• PRÊMIO REI APONTA OS MELHORES CASES DA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA
• YARIS CHEGA PARA BRIGAR PELO MERCADO ACIMA DE R$ 60 MIL
• FCA INVESTE R$ 14 BILHÕES E ANUNCIA O LANÇAMENTO DE 4 SUVS NO BRASIL
Automotive
JUNHO DE 2018 ANO 10 • NÚMERO 51
A ERA DO CARRO LÍQUIDO OS AUTOMÓVEIS SE MOLDAM ÀS NECESSIDADES DA SOCIEDADE E AOS DESEJOS DO CONSUMIDOR
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ÍNDICE
32 O CARRO LÍQUIDO CAPA | MERCADO
E OS DESEJOS DO CONSUMIDOR
LUIS PRADO
OS AUTOMÓVEIS ESTÃO CADA VEZ MAIS REPLETOS DE TECNOLOGIA “LÍQUIDA” E SE AJUSTAM ÀS NECESSIDADES DA SOCIEDADE
10 P ORTAL AB WWW.AUTOMOTIVEBUSINESS.COM.BR
42 I NSUMOS MATERIAIS PARA NOVOS DESAFIOS Busca de evolução tecnológica
11 CARREIRA EDUARDO JIN É O PRESIDENTE DA HYUNDAI NO BRASIL Executivo é o sucessor de William Lee
EGÓCIOS 16 N MWM RECONHECE FORNECEDORES Supplier Award premia 9 parceiros
LUIS PRADO
LTA RODA 12 A TEMPO PARA PENSAR Aliança entre Ford e Volkswagen
46 INVESTIMENTOS FCA PRODUZIRÁ QUATRO NOVOS SUVS NO PAÍS Aportes da empresa somarão R$ 14 bilhões
22 PRÊMIO REI
VW É MONTADORA DO ANO Maxion Wheels é destaque em autopeças
EGALE, ANTONIO M u recebe o trofé , VW da r direto o an do ra do de monta
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LUIS PRADO
68 M ARKETING TRANSFORMAÇÕES EM VELOCIDADE VERTIGINOSA Você já sabe para onde correr?
50 L ANÇAMENTO TOYOTA LANÇA O YARIS Carro atrai novos fornecedores a Sorocaba 54 PREMIAÇÃO FCA DESTACA MELHORES FORNECEDORES Empresa apresentou planos para o Brasil REMIAÇÃO 58 P CNHI RECONHECE PARCEIROS EM COMPRAS Destaque no evento foi a Tenneco
LUIS PRADO
REMIAÇÃO 62 P BOSCH VALORIZA DESEMPENHO NO BIÊNIO Dez fornecedores receberam troféus
72 W ORKSHOP
INDÚSTRIA 4.0 JÁ É PRIORIDADE A importância de definir objetivos
ÁQUINAS AGRÍCOLAS 78 M VENDAS CRESCERÃO EM 2018 Exportações animam fabricantes
64 F ÓRUM
RETER TALENTOS É DESAFIO PARA RH O avanço da Presença Feminina
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EDITORIAL
REVISTA
www.automotivebusiness.com.br
Paulo Ricardo Braga Editor paulobraga@automotivebusiness.com.br
O CARRO LÍQUIDO O
jornalista Sergio Quintanilha foi buscar na obra de Zygmunt Bauman inspiração para explicar as mudanças nos hábitos do consumidor e nos automóveis. O sociólogo polonês criou o conceito de modernidade líquida, explicando que enquanto os sólidos dificilmente mudam sua forma, os líquidos se modificam com facilidade. Os automóveis, embora feitos de partes sólidas, que duram anos, estão agora repletos de tecnologia líquida, ou seja, se transformam constantemente. Com essa metáfora, Quintanilha aponta que os carros se moldam às necessidades da sociedade e aos anseios do consumidor. Ele tira disso tudo a lição de que nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia – e tudo o que valeu como regra no mercado automotivo não vale mais hoje. O resto você vai saber na matéria de capa desta edição, que mostra as tendências em diferentes segmentos de mercado. Você vai conhecer, também nesta edição, os 15 vencedores do Prêmio REI – Reconhecimento à Excelência e Inovação, que receberam seus troféus em cerimônia promovida por Automotive Business dia 26 de junho no restaurante Figueira Rubayat, em São Paulo. A Volkswagen foi apontada como a montadora do ano e a Maxion Wheels a empresa de autopeças mais conceituada entre os leitores de Automotive Business e participantes de eventos da editora. O resultado da eleição colocou em destaque também Roberto Cortes, profissional de montadora e presidente e CEO da MAN Latin America, e Besaliel Botelho, profissional de autopeças e presidente da Bosch do Brasil. Os 60 finalistas do Prêmio REI, apontados por um júri de 28 especialistas da indústria automobilística, foram submetidos a eleição popular e Automotive Business apurou perto de 20 mil votos. O editor Pedro Kutney foi até Balocco, na Itália, próxima a Milão, para acompanhar o Capital Markets Day, evento que apresentou o novo plano estratégico da FCA para os próximos cinco anos. Sergio Marchionne, o CEO global da companhia, frustrou analistas e jornalistas que acompanharam o encontro ao nada revelar sobre sua aposentadoria e a sucessão que pode ocorrer no início do próximo ano. Ele anunciou, porém, que a FCA produzirá quatro novos modelos de SUV em duas fábricas no Brasil. Os detalhes você confere a partir da página 46. Você vai conhecer, ainda, os planos da Toyota anunciados no lançamento do Yaris, produzido nas versões hatch e sedã na fábrica de Sorocaba (SP). Com preços de R$ 60 mil a R$ 80 mil, o novo veículo ocupará o espaço entre o Etios e o Corolla. Destacamos na edição também as tendências no segmento de máquinas agrícolas, em levantamento realizado pelo jornalista Mário Curcio. Boa leitura e até a próxima edição.
Editada por Automotive Business, empresa associada à All Right! Comunicação Ltda. Tiragem de 10.000 exemplares, com distribuição direta a executivos de fabricantes de veículos, autopeças, distribuidores, entidades setoriais, governo, consultorias, empresas de engenharia, transporte e logística e setor acadêmico. Diretores Maria Theresa de Borthole Braga Paula Braga Prado Paulo Ricardo Braga Editor Responsável Paulo Ricardo Braga (Jornalista, MTPS 8858) Editora-Assistente Giovanna Riato Redação Mário Curcio, Pedro Kutney e Sueli Reis Colaborador desta edição Sergio Quintanilha Editor de Notícias do Portal Pedro Kutney Design gráfico RS Oficina de Arte Ricardo Alves de Souza Josy Angélica Fotografia Estúdio Luis Prado Publicidade Carina Costa, Greice Ribeiro, Monalisa Naves Atendimento ao leitor Patrícia Pedroso WebTV Marcos Ambroselli Comunicação e eventos Carolina Piovacari Impressão Margraf Distribuição Correios
Administração, redação e publicidade Av. Iraí, 393, conjs. 51 a 53, Moema, 04082-001, São Paulo, SP, tel. 11 5095-8888 redacao@automotivebusiness.com.br Filiada ao
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TECNOLOGIA
INFOTAINMENT E CONECTIVIDADE PARA IMPULSIONAR VENDAS CENTRAIS MULTIMÍDIA E INTERNET A BORDO GANHAM CADA VEZ MAIS RELEVÂNCIA PARA QUE AS EMPRESAS ALCANCEM BOA PERFORMANCE EM VENDAS
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s mais diversas pesquisas globais com consumidores apontam para uma verdade: o cliente brasileiro está entre os mais interessados do mundo em adotar novas tecnologias. É vanguardista – ou early adopter, como prefere chamar a indústria de tecnologia. Estudo da PwC divulgado no começo deste ano apontou que, no Brasil, 59% das pessoas gostariam de comprar dispositivos com inteligência artificial, um dos números mais elevados da pesquisa. Outro levantamento, da KPMG, aponta que 75% dos executivos da indústria automotiva no Brasil acreditam que o carro conectado vai sustentar o modelo de negócio deste setor nos próximos anos. Uma série de fabricantes de veículos já entendeu que, no lugar de esperar por grandes revoluções automotivas prometidas para os
próximos anos, vale a pena investir para tornar os automóveis mais customizados ao cliente por meio de sistemas de infotainment, centrais multimídia e outros recursos capazes de garantir internet a bordo. “Ao contrário do que o setor automotivo esperava há algum tempo, esta é uma revolução que começa independentemente de outros avanços previstos para o carro, como a condução autônoma. É algo que já está em curso”, avalia Ricardo Bacellar, líder do setor automotivo da KPMG no Brasil. MONTADORAS FICAM MAIS PRÓXIMAS DOS CLIENTES Entre as empresas que decidiram apostar em carros conectados no Brasil está a General Motors, que no fim de 2015 lançou no Brasil o Chevrolet OnStar. A tecnologia reúne recursos de localização, diagnóstico remoto de problemas no veículo por meio de aplicativo no celular, sistemas de segurança, além de serviço de concierge. A solução vem de fábrica em alguns modelos da marca com seis meses de uso gratuito. A empresa calcula já ter 50 mil clientes que decidiram pagar assinatura mensal para continuar usando a tecnologia depois deste período. A GM aponta que os novos recursos permitem coletar dados dos clientes e entender seus hábitos e rotinas de uso do sistema, algo que gera novas oportunidades de negócio. “A empresa fica bem mais próxima do consumidor”, resumiu Alexandre
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Guimarães, diretor de infotainment e telemática da companhia, há alguns meses, quando participou do Congresso SAE Brasil. Outro exemplo de marca que investiu em conectividade e colheu bons resultados é a Nissan. Desde 2015 a companhia oferece pacote de equipamentos para o March, o Versa e, mais recentemente, o Kicks, que inclui a central multimídia Multi-App, que se propõe a ser um tablet dentro do carro, conectado à internet e com a possibilidade de acesso a uma série de aplicativos. O recurso se destaca principalmente entre os clientes mais jovens, que buscam no automóvel a mesma conectividade que encontram no smartphone. No segmento premium, há a BMW, que investiu para lançar no mercado brasileiro o ConnectedDrive, plataforma on-line que traz recursos de segurança e acesso remoto do proprietário ao carro. É possível, por exemplo, destravar as portas ou piscar os faróis por comandos no celular. A solução vem de série nos carros da marca, mas o plano da empresa é passar a cobrar por alguns serviços ou assinatura. “No Brasil temos a maior taxa mundial de uso do ConnectedDrive. O consumidor brasileiro é muito conectado. Percebemos que aqui as pessoas incorporaram a plataforma ao dia a dia, tanto que, se temos qualquer problema, rapidamente recebemos uma série de reclamações”, conta Henrique Miranda, gerente de mobilidade da BMW no Brasil. Para ele, são os recursos de multimídia e conectividade que garantem que o automóvel tenha mais apelo com os consumidores, acostumados com o dinamismo e atualização dos smartphones. “A conectividade muda o jogo”, diz. Se design, motor e toda a parte mecânica só podem ser atualizados quando o cliente troca de carro, ele defende que o caminho é garantir que a interface digital se renove com mais frequência, tornando os automóveis mais perenes. “Precisamos inserir novas funcionalidades de tempo em tempo.” NOVAS POSSIBILIDADES Focada no fornecimento de centrais multimídia e no desenvolvimento de soluções de software para
a indústria automotiva, a LogiGO é uma empresa brasileira que cresce em paralelo com o aumento da demanda das empresas por soluções de infotainment e conectividade nos carros. Antonio Azevedo, CEO da companhia, lembra que estes recursos geram dados valiosos dos consumidores para as montadoras, que podem acompanhar mais de perto a evolução do interesse dos clientes. “Com nossos produtos as empresas podem coletar dados e analisar as necessidades dos consumidores para fazer entregas melhores e mais customizadas”, diz. Em um futuro próximo, lembra, as companhias automotivas poderão gerar receitas relevantes a partir de suas plataformas digitais. A General Motors lançou em dezembro de 2017, nos Estados Unidos, um mercado virtual do OnStar, onde o cliente pode pedir comida, pagar estacionamento ou pelo abastecimento do seu carro, entre outras soluções. Bacellar, da KPMG, lembra que há uma nova onda tecnológica em curso, que deve impactar fortemente o avanço das centrais multimídia dos veículos, que deverão incorporar, por exemplo, assistentes de voz com inteligência artificial, seguindo o exemplo da Alexa, da Amazon. Azevedo, da LogiGO, concorda e aponta que a empresa trabalha em avanços relevantes para seus produtos, como a incorporação de tecnologia de reconhecimento facial nas centrais multimídia, que podem detectar e emitir um alerta caso o motorista esteja com sono, por exemplo. Além disso, a empresa prepara o lançamento de sistema de conexão direta que coloca a montadora em contato direto com o cliente por meio da central multimídia. Bacellar, da KPMG, diz que, a exemplo do que faz a LogiGO, as empresas brasileiras precisam deixar de lado o complexo de vira-lata e desenvolver localmente soluções adequadas ao consumidor. “Isso precisa ser tratado aqui. O Brasil é um dos mercados com clientes mais conectados e temos demandas específicas”. O especialista alerta que as montadoras que não investirem para oferecer carros mais conectados pagarão um preço alto: “Muito em breve os automóveis sem internet terão grande dificuldade de alcançar boa performance no mercado”, avalia Bacellar. Conteúdo oferecido pela LogiGO Automotive e produzido pelo Media Lab Automotive Business
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PORTAL
| AUTOMOTIVE BUSINESS
AS NOVIDADES QUE VOCÊ ENCONTRA EM WWW.AUTOMOTIVEBUSINESS.COM.BR FCA PROMETE INVESTIR R$ 14 BILHÕES NO BRASIL A FCA (Fiat Chrysler Automobiles) anunciou investimentos no Brasil de R$ 14 bilhões no período 2018-2022. Pelo câmbio atual o valor representa cerca de t 3 bilhões, ou menos de 7% do investimento global de t 45 bilhões revelado em 1º de junho, durante o Capital Markets Day, em Balocco, na Itália, quando o grupo informou a investidores e imprensa sua situação atual e planos para os próximos cinco anos.
FORD ABRE ESPAÇO COLABORATIVO EM CAMAÇARI A Ford inaugurou na fábrica de Camaçari (BA) o Creative Room, espaço colaborativo para uso como laboratório de desenvolvimento de soluções de mobilidade e inovações. O setor combina equipamentos modernos com o conceito de sustentabilidade, reaproveitando peças de carro e materiais que seriam descartados. É formado por dois ambientes, o coworking, de trabalho colaborativo, e o maker space, oficina com ferramentas para criação.
GRUPO VW REESTRUTURA COMANDOS REGIONAIS O Grupo Volkswagen anunciou uma reestruturação global em que cada marca será responsável pela operação de uma região no mundo. A companhia informa que a medida tem como objetivo adequar as linhas de veículos aos mercados e às necessidades dos clientes locais de forma mais ágil a partir do conhecimento e competências regionais em colaboração com fornecedores e outros parceiros.
WEB TV youtube.com.br/automotivebusiness LANÇAMENTO
EVENTO
VW Volkswagen Golf passa por leve renovação
ESPECIAL
RH Acompanhe o balanço do Fórum de RH na Indústria Automobilística
EXCLUSIVO PONTO DE VISTA | SEGURANÇA Segurança é coisa séria no Portal AB. Nesta página você confere artigos e reportagens sobre o tema.
Mercado Toyota Yaris disputa faixa acima de R$ 60 mil
REDES SOCIAIS AB INTELIGÊNCIA Acompanhe a evolução das estatísticas das principais organizações do setor.
MOBILE WEBSITE Formato leve e adequado para quem acompanha as notícias pelo smartphone ou tablet. m.automotivebusiness.com.br
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CARREIRA
DIVULGAÇÃO
EDUARDO JIN ASSUME COMO PRESIDENTE DA HYUNDAI NO BRASIL EXECUTIVO SUCEDE A WILLIAM LEE, QUE ASSUMIU A NOVA FILIAL DA EMPRESA NA AMÉRICA DO NORTE
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ouco mais de um ano após deixar o Brasil, Eduardo Jin (foto 1) volta ao País como presidente da Hyundai Motor e sucessor de William Lee, (foto 2) designado para comandar o escritório regional da América do Norte, baseado na Califórnia, Estados Unidos. “Eduardo Jin é a pessoa certa para liderar a Hyundai Motor Brasil neste momento, com sua longa experiência no País como um dos membros iniciais que participaram da criação da empresa há sete anos”, enfatizou William Lee. É a segunda passagem de Eduardo (Euihwan) Jin pelo Brasil: ele comandou a administração da empresa entre 2010 e 2016, período que abrange a construção e inauguração da fábrica em Piracicaba (SP), responsável pela montagem da linha HB20 e do SUV Creta. Há 32 anos no Grupo Hyundai, ele acumula experiência
na Índia (1997 – 2001) e Estados Unidos (2002 a 2009). Antes de voltar ao Brasil, comandava a divisão administrativa da Kia Motors na Índia. A chegada de Jin e a partida de Lee fazem parte da reorganização das operações da Hyundai no exterior, com a criação do novo escritório administrativo nos Estados Unidos, sob o comando de Lee. “Gostaria de agradecer aos clientes e admiradores da Hyundai no Brasil, que nos receberam tão bem e confiaram na qualidade de nossos produtos e na dedicação de nossas equipes profissionais, permitindo rapidamente que a Hyundai se tornasse uma das mais importantes montadoras do País nestes últimos seis anos. Também expresso minha gratidão à rede de concessionárias Hyundai pela forte parceria na construção da nossa marca no Brasil”, comenta Lee. n
FOTOS: DIVULGAÇÃO
EXECUTIVOS MATHIAS HOFMANN é o novo diretor da fábrica do Grupo BMW em Araquari (SC). Ele assume como sucessor de Carsten Stoecker, que ocupava o cargo desde abril de 2016 e foi transferido para a fábrica de motores do grupo em Munique, na Alemanha RICARDO CARREIRA é o novo diretor de vendas da FCA Fiat Chrysler para o Brasil, integrando a estrutura da diretoria comercial.
HELDER BOAVIDA, presidente e CEO do Grupo BMW no Brasil, passa a responder a ALEXANDER WEHR, presidente e CEO do grupo no México e América Latina e novo responsável pelas operações da companhia em toda a região, que deixou de responder aos Estados Unidos em 1º de junho.
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ALTA RODA
FERNANDO CALMON
LUIS PRADO
TEMPO PARA
FERNANDO CALMON é jornalista especializado na indústria automobilística fernando@calmon.jor.br
Leia a coluna Alta Roda também no portal Automotive Business PATROCINADORAS
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PENSAR
ode-se afirmar que o anúncio – acaba de ser feito – de um protocolo de intenções para uma aliança estratégica entre os grupos Volkswagen e Ford está longe de representar surpresa. A indústria automobilística mundial passa por desafios imensos e alto grau de incerteza sobre rumos a tomar. Nos últimos 20 anos houve forte tendência de alianças e fusões. Algumas não deram certo como a DaimlerChrysler; outras se expandiram como Renault-Nissan-Mitsubishi. O quadro ainda vai se alterar. Essa aproximação entre o gigante alemão e a segunda maior fabricante dos EUA ainda está por ser mais bem esclarecida. A empatia entre eles não é novidade. Em 1986 a Ford esteve perto de se retirar do País em meio à chamada década econômica perdida. Houve uma fusão regional anunciada naquele ano, batizada de Autolatina e com 51% das ações de posse da VW. O processo se concluiu em 1987 e o “casamento” não resistiu à crise dos sete anos: em 1994 se anunciou o divórcio. Durou mais dois anos até a separação total, porém ambas aprenderam o que deu certo e também o que não funcionou. Quase um quarto de século depois as duas matrizes se reaproximam. Alianças costumam ser fases transitórias. A franco-nipônica, citada acima, tem dado muito certo, porém deverá acabar mesmo em fusão. Só não aconteceu até agora porque o governo francês resistiu até com malabarismos intervencionistas no mercado de capitais. No caso do grupo germânico e do americano é previsível que a aliança se expanda bem além da linha de veículos comerciais anunciada na nota oficial conjunta do dia 19 último.
As marcas da Volkswagen concentram-se em automóveis (incluem-se SUVs), o maior segmento do mercado mundial de veículos. Nesse setor, a empresa, controlada pela família Porsche com 52% de suas ações, já lidera há cerca de dez anos, mas ao se somarem veículos comerciais (picapes, furgões, ônibus e caminhões) sua liderança é mais recente (últimos quatro anos). A Ford anunciou que pretende se concentrar em picapes e SUVs, diminuindo sua presença em automóveis, embora essa estratégia esteja focada mais nos EUA. Apesar de ser uma empresa de capital aberto, a família Ford continua a dar as cartas. Já o Grupo VW tem quase 20% das ações com o governo do Estado da Baixa Saxônia. São situações societárias e estatutárias complicadas para uma futura fusão. Essa hipótese, porém, não se pode descartar. A complementariedade das linhas de produtos, a necessidade de investimentos pesados em alternativas de propulsão, conectividade, direção autônoma e serviços de compartilhamento levam essa hipótese ao patamar de algo presumível, talvez até ao nível de quase certeza. Se tudo caminha para esse desfecho, é bom olhar o que acontece em volta. Outras fusões, preconcebidas de início apenas como alianças, não podem se descartar. A GM, por exemplo, que já foi o maior conglomerado automobilístico do mundo por sete décadas, possivelmente terá de se movimentar nesse xadrez complicado. Talvez a fusão com a FCA, tão almejada por seu atual CEO Sergio Marchionne, não seja tão descabida. Ou, quem sabe, a Toyota (empatia existe). Tempo para pensar.
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PONTO DE VISTA
AS OPORTUNIDADES FISCAIS E TRIBUTÁRIAS NA INDÚSTRIA 4.0 DO CHÃO DE FÁBRICA À ÁREA TRIBUTÁRIA, A INDÚSTRIA VAI BUSCAR NA APLICAÇÃO DE NOVOS PROCESSOS UMA VISÃO AINDA MAIS ESTRATÉGICA PARA O MERCADO
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chamada quarta revolução industrial, a indústria 4.0, já é realidade e surge para integrar e conectar as informações entre os processos físicos e computacionais das empresas. Nesse novo conceito, é possível copiar o “mundo real” no “mundo virtual” para simular as operações, trazendo mais previsibilidade, agilidade, eficiência, redução de custos e buscas de oportunidades. Os principais elementos que compõem a indústria 4.0 são: digitalização, conectividade, robótica, Big Data, computação em nuvem, integração de sistemas, inteligência artificial, internet das coisas (IOT), manufatura aditiva, realidade aumentada, simulações, sistemas em tempo real. Essas tecnologias são capazes de tornar os processos mais seguros e aumentar a qualidade dos produtos e serviços prestados. O novo conceito não está inserido apenas no chão de
fábrica. A nova indústria está em todas as áreas da empresa. Uma delas é a área tributária, onde está acontecendo uma mudança de rota, tornando-se mais estratégica e colaborativa com todos os negócios e operações. Simular é o verbo. São as simulações de cálculos e análises qualitativas realizadas por toda a tecnologia da nova indústria que possibilitarão uma gestão tributária com maior nível de Compliance, buscando indicadores de oportunidades tributárias e modeladores de riscos, que vão ajudar a tomar a melhor decisão para a estratégia de negócios. Essas simulações serão possíveis graças a um dos principais pilares da indústria 4.0, a inteligência artificial. Essa tecnologia chega à área tributária com a função de “acelerador”, pois permite a interação mais rápida e segura entre o volume de informações. Os Speds geraram uma massa de dados grande. Eles vêm de pontos diferentes,
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riscos no dia a dia de forma certeira, com rotinas que realizam validações entre as obrigações e entre as operações da empresa, dos seus fornecedores e clientes. Mais do que conectar a empresa, a indústria 4.0 propõe um novo e atraente modelo de DIVULGAÇÃO/ BECOMEX
mas que se convergem. A nova tecnologia de inteligência artificial produzirá análises mais apuradas desses dados já concentrados, para que possam gerar as melhores abordagens para tomadas de decisões. O Ex-Tarifário é um exemplo de contribuição da inteligência artificial na indústria automobilística e sua imensa cadeia. Complexo de interpretar, o mecanismo permite a redução de tributos na importação de bens, desde que não haja um similar feito localmente. Todo o processo de identificação do item para pleitear o benefício exige um detalhamento técnico minucioso, garantindo que não haja similar nacional. Com a estruturação das bases para inteligência artificial, é possível sugerir benefícios como um Ex-Tarifário, por exemplo, ou ainda apontar modelos semelhantes que se aproximem do pleito. Uma tarefa humanamente impossível de concluir no mesmo tempo, qualidade e segurança. Por essa tecnologia, vamos poder extrair as estratégias e, a partir delas, fazer uma leitura muito mais pragmática dos dados. A tecnologia vai produzir análises mais isentas e seguras. Imagine quantas oportunidades estão escondidas por toda a cadeia entre a montadoras e seus fornecedores. O uso da tecnologia aponta duas vertentes: acelerar a extração de informações úteis para a tomada de decisão ou também para identificar
Jersony Souza, diretor de operações da Becomex, é o autor do texto negócio, com aumento de produtividade, redução de custos em todas as áreas, otimização de recursos e aumento de qualidade sobre os produtos e serviços por meio da conectividade. É uma nova organização da empresa, com mais controle das suas operações, que vai gerar o aumento da competitividade e sustentabilidade dos negócios.
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NEGÓCIOS
AUTOPEÇAS
MWM MOTORES RECONHECE FORNECEDORES NOVE EMPRESAS ALCANÇARAM OS MELHORES NÍVEIS EM AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
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fabricante de motores MWM revelou dia 21 de junho os fornecedores que tiveram melhor desempenho ao longo de 2017. Os nove premiados foram conhecidos e homenageados no Supplier Award, cuja cerimônia de entrega dos troféus foi realizada na unidade fabril da empresa em Santo Amaro, bairro da capital paulista. Para elencar os elegíveis, a empresa avalia qualidade, performance de entrega e flexibilidade, capacidade tecnológica e desempenho no desenvolvimento de novos produtos, postura comercial e contribuição em redução de custo. Com essa análise são definidos os melhores fornecedores. A exemplo da edição anterior, além dos fornecedores de itens para a produção, também foram premiados prestadores de serviços logísticos. “Estamos na sexta edição do Supplier Award na MWM e a cada ano é uma grande satisfação realizar este evento. Nos sentimos honrados em reconhecer os fornecedores que se destacaram, por meio de sólidas métricas de performance. O processo é meritocrático, transparente e toda a cadeia se engaja nele, trazendo resultado para todos os envolvidos, desde o cliente final até o próprio fornecedor”, afirma o gerente de compras, Leandro Brasil Araujo. Para o presidente e CEO da MWM Motores, José Eduardo Luzzi, a premiação tem como objetivo incentivar e fortalecer a cadeia produtiva parceira da empresa. “Identificamos e homenageamos os parceiros de negócios que tiveram a melhor performance, pois desejamos incentivá-los a, juntos, buscarmos continuamente a excelência em nossos produtos e serviços. Este prêmio é o reconhecimento a todos que estão perfeitamente alinhados com políticas, práticas, qualidade e desempenho da companhia.”
EMPRESAS PREMIADAS Fupresa ID Armazéns Gerais Metalac SPS Indústria e Comércio Metalúrgica Cartec Metalúrgica Riosulense Metalúrgica Schadek Patrus Transportes Urgentes Thyssenkrupp Metalúrgica Campo Limpo TUP - Tecnologia em Usinagem de Precisão
ATUALIZADO
BMW TRAZ NOVA GERAÇÃO DO ELÉTRICO I3 AO BRASIL
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BMW traz ao Brasil a nova geração do seu compacto elétrico i3, em três versões: REX, REX Connected e REX Full, com preços que vão de R$ 199,9 mil a R$ 239,5 mil. Com vendas sob encomenda, o modelo vem com motor elétrico que entrega 170 cv de potência e autonomia para percorrer até 180 km com uma carga completa de bateria – com adicional de 150 km com o “extensor
de autonomia”, um pequeno motor a gasolina. O carro ganhou uma leve reestilização, com mudanças nos para-choques, tanto dianteiro quanto traseiro, com linhas mais presentes e luzes de neblina, agora em formato de traço, mais moderno. A versão mais básica deixa para trás alguns equipamentos, como volante multifuncional e estacionamento autônomo, e traz uma central multimídia mais simples e sem navegação.
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NEGÓCIOS
AB INOVAÇÃO A REVOLUÇÃO DIGITAL E AS INICIATIVAS COM POTENCIAL PARA TRANSFORMAR A INDÚSTRIA AUTOMOTIVA
TECNOLOGIA
CARRO ELÉTRICO TEM BAIXO IMPACTO NO CONSUMO DE ENERGIA
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CPFL derrubou o mito de que a infraestrutura de energia elétrica brasileira é insuficiente para abrigar uma possível expansão dos emplacamentos de carros eletrificados. A empresa que gera, distribui e vende energia elétrica a 9 milhões de brasileiros realizou o maior estudo já feito para mensurar o impacto que a tecnologia teria no setor elétrico, com a coleta de dados reais de uso de veículos zero emissão por cinco anos. Segundo o levantamento, o cenário é de que o Brasil chegue a 1,18 milhão de carros elétricos até 2030, algo que ainda representaria participação pequena na frota nacional, de 3,8%, inclinada a
alcançar total de 50 milhões de veículos neste prazo. Assim, o volume de modelos eletrificados equivaleria a apenas 7,6% do total estimado para as vendas anuais. As informações apuradas no estudo indicam que o avanço da tecnologia no Brasil será lento, com espaço de sobra para que as geradoras e distribuidoras de energia ajustem a oferta. Rafael Lazzaretti, diretor de estratégia e inovação da companhia, avalia que, neste ritmo, a eletrificação dos carros não impõe nenhum desafio ao qual as empresas de energia já não estejam habituadas. “Este é o nosso trabalho, adequar a oferta de energia à necessidade de crescimento. É isso que fazemos quando são construídas novas fábricas ou shopping centers, por exemplo”, observa. Ele estima que hoje mesmo a rede teria capacidade para atender a 1 milhão de carros elétricos sem nenhum investimento. De acordo com o levantamento, a tecnologia ampliaria o consumo de energia elétrica do País entre 0,6% e 1,6% nos próximos 12 anos para atender entre 4 milhões e 10 milhões de veículos. (Giovanna Riato)
DADOS, ESTUDOS E ESTATÍSTICAS PARA ENTENDER A INDÚSTRIA AUTOMOTIVA www.automotivebusiness.com.br/abinteligencia/
PRESENÇA FEMININA NO SETOR AUTOMOTIVO
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primeiro passo para questionar a realidade é entendê-la. A partir desse princípio nasceu o estudo Presença Feminina no Setor Automotivo, levantamento inédito sobre a participação da mulher nesta indústria. O estudo traz um retrato atual das empresas da cadeia automotiva, principalmente das montadoras e fabricantes de autopeças.
BAIXE RELATÓRIO COMPLETO
Ao medir a presença e gerar conhecimento sobre a atuação da mulher no segmento, este material serve de ferramenta para empresas e profissionais que buscam embasar decisões e políticas internas para promover a igualdade. A mudança é essencial e de interesse de homens e mulheres, já que o equilíbrio entre os gêneros é capaz de tornar as organizações mais inovadoras e lucrativas.
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PRÊMIO REI
OS MELHORES DE 2018
VW E BOSCH SÃO AS EMPRESAS DO ANO NO PRÊMIO REI O JÚRI E A VOTAÇÃO POPULAR DESTACARAM COMO VENCEDORES TAMBÉM ROBERTO CORTES, PRESIDENTE DA MAN LA (PROFISSIONAL DE MONTADORA), E BESALIEL BOTELHO, PRESIDENTE DA BOSCH (PROFISSIONAL DE AUTOPEÇAS)
A
Volkswagen é a montadora do ano, indicada pelo Prêmio REI – Reconhecimento à Excelência e Inovação, e a Maxion Wheels é a empresa de autopeças. Ambas foram escolhidas pelos leitores de Automotive Business, pelo voto popular e participantes de eventos de Automotive Business. Roberto Cortes, presidente e CEO da MAN Latin America, foi destacado como o profissional de montadora e Besaliel Botelho, presidente da Bosch do Brasil, como o profissional de autopeças. A entrega dos troféus aos finalistas e vencedores de 2018 ocorreu dia 26 de junho no restaurante Figueira Rubayat, em São Paulo, com a presença dos 28 jurados que participaram da seleção prévia dos cases concorrentes e de convidados relacionados à indústria automobilística. Este ano houve uma importante novidade na segunda fase da votação, para escolher os melhores cases em cada uma das 15 categorias: desta vez a eleição foi aberta ao público em geral e não ficou mais restrita aos leitores da revista e newsletter Automotive
Business. Foram computados quase 20 mil votos de abril a maio, parte recebida eletronicamente e parte entregue em cédulas impressas pelos participantes do IX Fórum da Indústria Automobilística, dia 16 de abril, e do III Workshop Inovação Radical e Indústria 4.0, em 21 de maio. Em oitava edição, o Prêmio REI aponta as principais iniciativas de empresas ligadas ao setor automotivo e que contribuem para o aperfeiçoamento de processos e produtos. Em uma primeira etapa, Automotive Business recebeu os cases de empresas interessadas em participar da premiação. Os cases registrados até 23 de fevereiro foram submetidos a um júri especializado, complementado pelos jornalistas da redação de Automotive Business. As 60 iniciativas finalistas foram submetidas ao júri popular. O Prêmio REI de 2017/2018 teve o patrocínio da Embratel, LogiGO e Mobil. As três empresas não foram candidatas ao prêmio e não participaram da escolha dos premiados. Nas páginas seguintes você confere os vencedores e finalistas.
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Automotive A, diretora de êmio REI PAULA BRAG o Pr u no de or co Business,
O PRÊMIO REI 2017/2018 teve o patrocínio da Embratel, LogiGO e Moove/Mobil
OS CASES FORAM submetidos previamente à avaliação de 28 jurados para escolha dos finalistas
QUASE 20 MIL VOTOS foram computados na apuração do Prêmio REI
A ENTREGA DOS TROFÉUS ocorreu no restaurante Figueira Rubayat, em São Paulo
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PRÊMIO REI
OS MELHORES DE 2018
MONTADORA
VOLKSWAGEN DO BRASIL
Antonio Megale, diretor de assuntos governamentais da Volkswagen, recebeu o troféu de montadora do ano de Alexandre Abreu, gerente de contas corporativas, e Fábio Sanz, gerente de alianças corporativas, ambos da Moove/Mobil
FINALISTAS CAOA – Nasce um gigante NISSAN – Empresa mantém os investimentos na crise TOYOTA – 60 anos de Brasil VOLKSWAGEN – Uma nova atitude
EMPRESA DE AUTOPEÇAS
PROFISSIONAL DE MONTADORA
Valter Sales, diretor de vendas e marketing, e Marcos de Oliveira, presidente da Maxion Wheels, receberam o troféu de Fabio Sanz, gerente de alianças corporativas, e Alexandre Abreu, gerente de contas corporativas, ambos da Moove/Mobil, e Paulo Braga, diretor de Automotive Business
Adilson Dezoto, vice-presidente de manufatura; Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas, marketing e pós-vendas; Marcos Forgioni, vice-presidente de vendas e marketing internacional; Paulo Barbosa, vice-presidente de finanças, todos da MAN LA, representaram Roberto Cortes, CEO e Presidente da MAN LA, e receberam o troféu de Fábio Sanz, gerente de alianças corporativas, e Alexandre Abreu, gerente de contas corporativas, ambos da Moove/Mobil. Na foto estão presentes também Lineu Takayama, vice-presidente de RH da MAN LA, e Paulo Braga, diretor de Automotive Business
MAXION WHEELS
FINALISTAS AETHRA – Fornecedor completo EATON – 60 anos rodando nas estradas brasileiras FRAS-LE – Estratégia feita de alianças MAXION WHEELS – Multinacional brasileira de autopeças admirada e premiada
ROBERTO CORTES (MAN LA)
FINALISTAS ANA THERESA BORSARI – Diretora geral da Peugeot, Citroën e DS MAURO CORREIA Presidente da Caoa ROBERTO CORTES – Presidente e CEO da MAN Latin America STEFAN KETTER* – Presidente da FCA para a América Latina *Em março de 2018 Stefan Ketter foi sucedido por Antonio Filosa na presidência da FCA AL
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OS MELHORES DE 2018
PRÊMIO REI
PROFISSIONAL DE AUTOPEÇAS
BESALIEL BOTELHO (BOSCH)
Adriano Rosa, diretor executivo da Embratel, entregou o troféu a Carlos Abdalla, gerente de marketing e comunicação da Bosch, que representou Besaliel Botelho, presidente da Bosch. À direita, Paulo Braga, diretor de Automotive Business
FINALISTAS BESALIEL BOTELHO – Presidente da Bosch do Brasil DAN IOSCHPE – Presidente do Sindipeças PIETRO SPORTELLI – Presidente da Aethra Sistemas Automotivos WILSON BRICIO – Presidente da ZF América do Sul
VEÍCULO DE PASSAGEIROS
COMERCIAL LEVE
MAN DELIVERY EXPRESS Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas e marketing e pós-vendas da MAN LA, recebeu o prêmio de Humberto Oliveira, diretor da LogiGO
FINALISTAS CITROËN JUMPY FIAT DUCATO MAN DELIVERY EXPRESS PEUGEOT EXPERT
COMERCIAL PESADO
VOLKSWAGEN VIRTUS
José Loureiro, gerente executivo de engenharia da Volkswagen, recebeu o prêmio de Humberto Oliveira, diretor da LogiGO
MAN CONSTELLATION 32.360 V-TRONIC
Marcos Forgioni, vice-presidente de vendas e marketing internacional da MAN, recebeu o prêmio de Humberto Oliveira, diretor da LogiGO
FINALISTAS
FINALISTAS
PEUGEOT 3008 RENAULT KWID VOLKSWAGEN POLO VOLKSWAGEN VIRTUS
DAF OFF ROAD CF 85 MAN CONSTELLATION 32.360 V-TRONIC MERCEDES-BENZ ACTROS SCANIA R440
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PRÊMIO REI
OS MELHORES DE 2018
MARKETING E PROPAGANDA
VOLKSWAGEN DO BRASIL
Pedro Kutney, editor do portal Automotive Business, entregou o prêmio a Helena Bonésio, supervisora de marketing digital, e Ricardo Casagrande, gerente executivo de vendas e marketing, ambos da Volkswagen
FINALISTAS
LOGÍSTICA
MWM
Pedro Kutney, editor de notícias do portal Automotive Business, entregou o prêmio REI a José Eduardo Luzzi, presidente da MWM Motores
FINALISTAS
CNH INDUSTRIAL – Campanha Pró-Trator da Case FCA – Divulgação do nome do Fiat Cronos e a primeira corrida de Unos Mille com escada SUZUKI – Campanha do New Vitara VOLKSWAGEN – Primeira webserie original
BOSCH – Otimização do transporte de resíduos de coleta seletiva ID LOGISTICS E MWM – Ferramenta lean na linha de montagem de kits de cilindros da MWM MWM – Fluxo contínuo no recebimento de materiais adequado ao novo Sped Fiscal Bloco K ZF – Novo centro de distribuição unifica operações logísticas da ZF Aftermarket
MANUFATURA
INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
HONDA Raphael Politori, supervisor de planejamento ambiental, Teodor Faouaz, supervisor de pintura, e Otávio Mizikami, vice-presidente industrial, da Honda; Fábio Sanz, gerente de alianças corporativas da Moove/Mobil; Tassia Rodrigues, assessora de imprensa da Honda; e Alexandre Abreu, gerente de contas corporativas da Moove/Mobil. O prêmio foi entregue pelos representantes da Moove/Mobil
FINALISTAS HONDA – Redução no consumo de thinner de limpeza NISSAN – Preparação do segundo turno da fábrica de Resende OSRAM – Leds para o Fiat Cronos POLLUX – Linha de montagem de painéis just-in-sequence
BOSCH
Alexandre Pagotto, gerente de marketing de chassis system da Bosch; Adriano Rosa, diretor executivo da Embratel (que entregou o prêmio), e Johannes Schier, vice-presidente de chassis system da Bosch
FINALISTAS BMW– Primeiro corredor elétrico do Brasil, entre Rio de Janeiro e São Paulo BOSCH – Projeto de investigação avançada dos acidentes de trânsito FCA – Laboratório Manufacturing 2020 no Polo Fiat e centro de simulação SIMCenter LIBRELATO – Sistema que favorece a segurança no transporte de cargas perigosas
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OS MELHORES DE 2018
PRÊMIO REI
SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
MOTORES E TRANSMISSÕES
PORSCHE
PIRELLI
Adriano Rosa, diretor executivo da Embratel, entregou o Prêmio REI a Alejandro Hanzel, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Pirelli
FINALISTAS
Alexandre Abreu, gerente de contas corporativas da Moove/Mobil; Thomas Klein Reesink, diretor de marketing da Porsche; Fábio Sanz, gerente de alianças corporativas da Moove/Mobil; e Rodrigo Soares, gerente de relações públicas e imprensa da Porsche. O prêmio foi entregue pelos representantes da Moove/Mobil
AUTOFORJAS – Eliminação de óleo refrigerante no processo de usinagem BMW – Centro social na fábrica de Araquari, em Santa Catarina DAF – Programa de diversidade PIRELLI – Primeiro pneu de alta performance fabricado com borracha natural extraída da guaiule
FINALISTAS
AUTOPEÇAS E SISTEMAS
INSUMOS
Fábio Sanz, gerente de alianças corporativas da Moove/Mobil; Jeferson Marconi Schiavon, sênior business manager para Celasto; Maria Cecilia Garcia, sênior business manager para performance de materiais; Leticia da Rocha Mendonça, mobile emissions catalystics diretor; Viviane Martins Salla e Silva, key account manager automotive coatings; e Emiliano Milanez, corporate sustainability manager, todos da Basf; Alexandre Abreu, gerente de contas corporativas da Moove/Mobil; e Paulo Braga, diretor de Automotive Business. O prêmio foi entregue pelos representantes da Moove/Mobil
Adriano Rosa, diretor executivo da Embratel, entregou o prêmio aos representantes da Gerdau: Christian Correa dos Santos, gerente de tecnologia em aços especiais; Thayene Oliveira Silotti, especialista de tecnologia em aços especiais; Fladimir Batista Lopes Gauto, diretor da operação de aços especiais; e Mauro de Mello Franco, gerente de marketing e planejamento
BASF
FINALISTAS AETHRA – Inovação e sustentabilidade para moldar o futuro BASF – Soluções automotivas inovadoras para um futuro sustentável MAHLE – Pistão com galeria elevada ZEN Inovação em polia para alternador
EATON – Primeira transmissão automatizada em veículos de coleta de resíduos PORSCHE – Rapidez e economia com o sistema E-Hybrid e câmbio PDK SABÓ – Novos negócios com suporte de prototipagem 3D SCANIA – Desempenho e economia com os novos motores com tecnologia XPI
GERDAU
FINALISTAS AXALTA – Proteção anticorrosiva superior para bordas vivas de autopeças BOREALIS – Primeiro retrovisor externo em polipropileno de alto desempenho DU PONT– Resina à base de poliéster eleva o desempenho de motores turbo GERDAU – Inteligência artificial automatiza processos de consultas de fabricação
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MERCADO
A ERA DO
CARRO LÍQUIDO SERGIO QUINTANILHA
EMBORA SEJAM FEITOS BASICAMENTE DE PARTES SÓLIDAS, OS AUTOMÓVEIS ESTÃO CADA VEZ MAIS REPLETOS DE TECNOLOGIA “LÍQUIDA”, QUE SE MOLDA ÀS NECESSIDADES DA SOCIEDADE E AOS ANSEIOS DO CONSUMIDOR
N
ada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Tudo o que valeu como regra no mercado automotivo provavelmente não vale mais hoje. Para chegar a essa conclusão analisamos as mudanças nos hábitos do consumidor brasileiro de automóveis nos últimos dez anos. Transformações na política econômica e no próprio País remodelaram o mercado, tornaram o ambiente mais competitivo e alteraram profundamente as características dos carros mais vendidos. Para se dar bem nos concorridos mercados automotivos brasileiro e sul-americano, mais do que decifrar planilhas, é preciso entender a sociedade. O filósofo francês Gilles Lipovetsky afirma que “jamais os consumidores se mostraram tão desconfiados, voláteis, infiéis às marcas”. Mas foi o sociólogo polonês Zygmunt Bauman quem talvez tenha traduzido melhor o momento de nossa sociedade com seu conceito de “modernidade líquida”. Enquanto os sólidos dificilmente mudam sua forma, os líquidos se modificam com facilidade. Basta imaginar uma pedra numa praia para constatar que a água muda de forma e de fluxo, enquanto a pedra leva milhões de anos para se modificar. Por essa característica, os sólidos diminuem a importância do tempo – os anos passam e nada se altera. Os líquidos, ao contrário, são totalmente influenciados pelo tempo.
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E os automóveis, embora sejam feitos basicamente de partes sólidas, que duram anos, estão cada vez mais repletos de tecnologia “líquida”, ou seja, que se modificam constantemente. Um dos exemplos está no tipo de motor preferido pelos brasileiros. Em 2011, os motores de quatro cilindros equipavam 98% do mercado e os de três cilindros só estavam presentes em 0,1% dos carros. Mas hoje os três cilindros já representam 22,1%, enquanto os tradicionais quatro cilindros caíram para 76,9%. O turbocompressor tem semelhante crescimento, passando de 1,8% em 2006 para 17,8% este ano. Outro exemplo de equipamento “líquido” é a direção assistida. Em 2006, equipava apenas 41,6% dos carros; hoje, já está em 97,7% dos carros. Itens como piloto automático, chave inteligente, assistente de partida em subida, computador de bordo, start-stop, ar-condicionado, vidros elétricos e conexão por bluetooth seguem a mesma linha. Daí não é nenhum exagero dizer que os carros deixaram de ser sólidos para ser “líquidos”, dentro do conceito de Bauman.
DISPONIBILIDADE DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA ITENS DE SÉRIE
EBD (DISTRIBUIDOR DE FRENAGEM) BAS (ASSISTENTE DE FRENAGEM) LÂMPADAS HALÓGENAS ( FARÓIS) LÂMPADAS LED (FARÓIS) AIRBAG LATERAL DIANTEIRO AIRBAG LATERAL TRASEIRO CONTROLE DE ESTABILIDADE RODAS ARO 13 RODAS ARO 14 RODAS ARO 15 ISOFIX
2006
2011
9,34% 3,5% 99,6% 0,0% 2,6% 0,1% 1,2% 37,4% 28,6% 16,1% ND
Fonte: Jato Dynamics
A junção de uma economia em recuperação com desejos “líquidos” oferece grandes oportunidades comerciais no mundo automotivo. Mesmo que, na maioria dos casos, as pessoas simplesmente não precisem de um carro ou de um acessório novo, elas se sentem “obrigadas” a trocar de modelo, a comprar uma roda nova ou adquirir um novo sistema multimídia. Por isso, a indústria automobilística tratou de transformar os carros – que outrora passavam vários anos na mesma garagem – em objetos que se modificam quase na mesma velocidade de um smartphone. Troca-se de automóvel apenas para ficar “na moda”, para acompanhar as últimas tendências tecnológicas ou estéticas. Por isso, as estratégias comunicacionais e de varejo – especialmente as experiências de compra numa concessionária – são hoje fatores fundamentais para
2016
2018*
19,0% 97,6% 97,0% 9,7% 31,7% 37,4% 97,8% 95,2% 92,8% 0,1% 2,4% 4,3% 7,5% 16,5% 26,6% 0,6% 0,1% 0,0% 6,0% 20,4% 35,8% 25,8% 3,6% 0,4% 26,5% 26,7% 31,3% 23,4% 31,4% 27,5% 9,4% 49,4% 77,7%
Carros e comerciais leves; equipamentos de série; *dados de 2018 de janeiro a abril
qualquer montadora. Bauman dizia que é quase impossível ser feliz, porque sempre se pode ser “mais feliz”. Basta comprar aquele vestido novo, tirar férias naquele lugar bacana, frequentar aquele restaurante, fazer uma selfie com aquela pessoa, ter 10 mil seguidores no Instagram ou trocar de carro todo ano – imagina só circular por aí naquele SUV que todo o mundo está desejando. E as empresas se adaptam para atender a esses novos anseios. Basta uma olhada nas plataformas digitais das montadoras para verificar que várias já modificaram a parte de “monte seu carro”. Ainda é possível fazer a escolha e configurar o modelo escolhido, mas marcas como Fiat, Volkswagen e Chevrolet já não deixam a decisão de continuar ou desistir como prerrogativa exclusiva do consumidor. Pelo contrário, fazem uma sugestão para que o comprador permaneça, apresentando campos como “vamos negociar” ou “estou interessado” ou ainda “solicitar proposta”.
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MERCADO
AS PREFERÊNCIAS DO CLIENTE MUDARAM E
m 2008, os dez carros mais emplacados representavam 57% das vendas totais e apenas 43% do faturamento, considerando os preços de lista. Em 2018, os dez carros preferidos do brasileiro representam um pouco menos em faturamento (40%), mas precisaram de apenas 48% das vendas para atingir esse número. A explicação está nos tipos de carro e no conteúdo que eles oferecem. Segundo um estudo recente da empresa Jato Dynamics, o Volkswagen Gol – líder do ranking há uma década – era o carro com a maior participação no faturamento dos top 10, com 8%. Entretanto, para conseguir isso, tinha 12% de participação nas vendas. Já naquela época, o Honda Civic, colocado na décima posição do ranking de vendas, apontava o caminho, pois com apenas 3% das vendas era dono de 5% do faturamento. Os carros ficaram mais caros? Sim, ficaram. Mas o consumidor mudou seu perfil, passou a exigir mais equipamentos e colocou na lista dos mais vendidos carros que em outras épocas não teriam volume para tanto. Entre os top 10 de 2008 (Gol, Palio, Uno, Celta, Fox, Classic, Fiesta, Siena, Corsa e Civic), somente um se mantém entre os mais vendidos em 2018: o Volkswagen Gol – e mesmo assim na sexta posição. Acima dele estão Onix, HB20, Ka, Polo e Etios (todos carros com maior valor agregado) e abaixo dele aparecem Prisma, Argo, Corolla e Compass (todos carros de categoria superior). Foi uma verdadeira revolução nos hábitos de consumo de automóveis.
DISPONIBILIDADE DE EQUIPAMENTOS DE CONVENIÊNCIA ITENS DE SÉRIE
PILOTO AUTOMÁTICO PILOTO AUTOMÁTICO ADAPTATIVO CHAVE OU CARTÃO INTELIGENTE DISPONIBILIDADE DE TELA DIREÇÃO ASSISTIDA ASSISTENTE DE PARTIDA EM RAMPA COMPUTADOR DE BORDO START-STOP AR-CONDICIONADO VIDROS ELÉTRICOS CD NO PAINEL, MP3 OU DISC PLAYER/ CONEXÃO AUXILIAR OU USB Fonte: Jato Dynamics
2006
3,9% ND 0,6% ND 41,6% 0,2% 15,2% ND 28,7% 23,9% 2,8%
2011
2016
2018*
16,8% 32,3% 40,0% 0,1% 0,6% 1,8% 4,0% 63,9% 76,4% 0,2% 11,8% 17,3% 57,6% 92,6% 97,7% 2,6% 18,9% 35,0% 36,2% 71,4% 75,2% ND 3,4% 14,9% 39,5% 88,3% 96,1% 49,4% 89,7% 93,1% 27,9% 70,4% 76,6%
Carros e comerciais leves; equipamentos de série; *dados de 2018 de janeiro a abril
DISPONIBILIDADE DE EQUIPAMENTOS DE POWERTRAIN ITENS DE SÉRIE
2006
INJEÇÃO DIRETA (GASOLINA E DIESEL) 0,6% MOTORES FLEX 71,7% MOTORES DIESEL 4,6% VEÍCULOS HÍBRIDOS ND MOTOR DE 3 CILINDROS 0,0% MOTOR DE 4 CILINDROS 98,2% TURBO (COMPRESSOR OU SUPERCHARGER) 1,8% TRANSMISSÃO (MANUAL OU AUTOMATIZADA) 92,3% GARANTIA TOTAL – 12 MESES 74,4% GARANTIA TOTAL – 36 MESES 18,1% Fonte: Jato Dynamics
2011
2016
2018 (YTD)
5,7% 82,8% 5,9% 0,0% 0,1% 98,0% 7,0% 86,3% 68,0% 20,8%
12,2% 88,1% 7,8% 0,1% 13,7% 85,1% 12,6% 65,4% 14,5% 67,7%
17,0% 87,7% 8,7% 0,2% 22,1% 76,9% 17,8% 55,6% 5,0% 81,4%
Carros e comerciais leves; equipamentos de série; *dados de 2018 de janeiro a abril
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MERCADO
E como em todas as revoluções, alguns ganham, outros perdem. Nesse caso, ganhou quem primeiro identificou algumas mudanças na preferência do consumidor. A GM, por exemplo. Enquanto alguns fabricantes optaram por oferecer ao consumidor brasileiro um sistema de conectividade pobre e o mal-afamado câmbio automatizado (ou robotizado) de embreagem simples, a GM foi a primeira a dotar os dois carros de entrada da linha Chevrolet (Onix e Prisma) de tela multimídia e câmbio automático tradicional – com seis marchas! “O Onix deu acessibilidade à tecnologia”, comenta Rodrigo Fioco, diretor de marketing da GM. “Começamos com o MyLink em 2012 e no ano seguinte colocamos o câmbio automático, o que era impensável para um carro dessa categoria.” Em 2008, nenhum modelo situado entre os top 10 o oferecia. Mas hoje o câmbio automático já está presente em 45% dos dez carros mais emplacados no País. Na linha Chevrolet, a transmissão automática de seis velocidades responde por 40% das ven-
SEDÃS MÉDIOS como o Civic ficaram mais sofisticados e subiram de preço
das do Onix; na linha Toyota, o Etios já tem 50% de seu mix de vendas equipado com câmbio automático (de quatro marchas). De maneira geral, os carros mais vendidos ganharam itens de segurança, conveniência, conectividade e até de estética em níveis impensáveis para o Brasil de alguns anos atrás. E não exatamente porque o brasileiro
enriqueceu ou porque houve melhora na distribuição de renda do País. Pelo contrário. O próprio mercado se encarregou de valorizar a lógica de que é preferível vender menos por mais do que mais por menos. Sem os financiamentos camaradas de outrora, a compra do carro se tornou muito mais seletiva. E os consumidores que sobraram se tornaram bem mais exigentes.
RANKING DE EMPLACAMENTOS – TOP 10 (VENDAS X FATURAMENTO)
2008 MODELO
MARCA TOP 10
2018*
VENDAS %
FATURAMENTO %
57%
43%
MARCA
MODELO TOP 10
VENDAS %
FATURAMENTO %
48%
40%
VW
GOL
12%
8%
CHEVROLET
ONIX
10%
7%
FIAT FIAT CHEVROLET VW CHEVROLET FORD FIAT CHEVROLET HONDA
PALIO UNO CELTA FOX CLASSIC FIESTA SIENA CORSA CIVIC
10% 6% 6% 5% 4% 4% 4% 3% 3%
7% 3% 4% 4% 3% 3% 3% 3% 5%
HYUNDAI FORD VW TOYOTA VW CHEVROLET FIAT TOYOTA JEEP
HB20 KA POLO ETIOS GOL PRISMA ARGO COROLLA COMPASS
7% 7% 4% 4% 4% 4% 3% 3% 3%
5% 4% 3% 3% 2% 3% 2% 4% 5%
Fonte: Jato Dynamics
*2018 – Janeiro/Fevereiro
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Hoje já é grande a cobrança por itens como controle de estabilidade e assistente de partida em rampa – ambos já presentes em 40% dos carros mais vendidos. Antes da obrigatoriedade por lei, o ABS estava presente em 54% dos top 10 e os airbags dianteiros em 57%. Por isso, antecipar-se às tendências pode ser um bom negócio. Itens como direção assistida, travas, ar-condicionado e vidros elétricos já estão em 100% dos modelos mais comprados pelos brasileiros. No caso da conectividade verificamos outra tendência no estudo feito pela Jato Dynamics. Já não basta oferecer um equipamento; é preciso oferecê-lo melhor. Por causa disso, as telas multimídia equipam 46% dos carros mais vendidos e ficaram maiores. Apenas 5% dos modelos usam telas até 6 polegadas, enquanto 54% têm até 7 polegadas e 40% já
2008 120% 80% 60%
57%
100% 54%
40%
40% 20% 0%
Airbag dianteiro
Fonte: Jato Dynamics
ABS
40%
0%
0%
Controle de estabilidade
Controle de ladeira
*Airbag e ABS eram opcionais em 2008, em 2014 obrigatórios; Rota 2030 – novas tecnologias / investimento em segurança ativa e passiva
(EQUIPAMENTOS - TENDÊNCIAS EM 10 ANOS)
(EQUIPAMENTOS - TENDÊNCIAS EM 10 ANOS)
100%
100%
2018
100%
2008 100%
100%
80%
100%
89%
%
23 Direção assistida
88%
88%
60%
52%
20%
2018
120% 80%
40%
Travas
Fonte: Jato Dynamics
20%
17% Ar-condicionado
Vidros elétricos
Trio elétrico – 100% de série em 2018 Valor agregado dos equipamentos reflete os preços elevados
46%
40% 20% 0%
8%
10%
Conexões USB/AUX
Áudio player
Fonte: Jato Dynamics
3%
0%
Blueooth
Android/ Apple/Outros
Novas tendências – Interatividade – aproximação do virtual X real; Telas cada vez maiores
RODAS – MODELOS TOP 10
OUTROS EQUIPAMENTOS – MODELOS TOP 10
(EQUIPAMENTOS - TENDÊNCIAS EM 10 ANOS)
(EQUIPAMENTOS - TENDÊNCIAS EM 10 ANOS)
2008
2018
2008
120%
120%
100%
100%
80%
80%
60%
60%
40%
40%
20%
20%
0%
100%
100%
2018
SOM/CONECTIVIDADE – MODELOS TOP 10
2008
0%
(EQUIPAMENTOS - TENDÊNCIAS EM 10 ANOS)
CONVENIÊNCIA – MODELOS TOP 10 120%
60%
SEGURANÇA – MODELOS TOP 10
Liga leve
Fonte: Jato Dynamics
Aro 13
Aro 14
Aro 15
Aros 16/17/18/19
0%
Transmissão auto/CVT
Piloto automático
2018
Revestimento em couro
GPS Fonte: Jato Dynamics
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MERCADO
EVOLUÇÃO DO PREÇO DE TRANSAÇÃO (VENDAS X FATURAMENTO)
HB COMP TOTAL
SD COMP TOTAL SD MID TOTAL SUV MID TOTAL TOTAL GERAL
SEGMENTO HATCH COMPACTO SEDÃ COMPACTO *MSRP R$ 56.485 R$ 58.692 **TP R$ 52.428 R$ 56.038 MSRP/TP 7,74% 4,74%
ANO A GM SAIU NA FRENTE, dotando o Onix, líder de vendas, com tela multimídia e câmbio automático tradicional de seis marchas
2015 2016 2017 2018
HATCH COMPACTO MSRP % R$ 45.615 – R$ 49.326 8,1% R$ 51.034 3,5% R$ 56.485 7,7%
SEDÃ MÉDIO R$ 101.781 R$ 97.079 4,84%
SEDÃ COMPACTO MRSP % R$ 58.371 – R$ 51.269 6,0% R$ 55.887 9,0% R$ 58.692 4,7%
SUV MÉDIO R$ 98.365 R$ 93.742 4,93%
SEDÃ MÉDIO MRSP % R$ 65.247 – R$ 85.172 30,5% R$ 100.209 17,7% R$ 101.781 4,8%
R$ 72.110 R$ 68.153 5,81%
SUV MÉDIO MSRP % R$ 80.283 – R$ 86.592 7,9% R$ 96.068 10,9% R$ 98.365 5,8%
Fonte: Jato Dynamics; *MSRP = Preço de lista das montadoras; **TP = Preço de transação
utilizam telas com mais de 8 polegadas. Um caso notório no mercado foi o do Ford EcoSport, que manteve um sistema de conectividade ultrapassado quando o mercado ganhou uma enxurrada de SUVs, a partir de 2015. As vendas caíram. Quando apresentou um face-lift do SUV que dominou o mercado por dez anos, a Ford deu muito mais ênfase à central multimídia, dotando o EcoSport do Sync3 com tela de 8 polegadas, antes só disponível em seus carros superiores. Nessa mesma linha, porém mais pela questão estética do que pela conveniência, pode-se observar uma preferência por rodas de diâmetro maior. Em 2008, pouco mais de 20% dos modelos top 10 ainda usavam rodas de aço, enquanto quase 60% contavam com rodas de liga leve. Porém, a maioria das rodas tinha aro de 13 ou de 14 polegadas. Em 2018, não existe mais nenhuma roda aro 13, as rodas aro 15 são a grande maioria, presentes em cerca de 55% dos carros, e até rodas maiores, como 16, 17, 18 e 19 polegadas, já estão presentes em 20% dos carros mais vendidos.
ESTRATÉGIA DE DESCONTOS POR REGIÃO FEVEREIRO CURITIBA
SÃO PAULO R$ 2.680,00
R$ 2.980,00
GOL
10%
PORTO ALEGRE COROLLA
R$ 0,00
RIO DE JANEIRO R$ 5.000,00
100%
MARÇO INTERIOR SÃO PAULO
FORTALEZA ONIX
R$ 1.200,00
R$ 4.200,00
71%
FORTALEZA PRISMA Fonte: Jato Dynamics
R$ 300,00
R$ 1.515,00
INTERIOR SÃO PAULO
80%
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MERCADO
A EVOLUÇÃO DOS PREÇOS A
ssim como no passado, os consumidores brasileiros continuam valorizando os descontos. Enquanto o hatches compactos tiveram um desconto médio de 7,7% no primeiro trimestre deste ano, os sedãs médios e SUVs receberam descontos de 4,8% e 4,9%, respectivamente. A combinação de novas plataformas, mais equipamentos e tecnologias mais modernas agregadas ao produto fez os carros subirem acima da inflação nos últimos anos. Considerando os preços de transação praticados de 2015 a 2018, o hatches compactos passaram de R$ 45.615 para R$ 56.485, enquanto os SUVs saltaram de R$ 80.283 para R$ 98.365. Mas a grande mudança no perfil de preço foi verificada no segmento de sedãs médios. As novas gerações do Honda Civic e do Chevrolet Cruze impactaram bastante os preços – e essa tendência foi seguida pelo Toyota Corolla, mesmo sem ter tido uma mudança de geração. Assim, os preços de transação saíram
JÁ NÃO BASTA OFERECER UM EQUIPAMENTO. É PRECISO OFERECÊLO MELHOR VITOR KLIZAS, presidente da Jato do Brasil
de um patamar de R$ 65.247 em 2015 para R$ 101.781. Foram dois saltos grandes na faixa de preços praticados: 30,5% em 2016 (com inflação de 6,29%) e 17,7% em 2017 (inflação de 2,95%). Num ambiente de preços em alta por
VENDAS DIRETAS TOP 10 - 2014
TOP 10 - JAN/ABRIL 2018
MARCA
MODELO
FATIA (%)
MARCA
MODELO
FATIA (%)
FIAT
STRADA
10,8%
FIAT
STRADA
7,1%
VOLKSWAGEN
GOL
9,1%
CHEVROLET
ONIX
6,2%
FIAT
UNO
5,8%
FORD
KA
4,8%
VOLKSWAGEN
SAVEIRO
5,2%
VOLKSWAGEN
GOL
4,7%
FIAT
PALIO
4,7%
VOLKSWAGEN
SAVEIRO
4,0%
VOLKSWAGEN
VOYAGE
4,3%
FIAT
TORO
4,0%
RENAULT
SANDERO
3,3%
HYUNDAI
HB20
3,8%
CHEVROLET
MONTANA
3,0%
CHEVROLET
PRISMA
3,1%
RENAULT
DUSTER
2,5%
VOLKSWAGEN
VOYAGE
2,8%
CHEVROLET
S10
2,5%
JEEP
COMPASS
2,8%
Fonte: Jato Dynamics
causa do maior e melhor conteúdo oferecido nos carros, a disputa pelo consumidor ficou mais intensa. Mas, apesar do tamanho continental do Brasil e da complexidade do País, muitos fabricantes continuam apostando em campanhas nacionais de varejo. Não funciona. Fazer uma campanha nacional é o passo mais direto para perder dinheiro ou, no mínimo, desperdiçar esforços e energia. Um estudo sobre os incentivos que os fabricantes estão dando para as respectivas redes, em nove mercados do País, revela casos interessantes. Foram analisados os seguintes mercados: São Paulo Capital, São Paulo Interior, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Juntos, esses nove mercados respondem por 36% das vendas de automóveis. Vejamos o caso do Toyota Corolla em fevereiro. O fabricante japonês identificou uma necessidade grande de atuar no mercado carioca, então
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ofereceu um desconto de R$ 5.000 no Rio de Janeiro, enquanto em Porto Alegre esse desconto foi de zero. Ou seja: um concorrente com uma campanha nacional com desconto padrão de R$ 2.500 talvez estivesse desperdiçando dinheiro em Porto Alegre, mas o incentivo seria insuficiente no Rio, e nesse caso estaria desperdiçando o dinheiro investido na campanha. Já em São Paulo, o desconto oferecido pela Toyota foi de R$ 2.500 (uma diferença de 50% em relação aos incentivos feitos no Rio). Já em março, um Chevrolet Onix com incentivo de R$ 1.200 em Fortaleza tinha desconto de R$ 4.200 no interior paulista – uma diferença de 71%. Se no varejo as decisões ficaram mais complexas, nas vendas diretas elas se tornaram absolutamente estratégicas. Se em 2008 as vendas diretas correspondiam a apenas 23,8%, em 2018 já significam 38,9%. O Gol foi desalojado da posição de carro de passeio mais vendido pelo Onix. Em 2014 havia três picapes pequenas (Strada, Saveiro e Montana) e uma picape média (S10) entre os dez veículos com maior venda direta. Em 2018, por enquanto, são apenas três: Strada e Saveiro continuam, mas a Toro, picape monobloco da Fiat, desalojou a dupla da GM. Pelas contas da Jato Dynamics, a frota brasileira é formada por 40,4 milhões de veículos. Onde estão, quase todo o mundo sabe: 49,4% no Sudeste, 19,7% no Sul, 16,1% no Nordeste, 10,1% no Centro-Oeste e 4,8% no Norte. O que muita gente não sabe (ou finge não saber) é que os “pequenos” mercados do Norte/ Nordeste representam 20,9% desses 40,3 milhões de veículos, ou seja, algo em torno de 8,4 milhões de veículos. É muito mais do que há em muitos países. Segundo Klizas, presidente da Jato do Brasil, qualquer análise de capilaridade do mercado
CONECTIVIDADE: essencial até mesmo em carros de entrada
brasileiro é fortemente distorcida pela presença no mercado de São Paulo (capital mais interior), pois seus números são tão expressivos que podem ofuscar mercados interessantes em outras regiões. Ele recomenda, portanto, que essa análise seja feita separadamente. “A indústria
trabalha com o óbvio e o óbvio não traz sucesso para ninguém”, comenta Klizas. “A estratégia de analisar só o comportamento das vendas das concessionárias mais próximas poderia funcionar dez anos atrás, hoje não funciona mais, pois oportunidades existem no País inteiro.” n
DISTRIBUIÇÃO DA FROTA CIRCULANTE NO BRASIL – 2017 (CARROS + COMERCIAIS LEVES + PESADOS)
REGIÃO NORTE
REGIÃO NORDESTE
4,8%
16,1% REGIÃO CENTRO-OESTE
10,1% 49,4%
FROTA TOTAL: 40.378.460 TIPO DE VEÍCULO
%
CARROS
81,2
COMERCIAIS LEVES
13,5
COMERCIAIS PESADOS
5,3
19,7%
REGIÃO SUDESTE
REGIÃO SUL
Fonte: Jato Dynamics
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INSUMOS
MATERIAIS PARA ENFRENTAR
NOVOS DESAFIOS
SETOR AUTOMOTIVO BUSCA EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DE SEUS COMPONENTES PARA ATENDER A DEMANDAS EMERGENTES
A
alumínio, com peças exteriores de plástico e, neste processo, algumas coisas já ganharam uso em massa, como os blocos de motor de alumínio”, conta o consultor. Ele calcula que, na Europa, 60% dos propulsores já tenham o componente feito do material mais leve. O porcentual chega a 90% na América do Norte. No Brasil, diz Custódio, a cadeia de fornecimento de materiais enfrenta o desafio de atender à demanda por peças plásticas mais nobres, nem sempre tão simples de serem encontradas. “Muitas montadoras têm enfrentado desafios para garantir o abastecimento de alguns componentes, principalmente daqueles que demandam
BANCO DE IMAGEM / SHUTTERSTOCK
lista de desafios que as empresas automotivas têm pela frente é grande: atender a patamares cada vez mais justos de eficiência energética, embarcar níveis maiores de conteúdo e tecnologia nos carros e, em paralelo, desenvolver veículos eletrificados e automatizados. Uma das ferramentas para avançar neste processo evolutivo são os novos materiais, mais tecnológicos e eficientes. “A principal busca é por redução de peso para garantir o menor nível possível de consumo de combustível e emissões de poluentes”, avalia Rodrigo Custódio, diretor da Roland Berger no Brasil. “Passamos por fases de muita experimentação com
O INOVAR-AUTO estimulou uma busca forte por materiais mais leves
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INSUMOS
DIVULGAÇÃO / CHEVROLET
zir algumas peças de reposição ou pequenos lotes, além da liberdade de design. “Temos conversado com muitos clientes interessados em aplicar a tecnologia em escala industrial, mas ainda não temos nenhum fornecimento no Brasil”, conta, esperando que este cenário mude em breve.
CHEVROLET BOLT tem 70% mais alumínio que carros a combustão
a injeção de dois materiais na mesma peça” diz. A Basf é uma das empresas que trabalham para atender a essa demanda. Ariane Marques, consultora de estratégia para a indústria automotiva da companhia no Brasil, diz que a empresa investe para fornecer componentes que permitam aos fabricantes de automóveis reduzir as emissões, o peso e melhorar a segurança e o conforto dos carros. “Temos soluções para interior, exterior, chassi e powertrain. Trabalhamos com um portfólio grande de plásticos de engenharia: materiais com elevada resistência mecânica e térmica e estabilidade dimensional”, enumera. O diretor da Roland Berger destaca que a evolução da demanda brasileira por materiais ganhou impulso recente do Inovar-Auto, regime automotivo que durou de 2013 a 2017 e exigiu melhoria na eficiência energética dos carros vendidos localmente. “Isso estimulou uma busca forte por redução de peso e soluções para diminuir o consumo de combustível”, diz. Uma das tecnologias que ganha-
ram grande espaço no Brasil com a legislação foram os pneus verdes, aqueles com baixa resistência ao rolamento. “Era uma tendência já amplamente difundida no resto do mundo, com potencial de aumentar a eficiência em até 4%, dependendo do carro”, estima Custódio. Ele avalia que a tecnologia ganhou espaço no Brasil justamente por ser uma solução rápida para atender ao menor patamar de consumo de combustível. “É algo barato para as montadoras que passou a ser oferecido por todas as fabricantes de pneus”, diz. OUTROS PROCESSOS Um movimento importante com influência nos materiais automotivos é a ascensão do hot forming, processo de estampagem a quente adequado para formas mais complexas que, segundo Custódio, garantem maior qualidade estrutural. “Há forte tendência de aumento da adoção dessa solução”, pondera. Ariane diz que outro processo que ganha espaço é a impressão 3D. Neste caso as vantagens estão na redução de custos para produ-
NOVOS MATERIAIS O diretor da Roland Berger avalia que, por enquanto, os materiais ainda não são a pauta mais urgente da indústria automotiva local, mas a tendência é de que o cenário mude bastante nos próximos anos. “A eletrificação traz alterações importantes nesta cadeia produtiva. Se isso não for bem planejado, a evolução rápida desta tecnologia no mercado poderá ser interrompida pela falta de insumos”, alerta. Ariane, da Basf, concorda e aponta que a Basf já trabalha para atender às novas demandas. “A mobilidade eletrônica e a condução autônoma levam a mudanças de especificações, novos modos de operação e demanda por leveza. Já temos soluções focadas nisso”, conta. Custódio cita o exemplo do Chevrolet Bolt, que tem 70% mais alumínio que a média de um carro a combustão, e do Golf elétrico, com 80% a mais de cobre e 12 vezes mais lítio do que a versão a gasolina. “Teremos crescimento importante da demanda por outros metais, o que pode representar uma oportunidade importante às mineradoras e fabricantes de componentes”, projeta, enumerando provável evolução na demanda por cobre e grafite, usados nas baterias, além de lítio. “O uso de minério de ferro tende a diminuir. Os materiais serão uma das questões mais estratégicas para a indústria automotiva nos próximos anos”, conclui. (Giovanna Riato) n
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INVESTIMENTOS
FCA APLICA R$ 14 BI E FARÁ QUATRO NOVOS SUVs NO PAÍS UM DELES SERÁ JEEP E OS OUTROS TRÊS, DA MARCA FIAT PEDRO KUTNEY | de Balocco (Itália)
A
TEMOS DE FOCAR EM LANÇAMENTOS RENTÁVEIS SERGIO MARCHIONNE, CEO global da FCA
powertrain e infraestrutura industrial. Segundo Filosa, os investimentos em infraestrutura deverão ser menores do que em anos recentes, porque as fábricas na região já estão concluídas (construção de Goiana e modernização de Betim e Córdoba, Argentina) com capacidade de produzir 1,25 milhão de unidades/ano. “A
DIVULGAÇÃO / FCA
té 2022 a FCA (Fiat Chrysler Automobiles) alocou R$ 14 bilhões em investimentos na operação brasileira e 90% dos recursos serão aplicados no desenvolvimento de produtos. As duas fábricas no Brasil vão produzir quatro novos modelos de SUV. Haverá um Jeep e um Fiat de sete assentos em Goiana (PE) e dois Fiat em Betim (MG), um do segmento B compacto e outro A subcompacto. As informações foram divulgadas em 1º de junho, no Capital Markets Day, realizado no campo de provas da FCA em Balocco, Itália, quando foi apresentado o novo plano estratégico da empresa para os próximos cinco anos. No fim do mês, Antonio Filosa, CEO da FCA Latam, confirmou o valor do investimento no Brasil. “Vamos localizar a produção de um novo Jeep de sete assentos e deslocar a Fiat para posição mais lucrativa até 2022, com lançamento de novos SUVs Fiat dos segmentos A, B e um médio de sete lugares”, revelou Sergio Marchionne, CEO global da FCA. O desenvolvimento dos produtos faz parte do investimento global da FCA de T 45 bilhões programado até 2022, que serão aplicados em projetos de novos veículos e motores, renovação dos atuais, eletrificação de
SERGIO MARCHIONNE anunciou investimento global de 45 bilhões de euros
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INVESTIMENTOS
A MAIOR PARTE DO INVESTIMENTO DE R$ 14 BILHÕES SERÁ PARA DESENVOLVER NOVOS PRODUTOS ANTONIO FILOSA, CEO da FCA Latam
maior parte será usada no lançamento de cinco modelos completamente novos e mais quatro renovações importantes”, explica o executivo. Os lançamentos de veículos novos a que Filosa se refere são os quatro SUVs (um Jeep e três Fiat) e a nova picape pequena Strada. “Já congelamos o design do novo SUV B da Fiat e da Strada, que devem chegar ao mercado em 2020. Tenho certeza que serão produtos vencedores, com potencial para recolocar a Fiat na liderança de mercado na virada da década”, avalia o CEO da operação Latam. Sobre os outros, o executivo afirma que ainda “há questões a resolver” e por isso os modelos Jeep e Fiat de sete assentos e o subcompacto virão um pouco depois, possivelmente em 2021. OFENSIVA BENEFICIA FIAT A FCA já fabrica o SUV mais vendido do mercado brasileiro, o Jeep Compass. O irmão menor Renegade fica entre os cinco mais procurados e deverá passar por uma reestilização de meia-vida ainda este ano. Com os novos quatro, vai fechar ainda mais os espaços nesse terreno, especialmente para a Fiat, que não atua nele ainda. Filosa acredita que os
concessionários da marca italiana, em relação desgastada pela falta de produtos competitivos, deverão ficar contentes com as novidades. Ao todo, até 2022, o executivo promete 15 lançamentos Fiat e outros dez Jeep e Ram, considerando renovações e modelos novos. Nas apresentações em Balocco, Marchionne confirmou que a planta de Goiana irá produzir um novo Jeep de sete assentos, em segmento que a montadora classifica como “D de entrada”. Nessa mesma classificação D estão modelos como o Cherokee, de porte médio para grande (nos padrões brasileiros). A fábrica pernambucana usa uma só plataforma para produzir Renegade, Compass e a picape Fiat Toro, mas o quarto (Jeep) e quinto (Fiat) carros a serem feitos na unidade vão precisar de uma base alongada, com entre-eixos maior, para acomodar os dois assentos extras. Pelo lado da Jeep, essa solução poderá dar origem ao Grand Compass – a marca usa o mesmo tipo de nomenclatura para diferenciar Cherokee e Grand Cherokee. Filosa explica que está em estudo se o novo produto maior usará a plataforma atual do Compass ou uma nova, ainda em desenvolvimento.
Foi descartada a produção em Goiana, como vinha sendo aventado, daquele que será o menor dos Jeep, modelo que a imprensa vem chamando de Junior Jeep e a marca promete lançar até 2022. O SUV mais adiantado dessa nova safra é o compacto B Fiat, que será produzido em Betim sobre a plataforma do Argo e chega às concessionárias em 2020. Depois, em 2021, será a vez de fazer em Minas o utilitário compacto (CUV), classificado no segmento A, onde hoje se encontram modelos como o Mobi, também feito na planta mineira, o Renault Kwid e o recém-lançado Ford Ka FreeStyle. FIAT FOCA NA AL Com quatro lançamentos previstos só para a América Latina (os três SUVs e a Strada) e renovações de outros quatro modelos, a região será a única do mundo onde a Fiat almeja algum crescimento ou a defesa de sua participação. No resto do mundo, pelos planos apresentados em Balocco, a marca tende a ser reduzida a patamar ainda menor do que já está. Na Europa, na última década a Fiat perdeu metade de seu market share, caiu de 10% para apenas 5%, abaixo até mesmo das marcas alemãs premium como Audi e BMW. Mas a intenção é essa mesma, segundo o CEO Marchionne: “Temos de focar em lançamentos rentáveis. O mercado mudou (para cima) em certas regiões e não adianta nada insistir com a Fiat na Europa, Estados Unidos ou China. O único valor exportável da Fiat é vender uma imagem ‘verde’, por isso vamos lançar o 500 e o 500 Giardiniera elétricos nesses mercados”, explicou. Marchionne desviou de perguntas sobre sua sucessão, esperada para janeiro do ano que vem, dizendo que este é um assunto a ser tratado mais tarde. n
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DIVULGAÇÃO / TOYOTA
LANÇAMENTO
YARIS
BRIGA NO MERCADO ACIMA DE R$ 60 MIL VERSÕES HATCH E SEDÃ VÃO GARANTIR MAIS ESPAÇO À MARCA NO BRASIL PEDRO KUTNEY
C
om cerca de uma década de atraso em relação ao projeto original, o Yaris chega ao Brasil produzido pela Toyota em Sorocaba (SP), na fábrica que inaugurou em 2012 para fazer um carro mais popular, o Etios, que na época entendeu ser a oferta mais adequada à renda do País. Mas a crise econômica fez a entrada do mercado mudar para o andar de cima, onde restaram consumidores que podem comprar um veículo zero-quilômetro
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– e querem coisa melhor. Com preços de R$ 60 mil a R$ 80 mil, o Yaris nacional vem cobrir o espaço entre Etios e Corolla deixado para trás pela Toyota. O Yaris nacional coloca a marca japonesa na briga por um espaço que hoje representa algo como 44% do mercado brasileiro, na porção de cima do segmento representada pelos chamados compactos B hatch e sedã premium, modelos acima de R$ 60 mil e com motorização superior a 100 cavalos. As vendas de carros desse tipo cresceram respeitáveis 47% no primeiro quadrimestre, de 89,5 mil em janeiro-abril de 2017 para 131,7 mil este ano. Nesse campo de jogo os principais concorrentes são Volkswagen Polo e Virtus, Fiat Argo e Cronos 1.8, Hyundai HB20 e HB20S 1.6, Honda Fit e City e Chevrolet Onix e Prisma 1.4. Portanto, não é nada desprezível o potencial de venda e de renda do Yaris, que chega ancorado na boa reputação da Toyota – marca que consegue fazer o Corolla, acima de R$ 100 mil, figurar entre os dez veículos mais vendidos do País. A expectativa é de vender 6 mil
FIZEMOS O YARIS COMPLETO, SEM OPCIONAIS QUE DESVALORIZAM O VEÍCULO MIGUEL FONSECA, vice-presidente executivo da Toyota do Brasil
Yaris por mês, 55% da carroceria hatch e 45% do sedã, e 95% deles equipados com transmissão automática tipo CVT. O câmbio manual de seis marchas só está disponível na versão de entrada XL do modelo. Para acomodar o Yaris em sua linha de produtos, a Toyota eliminou da lista versões mais baratas do Corolla e as mais caras XLS e Platinum do Etios – o modelo de entrada da marca agora será vendido em apenas duas versões de cada carroceria hatch e sedã, com preços que variam de R$ 48.400 a R$ 59.960.
YARIS SEDÃ é concorrente direto dos novos Fiat Cronos e VW Virtus
“Qualidade superior é item obrigatório no próximo carro do cliente que está ascendendo no mercado de consumo. Por isso fizemos o Yaris completo, sem opcionais que desvalorizam o veículo”, destaca Miguel Fonseca, vice-presidente executivo da Toyota do Brasil. O Yaris já pode ser encomendado, mas o hatch chega às concessionárias Toyota no Brasil somente na primeira quinzena de julho e o sedã mais para o fim do mês que vem. O Yaris automático oferece respostas bem dispostas ao acelerador eletrônico, graças à evolução do mecanismo CVT de polias variáveis unidas por cinta de aço. A transmissão agora também tem função de freio-motor, que reduz automaticamente a marcha quando se tira o pé do acelerador em uma descida. A Aisin produz no Brasil e fornece a caixa manual, cada vez menos procurada e oferecida. Com cerca de 300 mil unidades vendidas por ano, o Yaris é o segundo compacto B mais comprado no mundo, com presença em 120 países – número que deverá aumentar quando o Brasil começar a exportar o carro para países da América do Sul, o que deve ocorrer mais adiante. Atualmente a Toyota produz o modelo em oito fábricas com algumas variações.
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LANÇAMENTO
TOYOTA AMPLIA BASE DE FORNECEDORES E INVESTIMENTOS YARIS PRODUZIDO EM SOROCABA NASCE COM 75% DE COMPONENTES NACIONALIZADOS E FOI VETOR DE NOVAS FÁBRICAS DE AUTOPEÇAS
P
ara lançar o Yaris brasileiro produzido em Sorocaba (SP), a Toyota investiu R$ 1 bilhão, mas também provocou investimentos paralelos de fornecedores. Alguns inclusive construíram novas fábricas e linhas de produção especialmente para atender demandas trazidas pelo novo carro, que nasce com 75% de componentes nacionais e ampliou a base de suprimentos da montadora, com aumento no número de peças compradas, pois o Yaris compartilha poucos itens com outros modelos da marca feitos aqui. A Toyota tem atualmente o total de 130 fornecedores no Brasil e o trabalho de desenvolvimento do Yaris aglutinou 72 empresas. Seis delas vão fornecer pela primeira vez à fabricante japonesa no Brasil.
Cerca de 70% dos fornecedores do Yaris brasileiro também fornecem para o Etios já fabricado em Sorocaba, mas a maioria dos componentes é diferente. A grande maioria (63) está localizada no Estado de São Paulo, sendo nove empresas bem ao lado da fábrica, no parque de fornecedores montado pela Toyota desde o início da operação ali em 2012. Estes nove vizinhos fornecem de 70% a 80% das peças consumidas na linha de produção – são os itens de maior tamanho, mais difíceis de transportar, como bancos, vidros e chapas de aço. Além de São Paulo, a cadeia formada pelo Yaris se espalha por Minas Gerais (5), Paraná (3) e Rio Grande do Sul (1). NOVOS FORNECEDORES O Yaris foi o vetor de novos investimentos de seus fornecedores no Brasil. Entre as empresas que pela primeira vez estão fazendo negócios com a Toyota no Brasil, a NAL, do Grupo Koito, no
O DESENVOLVIMENTO ANTECIPA PROBLEMAS PARA EVITÁ-LOS DESDE O INÍCIO DA PRODUÇÃO CELSO SIMOMURA, vice-presidente da Toyota do Brasil responsável por compras
ano passado construiu uma fábrica em Sorocaba que irá fornecer os faróis de LED que equipam as versões de topo do novo carro. O primeiro cliente da planta é a Toyota. O mesmo acontece com a Hi-lex, que para atender a montadora inaugurou em março passado, perto da cidade de Itu (SP), unidade de produção de cabos de controle mecânico, como freio de estacionamento, para travamento de porta e abertura de porta-malas. Também na região de Sorocaba, a Gestamp investiu em uma nova linha de roll forming para moldar a estrutura metálica dos para-choques do Yaris. Todas as empresas envolvidas no projeto do Yaris passaram pelo rigoroso processo de desenvolvimento da Toyota, que tem cinco etapas até o início do fornecimento regular de peças e envolve o trabalho conjunto dos departamentos de compras, qualidade e controle de produção (manufatura), que participam do chamado SPTT, de Supplier Parts Track Team (algo como “Time de Acompanhamento dos Fornecedores de Componentes”). “O desenvolvimento antecipa problemas para evitá-los desde o início da produção. Se o fornecedor não fizer [componentes] com qualidade não adianta nada, não dá para corrigir na linha de montagem. Por isso mantemos uma relação de trabalho conjunto [com as empresas da cadeia de autopeças]”, explica Celso Simomura, vice-presidente da Toyota do Brasil responsável por compras. n
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PREMIAÇÃO
FCA LATAM FORTALECE RELAÇÃO COM SUPRIMENTOS EMPRESA PREMIA FORNECEDORES EM NOVO CICLO DE INVESTIMENTO
A
FCA Latam (Fiat Chrysler Automobiles) aproveitou o evento de premiação de fornecedores localizados na região da América Latina (que exclui México) para apresentar seu novo ciclo de investimentos, que soma T 45 bilhões no mundo e R$ 14 bilhões no Brasil nos próximos cinco anos. Sinalizou com isso horizonte de crescimento em que irá preci-
É IMPORTANTE QUE NOSSOS FORNECEDORES ENTENDAM O COMPROMISSO QUE ASSUMIMOS COM NOSSOS INVESTIDORES GLOBALMENTE E SE SINTAM PARTE DESSE PROCESSO. ASSIM ENTENDEM MELHOR NOSSAS NECESSIDADES SCOTT THIELE, diretor global de compras da FCA
sar de uma cadeia de suprimentos sólida e eficiente para garantir o sucesso de seus lançamentos, 15 da Fiat e 10 das marcas Jeep e Ram programados até 2022, entre renovações e modelos completamente novos. “É importante que nossos fornecedores entendam o compromisso que assumimos com nossos investidores globalmente e se sintam parte desse processo. Assim
VENCEDORES DO SUPPLIERS AWARDS 2018 Pelo segundo ano consecutivo, a FCA aplicou na divisão América Latina o modelo global de premiação dos fornecedores, adotado após a criação do grupo, em 2014, quando as operações de Chrysler e Fiat foram fundidas em uma só empresa. Foram escolhidas as 16 melhores empresas da cadeia de suprimentos em 16 categorias, com base na avaliação de desempenho no último ano que leva em conta indicadores de qualidade, entrega, custo, garantia e parceria. GESTÃO DE CADEIA DE SUPRIMENTOS Elta Transportes CAPEX (investimento em ativos) Balluff SERVIÇOS Much More MOPAR (divisão de peças e acessórios) Shell CARROCERIA Gestamp INSUMOS PPG CHASSIS Pirelli SISTEMAS DE MOTOR Umicore
INTERIOR Seoyon ELÉTRICOS Sumidenso POWERTRAIN Litens INOVAÇÃO Reply SUSTENTABILIDADE Basf Tintas OTIMIZAÇÃO DE VALOR Denso COLABORAÇÃO PROATIVA Brose FOCO REGIONAL: QUEBRANDO PARADIGMAS Metagal Argentina
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FENIX SOLUÇÕES AMBIENTAIS vencedora do
SUPPLIERS EXCELLENCE AWARDS 2018 CNH INDUSTRIAL sustentabilidade responsabilidade-social
A FORMA DE EXPRESSAR NOSSA GRATIDÃO É SEGUIR FAZENDO A DIFERENÇA NA CONSTRUÇÃO DE UM PAÍS MAIS EFICIENTE E SUSTENTÁVEL. A FENIX ajuda seus clientes a focarem-se em seus 'core business' reduzindo os esforços gerenciais e operacionais dispendidos com Gestão Ambiental e Gestão de Resíduos através da tecnologia de seu software SGA FENIX.
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DIVULGAÇÃO / FCA
PREMIAÇÃO
FCA premiou as 16 melhores empresas da cadeia de suprimentos
entendem melhor nossas necessidades, de competitividade e qualidade, para investirem conosco no futuro”, resumiu Scott Thiele, diretor global de compras da FCA. Ex-chefe de compras da FCA na América Latina e há três meses no posto de CEO da empresa na região, Antonio Filosa conhece bem a importância de parceria estreita com os fornecedores para criar produtos bem-sucedidos e de qualidade. Falando a cerca de 500 convidados no “Annual Supplier Conference and Awards” latino-americano realizado em Belo Horizonte (MG) dia 26 de junho, o executivo destacou os desafios do cenário atual e as ações de fortalecimento das relações com a cadeia de suprimentos que o grupo vem aplicando globalmente, replicadas pela divisão latino-americana da companhia, para viabilizar seu plano de negócios. “O mercado está cada vez mais
desafiador, demanda mais agilidade e capacidade de inovar. O programa de relacionamento do grupo com os fornecedores, apresentado ano passado, segue como norte”, ressaltou Filosa, referindo-se ao 4T Program, baseado nas palavras-chave Trust (confiança), Teamwork (trabalho em equipe), Transparency (transparência) e Transformation (transformação). Luis Santamaria, diretor de compras e cadeia de suprimentos da FCA Latam, apontou alguns números e avanços do 4T Program na região. Segundo ele, desde o lançamento do programa foram realizados 53 eventos junto aos fornecedores, que enviaram 566 propostas com objetivo de reduzir custos e aumentar qualidade e produtividade. Também foi realizado com 49 fornecedores no Brasil e na Argentina trabalho de integração de processos tecnológicos e sistemas
avançados de manufatura previstos pelo World Class Manufacturing (WCM), adotado globalmente nas fábricas do Grupo FCA. “Para se ter uma ideia, foram mais de 20 mil horas de treinamento com a participação de 2.241 pessoas”, enfatizou Santamaria. No evento, os fornecedores também receberam informações sobre características e design dos lançamentos da FCA previstos para os próximos anos na região, que representam novas oportunidades de fornecimento e podem orientar investimentos necessários e planejamento futuro. “Com o novo plano industrial da FCA globalmente anunciado, teremos 25 lançamentos de novos modelos, renovações de produtos e séries especiais de veículos Fiat, Jeep e Ram na América Latina nos próximos cinco anos. Contamos com vocês para isso”, reforçou Filosa. n
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PREMIAÇÃO
CNH INDUSTRIAL VOLTA A PREMIAR FORNECEDORES PRINCIPAL DESTAQUE FOI A TENNECO
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proximação e parceria: estas foram as duas principais mensagens que marcaram a estreia do prêmio de fornecedores da CNH Industrial, o primeiro desde a fusão das empresas de bens de capital do então Grupo Fiat, em 2013, quando foram separadas as divisões de automóveis, hoje FCA (Fiat Chrysler Automobiles), e a de bens de capital, que reúne veículos comerciais, máquinas e motores. A mudança deu origem ao conglomerado CNH Industrial, que reúne as marcas de caminhões, ônibus e veículos especiais de defesa Iveco, as máquinas agrícolas e de construção Case e New Holland, a fabricante de motores FPT e a fornecedora de veículos especiais Magirus, entre outras que atuam em diversas regiões do mundo. Em cerimônia realizada dia 19 de
junho, em Belo Horizonte (MG), a companhia reuniu os representantes de seus melhores fornecedores ranqueados a partir da avaliação do desempenho apresentado ao longo de 2017. O diretor de compras da CNH Industrial para a América Latina, Carlo Martorano, destacou a importância da realização do novo prêmio como forma de estreitar a relação da empresa com seus parceiros. Ele lembrou das principais frentes que a companhia trabalha com o objetivo de elevar a competitividade e driblar, como ele mesmo citou, as inúmeras dificuldades dos cenários econômico e político no Brasil. Globalmente, a CNHI tem um poder de compra próximo a R$ 50 bilhões, o que equivale ao PIB de alguns países da América Latina. “Aqui na região, nossas compras devem somar R$ 4,5 bilhões em
2018, com a possibilidade de mais 1 bilhão com potencialidade de localização de componentes”, revela Martorano. O presidente do Grupo CNH Industrial para a América Latina, Vilmar Fistarol, fez um balanço da situação geral na América Latina: o Brasil vê certa recuperação no segmento de veículos comerciais pesados, especialmente caminhões e ônibus, o que reflete um PIB pouco melhor este ano, cujo crescimento é previsto para algo em torno de 2,2% sobre 2017; já o segmento de máquinas ainda patina, também reflexo do outro lado da moeda, de um País que ainda tem muita dificuldade em investir. OS PREMIADOS Dos 249 fornecedores elegíveis para o Suppliers Excellence Awards 2018, a CNH Industrial definiu os três que
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PREMIAÇÃO
mais pontuaram em cada uma das 11 categorias, formando o time de finalistas. Os vencedores de cada uma foram anunciados durante a cerimônia de entrega dos troféus. Além dos 11 premiados, foram eleitos os melhores projetos na categoria especial Sustentabilidade, que reconheceu três ações em cada subcategoria, a de meio ambiente e a de responsabilidade social. A ganhadora da noite foi a Tenneco Automotive, que também venceu na categoria Tecnologia e inovação. (Sueli Reis, de Belo Horizonte, MG) n
AQUI NA REGIÃO, NOSSAS COMPRAS DEVEM SOMAR R$ 4,5 BILHÕES EM 2018, COM A POSSIBILIDADE DE R$ 1 BILHÃO ADICIONAL COM POTENCIALIDADE DE LOCALIZAÇÃO DE COMPONENTES CARLO MARTORANO, diretor de compras da CNH Industrial para a América Latina
FINALISTAS E VENCEDORES FORNECEDOR DO ANO Tenneco Automotive QUALIDADE Finalistas: Protomax, Schaeffler e Sika Automotive Vencedora: Schaeffler
MATERIAIS INDIRETOS E SERVIÇOS Finalistas: Guia Mkt, Massima Alimentação e Paleta Pintura Vencedora: Massima Alimentação PARTS & SERVICE Finalistas: Daido, Quantum e Sanven Metalúrgica Vencedora: Daido
ENTREGAS Finalistas: Borrachas Daud, Metalúrgica Frum e Rassini-NHK Vencedora: Rassini-NHK PARCERIA COMERCIAL Finalistas: Continental, Petronas Lubrificante e Titan Pneus WCM – WORLD CLASS MANUFACTURING Vencedora: Titan Pneus Finalistas: Alfagomma do Brasil, Tecparts e VS de Lima Vencedora: Alfagomma do Brasil MELHOR FORNECEDOR ARGENTINO OTIMIZAÇÃO NO CUSTO DO PRODUTO Finalistas: Carraro Argentina, Musian Canciani e Pellacani Finalistas: Fundimisa, Magno Peças e Piatex Vencedora: Musian Canciani Vencedora: Magno Peças LOGÍSTICA NO TRANSPORTE Finalistas: Encaixe, Nova Safra e Sada Vencedora: Sada TECNOLOGIA E INOVAÇÃO Finalistas: Maxion Montich, Sumiriko do Brasil e Tenneco Automotive Vencedora: Tenneco Automotive CAPEX Finalistas: Belle Plastic, Brasif Locadora e JS Ferramentaria Vencedora: JS Ferramentaria
SUSTENTABILIDADE Meio ambiente Truck Bus – Projeto e construção de planta ecológica Continental - Green Plant Label Dana - Zero Efluente RESPONSABILIDADE SOCIAL Fênix Soluções Ambientais - Política de inclusão e diversidade no ambiente laboral Titan Pneus - Programa Viva Livre Bruning - Projeto Viva
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Organizado em período de definição do budget e do plano de negócios para 2019, o workshop Planejamento Automotivo trará informações indispensáveis para executivos relacionados ao setor no que diz respeito à economia, nova política industrial e ao comportamento da indústria automobilística, contribuindo para a definição das principais estratégias da sua empresa. GARANTA SUA VAGA! INSCREVA-SE JÁ! www.planejamentoautomotivo.com.br | tel. 11 5095-8888
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PREMIAÇÃO
BOSCH PREMIA OS 10 MELHORES FORNECEDORES RECONHECIMENTO LEVOU EM CONTA OS MELHORES DESEMPENHOS DA CADEIA NO BIÊNIO 2016-2017
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GANHADORES PRODUTOS E SERVIÇOS Andreani Logística Brasiliense Comissária de Despacho Empresa de Transportes Covre Iscar do Brasil PEÇAS E COMPONENTES Arim Componentes PPE Fios Esmaltados Rudolph Usinados Sulbras Moldes e Plásticos Zanettini Barossi REPOSIÇÃO AUTOMOTIVA Indústrias Tudor de Baterias
DIVULGAÇÃO / BOSCH
Bosch premiou dez de seus fornecedores da região América Latina que registraram os melhores desempenhos durante o biênio 20162017. A cerimônia do Regional Supplier Award foi realizada dia 14 de junho, em Campinas (SP), com a indicação do troféu Magneto de Ouro aos vencedores em três categorias: Produtos e Serviços, Peças e Componentes e Reposição Automotiva (esta criada este ano). Segundo a Bosch, a premiação reconheceu o desempenho dos fornecedores em avaliações de qualidade, competitividade, entrega, logística, parceria comercial, gestão de projetos, pontualidade, inovação, gestão social e ambiental. “O Encontro de Fornecedores América Latina é uma rodada de conhecimento e discussões com os nossos principais fornecedores sobre os cenários econômicos, mercadológicos e melhoria de processos. Durante este evento também temos a oportunidade de apresentar as diretrizes do departamento de compras, qualidade e logística, assim como promover discussões para fomentar novas ideias que possam trazer benefícios para ambos os lados”, destaca Giulianno Ampudia, diretor de compras, qualidade e desenvolvimento de fornecedores da Bosch América Latina. n
BOSCH reconheceu os melhores parceiros em três categorias
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FÓRUM DE RH
RETER TALENTOS É DESAFIO PARA AUTOPEÇAS
EMPRESAS DISCUTEM COMO MANTER BONS PROFISSIONAIS SEM QUE SAIAM EM TRÊS OU QUATRO ANOS MÁRIO CURCIO
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abricantes do setor de autopeças enfrentam a dificuldade em reter talentos em suas fábricas, como ficou claro durante o VI Fórum de RH no Setor Automobilístico, realizado por Automotive Business em São Paulo em 11 de junho. “Por causa do modelo de liderança, estamos perdendo profissionais após três ou quatro anos”, afirma o diretor de RH da Valeo, Kleber Daniel. “Atraímos muitas pessoas, o que precisamos é saber como retê-las”, diz o executivo, que participou do painel “O
Ponto de Vista das Autopeças”, coordenado por Fernando Tourinho, diretor de RH da Bosch. A partir do questionamento da plateia, Tourinho perguntou se haveria neste momento escassez de talentos. Ana Borgonovo, diretora de RH da Mahle Metal Leve, afirma que há pessoas desqualificadas e recorda: “Às vezes o talento está dentro de casa e a gestão e o desenvolvimento interno de pessoas são bem importantes”, diz. “É preciso quebrar o paradigma de trazer pessoas cuja
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origem seja somente o próprio setor automotivo. Na minha equipe estou trazendo gente de outros mercados”, afirma Daniel. Sílvia Zwi, que dirige o RH da Eaton, revelou uma forma interessante de buscar talentos no processo de seleção: “Eliminamos de parte do processo informações como gênero e idade da ficha do candidato como forma de surpreender o entrevistador”, diz. COMO SE FAZ NO GOOGLE A especialista em programas de recrutamento do Google, Laris-
LARISSA ARMANI, especialista em programas de recrutamento do Google
sa Armani, revela que a própria natureza da empresa em que trabalha obrigou a mudanças no processo de seleção: “Não fazia muito sentido reter candidatos em longas dinâmicas de grupo que os obrigavam a faltar em seus trabalhos”, diz. A empresa adotou quatro sessões on-line de 45 minutos com perguntas que permitissem identificar no candidato a capacidade de resolução de problemas, a qualidade mais desejável e presente em vários perfis analisados pelo RH da empresa.
GERDAU MUDA DIANTE DE CENÁRIO DESAFIADOR RH EXPÕE PLANO PARA TRANSFORMAÇÃO CULTURAL DA EMPRESA ATÉ O ANO DE 2022
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s anos recentes levaram o departamento de Recursos Humanos da Gerdau a elaborar um grande plano de transformação cultural até 2022. “O projeto começou há quatro anos, diante de um
RAQUEL CARDOSO, gerente de RH da Gerdau
cenário econômico desafiador, com margens de lucro cada vez menores e concorrência mais acirrada. Sentamos com o conselho para discutir o futuro da empresa”, afirma a gerente de RH da Gerdau, Raquel Cardoso, convidada do VI Fórum de RH na Indústria Automobilística. A questão da diversidade está focada nas mulheres por se tratar de um tema novo, segundo Raquel. Ela recorda também que a Gerdau estabeleceu algumas bases para o desenvolvimento de seu plano de transformação cultural. Uma delas pressupõe autonomia com responsabilidade: “Se há possibilidade de erro (em uma nova ação ou projeto), que seja por um curto período ou com custo baixo”, explica Raquel. Outra base para a mudança cultural dentro da empresa exige líderes desenvolvendo líderes.
“Um líder na Gerdau precisa investir 30% de seu tempo em pessoas”, recorda Raquel. Abertura a novas ideias e práticas, simplicidade e austeridade também formam a base do projeto para até 2022. TEMPOS MODERNOS Segundo a gerente de Recursos Humanos, nos setores em que é possível a companhia já adota práticas como home office e jornada flexível de trabalho, neste caso com uma hora a mais de segunda a quinta-feira e trabalho às sextas até o meio-dia. “Mas é verdade que a maior parte das unidades tem turnos fixos porque não conseguimos tirar os operadores de dentro das fábricas, mas neste caso promovemos encontros internos com filhos, familiares e também sobre oportunidades de empreendedorismo dentro de casa.”
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FÓRUM DE RH
CAPACIDADE DE ADAPTAÇÃO É ESSENCIAL PARA PROFISSIONAIS E EMPRESAS DIRETORA DA ABRH APONTA QUE O MUNDO PASSA POR MOMENTO DESAFIADOR
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iante da transformação no mundo dos negócios, a grande aptidão que os profissionais e organizações devem desenvolver é capacidade de adaptação. A opinião é de Françoise Trapenard, diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH). Ela participou do Fórum RH na Indústria Automobilística, evento realizado por Automotive Business em São Paulo em 1d1 de junho. “O contexto está mudando muito rapidamente, com volatilidade, incerteza e muita complexidade. Precisamos, acima de tudo, ter potencial para nos adaptar às diversas transformações”, avalia. A especialista aponta que o mundo passa por momento extremamente desafiador, com três crises em curso ao mesmo tempo. A primeira, destaca, é relacionada ao modelo econômico,
RENATE FUCHS, gerente de projetos da Porsche Consulting
com dificuldade que economias enfrentam para seguir em crescimento. O segundo desafio é ambiental, com o avanço do aquecimento global. Por fim, a terceira crise é de valores. “O grande problema é que avançamos com o mundo do trabalho focados na objetividade e na lógica e desconsideramos a importância das emoções. Não conseguiremos ir em frente e conduzir a transformação digital sem reavaliar isso.” Se a assimetria permanecer, acredita, a crise de valores só tende a aumentar. Françoise reforça a importância da atuação das empresas estar alinhada com os desafios da humanidade. “Enfrentamos o envelhecimento da população, a desigualdade econômica e a missão de encarar o processo de digitalização. As organizações também precisam encarar isso de frente”, diz. “É um processo longo e não-linear, que exige mudança do modelo mental. Precisamos que o humano seja o centro desta mudança, com a área de RH com responsabilidade por ajudar no desenho da trajetória, levar sonho e inspiração para a companhia”, defende. EMPRESAS ATRATIVAS O custo para quem não encarar os desafios de frente será alto, destacou Renate Fuchs, gerente de projetos da Porsche Consulting, que também participou do evento. Estudos mostram que 40% das grandes empresas que não passarem por revolução deverão fechar as portas nos próximos anos. “Precisamos capacitar a organi-
FRANÇOISE TRAPENARD, diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH)
zação para fazer o novo: recrutar pessoas diferentes e capacitar funcionários para lidar com situações que ainda não conhecemos”, aponta Renate. Segundo ela, muitas companhias permanecem focadas apenas na transformação das fábricas com o avanço dos robôs e da conectividade na indústria e perdem de vista que o trabalho administrativo também tem de mudar. Com as novas ferramentas, a produtividade das funções da área administrativa deve triplicar nos próximos anos, estima. A consultora conta que as empresas mais bem vistas pelos funcionários são aquelas avaliadas como atrativas e com potencial para o futuro, “as companhias percebidas como mais capazes de fazer as transformações necessárias”, esclarece.
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KLEBER DANIEL (Valeo), SÍLVIA ZWI (Eaton), ANA BORGONOVO (Mahle) e FERNANDO TOURINHO (Bosch)
QUEST PROJETA VENDAS DE 2,9 MILHÕES DE VEÍCULOS SÓ EM 2020 CONSULTORIA PREVÊ RETOMADA LENTA DO SEGMENTO DE MODELOS LEVES
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s vendas de veículos no Brasil precisarão de alguns bons anos para alcançar novamente o patamar recorde registrado em 2012, quando o mercado interno somou 3,6 milhões de leves. Estimativa da Quest Inteligência aponta que, em 2020, o volume anual chegará a 2,9 milhões de unidades. “É um número interessante, mas ainda muito abaixo do pico que tivemos no passado. É um patamar equivalente ao de 2008”, avaliou Rafael Nascimento, diretor da consultoria, durante o Fórum de RH na Indústria Automobilística, realizado por Automotive Business na segunda-feira, 11. A empresa projeta que 2018 terminará com 2,4 mi-
lhões de veículos leves emplacados, com alta de 10,5% sobre o ano passado, e 63,7 mil caminhões – evolução de 22,5%. Para 2019 a estimativa é de continuidade do crescimento, com uma nova expansão de 10,5% para 2,6 milhões de leves. “Esta previsão pode subir caso tenhamos um aumento do nível de emprego, redução das taxas de juros e melhora do cenário macroeconômico”, diz. Ele alerta, no entanto, que o aprofundamento de incertezas políticas e a piora da conjuntura econômica podem ter impacto negativo nas estimativas traçadas pela Quest. (Giovanna Riato)
PRESENÇA FEMININA NO FÓRUM
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urante o VI Fórum de RH na Indústria Automobilística foi apresentado o resultado final de uma pesquisa inédita sobre a atuação da mulher nessa indústria. Além do fechamento dos dados previamente apresentados em fevereiro, Paula Braga, diretora de Automotive Business e líder do projeto Presença Feminina no Setor Automotivo, abordou as principais dificuldades que as mulheres enfrentam para seguir um plano de carreira nesse mercado. Nos últimos quatro anos a presença das trabalhadoras na cadeia produtiva cresceu 2 pontos porcentuais. Dessa forma, as mulheres passaram a responder por 17% da força de trabalho do setor. “O número deixa claro o quanto o segmento ainda tem de oportunidades para avançar na construção de ambientes mais igualitários. O sutil avanço recente foi puxado por pressão das matrizes das companhias multinacionais, por transformações culturais e, ainda, pode estar ligado ao fato de a mulher receber remuneração até 33,8% menor do que os homens nessa indústria e, por isso, ter sido estratégica para as empresas em período de crise”, ponderou Paula.
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MARKETING
O MARKETING E A COMUNICAÇÃO MUDARAM. VOCÊ JÁ SABE PARA ONDE CORRER? VOCÊ JÁ SE SENTIU ATRASADO DIANTE DAS TRANSFORMAÇÕES E FERRAMENTAS QUE SURGEM EM VELOCIDADE VERTIGINOSA NA ÁREA DE MARKETING? JÁ REFLETIU SOBRE OS INCONTÁVEIS NOVOS TERMOS E DESAFIOS QUE PERMEIAM A ROTINA DE QUEM É RESPONSÁVEL PELO CRESCIMENTO E SUCESSO DE MARCAS NOS DIAS ATUAIS? PAULA BRAGA
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credite, você não é o único a enfrentar esse problema. Respire fundo porque encarar as mudanças tem sido difícil para muita gente. O mundo é cada vez mais integrado, exigindo ações omnichannel, tendência do varejo que se baseia na convergência de todos os canais utilizados por uma empresa, integrando a loja física, virtual e todos os pontos de contato com o consumidor. O cliente ganha voz e poder nas redes sociais e as empresas correm atrás de estratégias para alcançá-lo e entendê-lo, tarefa difícil e que exige assertividade. Com tantas transformações,
as marcas são hoje quase geridas pelo cliente. Quando falamos de veículos de comunicação, o leitor se torna mais seletivo, com aceitação cada vez menor em relação à interferência de campanhas em sua jornada. Os adblocks (bloqueadores de anúncios) emergem e ganham cada vez mais adeptos, deixando agências amedrontadas. Neste contexto, ganham força as marcas e empresas que apostam em gerar conteúdo de forma estratégica e, principalmente, relevante para o público. As empresas enfrentam agora a responsabilidade de contar histórias e, mais do que fazer propaganda, levar conhecimento e experiência para os clientes.
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A ERA DIGITAL VALORIZA EMPRESAS HUMANIZADAS Em plena era digital, o branded content (conteúdo produzido pela marca) ganha importância ante o desafio de fazer com que as companhias exponham seu posicionamento, propósito e se apresentem de forma mais humanizada, aproximando-se do consumidor e quebrando barreiras. Os desafios de atrair a atenção, engajar, repercutir e mensurar aumentam à medida que a audiência se torna mais pulverizada, os canais se multiplicam e as verbas ficam menores. Neste jogo, o conteúdo é um grande aliado das marcas que, quando conseguem usá-lo de forma favorável, conquistam novos espaços, aumentam a penetração e a possibilidade de engajamento do leitor. Se, por um lado, os formatos tradicionais de banners e campanhas estão em xeque, por outro, ações de branded content e de construção de narrativas das marcas abrem as portas para uma relação mais relevante e transparente com os consumidores. Sob o meu ponto de vista, a troca não poderia ser mais positiva, apesar das dores do processo.
QUAL É O PERFIL DOS NOVOS PROFISSIONAIS DE MARKETING? Em cenário de constante ebulição com tecnologias que evoluem rapidamente, os profissionais de marketing são desafiados a buscar reinvenção e encontrar novas soluções para alavancar os negócios. Não basta só entender de números e análise de dados para desenvolver campanhas eficientes. Agora as ações demandam conhecimento cada vez mais profundo de tecnologias e soluções como inteligência artificial, realidades virtual e aumentada, chatbots, entre outras. Acrescento à lista de aptidões necessárias aos profissionais da área a sensibilidade e atenção para entender as transformações que a sociedade enfrenta e, principalmente, empatia para se colocar no lugar do consumidor e ser capaz de criar formatos relevantes para ele. Encontrar o cliente é uma dificuldade que aumenta exponencialmente e as ações de marketing direto passam a ter papel fundamental no relacionamento B2B, em
ambientes de negócio entre empresas. O desafio é sempre impactar a pessoa que está ali do outro lado, ainda que não se trate do consumidor final, mas do profissional de outra organização, responsável por tomar a decisão de compra do seu produto. O poder de reter o cliente está diretamente ligado às soluções inovadoras e resultados que a sua empresa oferece. Encontrar profissionais de marketing e empresas parceiras que entendam a sua dor e andem lado a lado para desenhar projetos de comunicação personalizados é fundamental nesse processo.
E COMO FICAM OS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO? Como líder de uma plataforma de comunicação, a Automotive Business, percebo o papel dos veículos de imprensa como ainda mais decisivos para as marcas. Em tempos de fake news, é nesses espaços de alta credibilidade e público engajado que as empresas poderão desenvolver suas narrativas em novos formatos, como o branded content, que traz um novo perfil de comunicação, tornando possível que marketing e jornalismo trabalhem em parceria. De um lado, o veículo segue com isenção e independência em suas coberturas. De outro, na área comercial, as marcas preocupam-se em construir conteúdo relevante a quatro mãos com o time de especialistas do canal de comunicação, que conhecem bem o perfil e as necessidades da audiência. A ideia é sempre gerar materiais com alta atratividade para o leitor, que cheguem até ele de forma identificada, apresentada ou assinada pela marca. Existe uma linha tênue entre o conteúdo publicitário, que exibe apenas as soluções do anunciante, e o conteúdo apresentado pela marca, que constrói convergência entre o propósito e motivo de ser da marca e os interesses do leitor. Para que tenha o efeito desejado, é essencial que o discurso seja honesto e que a empresa esteja madura o bastante para entender que o melhor aqui não é empurrar um discurso de venda para o leitor, mas entregar informação relevante para ele. Eventos e iniciativas que busquem a interação com o público no ambiente profissional e apostem em cocria-
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MARKETING
ção também se mostram uma tendência. As pessoas não querem mais apenas sentar em auditórios e ouvir a visão de especialistas. Todos desejam expressar pontos de vista e apresentar soluções para construir caminhos mais consistentes. A ideia é que marcas e plataformas de comunicação pensem em encontros que gerem este conteúdo diverso, que pode ser aproveitado em relatórios para gerar insights a quem participou ou servir como apoio à tomada de decisão. Em resumo, os veículos de comunicação têm o desafio de desenhar novas oportunidades para as empresas, com foco no fomento do relacionamento entre marcas e clientes. Não basta só oferecer o trivial, espaços para anúncios e modelos de patrocínios, é preciso ir mais fundo. A lição de casa é levar a mensagem da marca de forma criativa e inovadora. Para isso, as empresas devem contar com times preparados e atualizados. Investir em núcleos formados por pessoas de diferentes áreas com a missão de
criar soluções com diferenciais perceptíveis pode ser o primeiro passo. As reuniões periódicas para discussão dos resultados e de novas ideias devem estar no calendário. Não ter medo de errar, testar e pivotar são posturas essenciais. Não adianta apenas levantar possíveis soluções e planejar, é necessário partir para a implementação e medir os resultados, fazendo ajustes até alcançar a performance esperada.
TUDO ISSO TAMBÉM GERA ANSIEDADE? Calma. Você não está sozinho nessa jornada. Empresas como Automotive Business, plataforma de conteúdo voltada à liderança da cadeia de produção automotiva, estão preparadas para ajudar a encontrar as melhores soluções para encarar esse mundo em franca transformação e conquistar resultados dentro do ambiente B2B do setor automotivo. n
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WORKSHOP
INDÚSTRIA 4.0
SÓ FUNCIONA COM OBJETIVO DEFINIDO ESPECIALISTAS DESTACAM QUE SOLUÇÃO PRECISA SER MEIO, NÃO FIM GIOVANNA RIATO
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FOTOS: LUIS PRADO
mplementar a indústria 4.0 está entre as prioridades das empresas automotivas. O investimento na solução pode, no entanto, ser um tiro no pé das companhias que não tiverem claros os aspectos que pretendem melhorar com a tecnologia. “O primeiro passo deve ser entender quais são os pontos de dor da organização, o que precisa ser melhorado. Não necessariamente a indústria 4.0 será a resposta e, se for, é preciso entender quais soluções desta abordagem podem ser úteis”, disse Renato Basso, do BCG (Boston Consulting Group), que participou do Workshop Indústria 4.0, promovido em São Paulo por Automotive Business dia 21 de maio. “Investir em tecnologia por investir é perder dinheiro. Temos demanda ilimitada e recursos limitados. Precisamos ter propósito claro e saber o que queremos
melhorar para prosperar nesse cenário”, diz Ronaldo Fragoso, sócio-diretor de desenvolvimento de mercado da Deloitte. Os especialistas indicam que, nas fábricas, o conceito traz a possibilidade de implementar manutenção preditiva nos equipamentos, monitoramento e rastreabilidade da produção, automatização de processos, incremento na segurança, na eficiência energética e, enfim, na qualidade dos produtos. “O avanço deste cenário só é possível porque os custos da tecnologia estão em queda”, lembra o especialista do BCG. Segundo ele, o valor da banda larga, por exemplo, diminuiu 40% nos últimos 10 anos. Neste período, os sensores ficaram 50% mais baratos. Ele enumera que os ganhos podem ser proporcionais para as companhias. Segundo cálculos do BCG, os custos de conversão de um produto (produção sem contar gastos com matérias-primas) podem cair 40% em dez anos com o uso de soluções de indústria 4.0, além de aumentar a flexibilidade com a queda de 20% a 60% do tempo necessário para fazer ajuste dos equipamentos da fábrica (setup). Quando se trata de criar fábricas automatizadas, conectadas e, portanto,
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WORKSHOP
INVESTIR EM TECNOLOGIA POR INVESTIR É PERDER DINHEIRO RONALDO FRAGOSO, sócio-diretor da Deloitte
inteligentes, o céu é o limite, como aponta Basso, destacando possibilidades como a adoção de soluções como impressão 3D em série, uso de drones para transportar itens dentro da fábrica, robôs que trabalham em colaboração com seres humanos e realidade aumentada. MODELOS DE NEGÓCIO Basso destaca que o enorme potencial de transformação que a indústria 4.0 pode promover extrapola os limites das fábricas. É possível (e neces-
sário) mudar o negócio como um todo, aponta. “Surge a possibilidade de encontrar novos modelos de gerar e captar valor, de oferecer serviços”, diz, citando exemplos como a GE, que no lugar de vender turbinas aeronáuticas decidiu oferecer o equipamento por assinatura. A John Deere, que produz máquinas agrícolas, é outro caso citado por ele. “Eles estão entregando uma série de serviços além dos equipamentos.” Fragoso, da Deloitte, concorda: “A convergência que a indústria 4.0 traz
é maior do que prevíamos. As empresas se transformam em plataformas de negócio e integram o físico e o digital”, analisa. Por isso, destaca, a tecnologia precisa ser caminho para chegar às mudanças e novos objetivos. O consultor cita pesquisa realizada pela Deloitte com 1,6 mil executivos em todo o mundo - 100 deles no Brasil. Segundo o levantamento, mais de 60% dos líderes não se consideram preparados para a mudança imposta pela indústria 4.0. “Isso mostra o grande nível de incerteza”, pondera.
O ENORME POTENCIAL DE TRANSFORMAÇÃO QUE A INDÚSTRIA 4.0 PODE PROMOVER EXTRAPOLA OS LIMITES DAS FÁBRICAS RENATO BASSO, diretor do Boston Consulting Group
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WORKSHOP
INDÚSTRIA 4.0 VAI GERAR US$ 15 TRILHÕES EM RECEITAS EM 15 ANOS PARA USUFRUIR DO CRESCIMENTO, SETOR AUTOMOTIVO PRECISA APRENDER A TRABALHAR DADOS
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indústria 4.0, conceito que prevê fábricas automatizadas, conectadas e inteligentes, poderá liberar US$ 15 trilhões em receitas nos próximos 15 anos. “Não há nenhum outro conceito com potencial tão expressivo de gerar faturamento”, afirma José Rizzo Hahn, presidente da Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII) e da Pollux Automation no País. Segundo o executivo, para desfrutar do crescimento a indústria automotiva precisa aprender a lidar com dados, desenvolvendo a capacidade de gerar e analisar enorme quantidade de informações. “A internet das coisas (IoT) cresce exponencialmente. Teremos 50 bilhões de coisas conectadas até 2020. Os dados gerados por esses dispositivos trazem potencial para que empresas promovam rupturas na lógica do mercado e inovem”, diz.
A INTERNET DAS COISAS (IoT) CRESCE EXPONENCIALMENTE. TEREMOS 50 BILHÕES DE COISAS CONECTADAS ATÉ 2020 Hahn reforça que o custo de não investir nessa transformação será alto, citando estudo da Washington University que traça o assustador panorama de que 40% das 500 maiores empresas dos Estados Unidos vão deixar de existir nos próximos dez anos. “Parece absurdo, mas já vemos isso com a Amazon, por exemplo, que mudou o
varejo com forte impacto sobre negócios tradicionais como [a loja de eletrônicos] Best Buy.” O executivo enumera que a análise dos dados é o caminho para oferecer soluções mais adequadas ao mercado e à economia de compartilhamento que ganha força, enquanto o conceito de posse se enfraquece. A própria Pollux, que fornece robôs e soluções de automação, já incorpora essa transformação. “O Brasil é um dos países mais desrobotizados do mundo. Estamos muito atrás da China e da Alemanha. Diante disso, passamos a oferecer as nossas soluções por assinatura, como um serviço”, conta. Assim, os clientes da companhia podem alugar robôs com o pacote de serviços de engenharia adequado. “Hoje, 80% dos nossos negócios já funcionam com este formato”, conta.
O CUSTO DE NÃO INVESTIR NESSA TRANSFORMAÇÃO SERÁ ALTO JOSÉ RIZZO HAHN, presidente da Associação Brasileira de Internet Industrial
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MÁQUINAS AGRÍCOLAS
VENDA INTERNA DE MÁQUINAS
CRESCERÁ EM 2018 MONTADORAS AGUARDAM 2ª MELHOR SAFRA DO PAÍS E CREEM EM ALTA DE 5% A 10%; EXPORTAÇÕES ANIMAM FÁBRICAS E FORNECEDORES MÁRIO CURCIO
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mbora o setor de máquinas agrícolas tenha fechado o primeiro semestre com queda próxima a 10% na comparação com o mesmo período do ano passado, as fábricas do setor confiam em crescimento maior que o projetado no começo do ano pela associação dos fabricantes, que previa 46 mil equipamentos vendidos no mercado interno em 2018 e alta de 3,7%. Seria exagero neste momento dizer que vai chover na nossa horta, mas vale lembrar que é aguardada para este ano a segunda melhor safra de
todos os tempos no País e o agricultor brasileiro terá como ajuda extra alguns fatores externos: “Problemas climáticos na Argentina e as atuais dificuldades no comércio entre Estados Unidos e China favorecem o produtor local e, portanto, o mercado interno de equipamentos”, afirma Alfredo Miguel Neto, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). “Os recursos totais do Moderfrota (R$ 8,9 bilhões), que é a principal linha de crédito para o produtor rural, estão muito próximos aos R$ 9,2
bilhões liberados no ano passado e continuam com condições atrativas”, recorda o executivo. Os fabricantes também acreditam em crescimento para este ano, mas são comedidos: “A expectativa da John Deere é que é a venda de tratores e colheitadeiras na América do Sul cresça até 5%. Estamos vivendo um período de recuperação na demanda por máquinas e equipamentos agrícolas”, afirma o diretor de vendas da empresa, Rodrigo Bonato. A Valtra e a Massey Ferguson, ambas do Grupo AGCO, vão nesta mesma linha: “Devemos nos manter nesse patamar (alta de 5%) ao longo de 2018”, diz o diretor de vendas da Valtra, Rodrigo Junqueira. “Acreditamos em um cenário positivo por causa dos sinais de recuperação econômica, maior controle da inflação, redução da taxa de juros, alta da produção, venda interna e exportação agrícola”, explica o diretor de vendas da Massey Ferguson, Eduardo Nunes. Na New Holland, do Grupo CNH, a expectativa vai um pouco além, até 10%: “O mercado de colheitadeiras
COLHEITADEIRAS NEW HOLLAND: bom nível de procura mesmo após a safra
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dos juros para adquirir novas máquinas”, recorda o diretor comercial da empresa, Paolo Rivolo.
BLASI, da New Holland, espera negócios mais lineares de tratores e pulverizadores
foi impulsionado no momento da safra e se mantém aquecido. Esperamos o mesmo movimento no que se refere ao plantio para a venda de tratores e plantadeiras. E nossos pulverizadores apresentam procura cada vez mais linear durante o ano”, afirma o diretor de mercado para o Brasil, Alexandre Blasi. A Case IH, também do Grupo CNH, prevê maior embalo a partir do segundo semestre: “Acreditamos que o recuo das vendas no primeiro semestre esteve atrelado à expectativa pela divulgação do Plano Safra (anunciado em 6 de junho). O produtor optou por esperar pela redução
JUNQUEIRA, da Valtra: expectativa alinhada ao mercado local
MERCADO EXTERNO Assim como ocorre nos automóveis e comerciais pesados, a Argentina também é o principal destino das máquinas agrícolas e de construção exportadas pelo Brasil. Os números da Anfavea no acumulado até maio indicavam o embarque de mais de 5 mil máquinas, 12,7% a mais que nos mesmos cinco meses do ano passado. O mercado externo empolga o setor desde o começo do ano: “A John Deere Brasil exporta para aproximadamente 50 países. O mercado mais importante é a América Latina, mas destacamos também alguns países africanos”, recorda Bonato. “Cerca de 20% da produção de colheitadeiras de nossa fábrica de Horizontina (RS) é exportada”, diz. Dos embarques anotados pela Anfavea, os tratores de rodas são maioria, 2,4 mil unidades. “A Massey Ferguson está entre as maiores fabricantes da América Latina. Os tratores, colheitadeiras, pulverizadores e implementos da marca são vendidos para mais de 80 países”, afirma. As vendas de tratores para a Argentina em 2017 pelo Grupo AGCO somaram 804 unidades, anotando aumento de 270% sobre o ano anterior. E em 2018 o país vizinho permanece como o maior destino dos equipamentos da companhia. Rivolo, da Case IH, destaca a importância dos embarques não apenas para a Argentina como também para a Bolívia e o Equador. Os principais produtos de exportação da montadora são colheitadeiras de
ORTENZI, da Eaton: expansão dos negócios atuais e novos projetos
grãos, colhedoras de cana, tratores de alta potência e também os menores, voltados para a agricultura familiar.
VENDA de tratores John Deere deve crescer 5% este ano
FORNECEDORES SE ANIMAM A alta nas exportações e a perspectiva de crescimento (ainda que moderado) do mercado interno trazem otimismo aos fornecedores do setor: “A exportação sempre esteve no DNA da MWM. Uma das medidas tomadas durante a queda no mercado brasileiro foi fortalecer as exportações. A companhia reforçou o time de vendas, com colaboradores dedicados aos clientes em diferentes países”, afirma o diretor da unidade de negó-
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MÁQUINAS AGRÍCOLAS
ALMEIDA, da Cummins: fornecimento para setor agrícola cresceu 30% em 2017
cios de peças de reposição e marketing, Thomas Püschel. No Brasil, a lista de clientes da MWM inclui Agrale, Kuhn Montana, PLA,
Jacto, JAN, Stara, LSMtron, Randon, XCMG e Pauny, entre outros. Para a fabricante de motores, os segmentos agrícola e de construção resultarão em crescimento de 40% em 2018. Outra fabricante de motores, a Cummins, vem colhendo bons resultados desde o ano passado: “No mercado local de máquinas de construção registramos aumento de 17% nas vendas sobre 2016 e no segmento agrícola o crescimento foi de 30%”, afirma Antônio Almeida, gerente de vendas off-highway para a América Latina. A lista de clientes da Cummins inclui os fabricantes Komatsu, XCMG Brasil, BMC-Hyundai S.A., Volvo Construction Equipment, Ciber, Dy-
MWM fornece motores para máquinas locais e se fortalece com exportações
napac e Luigong no segmento de construção, mais a Jacto e a Stara no setor agrícola. Outro fornecedor, a Eaton, confia na recuperação do setor porque entrega uma gama bem variada de itens para máquinas agrícolas e de construção. São transmissões, embreagens, bombas, mangueiras e motores hidráulicos, terminais e válvulas. “Expandimos os negócios com nossos clientes em projetos novos e nos programas atuais, lançando produtos”, afirma o diretor da unidade de negócios para hidráulica e veículos off-highway, Luciano Ortenzi.
EQUIPAMENTOS DE CONSTRUÇÃO REAGEM EM 2018
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pós perder mercado nos anos recentes como consequência da crise política e paralisação de grandes obras, os equipamentos de construção retomaram o crescimento em 2018. No acumulado até maio a venda interna de tratores de esteiras anotava alta superior a 80% e a de retroescavadeiras, 70%. “O principal fator de crescimento para as retroescavadeiras foram as licitações de Estados e municípios, que se intensificaram neste período pré-eleitoral. Nos tratores de esteiras a alta está mais relacionada à renovação das máquinas por causa do número elevado de horas da frota atual”, afirma o diretor de vendas da divisão de construção e florestal da John Deere, Roberto Marques. A venda externa dessas máquinas também teve crescimento consistente. Até maio os tratores de esteiras exportados somavam 1,3 mil unidades no período, resultando em alta de 125% sobre iguais meses de 2017. O País também exportou 930 retroescavadeiras neste mesmo intervalo, 19% a mais que em iguais meses de 2017. “Os Estados Unidos e o México são os principais destinos desses equipamentos de construção”, recorda o vice-presidente da Anfavea.
A fabricante JCB, que tem nas retroescavadeiras seu principal produto de exportação, recorda que em 2015 foi nomeada como responsável pelo atendimento à América Latina, o que favoreceu os embarques da companhia: “Desde então observamos um crescimento significativo em volume de vendas na Argentina. E em países como Chile, Colômbia, Peru e Panamá encontramos um cenário de mercado mais estável, ou seja, que vem mantendo um bom índice de desempenho ao longo destes últimos três anos”, diz o diretor de vendas Alisson Brandes. n
RENOVAÇÃO de frota elevou venda de tratores de esteiras em mais de 80%
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