oriente Médio e América Latina. Ainda que o mercado local siga combalido, desde o ano pasPRODUÇÃO DE CAMINHÕES sado a Scania faz investimenna planta da Scania em São Bernardo do Campo (SP) to suntuoso de R$ 2,6 bilhões na operação brasileira. O aporte, que só será concluído em 2020, vai atender a necessidade de desenvolver novos produtos, oferecer treinamento e melhorias à rede de concessionárias e modernizar a fábrica do ABC paulista seguindo conceitos de Indústria 4.0. n
para chegar aos clientes menores segue rendendo frutos e a expectativa é de que as vendas ganhem ainda reforço este ano com o aumento da demanda dos grandes frotistas. “Eles vão precisar renovar a frota. Os financiamentos contratados no passado já venceram e rodar com caminhão antigo fica muito caro”, diz. O executivo reforça que, como os estoques das empresas concorrentes baixaram, o mercado começa a ficar mais favorável, com a prática de preços saudáveis e, portanto, mais espaço para a Scania atuar de acordo com a sua estratégia. Com esse cenário, a meta para o ano é ousada: crescer de 10% a 15% na comparação com o ano passado. O incremento de dois dígitos é superior ao esperado pela maior parte das empresas e entidades ligadas ao setor de caminhões. Ainda assim, a companhia lembra que a base de comparação é fraca. Em número de caminhões seria um incremento pequeno, aponta.
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LANÇAMENTO
TOYOTA REFINA
O COROLLA BRASILEIRO MODELO 2018 DO SEDÃ TEM VISUAL REJUVENESCIDO E MAIS SEGURANÇA, COM ADOÇÃO DE CONTROLE DE ESTABILIDADE E SETE AIRBAGS EM TODAS AS VERSÕES PEDRO KUTNEY
O
fabricado em 16 plantas no mundo (inclusive no Brasil desde 1998) e vendido em 150 países – foram 1,31 milhão de unidades em 2016. Sem mudar demais, o afilamento de traços na grade e faróis dianteiros dá ao Corolla 2018 um “olhar focado”, mais arrojado, além de melhorar a aerodinâmica. O modelo que chegou às concessionárias brasileiras da Toyota em março agora tem a mesma aparência do Corolla à venda na Europa e Japão há cerca FOTOS: MALAGRINE
Toyota Corolla, que no mercado brasileiro domina acima de 40% do segmento sedãs médios e em 2016 foi o quinto carro mais vendido (64.740 emplacamentos), três anos após sua última renovação ganhou cara nova e sistemas de segurança ativa, incluindo controle de estabilidade e tração (ESC) e sete airbags de série em todas as versões. A Toyota fez um bom trabalho de refinamento visual em seu campeão global de vendas,
DESENHO DIANTEIRO do modelo 2018 tem “olhar mais focado” e melhorou a aerodinâmica
de dez meses – nos Estados Unidos o carro é mais simples, uma opção de compacto popular nos padrões norte-americanos. Por aqui o conceito é oposto, de carro de luxo, com acabamento mais requintado, incluindo bancos e volante revestidos em couro e painel espumado para todas as quatro versões de topo, além de motorização mais potente do que em outros mercados – o powertrain continua sendo o motor 1.8 de 144 cavalos para a opção mais barata (GLi) ou o 2.0 de 154 cv para as demais versões, com câmbio automático CVT que simula sete velocidades ou manual de seis marchas apenas disponível no GLi 1.8. CRÍTICA OUVIDA Para além do acabamento e conforto de carro de luxo, o Corolla 2018 supera a principal crítica do modelo lançado em 2014: agora ele tem um eficiente controle eletrônico de estabilidade (ESC) e tração (TRC), que torna o carro à prova de deslizes, derrapagens ou capotamentos em curvas mal tomadas ou mudanças bruscas de direção – algo que muitos carros nessa faixa de preço no Brasil ainda não têm e nem por isso são mais baratos. O dispositivo
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aumenta substancialmente a segurança, mas aqui só será obrigatório após 2020. O pacote de segurança ativa do Corolla também inclui, em todas as versões, sete airbags (frontais, laterais, cortinas e para o joelho do motorista) e cintos de segurança dianteiros com pré-tencionador. “Não somos perfeitos, mas ouvimos as críticas para melhorar e estamos corrigindo isso agora”, reconheceu Steve St. Angelo, CEO da Toyota América Latina. O vice-presidente executivo da companhia no Brasil, Miguel Fonseca, justificou: “Não incluímos antes o ESC porque não era possível mudar o projeto anterior, precisamos esperar a mudança do modelo.” Após a renovação, a estimativa é vender cerca de 60 mil Corolla este ano, o suficiente para manter a liderança entre os sedãs médios, com domínio acima dos 40% das vendas do segmento, mas o volume fica pouco abaixo dos quase 65
PREÇOS MAIS ALTOS
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LINHA 2018 recebeu rodas maiores e novo acerto para suspensões
mil vendidos em 2016. “Isso ocorre muito mais em função do encolhimento do segmento, com clientes que estão migrando para os SUVs”, explica Fonseca. CLÁSSICO X MODERNO Ao completar 50 anos, o Corolla deixou de ser um sedã sem graça, foi ganhando design com apelo mais emocional e moderno, mas sem perder sobriedade. Com isso, a Toyota quer manter os clientes
om a opção por mais sofisticação e segurança, os preços do Corolla subiram nas quatro versões: R$ 90.990 (GLi), R$ 99.990 (XEi), R$ 108.990 (XRS) e R$ 114.990 (Altis). Há também a raramente vendida opção GLi com câmbio manual de seis marchas, por R$ 69.690, com bancos de tecido e sem sistema de som. O valor pedido pela versão mais vendida do Corolla, a XEi, está R$ 3 mil acima do que constava na tabela anterior, mas a Toyota alega que deveria estar R$ 7 mil mais caro com todos os equipamentos que recebeu, citando o ESC, airbags, central multimídia com tela de sete polegadas com navegação e câmera de ré, tela central do quadro de instrumentos em TFT colorida, destravamento e acionamento do motor por aproximação da chave (smart entry), luzes diurnas de LED (DLR), controlador automático de velocidade (cruise control), comandos no volante e rodas de liga leve de 17 polegadas.
já fiéis há décadas, ao mesmo em que tenta atrair os mais jovens. Com essa estratégia, segundo a fabricante, a faixa etária média dos donos de um Corolla vem mudando: até dez anos atrás, o comprador típico era um homem acima dos 50 anos; hoje o carro atrai homens de 40 a 60 anos. “O que faz do Corolla um sucesso de vendas é justamente esse aumento da base de clientes”, define Miguel Fonseca. Exemplo claro do confronto clássico x moderno em disputa no Corolla é a adoção das rodas de liga leve de 17 polegadas calçadas com pneus mais largos e de perfil baixo (215/50), que agora equipam todas as versões mais caras do sedã com motor 2.0 (Altis, XRS e XEi). Elas dão aspecto mais esportivo ao carro, mas podem reduzir o conforto ao transmitir as irregularidades da via ao interior. Por isso a engenharia da Toyota precisou retrabalhar a suspensão da versão 2018 do Corolla, com elevação de 5 milímetros e reposicionamento das molas, além de recalibrar a direção elétrica, para que o modelo não perdesse a suavidade buscada pelos clientes tradicionais. n
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FOTOS: PEDRO DANTHAS
LANÇAMENTO
NOVO CHASSI é quatro vezes mais resistente; suspensão traseira usa molas helicoidais. A versão LE tem tração 4x4, reduzida e câmbio automático de 7 marchas
NISSAN AGORA IMPORTA
PICAPE FRONTIER MODELO ANTES MONTADO NO BRASIL PASSA A VIR DO MÉXICO E EM 2018 VAI SE TORNAR ARGENTINO MÁRIO CURCIO
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té agosto de 2016 a Nissan Frontier vendida no Brasil era montada em São José dos Pinhais (PR), mas a mudança de geração resultou no fim da produção local. Isso ocorreu porque a Aliança Renault-Nissan constrói na sua fábrica em Córdoba, Argentina, uma nova linha para produção de picapes. De lá sairão a Renault Alaskan, a Frontier e também uma caminhonete Mercedes-Benz. Mas como essa linha ficará pronta só no ano que vem, a Frontier 2017 que abastece o Brasil está vindo por enquanto do México e apenas na versão LE, completa, com cabine dupla, tração 4x4 com reduzida, motor 2.3 diesel biturbo de 190 cavalos e câmbio automático de sete marchas. O preço sugerido é de R$ 166,7 mil. “As demais versões serão definidas mesmo a partir de 2018, com a montagem argentina”, afirma o gerente de produto Alan Ponce.
Ano passado a Frontier ficou em oitavo lugar entre as picapes médias, com 3,6 mil unidades emplacadas. Além de estar em fim de carreira foi atingida também pelas renovações de Toyota Hilux, Chevrolet S10, Ford Ranger e pelo surgimento da Fiat Toro. Agora a picape Nissan volta ao páreo recheada de novidades. O chassi está quatro vezes mais resistente e 44 quilos mais leve. A carroceria, novos componentes e o motor pouparam outros 142 kg. A suspensão traseira agora usa molas helicoidais no lugar dos feixes de molas, o que melhorou o conforto e a estabilidade. Entre os itens de série a Frontier tem um sistema inteligente de controle de descida. Os controles de tração, estabilidade e partida em rampa também fazem parte da lista. Mesmo com uma única versão, a nova picape vai ajudar a Nissan a avançar em participação de mercado
e volume. Ano passado a empresa terminou em nono lugar entre as montadoras, com 60,9 mil unidades e 3,1% de participação de mercado, um tiquinho acima dos 3% pretendidos. Em 2017 a empresa vai ganhar ainda mais espaço porque terá 12 meses para vender produtos bem-aceitos como os March e Versa automáticos CVT (que estrearam em junho de 2016), mais o SUV Kicks (que chegou à rede em agosto). Nos primeiros quatro meses deste ano a participação da montadora havia subido para 3,8%. A Frontier já era mais confortável que a média das concorrentes e a nova suspensão traseira tornou a picape mais previsível em curvas, mesmo em pavimento ruim. Segundo a Nissan ela vai de zero a 100 km/h em 12,5 segundos e atinge os 180 km/h. O programa de etiquetagem veicular informa 8,9 km/l na cidade e 10,1 km/l na estrada. n
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CAOA
AMADURECE AOS 10 ANOS DE PRODUÇÃO DE MONTADORA A FÁBRICA COMPLETA, EMPRESA JÁ PRODUZIU 230 MIL VEÍCULOS EM ANÁPOLIS DESDE A INAUGURAÇÃO EM 2007 E AVANÇA NA NACIONALIZAÇÃO PEDRO KUTNEY
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Goiás, com investimento inicial de capital próprio declarado de R$ 1,2 bilhão, em uma espaçosa área de 1,5 milhão de metros quadrados dentro do distrito agroindustrial da cidade. No limite do prazo para não perder os benefícios fiscais, a planta foi inaugurada com apenas um prédio construído e poucos equipamentos; a produção para valer começaria meses mais tarde.
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ra para ser uma modesta unidade de montagem de veículos com partes importadas, aproveitando os incentivos do regime automotivo desenhado ainda na década de 1990 para atrair montadoras às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País. Sob licença da coreana Hyundai ao seu importador oficial no Brasil, em abril de 2007 o Grupo Caoa inaugurou sua fábrica em Anápolis,
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Nuvens de desconfiança começaram a pairar sobre o máximo de 4,8 mil carros por ano sem taxação”, explica. sucesso de um empreendimento nacional em um setor Na mão contrária, o Inovar-Auto também obrigou a Caoa dominado por gigantes multinacionais altamente capitali- a aumentar os investimentos em Anápolis, especialmente zadas. Mas a planta goiana tratou de dissipar as incertezas em operações industriais, engenharia própria e elevação com evolução notável e investimentos continuados no do índice de nacionalização de componentes. seu modelo de fabricação de produtos de baixo volume A fábrica não parou de receber investimentos, que já toe alto valor agregado. Tornou-se uma indústria comple- talizam R$ 2,5 bilhões (incluindo capital de giro) ao longo ta para a produção de carros, comerciais leves e até ca- de seus dez anos de operação. O maior aporte depois da minhões, já montou 230 mil veículos em uma década de construção da unidade foi de R$ 600 milhões, em 2013, operação, com conteúdo nacional crescente. para expandir a linha de montagem e produzir o ix35, o Nesse período, a fábrica provou ser tão eficiente quanto produto de maior volume, e assim escapar da sobretaxafundamental para a Caoa, hoje responde por quase um ção do Inovar-Auto, além de cumprir com as obrigações terço de seu faturamento e cerca de 40% do volume total de aumento de nacionalização previstas pelo programa. de vendas do grupo – que continua a ser o importador As evoluções continuam a acontecer a cada novo produexclusivo da Hyundai, também representa a Subaru no to. Para o início da produção do Hyundai New Tucson, no País, vende a outra linha nacional da Hyundai fabricada fim de 2016, a Caoa precisou aperfeiçoar os processos em Piracicaba (SP) e tem dez concessionárias Ford. “A decisão de ter uma fábrica própria foi fundamental para consolidar a marca Hyundai no País”, destaca Mauro Correia, que em dezembro de 2016 assumiu a presidência do Grupo Caoa, após passar três anos como vice-presidente A DECISÃO DE TER UMA de operações. “Ter fabricação nacional reduz os riscos cambiais das importaFÁBRICA PRÓPRIA FOI ções e torna nossa operação muito FUNDAMENTAL PARA mais competitiva para atender rápido as demandas dos clientes, como por CONSOLIDAR A MARCA exemplo oferecer cores e configurações que eles mais querem, o que HYUNDAI NO PAÍS não poderíamos fazer só como um importador que faz encomendas de MAURO CORREIA, carros que chegam meses depois”, presidente do Grupo Caoa diz. “Temos um modelo muito flexível para fazer produtos de baixo volume e grande complexidade. Podemos mudar ritmo de produção, produtos e configurações muito rápido, conforme a demanda do mercado”, reforça. Correia reconhece que a fábrica ganhou importância ainda maior depois do Inovar-Auto, que a partir de 2012 limitou e sobretaxou as importações de veículos no País, ao mesmo tempo em que concedeu isenções para fabricantes locais. “A planta foi feita antes, mas se não a tivéssemos estaríamos com problemas para manter a empresa do mesmo tamanho, limitados a importar o
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para adequar a linha de montagem para o modelo mais sofisticado, que utiliza aço de alta resistência em 51% da carroceria e 102 metros de adesivos estruturais.
EMPREGADOS DA CAOA EM ANÁPOLIS PRODUZEM CINCO MODELOS SOB LICENÇA DA HYUNDAI: OS UTILITÁRIOS ESPORTIVOS TUCSON, IX35 E NEW TUCSON E OS CAMINHÕES HR E HD80 engenharia de produto e processos de manufatura. Como principal gestor da unidade de Anápolis, ele faz coro com Correia ao avaliar o atual estágio da planta: “Não é um CKD simplório (montagem de componentes), temos aqui uma fábrica completa, que segue padrões apertados de qualidade do Grupo Hyundai. A execução de processos dos coreanos é rígida, não existem luxos, mas é tudo
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ENXUTA E COMPLETA Com a experiência de ter feito parte da equipe que pensou e construiu a inovadora planta modular da Ford em Camaçari (BA), erguida sob os mesmos incentivos do regime automotivo, Correia diz que há cerca de três anos, quando conheceu a Caoa em Anápolis, para ele foi uma grata surpresa. “Não era só uma montadora de conjuntos, já tinha muita manufatura e automação adequada ao volume de produção”, lembra. Com soldagem de carroceria, pintura e montagem final, a planta abriga hoje onze etapas fabris em 174 mil metros quadrados de área coberta. Não há área de prensas, as partes estampadas são importadas da Coreia, mas este ano parte delas passou a ser estampada no Brasil por um fornecedor, a Flamma, do Grupo Aethra, com ferramental enviado pela Hyundai. Também parte do time da Ford em Camaçari, o engenheiro Marcio Alfonso chegou há um ano e meio ao Grupo Caoa, onde hoje é diretor de
OS 1,3 MIL
MONTAGEM de veículos na fábrica da Caoa em Anápolis (GO)
muito preciso”, diz. Todos os veículos produzidos na planta goiana passam por inspeção de qualidade de 540 itens funcionais em um prédio exclusivo, depois seguem para uma pista de testes de 2,4 km que simula diversas situações de piso – para a qual o executivo já tem projeto de ampliação. Hoje existe capacidade instalada em Anápolis para produzir até 86 mil veículos/ano, mas a planta nunca chegou nem à metade disso; no pico, alcançou 41,6 mil em 2011. Com a baixa do mercado brasileiro, os volumes foram reduzidos, mantiveram-se na casa dos 30 mil/ano de 2013 a 2015 e caíram a 18,7 mil em 2016. Este ano a fábrica opera em um turno, apenas três dias por semana com empregados em regime de PPE, e a produção dificilmente passará das 20 mil unidades. Os 1,3 mil empregados da Caoa em Anápolis atualmente produzem cinco modelos sob licença da Hyundai na unidade, em duas linhas, uma para os utilitários esportivos Tucson, ix35 e o recém-lançado New Tucson, com capacidade para fazer até 25 carros por hora, mas que monta apenas 17 devido à baixa do mercado brasileiro. A outra linha fabrica o minicaminhão HR (o primeiro produto feito na planta) e o caminhão leve HD80 Euro 5 – que este ano sucede o HD78 Euro 3, produzido só em 2011, mas com estoque vendido até o ano passado. ESPECIALIZAÇÃO Com sua flexibilidade e a adoção de processos universais de manufatura de veículos, em tese a Caoa está pronta para produzir em Anápolis modelos de qualquer marca, embora ainda não existam planos revelados nesse sentido. Alfonso afirma que a ideia é, cada vez mais, especializar a planta para executar projetos de manufatura de baixos volumes.
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Estudos nesse sentido vêm sendo feitos em conjunto com o Senai local, com o objetivo de eliminar desperdícios e aumentar a eficiência de produção, mesmo em ritmo lento. “Hoje isso é possível com a tecnologia da indústria 4.0”, diz. “O conceito de fábricas de grandes volumes está mudando e nossa operação em Anápolis prova que podemos produzir menos com eficiência. Toda a evolução da fábrica nos últimos anos teve foco no aumento da produtividade e eliminação de desperdícios”, afirma Mauro Correia, que iniciou esse processo antes de assumir a presidência do Grupo Caoa. “Hoje produzimos em um turno de trabalho o que antes fazíamos em um turno e meio”, destaca. Correia diz que a grande quantidade de operações manuais ajuda a manter a desejada flexibilidade de produção, por isso a automação só foi implantada onde era necessária para elevar a qualidade e reduzir riscos aos trabalhadores. Como exem-
plo disso, ele cita a instalação do robô de aplicação de selante na carroceria e a estação de aperto eletrônico de rodas. A fábrica opera com 38 robôs, 22 deles na área de soldagem e dez na pintura, para aplicação de tinta e verniz em carrocerias e suas partes plásticas, como para-choques. INCENTIVOS E FUTURO Não são só as evoluções industriais que garantem a eficiência da fábrica da Caoa em Anápolis. Os benefícios fiscais concedidos pelos governos federal e de Goiás foram determinantes para a instalação do empreendi-
mento no Estado. Correia reconhece que sem isso não seria possível ser competitivo e rentável. “Os custos logísticos são muito altos, por isso os incentivos ainda são necessários”, afirma. “Os incentivos são importantes para desenvolver regiões e a Caoa teve grande impacto econômico para Anápolis, fez crescer o PIB da cidade”, destaca Correia. Segundo a Caoa, além dos 1,3 mil empregos diretos na planta, 92% deles ocupados por pessoas da região, a operação influencia a geração de 25 mil postos de trabalho. “Exemplo disso é nosso fornecedor de máquinas de solda, a GSE, uma empresa que nasceu por causa da instalação da fábrica”, lembra o executivo. Para além de benefícios fiscais, existe outro fator bem menos racional que tornou possível um empreendimento com investimento tão elevado: a inegociável vontade pessoal de Carlos Alberto de Oliveira Andrade, fundador e dono do Grupo Caoa. “É uma empresa nacional com um
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OS DEZ ANOS DA CAOA MONTADORA
2007
2010
2011
Inauguração da fábrica de Anápolis (GO); início da produção do minicaminhão Hyundai HR
Início da produção do Hyundai Tucson
Produção do caminhão leve Hyundai HD78, fabricado só naquele ano
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A FÁBRICA DA CAOA EM NÚMEROS
empresário visionário que gosta do negócio”, resume Correia, para explicar porque alguém colocaria tanto dinheiro e continua a investir em uma fábrica brasileira de automóveis. Desde 2012 a Hyundai mantém operação própria no Brasil com a fábrica de Piracicaba, no interior paulista, onde é produzida a linha HB20 e, mais recentemente, o SUV Creta.
CASSIO VASCONCELLOS
R$ 2,5 BI foi o investimento total em 10 anos 230 MILveículos já produzidos 86 MIL/ANO é a capacidade total de produção 5 modelos são produzidos em Anápolis 1,3 MIL funcionários 25 MIL empregos indiretos 1,5 MILHÃO m2de área total 174 MIL m2 de área construída 300 MIL m2 de preservação ambiental Nem por isso, contudo, a montadora coreana parou de celebrar contratos de produção com a Caoa: o New Tucson e o caminhão HD80 são os casos mais recentes. Não parece haver preocupação sobre o futuro dessa parceria, que aparentemente segue sendo vantajosa para ambas as partes, já que a Hyundai não teria intenção nem condições de fabricar
2013
2015
Investimento de R$ 600 milhões para aumento de capacidade e produção do Hyundai ix35
Início da produção do ix35 Flex
aqui os produtos feitos pela Caoa. Correia não comenta sobre as negociações de novos projetos a serem nacionalizados, mas sorri quando a pergunta é feita, como sinal de que as relações que deram origem a uma montadora brasileira de carros coreanos podem perdurar por muito mais tempo do que os dez anos que já se passaram.
2016 Inauguração do CPEE, Centro de Pesquisa e Eficiência Energética, com investimento de R$ 121 milhões; início da produção do Hyundai New Tucson
2017 Produção do caminhão leve Hyundai HD80
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A EMPRESACADA E AS PESSOAS VEZ MAIS NACIONAL A CAOA DEIXOU DE SER UM MONTADORA DE KITS CKD PARA SE TORNAR UMA INTEGRADORA DE PARTES FORNECIDAS POR FABRICANTES LOCAIS
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m dez anos as operações industriais da Caoa em Anápolis passaram por notável processo de nacionalização, mais notadamente desde 2013, quando a empresa se qualificou para receber as isenções do Inovar-Auto, em troca do aumento das compras de peças nacionais. De 2014 a 2016 cresceu em 220% o número de componentes localizados para atender a planta goiana. Com isso, a Caoa deixou de ser uma montadora de kits CKD recebidos da Hyundai, para se tornar uma integradora de partes fornecidas por 33 fabricantes instalados no Brasil. “Até mesmo o programa de manufatura local foi desenvolvido no País, em conjunto com a consultoria Setec, que nos ajudou na confecção do manual de requisitos do fornecedor”, afirma Ivan Witt, diretor de compras e RH do grupo. “Nossos parceiros comerciais tiveram papel importante na localização de peças e na observância de todas as exigências do programa Inovar-Auto. Em muitos casos, conseguimos superar as metas estabelecidas.” Os índices de nacionalização dos veículos produzidos em Anápolis são mais altos nos que são montados há mais tempo, caso do minicaminhão HR e dos SUVs Tucson e ix35, que têm entre 60% e 65% de conteúdo nacional. O New Tucson,
que começou a ser feito em dezembro do ano passado, nasceu 25% brasileiro. A produção do caminhão médio HD80 (que substitui o HD78) foi iniciada em abril com mais de 65% de partes compradas no País, como suspensão, freios, chassi, o motor fornecido pela FPT – o que já credencia o veículo a receber financiamento pelo Finame. Todos esses porcentuais estão em crescimento, com previsão de nacionalização de mais de 260 peças este ano, especialmente após a contratação da Flamma Automotiva, do Grupo Aethra, que no segundo semestre passa a estampar em sua fábrica de Pouso Alegre (MG) diversas partes da carroceria dos veículos montados em Anápolis, como capô e laterais, com ferramentais que fo-
ram enviados da Coreia pela Hyundai. Outra estratégia é atrair fornecedores para execução de montagem de conjuntos dentro da área da fábrica. A coreana Doowon, do Grupo Hyundai, já está montando unidades de ar-condicionado que são instaladas nos carros produzidos em Anápolis. Existem negociações para trazer outros dois fornecedores, um deles deverá fazer a montagem de bancos dos veículos. Witt admite que os volumes de compras de suprimentos não são expressivos no caso da Caoa, o que traz desafios para o desenvolvimento de fornecedores que precisam de escalas altas de produção para viabilizar financeiramente a localização de peças. “O que ajuda a solucionar essa questão é que temos um negócio atraente com uma marca premium, de modelos de custo mais alto. Assim quem fornece para nossos veículos é percebido pelo cliente final e pelo mercado de forma geral como um fornecedor de ponta, diferenciado”, defende. “Estamos provando que é possível ter uma operação rentável e com bons índices de nacionalização mesmo com baixos volumes de produção”, avalia Marcio Alfonso, diretor de engenharia de produto e processos de manufatura.
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INVESTIMENTO EM EM DESENVOLVIMENTO PRÓPRIO A CAOA INVESTIU R$ 121 MILHÕES NO SEU CENTRO DE PESQUISA E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA, UM DOS MAIS MODERNOS DA AMÉRICA LATINA
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CASSIO VASCONCELLOS
ais do que fazer veículos sob licença da do para Euro 6), duas outras salas com dinamômetros Hyundai, a Caoa começou a pensar neles e para veículos completos (as únicas na América Latina desenvolvê-los. Para cumprir as metas de in- com capacidade para rodar modelos com tração 4x4), vestimento em pesquisa, desenvolvimento e engenharia quatro bancos de durabilidade onde o veículo pode ficar previstas no Inovar-Auto, a empresa poderia fazer de- rodando controlado por robôs em cima de rolos milhares pósitos em um fundo para esse fim, mas decidiu trazer de quilômetros (160 mil km são necessários para validar esse conhecimento para o catalisador de um modentro da fábrica de Anádelo diesel, por exemplo), polis, com a inauguração, dois motores para testes há um ano, do Centro de de octanagem de gasoliPesquisa e Eficiência Enerna/etanol e outro de cetagética, o CPEE. Foram inno de diesel, uma câmara vestidos R$ 121 milhões estanque para medição de para criar o bem equipado emissões evaporativas de laboratório de testes de carros parados (também emissões, durabilidade, luúnica no Brasil), além de brificantes e combustíveis, um amplo e completo laum dos mais modernos e boratório petroquímico de completos de que se tem 120 m2 para ensaios de notícia no Brasil e na Amécombustíveis e lubrificanrica Latina, projetado com a ajuda tes, onde podem ser desenvolvidos QUEREMOS TER da Horiba, que forneceu boa parte aditivos, ceras, testes de estabilidade dos equipamentos. e reciclagem de resíduos, entre ouO LABORATÓRIO “O centro foi feito para agilizar tras atividades. Não falta espaço e o nossos processos, pois conforme lugar tem várias salas vazias, prontas MAIS COMPLETO DA vamos desenvolvendo competênpara receber novas bancadas numa cias a Hyundai pode transferir mais AMÉRICA LATINA PARA possível expansão do CPEE. operações para cá”, explica o enCom toda essa capacidade, a genheiro Marcio Alfonso, diretor de O DESENVOLVIMENTO Caoa ganhou poder de desenvolviengenharia de produto e processos mento e homologação de emissões E HOMOLOGAÇÕES de manufatura. O espaçoso CPEE certificada pelo Ibama/Cetesb e começou a ser construído em 2013 ABNT. A própria empresa pode valiDE VEÍCULOS E dar a homologação de seus veículos e tem 4,5 mil metros quadrados. Lá e com isso economiza algo como estão abrigados uma ampla área de MOTORES R$ 100 mil por unidade homologapreparação de veículos, dois dinamôda, valor que seria gasto se tivesse metros para medições de emissões MÁRCIO ALFONSO, diretor de engenharia do grupo Caoa que fazer os mesmos ensaios em um de motores otto e diesel (já prepara-
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LABORATÓRIO desenvolve e analisa combustíveis e lubrificantes
laboratório contratado. Também poderá vender esses serviços para qualquer outro fabricante. As ambições são tão grandes quanto o espaço do CPEE: “Queremos ter o laboratório mais completo da América Latina para o desenvolvimento e homologações de veículos e motores”, destaca Alfonso. Até o fim de 2018, ele espera que o centro receba certificação internacional para poder homologar carros para exportação. Alfonso explica que o principal objetivo é a geração de valor por meio da pesquisa e desenvolvimento em um modelo de inovação aberta, com a colaboração de universidades como a UEG, instituições como o IPT e fornecedores, que fazem intercâmbio de conhecimento com a ajuda das instalações dos laboratórios da Caoa.
Entre os estudos já em andamento, Alfonso destaca o desenvolvimento de novos materiais, biomassa, eficiência energética e até veículos híbridos. Alguns resultados concretos já foram colhidos, como o projeto do primeiro Hyundai ix35 no mundo que incorpora o sistema start-stop, lançado este ano só no Brasil, bem como testes com pneus de baixa resistência ao rolamento da Michelin, calibrações de motor e adaptação local do sistema de controle de estabilidade (ESC). O corpo de engenharia da Caoa já conta com 65 engenheiros e técnicos, 21 deles trabalham no CPEE, quase todos goianos trazidos de outras funções dentro da própria fábrica, como é o caso dos jovens engenheiros Arka Dutta e Aline Magalhães, responsáveis pela coordenação dos laboratórios. n
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FÓRUM DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
INDÚSTRIA SOBE OS PRIMEIROS DEGRAUS APESAR DAS VENDAS AINDA EM QUEDA, ANFAVEA JÁ VÊ INÍCIO DA RECUPERAÇÃO
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DÉCIO COSTA
desempenho da indústria e o ambiente de negócios do mercado automotivo ainda se mostram difíceis e complexos. “Embora as vendas não tenham parado de cair, a situação está próxima da estabilidade. É o primeiro passo para a retomada do setor”, observou Antonio Megale, presidente da Anfavea, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, na abertura do VIII Fórum da Indústria Automobilística, realizado por Automotive Business dia 17 de abril, no Golden Hall do WTC, em São Paulo. “Voltamos ao patamar de dez anos atrás. A queda nas vendas, no entanto, vem diminuindo a cada mês, o
que nos faz acreditar que o pior já está passando”, observou. A crença do dirigente da Anfavea na evolução dos negócios está baseada no atual momento do País, especialmente pelos índices macroeconômicos. Estão no horizonte a queda da inflação e dos juros, a safra recorde, os primeiros anúncios de investimentos em concessões para a iniciativa privada, a aprovação da terceirização, que traz segurança jurídica e redução nos custos da mão de obra, e as reformas trabalhista e previdenciária. “O conjunto de fatos e fatores nos dá uma visão mais otimista. O País está começando a subir a escada do crescimento”, afirmou.
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FOTOS: RUY HIZATUGU
FOTO 1- RODADA DE NEGÓCIOS Profissionais de compras e engenharia das montadoras e sistemistas recebem os participantes do Fórum
LUIS PRADO
LUIS PRADO
ANTONIO MEGALE, presidente da Anfavea
FOTO 2 - ESTANDE DA MOBIL A Mobil foi o principal patrocinador do Fórum da Indústria Automobilística FOTOS 3 E 4 - RODADA DE NEGÓCIOS Uma centena de executivos de compras e engenharia de montadoras e sistemistas esteve a postos em estandes personalizados em uma ação de networking FOTO 5 - OCTAVIO DE BARROS Diretor do Instituto República apresentou palestra sobre os cenários para a economia FOTO 6 - ANTONIO MEGALE O presidente da Anfavea fez a palestra de abertura e falou sobre as perspectivas de recuperação da indústria automobilística
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FÓRUM DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
MONTADORAS DEVEM SE ARRANJAR COM ESTRUTURA ATUAL HYUNDAI, TOYOTA, HONDA E FCA AGUARDAM MERCADO MAIS PREVISÍVEL
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o programa de fomento à indústria. “Para a Toyota, o Inovar-Auto foi positivo por ter trazido investimento e inovação, pois melhoramos os carros em eficiência e segurança. Mas a Toyota teria de fazer esse movimento mesmo sem o programa”, disse Maggio. “Não podemos esquecer que na época (do surgimento) do Inovar-Auto o cenário era diferente, com previsão de grande crescimento”, observou Akiyama, da Honda. “De qualquer forma, mesmo com a crise, acabou sendo positivo por ter melhorado a eficiência dos motores, mas o retorno do investimento nesse momento é penoso.” Por causa disso ele descartou a possibilidade de a Honda finalmente iniciar as atividades da fábrica de Itirapina (SP), que está pronta, mas sem operar. A necessidade de maior previsibilidade do mercado foi destacada pelos quatro executivos. No caso da Hyundai, mesmo que venha a perder sua excelente posição atual (quarto lugar), a marca coreana não quer falar em ampliação, disse Martinez. Sobre o crescimento de 2,6% obtido pela Toyota no ano passado, Evandro Maggio afirmou que não foi o resultado de uma estratégia exclusiva para 2016. “Isso vem de um trabalho de três a quatro anos, fazendo modificações nos produtos, no marketing e no pós-venda para que os consumidores queiram comprar um Toyota”, afirmou. Outro assunto destacado no painel foi a gangorra que existe dentro da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), com a Fiat caindo e a Jeep subindo. “A estratégia da FCA é utilizar as cinco marcas que tem no mundo para operar no mercado brasileiro”, explicou Tânia Silvestre. A empresa vende também veículos das marcas Chrysler, Dodge e RAM no Brasil. A executiva acredita que a marca Fiat terá recuperação em vendas com a chegada de seus ANGEL JAVIER MARTINEZ (Hyundai), novos carros médios ainda este EVANDRO MAGGIO (Toyota), ROBERTO ano – sendo o hatch Argo fabriAKIYAMA (Honda) e TÂNIA SILVESTRE (FCA) cado no Brasil e um sedã feito na Argentina. (Sergio Quintanilha) LUIS PRADO
m 2016, somente as asiáticas Hyundai, Toyota e Honda conseguiram bons resultados na indústria de veículos leves. Mas nenhuma delas tem planos de ampliação da capacidade de produção. Foi o que disseram no painel “Os cenários para as montadoras”, dentro do VIII Fórum da Indústria Automobilística, os executivos Angel Javier Martinez, diretor executivo de vendas e marketing da Hyundai Motor Brasil, Evandro Maggio, diretor de vendas, pós-vendas e desenvolvimento de rede da Toyota do Brasil, e Roberto Akiyama, vice-presidente da Honda Automóveis. O debate teve também a participação de Tânia Silvestre, diretora de vendas da Fiat Chrysler Automobiles (FCA). Os profissionais foram unânimes em afirmar que o programa Inovar-Auto, que começou em 2012 e terminará este ano, teve efeito positivo para a indústria automobilística. Das quatro empresas, porém, o Inovar-Auto mexeu com a estratégia de apenas duas: a Hyundai e a FCA. Os executivos da Toyota e da Honda disseram que o investimento em seus produtos ocorreria mesmo sem
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RECUPERAÇÃO VEM EM 2017 SEGUNDO ESPECIALISTAS, FATURAMENTO NO 1O TRIMESTRE TEVE AUMENTO DE 5,7% pior momento do setor automotivo passou e o mercado começa a se recuperar já em 2017. Essa foi a previsão feita pelos consultores Guido Vildozo (IHS Markit), Vitor Klizas (Jato Dynamics) e Carlos Reis (Carcon Automotive) no primeiro painel do VIII Fórum da Indústria Automobilística. Esse crescimento, entretan- CARLOS REIS (Carcon), VITOR KLIZAS (Jato Dynamics) e GUIDO VILDOZO (IHS) to, ocorrerá de forma lenta e gradual. “Nossas previsões não são tão otimistas quanto as de outras consultorias, mas sim da indústria. E os números trazem conservadoras”, disse Vildozo, que é boas notícias. Segundo o executivo, senior manager para as Américas da o faturamento da indústria automoIHS Markit. “O volume de vendas e bilística brasileira passou de R$ 184 produção crescerá a partir de 2020 se bilhões em 2014 para R$ 156 bilhões houver um governo que tenha apoio em 2015 e depois caiu para R$ 139 do Congresso.” bilhões em 2016. Mas o primeiro triSegundo estudos da IHS Markit, o mestre de 2017 trouxe um faturamencrescimento de vendas será de 0,4% to de R$ 33 bilhões, o que representa este ano, de 3% no ano que vem, de um crescimento de 5,7% perante os 4,6% em 2019 e de 7,2% em 2020. R$ 31 bilhões faturados nos primeiros Já a produção terá um ritmo diferen- três meses do ano passado. Em 2014 te, com avanço de 10,5% em 2017, e 2015 o faturamento no primeiro tride 4,5% em 2018, de 2,1% em 2019 mestre foi de R$ 41 bilhões e R$ 38 e de 3,9% em 2020. Vildozo, o pri- bilhões, respectivamente. meiro a falar no painel “A previsão “Falamos tanto de SUVs, mas o dos consultores”, disse que a IHS nosso mercado continua sendo basiMarkit mudou sua expectativa de camente de hatchbacks”, disse Klizas. 2,52 milhões de veículos leves para Apesar da queda brutal de vendas na 1,99 milhão para este ano. “A capa- categoria de hatches médios, os hacidade atual do mercado é de 2,5 tches compactos e de entrada contimilhões”, observou, mas o PIB deve- nuam liderando o ranking. Assim, enrá crescer minimamente, de 0,1% a quanto os hatchbacks representaram 0,3%, de forma que não ajudará mui- um faturamento de R$ 42 bilhões em to num cenário de queda da taxa de 2016, os SUVs contribuíram com R$ juros (abaixo de 12%) e da inflação 33 bilhões. Ele também observou que somente cinco marcas (Jeep, Honda, (inferior a 5%). Vitor Klizas, presidente da Jato Toyota, Hyundai e Ford) são responDynamics, preferiu focar sua apre- sáveis por 56% do segmento de utilisentação nos resultados financeiros tários esportivos e crossovers.
O terceiro palestrante do painel foi Carlos Reis, presidente da Carcon Automotive. Ele focou no segmento de veículos pesados e disse que sua empresa separou o mercado em três momentos diferentes. “O momento 1 é o da artificialidade, porque o financiamento era farto, com taxas muito baixas. Havia pouca preocupação com os estoques”, afirmou. Esse período foi de 2011 a 2014, com vendas entre 137 mil e 172,8 mil unidades. “O momento 2 é o dos impactos da artificialidade”, destacou. “Não havia controle da economia, veio o fim do Finame PSI. Houve uma bolha de 190 mil veículos e muitos deles continuam parados.” Esse período ocorreu em 2015 e 2016, com as vendas caindo para 71,6 mil e depois para 50,5 mil. “O momento 3 é o da reação, com economia mais previsível e retomada lenta do crescimento, porém real”, disse Reis. Esse período vai de 2017 a 2022. “A indústria automobilística passa a caminhar com as próprias pernas, sem a ajuda de ninguém”, acrescentou o consultor. A Carcon Automotive prevê um total de 52 mil veículos pesados vendidos este ano, mas ele pode ser de apenas 48 mil unidades “se a economia continuar muito lenta na retomada”. As safras de grãos (222,9 milhões de toneladas) e de cana-de-açúcar (694,5 milhões de toneladas) vão ajudar a indústria de veículos pesados, mas a péssima condição das estradas brasileiras continua sendo um fator de altos custos de transporte e baixo volume de vendas. (Sergio Quintanilha) LUIS PRADO
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FÓRUM DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
ROXANA MOLINA (Ford), IVAN WITT (Caoa), ERODES BERBETZ (Mercedes), ARMANDO CARVALHO (FCA) e ANTONIO CARLOS VISCHI (PSA)
LOCALIZAÇÃO DE COMPONENTES AVANÇA PARA EXECUTIVOS DE COMPRAS, DIFICULDADES EM SUPRIMENTOS SÃO MENORES QUE NO PASSADO
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programado aumento da produção e principalmente o processo ainda em curso no setor de nacionalização de componentes contribuirão para o aumento das compras de autopeças nacionais ao longo deste ano. Foi esta a posição consensual dos executivos das montadoras PSA Peugeot Citroën, Fiat Chrysler Automobiles (FCA), Mercedes-Benz, Caoa e Ford, que participaram do painel “As Compras das Montadoras” no VIII Fórum da Indústria Automobilística. Erodes Berbetz, diretor de compras da Mercedes-Benz do Brasil, falou em crescimento de 5% a 10% no volume deste ano em relação a 2016. “Apesar de termos elevado índice de nacionalização, sempre encontramos oportunidades para localizar mais. E também vamos ampliar exportações, comprando mais dos fornecedores daqui.” No caso da Ford, a projeção de alta é de 7% a 8%, conforme revelou Roxana Molina, diretora de compras da montadora na América do Sul. Ela lembrou que a empresa reiniciou o terceiro turno em Camaçari, BA, em fevereiro deste ano, e garantiu que o
número de fornecedores com problemas vem diminuindo. “Se antes havia 100 deles, hoje são 70”, comentou sobre a redução de 30%. Também o diretor de compras para a América Latina da PSA, Antonio Carlos Vischi, disse que a expectativa é de aumento dos negócios internos. Não especificou índices, mas destacou que a companhia registra crescimento na região este ano. “Sempre buscamos o máximo de integração local. E em muitos casos estamos tendo retorno positivo dos fornecedores. Estamos aqui para apoiá-los.” O diretor de compras da FCA, Armando Carvalho, garantiu, por sua vez, que a estratégia da empresa é localizar o máximo de peças na região. “Quanto mais pudermos comprar localmente, melhor.” As aquisições diretas da FCA atingiram R$ 14 bilhões no ano passado e, segundo Carvalho, a ideia é crescer um pouco ou ao menos repetir esse número. Entre as cinco empresas participantes do painel, a Caoa é uma das que mais se esforçam para ampliar o índice de nacionalização. Segundo o
diretor de compras e de RH do grupo, Ivan Witt, a empresa encerrou 2016 com a compra de 5,5 mil itens locais, mais que o dobro do ano anterior. “Eram 250 itens em 2014 e 2,5 mil em 2015. Estamos acelerando esse processo por causa das exigências do Inovar-Auto.” O diretor de compras da PSA revelou, por sua vez, que a montadora já escolhe fornecedores para a nova plataforma que lançará no Brasil, garantindo que o objetivo nesse caso é ter 90% de índice de nacionalização. Também está em curso o processo da FCA em Pernambuco de construção de dois novos parques de fornecedores. “Ainda nesta terça-feira, 18, teremos reunião na fábrica mineira de Betim para encaminhar o projeto”, comentou o diretor de compras do grupo. Todos os participantes do painel falaram de problemas na base fornecedora, que atingem principalmente as empresas pequenas, mas a maioria dos executivos acredita que as dificuldades hoje são menores que no passado. (Alzira Rodrigues)
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INDÚSTRIA TEM OPORTUNIDADES À VISTA CONSULTORA LETÍCIA COSTA DEFENDE MUDANÇAS DE VISÃO NO CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZOS
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pesar das dificuldades atuais enfrentadas pela indústria automotiva acumuladas dos últimos três anos com a baixa dos negócios, o setor poderá contar com diferentes oportunidades e em diferentes tempos, apontou Letícia Costa, sócia-diretora da Prada Assessoria, durante o VIII Fórum da Indústria Automobilística. Contudo, a consultora defende que o setor necessita mudar sua visão e mentalidade ao enfrentar as questões relacionadas com a recuperação do mercado (curto prazo), com a evolução da política industrial (médio prazo) e com a reestruturação da indústria (longo prazo). Para Letícia haverá uma ruptura importante nos modelos de negócio ao considerar a entrada massiva de elementos como as novas opções de propulsão (elétrica ou células de combustível) que devem se tornar cada vez mais volumosas, o aumento da conectividade entre os veículos e as cidades, o conceito de mobilidade e compartilhamento e ainda a consolidação da indústria 4.0. Para a consultora isso mudará os nomes de players do mercado e inclusive as fontes e composições de suas receitas. “Vamos deixar de vender o carro para vender o uso do carro. Sabemos para onde a indústria está indo, mas ainda há dúvida quanto ao timing”, comenta. Esse momento de disrupção, segundo Letícia, deve afetar a cadeia como um todo, não só as montadoras e o que está por trás delas, mas quem está à sua frente, como a rede de distribuição e concessionárias. OLHAR PARA O FUTURO Para Letícia é importante perguntar qual o papel da indústria nacional para o futuro. “Todos os momentos de ruptura trazem captação de oportunidades e agregação de valor. Provavelmente por aqui o veículo autônomo vai entrar no mercado pelo segmento de comerciais e talvez o Brasil possa ser importante em soluções de mobilidade para emergentes”, destaca. A indústria nacional deve olhar com cuidado para a importante fonte que são as exportações, alerta Letí-
LETÍCIA COSTA DISCURSA SOBRE OS POSSÍVEIS CAMINHOS DA RECUPERAÇÃO DA INDÚSTRIA LETÍCIA COSTA, diretora da Prada Assessoria
cia: “A métrica do Mercosul deveria ser estendida para outros países e blocos e hoje ainda está na dualidade Brasil e Argentina.” Para ela, o acordo de livre comércio com a União Europeia não deve acontecer logo, mas é um ponto crucial que não se pode perder. A nova política industrial que substituirá o Inovar-Auto deverá ser, segundo Letícia, algo que deve evitar o mesmo erro de protecionismo. A nova política, denominada como Rota 2030, está sendo desenhada pelo setor automotivo com o governo. O que se espera no curto prazo é considerar itens pontuais como exportações, aftermarket, ajustes e reestruturações ainda em curso, uma vez que a recuperação do mercado será lenta e gradual, ainda afetada pelo desemprego e dificuldade de obtenção de crédito. “O pior aparentemente já passou. O segmento de veículos leves, que ainda deverá continuar no modo de sobrevivência, parou de cair. Os comerciais demoram um pouco mais para se recuperar, porque ainda têm dificuldades. O Brasil é grande, mas se fechar as fronteiras para ganhar dinheiro só aqui será cada vez menos sustentável”, concluiu. (Sueli Reis)
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FÓRUM DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
AVANÇA O DÉFICIT NA BALANÇA DE AUTOPEÇAS SINDIPEÇAS REVISA PROJEÇÃO E PREVÊ SALDO NEGATIVO MAIOR QUE O DE 2016
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m contraste com a perspectiva anterior de redução do déficit da balança comercial de autopeças este ano, a nova projeção do Sindipeças, agora com base nos dados do primeiro trimestre, é a de o setor atingir saldo negativo superior ao de 2016. De acordo com o presidente da entidade, Dan Ioschpe, os números do início deste ano sinalizam para um déficit em torno de US$ 6 bilhões, ante os US$ 4,5 bilhões projetados anteriormente e os US$ 5,25 bilhões de 2016. Em sua participação no VIII Fórum da Indústria Automobilística, o presidente do Sindipeças comentou que o setor não é contra as importações, mas disse serem necessárias medi-
das de estímulo às exportações para que a indústria deixe de ter déficit. “A balança comercial envolve a questão da competitividade. Precisamos ser mais competitivos para exportar mais e também é fundamental que tenhamos um câmbio neutro e maior número de acordos internacionais.” Um dos problemas que geraram aumento no valor das importações no primeiro trimestre deste ano, segundo Ioschpe, foi justamente o câmbio. “O real neste início de ano esteve mais apreciado que em 2016.” O Sindipeças mostra-se menos otimista que a Anfavea em relação ao ritmo de retomada do mercado brasileiro. Enquanto a entidade que representa as montadoras projeta
produção de 2,4 milhões de veículos, equivalente a uma alta de 11,9%, o Sindipeças estima algo em torno de 2,23 milhões, ou seja, um pequeno crescimento de 3% sobre 2016. E a recuperação, na avaliação de Ioschpe, será lenta. “Somente em 2020 ou 2021 deveremos retomar os números de 2015, voltando à casa dos 2,5 milhões de veículos produzidos”, comentou. Para Dan Ioschpe, o Inovar-Auto foi uma forma equivocada de resolver os problemas de aumento das importações de veículos. “Para as autopeças o resultado do Inovar-Auto foi o recorde de déficit na balança comercial”, enfatizou o executivo. (Alzira Rodrigues)
PARA AS AUTOPEÇAS, O RESULTADO DO INOVAR-AUTO FOI O RECORDE DE DÉFICIT NA BALANÇA COMERCIAL
DAN IOSCHPE, presidente do Sindipeças
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CAMINHÕES SE MANTÊM ABAIXO DA EXPECTATIVA PRIMEIRO TRIMESTRE GERA DÚVIDA SOBRE O TAMANHO DO SEGMENTO EM 2017
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positivo, com crescimento gradual nas vendas a cada mês.” “Além de um primeiro trimestre ruim, o ritmo de vendas de abril também se mostrou fraco”, revelou Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas de caminhões e ônibus da Mercedes-Benz do Brasil. “Caso não haja avanço nos emplacamentos, não vejo luz no fim do túnel.” Mesmo a esperada safra recorde, que serviria para aumentar as vendas de caminhões pesados, não funcionou como era esperado pelo segmento. “O empresário do campo comprou insumos com o dólar em alta e, hoje, vende sua produção com preços mais baixos”, observou Alcides Cavalcanti, gerente de vendas do Grupo Volvo. “O que realmente impulsionará os negócios de caminhões será a melhora da economia. Nem mesmo financiamentos subsidiados adiantariam neste momento.” “Com a crise que se arrasta há mais de dois anos ficamos precavidos”, disse Marco Borba, vice-presidente da Iveco para a América Latina. “Hoje trabalhamos diante uma situação de relativa estabilidade no
que diz respeito ao chão de fábrica.” “Traremos processos globais para fábrica e serviços, ampliação da nossa rede de concessionários para 140 pontos, além de conectividade, de oferecer serviços conectados”, revelou Eronildo Santos, diretor de desenvolvimento de negócios da Scania, em referência aos R$ 2,6 bilhões que a empresa aportará no País até 2020. “O investimento é parte de nosso futuro, para estarmos prontos quando o mercado voltar.” Para Luís Gambim, diretor comercial da DAF Caminhões, o momento ruim enfrentado pelo segmento de caminhões e pelo País não deve ofuscar a visão de longo prazo. “Para a DAF é um grande desafio competir com marcas já consolidadas no mercado nacional. Nós também não imaginávamos quedas pronunciadas quando a empresa chegou por aqui. Também buscamos alternativas para enfrentar o momento, como a ideia de começar a atuar no segmento de veículos usados e a criação de um banco.” (Décio Costa) n LUIS PRADO
desempenho abaixo da expectativa no primeiro trimestre para o segmento de caminhões mais uma vez frustrou os principais atores da indústria de veículos pesados, contrariando projeções otimistas do fim do ano passado e começo deste. O sentimento foi comum aos participantes do painel “O desafio dos veículos comerciais” ocorrido durante o VIII Fórum da Indústria Automobilística. Apesar da frustração, todos ainda apostam no início da retomada, embora não consigam dizer quando. De janeiro a março de 2017 as vendas de caminhões alcançaram pouco mais de 9,6 mil unidades, volume 26,3% inferior ao registrado em iguais meses do ano passado, quando o mercado absorveu 13,3 mil unidades. “Realmente havia uma expectativa de melhoria no ambiente de negócios desde o fim do ano passado, mas, infelizmente, o mercado ainda não reagiu”, observou Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas, marketing e pós-vendas da MAN Latin America. “Cabe observar, no entanto, que acreditamos em um resultado
ALCIDES CAVALCANTI (Volvo), LUIS GAMBIM (DAF), MARCO BORBA (Iveco), RICARDO ALOUCHE (MAN L.A.), ERONILDO SANTOS (Scania) e ROBERTO LEONCINI (Mercedes) AutomotiveBUSINESS • 67 AutomotiveBUSINESS • 67
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DIVULGAÇÃO / MERCEDES-BENZ
PRÊMIO
ERODES BERBETZ E PHILIPP SCHIEMER entregaram os prêmios aos fornecedores
FORNECEDORES RESISTEM MERCEDES-BENZ REALIZA A 25ª EDIÇÃO DO PRÊMIO INTERAÇÃO, LEMBRA DAS DIFICULDADES DO PASSADO E PEDE A REINVENÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS PEDRO KUTNEY
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riado há 25 anos o Prêmio Interação da MercedesBenz foi a primeira premiação regular de uma fabricante de veículos instalada no País para incentivar o desenvolvimento e reconhecer os avanços da cadeia de suprimentos do setor automotivo nacional. Logo após a chamada “década perdida” dos anos 1980, eram tempos difíceis, com incertezas políticas e econômicas, a inflação ainda galopava à razão de 25% ao mês (1.100% naquele ano) e o governo Collor tinha caído após abrir o mercado para veículos importados. Montadoras e fornecedores foram obrigados a se reinventar. Na situação atual de nova derrocada política e econômica, muita coisa lembra aquele 1992, especialmente a parte da necessidade da reinvenção para resistir aos maus tempos e
continuar vivo para quando a recuperação acontecer. Na premiação de 2016, a Mercedes-Benz pediu resistência aos seus fornecedores. Um ano depois, o cenário continua tão árido quanto estava, mas a boa notícia é que a maioria das 400 empresas que fornecem autopeças à montadora conseguiu se reestruturar para sobreviver. “Neste último ano precisamos ajudar alguns fornecedores, com adiantamento de pagamentos, compras de matéria-prima e mesmo enviando pessoal nosso para auxiliar na adoção de processos produtivos mais eficientes. Apesar da situação muito difícil, a maioria resistiu, eles enxugaram custos e se adaptaram. No monitoramento diário que fazemos, menos de 5% deles estão em uma condição crítica”, afirmou o diretor de compras Erodes Berbetz.
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PRÊMIO
“Temos uma relação muito próxima com as empresas fornecedoras e o nosso negócio ainda é saudável, mas reconhecemos que o momento é de grande dificuldade”, ressalvou Philipp Shiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO do Grupo Daimler na América Latina. O executivo lembrou que o ritmo de produção de caminhões e ônibus no País caiu a níveis tão baixos que muitos fabricantes do segmento estão com capacidade ociosa na casa dos 80%. Os fornecedores foram obrigados a se adaptar a esse cenário a ponto de, em alguns casos, até faltar alguns itens básicos que eram feitos por empresas menores que tiveram de fechar as portas. Schiemer e Berbetz garantem que são problemas pontuais e não há falta de peças. “Só haveria problema se a demanda voltasse a crescer muito, porque aí as empresas que reduziram não teriam como atender. Esse problema sempre acontece na subida [do mercado], quando falta capital de giro para investir em aumento da produção”, diz Shiemer. Para Berbetz, mesmo se este ano as vendas de caminhões crescerem de 10% a 15%, isso não provocará gargalos. REINVENÇÃO “Aproveitamos a chance para enxugar custos, nos preparamos para o futuro com investimentos de R$ 730 milhões na modernização de nossas fábricas. Nós enfrentamos nossos problemas e acreditamos no caminho da reinven-
OS VENCEDORES DO 25º PRÊMIO INTERAÇÃO
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a 25a edição do Prêmio Interação a Mercedes-Benz premiou 11 empresas, sendo oito em cinco categorias pelo fornecimento de componentes e sistemas utilizados diretamente na produção de caminhões e ônibus, além de três fornecedores de serviços e materiais indiretos. Das oito premiadas nas categorias produtivas, metade são companhias de capital nacional – algo cada vez mais raro
no cenário automotivo brasileiro. Inclusive o “Prêmio Especial”, conferido ao fornecedor com melhor desempenho em comprometimento, qualidade e agilidade, foi vencido pela brasileira Maxiforja, que começou sua trajetória há mais de 50 anos no Rio Grande Sul. Com sede em Canoas (RS), hoje é uma das maiores forjarias do Brasil. Veja abaixo os vencedores:
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA Robert Bosch
CUSTOS Iochpe-Maxion Dana
QUALIDADE Flamma Automotiva Voss Automotive LOGÍSTICA ThyssenKrupp Metalúrgica Campo Limpo Schulz
ção. Mas dependemos de vocês (fornecedores) para continuar melhorando”, reforçou, após lembrar que em 2016 a Mercedes-Benz reconquistou a liderança do mercado nacional de caminhões e ampliou para quase 60% a participação nas vendas de ônibus. “Isso só aconteceu porque fizemos as mudanças necessárias. Ficamos felizes, mas infelizmente o mercado não reagiu”, lamentou. Falando à mesma numerosa pla-
7º PRÊMIO DE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
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urante a cerimônia do Prêmio Interação também foram anunciados os vencedores do 7oPrêmio Mercedes-Benz de Responsabilidade Ambiental. A iniciativa reconhece as boas práticas ambientais dos fornecedores em seus processos industriais e instalações. Os trabalhos inscritos foram submetidos à avaliação de uma comissão julgadora formada por membros da MercedesBenz e das universidades UFABC e FEI. Os vencedores este ano foram Usiminas, ZF do Brasil e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
MATERIAL INDIRETO E SERVIÇOS Alis Armazenamento Eisenmann Juiz de Fora Ferramentas Gedore CATEGORIA ESPECIAL Maxiforja Componentes Automotivos
teia, o diretor de compras Erodes Berbetz relembrou as dificuldades não muito menores de 25 anos atrás, quando a Mercedes premiou pela primeira vez seus fornecedores. “A crise culminou no Plano Real e na estabilização da moeda. Isso mudou o foco da indústria, que reduziu os desperdícios e começou a produzir com mais qualidade e produtividade. O Prêmio Interação mostra essa evolução. Se há 25 anos as empresas precisaram se reinventar, precisam fazer isso de novo agora. O desafio é administrar volumes [de vendas] de 20 anos atrás com os custos atuais”, analisou. “O crescimento da economia ainda não veio, mas há sinais que isso vai acontecer. O País tem potencial para isso e precisa incentivar a produtividade. O Brasil precisa dar esse passo e as empresas também”, definiu. n
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PRÊMIO
COM MAIS
NACIONALIZAÇÃO, TOYOTA PREMIA OS FORNECEDORES
PANASONIC É A MAIS BEM AVALIADA EM QUALIDADE, ENTREGA E REDUÇÃO DE CUSTOS PEDRO KUTNEY
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têm em torno de 60% de peças e sistemas comprados aqui”, informa Celso Simomura, vice-presidente de compras da Toyota do Brasil, que administra atualmente uma lista com cerca de 120 fornecedores produtivos. Como exemplos dessa expansão de localização, Simomura cita a fábrica de motores de Porto Feliz (SP), inaugurada há um ano com investimento de R$ 600 milhões para fazer os motores 1.3 e 1.5 do Etios e que
recebe novo aporte de R$ 600 milhões para nacionalizar os propulsores 1.8 e 2.0 do Corolla. “Passamos a adquirir aqui muitos componentes do powertrain, inclusive o câmbio manual”, diz, em relação à caixa fabricada desde o ano passado em Itu (SP) pela Aisin, uma empresa que pertence ao Grupo Toyota. Ainda que impactada pela crise econômica brasileira, Simomura afirma que a cadeia de suprimentos
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om produção recorde em 2016 de 175,9 mil unidades das linhas Etios e Corolla, respectivamente nas duas fábricas localizadas no interior de São Paulo em Sorocaba e Indaiatuba, a Toyota vem elevando o volume de componentes nacionais nos carros produzidos no País e a participação dos fornecedores locais em seus projetos. “Estamos aumentando a nacionalização dos produtos feitos aqui, que já
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O presidente da Panasonic, MICHIKAZU MATSUSHITA, ao lado de STEVE ST. ANGELO, CEO da Toyota para América Latina e Caribe e Chairman da Toyota do Brasil
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da Toyota no Brasil vem conseguindo atender todos os pedidos. “A situação é difícil, temos alguns fornecedores em recuperação judicial, mas até agora não tivemos falta de peças”, diz o executivo. Segundo ele, a Toyota formou diversos grupos de trabalho para ajudar os fabricantes de autopeças. “Enviamos pessoal nosso às fábricas para avaliar situações e adotar novos métodos produtivos, com o objetivo de melhorar o desempenho deles”, destaca. PREMIAÇÃO No cenário de queda de vendas e produção de veículos no Brasil, a Toyo-
ta foi a única marca que registrou crescimento no mercado brasileiro em 2016, também produziu mais e, portanto, comprou mais componentes. Assim foi um dos poucos focos de prosperidade na cadeia nacional de suprimentos. Com expectativa otimista de continuar crescendo na região em 2017, incluindo a gestação de novos produtos a serem fabricados aqui, a Toyota pediu a continuidade do comprometimento de seus fornecedores na noite da quarta-feira, 5, durante a 15ª edição do seu Supplier Award, que premiou os melhores de 2016.
Foram premiados com o selo de “Excelência” os 16 melhores fornecedores no Brasil, por terem superado os objetivos de desempenho colocados pela montadora em 2016 nas avaliações de qualidade, logística e redução de custos. A fabricante de eletrônicos Panasonic recebeu o prêmio de melhor performance do ano pelo conjunto dos resultados obtidos em todas as três áreas. Outras 34 empresas receberam o “Certificado” de reconhecimento por terem atingido as metas propostas nas três categorias de premiação. n
OS PREMIADOS DE 2016 MELHOR FORNECEDOR Panasonic
DIVULGAÇÃO / TOYOTA
QUALIDADE Excelência: Casco, Cestari, Cobra, GKN Brasil, NSK, Sanko, SNR Certificados: 3M, Adient, Basf, Benteler, Cooper, Delga, Denso, G-KTB, Plásticos Mueller, Nitto Denko, Pilkington, Plascar, Rassini, Sanoh, Schaeffler, Scorpios, Stanley, Sumidenso, TRBR, Triospuma, Tyco, ZF
LOGÍSTICA Excelência: 3M, Sanko, Stabilus, ZF, Olsa Certificados: Casco, Cestari, Bosal, Enertec (JCI), Kautex, G-KTB, GKN, Delga, NSK, Trimtec, Thyssenkrupp REDUÇÃO DE CUSTOS Excelência: Pioneer, Yazaki, Sanoh Certificado: SMR RECONHECIMENTOS ESPECIAIS Análise de Valor e Engenharia de Valor: Aisin, Faurecia, Sumidenso Preparação de projetos: Plásticos Mueller, PecvaD
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PRÊMIO
HONDA DESTACA PARCEIROS
DA CADEIA DE SUPRIMENTOS
MONTADORA COMEMORA 20 ANOS DE PRODUÇÃO DE CARROS NO PAÍS
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PREMIADOS EXCELÊNCIA EM DIVISÃO DE PEÇAS G-KT do Brasil DESTAQUE EMPRESARIAL Soluções em Aço Usiminas EXCELÊNCIA EM NOVOS DESENVOLVIMENTOS Yorozu Automotiva do Brasil Asbrasil EXCELÊNCIA EM COMPETITIVIDADE E LOCALIZAÇÃO Magneti Marelli Sistemas Automotivos Indústria e Comércio GKN do Brasil Itaesbra Indústria Mecânica TRBR Indústria e Comércio Panasonic do Brasil EXCELÊNCIA EM QUALIDADE Bridgestone do Brasil Indústria e Comércio Goodyear do Brasil Produtos de Borracha Itaesbra Indústria Mecânica JSP Brasil Indústria de Plásticos SNR Rolamentos do Brasil Autoparts Alumínio do Brasil
EXCELÊNCIA EM ENTREGA Alpine do Brasil Arcelormittal Brasil Axalta Coating Systems Brasil Denso do Brasil KSPG Automotive Brazil Mubea do Brasil Pioneer do Brasil EXCELÊNCIA EM QUALIDADE E ENTREGA BASF Chemetall do Brasil Dow Brasil Ind. e Com. de Produtos Químicos Idemitsu Lube South America Litens Automotive do Brasil Soc. Michelin de Part. Ind. e Com. Cerâmica e Velas de Ignição NGK do Brasil NSK Brasil GDBR Ind. e Com. Componentes Químicos e de Borracha CPE - Compostos Plásticos de Eng. EXCELÊNCIA EM REDUÇÃO DE CO2 Trimtec Intertrim
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o ano em que comemora 20 anos de produção de automóveis no Brasil, a Honda premiou os 33 melhores fornecedores pelo desempenho de 2016 nas avaliações de qualidade, entrega, custos, desenvolvimento de novos modelos e peças e preservação do meio ambiente. Algumas das empresas fornecem à Honda desde a inauguração da fábrica de Sumaré, no interior paulista, em 1997. A premiação foi feita durante a convenção anual de fornecedores da fabricante, em 18 de abril, no Expo Dom Pedro, em Campinas (SP). No encontro com seus fornecedores a Honda destacou sua constante busca pela nacionalização de componentes desde que começou a produzir carros no País, visando ao aumento da competitividade, com melhoria contínua dos produtos da marca, em um círculo virtuoso de crescimento conjunto que resulta no fortalecimento da parceria com a cadeia nacional de suprimentos. Com a inauguração do centro de pesquisa e desenvolvimento brasileiro da fabricante dentro da área da planta de Sumaré, em 2014, segundo a Honda foi intensificado o investimento em capacitação técnica e comprometimento conjunto com os fornecedores instalados no País para o desenvolvimento de novas ideias e produtos que superem as expectativas dos clientes. n
33 FORNECEDORES foram premiados pelo desempenho em 2016
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PRÊMIO
CAOA PREMIA PARCEIROS
E AVANÇA NA NACIONALIZAÇÃO MONTADORA VALORIZA OS PASSOS CONQUISTADOS COM O INOVAR-AUTO
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ela primeira vez o Grupo Caoa promoveu a premiação dos seus fornecedores. Em 30 de março foram reconhecidas sete empresas que tiveram melhor desempenho em 2016 no atendimento de seus pedidos. “Avaliamos nossos parceiros comerciais que demonstraram maior comprometimento, tecnologia e inovação, qualidade e preço competitivo na área de suprimentos”, explicou Ivan Witt, diretor de compras e RH da fabricante brasileira, que completa dez anos de montagem sob licença de veículos da coreana Hyundai em Anápolis (GO). O melhor fornecedor do ano foi a NeoRo-
PAULO RICARDO BRAGA
das, fabricante de rodas de alumínio. Na visão de Witt, a Caoa deixou de ser uma empresa que apenas monta kits CKD recebidos da Hyundai para se tornar uma integradora de componentes fornecidos já em boa parte por fabricantes locais. A realização da primeira edição do prêmio de fornecedores confirma esse amadurecimento. “Nossos parceiros comerciais tiveram papel importante na localização de componentes e na observância de todas as exigências do programa Inovar-Auto. Em muitos casos, conseguimos superar as metas estabelecidas”, reconhece Ivan Witt, que ingressou no Grupo
Caoa em outubro de 2014 e passou a coordenar a equipe de compras e recursos humanos. RECONHECIMENTO O Grupo Caoa tem hoje 33 fornecedores de materiais produtivos, aplicados diretamente na linha de montagem, e 10,8 mil que fornecem serviços e itens não usados na produção. No primeiro ano da premiação, o departamento de compras contemplou com troféus empresas em três categorias não produtivas e as quatro categorias de fornecimento produtivo receberam troféus e certificados. Veja abaixo a lista de premiados. n
OS PREMIADOS EXCELÊNCIA EM LOGÍSTICA RG Log A empresa realiza as entregas para a fábrica de Anápolis de componentes importados via Porto de Santos e também de componentes oriundos do centro de consolidação local, que possui armazéns em Barueri (SP). EXCELÊNCIA EM COMPRAS INDIRETAS Incospray A empresa realiza a pintura nas concessionárias do Grupo Caoa (Hyundai, Ford e Subaru). EXCELÊNCIA EM IMPLEMENTAÇÃO E CERTIFICAÇÃO DE PADRÕES OPERACIONAIS DE PÓS-VENDA JD Power Prime Action As duas consultorias foram avaliadas pelo desenvolvimento do manual do Customer Service Excelence.
QUALIDADE EM FORNECIMENTO E ENTREGA Saint Gobain (vidros) – Troféu Doowon (produtora local de ar-condicionado) – Certificado MELHOR FORNECEDOR EM NACIONALIZAÇÃO Lear (bancos) – Troféu Maxion Wheels (rodas de aço) – Certificado INOVAÇÃO EM CUSTOS E EXCELÊNCIA EM COMPRAS DIRETAS Axalta (tintas) – Troféu Borkar (tapetes produzidos no País) – Certificado MELHOR FORNECEDOR DO ANO, PELO CONJUNTO DA OBRA Neo Rodas (rodas de alumínio)
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PRÊMIO REI
JÚRI E LEITORES DEFINEM MELHORES CASES DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA ENTREGA DOS TROFÉUS SERÁ EM 13 DE JUNHO
O
s leitores e os participantes de eventos de Automotive Business estão votando para escolher os vencedores do Prêmio REI – Reconhecimento à Excelência e Inovação entre os 60 cases selecionados na primeira etapa de votação, a cargo de um júri de 29 especialistas, entre os quais estão consultores, jornalistas e profissionais com ampla experiência na indústria automotiva. O objetivo da iniciativa é reconhecer empresas, pessoas, produtos e projetos pioneiros no setor no Brasil, capazes de transformar a indústria local. A convite de Automotive Business, o júri examinou e apontou os melhores cases inscritos por empresas, relativos a empreendimentos destacados em excelência e inovação no período compreendido entre 1o de fevereiro de 2016 e 1o de fevereiro de 2017. Os jurados fizeram as indicações de quatro finalistas para cada uma das 15 categorias da premiação. Com a definição dos finalistas, o Prêmio REI passou para a sua segunda etapa: a votação aberta aos leitores de Automotive Business e participantes dos eventos promovidos pela empresa.
VOTAÇÃO É possível votar pelas cédulas impressas encartadas na revista ou por meio eletrônico, caso você seja leitor da newsletter diária. As cédulas trazem quatro candidatos, em cada uma das 15 categorias do Prêmio. Serão somados, para definição dos vencedores, também os votos com cédula impressa dos participantes dos eventos de Automotive Business: VIII Fórum da Indústria Automobilística (17 de abril no WTC), do Workshop Indústria Automobilística 4.0 (8 de maio no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo) e do V Fórum de RH (22 de maio no Milenium Centro de Convenções). Os leitores de Automotive Business (newsletter e revista) podem participar diretamente da votação até o fim de maio, mas cada pessoa poderá fazer a votação eletrônica apenas uma vez. Os leitores da newsletter receberão um link no qual fornecerão seu e-mail e CPF para emissão de uma senha, que será enviada por e-mail com orientação para votar. Os leitores da revista receberão uma cédula (com senha impressa) que pode ser devolvida pelo correio ou utilizada para votação on-line.
Para melhor orientar a votação, a descrição dos cases pode ser conferida nas páginas seguintes e no portal Automotive Business (www.automotivebusiness.com.br). Informações podem ser obtidas também pelo telefone 11 5095-8888.
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JURADOS DO PRÊMIO REI ALBERTO LIMENA ProDeal
FRANCISCO SATKUNAS Consultor
MARIO GUITTI IQA
ANGELO MORINO Consultor
FRANCISCO TRIVELLATO Trivellato Informações Estratégicas
MAURÍCIO MURAMOTO Consultor
ARNALDO PELLIZZARO ABI Consultoria
JEANNETTE GALBINSKI Setec Consultoria
MOACIR RICCI Consultor
DAVID WONG ATKearney
JORGE MEDITSCH Editor-chefe do site Autoestrada
FÁBIO PEAKE BRAGA SAE Brasil FERNANDO CALMON Coluna Alta Roda MAURO CASSANE Editor da revista TranspoData FERNANDO RICHETTI Repórter do programa Brasil Caminhoneiro FLÁVIA PIOVACARI Consultora
JULIAN SEMPLE Carcon Automotive LEONARDO DOCA ANDRADE Editor-chefe do portal Transporta Brasil LUIZ SÉRGIO ALVARENGA Sindirepa MARCELO CIOFFI PWC
PAULO CARDAMONE Bright Consultoria PAULO GARBOSSA ADK RENATO ROMIO Instituto Mauá de Tecnologia RODRIGO CUSTÓDIO Roland Berger SERGIO QUINTANILHA Redator-chefe da revista MotorShow VALTER PIERACCIANI Pier
MARCOS AMATUCCI ESPM
WILSON TOUME Jornalista especializado
ÍNDICE MONTADORA DO ANO 84 EMPRESA DE AUTOPEÇAS DO ANO 85 PROFISSIONAL DE MONTADORA 86 PROFISSIONAL DE AUTOPEÇAS 87 VEÍCULO DE PASSAGEIROS 88 VEÍCULO COMERCIAL LEVE 89 VEÍCULO COMERCIAL PESADO 90 MARKETING E PROPAGANDA 91
92 MANUFATURA 93 LOGÍSTICA 94 INOVAÇÃO E TECNOLOGIA 95 S USTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
96 AUTOPEÇAS E SISTEMAS 97 MOTORES E TRANSMISSÕES 98 INSUMOS
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PRÊMIO REI
MONTADORA DO ANO
FCA
INVESTIMENTO NO FORTALECIMENTO DA INDÚSTRIA NACIONAL
A FCA vem realizando importantes investimentos que contribuem para o fortalecimento da indústria automobilística nacional. Em apenas um ano e meio desde sua inauguração, colocou em produção três novos modelos no Polo Automotivo Jeep, que se consolidou como uma referência em manufatura e industrialização no País. Isso foi possível porque, além de uma avançada base tecnológica, o grupo investiu no desenvolvimento profissional de seus colaboradores. O Polo Automotivo Fiat completou 40 anos em 2016 em meio a intensa renovação. Além da reformulação de linhas de produção, novos processos foram adotados para envolver os fornecedores no desenvolvimento de produtos e soluções, contribuindo para elevar a qualidade e eficiência da cadeia produtiva nacional. O grupo também investiu R$ 1 bilhão na construção da mais moderna unidade de produção de motores da FCA no mundo, inaugurada em setembro, em Betim (MG). Essa planta é a primeira no mundo a produzir a nova família de motores globais Firefly 1.0 de três cilindros e 1.3 de quatro cilindros, além das tradicionais Fire e Fire EVO. Todos esses investimentos se convertem em benefícios ao consumidor, que, só em 2016, passou a contar com três modelos totalmente novos (os Fiat Toro e Mobi e o Jeep Compass) e a linha Fiat Uno 2017 com os novos motores. Esses carros oferecem tecnologia, segurança e eficiência aos clientes das marcas do grupo FCA.
HYUNDAI BRASIL ENTRE AS BIG 4
Em um ano desafiador, a Hyundai encerrou 2016 com o segundo veículo mais vendido do País (o HB20) e modificou, pela primeira vez em 40 anos, a composição do “Big 4”, grupo que reúne as quatro maiores montadoras do Brasil. No consolidado do ano, a Hyundai comercializou 197.579 automóveis e a família HB20 respondeu por 85% no volume de venda, desempenho 25% superior a 2015. A Hyundai se destacou no mercado baseada em cinco fatores estratégicos fundamentais: 1) A renovação da linha HB20, no final de 2015, que encurtou o ciclo de vida habitual do mercado brasileiro e manteve o modelo altamente desejado; 2) Exclusiva garantia de 5 anos que preserva o valor de revenda do HB20; 3) As ações e os investimentos aplicados nas concessionárias desde 2012, com foco na excelência do atendimento, posicionaram a Hyundai entre as marcas mais bem avaliadas em pós-venda e assistência técnica no Brasil em 2016; 4) A manutenção da operação da fábrica em Piracicaba em três turnos, sem paradas ou demissões, abasteceu o mercado com volume suficiente para responder à demanda; 5] Aposta no mercado e no desejo do consumidor, com o lançamento durante o Salão Internacional de Automóvel de São Paulo de 2016, do SUV compacto Hyundai Creta, modelo global da marca agora produzido no Brasil com itens exclusivos para o consumidor local.
NISSAN
O ANO ATREVIDO DA MARCA NO BRASIL
Mesmo em um momento de queda do mercado, crise política e econômica, a Nissan se atreveu e acelerou em 2016 no Brasil. A empresa começou o ano anunciando um investimento de R$ 700 milhões para produzir um novo carro no País, o Nissan Kicks. Enquanto preparava sua fábrica de Resende (RJ), a empresa iniciou a importação do modelo do México para tornar o Brasil o primeiro país no mundo a receber o SUV. Assim, pela primeira vez, a Nissan fez um lançamento mundial na América do Sul. O carro rodou o Brasil em uma ação inédita mundialmente, sendo o primeiro carro a ser lançado em um revezamento da tocha olímpica. Neste mesmo ano, a empresa fez o seu maior número de lançamentos no Brasil, com a chegada do March e do Versa CVT, do Novo Sentra e do GT-R. E a Nissan reforçou o seu compromisso com o País patrocinando os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, o revezamento da Tocha e o Time Brasil. Esta foi a primeira vez em sua história de mais de 80 anos que a empresa apoiou os jogos. Sem esquecer o lado social, a Nissan inaugurou um projeto em um dos bairros mais carentes do Rio de Janeiro, o Caju. O projeto, com a Fundação Gol de Letra, vai beneficiar milhares de pessoas. E a empresa fechou o ano anunciando que vai abrir um segundo turno em sua fábrica de Resende e contratará mais de 500 pessoas durante 2017. Como resultado, a Nissan aumentou seu market share, passando da média mensal de 2,5% para 3,5% após os Jogos – atingiu um pico de 4,1% em setembro, um número recorde da empresa no País.
TOYOTA DO BRASIL
O MELHOR ANO DE VENDAS DESDE O INÍCIO DA OPERAÇÃO NO PAÍS
A Toyota do Brasil registrou recordes em participação de mercado, produção e exportação em 2016. Fruto de uma estratégia bem arquitetada pela liderança da operação brasileira, a marca atingiu 8,8% de participação no mercado brasileiro de automóveis pela primeira vez desde o início de sua história no País há quase 60 anos. O avanço de market share coroou um ano em que a Toyota do Brasil obteve crescimento em vendas mesmo em meio ao cenário de queda. No fechamento do exercício 2016, a Toyota do Brasil ficou, pela primeira vez, com a 5ª colocação entre as empresas com maior volume de vendas no mercado nacional. Contrária à tendência ocasionada por momentos acíclicos da economia, a rede de distribuidores Toyota cresceu e passou a contar com 218 pontos de venda e serviços, 7% a mais que o total registrado no fechamento do ano de 2015. O inédito feito foi possível graças à consolidação de um plano de investimentos que corroborou para alavancar a força da marca na região. Mesmo em meio à crise, a Toyota seguiu firme com seu principal objetivo: apoiar o crescimento sustentável do País. Por isso, anunciou o investimento de R$ 600 milhões para expansão da planta de Porto Feliz, com incremento de 200 novas oportunidades de emprego. Outros R$ 46 milhões foram investidos na segunda etapa de revitalização da fábrica de São Bernardo do Campo, com abertura do primeiro Centro de Pesquisa Aplicada e Design da América Latina.
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EMPRESA DE AUTOPEÇAS DO ANO
AETHRA
INVESTIMENTO E INOVAÇÃO EM MEIO À CRISE
A Aethra Sistemas Automotivos não se intimidou com os desafios à sua frente e enfrentou as consequências da crise com o que sabe fazer melhor: inovação e investimento contínuos. Apenas em 2016 foram direcionados mais de R$ 40 milhões para pesquisa e desenvolvimento de novos projetos, além dos já iniciados previamente. Três exemplos fortes disso, o hot stamping (estampagem a quente), o roll forming (perfilagem a rolo) e o tanque híbrido são novas expertises e produtos moldados pela empresa, que investiu em alta tecnologia e linhas de pesquisa exclusivas para se maximizar em excelência e relevância no mercado de autopeças. Um conceito nunca antes visto de hot stamping encantou e surpreendeu os principais players da indústria automobilística. Essa nova tecnologia criada pelo Grupo Aethra promete revolucionar o setor, gerando peças ainda mais leves e resistentes, em comparação com o método tradicional. A ampliação significativa do roll forming colocou o Grupo Aethra como o maior polo dessa tecnologia na América Latina, sendo sete linhas independentes, com a maior tendo 61 metros de comprimento e stretch bending. A consequência foi uma atuação ainda mais relevante junto às principais montadoras, que viram na empresa um porto eficaz e de grande valia para projetos de impacto na região e no resto do globo. Outra exclusividade Aethra é o tanque híbrido, testado e aprovado por grandes montadoras, tanto em aço inoxidável quanto em aço HSLA com revestimento organometálico (única empresa da América Latina a ter essa tecnologia).
CONTINENTAL
PRÊMIO INTERAÇÃO DA MERCEDES-BENZ NA CATEGORIA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA Em 2016 o Grupo Continental se destacou na 24ª edição do Prêmio Interação da Mercedes-Benz com projeto de painel de instrumentos com display de alta resolução para ônibus e caminhões. Esse projeto proporcionou à sistemista a primeira posição da categoria Inovação Tecnológica. O display TFT colorido foi introduzido nos painéis de instrumentos da Mercedes-Benz, com uma tecnologia de alta definição que valoriza a interface com o motorista, além de ser compatível com uma ampla gama de aplicações. A parceria tecnológica entre as duas grandes empresas do setor automobilístico se estende pelos continentes americano, asiático e europeu. O Grupo Continental também foi reconhecido pela General Motors com três prêmios Supplier Quality Award por sua performance de excelência em qualidade e teve destaque na premiação por ser reconhecido em três de suas divisões: Pneus, Chassis and Safety e Powertrain.
MAXION WHEELS
EXPANSÃO DA CAPACIDADE PRODUTIVA EM RODAS DE ALUMÍNIO E MAIOR PARTICIPAÇÃO
Na contramão da desaceleração da economia e indústria automotiva brasileira, a Maxion Wheels, empresa do Grupo Iochpe-Maxion, inaugurou em junho de 2016 sua segunda unidade produtiva para rodas de alumínio em Limeira, no Interior de São Paulo, localizada no mesmo terreno onde está instalada a unidade que produz rodas de aço para veículos leves. Tais investimentos foram uma resposta proativa às montadoras locais que, há tempo, demandavam por um fornecedor de rodas de alumínio na América do Sul com renome e expertise global na indústria de rodas. A primeira fase da nova fábrica tem capacidade produtiva de 800 mil rodas/ano com potencial de, em segunda etapa de investimentos, atingir capacidade eventual de 2 milhões de rodas/ano. Em 2015 a Maxion Wheels já havia implementado um plano inicial de investimentos em sua planta de rodas de alumínio em Santo André, no ABC paulista, quando aumentou em 50% a capacidade de sua fábrica. Em 2016 o mérito da Maxion Wheels foi além dos investimentos em capacidade produtiva e atingiu também a satisfação dos clientes que reconheceram a qualidade das suas rodas por diversos prêmios oferecidos por montadoras como Toyota, Honda, PSA, GM, Ford, Caterpillar e John Deere pelo desempenho de suas plantas em 2015 e 2016.
ZF
A VANGUARDA DA TECNOLOGIA A SERVIÇO DA MOBILIDADE
A inovação e a busca pela alta tecnologia são características que estão no DNA da ZF. O cenário de vanguarda é uma realidade tanto na América do Sul como em todas as plantas que a empresa possui ao redor do mundo. As evoluções da marca não estão somente em suas fábricas inteligentes que geram alta produtividade, mas também nos produtos resultantes de suas linhas de produção conectadas, a chamada indústria 4.0. Com ela, a ZF fornece ao setor automotivo tecnologias que permitem aos veículos “ver, pensar e agir”, slogan criado para demonstrar ao mercado a possibilidade real da condução autônoma, com foco no “Vision Zero” – que para a marca significa a mobilidade com zero acidente e emissão. A ZF vem acompanhando de perto todo o movimento global sobre as megatendências do futuro. Está também empenhada em preparar pessoas para essa nova realidade, difundindo conceitos e aplicando novas tecnologias para agilizar e melhorar continuamente a eficiência produtiva e, acima de tudo, poder proporcionar a excelência às pessoas por meio do seu amplo portfólio de produtos, presente nas áreas agrícola e de construção, nos trens, ônibus, caminhões e automóveis, nas embarcações comerciais e de lazer e também nas torres de energia eólica. A empresa vem trabalhando fortemente para atender exigências cada vez mais complexas e que estejam em sintonia com a vanguarda tecnológica a serviço da mobilidade, tanto no Brasil como em todo o mundo.
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PRÊMIO REI
PROFISSIONAL DE MONTADORA
STEVE ST. ANGELO
CEO DA TOYOTA PARA AMÉRICA LATINA E CARIBE
A indicação de Steve St. Angelo como CEO para América Latina e Caribe em 2012, sustentada pelo próprio presidente executivo da Toyota Motor Corporation, Akio Toyoda, possibilitou à região uma direção ainda mais focada na obtenção de um crescimento sustentável. Sob a liderança de St. Angelo, a Toyota atingiu um inédito patamar em vendas no mercado latino-americano ao conquistar 10% de market share. Direcionadas por meio de seu mapa estratégico, todas as áreas da empresa passaram a contar com uma direção comum, atuando com indicadores de performance e metas focados nos processos, comportamentos e na cultura de melhoria contínua, uma das fortalezas e marcas da Toyota no mundo e que a tornou uma das corporações líderes em satisfação dos clientes. St. Angelo foi o criador e incentivador da filosofia corporativa pautada no crescimento sustentável de uma árvore: as pessoas são simbolizadas pelas raízes – é necessário que sejam fortes e para isso é preciso tratar o solo, fertilizar, regar. No fim desse meticuloso processo, o tronco também será forte e nele se baseia o crescimento. Os frutos são resultados do cuidado e do tempo de preparo, baseado em investimentos que visem ao fortalecimento da operação em toda a região da América Latina.
MAURO CORREIA
PRESIDENTE DA CAOA MONTADORA
Seu trabalho como vice-presidente da Caoa Montadora desde 2014 teve como principal foco estruturar a planta da Caoa em Anápolis (GO) para a modernização de sua linha de produção e a chegada de novos produtos, traduzidos nas linhas de montagem do modernizado Hyundai ix35 ISG com sistema start/stop e do Hyundai New Tucson. Além disso, Mauro Correia comandou ações voltadas para preservação do meio ambiente, como o reaproveitamento dos resíduos da produção dos veículos, redução de 50% no volume de água consumida na fábrica com investimentos nos processos produtivos, na estação de tratamento de efluentes e na educação ambiental dos colaboradores, gerando uma economia de 87 milhões de litros de água potável. Os resultados atingidos levaram o engenheiro graduado pelo Centro Universitário da FEI, de São Bernardo do Campo (SP), e com MBA na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, a ser escolhido para suceder Antonio Maciel Neto na presidência da Caoa, no fim do ano de 2016. Em seguida, tomou posse como novo presidente da SAE Brasil para o biênio 2017/2018, sucedendo ao também engenheiro Frank Sowade. Mauro Luis Correia acumula 22 anos de trabalho no setor automotivo, dos quais 20 anos na Ford e dois anos na Volkswagen. Atuou durante seis anos em empresas do segmento eletrônico, como Nokia e Semp Toshiba, e é o 1º presidente da SAE Brasil vindo de uma montadora nacional.
STEFAN KETTER
PRESIDENTE DA FCA AMÉRICA LATINA
Stefan Ketter está à frente da FCA na América Latina desde novembro de 2014, após liderar a implantação do Polo Automotivo Jeep, em Pernambuco. Nesse período, promoveu a integração das estruturas do grupo, implantando uma estratégia multimarcas, que assegurou à FCA a liderança no mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves em 2016. A FCA Latam ganhou destaque na estratégia global do grupo. No ano passado, dois novos produtos mundiais tiveram sua estreia no Brasil: o novo Jeep Compass e a família de motores Firefly. Além disso, dois novos produtos foram totalmente desenvolvidos no Brasil: os Fiat Mobi e Toro. Sua estratégia está baseada em sólida plataforma de produção, no fortalecimento da cadeia produtiva local, no lançamento de novos produtos, na satisfação dos clientes e na capacitação de pessoas. O Polo Automotivo Jeep colocou três carros em produção em apenas um ano e meio. O Polo Automotivo Fiat passa por uma ampla modernização. Os fornecedores, além de participar de programas de capacitação, estão cada vez mais envolvidos no desenvolvimento de produtos e soluções. Até 2018 a FCA lançará um novo modelo por semestre em média. O grupo atua junto à rede de fornecedores para aumentar eficiência e rentabilidade. E a base para isso é uma equipe de profissionais bem preparada, que se tornou referência mundial no grupo. Isso tudo reflete em melhores produtos e serviços para o cliente, ampliando sua satisfação com as marcas do grupo.
WILLIAM LEE
PRESIDENTE DA HYUNDAI MOTOR BRASIL
À frente da Hyundai Motor Brasil, William Lee lidera uma história de sucesso desde o lançamento do HB20, o carro que revolucionou o mercado de compactos, até a conquista, histórica, da quarta posição no ranking de montadoras do País. O marco, registrado no fim de 2016, quebrou um paradigma de 40 anos – desde 1976 o “Big Four” reunia as mesmas quatro montadoras – e é resultado do trabalho conduzido pelo executivo, baseado em pilares como inovação, confiança, excelência em produtos e serviços e foco no consumidor com produtos criados ou adaptados para suas necessidades e preferências. Lee inspirou a busca pela excelência em todos os profissionais da montadora e, mesmo diante de um ano desafiador como 2016, manteve a operação da fábrica de Piracicaba (SP) na sua totalidade, com todos os seus funcionários, em todos os três turnos. Isso manteve não apenas a produção próxima a 100% da capacidade como atuou para o aquecimento do mercado e a manutenção de milhares de empregos. O executivo orgulha-se não apenas do 4º lugar do mercado, mas também da liderança do HB20 no volume de vendas da Hyundai no Brasil, com desempenho 25% superior em 2016 comparado a 2015, e o lançamento de mais um veículo fabricado em Piracicaba. O SUV compacto Hyundai Creta é um modelo global da marca com importantes adaptações de design e conforto para o brasileiro, e que já conquistou o mercado: venceu seis comparativos na imprensa especializada e registrou mais de 1.100 unidades apenas nas primeiras duas semanas de vendas.
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PROFISSIONAL DE AUTOPEÇAS
PIETRO SPORTELLI
PRESIDENTE DA AETHRA SISTEMAS AUTOMOTIVOS
Ousadia, percepção de mercado e coragem de enfrentar as adversidades de cabeça aberta para a necessidade de continuar inovando e investindo, visando estar preparado para um futuro melhor e cada vez mais dinâmico. Pietro Sportelli tem a seu lado a experiência de mais de 40 anos no mercado de autopeças, diretores dotados de alto conhecimento e networking, e ainda o seu filho e vice-presidente da Aethra, Rafael Sportelli, que, encaminhado para suceder a liderança da empresa, molda novos caminhos internacionais para o grupo, prospectando oportunidades principalmente na Europa e Estados Unidos. Mesmo diante de uma crise nacional, Pietro Sportelli garantiu a construção do otimismo em sua empresa, identificando que este é um momento-chave para mais investimentos e inovações, deixando claro que o Grupo acredita em sua força e eficiência, apostando em uma retomada do mercado automotivo no Brasil. Para continuar no topo do setor de autopeças, a Aethra direcionou R$ 40 milhões para pesquisa e desenvolvimento de novos projetos, indicando que o Grupo está pronto para um novo crescimento do mercado, além de ressaltar o seu poderio em inovações. Sob a tutela de Pietro Sportelli a Aethra coloca-se como a maior ferramentaria e o maior polo de roll forming da América Latina, tendo também a exclusividade nessa região de produtos de destaque, como o tanque híbrido de aço com revestimento organometálico e a tecnologia totalmente inovadora de hot stamping (estampagem a quente).
DANIEL RANDON
PRESIDENTE DA FRAS-LE E VICE-PRESIDENTE DA RANDON S.A.
Por acreditar que as crises são cíclicas e historicamente abrem espaço para um novo reposicionamento e grandes oportunidades, o diretor-presidente da Fras-le, Daniel Randon, entende que a crise está também na baixa produtividade e na qualificação dos talentos. Com este olhar é que ele e sua equipe têm trabalhado focadamente na gestão e na melhoria dos processos. Sabe-se que o mundo avançou para a era digital, que os gestores contam com preciosos aliados tecnológicos e que, por conta disso, não há espaço para práticas do século passado. Na cartilha da sobrevivência das empresas não podem sobrar gorduras que não gerem resultados. Na Fras-le, a lição de casa é permanente. Começa com uma minuciosa revisão dos processos, passa pela quebra de paradigmas e inclui redução de custos para chegar sempre a resultados cada vez mais qualificados. Para isso, o caminho é o da transparência nas ações e nas metas para que toda a força da empresa, que são as pessoas, esteja coesa. A governança corporativa se impõe e o que poderia ter apenas um conceito virou prática. Como resultado desta postura, começa-se a falar a mesma linguagem, cada um a seu jeito, em todos os níveis hierárquicos. A empresa, que integra um dos setores duramente atingidos pela crise econômica, conseguiu virar com êxito o ano de 2016. Um dos indicadores foi o recente aumento de capital bem-sucedido, com o ingresso da Gavea através de acordo de acionistas, que se traduz numa evidente sinalização de confiança nos projetos da Fras-le.
WILSON BRICIO
PRESIDENTE DA ZF AMÉRICA DO SUL
Mesmo com o cenário econômico desfavorável em 2016, a ZF continua investindo em novas soluções para atender o mercado brasileiro. Com as mais modernas tecnologias voltadas para a melhoria da mobilidade urbana e tendo em vista a oportunidade de oferecer soluções ainda mais modernas ao mercado, Wilson Bricio anunciou em 2016 o complemento aos investimentos iniciados há dois anos para a nacionalização de transmissões para veículos comerciais. O executivo anunciou que, do total de R$ 100 milhões, R$ 30 milhões serão destinados para a localização da TraXon (transmissão automatizada de 12 ou 16 marchas) e R$ 5 milhões adicionais ao plano inicial serão destinados à nacionalização da 9AS EcoTronic, transmissão automatizada de nove marchas. Ambas serão produzidas na planta de Sorocaba a partir deste ano.
MARCOS OLIVEIRA
PRESIDENTE E CEO DA IOCHPE-MAXION
Presidente e CEO da Iochpe-Maxion desde 2014, Marcos Oliveira destacou-se em 2016 por liderar as operações das divisões Maxion Wheels, Maxion Structural Components e Amsted-Maxion no Brasil e no mundo focando em ações estratégicas que mitigassem os efeitos da crise. No Brasil, o executivo coordenou expressivas ações de redução de custos por meio da readequação de capacidade produtiva em rodas de aço enquanto liderava o crescimento dos negócios (produção e vendas) provenientes de suas plantas estrangeiras localizadas na América do Norte, Europa e Ásia que, juntas, representam hoje acima de 75% da receita global da Iochpe-Maxion. Marcos Oliveira e sua equipe de executivos concluíram também em 2016 um expressivo plano de investimentos em capacidade produtiva no Brasil e inauguraram uma fábrica de rodas de alumínio em Limeira, interior de São Paulo.
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PRÊMIO REI
VEÍCULO DE PASSAGEIROS
HYUNDAI CRETA
Um dos lançamentos mais aguardados do mercado, a versão brasileira do Hyundai ix25 chegou com motores 1.6 e 2.0 e câmbio de seis marchas (manual ou automático). As duas motorizações o posicionam numa ampla faixa de preços, pois seu objetivo é brigar pela liderança no segmento. O motor 1.6 é o mesmo do HB20. Já o 2.0 veio do Hyundai Elantra, que cedeu também a plataforma.
JEEP COMPASS
A nova geração deste SUV médio passou ser fabricada no Brasil, único país a lançá-lo comercialmente em 2016. O Compass tem uma ampla opção de versões, com motor 2.0 flex de 159/166 cv (gasolina/etanol) e 2.0 a diesel de 170 cv. O câmbio pode ser manual ou automático e a tração é 4x2 ou 4x4, com seletor de terreno. O porta-malas tem 388 litros na versão Trailhawk e 410 litros nas demais.
NISSAN KICKS
O Kicks chegou ao Brasil vindo do México na versão topo de linha SL e na série especial Rio 2016. Ganhou a versão intermediária SV quando passou a ser fabricado no Brasil. O crossover foi feito sob medida para o mercado brasileiro, com um visual agressivo e um motor 1.6 flex de 114 cv. A Nissan apostou suas fichas no painel digital com inúmeras configurações e no conforto dos bancos desenvolvidos pela Nasa.
PORSCHE 911
Pela primeira vez na história, o icônico Porsche 911 passou a ser vendido apenas com motores turbo. Uma mudança e tanto, considerando que fez sua fama com motores aspirados (e inicialmente refrigerados a ar). O motor é o 3.0 biturbo de 370 cv na versão Carrera e 420 cv na versão Carrera S. Para combater o retardo característico dos motores turbo, a Porsche adotou duas pequenas turbinas, uma para cada bancada de cilindros.
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VEÍCULO COMERCIAL LEVE
CHEVROLET S10
Bastante modificada externa e internamente, a Chevrolet S10 também mudou muito em sua parte mecânica. O resultado foi uma picape mais dócil na condução e mais equilibrada na estrada. Por dentro, destaque para a mesma central multimídia usada no novo Cruze. E o banco traseiro ficou mais confortável.
FIAT TORO
Construída em monobloco, e não no tradicional sistema de carroceria sobre chassi, a picape da Fiat tornou-se um fenômeno de vendas por causa de sua facilidade de condução. Estreou com motores 1.8 flex de 139 cv e 2.0 turbodiesel de 170 cv. Depois ganhou também uma versão 2.4 flex de 186 cv. A Toro tem versões 4x2 e 4x4 sob demanda e uma inovadora abertura da caçamba, num sistema de portinholas que abrem para os lados para facilitar o acesso.
FORD RANGER 2017
O face-lift dotou a Ranger do aguardado cinto de segurança com três pontos para o terceiro passageiro do banco de trás. A picape também ganhou piloto automático adaptativo, airbag de joelho e sensores de estacionamento na dianteira. A Ford dotou a picape de um novo motor 3.2 de 200 cv.
MERCEDES-BENZ SPRINTER 2017
A nova geração da Sprinter, fabricada na Argentina, estreou nas versões van de passageiros, furgão e chassi-cabine. Com novo design e mais itens de conforto e segurança, a linha 2017 equipara o modelo ao veículo que é vendido na Europa e nos EUA. As principais novidades são assistente de vento lateral, luzes de circulação diurna, faróis de neblina e bancos maiores. O motor continua o mesmo.
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PRÊMIO REI
VEÍCULO COMERCIAL PESADO
FORD CAMINHÕES CARGO 2429
O Cargo 2429 Torqshift é um dos destaques da linha apresentada pela Ford Caminhões em 2016. O modelo tem transmissão de 10 marchas, tração 6x2, peso bruto total de 23 toneladas e capacidade máxima de tração de 38.000 kg. Chegou ao mercado com o preço de referência mais competitivo da categoria e em duas versões: cabine simples e leito. O novo 2429 Torqshift reúne o conforto, praticidade e segurança de uma transmissão automática no dia a dia do trânsito e nas rodovias com a funcionalidade de um câmbio manual para situações específicas.
MERCEDES-BENZ
ACTROS RODOVIÁRIO 2651 6X4
O caminhão Actros é o resultado concreto do slogan utilizado pela Mercedes-Benz, “As Estradas falam. A Mercedes-Benz ouve.” Esse produto, nascido no Centro de Desenvolvimento Tecnológico de São Bernardo do Campo (SP), reúne componentes e equipamentos que foram demandados pelos clientes da marca nos últimos anos. O Actros “mix-road” está sendo reconhecido pelos clientes por conta de seu desempenho tanto nas estradas de terra quanto em asfalto, operando com a mesma eficiência em condições diferentes de uso. O veículo tem expandido sua presença em aplicações rodoviárias, como o transporte de cargas frigorificadas, tanques de combustíveis e produtos químicos, transporte de grãos, cegonheiro e porta-contêiner. Com apenas um ano de seu lançamento, o Actros já obteve um aumento de 145% nas vendas no mercado brasileiro. Foram mais de 700 unidades emplacadas, sendo 260 do Actros 2651 – considerado o caminhão mais potente produzido pela Mercedes-Benz no Brasil. Com o motor de 13 litros com 510 cv e maior tanque de combustível do segmento 6x4, com 1.080 litros, o Actros 2651 oferece ao cliente uma economia de até 5% no custo operacional, o que superou suas expectativas. Todo esse sucesso é resultado do compromisso da empresa em ouvir as estradas e transformar as necessidades dos clientes em soluções rentáveis de transporte.
MAN LATIN AMERICA
CONSTELLATION 19.360 E 25.360
A grande competitividade no transporte de cargas no mercado brasileiro gerou a necessidade de aumento da velocidade média dos caminhões rodoviários. Isto acarretou migração de uma parte do segmento de entrada dos cavalos mecânicos de 330 cv para potências ligeiramente maiores. Atenta a esta nova realidade de mercado, a MAN Latin America lançou os novos modelos com 360 cv de potência, desenvolvidos para atender às necessidades dos transportadores brasileiros, buscando uma solução econômica e eficiente para resultar na melhor relação custo-benefício. Contam ainda com a opção da transmissão automatizada, que combina o baixo custo de manutenção de uma caixa de câmbio manual com a facilidade da mudança automática de marchas, proporcionando conforto, maior produtividade do motorista e economia na operação.
SCANIA
PRIMEIRO ÔNIBUS NACIONAL MOVIDO A BIOMETANO/GNV
Após o sucesso no Brasil das demonstrações com um modelo sueco abastecido com biometano e GNV, entre 2014 e 2015, a Scania apresentou em 2016 o veículo similar nacional. Primeiro nesta configuração no País, o ônibus é equipado com o versátil motor Scania desenvolvido para utilizar como combustível biometano, GNV ou uma mistura de ambos em qualquer proporção. Ele vem despertando o interesse como uma solução para uma mobilidade urbana mais sustentável, considerando os aspectos sociais, ambientais e econômicos. Representa um avanço na viabilidade real de combustíveis alternativos, pois o biometano (que não precisa de subsídios) pode ser originado de dejetos animais e restos da produção agrícola. O ônibus ainda chama a atenção pela redução de custos operacionais por quilômetro rodado (em demonstração em São Paulo, o modelo sueco chegou a um considerável índice de 30%). Ele diminui a poluição sonora (é extremamente silencioso) e de emissões, pois em comparação com um veículo similar a diesel emite 85% menos gases poluentes, se abastecido com biometano, e 70%, se estiver movido com GNV. Seu motor já atende a legislação Euro 6. Para oferecer as vantagens deste produto inovador, plenamente adaptado ao operador brasileiro, foi iniciado um projeto que exigiu um novo layout da carroceria. Dessa forma, não são necessárias muitas mudanças na carroceria tradicional.
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MARKETING E PROPAGANDA
AUDI DO BRASIL
AÇÃO INOVADORA FOCA EM PLATAFORMA DE GERAÇÃO DE CONTEÚDO
Nos últimos três anos, o investimento da Audi em comunicação digital saiu de uma participação de 5% do total investido para perto de 30%. Além das ações com influenciadores, esse montante prevê campanhas criadas exclusivamente para as plataformas on-line da marca e investimentos nos canais da marca. Faz parte desta iniciativa ação como o Audi Talks, formado por programetes com entrevistas com grandes nomes dos negócios, da comunicação, do automobilismo etc. Na ocasião, o formato de geração de conteúdo era inédito e foi desenvolvido em parceria com a Editora Trip para levar informação qualificada aos admiradores da marca e interessados em tecnologia, esportes, cultura e design. Os curtas são adaptações das entrevistas concedidas à Audi Magazine e, além da grade da TV paga, as entrevistas também estão disponíveis no canal AudiBR e também na versão da revista na Apple Store. Outro exemplo é a plataforma Audi X-Team, com ações voltadas para as redes sociais da marca (e outras aplicações). Um dos focos é a geração de conteúdo qualificado por meio de personalidades que são pioneiras nas suas áreas de atuação e personificam os valores da marca, como esportividade, sofisticação e progressividade. Diferente de uma comunicação mais massiva, ela é uma comunicação de target, voltada a quem tem comportamento jovem. Integram a plataforma Gabriel Medina, Bob Burnquist, Alex Atala, Luigi Cani e Ítalo Ferreira, que geram conteúdo exclusivo, que pode ser conferido nos canais da marca.
FCA
FIAT LANÇA MOBI COM CAMPANHA INTEGRADA
Para a campanha de lançamento do Mobi, a Fiat reuniu um time de agências que desenvolveu uma linha criativa com foco no movimento, em consonância com a nova forma com a qual o consumidor se relaciona com o mundo. Para o pré-lançamento do carro foi criada uma série de 6 filmetes que inovou ao trazer a linguagem de GIF da internet para a televisão. Nesses vídeos de 10 segundos, imagens modernas e urbanas trouxeram um teaser do Mobi, sem mostrar o carro, convidando o telespectador a conhecer o site voce.mobi. Na sequência, estreou em rede nacional o filme Mobi. Com uma versão exclusiva de “I like to move it” do Reel 2 Real, o comercial trouxe o conceito de movimento para mais próximo dos consumidores, apresentando pessoas em movimento, enquanto mostra o Mobi e seus features. Para as redes sociais foi criada uma transmissão especial ao vivo do lançamento do modelo. No Live Studio do Mobi, direto do Ibirapuera, o blogger Hugo Gloss e os atores Felipe Titto, Giovanna Ewbank e Lucas Lucco mostraram em detalhes o carro e o evento através do Live, no Facebook. Na sequência, um test-drive especial ao vivo com influenciadores foi ao ar na fanpage da Fiat. Em uma iniciativa inédita, a Fiat criou a ação Monte seu Mobi para a plataforma de vídeos Youtube. Nela o consumidor tem acesso a uma sequência de vídeos que simula a ferramenta de escolha de automóveis “Monte seu Carro”, existente no portal da Fiat. Navegando pelos vídeos, o usuário pode montar seu carro ideal, com opção de incluir e excluir features, alterar a cor e mudar a versão do veículo.
NISSAN
MEDALHA DE OURO COM O PATROCÍNIO AOS JOGOS OLÍMPICOS E PARALÍMPICOS RIO 2016
2016 foi intenso para a Nissan. A empresa renovou produtos e patrocinou pela primeira vez em sua história de mais de 80 anos uma edição dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, no Rio, incluindo os revezamentos das tochas. A empresa patrocinou um time de atletas e forneceu 4.200 veículos para o evento. Os objetivos eram tornar a marca mais conhecida, aumentar as vendas e lançar mundialmente o crossover compacto Nissan Kicks. Os objetivos foram superados. As estratégias contribuíram para que a participação de mercado aumentasse 1 ponto porcentual, indo da média de 2,5% para 3,5%, com pico de 4,1% em setembro. O Kicks já é um dos SUVs compactos mais vendidos do mercado, sendo líder entre os modelos acima de R$ 90 mil. A Nissan ainda ocupou o primeiro lugar mundial entre todas as plataformas sociais da categoria automotiva (Fonte: Origami Logic). E a hashtag #QuemSeAtreve, usada para marcar as ações nos Jogos, foi a terceira mais usada no mundo entre todas as empresas, só ficando atrás de hashtags da Coca-Cola. As postagens nas redes sociais da Nissan alcançaram 26 milhões de pessoas. A Nissan também foi a patrocinadora mais divulgada em matérias citando os Jogos na imprensa no Brasil, com mais de 4 mil reportagens. O filme Perseguição, com atletas do Time Nissan interagindo com os carros, foi a propaganda automotiva mais vista no Youtube no Brasil, acumulando mais de 15 milhões de visualizações.
VOLKSWAGEN
VIRTUAL EXPERIENCE: A SENSAÇÃO DE ESTAR DENTRO DE UM CARRO SEM SAIR DE CASA
Na hora de comprar um carro, o consumidor tem pesquisado cada vez mais na internet antes de visitar uma concessionária. Atenta a essa mudança de comportamento, a Volkswagen lançou em 2016 o Virtual Experience, uma ação inovadora que levou o cliente a realizar um test-drive e uma visita virtual ao showroom de uma concessionária, com vista de 360º, por meio do celular, do tablet ou de acessório VR (Realidade Virtual). A ferramenta permite que o consumidor veja detalhadamente os modelos da marca, por dentro e por fora, e tenha acesso a informações qualificadas, ajudando-o a fundamentar melhor seu processo de decisão de compra. (https://youtu.be/rv1klcdTQ7Y e https://youtu. be/OhmvTVYpZMk). Muito além de uma foto ou um vídeo, a experiência em 360º, por meio da realidade virtual, traz ao cliente a sensação de estar dentro dos carros, sem sair de casa. Por essa experiência imersiva, o consumidor pode ver em detalhes todos os acabamentos dos veículos. Nas propriedades digitais da Volkswagen, a ação obteve excelentes resultados de visualização e comentários positivos. Em apenas um mês, a Virtual Experience foi o 2º vídeo mais compartilhado da história da página da Volkswagen do Brasil no Facebook, com 6.459.661 visualizações, entre junho e julho de 2016. Já a sua publicação alcançou 11.360.472 pessoas.
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PRÊMIO REI
MANUFATURA
BOSCH
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE FORNECEDORES BOSCH – IEL – MDIC
A busca pela competitividade e desenvolvimento sustentável de fornecedores impulsionou a Bosch a desenvolver em conjunto com CNI-IEL um programa de fornecedores mais amplo e que trata de pilares essenciais para a competitividade da indústria nacional. A Bosch contou com a parceria do MDIC e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores. Esse suporte veio complementar o modelo tradicional de desenvolvimento de fornecedores da Bosch, realizado desde 2002, atuando na melhoria de produtividade e suporte à qualidade em fornecedores estratégicos pelo desenvolvimento da manufatura enxuta (lean manufacturing). Grande parte dos esforços introduzidos não era sustentável muitas vezes por deficiências em fatores ligados a liderança, gestão das mudanças e problemas financeiros. O atual programa de desenvolvimento leva a 20 fornecedores estratégicos da Bosch o desenvolvimento da manufatura enxuta, desenvolvimento de todos os níveis de liderança, do CEO a líderes de time, pela consultoria especializada em desenvolvimento de pessoas, da gestão de custos e finanças. Os fornecedores participarão de rodada de negócios com o objetivo de alavancar novos negócios. Os resultados obtidos até o momento apresentam ganhos médios de 63% de produtividade, de 20% na eficiência dos equipamentos (OEE), safe launches, além de um índice de 95% de sustentabilidade dos resultados durante 1 ano.
FCA
NOVA FÁBRICA DE MOTORES
A mais moderna unidade de produção de motores da FCA no mundo está localizada no Polo Automotivo Fiat. A instalação, inaugurada em setembro de 2016, recebeu investimento de mais de R$ 1 bilhão para produzir a nova família global de motores Firefly 1.0 e 1.3 litro, de 3 e 4 cilindros, que estreou no Uno 2017. A experiência brasileira está sendo levada para outras plantas do grupo. Com capacidade para 400 mil propulsores/ano, a unidade foi remodelada e ampliada para receber 186 robôs de alto desempenho e precisão, em processo que contou com 200 empresas, 80% brasileiras. A precisão do processo permite a completa rastreabilidade de cada componente. Entre os aspectos inovadores está o uso do data bolt durante a usinagem do bloco do motor e do cabeçote. É um parafuso com chip, que armazena o histórico dos componentes. O transporte aéreo das peças para o abastecimento preciso das máquinas é feito pelos Robots Gantries, que transitam sobre trilhos a mais de 2 metros de altura para a transferência automática dos componentes. O contato com as peças é limitado, dentro da diretriz no-touch zone. A checagem final também é automática. Os motores já finalizados passam por um robô “paparazzo”, com câmeras de alta resolução para verificação da qualidade. O uso de sistemas automatizados traz segurança e ergonomia aos operadores, além de garantir maior precisão e nível de repetibilidade. A estrutura é flexível, com condições de rápidas respostas à evolução do motor.
FORD
PROJETO FUSÃO
O Projeto Fusão - iniciativa pioneira na indústria automobilística – foi desenvolvido pela Ford Motor Company em 2016 e contribuiu para a manutenção de centenas de empregos com uma estratégia onde os empregados trabalham alguns dias da semana na fabricação de automóveis e outros na produção de veículos comerciais, adequando-se à demanda de mercado. A iniciativa permitiu também que trabalhadores das linhas de montagem de carros e caminhões, em São Bernardo do Campo (SP), aumentassem seus conhecimentos na produção e montagem de carros e caminhões.
NISSAN
NOVA ÁREA DE PINTURA DA FÁBRICA DE RESENDE PARA PINTAR O KICKS BRASILEIRO EM DOIS TONS
A fábrica da Nissan, em Resende (RJ), segue a sua preparação para a produção do Nissan Kicks brasileiro. A empresa investiu em novos equipamentos e processos para inovar com a pintura em dois tons do Kicks. Todos os testes para o processo “2-Tone” do teto do crossover foram feitos e a primeira carroceria pintada assim foi de um modelo branco com teto “Sunset Orange”. A técnica requer processo extremamente bem controlado e habilidades especiais para pintar as duas cores na mesma carroceria. Foram criados dois novos processos de mascaramento, que recebem a cor aplicada por robôs e operadores especialistas ao longo do processo, para atender às especificações, e dez novos postos de trabalho. A pintura segue o inovador processo 3 wet – a aplicação da base e do verniz é feita em seguida ao primer, tornando o processo mais curto e reduzindo o consumo de energia. Os robôs utilizam cartuchos para a pintura com água como base, o que reduz a perda de tinta e solventes, diminuindo a emissão de compostos orgânicos voláteis, deixando a operação mais sustentável. O processo utiliza dez robôs de alta tecnologia que se revezam com operadores especializados em pintura. Com isso, a fábrica de Resende atenderá a um dos grandes diferenciais do Nissan Kicks, que é a possibilidade de ter combinações de cor de pintura para a carroceria e o teto. E o modelo brasileiro contará ainda com mais variações graças ao novo processo de pintura.
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LOGÍSTICA
DELPHI
REVOLUÇÃO LOGÍSTICA E CONQUISTA DE NOVOS MERCADOS
A Delphi América do Sul revisou e reinventou seus processos logísticos para se adequar ao mercado de exportação e dar a volta por cima em um período de crise do setor. Esse trabalho teve início com a implementação de um sistema que tornou possível para todas as regiões do mundo em que a empresa atua a visualização das operações de logística de outras unidades da Delphi. Esse investimento resultou na adaptabilidade da cadeia e maior agilidade dos processos logísticos na América do Sul e no mundo. A grande pergunta por trás desse investimento é: de que forma isso tudo contribuiu para que a Delphi reagisse aos baixos volumes e ganhasse novos mercados? Foi por meio de conceitos de supply chain, logística avançada de sistemas e benefícios como Operador Econômico Autorizado e Recof, que a Delphi pôde usar as informações disponíveis sobre a logística nas unidades globais para rever fluxos e manter o nível do custo e eficiência, mesmo com a queda de 50% do mercado geral brasileiro. O resultado deste trabalho foi a integração logística entre quatro fábricas da Delphi no Brasil no último ano e o ganho de negócios na América do Norte e na Europa. A otimização das rotas entre as fábricas do Brasil contribuiu como fator diferencial para conquista de novos mercados, representando mais de 35% de aumento nas exportações em um ano, além de bater o recorde interno de 200 contêineres de exportação.
FORD
CENTRO DE EXPORTAÇÃO FORD BAHIA
A Ford inaugurou um centro de distribuição de exportação de peças produtivas em Simões Filho (BA), com instalações de padrão internacional para agilizar o envio de itens locais para sete fábricas da marca no mundo. Com ele a Ford torna-se a primeira montadora automotiva no Nordeste a usar o novo conceito de exportação, em que todo o processo é feito dentro de uma área alfandegada, trazendo mais velocidade, controle e competitividade para a operação. Essa é a segunda instalação da Ford a usar o novo sistema, com vantagens de logística, governança e diminuição na complexidade: no último mês de agosto, a Ford colocou em operação o centro de distribuição de Suzano (SP). Instalado no entreposto aduaneiro Colúmbia, em Simões Filho, com 1.500 metros quadrados, o novo armazém possui área de escritório e docas virtuais para depósito de contêineres. Ele vai receber, consolidar e expedir material de 20 fornecedores da região e exportar para fábricas da Ford na Venezuela, Índia, China, Tailândia, Rússia, México e Vietnã. A entrega será feita diretamente no entreposto, de onde as exportações seguem para o destino de saída do País, através do porto de Salvador ou em casos urgentes por aeroporto. Com a globalização, linhas que produzem o Ka e o EcoSport nesses países utilizam muitas peças fabricadas exclusivamente no Brasil, incluindo estampados da fábrica de Camaçari.
SCANIA
SERVIÇOS CONECTADOS
Para preparar seus clientes, produtos e serviços para um novo patamar no jeito de fazer a gestão da frota e de pensar o transporte, a Scania lançou os Serviços Conectados. A solução inovadora ultrapassa o uso da telemetria e oferece a disponibilização dos dados do veículo, uso inteligente das informações e consultoria customizada da rede. O transportador e a Scania têm acesso a muito mais dados e podem identificar fatores, como estilo de condução do motorista e consumo de combustível, essenciais para a redução do custo por quilômetro rodado. O objetivo é promover ao transportador uma visão mais holística para que ele realize a gestão mais eficiente da frota e aumente a rentabilidade de modo progressivo, diminua custos operacionais e tenha mais disponibilidade, com a diminuição das emissões de poluentes e CO2. Para ampliar ainda mais as vantagens, é possível acompanhar a operação de uma forma muito mais detalhada, tanto para informações operacionais dos veículos quanto individualmente por motorista. O serviço é tão avançado que pode até mesmo indicar se um condutor precisa ser treinado ou reorientado em pontos específicos. Os dois clientes-piloto comprovaram os benefícios. Ambos diminuíram o consumo de combustível. Um deles subiu a média de 2,4 km/l para 2,7 km/l. Este aumento de 10%, segundo o cliente, representa uma economia anual de R$ 30 mil/produto. Levando em conta o tamanho da frota ele poderá comprar um caminhão/ ano com o valor. Além de aumentar a vida útil do veículo e atuar nos pontos sensíveis que estão aumentando o consumo.
TEGMA GESTÃO LOGÍSTICA
ROTEIRIZADOR DE CARGAS PARA CARRETAS-CEGONHA
Objetivo: programar, de forma sistêmica, cargas fracionadas para o transporte de veículos zero-quilômetro. Buscando inteligência, agilidade e melhoria de processos, o projeto foi desenvolvido para atender a todos os clientes da indústria automobilística. Modelo antigo: o programador realiza manualmente a montagem das cargas manuseando Danfes, e em seguida, também de forma manual, acrescenta o CT-e e o MDF-e ao processo documental para realização do transporte (nível Brasil). Modelo atual: por meio de um software, o programador com alguns clicks e em minutos obtém a melhor montagem possível das cargas para os veículos em estoque naquele momento e a impressão sequencial dos documentos. Benefícios: – eliminação do manuseio de Danfes na montagem de cargas; – padronização das regras de montagem de carga (roteirização e tamanho dos diversos modelos de veículos); – priorização automática de veículos seguindo o FIFO ou prioridade dos clientes; – redução do tempo do veículo no pátio, com possiblidades, por exemplo, de inclusão de veículos que cheguem à filial até 20 minutos antes do início da montagem das cargas; – impressão simultânea da NF-e, CT-e e do MDF-e (parte documental da carga); – centralização da gestão da montagem de cargas visando redução de custos e ganhos qualitativos; – “transportar” todas as etapas/processos da atividade de montagem de cargas, que eram realizadas manualmente e que consequentemente estavam sob o domínio e conhecimento do programador, para o domínio da Tegma de uma forma inteligente e estruturada.
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PRÊMIO REI
INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
BOSCH
SIDE VIEW ASSIST (BLIND SPOT DETECTION) PARA MOTOCICLETAS
O assistente de visão lateral da Bosch para motocicletas é o primeiro sistema de assistência do mundo com produção em série que garante maior segurança ao realizar manobras de troca de faixa. O sistema utiliza quatro sensores ultrassônicos instalados em pares, na frente e na traseira da moto, responsáveis por monitorar o ambiente ao redor da motocicleta em uma área de até 5 metros, permitindo que os pontos cegos não alcançados pelos espelhos retrovisores sejam identificados. Em velocidades entre 25 km/h e 80 km/h, sempre que houver um veículo no ponto cego o sistema emite um alerta ao condutor por meio de um sinal ao lado do espelho para que a colisão possa ser evitada. Os dois sensores traseiros monitoram as laterais esquerda e direita, e os dois sensores frontais verificam a plausibilidade. Portanto, se o sensor dianteiro esquerdo detectar um objeto antes do sensor traseiro esquerdo, a unidade de controle entenderá que existe um veículo mais adiante e não emitirá nenhum aviso. O aviso ao condutor só é emitido se os sensores traseiros identificarem algum objeto antes dos sensores frontais. O assistente de visão lateral para as motocicletas melhora a segurança do motociclista principalmente em grandes centros urbanos onde o tráfego é mais intenso e as mudanças de faixa ocorrem com maior frequência.
FORD
MOTOR ECOBOOST 1.0
A Ford lançou um novo modelo da linha New Fiesta 2017, que vem com motor 1.0 turbo de alta potência e desenvolvido para obter a máxima economia de combustível. Exclusivo na versão Titanium, a mais completa em equipamentos, ele traz a tecnologia EcoBoost, que introduziu um novo conceito em motores menores, mais eficientes e com performance. O novo motor tem 125 cv, que fazem dele um dos dois 1.0 mais potentes do mercado. Também se destaca em economia: roda 12,2 km/l na cidade e 15,3 km/l na estrada com gasolina, com Selo Conpet de eficiência. Mais que isso, a apenas 1.500 rpm, a faixa de rotação mais usada no dia a dia, já entrega 90% do torque máximo. Isso se traduz em arrancadas e retomadas rápidas: acelera de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos. O EcoBoost 1.0 é o único na história eleito três vezes consecutivas como Motor Internacional do Ano e cinco vezes na categoria até 1.0 litro. Ele combina várias tecnologias de forma inovadora para atingir um padrão inédito de desempenho e eficiência. Além de turbo, com injeção direta de combustível e duplo comando variável de válvulas, conta com bomba variável de óleo, correia banhada em óleo, coletor integrado ao cabeçote, sistema duplo de aquecimento e arrefecimento e sistema de resfriamento dos pistões por jato de óleo.
MARCOPOLO
POLTRONA ANTISSONO PARA VEÍCULOS COMERCIAIS
A Marcopolo, em parceria com o CEMSA – Centro Multidisciplinar de Sonolência e Acidentes e a Woodbridge, desenvolveu de maneira pioneira e inédita uma poltrona antissono para os seus ônibus. A poltrona, em testes, tem como objetivo prolongar o estado de alerta e atuar durante as fases de sonolência e fadiga do motorista de ônibus e caminhões e, assim, reduzir o alto índice de acidentes causados no transporte de pessoas e de carga. É equipada com dispositivos de distração mecânica e fisiológica que atuam para prolongar o estado de alerta nesses profisionais nos momentos e horários críticos. As empresas desenvolveram a patente de um sistema de monitoramento de fadiga para motoristas, por intermédio de estímulos provocados pela poltrona. Estudos apontam que os principais motivos e causas da sonolência ao volante são fadiga física e mental, privação/restrição de sono, muitas horas acordado (mais de 16), situações de monotonia e homeostasia corpórea por resfriamento da temperatura central associados aos fatores acima. Para prolongar o estado de alerta do motorista e sua velocidade de reação, a poltrona possui distratores que atuam para evitar a fadiga, por intermédio de áudio, vibração eletromecânica, refrigeração e aquecimento, além de provocar o estresse térmico, reduzindo a sonolência e promovendo o estado de alerta. Possui módulo integrado que recebe diferentes dados coletados sobre o estado de fadiga, bem como tempo de viagem e horário.
MERCEDES-BENZ
TECNOLOGIA INÉDITA DE SEGURANÇA PARA ÔNIBUS BRASILEIROS
Durante seus 60 anos, a Mercedes-Benz sempre trouxe inovações em seus produtos para o mercado brasileiro. Em 2016, não foi diferente. A marca entregou mais qualidade, segurança e conforto para os milhões de usuários que utilizam o transporte rodoviário. As tecnologias inéditas, apresentadas a seguir, estão à disposição do mercado a partir de fevereiro deste ano. 1] AEBS – Advanced Emergency Braking System (Sistema de Frenagem de Emergência): detecta situações de risco e diminui os impactos de uma eventual colisão ativando a frenagem sem a intervenção do motorista (https://youtu.be/TzMkOvtgGvI). 2] LDWS – Lane Departure Warning System (Sistema de Aviso de Faixa): emite um alerta sonoro e visual quando há mudança de faixa involuntária do veículo (https://youtu.be/oCSEZSPgOKI). 3] TPMS – Tyre Pressure Monitoring System (Sistema de Monitoramento da Pressão e Temperatura dos Pneus): aviso no painel quando o pneu estiver com a pressão inadequada e com alta temperatura (https://youtu.be/2uvOBsbWQqA). A Mercedes-Benz é referência no desenvolvimento de ônibus, destacando-se em pioneirismo e inovação tecnológica ao antecipar soluções no transporte de passageiros. Matéria sobre as novas tecnologias: http://carros.uol.com.br/noticias/redacao/2017/01/27/onibus-inteligente-freia-sozinho-segura-na-curva-e-alerta-motorista-veja.htm
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SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
FCA
BIODIVERSIDADE NO POLO AUTOMOTIVO JEEP A FCA desenvolve ações de conservação da Mata Atlântica, em projeto pioneiro na Região Nordeste. O Polo Automotivo Jeep de Goiana (PE) foi construído em área que abrigava há séculos a cultura da cana-de-açúcar. O cultivo da cana contribuiu para devastar a Mata Atlântica, considerada um dos biomas mais ameaçados do planeta. Com as universidades Federal e Rural de Pernambuco (UFPE e UFRPE), a FCA pesquisou flora e fauna da Zona da Mata Norte, em um amplo levantamento bibliográfico, de modo a identificar o que havia de mata nativa na região antes do início da ação humana. Foi então concebido o Programa de Biodiversidade, com os objetivos de resgate de 208 mil mudas nativas da Mata Atlântica de 250 espécies diferentes, a criação de 304 hectares de área verde, a produção trimestral de 22 mil mudas em viveiro próprio e a formação de corredores ecológicos, para atração da fauna local. Já foi realizado, no Polo Automotivo Jeep, o plantio de mais de 50 mil mudas de 289 espécies e 24 famílias, sendo 21 espécies ameaçadas. O programa também contribui para que a educação ambiental se integre ao cotidiano escolar. São recebidos, semanalmente, alunos de 31 escolas públicas da região, na faixa etária de 10 anos, para promover aprendizagem sobre meio ambiente. Cerca de 500 adolescentes já participaram do circuito de educação ambiental, no Polo Jeep. Não basta plantar árvores, mas formar uma nova geração que entenda a importância da preservação da biodiversidade para promoção da cidadania e qualidade de vida.
FORD
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PREPARA JOVENS PARA O PRIMEIRO EMPREGO
Em abril de 2016, a Ford formou a primeira turma do Programa de Educação para Jovens, direcionado a estudantes em condições de vulnerabilidade social, de 16 a 24 anos, e que visa contribuir para a inserção desses jovens no mercado de trabalho, ampliando suas perspectivas de futuro por meio da promoção da educação básica e qualificação profissional. O programa prevê o desenvolvimento de competências relacionais e de gestão, com foco na postura e comportamento ético. Cem alunos de escolas públicas do município de Camaçari (BA) são selecionados a partir do critério da meritocracia, com base nas notas de português e matemática, ao longo do ano letivo. A ideia é valorizar educação, a despeito das dificuldades que possam existir no ensino público. O programa tem carga horária de 360 horas, divididas em capacitação comportamental e qualificação profissional (auxiliar administrativo, eletricista, mecânico e auxiliar de logística). O curso ocorre em turnos de 4h/dia, de segunda a sexta. Ao longo do programa, são promovidas ainda palestras com profissionais da Ford, além de visitas a empresas, a fim de estimular a formação profissional e a construção de seu projeto de vida. Os alunos recebem uma bolsa para as despesas de alimentação e transporte. Este é um programa inovador porque promove a integração entre a comunidade estudantil e a empresa, contribui para uma nova consciência e mudança de comportamento dos jovens, fomenta a atuação socialmente responsável, além de permitir o engajamento dos colaboradores da Ford com a educação.
NISSAN
PROJETO CAJU: LEGADO MUITO ALÉM DOS JOGOS RIO 2016
A Nissan foi patrocinadora dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, mas, além de apoiar o evento, fez questão de garantir que suas ações deixariam uma contribuição de transformação real para a sociedade. Por isso a empresa criou o projeto “Caju: Um Novo Olhar”, em parceria com a Fundação Gol de Letra, no bairro do Caju, uma das áreas mais carentes da cidade. Ele foi criado para oferecer cursos profissionalizantes voltados à inclusão de jovens no mercado de trabalho e preparar adultos para os ensinos superior e médio. O espaço que abriga o projeto tem quatro mil metros quadrados e possibilita que mais de 1.400 pessoas sejam atendidas mensalmente, entre jovens e adultos. São sete os cursos técnicos, formatados em parceria com o Senai e certificados pela Firjan: administração, alimentação de linha de produção, computação, eletricidade de baixa tensão, funilaria, logística portuária e pintura automotiva. Jovens, a partir dos 17 anos e que sejam moradores do Caju, podem se inscrever. Trata-se de um projeto de longo prazo que tem um objetivo atrevido de transformar toda a área do Caju, passando também por melhorias na infraestrutura local e na oferta de serviços básicos para a população. O projeto “Caju: Um Novo Olhar” contempla, ainda, os adultos que não conseguiram completar o ensino fundamental, o médio e que também queiram se preparar para o ensino superior com um curso pré-Enem.
TOYOTA
PROJETO APA COSTA DOS CORAIS
A luta pela preservação da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, que contempla 413 mil hectares entre três municípios de Pernambuco e dez de Alagoas, tomou força por meio do projeto Toyota APA Costa dos Corais. Trata-se de uma parceria entre a Fundação Toyota do Brasil, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Fundação SOS Mata Atlântica. Há seis anos, a ação conserva recifes de corais, protege áreas de manguezais, preserva o habitat do peixe-boi-marinho, um dos mamíferos aquáticos mais ameaçados de extinção, e promove a formação consciente de cidadãos e a capacitação de profissionais. Entre os resultados obtidos estão: a recuperação de espécies da Zona de Preservação da Vida Marinha (ZPVM), onde são permitidas apenas pesquisas científicas, de Tamandaré (PE), o fechamento de mais duas ZPVMs em Japaratinga e Maragogi (AL) para recuperação da vida marinha e a reintrodução de diversos peixes-bois à natureza. A ação contribuiu para que a espécie deixasse de constar na categoria “Criticamente em Perigo”, da Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção em 2014. Atualmente, especialistas contabilizam até 1.000 peixes-bois entre Alagoas e o Amapá. Antes eram estimados apenas 500. Além da preservação ambiental, o projeto Toyota APA Costa dos Corais contribui com a formação dos cidadãos, geração de renda e turismo sustentável. É o exemplo da Associação Peixe-boi, que realiza o turismo de base comunitária na cidade, capacitando moradores e ex-pescadores para trabalhar no projeto. Cerca de 70 famílias vivem em razão da espécie. Em 2016, a Fundação Toyota expande suas parcerias na região, agora com o Instituto Biota, que promove a conservação de mamíferos aquáticos e tartarugas marinhas na porção sul da APA.
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PRÊMIO REI
AUTOPEÇAS E SISTEMAS
AETHRA
TANQUE HÍBRIDO: INOVAÇÃO DIANTE DAS NOVAS TENDÊNCIAS
A Aethra Sistemas Automotivos incorporou em seu portifólio o inovador tanque para veículo híbrido, o Plug in Hybrid Electric Vehicle (PHEV), tecnologia que surgiu na Europa e foi aprimorada pelos engenheiros da Aethra. Entre as principais valias do tanque híbrido estão os materiais usados: o aço inoxidável e o aço HSLA com revestimento organometálico. Ambos são o resultado de um trabalho da Vesta Engenharia, unidade do Grupo, tendo uma qualidade superior aos dos concorrentes, sendo o último um produto 100% reciclável, já que o revestimento não utiliza metais pesados em sua composição química. A Aethra é a única empresa da América Latina a produzir esse tipo de tecnologia, testada e aprovada por grandes montadoras no Brasil e em outras partes do mundo, como a Europa, atendendo às regulamentações mais rigorosas. O tanque híbrido é capaz de suportar altas pressões internas (- 150 milibars a + 400 milibars), além de ser mais leve e eficiente em relação aos concorrentes diretos. A Aethra garante o seu lugar nessa nova realidade do mercado, que pede soluções mais cada vez mais sustentáveis e inovadoras.
BOSCH
ADVANCED PFI: MELHORA DE PERFORMANCE E REDUÇÃO DE CONSUMO
O Advanced PFI é um sistema de injeção que combina quatro recursos com foco na melhoria da performance do motor e na redução do consumo de combustível em até 12%. 1) Dois injetores de combustível por cilindro: posicionados de forma otimizada para que o combustível injetado proporcione a melhor mistura ar/combustível. 2) Controle da vazão e pressão de trabalho da bomba de combustível: na partida a frio do motor, a pressão do combustível é aumentada, proporcionando melhor vaporização e mistura do combustível, aumentando o desempenho do motor e reduzindo o combustível depositado nas paredes do coletor, além de minimizar a quantidade de combustível no cárter do motor. O Advanced PFI da Bosch diminui as emissões de hidrocarbonetos em cerca de 20%. 3) Injeção de combustível com válvula de admissão aberta: o combustível é injetado durante o ciclo de admissão do motor. Como resultado, o combustível é vaporizado na câmara de combustão reduzindo a temperatura, o que gera um aumento na taxa de compressão e redução do consumo em até 2%. 4) Scavenging (lavagem do cilindro) – pelo controle das válvulas de admissão e escape é possível fazer a troca completa dos gases na câmara de combustão, aumentando a velocidade do gás de escape. O processo melhora o tempo de resposta do turbo compressor (reduz o “turbo lag”). A combinação de motor downsizing com turbocompressor e scavenging pode economizar em torno de 10% do combustível. Além de melhorar o rendimento do motor e diminuir o consumo de combustível, a tecnologia representa um avanço do sistema PFI – que está presente em cerca de 60% dos novos veículos fabricados.
DELPHI
PRÓXIMO PASSO EM TECNOLOGIA DE INJETOR AQUECIDO E REDUÇÃO DOS GASES
O consagrado sistema de partida a frio Delphi está em produção desde 2013 e apresenta benefícios reconhecidos pelo mercado: partida mais rápida, confiável e melhor dirigibilidade em dias frios, além de eliminar o inconveniente tanquinho de gasolina. Agora, em uma nova fase da tecnologia, esses benefícios estão sendo ampliados com a inclusão do controle de emissões do veículo. Com a constante necessidade de reduzir os poluentes e atender à legislação, a Delphi decidiu explorar esse recurso adicional do aquecimento do combustível para melhorar o ar que respiramos. Após 18 meses de desenvolvimento e testes de engenharia em componentes e veículos, entrou em produção em 2017 o sistema Delphi de Injetor Aquecido para a fase fria do ciclo de emissões, ou seja, o aquecimento é mantido nas temperaturas de 30°C a 50°C, melhorando a eficiência do motor. Trata-se da primeira aplicação deste conceito no mercado global e certamente irá causar um impacto muito positivo na redução dos gases nocivos e particulados dos motores a combustão. Dessa forma, além das vantagens comprovadas na partida, o sistema Delphi permite reduções dos níveis de HC e CO, utilizando-se etanol, de até 65% e 30%, respectivamente, contribuindo para o meio ambiente e a sustentabilidade do planeta.
SABÓ
TECNOLOGIA GARANTE SOLUÇÃO REVOLUCIONÁRIA PARA RETENTORES E SISTEMAS DE VEDAÇÃO
A Sabó desenvolveu e patenteou a solução de vedação F-Red (Friction Reduction), utilizando metodologias de FEA e 6 Sigma. A tecnologia foi criada junto aos principais centros de desenvolvimento mundiais das principais montadoras (Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha). Ela também se enquadra 100% nas exigências do Inovar-Auto (inovação tecnológica; redução do consumo de energia e cuidados com meio ambiente). Com o conceito F-Red a Sabó oferece uma maior robustez dos seus produtos. Foram usados softwares de simulações de alta performance, que mostraram uma redução de atrito da ordem de 30% nas vedações. Atualmente essa tecnologia está sendo aplicada nos desenvolvimentos de 100% dos novos motores e transmissões mundiais. Essa tecnologia faz com que a Sabó trabalhe diretamente em soluções com as casas matrizes das montadoras. A estratégia garante que a Sabó esteja nivelada com o “estado da arte” em termos de vedação e consiga desenvolver produtos com foco nos fornecimentos tanto no mercado brasileiro como para atender às exportações.
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MOTORES E TRANSMISSÕES
FCA
FAMÍLIA FIREFLY
O Uno 2017 foi o primeiro modelo em escala global da FCA a receber a nova família mundial de motores Firefly. Ela foi desenvolvida para atender às mais rígidas normas e padrões de eficiência energética, emissões e durabilidade. Os novos motores não só atendem às resoluções Euro 6 e Proconve L6 como já estão preparados para as próximas etapas destes programas e foram aprovados nos rigorosos testes do mercado norte-americano, que prevê durabilidade mínima de 240 mil quilômetros. Os inéditos motores 1.0 três cilindros e 1.3 quatro cilindros adotam a arquitetura de 2 válvulas por cilindro com geometria do conjunto otimizada – pela primeira vez usada em motores 1.0 três cilindros. Essa arquitetura resulta em potência elevada, o maior torque em baixas rotações de suas respectivas categorias e baixo consumo de combustível. O avançado sistema de combustão dos novos motores permite maior eficiência tanto com etanol quanto com gasolina, representando o novo estado da arte para motores de duas válvulas por cilindro. O 1.0 alcança potência de 72 cv e torque de 10,4 kgf.m (gasolina) e 77 cv e 10,9 kgf.m (etanol), enquanto o 1.3 chega a 101 cv e 13,7 kgf.m (gasolina) e 109 cv e 14,2 kgf.m (etanol). De construção modular, com bloco em alumínio, a família engloba variantes de três e quatro cilindros com única dimensão de pistão e de cilindro nos dois casos. Essa concepção permite que componentes sejam compartilhados, racionalizando a produção e facilitando a manutenção.
MAN
MOTOR MAN E08 100% GNV
Com uma estratégia guiada pela inovação e sustentabilidade, a MAN Latin America desenvolveu um motor que opera com gás natural veicular e também biometano, para ser utilizado preferencialmente em aplicações urbanas, devido ao baixo nível de ruído (motor ciclo Otto) e ao baixo nível de emissões atmosféricas. Testes realizados em dinamômetro indicaram reduções significativas de poluentes comparado à tecnologia diesel — 95% de redução de material particulado, 70% de NOx e 20% de CO2). Devido a uma combustão completa e limpa, os bicos injetores, válvulas e óleo lubrificante trabalham mais “limpos” e, juntamente com um menor custo do combustível, promovem a otimização do custo total de operação. Uma vez que a poluição está concentrada nos grandes centros urbanos, essa tecnologia é ideal para aplicações urbanas. Os benefícios diretos dessa tecnologia são a melhoria da qualidade de vida das pessoas, diversificação da matriz energética e maximização da eficiência operacional.
NISSAN
DEMOCRATIZANDO O CÂMBIO CVT
Durante muito tempo existiu – e ainda acontece na indústria – um distanciamento entre o que há de melhor em desenvolvimento de produtos e o segmento de entrada. Não para a Nissan. A empresa mostrou que mobilidade inteligente também é levar tecnologia de ponta a todos. Assim, democratizou o acesso ao câmbio continuamente variável, introduzindo o sistema no segmento dos compactos, nos modelos March e Versa, com o câmbio XTronic CVT, reconhecido mundialmente e difundido em carros da marca de segmentos superiores, como Altima e Murano. Essa transmissão da Nissan tem construção avançada, com duas polias de diâmetro variável, ligadas por uma correia metálica. Elas se afastam ou se aproximam, de forma inteligente, diminuindo ou aumentando a largura do canal por onde passa a correia. Assim, elevam ou reduzem a velocidade de acordo com a “ordem” enviada pelo pé do motorista. A caixa, feita pela Nissan especificamente para os compactos, é avançada e foi retrabalhada pelos engenheiros do Brasil, com base nas necessidades dos clientes – conforto, desempenho e economia – e levando em conta as condições de rodagem do dia a dia. O resultado é um conjunto forte, com entrega de torque precisa e linear, menor consumo de combustível (os dois carros são nota A em eficiência energética) e impressionante custo-benefício, já que o custo das revisões é o mesmo das versões com câmbio manual. A versão com CVT já representa 60% das vendas totais do Versa e 30% das vendas do March.
VOLKSWAGEN
REVOLUÇÃO NO MERCADO COM GOLF COMFORTLINE E MOTOR TSI TOTAL FLEX
O motor TSI Total Flex é produzido em São Carlos, no interior de São Paulo, e para sua aplicação no Golf foi aprimorado segundo critérios de eficiência energética combinada a alto desempenho e elevada robustez. Da família EA211, esse motor desenvolve potência de 125 cv e excelente torque máximo de 200 Nm (20,4 kgfm). Com a chegada do Golf Comfortline TSI, a Volkswagen se consagra no Brasil como a fabricante com a maior oferta de veículos equipados com motores que combinam injeção direta de combustível e turbocompressor – recursos que formam a base da tecnologia TSI, permitindo o downsizing (redução da cilindrada, com excelente desempenho), de forma a entregar muito prazer ao dirigir e alta eficiência energética. Todos os motores TSI se destacam por seu baixíssimo consumo de combustível, alta potência e elevado torque a partir de baixas rotações. Em termos de eficiência energética, o Golf Comfortline TSI tem classificação A no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular do Inmetro, com consumo energético de 1,66 MJ/km, conforme a Portaria Inmetro nº 10/2012. A autonomia do modelo é exemplar: com gasolina, percorre 11,9 km/l na cidade e 14,3 km/l na estrada. Com etanol, são 8,4 km/l na cidade e 10,1 km/l na estrada. Números obtidos conforme a Portaria Inmetro nº 10/2012.
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PRÊMIO REI
INSUMOS
ARCELORMITTAL
UTILIZAÇÃO DE AÇOS DE ALTA RESISTÊNCIA PARA REDUÇÃO DE PESO EM PAINÉIS EXPOSTOS
O aço de alta resistência Dual Phase FF280DP foi especialmente desenvolvido pela ArcelorMittal para uso em peças automotivas expostas como portas, capô, teto, tampa traseira, etc. Sua excelente combinação de resistência mecânica e estampabilidade favorece a redução da espessura com potencial redução de peso de até 20% em painéis expostos de várias arquiteturas de veículos, representando mais uma solução em aço oferecida pelo projeto S-in motion da ArcelorMittal para veículos mais leves, seguros e ambientalmente sustentáveis.
BOREALIS
SOLUÇÕES INOVADORAS EM COMPOSTOS DE POLIPROPILENO DE ALTO DESEMPENHO
A Borealis Brasil, líder em soluções inovadoras em compostos de polipropileno (PP), continua evoluindo em seu portfólio de PP reforçado com fibra de vidro, desenvolvido especialmente para o mercado automotivo, criando soluções que permitem substituir plásticos de engenharia e metais em aplicações estruturais. Em parceria com diversas OEM´s no Brasil, os novos compostos Fibremod estão sendo utilizados em aplicações com alta demanda técnica, como em coletores de admissão dos novos motores de três cilindros, hélices de refrigeração de radiadores e pedais (acelerador, freio e embreagem). As características técnicas da família dos compostos Fibremod permitem, quando comparado a outros plásticos de engenharia como a poliamida, a redução de 15 a 20% em peso e maior facilidade no processamento por injeção. Por essa forte parceria com as OEM´s, somada à capacidade de desenvolver soluções customizadas de novos materiais, a Borealis se torna o parceiro ideal para suportar os novos desenvolvimentos da cadeia automotiva no que tange a competitividade, redução de peso e aumento de eficiência.
CBA
ALUMÍNIO DE ALTA RESISTÊNCIA EM SISTEMA DE ABSORÇÃO DE IMPACTO
A CBA, localizada em Alumínio (SP), antecipando a nova onda de aluminização em veículos de passeio (em sistemas de crash management como lâminas de para-choque, crash-box, barras laterais e transversais), após substituição de outros metais por alumínio em sistemas HVAC, rodas e mais recentemente em powertrain no Brasil, desenvolveu soluções estruturais e de segurança automotiva com ligas de alta resistência. Após intenso trabalho de P&D local e investimentos em tecnologias de simulações estruturais estáticas e dinâmicas, a CBA ampliou o portfólio com ligas da série 7xxx, originalmente utilizadas na indústria aeronáutica e até então somente disponíveis em outras regiões do mundo, com soluções de codesign e coengenharia em sistemas de crash management para a cadeia. Em razão da maior flexibilidade geométrica obtida no processo de extrusão, o alumínio demanda menor complexidade e custo industrial na transformação de itens estruturais de crash management em relação ao aço, por não exigir processos de hot ou roll forming. Sem contar que sua maior capacidade de absorção de energia e sua menor densidade contribuem não só para mais segurança como também para o atendimento da crescente demanda por redução de emissões.
USIMINAS
DESENVOLVIMENTO DO AÇO DUAL PHASE 1200
O uso de aços de ultra-alta resistência mecânica, superior a 800 MPa, tem sido uma das estratégias das montadoras para conferir rigidez estrutural às carrocerias e preservar a integridade física dos ocupantes do veículo em um evento de impacto. Em sintonia com essa estratégia, a Usiminas desenvolveu o aço Dual Phase 1200, que oferece uma resistência mecânica mínima da ordem de 1200 MPa. Esse aço, pertencente ao conjunto dos aços avançados de ultra-alta resistência do portfólio da Usiminas, tem em sua microestrutura os constituintes ferrita/bainita e martensita, esse último o principal responsável pela elevada resistência mecânica. Com know how totalmente desenvolvido pela equipe da Usiminas, o aço é produzido pelo processo de recozimento contínuo e pode ser fornecido como laminado a frio sem revestimento ou com revestimento de Zn puro eletrolítico. A resistência mecânica mínima de 1200 MPa o credencia como o produto de maior resistência já feito no Brasil para o setor automobilístico, assim como coloca a Usiminas como a única empresa apta a produzi-lo até o momento.
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