• FÓRUM DE SUPERLATIVOS REÚNE SETOR AUTOMOTIVO
• VW FAZ 60 ANOS E DEFINE NOVA FASE ESTRATÉGICA
• AUTOPEÇAS E MONTADORAS BUSCAM MAIOR EFICIÊNCIA
Automotive
ABRIL de 2013 ano 5 número 20
INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
UM SETOR EM OBRAS INOVAR-AUTO ATRAI RECURSOS DE R$ 60 BI E OS EMPREENDIMENTOS SE MULTIPLICAM EM TODO O PAÍS. ENTENDA O IMPACTO DESSA REVOLUÇÃO
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TA N Q U E M E TÁ L I C O : A S O L U Ç Ã O D O F U T U R O .
A m a n e i ra d e p e n s a r o m u n d o e s t á s e m p r e e m t ra n s fo r m a ç ã o , e x i g i n d o s o l u ç õ e s d i fe r e n c i a d a s . A i d e i a q u e n o s m o v e é c o n s t r u i r, c o m a n o s s a tecnologia, um futuro cada vez melhor para o nosso p a í s e p a ra o m u n d o . A A E T H R A c u m p r i m e n t a a Vo l k s w a g e n d o B r a s i l pelos 60 anos de história.
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luis prado
índice
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CAPA | INVESTIMENTOS
A INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA EM OBRAS Novos empreendimentos, associados a tecnologias modernas, mudam a face do setor automotivo com aporte de R$ 60 bilhões em fábricas e veículos mais avançados. Entenda o que há por trás dessas iniciativas, além do mercado atrativo e incentivos fiscais 8 FERNANDO CALMON ALTA RODA Ganha-se muito ou pouco? 14 NEGÓCIOS 14 Multa garante eficiência energética 16 Anfavea defende Exportar-Auto 18 Ford lança New Fiesta nacional 20 Peugeot 208, brasileiro e global 22 Honda premia fornecedores 22 Saveiro ganha novo visual 24 Implementos esperam recursos 24 Chery anuncia Celer e motores 26 Continental produz ABS 26 BorgWarner muda para Itatiba (SP) 26 Prêmio REI na reta final 28 Aisin cresce no Brasil 28 Fiat: 13 milhões de carros 29 Tox une chapas a frio 29 Jtekt abre centro tecnológico 4 • AutomotiveBUSINESS
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30 F ÓRUM AUTOMOTIVO UM ENCONTRO DE SUPERLATIVOS 34 Multiplicação de fábricas 38 Caminhões: rede é desafio 40 A aposta no Inovar-Auto 44 Regime acelera compras 46 Sindipeças quer Inovar-Peças 48 Eficiência para elevar o PIB
60 DESENVOLVIMENTO MONTADORAS E AUTOPEÇAS JUNTAS Carros ficarão mais eficientes 66 TREINAMENTO SETEC FOCA INOVAR-AUTO 250 mil pessoas capacitadas 68 VW 60 ANOS A CONQUISTA DO CONSUMIDOR Os planos de Thomas Schmall 74 CADEIA DE SUPRIMENTOS BASE É INSUFICIENTE A opinião de Rogelio Golfarb 76 PRÊMIO PSA INCENTIVO AO SUPPLY CHAIN Compras locais avançarão
80 PRÊMIO GM AISIN FOI A MELHOR GKN ganha em sustentabilidade 86 MWM 60 ANOS A EVOLUÇÃO DA PIONEIRA Motor, alma do negócio 92 SUSTENTABILIDADE PRODUÇÃO SOCIAL Desenvolvimento que gera lucro 96 AUTOMEC MERCADO AGITADO Evento recebeu 70 mil pessoas
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editorial
revista
www.automotivebusiness.com.br
Paulo Ricardo Braga Editor paulobraga@automotivebusiness.com.br
uma nova indústria automobilística
A
dmitimos que as fotos da matéria de capa desta edição não são plasticamente tão bonitas, exibindo o árduo trabalho de tratores e operários em plena construção. No entanto, elas ilustram à perfeição a expansão da indústria automobilística brasileira, transformando muitos sites do parque industrial em verdadeiros canteiros de obras. Do Nordeste ao Sul surgem empreendimentos estimulados pelo Inovar-Auto, que premia com isenção do IPI gordo, de 30 pontos porcentuais extras, os veículos produzidos no Brasil ou importados das marcas habilitadas pelo MDIC. Assistimos a uma corrida até 2017, quando o Inovar-Auto deverá ter elevado o setor a um novo patamar de competitividade para enfrentarmos os adversários estrangeiros. Se tudo correr como o governo planeja, o mercado interno será abastecido preferencialmente por carros montados no País, com peças brasileiras, e comercializados a preços compatíveis com as cotações internacionais. A leitura do texto conduz, também, a um entendimento das razões que levaram as montadoras a essa corrida, aproveitando incentivos fiscais e outras benesses, mas sabendo dos desafios logísticos e da competição exacerbada que virá. O Inovar-Auto foi o pano de fundo do IV Fórum da Indústria Automobilística, promovido por Automotive Business no Golden Hall do WTC, em São Paulo, dia 1o de abril, com a presença de público extraordinário, interessado em conhecer os novos cenários para a economia e o setor automotivo. Dedicamos quinze páginas desta edição para relatar as conclusões de palestrantes e debatedores. Vale destacar o networking proporcionado por três workshops simultâneos, reunindo profissionais da cadeia de suprimentos, universidades, secretarias de Estados que abrigam polos automotivos e representantes de parques tecnológicos. Esta edição mostra, ainda, o papel dos fabricantes de sistemas e autopeças para atender a evolução dos veículos, com crescente atenção à pesquisa, desenvolvimento e inovação. Mereceram homenagem em nossas páginas as sexagenárias Volkswagen e MWM International, cuja história se mescla com a própria evolução da nossa indústria automobilística. Até a próxima edição.
Editada por Automotive Business, empresa associada à All Right! Comunicação Ltda. Tiragem de 12.000 exemplares, com distribuição direta a executivos de fabricantes de veículos, autopeças, distribuidores, entidades setoriais, governo, consultorias, empresas de engenharia, transporte e logística e setor acadêmico. Diretores Maria Theresa de Borthole Braga Paula Braga Prado Paulo Ricardo Braga Editor Responsável Paulo Ricardo Braga (Jornalista, MTPS 8858) Editora-Assistente Giovanna Riato Redação Camila Franco, Giovanna Riato, Mário Curcio, Pedro Kutney e Sueli Reis Colaboradores desta edição Ana Paula Machado, Erica Munhoz, Fernando Neves, Luciana Duarte, Marta Pereira, Natalia Gómez e Sueli Osório Design gráfico Ricardo Alves de Souza Fotografia, produção e capa Estúdio Luis Prado Tel. 11 5092-4686 www.luisprado.com.br Publicidade Carina Costa, Greice Ribeiro, Monalisa Naves Editor de Notícias do Portal Pedro Kutney Media Center e WebTV Marcos Ambroselli Comunicação e eventos Carolina Piovacari Atendimento ao leitor, CRM e database Josiane Lira Impressão Margraf Distribuição ACF Acácias, São Paulo Redação e publicidade Av. Iraí, 393, conjs. 51 a 53, Moema, 04082-001, São Paulo, SP, tel. 11 5095-8888 redacao@automotivebusiness.com.br
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ALTA RODA
luis prado
GANHA-SE MUITO OU POUCO? Fernando Calmon é jornalista especializado na indústria automobilística fernando@calmon.jor.br
Leia a coluna Alta Roda também no portal Automotive Business. PatrocinadorAS
C
onhecidos os resultados consolidados da indústria automobilística em março, que a Anfavea divulga todos os meses, poucos atentaram a um pormenor estatístico. Pela primeira vez, as quatro maiores marcas – Fiat, Ford, GM e VW – alcançaram 68,6% dos automóveis e comerciais leves comercializados. Ou seja, ainda representam pouco mais de dois terços das vendas, mas pela primeira vez abaixo de 70%. Não é tão incomum, em outros países, as quatro maiores marcas dominarem cerca de dois terços do comércio interno, ao contrário do que muitos pensam. Japão e Índia são dois exemplos. Ou seja, a concorrência aqui é feroz e as quatro maiores tendem a perder participação de forma mais acelerada. Esse surto de novas marcas vem em razão do rápido crescimento das vendas no Brasil, quarto maior mercado mundial e quase quatro milhões de unidades (com caminhões e ônibus) ao fim de 2013. Isso significou lucros crescentes, mas desalinhados do resto do mundo? Segundo Carlos Gomes, presidente da PSA Peugeot Citroën Brasil e América Latina, cerca de
70 milhões de veículos leves produzidos no mundo, em 2012, deixaram lucro aproximado de US$ 50 bilhões. Desse total, US$ 18 bi foram ganhos na América do Norte; US$ 17 bi, na China; US$ 4 bi, na América Latina; US$ 2 bi, na Europa e US$ 9 bi no resto do mundo. Nossa região representou 8% das vendas e 8% dos lucros. América do Norte, 22% e 36%, respectivamente. Quem está mal mesmo é a Europa: 22% e apenas 4%. Nos EUA há grandes distorções. Picapes e SUVs (45% das vendas) lá são considerados caminhões leves. Mas as margens são até quatro vezes maiores do que as de automóveis, o que não se considerou em pesquisa atribuída à consultoria IHS e ao Sindipeças. Pormenor: nos EUA não há importação de picapes pois o imposto tem alíquota de 25%, cerca de dez vezes superior ao de automóveis, desproporcionalidade única no mundo. Em carros ganha-se um tantinho e em picapes/SUVs, um tantão... Outro estudo recente, do Instituto de Planejamento Tributário, comparou preços com e sem impostos de algumas mercadorias nos EUA, Itália e Brasil. Claro, aqui tudo muito mais
caro. Escolheram o Corolla entre os automóveis, mas só o confrontaram com os EUA, alegando ser modelo indisponível na Itália. Poderiam ter elegido o Focus, vendido nos três continentes. Será por que, sem impostos, a diferença de preço é pequena, ao contrário dos itens pesquisados? De qualquer forma o cenário obrigará a diminuir a defasagem dos lançamentos, com impactos sobre rentabilidade. O site inglês just-auto chama a atenção de que mercados emergentes desejam comprar logo os carros expostos todos os dias na internet. E citou o caso da Honda, que decidiu descentralizar desenvolvimento e compras já a partir do novo Fit, abreviando seu lançamento aqui, em 2014. Até afirmou que a filial duplicará o número de engenheiros no País. É o caso também da Fiat. Em Pernambuco produzirá crossover utilitário e picape média dele derivado já em 2015. Em 2016, versão utilitária para a marca Jeep e sedã médio baseado no Dodge Dart/Fiat Viaggio. Para Minas Gerais ficará o subcompacto sucessor do Mille, em 2015. Tudo com forte participação técnica de brasileiros para agilizar.
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Fernando Calmon
MERCEDES-BENZ deu uma guinada com novo Classe A, em versões de R$ 99.900 e R$ 109.900. De pequeno monovolume passou a hatch de estilo arrojado e coeficiente aerodinâmico dos melhores (Cx de 0,27). Interior cresceu: entre-eixos generoso de 2,69 m. Bancos dianteiros de encosto alto e alavanca seletora de câmbio na coluna de direção agradam. O motor turbo 1,6 L/156 cv tem ótimo torque de 25,5 kgf∙m, entre 1.250 e 4.000 rpm. Casa à perfeição com câmbio automatizado de dupla embreagem, sete marchas. Interessante função aciona o freio de estacionamento ao se pisar com firmeza o pedal de freio, quando em marcha lenta. Faltam GPS e faróis de neblina, justo na versão mais cara (de série, na de entrada). APESAR de a GM nada revelar, a nova geração do Cruze (2015) será produzida na fábrica argentina de Rosario, como a coluna já antecipou. Cessará a montagem CKD do modelo, em São Caetano do Sul (SP). Tendência geral é essa: compactos aqui; médios-compactos, no vizinho. As razões são
divulgação
RODA VIVA
Mercedes-Benz Classe A chega em versões de R$ 99.900 e R$ 109.900
menor escala de produção e controle “frouxo” de conteúdo local na Argentina.
dor nas portas, ruim; tampa do porta-luvas, ótima (abre para cima).
PREÇO até R$ 2,9 milhões, motor V-12 dianteiro (6,2 l/740 cv) no lugar do V-8, aceleração de 0 a 100 km/h, em 3,1 s. Ferrari F12berlinetta foi pré-apresentado no autódromo de Interlagos, pouco mais de um ano após Salão de Genebra. Importador, Via Itália, afirma que esse superesporte pode lidar melhor com o dia a dia do que gerações anteriores. Inspiração Porsche?
FLUIDEZ de linhas e espaço interno garantido por 2,7 m de distância entre eixos, Cerato é aposta da Kia entre os médios-compactos. Agora com motor flex de 1,6 l/128 cv (igual ao HB20), o sedã vem completo, só versão topo. Mas seu preço disparou, ao não se enquadrar nas regras do Inovar-Auto. Por R$ 67.400 (automático, mais R$ 4.500), difícil concorrer.
PRISMA vai bem com motor de 1 litro/80 cv (mais potente nessa cilindrada, juntamente com o três-cilindros HB20 e Clio), menos na estrada com carga total. Marchas precisam ser esticadas para ter agilidade. Versão de entrada (R$ 34.990) permite opção da ótima central multimídia. Na ergonomia, puxa-
OUTRO que perdeu competitividade em preço foi hatch Hyundai i30, cujo motor 2-litros foi substituído pelo 1,6-L. Atrapalha, ainda, a valorização recente do won sul-coreano. Nada dramático, como acontece com o iene japonês, porém relação preço-equipamento imbatível, aos poucos, pode sofrer erosão discreta.
SEM aumento do IPI, antes previsto para 1o de abril e agora mantido até 31 de dezembro, a estratégia de preços de cada marca teve de sofrer adaptações. Algumas aproveitaram para realinhar suas tabelas, além da simples adequação ao imposto que deixou de subir. Se não está vendendo tão bem, nada como aproveitar a deixa e usar a oportunidade para repensar a vida. UNIÃO Europeia deve rever ciclos de teste de consumo de combustível em laboratório. Números são otimistas demais e difíceis de reproduzir na prática, em especial modelos híbridos. Provavelmente, vão optar por correção linear dos valores, como aconteceu nos EUA e no Brasil, pois novo ciclo foi adotado há pouco mais de quatro anos.
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portal
| automotive business
As novidades que você encontra em www.automotivebusiness.com.br MDIC DEFINE AGENDA DE CONSELHOS SETORIAIS
Os conselhos de competitividade criados há um ano dentro do Plano Brasil Maior publicaram documento que reúne a agenda de trabalho definida pelos seus 19 setores. Elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento do MDIC, em conjunto com ABDI, o relatório é composto por ações que visam ao aumento da competividade.
INVESTIMENTO DO SETOR DE AUTOPEÇAS DIMINUI
O investimento dos fabricantes de autopeças estimado pelo Sindipeças para este ano é de US$ 1,44 bilhão. O número é aproximadamente 24% inferior ao de 2012. Em 2014 cairá um pouco mais, para US$ 1,39 bilhão, segundo estimativas feitas pela entidade.
GM: 54% de PEÇAS IMPORTADAS EM SÃO CAETANO
A General Motors precisará aumentar o conteúdo regional de seus carros para atender o InovarAuto. Sonia Campos, diretora da fábrica de São Caetano do Sul, revelou que atualmente 54% das 10 mil peças usadas para montagem diária dos veículos na unidade são importadas.
WEB TV www.automotivebusiness.com.br/abtv Incríveis Mulheres Automotivas
Entrevista
Entrevista
Cristiane Barbeiro, gerente da qualidade na BorgWarner.
German Mairano, diretor de compras da PSA Peugeot Citroën América Latina, revela planos para elevar o conteúdo local dos carros da companhia.
Mário Guitti, do IQA, fala sobre evento que a entidade realiza em setembro para debater qualidade.
EXCLUSIVO QUEM É QUEM A ferramenta exclusiva e gratuita traz os contatos de quem comanda o setor automotivo. automotivebusiness.com.br/ quemquem.aspx
REDES SOCIAIS
MOBILE WEBSITE Formato leve e adequado para quem acompanha as notícias pelo smartphone ou tablet. m.automotivebusiness.com.br
ESTATÍSTICAS Acompanhe a evolução das estatísticas das principais organizações do setor. automotivebusiness.com.br/ estatisticas.aspx TWITTER Siga o Portal AB na rede social e acompanhe os links e novidades postados pela nossa equipe. @automotiveb
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NEGÓCIOS
MULTA PARA GARANTIR EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Haverá penalidades pesadas para montadoras que não atingirem metas
O
governo começou a definir aspectos pendentes do Inovar-Auto que ainda precisam de regulamentação. A medida provisória 612, publicada em 4 de abril, determina multas pesadas para montadoras habilitadas que descumprirem as metas de eficiência energética do novo regime automotivo. As empresas que não atingirem o índice de 1,82 MJ/km (megajoule por quilômetro), que corresponde a redução mínima de 12% no consumo de combustível até 2017, terão de pagar 10% do crédito presumido concedido referente ao mês anterior à infração. Há ainda valores escalonados de multas para quem ultrapassar até o terceiro centésimo da meta estabelecida. A multa pode chegar a valor
bilionário. Uma empresa como a Fiat, líder de mercado, que em 2012 vendeu 838,2 mil veículos, entre automóveis e comerciais leves, se não registrar crescimento anual nenhum até 2017 (o que é bastante improvável) e caso sua média de consumo energético estacione em 1,83 MJ/ km, extrapolando em um centésimo o determinado pelo regime automotivo, pagaria R$ 167,6 milhões de multa, no valor mínimo, podendo chegar a R$ 1,2 bilhão no valor máximo. RASTREAMENTO Outra definição importante para o Inovar-Auto diz respeito ao rastreamento de autopeças. Apesar de não determinar como o processo será feito, o governo especificou quais componentes
terão origem verificada para a comprovação de conteúdo local: carroceria e chassi, bancos, sistema de iluminação, sistema de freio, amortecedores e suspensão, sistema de arrefecimento, pneus, rodas, escapamentos, motor, eletrônicos, sistema de direção e painéis. Esses itens representam 85% dos componentes utilizados na construção de um veículo. Ainda está em discussão o alcance do rastreamento, que ficou pendente. Há expectativa de que seja verificada a origem em dois níveis de fornecimento na cadeia, nos sistemistas e nos Tiers 2. A checagem levará em conta o modelo e a versão de cada veículo. O Sindipeças trabalha para tornar a comprovação mais rigorosa, incluindo também o Tier 3. n
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 1,82 MJ/km até 2017 Redução de 12% no consumo de combustível MULTAS 10% sobre o crédito presumido de IPI recebido pela montadora + R$ 50 por veículo vendido para a empresa que extrapolar um centésimo da meta R$ 90 p or veículo vendido para a fabricante que exceder até o segundo centésimo R$ 270 p or veículo vendido no caso da montadora que superar até o terceiro centésimo R$ 360 p or veículo vendido para a companhia que ultrapassar a meta em mais de três centésimos
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Criando a direção segura do futuro. A visão da Continental em relação à proteção contra acidentes no trânsito passa pela convicção de que, com tecnologias inovadoras, dirigir livre de acidentes e lesões será possível em veículos de todas as categorias e em todos os mercados do mundo. Para a Continental, dirigir com segurança significa usar todos os dispositivos de segurança ativa para prevenir os acidentes. E, se não puder evitá-los, usar todos os dispositivos de segurança passiva para fornecer aos motoristas a máxima proteção.
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negócios
MOAN DEFENDE O EXPORTAR-AUTO Entidade quer vender 1 milhão de veículos por ano a outras nações
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uiz Moan, diretor de assuntos institucionais da General Motors, assumiu a presidência da Anfavea, associação que reúne os fabricantes de veículos, para o triênio 2013 a 2016. O executivo sucede Cledorvino Belini, presidente do Grupo Fiat para a América Latina, e promete dar novo fôlego à entidade. Ao tomar posse, no dia 22 de abril, Moan anunciou que o principal desafio de sua gestão será elevar as exportações. O ambicioso plano do novo dirigente prevê a criação do Exportar-Auto, programa de incentivos e desonerações que pode ampliar as vendas internacionais a um milhão de unidades por ano em 2017. O executivo apresentou a ideia ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel. “O veículo brasileiro tem 43% de valor agregado em impostos. “Vamos pedir desonerações. Perdemos muitos clientes por causa do nosso alto custo”, reclama Moan.
exportávamos 30% da produção.” Há oito anos, as vendas internacionais somaram 900 mil unidades. No ano passado, esse volume caiu para 442 mil veículos, próximo de 13% do total fabricado no País. Exportar uma fatia de 20% da produção compensaria as vendas de importados no mercado interno, equilibrando a balança comercial do setor, hoje deficitária em cerca de 350 mil carros. “Precisamos voltar a ser plataforma de exportações. Se avançarmos nisso, vamos puxar toda a nossa cadeia produtiva”, lembra. PÉ NO CHÃO O dirigente garante que a meta de um milhão de veículos exportados por ano não é exagerada. A entidade calcula que, em 2017, o mercado interno brasileiro chegará a cinco milhões de veículos, com 5,7 milhões de unidades de capacidade produtiva. “Será cerca de 20% do total produzido no País. Isso não é incoerente se pensarmos que, em 2005,
A INDÚSTRIA AUTOMOTIVA NO BRASIL 28 empresas filiadas à Anfavea 55 fábricas de veículos e máquinas agrícolas em 9 estados 5% do PIB brasileiro 23% do PIB industrial 4,5 milhões de unidades de capacidade produtiva em 2013 5,6 milhões de unidades de capacidade produtiva em 2017 US$ 32 bilhões em impostos recolhidos em 2012 3,97 milhões de veículos devem ser vendidos em 2013 5 milhões de unidades é o mercado projetado para 2017
PRODUÇÃO O novo presidente da Anfavea acredita que a contrapartida da indústria para que o Exportar-Auto dê certo será adequar a produção brasileira aos padrões internacionais, agregando tecnologia ao carro nacional. “Até 2017, teremos R$ 12 bilhões a R$ 14 bilhões em investimentos da indústria em engenharia e pesquisa e desenvolvimento. Isso é algo inédito”, ressalta. O aporte integra os R$ 60 bilhões em investimentos do setor previstos para o período, o equivalente a R$ 12 bilhões por ano. O valor supera em mais de 70% a média dos quatro anos anteriores, de R$ 7 bilhões. Nos últimos anos, as vendas de veículos no Brasil avançaram 166%. A evolução não foi acompanhada pela produção, que aumentou 99% e encerrou 2012 em queda, para 3,34 milhões de unidades. “Vamos lutar para aproximar os volumes de vendas e de produção”, aponta Moan, indicando qual será seu segundo desafio na presidência da Anfavea. (Giovanna Riato) n
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FORD LANÇA NEW FIESTA NACIONAL
Modelo entra na briga com Hyundai HB20, Chevrolet Onix, VW Fox e peugeot 208
sem as modificações, foi trazido recentemente. A linha antiga do Fiesta, Rocam, foi reposicionada e permanece em produção em Camaçari (BA).
D
epois de investir R$ 800 milhões, a Ford já produz em São Bernardo do Campo (SP) o New Fiesta 2014 na versão hatch. O carro recebeu desenho dianteiro mostrado no Salão de Paris, em setembro de 2012. Para o Brasil, ele tem duas opções de motor, 1.5 e 1.6, e três de acabamento, S, SE e Titanium. O preço inicial é de R$ 38.990, valor do 1.5 S. O mais completo, 1.6 Titanium automatizado, atinge R$ 54.990. Agora, com um carro mais competitivo por causa da produção nacional, a Ford pretende ir para cima de Chevrolet Onix 1.4, Hyundai HB20 1.6, Volkswagen Fox 1.6 e Peugeot 208: “Queremos liderar o mercado de compactos com motores acima de 1.0”, afirma o diretor de marketing, Oswaldo
Ramos. O executivo nega a possibilidade de uma futura versão 1.0 do New Fiesta. Para a produção, o objetivo é passar das 6 mil unidades mensais, uma vez que o Hyundai HB20 1.6 tem alcançado 5,7 mil carros por mês. Na Ford, esse volume é possível com apenas um turno de trabalho. Ramos não conta qual será o mix de produção, mas garante que tanto a versão 1.5 como as 1.6 automáticas terão peso importante nas vendas. A versão sedã do New Fiesta continua vindo do México por mais um tempo. Em dois meses, a montadora apresentará no Brasil o carro renovado. Somente em 2014 deve começar sua produção em São Bernardo do Campo. Um último lote mexicano do sedã, ainda
BEM EQUIPADO Desde a versão de entrada, o modelo traz vidros, travas e retrovisores com acionamento elétrico, ar-condicionado, alarme, duplo airbag, freios com sistema antitravamento (ABS) e distribuição eletrônica da força de frenagem (EBD). A direção tem assistência elétrica. A partir da versão SE 1.6 a Ford oferece o Sync, sistema com comando de voz desenvolvido em parceria com a Microsoft. Todos os New Fiesta também saem de fábrica com o Easy-Start, sistema de partida a frio fornecido pela Bosch sem reservatório auxiliar de gasolina (tanquinho). O recurso pré-aquece o combustível quando necessário a partir do momento em que o motorista abre a porta do carro. Funciona como o FlexStart, também Bosch, já oferecido por outros fabricantes. (Mário Curcio) n
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UM PEUGEOT BRASILEIRO E GLOBAL 208 produzido no País cobra o preço pela modernidade e estilo
A
rede de concessionárias Peugeot já vende o hatch 208, o mais atual e importante lançamento já feito pela marca francesa no Brasil desde 1999, quando começou a vender aqui o 206, comprado por mais de 450 mil brasileiros em seus dez anos no mercado. O 208 evidencia uma mudança substancial na estratégia, para voltar a ter no País uma linha global de veículos atualizados tecnologicamente, similares aos disponíveis na Europa. “É sempre importante para um construtor apresentar um novo produto, mas o 208 representa muito mais, pois simboliza a revitalização da marca no Brasil”, classifica Carlos Gomes, presidente na América Latina do grupo PSA Peugeot Citroën. O modelo começou a ser
produzido em fevereiro na fábrica de Porto Real (RJ) menos de um ano após o lançamento na Europa. “Desafio qualquer um a apontar um fabricante que tenha conseguido fazer um carro global aqui em tão pouco tempo”, disse Gomes. O Peugeot 208 tem modernidade, estilo, design emotivo e tecnologia dignos de boa nota. Hoje há pouquíssimos como ele por aqui. Não chegam aos cinco dedos de uma mão os modelos compactos (segmento B) feitos e vendidos no Brasil e que também estejam presentes nos mercados desenvolvidos e mais exigentes. “O mercado brasileiro está em mutação para cima. Os carros de entrada, 1.0, há poucos anos representavam 60% das vendas e hoje são 45%. Essa tendência de elevação social deve continuar nos
próximos dez anos”, avalia. COMPLETO O 208 é recheado de equipamentos de conforto e segurança. Há, contudo, um preço a pagar por isso. O carro é bom, bonito e caro. A versão mais básica, Active 1.5, tem preço sugerido de R$ 39.990, mas vem de série com direção assistida elétrica progressiva, ar-condicionado, airbags frontais para motorista e passageiro, freios com sistema antitravamento (ABS) e distribuição eletrônica de força, além de acionamento elétrico de vidros, retrovisores e travas, com controle remoto na chave tipo canivete. Os preços chegam a R$ 54.690 na versão topo da gama, Griffe, equipada com câmbio automático de quatro velocidades. (Pedro Kutney) n
1% DO MERCADO DE LEVES – A projeção é vender de 2,5 mil a 3 mil unidades do 208 por mês, metade com câmbio automático. Com seus preços e estilo, o modelo vai disputar o mercado dos hatchbacks compactos premium, que em 2012 representou 18% das vendas totais no País, com cerca de 500 mil carros vendidos. A Peugeot calcula que é possível abocanhar quase 1% do mercado nacional de veículos leves com o 208. A participação avança para perto de 1,2% com a ajuda das 700 a 800 unidades/mês que a Peugeot estima continuar a vender do 207, lançado em 2008 e agora só com motorização 1.4 e duas versões, de R$ 29.990 e R$ 32.500.
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SUPRIMENTOS
HONDA PREMIA MELHORES FORNECEDORES
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Honda Automóveis promoveu dia 6 de março, no Hotel Royal Palm Plaza, em Campinas, SP, cerimônia para premiar seus melhores parceiros da
cadeia de suprimentos. As empresas foram avaliadas de acordo com a pontuação registrada em qualidade, custo, entrega e desenvolvimento.
PREMIADAS Aisin do Brasil Basf Bosal Casco Corprint Gráfica e Editora Galutti Automotive Iochpe Maxion Metalúrgica de Tubos de Precisão Mubea do Brasil Pirelli Pneus Scorpios Indústria Metalúrgica Thyssenkrupp Bilstein Tupy Usiminas Stanley Eletric
SAVEIRO GANHA VISUAL GLOBAL
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Volkswagen começa a vender a Saveiro 2014, picape derivada da família Gol. Entre as diversas melhorias no projeto, destaca-se a nova central eletrônica do motor, com processador mais rápido. O motor é o mesmo,1.6 de 104 cv. A nova arquitetura eletrônica integra todas as centrais de processamento do carro, permitindo a instalação de mais funcionalidades, como a assistência de estacionamento com sensor de distância e rebatimento do retrovisor (tilt down) quando se engata a ré. A picape básica agora vem de série com vidros e travas com acionamento elétrico, conta-giros e tampa traseira com amortecedor de abertura. O preço vai subir só R$ 150, para R$ 33.490. O aumento é mais acentuado nas versões seguintes, todas com cabine estendida, chegando a até R$ 48.990 na Saveiro Cross, topo da gama. n
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UM TIME QUE FORNECE PARA TODO MERCADO BRASILEIRO TEM MESMO QUE SER CAMPEテグ!
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Hテ。 45 anos fornecendo componentes de suspensテ」o para seu veテュculo.
ThyssenKrupp Bilstein Brasil
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IMPLEMENTOS DEPENDEM DE RECURSOS
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s vendas na indústria de implementos rodoviários tiveram desempenho negativo de 7,6% no primeiro trimestre de 2013. Nem mesmo a alta de 21,9% nas encomendas por equipamentos do segmento pesado (reboques e semirreboques) para 14,7 mil unidades salvou o período. Na balança do setor, pesou mais a queda de 19,7%, para 23,8 mil equipamentos, na área de leves (carroceria sobre chassis), que correspondem ao maior volume. Na análise da Anfir, associação dos fabricantes de implementos
rodoviários, as micros, pequenas e médias empresas, que respondem por boa parte das compras de carroceria sobre chassis, têm encontrado dificuldades para obter recursos. Segundo a entidade, a oferta de crédito avança em ritmo lento nesse segmento. Alcides Braga, presidente da Anfir, acredita que, com condições mais atraentes de crédito e aquecimento da atividade econômica, principalmente nos setores de alimentos e bens de consumo, pode haver reação no segmento leve nos próximos meses. (Luciana Duarte)
CHERY LANÇA CELER E ANUNCIA MOTORES
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Chery anunciou que também produzirá motores no Brasil. A companhia confirmou que a decisão exigirá a ampliação do investimento de US$ 400 milhões destinado à fábrica nacional de Jacareí, no interior de São Paulo. Até o fechamento desta edição, no entanto, a montadora chinesa ainda não tinha definido qual será o aporte necessário para a nova instalação. A companhia também não esclareceu onde será erguida a fábrica de propulsores.
CELER A Chery já distribui para suas cerca de 80 revendas o modelo Celer. O carro é fabricado em Wuhu, na China, com motor 1.5 flex de 108 cv de potência. Chega nas versões hatch, com preço sugerido de
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R$ 35.990, e sedã, com tabela de R$ 36.990. Até o fim do ano, a empresa pretende vender 7 mil unidades do modelo; 75% serão do hatch. O veículo terá produção local a partir de abril de 2014. Será o primeiro a sair da fábrica em construção em Jacareí (SP). Além desse modelo, a futura unidade montará a nova geração do compacto QQ a partir de 2015. Mais tarde haverá um utilitário esportivo. Até o fim deste ano, a rede Chery vai se estruturar para vender o Celer importado, o Face com motor flex, o Tiggo reestilizado e sua versão automática, segundo o diretor de vendas João Carlos Rodrigues. “Queremos vender cerca de 30 mil unidades em 2013”, diz. Além dos 7 mil Celer, a Chery põe fé no compacto QQ, do qual espera ver emplacadas 15 mil unidades em 2013. (Mário Curcio) n
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PRÊMIO REI 2013 Reconhecimento à Excelência e Inovação VOCÊ , LEITOR DA REVISTA AUTOMOTIVE BUSINESS, ESCOLHE OS VENCEDORES
Automotive Business recebe votos eletrônicos para eleição dos vencedores do Prêmio REI – Reconhecimento à Excelência e Inovação. Você pode preencher a cédula encartada nesta edição da revista e enviá-la a Automotive Business (Av. Iraí, 393, conj. 53, 04082-001, São Paulo) ou, como alternativa, utilizar a senha para entrar no hotsite do Prêmio e votar.
www.automotivebusiness.com.br Tel. 11 5095-8888
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CONTINENTAL COMEÇA A PRODUZIR ABS NO BRASIL
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Continental entrou na briga pelo fornecimento de dispositivos antitravamento para freios (ABS), que serão obrigatórios para todos os veículos vendidos no País a partir de 2014. A companhia inaugurou sua primeira unidade de produção do sistema na América do Sul, na fábrica de Várzea Paulista, a 70 quilômetros da capital paulista, com investimento de R$ 30 milhões. A unidade alcançará ritmo de 1,2 milhão de dispositivos por ano até o fim de 2013. Os componentes poderão ser exportados para a Argentina, mas têm como foco os clientes brasileiros. A Continental espera abocanhar um terço dos fornecimentos de ABS, que dividirá com TRW e Bosch. n
BORGWARNER MUDA DE CAMPINAS PARA ITATIBA
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epois de investir R$ 70 milhões, a BorgWarner inaugurou em Itatiba (SP) uma fábrica com 20 mil metros quadrados de área construída, o dobro da anterior, em Campinas, onde estava desde 1975 e não tinha possibilidade de expansão. A empresa poderá produzir anualmente 500 mil turbos e 500 mil sistemas Morse Tec (para acionamento por corrente de componentes do motor). “Essa planta vai suprir nossa demanda para toda a América Latina”, diz Arnaldo Iezzi Jr., diretor geral da companhia no Brasil. Ele revela que a empresa testa propulsores flex turbinados com cilindrada entre 0,9 litro e 1,6 litro, para atender fabricantes que, a partir de 2015, terão que cumprir as metas de eficiência energética do Inovar-Auto. (Mário Curcio) n
VOTAÇÃO PARA O PRÊMIO REI ENTRA NA FASE FINAL
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utomotive Business colhe os votos eletrônicos para eleição dos vencedores do Prêmio REI – Reconhecimento à Excelência e Inovação. Os leitores da newsletter e da revista recebem senha para entrar em um hotsite e apontar os melhores cases em oito categorias: Empresa do Ano, Profissional de Montadora, Profissional de Autopeças, Veículo Leve, Comercial Pesado, Marketing e Propaganda, Manufatura e Logística e Autopeças. “Será computado apenas um voto eletrônico de cada leitor da newsletter e da revista”, explica a diretora Paula Braga Prado, organizadora da premiação. O resultado final da eleição será a soma dos votos no Fórum da Indústria Automobilística (promovido em 1o de abril, em São Paulo), Fórum de RH (13 de maio) e no hotsite. O Prêmio REI, em terceira edição, reconhece as melhores iniciativas da indústria automobilística, sob o prisma da excelência e inovação, entre março de 2012 e 1o de fevereiro de 2013. Os 182 cases recebidos pelos organizadores foram avaliados inicialmente por um júri de 19 profissionais da indústria automobilística, constituído de consultores escolhidos por Automotive Business como notáveis conhecedores do setor. Os vencedores da eleição popular serão conhecidos em 13 de junho, quando será realizada a entrega dos troféus. n
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ESTRATÉGIA DA AISIN É CRESCER NO BRASIL Expansão ocorrerá com peças de motores, transmissões manuais e sistemas de freios
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japonesa Aisin, quinta maior fornecedora de autopeças do mundo para OEM e aftermarket, atrás da Bosch, Denso, Continental e Magna International, trabalha para avançar no mercado brasileiro, onde pretende vender R$ 84 milhões em 2013 (R$ 48 milhões em 2012). O faturamento global da corporação projetado para 2013 é de R$ 47 bilhões, repetindo a performance de 2012. Em visita ao Brasil, Takashi Enomoto, principal executivo global na área de vendas e marketing de sistemas automotivos, confirmou que depois de consolidar R$ 200 milhões em investimentos no Brasil, desde 1974, vem aí um novo pacote para permitir a oferta local de peças de motores, transmissões manuais e freios. “Estamos em negociação com grandes montadoras e devemos começar a entregar os novos componentes em 2016. Para fazê-los aqui será necessário um aporte adicional”, declarou
Takeshi Osada, presidente da Aisin Automotive, sem revelar valores. Presente em 20 países e com 74 mil empregados, a japonesa consegue fazer boa parte de um veículo sozinha, desde partes da carroceria, passando por sistemas de transmissões, que respondem por 40% das suas vendas mundiais, a itens de tecnologia embarcada. No Brasil, a companhia está de olho nas oportunidades que virão com o Inovar-Auto, o novo regime automotivo que incentiva o uso de peças produzidas localmente. “Nossa gama de produtos para o País ainda é pequena, mas esperamos crescer rapidamente na mesma velocidade que promete a indústria automobilística brasileira”, comentou Osada. Os componentes para motor, as transmissões manuais e os freios ganharão forma na planta que foi inaugurada em agosto de 2012 em Itu, no interior de São Paulo. Na unidade, da divisão Aisin Automotive, já são feitas peças para bancos e portas para tradicionais clientes da empresa,
como as japonesas Toyota e Honda. A Toyota, a maior compradora da Aisin, absorve dessa planta partes do banco do seu recém-lançado Etios, hatchback que não anda tendo resultados expressivos no mercado brasileiro. “A nossa meta é atender as quatro maiores fabricantes de veículos (Fiat, GM, Volkswagen e Ford) com esses novos componentes”, declarou Osada. Na pequena fábrica de Barueri, também no interior de São Paulo, que a Aisin mantém desde que passou a fornecer para o setor automotivo, em 2003, ainda são feitos componentes perfilados para portas de veículos. A Toyota compra toda a porta da Aisin, enquanto a GM, as canaletas dos vidros (para o hatch Onix), e a Honda, a armação. A unidade será mantida, mas não desenvolverá nenhum desses novos produtos anunciados. A Aisin planeja ficar no topo do ranking global de fornecedoras de autopeças em 2020 e alcançar faturamento anual de US$ 40 bilhões até lá. (Camila Franco) n
FIAT ALCANÇA 13 MILHÕES DE UNIDADES – A líder de mercado Fiat comemorou a produção de 13 milhões de automóveis no Brasil desde 1976, quando saiu da fábrica de Betim (MG) o primeiro veículo nacional da marca, um 147. O volume foi alcançado no último dia 9 de abril, com um Palio Sporting 1.6 vermelho. A unidade mineira iniciou suas atividades com capacidade para 200 mil veículos por ano. Com os aportes em curso, a capacidade produtiva da planta será elevada para 950 mil unidades por ano. Atualmente são produzidos ali 16 modelos em mais de 200 versões para o mercado interno e exportação.
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UNIÃO DE CHAPAS A FRIO SUBSTITUI SOLDA NA VW Processo traz benefícios na manufatura
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em sempre é vantajoso soldar os componentes de um veículo na linha de montagem. A união de chapas a frio em processos modernos de manufatura da Volkswagen dá uma idéia dos avanços obtidos no Brasil, repetindo a experiência adotada em fábricas da marca em diversos países. “A união substitui solda, rebites e parafusos”, explica Sergio Toro, gerente de projetos e negócios da Tox Pressotechnik do Brasil, que detém a tecnologia, conhecida também por todos os fabricantes globais de veículos. O sistema clinching é uma união estável e resistente entre duas ou três chapas através da conformação a frio e controlada dos materiais. A Tox patenteou esse processo, que por suas características atende
padrões técnicos da VW, além de reduzir os custos de fabricação envolvidos. “Os métodos para montagem de precisão são acompanhados de procedimentos de certificação do processo e rastreabilidade para evitar possíveis recalls”, explica Toro. A junção de chapas pode ser desenvolvida a partir de métodos manuais (alicates e prensas), ou por maquinas automatizadas e robôs, trazendo como vantagem a execução dos pontos de forma mais simples que o ponto de solda convencional. Aplicável inclusive entre materiais diferentes, é um processo ecologicamente correto, limpo, não poluente, com baixo nível de ruído e significativa economia de energia, atendendo a produção de portas, laterais, tampa traseira,
capô e outras partes. A tecnologia está presente na maioria dos carros produzidos pela Volkswagen, como Gol, Amarok, UP, Polo, Novo Fusca, Jetta, Passat, Tiguan, Golf e Touareg e Audi A3, A6 e Q7. “Fornecemos também componentes como atuadores, alicates e bases para prensas, controles, elementos de segurança, sistemas de monitoramento do processo e ferramentas para união de chapas, estampar e marcar", resume Toro. n
JTEKT INAUGURA CENTRO TECNOLÓGICO NO BRASIL
A
Jtekt, empresa japonesa especializada na produção de sistemas de direção assistida (hidráulica e elétrica), formada por fusão entre Koyo e Toyoda, inaugurou em São José dos Pinhais (PR) seu primeiro centro tecnológico no Brasil. A instalação recebeu investimento de R$ 15 milhões. No prédio serão validados 100% dos sistemas produzidos anualmente na sua planta, que fica na mesma área. A Jtekt do Brasil faz 1 milhão de conjuntos por ano em três linhas e atende Toyota, Volkswagen, PSA Peugeot Citroën, Fiat, Renault, Nissan e General Motors. (Camila Franco) n
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fotos de luis prado e ruy hiza
FÓRUM automotive business
Assista à cobertura do fórum
ENCONTRO DE S fÓRUM DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA CONSOLIDOU-SE COMO O PRINCIPAL EVENTO DO GÊNERO NO SETOR
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IV Fórum da Indústria Automobilística foi um encontro superlativo, na opinião de seus participantes, que deram 8,8 pontos (em 10) à organização e conceito da iniciativa, capaz de atrair quase mil pessoas ao Golden Hall do WTC, em São Paulo, dia 1o de abril, para discutir a evolução do Inovar-Auto e os novos cenários para o setor automotivo. “Foi um evento fantástico, genial e criativo”, resumiu Ricardo Jacomassi, economista do Sindipeças. Luiz Imparato, diretor da Höganäs, também não economizou palavras: “Atuo no segmento automotivo há mais de 35 anos e nunca participei de um evento, no Brasil e no Exterior, tão bem organizado e de conteúdo como esse”, observou. Para José Ricardo Nogueira, diretor da Smarttech, foi tudo excelente no fórum, da organização aos palestrantes
e recursos tecnológicos que tornaram possível dividir a plateia em duas áreas simétricas em relação às telas, aproximando palestrantes e participantes. Ivan Witt, diretor da Steer Recursos Humanos, registrou o evento como grandioso. Para Renata Nascimento, da área de comunicação da Scania, tudo ocorreu de forma impecável, incluindo a dinâmica dos painéis. “Fiquei bastante impressionada com a grandeza e abrangência”, assinalou Solange Amâncio, executiva da Ecosciences. “O fórum consolidou-se como o principal evento do gênero por corresponder à expectativa do setor em encontrar parceiros de negócios e personalidades do setor para compartilhar informações e insights sobre as tendências na indústria automobilística”, disse Paula Braga Prado, diretora de Automotive Business responsável pela organização. Para ela, um dos
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E SUPERLATIVOS 938 PARTICIPANTES LOTARAM GOLDEN HALL DO WTC, EM SÃO PAULO, COM 43 PATROCINADORES E 34 EXPOSITORES destaques do evento reside nas atividades de relacionamento, com a realização de três workshops dedicados à cadeia de suprimentos, carreira profissional e polos automotivos. Em estandes personalizados, 96 profissionais de montadoras, parques tecnológicos, universidades e secretarias de Estado atenderam os participantes do fórum no final do programa. “Essa atividade de networking cresce a cada ano, valorizando o encontro”, avalia Paula, destacando também a presença de 43 patrocinadores e 34 expositores na feira de tecnologia e serviços. “Com esses números, o fórum torna-se o maior evento do gênero promovido no setor automotivo”, observa. O programa de palestras da quarta edição do fórum trouxe na abertura uma apresentação de Paulo Cardamone, diretor-geral da IHS na América do Sul, para tratar do
Inovar-Auto e apresentar projeções do mercado automotivo brasileiro. Houve também sessões dirigidas para caminhões, autopeças, novos empreendimentos na indústria automobilística e cadeia de suprimentos com a participação dos principais executivos do setor. José Roberto Mendonça de Barros, sócio-diretor da MB Associados, analisou os cenários para a economia. Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, concedeu entrevista a Automotive Business sobre o Inovar-Auto e os efeitos do programa de competitividade estimulado pelo governo brasileiro. Carlos Gomes, presidente da PSA Peugeot Citroën, Roberto Cortes, presidente da MAN Latin America, e Valter Pieracciani, sócio-diretor da Pieracciani, vão avaliaram, em um único painel, as novas estratégias para as empresas ganharem competitividade na indústria automobilística.
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INTERAÇÃO: durante os workshops de relacionamento, os participantes do fórum tiveram oportunidade de interagir com representantes das áreas de engenharia e compras das montadoras, universidades e entidades como o IQA e SAE Brasil. A feira de tecnologia reuniu os expositores no mesmo ambiente das palestras.
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MULTIPLICAÇÃO DE FÁBRICAS PLANTAS de veículos leves saltarão de 18 para 25 até 2015. Montadoras de caminhões avançarão de 8 para 15 no período SUELI OSÓRIO
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e tudo seguir conforme previsto, o Brasil verá aumentar de 18 para 25 o número de fábricas de automóveis e comerciais leves entre 2013 e 2015. Também nos próximos dois anos, o número de plantas produtivas de caminhões passará de oito para 15 – incluindo a transferência da unidade da Navistar International, que saiu de Caxias do Sul para Canoas, no Rio Grande do Sul, onde começa a funcionar em maio. O montante de investimentos anunciados antes mesmo das definições do Inovar-Auto chega a R$ 15 bilhões até 2015. Há nove fábricas de automóveis e
comerciais leves em construção ou recém-inauguradas, entre elas as unidades paulistas da Hyundai em Piracicaba e da Toyota em Sorocaba, que entraram em operação no ano passa-
Assista à entrevista com Tarcísio Telles, da JAC Motors
do. Essas unidades previstas ou já em funcionamento somam R$ 12 bilhões em investimentos. Até 2014, quando estiverem trabalhando, vão acrescentar ao País um milhão de veículos por ano em capacidade instalada de produção. Nos segmentos de caminhões e ônibus, oito novas fábricas serão inauguradas até 2015, com investimentos de R$ 3 bilhões, acrescentando 80 mil unidades anuais à capacidade produtiva. Além disso, o Brasil ganha outras cinco fábricas de motores ligadas às montadoras, que entram em operação até 2015. Saltará de 13 para 18
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Job:
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Job: iveco-2013 -- Empresa: Leo Burnett -- Arquivo: 27449-013-Iveco-An-Tector-Sustentacao2013-20.5x27.5_pag001.pdf
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será totalmente independente, inclusive em compras. Dessa forma, a matriz chinesa ganha fôlego para exportar”, explicou Curi. Ele informou que a companhia convidou sete empresas chinesas para ser fornecedoras da planta do interior de São Paulo. “A maioria deve acompanhar a Chery, que é estatal.” Alguns parceiros já foram escolhidos e agora é a fase da precificação. “Há 14 empresas nacionais pequenas homologadas.“ Antonio Damião, diretor de desenvolvimento da Fiat Automóveis, explicou que o complexo industrial de Goiana (PE) abrigará mais do que a fábrica. “Lá será construído um centro de pesquisa e desenvolvimento. Produtos novos vão nascer ali dentro do conceito do Inovar-Auto e os fornecedores estão alinhados”, avaliou. A unidade abrigará 14 linhas estratégicas de produtos. “Automaticamente, alguns fornecedores vão nos
o número de linhas de produção de propulsores, incluindo ciclo Otto e diesel. Uma delas foi anunciada durante o painel As Expectativas para os Novos Empreendimentos, no IV Fórum da Indústria Automobilística. Luis Curi, vice-presidente da Chery Brasil, informou que a montadora aprovou investimento no País na fábrica da Acteco, divisão de motores da empresa chinesa. “Não sabemos ainda onde será nem o valor do investimento, que será feito em toque de caixa.” DESAFIOS A fábrica de automóveis da Chery em Jacareí (SP) produzirá duas plataformas: a do Celer, nas configurações hatch e sedã, e a de um subcompacto. A operação deve começar no primeiro trimestre de 2014. “Pretendemos nacionalizar o Celer o máximo possível, para atender o mercado local e a América do Sul. A unidade
acompanhar, principalmente os de peças maiores ou de transporte complexo”, explicou Damião. Tarcísio Telles, vice-presidente industrial da JAC Motors, disse que tudo corre dentro do prazo para que a fábrica baiana entre em operação entre o fim de 2014 e o começo de 2015. “Temos oportunidade única na indústria automobilística, pois estamos desenvolvendo um carro para uma fábrica e uma fábrica para um carro.” Ele explicou que todos os processos produtivos, como estamparia e pintura, serão feitos na unidade. Além de automóveis, a JAC vai montar caminhões. “Não dá para aproveitar todos os processos para carros e caminhões, mas a pintura vai ser comum, o que vai reduzir custos.” O executivo está satisfeito com a base de fornecedores de Camaçari. Segundo ele, os parceiros da Ford têm interesse em fornecer para a JAC também.
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Paccar é uma das novas entrantes do setor de caminhões. A empresa constrói fábrica em Ponta Grossa (PR) para fazer até 10 mil caminhões da marca DAF por ano com investimento de US$ 200 milhões. Outros US$ 120 milhões serão aplicados no desenvolvimento da rede de concessionários, fornecedores e engenharia. “Vamos iniciar a produção em setembro. Não podemos entrar no Brasil sem distribuição profissional”, afirmou Marco Antonio Davila, presidente da DAF Caminhões. Sobre os fornecedores, Davila disse que a empresa encontrou no Brasil alguns de seus parceiros globais, mas reconheceu a necessidade de desenvolver fornecedores locais.
divulgação
PRODUÇÃO DA DAF COMEÇARÁ EM SETEMBRO
Marco Antonio Davilla, presidente da DAF Brasil, e o prefeito de Ponta Grossa, Pedro Wosgrau Filho
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REDES DESAFIAM ENTRANTES lei do caminhoneiro e infraestrutura deficiente são obstáculos a ser vencidos pelo setor de transporte SUELI OSÓRIO
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Assista à entrevista com Ricardo Alouche, da MAN
Assista à entrevista com Tânia Silvestri, da Mercedes-Benz
crescimento vigoroso do mercado brasileiro de caminhões nos últimos anos atraiu uma série de fabricantes interessados em se estabelecer no País. Para essas empresas, o desafio vai além de produzir localmente com conteúdo regional superior a 65% para garantir o financiamento pelo BNDES/Finame. Um dos grandes obstáculos para avançar no mercado interno está em estruturar a distribuição dos veículos e os serviços de assistência técnica. A opinião é de Tânia Silvestri, diretora de vendas e marketing de caminhões da Mercedes-Benz, uma das participantes do painel sobre o tema no IV Fórum da Indústria Automobilística. “A grande barreira à entrada de novos players é a rede de concessionários”, aponta a executiva, lembrando que o mercado de caminhões é complexo e o transportador não está disposto a deixar os caminhões parados por falta de peças ou serviços. “A cobertura nacional é indispensável
para as marcas terem sucesso nesse mercado”, avisa. A observação serve como alerta a empresas como DAF, Sinotruk, Foton Aumark e Shacman, que iniciam operações. Diante dessa realidade, as montadoras já estabelecidas no Brasil ainda não enxergam as novas entrantes como ameaça, já que levará tempo até que elas tenham estrutura para concorrer com intensidade no mercado nacional. Apesar disso, as fabricantes de caminhões enumeram uma série de desafios que ditarão o ritmo de expansão das vendas nos próximos anos. Entre eles estão os já tradicionais problemas de infraestrutura e de logística do País e a falta de motoristas. Para Alcides Cavalcanti, diretor de vendas e marketing da Iveco, o crescimento da frota agrava o problema. “Com o aumento da demanda, as transportadoras precisam de cada vez mais condutores.” Tânia acredita que no primeiro momento a lei dos caminhoneiros traz impacto negativo, incentivando a falta de profissionais, mas isso deve mudar a médio prazo. “A dificuldade para con-
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Alcides Cavalcanti, da Iveco, Bernardo Fedalto, da Volvo, Oswaldo Jardim, da Ford, Ricardo Alouche, da MAN, Roberto Leoncini, da Scania, e Tania Silvestri, da Mercedes, concordam que é preciso reduzir o preço do caminhão usado para renovar a frota circulante
tratar motoristas tem a ver também com outros fatores que desestimulam o interesse pela profissão, como a falta de segurança e de valorização. A lei pretende resolver essa questão e vai ajudar a atrair novos profissionais.” RENOVAÇÃO A idade avançada da frota é outra questão a ser enfrentada. Levantamento da Carcon Automotive indica que 55% dos caminhões que circulam no País estão nas mãos de autônomos e têm média de idade de 21 anos. Já a frota pertencente às empresas é bem mais nova, com média de nove anos, evidenciando que um programa de renovação deve começar pelos autônomos. Como estes trabalhadores são os que têm menos capital para investir e maior dificuldade de acesso ao crédito, a formação de cooperativas entre eles, que facilitem a renovação, pode ser uma boa alternativa. Segundo os participantes do debate, essa seria uma tendência. Há ainda expectativa de crescimento de programas como os promovidos em São Paulo, no Porto de Santos, e, de forma mais abrangen-
te, no Estado do Rio de Janeiro. Para deslanchar, esse tipo de ação tem de solucionar o problema do alto preço do caminhão antigo. Bernardo Fedalto, diretor de vendas de caminhões da Volvo, acredita que a redução dos valores daria início a um ciclo de renovação. “Dessa forma, o dono de um veículo antigo não vai comprar um caminhão zero. Vai adquirir um de dez anos. Quem possui um de dez anos vai comprar outro de cinco e o de cinco comprará um zero.” PROJEÇÕES Atualmente, o Brasil é o quarto maior mercado global e quinto colocado em produção de veículos pesados. Roberto Leoncini, diretor geral da Scania Brasil, enfatizou que, se os problemas de infraestrutura forem resolvidos, o Brasil conseguirá subir uma posição. O executivo está otimista para o mercado interno este ano. “Será bem diferente de 2012. Temos a expectativa de uma grande safra de grãos, obras de infraestrutura e consumo das famílias aquecido.” As fabricantes esperam aumento das vendas de 8% a 10% este ano na comparação com 2012. O cresci-
mento estará alinhado à previsão de avanço do PIB, da ordem de 3%, e terá mais intensidade entre os veículos pesados e extrapesados. O segmento deverá ser o grande motor da expansão das vendas também nos próximos anos. A categoria tem a maior participação e, em 2012, respondeu por 54,2% do mercado, enquanto os médios ficaram com 28%. O vice-presidente de vendas, marketing e pós-vendas da MAN Latin America, Ricardo Alouche, concorda com o prognóstico e aponta que a demanda por extrapesados vai crescer também como consequência da otimização dos processos de logística. Para ele, os VUCs (Veículos Leves de Carga), permanecerão como opção importante para o transporte em centros urbanos e os modelos médios continuarão presentes na logística entre municípios. A previsão de Oswaldo Jardim, diretor de operações da Ford Caminhões, também é otimista acerca das vendas de extrapesados. A empresa entrará no segmento no segundo semestre deste ano. “É fatia muito disputada e nos interessa também pelo alto valor agregado.”
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APOSTA NO INOVAR-AUTO Para representantes e especialistas da indústria automobilística, novo regime reforça a característica inovadora do segmento MARTA PEREIRA
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esmo com regulamentações pendentes, o Inovar-Auto já agrada boa parte dos representantes e especialistas do setor automotivo, que acreditam que o programa é um aliado para o salto quantitativo e qualitativo que se espera. Cledorvino Belini, que acaba de deixar a presidência da Anfavea e é presidente do Grupo Fiat para a América Latina, integra o coro dos que esperam que a política industrial traga bons resultados. Na opinião dele, o novo regime vai colocar a indústria brasileira no mesmo patamar que a de muitos países e até superar. “O Inovar-Auto também
impõe muitos desafios. Um deles é que toda a cadeia de suprimentos tem de ser forte e, para tal, atrair investimentos. Da mesma forma, esperam-se aportes públicos em infraestrutura, sobretudo logística, que impactam diretamente na competitividade”, disse o executivo no IV Fórum da Indústria Automobilística. Um dos pontos-chave do programa é o incentivo à inovação com benefícios econômicos e fiscais. O assunto, no entanto, ainda é nebuloso para algumas empresas. Valter Pieracciani, sócio-diretor da Pieracciani Desenvolvimento de Empresas, esclarece que a inovação
não é nenhum bicho de sete cabeças. “Há tempos a indústria entende que sem isso não há saída. Toda empresa tem potencial para ser uma usina de inovação. Basta se organizar, se estruturar. E não precisa esperar pela regulamentação do Inovar-Auto”, avisa. MONTADORAS O consultor reforça que inovar implica explorar melhor os elementos que todas as empresas têm: pessoas, processos e relacionamentos com os diversos públicos de interesse. “Inovação tem de fazer parte da tradição, da estratégia, do dia a dia. O novo
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Carlos Gomes, presidente da PSA Peugeot Citroën, Roberto Cortes, presidente da MAN, e Valter Pieracciani, sócio-diretor da Pieracciani, concordam que empresas devem ser usinas de inovação
regime reforça essa ideia.” Essa visão é compartilhada por Carlos Gomes, presidente da PSA Peugeot Citroën, e Roberto Cortes, CEO da MAN Latin America, que dividiram o palco com o consultor no painel Estratégias para a Competitividade. Gomes aponta que o novo regime automotivo fortalece a trajetória inovadora da PSA, baseada no tripé citado por Pieracciani, e será capaz de promover a competitividade. “Não visamos um market share elevado, até porque estamos fora do nicho de entrada. Mas queremos estar mais pró-
O Inovar-Auto impõe muitos desafios. Um deles é que toda a cadeia de suprimentos tem de ser forte e atrair investimentos Cledorvino Belini, presidente da Anfavea na gestão 2011 a 2013
ximos do mercado, melhorar nossa relação com os parceiros, desenvolver produtos que atendam às necessidades do consumidor e nos antecipar às exigências por modelos mais econômicos e com baixo nível de emissões.” A MAN também se identifica com a usina de inovações descrita pelo consultor. Cortes cita o conceito pioneiro da fábrica de Resende (RJ), no qual os fornecedores estão no mesmo complexo industrial, modelo copiado por outras marcas. Cortes concorda com o executivo da PSA ao falar dos efeitos do Inovar-Auto. “O regime cabe como
uma luva em nossa estratégia. É um programa ganha-ganha, que prioriza quem tem feito investimentos, sem impedir que outros players se instalem.” CADEIAS Pieracciani afirma que todos os setores podem e devem inovar, incluindo as cadeias de suprimentos e de distribuição. “O varejo tem uma vantagem: está em contato direto com o consumidor e sabe o que ele quer. É preciso incrementar a sinergia com os fabricantes.” As autopeças, segundo o consultor, precisam se organizar, alinhar-se às exigências do mercado, desenvolver projetos tecnológicos, bater na porta do cliente, reforçar as parcerias e buscar linhas de créditos que já existem, mas não são aproveitadas. “Há espaço para todos e o Brasil é um país com tradição em inovação, durante décadas esquecida.”
Assista à entrevista com Cledorvino Belini
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Paulo Cardamone, managing director da IHS Automotive na América do Sul
GOVERNO, SÓCIO MINORITÁRIO
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ara auxiliar o governo na regulamentação do novo regime automotivo, a IHS Automotive América do Sul entregou em março estudo que servirá de base para calcular o índice de nacionalização dos veículos fabricados no Brasil. “As regulamentações estão sendo finalizadas. Embora não haja prazo para publicação, o governo tem pressa, porque o Inovar-Auto está ligado a impostos”, garante Paulo Cardamone, managing director da consultoria para a América do Sul. Ele revelou que o modelo de medição de conteúdo local preparado pela consultoria recomenda um sistema simples, eficiente e barato. “Apenas aumentar o conteúdo local não garante a elevação do nível de competitividade, um dos principais pontos do Inovar-Auto. Outras vertentes merecem atenção, como a eficiência energética”, salienta. Segundo ele, o governo tem de ajustar pontos críticos, com medidas que reduzam os custos. “É preciso rever valores da matéria-prima, como aço e plástico, olhar para a questão da energia elétrica e os custos atrelados à mão de obra. O governo tam-
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bém tem de concordar em ser sócio minoritário. Hoje, 33% do custo de um carro é dele.” Cardamone lembra que o foco do Inovar-Auto deve ser o consumidor, o que vai gerar uma reversão no desenvolvimento de modelos para atender os compradores de baixa renda. Ainda assim, ele alerta que o Brasil não tem evoluído em veículos com mais conteúdo ou em projetos que contemplem outras categorias além da B, de veículos compactos, que são predominantes no mercado nacional. “Quanto mais competição, melhor. Só precisamos torcer para que o Inovar-Auto não se torne só um ‘Importar-Auto’. É a competição que vai fazer com que os carros sejam melhores para os consumidores.” O consultor aponta que os desafios do Inovar-Auto ainda passam por ampliar a capacitação para a inovação e estimular o debate sobre mobilidade. “É importante manter a alta da capacidade produtiva, sustentada pela criação de um programa de reciclagem: tirar das ruas um milhão de carros poluentes, no mínimo, e trazer ao consumidor soluções mais sustentáveis.”
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O CONTEÚDO LOCAL DOS VEÍCULOS VOLKSWAGEN ESTÁ EM 79%. O GOL, MAIS VENDIDO, CHEGA A 87%
A CADEIA ESTÁ PREPARADA PARA A NOVA POLÍTICA. MAS VAI SER PRECISO INVESTIR EM VOLUME
O NOVO REGIME TRAZ INVESTIMENTOS PARA A INDÚSTRIA E EXIGE DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS LOCAIS
Edvaldo Picollo, gerente executivo de compras, Volkswagen do Brasil
João Pimentel, diretor de compras, Ford América do Sul
Cláudio Bello, diretor de compras da General Motors América do Sul
REGIME ACELERA COMPRAS executivos projetam expansão da competitividade em paralelo ao aumento de gastos CAMILA FRANCO
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s executivos de compras das grandes montadoras instaladas no Brasil concordam que o Inovar-Auto terá efeito positivo sobre a cadeia de suprimentos. Os responsáveis pela área na Ford, General Motors e Volkswagen, chegaram a essa conclusão durante em painel durante o IV Fórum da In-
dústria Automobilística. A GM América do Sul planeja gastar R$ 12 bilhões com materiais diretos e mais R$ 400 milhões com materiais indiretos em 2013. Para Cláudio Bello, diretor de compras da companhia, o novo regime traz investimentos para a indústria ao passo que exige o desenvolvimento de
novas tecnologias locais, contribuindo para aumento da competitividade e facilitando os processos logísticos. João Pimentel, diretor de compras da Ford América do Sul, pondera, contudo, que esses benefícios só deverão ser sentidos em longo prazo. “A cadeia já está preparada para atender a nova política. Mas vai ser preciso in-
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vestir em volume, com mais máquinas, além de manter o que se gasta hoje para sermos competitivos.” LOCALIZAÇÃO Pimentel, Bello e também Edvaldo Picolo, gerente executivo de compras da Volkswagen do Brasil, deverão aumentar os gastos a fim de aumentar o conteúdo local e a tecnologia embarcada em seus produtos. Picolo, que gastou R$ 15,8 bilhões em 2012 e deve aumentar a cifra para R$ 16 bilhões em 2013, assume que o volume de compras tende a crescer. “Não vejo problema nenhum em aumentar nossas compras, desde que aumentemos nossa qualidade e competitividade. Meus concorrentes deverão fazer o mesmo para sobreviver. Hoje, o conteúdo local dos veícu-
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los Volkswagen já está no patamar de 79%. O Gol, nosso carro mais vendido, tem 87% das peças feitas aqui. O Inovar-Auto ditará como o mercado vai competir nos próximos anos e isso é bom porque conhecemos melhor nosso futuro.” Pimentel complementa: “É evidente que teremos de comprar mais. Motores com mais tecnologias representam mais custos. Mas, no fim, a conta deverá ser equalizada porque as compras vão estar centralizadas aqui.” Para que o consumidor não sinta o reflexo do aumento dos gastos, Bello, da GM, propõe a redução de massa da carroceria em vez de adotar soluções mais caras para elevar a eficiência energética dos motores como, por exemplo, a inclusão de um turbocompressor. “Será preciso cria-
tividade por parte da engenharia”, aponta. Picolo, por sua vez, acredita no ganho de escala como trunfo. Os executivos garantem que não existem gargalos severos na cadeia produtiva. “Temos tido alguns, pontuais, por desequilíbrio entre demanda e oferta. Ainda faltam cuidados especiais em relação aos tiers 2 e 3, além de haver deficiências de logística, mas nada preocupante”, assegura Cláudio Bello. Os executivos apostam em uma indústria automotiva nacional de 6 milhões de veículos na próxima década. “Se fizermos os investimentos necessários agora, chegaremos a esse número. Mas se esperarmos pelo que vai acontecer no fim da década apenas como espectadores, com certeza não estaremos preparados”, conclui Bello.
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SINDIPEÇAS À ESPERA DO INOVAR-PEÇAS executivos projetam expansão da competitividade em paralelo ao aumento de gastos FERNANDO NEVES
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uestões ainda em aberto têm feito o Sindipeças economizar elogios ao Inovar-Auto, Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores. Entre outras medidas, o
programa fixa tributação mais baixa para os veículos produzidos no Brasil que comprem peças, material produtivo e ferramental no mercado local ou regional. O objetivo do governo é atrair novos investimentos produtivos para o Brasil, desejo partilhado com
o setor fabricante de autopeças e que tem seu entusiasmo barrado em dois pontos: a incógnita sobre como será a rastreabilidade e a palavra “regional”. Saber de onde vêm as peças, indicando o que foi importado e o que não foi, é importante porque deter-
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minará o índice de nacionalização e, dessa forma, quem deve receber os benefícios fiscais contidos no programa. “Equacionar a rastreabilidade é a questão fundamental para o setor de autopeças dentro do programa Inovar-Auto,”, disse Paulo Butori, presidente do Sindipeças durante sua participação no IV Fórum da Indústria Automobilística, dia 1o de abril no Golden Hall do WTC, em São Paulo. Na entidade dos fabricantes de autopeças, a rastreabilidade tem solução simples: a autodeclaração feita pelos próprios fabricantes de componentes. Em caso de dúvida, auditores independentes checariam a veracidade da documentação. Por falta de consenso nesse ponto e em outros, a publicação da regulamentação do Inovar Auto foi transferida para 1o de junho, em vez de ter sido feita em 1o de abril como programado.
RASTREABILIDADE É a questão da rastreabilidade que traz à discussão a questão dos componentes fabricados regionalmente. A palavra “regional” compreende peças produzidas fora do Brasil, mais especificamente na Argentina, único país do Mercosul que, além do Brasil, fabrica componentes automotivos. A questão é que, além de fabricar, o país vizinho também importa. É esse o ponto que atrai a atenção do Sindipeças porque a entidade quer saber como a rastreabilidade (incluída no Inovar-Auto como forma de determinar se a peça é brasileira ou não) será aplicada na Argentina. O problema é como estender a jurisdição dos auditores independentes à Argentina. Motivo para acompanhar de perto há. Segundo Butori, um levantamento indica que para ca-
da carro feito na Argentina há a presença, em valor, de US$ 16,5 mil em componentes importados. Porém, o preço médio dos carros na Argentina é de US$ 15 mil. Ou seja, a conta não fecha e indica que esses componentes têm como destino final o mercado brasileiro, maior comprador de veículos produzidos no país vizinho. “Verificar a aplicação da rastreabilidade na Argentina é uma questão a ser resolvida”, afirma Butori. Mesmo sem a regulamentação do Inovar-Auto, o presidente da entidade dos fabricantes de autopeças defende a criação de um programa exclusivo para o setor, com o sugestivo nome de Inovar-Peças. “O governo avalia com simpatia um Inovar-Peças, que pode sair na sequência do Inovar-Auto. Não há prazo. Mas o Sindipeças tem esperança”, conclui.
BUTORI DEFENDE RASTREABILIDADE AO TOMAR POSSE NO SINDIPEÇAS Dirigente quer demonstrar os riscos do aumento das importações de autopeças
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o tomar posse como presidente do Sindipeças dia 11 de abril, em cerimônia promovida no Clube Monte Líbano, em São Paulo, Paulo Roberto Butori destacou o empenho da entidade para que seja regulamentado o regime de rastreabilidade da origem das autopeças no Inovar-Auto. Ele lembrou também de medidas anunciadas pelo governo em defesa do setor, como o Reintegra, a desoneração da folha de pagamentos e a certificação de autopeças pelo Inmetro. “O setor de autopeças faz parte de uma indústria que move a economia de qualquer país em que esteja instalada. Mas para que isso funcione bem é preciso que haja harmonia entre todos os elos da cadeia produtiva”, enfatizou Butori. Ele foi eleito pela sétima vez para comandar a entidade, tarefa que tem desempenhado com habilidade para governar com harmonia as necessidades muitas vezes divergentes de seus associados, sejam sistemistas ou fabricantes de componentes.
O dirigente entende que o Inovar-Auto é considerado um divisor de águas e pode representar grande oportunidade ou mesmo ameaça para a indústria brasileira de autopeças: “Nosso trabalho consiste em mostrar ao governo com números, dados e projeções os riscos que o País corre se a produção local de autopeças continuar sendo substituída por importações.” Butori explica que, além de apontar os riscos, cabe ao Sindipeças a obrigação de apresentar propostas consistentes para que o Inovar-Auto resgate a competitividade da indústria, de modo que esta retome sua trajetória de crescimento, interrompida nos últimos anos. “Sem o devido crescimento, ficamos distantes de nossos clientes (montadoras) nos investimentos, na produção e na rentabilidade”, relatou. Tomaram posse também os novos conselheiros, diretores regionais, representantes nas federações de indústria e suplentes do Sindipeças e da Abipeças.
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EFICIÊNCIA PARA ELEVAR PIB Para Mendonça de Barros, A economia BRASILEIRA não dá sinais de estar no rumo certo FERNANDO NEVES
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tão necessária melhora da produtividade, que sinaliza produção com mais qualidade e menor preço, parece que vai demorar a acontecer no Brasil. Essa é a opinião de José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados, que vê com pessimismo a situação atual do País. Durante o IV Fórum da Indústria Automobilística, o economista enumerou alguns problemas que o País precisa superar para alcançar crescimento mais vigoroso. Entre eles estão a perda de qualidade regulatória, resultados negativos nas empresas causados pela política cambial, prejuízo da Petrobras para seus acionistas e fornecedores, perdas associadas ao novo modelo elétrico, multas aplicadas pela receita e agências re-
gulatórias e aumento de custos, especialmente da mão de obra. O economista critica a opção pelo aumento puro e simples do consumo como sustentáculo do crescimento econômico. Para ele, a simples oferta de produtos, sem o aumento da qualidade na cadeia, não vai ajudar ao crescimento. “Apenas a expansão do consumo não nos fará crescer mais”, afirma. Um exemplo de expansão em cima de consumo e não de produtividade são as projeções do PIB feitas por sua empresa. Para a MB Associados, o Brasil registrará crescimento de 3% em 2013 e de 3,5% em 2014. A expansão, no entanto, será bastante sustentada por ações de investimentos públicos ligados à Copa do Mundo e, como acon-
tece de dois em dois anos, as eleições. Para Mendonça de Barros, a inflação, dragão domado há alguns anos no Brasil, dá sinais de estar roendo suas correntes. Ele informou que, segundo levantamento feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) entre os 365 itens medidos pelo instituto, 70% tiveram aumento de preços. Para 30% deles, essa alta foi superior a 10%. O cenário pessimista enxergado por Mendonça de Barros se completa com a possibilidade de risco de oferta de energia por conta da matriz hidroelétrica brasileira de geração. Com a redução das chuvas, os reservatórios estão com os níveis aquém dos esperados. Ele lembra que as reservas técnicas já foram utilizadas, o que torna o fornecimento preocupante. n
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O que segura o crescimento do Brasil APENAS A EXPANSÃO DO CONSUMO NÃO NOS FARÁ CRESCER MAIS José Roberto Mendonça de Barros, presidente da MB Associados
• Perda de qualidade regulatória • Prejuízo nas empresas causado pela política cambial • Prejuízo da Petrobras para seus acionistas e fornecedores • Perdas associadas ao novo modelo elétrico • Multas aplicadas pela receita e agências regulatórias • Aumento de custos, especialmente da mão de obra
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60 anos de Volkswagen e 12 anos de parceria. C
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A T-Systems parabeniza e agradece pela confiança e por fazermos parte dessa história de inovação e sucesso.
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foto: RAFAEL BANDEIRA
INVESTIMENTOS
FIAT AUTOMÓVEIS põe em marcha a construção da fábrica de Goiana, em Pernambuco
indústria automobilística:
um setor em obras
O BRASIL AUTOMOTIVO MUDA SUA diNÂMICA COM O INOVARAUTO, TRANSFORMANDO-SE EM UM VERDADEIRO CANTEIRO DE OBRAS, COM ESTADOS DISPUTANDO R$ 60 BILHÕES EM APORTES DE MONTADORAS E AUTOPEÇAS. OS EMPREENDIMENTOS SE MULTIPLICAM DO NORDESTE AO SUL, REGISTRANDO INICIATIVAS OUSADAS COMO O BILIONÁRIO POLO DA FIAT EM PERNAMBUCO OU A FÁBRICA DE VEÍCULOS DE LUXO DA BMW EM SANTA CATARINA. saiba o QUE HÁ POR TRÁS DESSAS INICIATIVAS TÃO DIVERSAS, ALÉM DE UM MERCADO ATRATIVO E INCENTIVOS FISCAIS Natalia gómez e paulo ricardo braga
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arturo Piñeiro, presidente & CEO do BMW Group Brasil, assina o protocolo para instalação da fábrica em Araquari (SC), ao lado de Raimundo Colombo, governador de Santa Catarina, e Eduardo Pinho Moreira, vice-governador de Santa Catarina
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São Paulo continua sendo o Estado responsável pelo maior volume de veículos produzidos no País, com 42% do total. Vêm a seguir Minas Gerais (25%), Paraná (15%), Rio Grande do Sul (6%), Bahia (5,6%), Rio de Janeiro (4,5%) e Goiás (2%). Essas participações são estimadas, com base nos resultados de 2011, já que a Anfavea ainda trabalha nos números de 2012. O peso do Inovar-Auto tem sido decisivo nos novos empreendimentos, para driblar o pagamento de 30 pontos porcentuais extras de IPI. Com seu projeto, em fevereiro, a BMW conseguiu a habilitação como investidora em fábrica de baixo volume de produção, com aporte mínimo de R$ 17 mil por veículo produzido. A empresa conquistou o direito de importar 8 mil veículos por ano, similares aos que montará no País, sem os 30 pontos porcentuais extras de IPI, volume
equivalente a 25% da capacidade de produção anunciada. A BMW poderá trazer outros 25% da capacidade (mais 8 mil unidades por ano) com o desconto, mas só receberá o IPI gordo de volta após começar a produzir localmente. “Com a instalação da fábrica, mais de mil novos empregos diretos serão criados. Será também uma grande oportunidade para a área da educação, geração de emprego, intercâmbio cultural e transferência de tecnologia”, disse o presidente do BMW Group Brasil, Arturo Piñero, que assumiu o posto em 1o de abril. Os primeiros carros brasileiros da marca estarão nas revendas até o fim de 2014. O protocolo assinado com o governo de Santa Catarina registra aporte de 200 milhões de euros e lança um desafio para suas concorrentes Mercedes-Benz e Audi seguirem seus passos em território brasileiro.
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decisão da BMW de implantar fábrica em Araquari, no norte de Santa Catarina, às margens da BR-101, traz lições importantes sobre a produção automotiva no País. Em primeiro lugar, a iniciativa sinaliza que é possível, sim, operar com pequenas unidades e montar carros de luxo aqui. A planta terá capacidade inicial de 32 mil veículos por ano, escolhidos entre o Série 1, Série 3 e X1, os mais vendidos da marca no Brasil. O empreendimento confirma também a importância dos incentivos fiscais municipais e estaduais para atração de investimentos catalisados pelo Inovar-Auto, o programa do governo para adensar a cadeia produtiva. Embora a BMW não revele o volume total dos estímulos governamentais, é certo que eles são expressivos. Não menos importante, ainda, é a evidência da contínua descentralização na geografia da manufatura de veículos, a despeito dos desafios logísticos associados ao isolamento em relação aos centros industriais, como ocorre com a Fiat, em Pernambuco, com a JAC Motors e a Foton, na Bahia, as pequenas TAC e Troller, no Ceará, a DAF, no Paraná, e a Sinotruk, em Santa Catarina. Goiás abriga três fábricas: a CAOA, em Anápolis, a Mitsubishi, em Catalão, e a Suzuki, em Itumbiara, todas distantes dos principais centros de consumo e suprimento de componentes. A JAC Motors ficará em Camaçari, onde a Ford enfrenta a escassez de pessoal especializado e sofre da crônica dependência do transporte rodoviário. Em caminho inverso, Hyundai (Piracicaba, SP) e Toyota (Sorocaba, SP) optaram por ficar em território paulista, próximas dos centros produtores de autopeças. Para crescer, a PSA Peugeot Citroën decidiu permanecer na região sul-fluminense, ao lado da MAN, e terá na vizinhança a Nissan, que faz aporte expressivo em Resende.
mãos à obra: executivos e convidados da DAF Caminhões dão a partida à construção da fábrica em Ponta Grossa, no Paraná
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INVESTIMENTOS
Investidores recebem suporte logístico, facilidade de acesso a instituições, redução de impostos, terrenos e benfeitorias
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s volumosos investimentos em curso na indústria automobilística não passam despercebidos por governos estaduais e municípios brasileiros. Os aportes em instalações e desenvolvimento de veículos leves e pesados programados de 2013 a 2017, mais as aplicações em autopeças, alcançarão o impressionante valor de R$ 60 bilhões, conforme calcula a Anfavea, a entidade dos fabricantes de veículos. O avanço dos polos automotivos estaduais, que se estende por Ceará, Pernambuco, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é acompanhado pelo crescimento dos parques tecnológicos paulistas, que atendem aos programas de PD&I, engenharia e tecnologia de montadoras e autopeças. Atentos ao imenso potencial de investimentos, catalisados pelo Inovar-Auto, polos municipais e estaduais em diferentes regiões do Brasil pro-
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INCENTIVOS REGIONAIS
PSA aplicará R$ 3,7 bilhões até 2015 em Porto Real (RJ) e elevará a capacidade de produção para 220 mil veículos/ano
curam atrair a atenção das empresas. Os incentivos incluem facilidades para enfrentar a burocracia e ter acesso a repartições públicas, reduções na cobrança de impostos, cessões de terrenos e benfeitorias. Pernambuco é um dos exemplos mais recentes dessa regionalização, que descentraliza ainda mais a produção de veículos outrora restrita ao ABC paulista. O Estado, palco de investimentos de R$ 7 bilhões da Fiat no município de Goiana, próxi-
A Bahia oferece redução de quase 100% do ICMS para montadoras e autopeças e terrenos a preços de R$ 4 a R$ 25 por metro quadrado. Há também redução de IR em 75%, isenção de IPTU e ISS abaixo de 3%
mo ao porto de Suape, está sendo procurado por empresas que serão fornecedores satélites da montadora. Já confirmaram presença na região Pirelli, Magneti Marelli e a prestadora de serviços logísticos Sada. Os parceiros vão se instalar em dois parques produtivos – um em terreno de mil hectares da Fiat e outro a 30 quilômetros da fábrica. No primeiro parque estarão até 15 fornecedores da Fiat, com negociação direta entre empresas e montadora. No restante do Estado, o governo pode ajudar com a venda subsidiada de terrenos ou doação de áreas. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Márcio Stefanni Monteiro, quanto mais distante da Fiat for o terreno, maior será o auxílio do governo. Segundo ele, existem empresas interessadas em construir instalações perto da Fiat para alugar aos fornecedores da montadora. À Fiat o governo concedeu desconto (crédito presumido) de 95% do ICMS. Para as
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INVESTIMENTOS
autopeças que fornecem para a Fiat, há isenção do ICMS. Aquelas que exportam têm desconto do imposto, a depender da localização (75% em Suape, 85% na Zona da Mata e 95% no sertão). Monteiro ressalva que Pernambuco vive período de reindustrialização e inicia sua história no setor automotivo, mercado em que ainda não tem tradição. Uma das poucas empresas do segmento situadas no Estado é a Baterias Moura. “O governo quer prestar auxílio a este polo que está chegando”, afirma. O Estado conta com 14 escolas técnicas que podem formar mão de obra para as empresas, além de pagar parte do salário
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mário cúrcio
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autpeças que vendem para outros estados, segundo o superintendente de desenvolvimento econômico, Paulo Roberto Brito Guimarães. “O benefício é voltado para qualquer veículo automotor, não apenas automóveis”, diz. Além do ICMS, o governo estadual da Bahia permite que as empresas comprem terrenos a preços equivalentes a 20% dos praticados no mercado, de R$ 4 a R$ 25 por metro quadrado. Em nível municipal, as empresas recebem isenção de IPTU durante vários anos e o ISS fica abaixo de 2% a 3% nas cidades do interior da Bahia. Outro incentivo, proveniente do governo federal, é a redução de Imposto de Renda em 75% A JAC MOTORS investe R$ 1 bilhão em Camaçari (BA) para fabricar durante dez anos, que automóveis e pequenos caminhões vale para toda a Região Nordeste. Para dar maior de pesquisadores que desenvolvam e apoio às empresas que atuam no apliquem suas pesquisas no Estado. Estado, a Bahia criou um centro de Outro Estado agressivo nesta área é tecnologia chamado de Cimatec, a Bahia, que abriga a Ford e 30 siste- que tem condições de ajudar no demistas da montadora e se prepara pa- senvolvimento tecnológico e capacira o início das operações da JAC e da tar o pessoal para trabalhar no setor chinesa Foton em meados de 2014. automotivo. A ida da JAC e da Foton O Estado conta com três importantes produtores de pneus: Pirelli, Bridgestone e Continental. Para garantir a atratividade, a Bahia conta com um incentivo fiscal específico para o setor automotivo, com redução de quase 100% do ICMS para montadoras e as autopeças que fornecem a montadoras locais. Neste ano, o benefício será estendido para
MITSUBISHI aplica R$ 1 bilhão para duplicar a capacidade da fábrica em Catalão, Goiás
à região motivou também a criação de um grupo na Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia voltado exclusivamente para cuidar desses projetos. Para agilizar a concessão de licenças ambientais, a Secretaria criou ainda um grupo de gestão ambiental com 64 especialistas que dão suporte ao Instituto do Meio Ambiente. Os prazos de licenciamento ambiental, que eram de seis meses a um ano, caíram para três meses depois da iniciativa.
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A Fiat terá 15 fornecedores ao lado da fábrica em Goiana (PE), mas haverá outro parque produtivo a 30 km de distância. Quanto mais longe da montadora for o terreno, maior o auxílio do governo
FÁBRICA DA NISSAN em Resende (RJ) recebe R$ 2,6 bilhões para produzir 200 mil unidades/ano
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INVESTIMENTOS
A ATRAÇÃO DO SUDESTE região, que concentra a produção automotiva, também oferece incentivos a montadoras e fabricantes de autopeças
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volvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Julio Bueno, conta que, além do trabalho da própria Nissan, a secretaria promove road shows para atrair novos investimentos. “Em road show realizado para Tóquio, no ano passado, foram anunciados pelo menos seis fornecedores que estão vindo para a região”, afirma. Além de dois mil empregos diretos que serão gerados pela nova fábrica da Nissan em Resende, outros dois mil são esperados por conta da instalação de fornecedores. Mais da metade deste total já foi anunciada pelos primeiros seis fornecedores que decidiram se instalar no Rio de Janeiro. Ao todo são quase R$ 300 milhões em investimentos das japonesas Mitsui Steel (bobinas de aço), Yorozu (suspensão), Tachi-S (bancos), Kinugawa Rubber (tiras para vedação de portas), CalsonicKansei (escapamento) e da francesa Faurecia (parte interna das portas). Segundo Bueno, as montadoras instaladas no Estado recebem incentivo financeiro previsto no Programa de Atração de Investimentos Estruturantes (Rioinvest), criado em 1997 e sob o qual estão todos os grandes investimentos feitos no Rio nos últimos anos, entre eles os da Peugeot, divulgação
s Estados do Sudeste têm tradição no setor automotivo e não ficam fora da disputa por novos empreendimentos. O governo de Minas Gerais, por exemplo, mantém conversas com empresas interessadas, com destaque para o setor de autopeças, mas os nomes ainda não podem ser revelados, segundo o analista de promoção de investimentos do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), Fábio Valadares. O Rio de Janeiro, que já possui fá-
CHERY investe R$ 800 milhões na fábrica de Jacareí (SP), a ser inaugurada em 2013
bricas da MAN Latin América e da PSA Peugeot Citroën em Resende, receberá na região sul-fluminense também uma unidade da Nissan, que tem programa de R$ 3 bilhões no País desde 2011 para a construção de uma fábrica e centro de pesquisa e tecnologia. A montadora japonesa prepara-se para receber ao menos 30 fornecedores, que se instalarão em um raio de 70 km. O secretário estadual de Desen-
Nissan e MAN. O incentivo prevê que a empresa financie o pagamento de parte do ICMS durante a fase do investimento. Na prática, a empresa paga 20% do valor do ICMS e financia os 80% restantes. Ela pode utilizar este recurso ao longo de até 50 anos, respeitando o limite de crédito equivalente ao valor do investimento. O pagamento do montante de ICMS financiado pode ser feito de duas formas: ao longo dos 20 anos finais do período de 50 anos, respeitados 30 anos de carência; ou antecipadamente, a cada ano, ainda durante o investimento. Como o prazo de 50 anos é muito longo, as empresas antecipam o valor, retirando os juros do período, e vão quitando a dívida anualmente. O Estado de São Paulo, representado pela Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe São Paulo), também se mostra proativo na captação de investimentos. Segundo o presidente Sérgio Rodrigues Costa, a Investe São Paulo ajuda a direcionar as empresas para os municípios paulistas. Algumas das regiões mais demandadas são as de São Carlos, Sorocaba, Piracicaba e Jacareí, em razão da proximidade com os grandes eixos rodoviários e da oferta de mão de obra qualificada. Outro fator que pesa na decisão de investimentos é a alta qualidade de vida destas cidades. "Os empresários querem estar próximos dos grandes centros consumidores, dos fornecedores e estar em um ambiente agradável para viver", afirma.
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INVESTIMENTOS
o avanço dos PARQUES tecNOLÓGICOS Os polos de São Carlos, São José dos Campos e Sorocaba darão suporte à indústria em pesquisa, desenvolvimento e inovação divulgação
número menor de pessoas, o benefício dura cinco anos. A prefeitura também promove a doação ou a venda de terrenos para os empresários. No caso de venda, o pagamento tem pra zo de até 60 meses. Em São Carlos es tá situada a Volkswa gen, que tem na pro ximidade dezenas de empresas metalúrgi cas prestadoras de serviços. Outro im portante player ins talado no município é a americana Schnellecke, que faz a pré-montagem de conjuntos para a Volkswagen. Além de atrair as uni dades produtivas de empresas, São Carlos pretende atrair centros de pesquisa e laboratórios, que podem ser instalados dentro ou fora do seu parque tecnológico.
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ma das cidades paulistas deci didas a atrair investimentos automotivos é São Carlos. Segundo o assessor de relações insti tucionais da prefeitura, André Vilar, o município decidiu neste ano siste matizar os benefícios concedidos às empresas, que antes eram negocia dos caso a caso. “Nos últimos dez anos não houve muita atração de empresas e a ideia agora é acelerar o processo”, diz. Ele explica que as empresas rece bem isenção de IPTU e ISS por dez anos, desde que recolham ICMS no município e contratem mais de 300 funcionários. Para quem contrata um
SOROCABA O Parque Tecnológico de Sorocaba foi inaugurado pela prefeitura do mu nicípio paulista em meados de 2012, com investimentos de R$ 60 milhões dos governos estadual e municipal. O local será um ponto de encontro entre empresas, universidades e po
der público para desenvolvimento de pesquisa e inovação. Desde a aber tura, o empreendimento atraiu seis empresas e quatro universidades: PUC/SP, UFSCar, Unesp e Fatec. En tre as empresas estão o Instituto da Qualidade Automotiva (IQA) e a Gre enworks, especializada em engenha ria automotiva. A Toyota, que inaugurou em Soro caba no ano passado, também pode se instalar no parque, segundo o coor denador de operações Marcelo Ferrei ra. Uma fabricante de caminhões, cujo nome ainda não pode ser divulgado, também deve fazer parte do parque tecnológico em parceria com a USP. O parque abrigará diferentes se tores da indústria, mas o foco prin cipal será o segmento automotivo. As companhias que se instalarem no parque terão acesso a benefícios fiscais como IPTU zero e redução da alíquota de ISS de 5% para 2%, além da possibilidade de usar créditos de ICMS para aquisição de máquinas, construção e energia elétrica. Essas condições constam de projeto de lei em processo de aprovação. Para se instalar na área do parque, o custo atual é de R$ 4 por metro quadrado ao mês, o que inclui taxa de administração e de ocupação. Pa ra utilizar o prédio já construído no parque, o preço é de R$ 30 por me tro quadrado ao mês. n
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DESENVOLVIMENTO
CORRIDA TECNOLÓGICA UNE MONTADORAS E AUTOPEÇAS Inovar-Auto leva os dois lados da cadeia a desenvolver em colaboração carros mais eficientes ANA PAULA MACHADO
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ai começar a corrida para tornar os carros brasileiros mais tecnológicos, eficientes e menos poluentes. Para isso, as montadoras instaladas aqui contam com a parceria de seus fornecedores para alcançar esse objetivo. Empresas como Delphi, Continental, Honeywell e SKF já contam com peças com alto de grau de desenvolvimento à disposição para equipar a próxima geração
de automóveis que rodará nas ruas brasileiras. A Continental investe forte em novas tecnologias de powertrain e frenagem. A companhia tem laboratório de calibração de motores em Salto (SP) e inaugurou uma fábrica de freios ABS em Várzea Paulista (SP). Na unidade de freios, a empresa investiu R$ 30 milhões e tem uma capacidade de produção de 1,2 milhão de unidades por ano.
SANDRO BENEDUCCE, presidente da Continental, investe forte em powertrain e frenagem
O presidente da companhia para o Brasil e Argentina, Sandro Beneduce, disse que o novo regime automotivo, o Inovar-Auto, vai criar uma demanda maior para este tipo de tecnologia. Pelas novas regras, as montadoras instaladas aqui devem investir no desenvolvimento de motores mais eficientes e menos poluentes. “Como o regime dá créditos para as empresas que investirem em inovação e tecnologia e temos um centro de desenvolvimento já preparado para isso aqui no Brasil, vamos investir em conjunto com as montadoras. Isso inclui as novatas e as que já estão consolidadas no mercado brasileiro”, disse. “Acreditamos que em breve estaremos em um novo patamar de segurança automotiva. Lá na Europa, por exemplo, já se popularizaram os sistemas de estabilidade nos automóveis. Isso logo vai chegar ao mercado brasileiro também. Estamos preparados e já promovemos o desenvolvimento conjunto desse tipo de equipamento com algumas montadoras instaladas no Brasil”, disse o diretor de vendas da divisão de Chassis & Safety, Manoel Henrique Mota. Outra que está de olho no novo regime automotivo é a Dayco Power Transmission. A empresa abriu no Brasil o seu primeiro centro de desenvolvimento e pesquisa. Daqui, a companhia vai criar soluções e equipamentos além de promover a
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ruy hiza
Luiz corrallo, presidente da Delphi: sistema de ignição da empresa dispensa tanquinho
validação de peças para toda a América do Sul. “Fizemos o investimento antes mesmo do anúncio das novas regras, porque identificamos no Brasil um potencial maior que em outros países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e uma cultura ocidental. Mas, com toda a certeza, vemos no Inovar-Auto uma possibilidade de aumento no volume de projetos, pois as montadoras vão precisar cada vez mais dessa parceria com os fornecedores”, disse o diretor de vendas da Dayco no Brasil, Eduardo Buchaim. O centro é o sexto da Dayco no mundo e faz parte de um investimento de US$ 100 milhões que a companhia vai aplicar na região nos próximos dois anos. “Queremos tornar o Brasil um polo produtivo de todas as peças que a companhia produz no mundo. Vamos trazer a fabricação de velas de ignição e até 2015 devemos deter 15% das vendas no mercado brasileiro.” Em dois anos, a expectativa da companhia é de um merca-
do de 40 milhões de velas por ano, incluída aí uma fatia da Dayco entre 4 milhões e 5 milhões. A Delphi também está se preparando para o novo “ciclo” tecnológico no mercado brasileiro. A companhia desenvolve no Brasil chicotes de alumínio. Segundo o presidente da empresa para a América do Sul, Luiz Corrallo, com a substituição do cobre os cabos podem ficar até 50% mais leves e isso ajuda na diminuição do peso do veículo. “Hoje, já temos várias tecnologias que estamos desenvolvendo em conjunto com as montadoras. Um exemplo é o sistema de ignição a frio que dispensa o “tanquinho” nos motores flex. Além disso, a companhia desenvolveu um sistema de compressores para arcondicionado que diminuiu a perda de potência do motor quando o equipamento é acionado. Dessa forma, gasta-se menos combustível no uso do ar-condicionado”, explicou. O sistema de compressores foi desenvolvido para carros de entrada
EDUARDO BUCHAIM, diretor de vendas e gerente geral da Dayco no Brasil: aumento no volume de projetos
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DESENVOLVIMENTO
CHRISTIAN STRECK, diretor para negócios de engenharia da Honeywell: mercado em alta
e, segundo Corrallo, começará a ser produzido no Brasil no fim do ano para equipar um modelo compacto que será lançado no mercado em 2014. Sistemas de ar-condicionado já equipam 75% dos automóveis zero-quilô-
metro. Há dez anos esse índice era de somente 50% dos equipamentos fora de série. “Acredito que este ano chegará a 85% dos carros novos.” Dentro da Delphi, hoje o Brasil representa 10% dos negócios da com-
panhia. No ano passado, a companhia teve um faturamento mundial de US$ 15 bilhões e o Brasil representou US$ 1,5 bilhão. “O Inovar-Auto é uma oportunidade para todos os sistemistas no País. O governo tem de definir as regras de nacionalização e abranger toda a cadeia produtiva. Esse é o grande desafio agora”, observou Corrallo. Com a perspectiva do emprego de turbocompressores em motores do ciclo Otto, a Honeywell vai investir US$ 10 milhões no aumento de sua capacidade na fábrica local. O diretor para negócios de engenharia, Christian Streck, disse que a empresa vai saltar de 300 mil unidades por ano para 800 mil anuais até 2017. “É uma tendência o uso de turbos em carros maiores. Pelas nossas contas, a demanda em 2018 será de 1 milhão de unidades por ano, para um mercado de 4,5 milhões a 5 milhões de veículos. É um potencial em que estamos de olho”, disse.
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A RESPOSTA da skf às montadoras
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tenta a essa maior necessidade das montadoras por sistemas mais tecnológicos, a SKF, fabricante sueca de rolamentos, desenvolveu no País um equipamento totalmente novo, aos moldes dos carros que rodam por aqui. Para isso, a empresa investiu R$ 5 milhões nas pesquisas e na adaptação de uma linha de produção em Cajamar, interior de São Paulo, para começar a montagem da nova peça.
instalações da SKF para a produção de rolamentos
O diretor de engenharia de aplicação da companhia, Fabrício Teixeira, disse que já há duas montadoras que vão usar o novo rolamento em seus carros. Segundo ele, um dos equipamentos entrará em produção no fim do primeiro semestre e o segundo rolamento no fim do ano. “São peças desenvolvidas com uma tecnologia que permite aumento da vida útil do rolamento e a redução do peso. Essa última característica, aliás, é importante para que as montadoras se enquadrem aos níveis de eficiência exigidos pelo novo regime automotivo. Com peças mais leves, o carro fica mais econômico.” Para este ano serão produzidos pela empresa 600 mil rolamentos e, no fim do primeiro ano, o volume vai subir para 1 milhão de unidades. “Isso somente com as perspectivas desses contratos firmados, para um modelo totalmente novo no mercado brasileiro e a reestilização de um já existente”, afirmou.
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DESENVOLVIMENTO
chery e psa adotam estratégias opostas na área de tecnologia
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s montadoras também estão de olho no desenvolvimento tecnológico dos sistemistas. A chinesa Chery vai postergar os investimentos em um centro de pesquisa e desenvolvimento local. Segundo o vice-presidente da subsidiária brasileira, Luis Curi, todos os modelos que rodarão no Brasil já estão em desenvolvimento pela engenharia chinesa. Ele explica, porém, que os recursos que seriam destinados às pesquisas serão aplicados em um instituto no Brasil, já que pelas regras do Inovar-Auto todas as montadoras instaladas aqui e as importadoras devem investir em pesquisa e desenvolvimento – se isso não ocorrer, elas terão de aplicar 0,5% e 0,75% do faturamento em engenharia e inovação em uma instituição de ensino no primeiro ano de vigência das novas regras, ou seja, 2013. “A matriz investiu US$ 200 milhões em um novo centro
de pesquisas lá na China. Assim, nesse momento, não faria sentido aplicar mais recursos nessa área no Brasil”, afirmou o executivo. Já a PSA Peugeot-Citroën tem outra estratégia. A companhia francesa vai desenvolver em conjunto com os fornecedores os novos modelos para o País. O presidente da empresa, Carlos Gomes, disse que a parceria será fortalecida ainda mais com o segun-
Vamos estar cada vez mais perto de nossos parceiros de negócios na cadeia de
do parque de fornecedores em Porto Real, no Rio de Janeiro. “Com a operação do novo parque de fornecedores vamos conseguir aumentar nosso índice de localização no Brasil e na América Latina. A operação brasileira conseguirá passar de 80% para 85% de peças nacionais e devemos chegar a este índice também na região, que hoje é mais baixo, em torno de 75%. Vamos estar cada vez mais perto de nossos parceiros de negócios na cadeia de suprimentos”, disse Gomes. O novo complexo abrigará de dez a 15 fabricantes de autopeças. Dessas, seis empresas já assinaram o protocolo para instalação no local – a Faurecia, que fabrica escapamentos, Plascar e Plastic Onium, que fornecem para-choques, a IPA, produtora de tanques de combustível, e a MA Automotive, encarregada da estamparia pesada dos veículos do grupo. n
suprimentos Carlos Gomes, presidente da PSA, quer fazer o desenvolvimento no Brasil, em conjunto com fornecedores
Luis Curi, vice-presidente da Chery, trará tecnologias da China e investirá em um instituto no Brasil
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CONSULTORIA
SETEC CRESCE EM TREINAMENTO E FOCA INOVAR-AUTO 250 mil pessoas já passaram pelos programas de capacitação da empresa
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Setec Consulting Group completou dezenove anos de atuação em consultoria e treinamento de pessoal na área empresarial com o invejável marco de 250 mil certificados de capacitação emitidos. Desse verdadeiro tsunami, nada menos de 70% do contingente corresponde a profissionais relacionados à cadeia de produção e distribuição automotiva. Na ascensão meteórica do grupo, o número de clientes cresceu de 60, nos primeiros anos de existência, para os atuais 2 mil. Com esses números, o grupo consolidou-se como um dos líderes em consultoria, treinamento e auditoria na América Latina, com filiais
em Buenos Aires, na Argentina, e Santiago, no Chile, atendendo clientes em mais de vinte países. A empresa deixou as instalações originais, na Avenida Lavandisca, em Moema, São Paulo, para um moderno conjunto de escritórios na Avenida Nações Unidas, a marginal do Rio Pinheiros, na região da Ponte Estaiada, onde são promovidas variadas sessões de treinamento. “A educação deixou de ser uma função apenas das escolas para se tornar uma exigência permanente na carreira, visando ao crescimento profissional”, observa Márcio Abraham, presidente da Setec. Os programas oferecidos, na maior parte, visam à qualidade,
A EDUCAÇÃO DEIXOU DE SER UMA FUNÇÃO APENAS DAS ESCOLAS PARA SE TORNAR UMA EXIGÊNCIA PERMANENTE NA CARREIRA, VISANDO AO CRESCIMENTO PROFISSIONAL divulgação
Márcio Abraham, presidente da Setec
liderança, inovação e a excelência operacional. Para o executivo, um dos principais desafios atuais da indústria automobilística é a retenção de talentos. “Com a multiplicação de oportunidades de trabalho no mercado, especialmente em outros segmentos de negócios, rotatividade de pessoal tornou-se um problema de primeiro nível. Como resultado, cresceu de forma exponencial a necessidade de treinamento, para preparação do pessoal que chega”, avalia. INOVAR-AUTO Atender os clientes na área do Inovar-Auto é uma das novas preocupações de Abraham. Para ele, a Setec já dispõe do instrumental de treinamento para atender as exigências na área de desenvolvimento e inovação, mas falta a definição do caminho a ser seguido pelas empresas em resposta às peculiaridades dos processos que precisam entrar em ação. “Em muitos casos será oferecido mais do mesmo que já praticamos, mas pretendemos oferecer uma consultoria mais ampla com foco no Inovar-Auto. Muitas empresas têm dificuldade até mesmo em interpretar os decretos e portarias do programa do governo”, adverte.n
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A CONQUISTA DO CONSUMIDOR BRASILEIRO VOLKSWAGEN RESSUSCITA O FUSCA, REFORÇA APELO EMOCIONAL DA MARCA E INVESTE PARA NÃO PERDER MERCADO DIANTE DAS NOVAS CONCORRENTES giovanna riato
LINHA DO TEMPO
1953
1957
1959
1962
1965
1972
1973
1974
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Início das atividades no Ipiranga, em São Paulo
Primeira Kombi fabricada no Brasil
Inauguração da fábrica da Anchieta
Lançamento do Karmann-Ghia
Inauguração do centro de P&D e design
Lançamento do SP1 e do SP2 com motor 1.7
Brasília começa a ser vendida
Passat chega ao mercado
Primeira geração do Gol
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Volkswagen completou 60 anos de operações no Brasil no último dia 23 de março. A fabricante conclui uma etapa de sucesso no País com expressiva contribuição para o estabelecimento da indústria automotiva local e forte apelo emocional com o consumidor, que guarda boas memórias de veículos da marca como Fusca, Kombi e Gol. O grandioso histórico, no entanto, não poupa a montadora do desafio de se manter firme no novo Brasil automotivo, que tem consumidores mais exigentes, nova política industrial e avalanche de concorrentes dispostos a ganhar mercado. A fabricante arma a estratégia para se resguardar do ataque das concorrentes, que miram com ambição no segmento de carros populares. No início de 2013 a marca alemã já mostrou certo abalo com o bom desempenho de vendas de três novidades que entraram nessa briga: Hyundai
1981
1984
1985
HB20, Chevrolet Onix e Toyota Etios. Os lançamentos fizeram com que as vendas do Gol, líder de vendas por 26 anos, caíssem 2,3% no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior. A participação da Volkswagen nas vendas totais nesse período diminuiu 0,8 ponto porcentual, indicando que
1991
1996
1999
Voyage é o VW entra no Linha de luxo Santana é o Inicio das Inauguração da segundo modelo segmento ganha reforço primeiro carro atividades da planta de São José da família Gol premium com com a Quantum brasileiro com fábrica de motores dos Pinhais (PR) Santana freios ABS de São Carlos (SP)
companhia cedeu uma fatia de market share aos concorrentes no início do ano e passou a deter 19,9% do mercado. O movimento comprova o interesse do consumidor em novidades. Em 2012, no entanto, a companhia alcançou bons resultados no País ainda sem o impacto da chegada dos novos concorrentes. A empresa
2003
2012
2013
Gol Total Flex é o 1º bicombustível do País
Empresa alcança marca de 20 milhões de veículos produzidos no Brasil
VW comemora 60 anos no País
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encerrou o ano com 768,3 mil carros licenciados, expansão de 10% sobre 2011 e ganho de participação, que subiu para 21,1%. A produção no País também teve bom desempenho e registrou recorde de 850 mil veículos. A companhia alemã não está disposta a abrir mão do terreno conquistado em 60 anos no País. Para defender seu espaço, a empresa tem investimento de R$ 8,7 bilhões para o período 2010 a 2016. Thomas Schmall, presidente da montadora no Brasil, admite inclusive a possibilidade de ampliar o aporte, já que ele foi programado antes da definição do novo regime automotivo, que pretende acelerar a evolução tecnológica do carro nacional. “O Inovar-Auto traz novas necessidades de investir em engenharia, sistemas de segurança e redução de consumo de combustível. Para isso precisamos reavaliar nossos investimentos.” Além de atender as exigências da política industrial, o aporte terá de dar conta do aumento da capacidade produtiva da empresa no País e do lançamento de novos produtos para satisfazer o novo consumidor brasileiro. Já é certo que a grande novidade para o mercado nacional será o Up!, que deve chegar entre o fim deste ano e 2014. O que ainda não foi definido
Fábrica de Taubaté (SP) deverá abrigar as linhas de montagem do Up!
é se o modelo resolverá a deficiência da montadora em veículos de entrada, espaço ocupado hoje pelo ultrapassado Gol G4, ou se a Volkswagen aproveitará o potencial tecnológico do compacto para posicioná-lo acima do Gol G5. O modelo deverá ser produzido na planta de Taubaté, onde a Volkswagen decidiu concentrar a maior parte dos investimentos em aumento da capacidade produtiva. No mercado, ele será acompanhado pelo Taigun, SUV compacto que disputará o segmento com o Ford EcoSport e o Renault Duster. “Vocês vão ver muitas novidades”, garante Schmall sobre a renovação dos carros da marca no País.
MARCOS NACIONAIS DA VW
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m dia depois de comemorar 60 anos, a Volkswagen festejou os 10 anos do lançamento do primeiro carro flex, capaz de rodar gasolina, etanol, ou qualquer mistura dos dois combustíveis. O modelo pioneiro foi o Gol Power 1.6 Total Flex. Apesar do aumento dos preços do etanol, os carros bicombustíveis continuam atraindo o consumidor. No ano passado, 87% dos veículos vendidos no Brasil tinham motor bicombustível. A montadora também comemora o marco de 10 milhões de unidades produzidas da família Gol desde o lançamento do primeiro modelo, em 1980. Foram 7,1 milhões de unidades do Gol, 1,1 milhão do Voyage, 900 mil da Saveiro e 900 da mil da Parati.
EMOÇÃO PARA A MARCA Enquanto acerta os lançamentos de maior volume para o mercado nacional, a companhia investe na imagem da marca. Ressuscitar o Fusca foi uma das grandes ações para isso. O novo carro está longe de ser um modelo popular, com preço em cerca de R$ 80 mil, alta tecnologia embarcada e forte apelo emocional. A novidade pretende atrair o consumidor para a marca. “Com o modelo, queremos trazer mais emoção e simpatia. Ele sinaliza o novo momento da Volkswagen”, explica Artur Martins, gerente executivo de marketing da companhia. O consumidor é instigado por uma intensa campanha publicitária criada pela AlmapBBDO, que resgata grandes brasileiros, como o humorista Mussum e o jogador de futebol Rivellino. As propagandas associam a história do carro com a do Brasil nas últimas décadas. O aniversário de 60 anos da companhia no Brasil trouxe uma oportunidade para a Volkswagen intensificar a comunicação com o consumidor. A montadora criou uma campanha com estrelas de diversas épocas do futebol brasileiro. O time é composto por Neymar, Pelé, Rivellino, Raí, Cafu e Lucas.
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Fotos: Ruy Hiza
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A TERCEIRA FASE DO PLANO DA VOLKSWAGEN DO BRASIL THOMAS SCHMALL DIZ QUE A GLOBALIZAÇÃO DOS PRODUTOS ESTÁ PRÓXIMA PEDRO KUTNEY
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os 60 anos de história da Volkswagen do após um período de completa reestruturação. Seu Brasil, Thomas Schmall já participou de turno começou com a renovação total do portfó10% deles como presidente da empresa lio de produtos. Agora Schmall quer renovar seu no País, mas ele passou em solo brasileiro mais contrato e levar adiante a terceira etapa do plano, da metade de sua carreira de 20 anos no grupo, que envolve a globalização tecnológica dos veícupois também foi diretor da fábrica de São José Entrevista com los produzidos aqui. dos Pinhais (PR), de 1999 a 2003. “Considero que Thomas Schmall Schmall não tem dúvidas: a Volkswagen e o sou brasileiro também”, diz com seu português carrega- Brasil vivem os seus melhores momentos da história, do de sotaque alemão, mas com entendimento da língua com perspectivas de crescimento e prosperidade. Mas e da cultura nacional bem acima da média de seus pa- não falta trabalho para atingir os objetivos, o que consores. Schmall entende o Brasil, “um país que nunca será me mais de 14 horas de seu dia. Para contar a Automotive aborrecido, sempre com algo novo a acontecer”, por isso Business como serão os próximos passos da companhia, foi escalado, no fim de 2006, para tocar a segunda fase o executivo concedeu 30 minutos de sua disputada agendo plano da companhia para a subsidiária brasileira, logo da para a seguinte entrevista.
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Automotive Business – O que o senhor viu em 2006, quando chegou à presidência da Volkswagen do Brasil, e o que o vê agora? Thomas Schmall – Não vou fazer um balanço porque acho que isso não acabou ainda, tenho muitos anos pela frente aqui. Falando dos últimos seis anos, cheguei no fim de uma fase de reestruturação. O cenário era de pouco investimento, mercado parado. De 2006 para frente, acho que vivemos até hoje o melhor momento da história no País. O ambiente econômico é estável, pela primeira vez o Brasil tem potencial de reagir a qualquer crise mundial. É nesse ambiente favorável que entramos na terceira fase de nosso plano, que chamamos de globalização da Volkswagen do Brasil.
AB – Já está certa da volta da fabricação no Brasil do Santana? (Hoje o carro só é feito na China) Schmall – Isso ainda não está certo. Existem estudos, mas antes temos muitos outros lançamentos para fazer. O que posso dizer é que a globalização está muito próxima.
da mesma forma que nós vamos investir, a cadeia de fornecedores precisa investir também
nasceu [em 1980]. O carro cresceu. E quando o veículo cresce ele se encaixa melhor em plataformas globais. O segredo é aproveitar ao máximo as plataformas existentes para elevar a produção e diminuir o custo. Sobre essas plataformas fazemos os ajustes para atender o cliente de cada mercado, mas mantemos estruturas globais, como é o caso de nossa nova arquiteAB – Quando se fala em globaliza- tura eletrônica, já presente na maioria ção, como fazer isso com um pro- dos carros feitos aqui. Podemos transduto local como o Gol? ferir tecnologias de uma plataforma Schmall – O Gol que está no mer- para outra, com grande economia de cado hoje é um produto completa- tempo e custos para agregar conteúdo mente diferente do que1 era28/2/13 quando11:57aos ANUNCIO_retrofit_21cm_x_7cm_V9.pdf AM nossos produtos. AB – A primeira fase foi de reestruturação, a segunda de renovação do portfólio. O que virá agora? Schmall – Na segunda fase fizemos a renovação dos produtos com a tecnologia existente. Na terceira fase, que já começou em 2011, faremos a globalização tecnológica do portfólio.
AB – O investimento precisa ser aumentado em função das exigências do Inovar-Auto? Schmall – O Inovar-Auto gera uma série de necessidades de investimentos em novas tecnologias, principalmente para reduzir consumo e emissões. Isso não está dentro do atual programa de investimento, mesmo porque ainda faltam definições para saber o quanto deveremos investir. AB – A cadeia de suprimentos está preparada para fornecer os componentes que serão necessários para fazer as inovações tecnológicas previstas na política industrial? Schmall – Da mesma maneira que nós vamos investir a cadeia de fornecedores precisa investir também. O maior apoio que a Volkswagen pode dar é o volume de compras, inclusive com acesso para as outras operações do grupo no mundo. Nós precisamos localizar os componentes cada vez mais, para não depender de fatores externos como o câmbio. n
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CADEIA DE SUPRIMENTOS
GOLFARB, DA FORD: BASE DE FORNECEDORES É INSUFICIENTE para o executivo, esse é um dos principais entraves ao aumento do conteúdo local
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base de fornecedores da cadeia automotiva local é insuficiente diante da necessidade da indústria automotiva brasileira. A opinião é de Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford, que fez uma apresentação no seminário “Inovar-Auto: desafios e oportunidades para a região do Grande ABC”, dia 24 de abril. Ele acredita que a falta de fornecedores de alguns componentes é um dos principais desafios para que as fabricantes de veículos atendam as exigências de aumento do conteúdo regional do novo regime automotivo. O executivo enumerou no evento uma série de novas tecnologias que estão sendo agregadas aos carros de todos os segmentos em que a marca atua, como a direção elétrica, o sistema de partida a frio que elimina o tanquinho de gasolina e itens como o Bluetooth, que equipa desde a versão mais básica do New Fiesta que entrou em produção na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Golfarb garante que a estratégia da Ford é agregar conteúdo sem grande impacto no preço. Dessa forma, a companhia pretende atender as maiores exigências desde seus carros mais básicos. “O consumidor tem demandas que independem do poder aquisitivo. To-
ROGELIO GOLFARB, vice-presidente da Ford
dos querem, por exemplo, sincronizar o celular com o carro. Pesquisas mostram que o consumidor jovem é ainda mais exigente do que o da minha geração”, conta. Ele explica que esses novos clientes querem ter dentro do carro a mesma sensação de conectividade que têm ao usar um tablet. A evolução tecnológica dos automóveis da fabricante esbarra, no entanto, na ausência de fornecedores locais de componentes eletrônicos. Golfarb não revela quanto a Ford precisa importar atualmente para conseguir incluir essas inovações em seus carros. Segundo ele, grande parte desses componentes chega às linhas de montagem da companhia por meio de conjuntos e sistemas produzidos por seus fornecedores. A falta de fabricantes locais dessas autopeças vai na contramão da exigência do Inovar-Auto de aumento do conteúdo regional. Como parte do
novo regime automotivo, o governo rastreará a origem de 85% dos componentes que compõem um carro. Segundo o executivo, a demanda por mais tecnologia será impulsionada, principalmente, pelas metas de redução de consumo de combustível e de emissões de poluentes impostas pelo programa. “A eletrônica, muito mais do que a mecânica, é o que torna o carro mais eficiente”, determina. O vice-presidente entende que a indústria de autopeças eletrônicas nunca se formou nacionalmente por falta de demanda. “Essas empresas necessitam de uma escala muito grande para se tornarem viáveis. Hoje já temos esse volume, mas precisamos de incentivos para que a cadeia se forme”, aponta. Golfarb espera que as medidas do Inovar-Peças, que pretendem estimular a cadeia de suprimentos, desatem esse nó. “Espero que essa política fomente a criação de fornecedores locais.” VISÃO DO GOVERNO Em conversa com jornalistas no mesmo evento, Heloísa Menezes, secretária de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), avisou que o incentivo ao surgimento de fornecedores de componentes eletrônicos é responsabilidade das montadoras. “Essa é uma das contrapartidas das empresas para o Inovar-Auto. Eles devem investir nos sistemas necessários”, esclarece. Segundo ela, a iniciativa se adequa às exigências de desenvolvimento de fornecedores e de investimento em inovação. (Giovanna Riato) n
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(Preços pesquisados em abril)
DESACELERE A almofada da Uatt? tem lâmpada de LED para facilitar a leitura em ambientes de pouca luz e conta também com dispositivo massageador a pilha. Feita de lycra com enchimento de micropérolas de EPS, pesa apenas 360 gramas. R$ 114,90. www.lojauatt.com.br.
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PSA PREMIA FORNECEDORES E AVISA: QUER COMPRAR MAIS AQUI Fabricante DA Peugeot e Citroën elege as 11 melhores empresas da cadeia de suprimentos na América Latina PEDRO KUTNEY
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arlos Gomes, presidente da PSA Peugeot Citroën América Latina, aproveitou a cerimônia de premiação dos melhores fornecedores instalados no Brasil e Argentina para dar um interessante recado: “Existe um mar de oportunidades aqui. Montes de peças, até demais para o meu gosto, ainda atravessam o oceano para chegar às nossas plantas de produção na região. Precisamos ser cada vez mais locais (na cadeia de suprimentos). Por isso não hesitem em nos procurar, temos muitos negócios a fazer. E se eles (o pessoal de compras) não os receberem podem me procurar”, afirmou o executivo durante o “Suppliers’ Awards Latin Ame-
rica 2013”, realizado na terça-feira, 2, na sede da PSA em São Paulo. O volume de compras projetado pela PSA na América Latina este ano está calculado em f 1,7 bilhão, cerca de R$ 4,4 bilhões, sendo R$ 2,8 bilhões no Brasil e R$ 1,6 bilhão na Argentina, segundo estima German Mairano, diretor de compras para a região. O índice de conteúdo de componentes locais dos carros fabricados no Brasil gira em torno de 70%. Gomes destacou que o indicador teve ganho de seis pontos porcentuais nos últimos seis, “mas queremos mais”, afirma. Mairano indica que o objetivo é chegar ao mínimo de 90%. Os lançamentos mais recen-
tes das duas marcas, o novo Citroën C3 e o Peugeot 208, já têm nacionalização acima de 75% e os novos modelos planejados terão porcentual acima disso. “Durante os últimos anos temos trabalhado para aumentar nossas compras na região, mas precisamos de mais competitividade e qualidade”, afirma Mairano. “O mercado latino-americano está seguindo na direção de maior inclusão de tecnologia e nós devemos caminhar para localizar isso nos produtos que fazemos aqui”, completa. O diretor admite que a nova política industrial para o setor, o Inovar-Auto, traz a obrigação de aumentar
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as compras de fornecedores locais. “O grande desafio é aumentar a localização sem elevar os custos. Uma possível solução para isso é a maior automatização dos processos, não só para reduzir custos, mas também para aumentar a qualidade, que é uma exigência cada vez maior dos consumidores neste mercado”, avalia. “O mercado na América Latina deve continuar a crescer em volume,
mas vai mudar de perfil com padrões de qualidade nunca vistos antes na região. Já começamos a seguir essa tendência com os lançamentos mais recentes, substituindo carros envelhecidos por produtos de última geração”, aponta Carlos Gomes. “Nossas marcas só pela qualidade podem vencer.” “A qualidade melhorou muitos nos últimos anos, mas ainda falta. Precisamos aumentar a robustez da audi-
PREMIADOS NA AMÉRICA LATINA Qualidade – O desempenho da qualidade no desenvolvimento de produtos, no fornecimento e na satisfação do cliente. Benteler Sistemas Automotivos Denso Sistemas Térmicos Logística – Envolvimento e capacidade de entrega a tempo das quantidades programadas e alta velocidade de reação. Indústria Metalúrgica A. Pedro Metagal Argentina Serviço e equipamento industrial – Alta performance em termos de qualidade, competitividade, custos, cumprimento de prazos, reatividade e constância dos resultados. Endesa Energia G. Flow Qualidade de serviço de peças de reposição – Qualidade do serviço medido pelo nível de excelência na taxa de serviço mantendo absoluto respeito nas entregas tanto em prazo quanto em quantidades. Johnson Controls PS Sogefi Filtration do Brasil Sogefi Filtration Argentina Excelência industrial de um site fornecedor – Reconhece as unidades industriais dos fornecedores que demonstraram, durante o ano de 2012, desempenhos excepcionais em termos de excelência industrial. Albano Cozzuol Pirelli Pneus
Desenvolvimento do projeto Ai91 (Peugeot 208) – Capacidade e desenvolvimento de peças para o Peugeot 208 (prêmio especial). Fastplas
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CARLOS GOMES, presidente da PSA Peugeot Citroën, ao lado do diretor de compras German Mairano: “há um mar de oportunidades aqui. Não hesitem em nos procurar”
toria e dos próprios produtos”, indica Olivier Le Saint, diretor de qualidade da PSA América Latina. Sua área foi responsável pela premiação dos dois melhores fornecedores nessa categoria, por atingirem os menores índices de defeitos por componente entregue. MELHORES Benteler, que fabrica conjuntos de suspensão e os entrega já montados com as rodas dentro da área da fábrica de Porto Real (RJ), e Denso, que fornece os sistemas de climatização no Brasil e na Argentina, não tiveram nenhum defeito detectado em 100% dos componentes entregues durante 2012 inteiro. Por isso ganharam na categoria de melhor qualidade do prêmio de fornecedores da PSA, que desde o ano passado replica aqui o formato já adotado pela montadora na Europa e na China. Pela primeira vez foi instituída na premiação a excelência industrial, que reconhece as melhores instalações industriais dos fornecedores. Venceram
nesta categoria a Albano Cozzuol, da Argentina, que desde 2010 fornece peças plásticas, como para-lamas, para a fábrica da PSA de Palomar; e no Brasil foi reconhecida a Pirelli, fabricante de pneus. “Foi a Pirelli que nos salvou de paralisações na Argentina durante a última crise”, lembrou o diretor de compras German Mairano. Em logística, por ter fornecido a maioria dos pedidos no tempo certo e na quantidade correta, foi reconhecida a metalúrgica A. Pedro, que desde 2001 fornece peças estampadas em São Caetano do Sul (SP) para a fábrica de Porto Real, com 99% de atendimento logístico perfeito em 2012; e na Argentina foi premiada a Metagal, fornecedora de espelhos retrovisores para as plantas da Argentina e Brasil, que atingiu 100% de desempenho no atendimento de todos os pedidos no ano passado. Em qualidade de serviços e peças de reposição houve três premiados: a Johnson Controls no Brasil, que fabrica baterias e foi o fornecedor que re-
cebeu o pedido número um de Porto Real, em 2000, e desde 2012 fornece também para a planta argentina de Palomar; e as operações de filtros de óleo da Sogefi no Brasil e Argentina. Elas foram reconhecidas pela rápida reatividade em atender aos pedidos do aftermarket, o que deixa mais satisfeitos os clientes das duas marcas atendidos nas oficinas das concessionárias. “Esse negócio movimentou para nós f 240 milhões em peças e serviços em 2012 na América Latina, com expansão de 50% nos últimos cinco anos e previsão de novo crescimento de 8% este ano”, revelou Michel Bernadet, diretor de aftermarket da PSA na região. “Temos clientes exigentes e muita concorrência. Por isso é preciso se antecipar às demandas nessa área. Temos o objetivo de atender no ato 99% dos pedidos de peças de alta rotatividade”, explica. Dois fornecedores de serviços e equipamentos industriais também foram premiados pela PSA. No Brasil, a Endesa Geração, com sede em Niterói (RJ), “nos ajudou a reduzir o impacto da alta da energia elétrica”, segundo Carlos Crus, gerente-geral de compras de materiais indiretos. E na Argentina a G. Flow foi reconhecida pela excelência no projeto e construção de cabines de pintura na planta de Palomar. Por último, foi criado um prêmio especial para o fornecedor que apresentou a melhor qualidade no desenvolvimento de peças para o projeto Ai91, do Peugeot 208, que começou a ser fabricado em Porto Real em fevereiro deste ano. A Seeber Fastplas ganhou nessa categoria por ter desenvolvido o suporte plástico do radiador e a grelha de escoamento de água que fica embaixo do para-brisa. “São duas peças de desenvolvimento difícil em prazo tão curto por uma empresa genuinamente brasileira”, justificou Carlos Gomes. n
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Edgar Pezzo, vice-presidente global de compras e cadeia de suprimentos da GM América do Sul; Marcos Higo, da diretoria da Aisin; Grace Lieblein, vice-presidente global de compras e cadeia de suprimentos da GM; Jaime Ardila, presidente da GM América do Sul e GM do Brasil; Chuck Sanders, da diretoria da Aisin; e Hideki Kawamura, presidente da Aisin
AISIN, MELHOR fornecedor DA GENERAL MOTORS EM 2012 gkn foi destaque na área de sustentabilidade
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General Motors realizou dia 4 de abril, em São Paulo, a 41a edição do Supplier of the Year, que reconhece o desempenho das empresas participantes de sua cadeia de fornecedores referente a 2012. A cerimônia de entrega do prêmio reuniu 450 representantes que fornecem à GM no Brasil, avaliados pelos critérios de qualidade, serviço e tecnologia. Foram atribuídos 23 prêmios na categoria Melhores Fornecedores, além de 14 menções como Prêmio de Reconhecimento. O destaque foi para a Aisin do Brasil, grande vencedora da noite.
A subsidiária brasileira da Aisin, empresa de origem japonesa, fornece canaletas de portas para o Chevrolet Onix e, em 2012, iniciou negociações para vender mais produtos para o portfólio da montadora. A empresa também foi uma das duas únicas locais reconhecidas no prêmio global da GM, realizado no mês passado. O presidente da GM para América do Sul e Brasil, Jaime Ardila, entregou o troféu a Hideki Kawamura, presidente da Aisin do Brasil, e Chuck Sanders, diretor. Ardila destacou que a montadora passa por um momen-
to especial após concluir o programa de investimento superior a R$ 5 bilhões para o período 2008 a 2012, que bancou a ampliação e modernização das fábricas e a renovação da linha de veículos, com o lançamento de dez modelos em um ano e meio, dos quais sete foram apresentados no ano passado. “Contamos com o suporte e o envolvimento dos nossos fornecedores. O nosso grande desafio é trabalhar em conjunto, principalmente em três áreas: qualidade, disponibilidade e competitividade”, disse Ardila. Grace Lieblein, ex-presidente da
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GM do Brasil e atual vice-presidente global de compras e cadeia de suprimentos da GM, disse que a participação de todas as empresas parceiras foi fundamental para os recentes resultados positivos obtidos globalmente pela corporação. Ela reconheceu que o mercado brasileiro nunca foi tão competitivo e, por este motivo, exige veículos que ofereçam aos clientes uma excelente qualidade. “Isso só é possível com a parceria entre a GM e seus fornecedores.” Para Edgard Pezzo, vice-presidente global de compras e cadeia de suprimentos da GM para a América do Sul, o processo de escolha é multifuncional e envolve várias áreas da companhia, que analisam os fornecedores, elegendo os melhores em cada área. Concorrem ao prêmio todos os integrantes da cadeia de suprimentos, nas categorias de materiais diretos, indiretos, peças de reposição e logística. Também foram reconhecidos aqueles que apresentaram as melhores propostas de redução de custo. Pela primeira vez, na categoria de sustentabilidade, a empresa vencedora foi a GKN, que também recebeu um troféu. A empresa desenvolveu o programa “Planeta GKN: Gestão Integrada e Inovadora de Resíduos Sólidos”, que visa à redução máxima de impacto ambiental na fonte e a produtividade dos recursos, com aplicação do conceito de ecologia industrial em suas operações. Entre mais de oitenta projetos ambientais já executados, destaca-se o Projeto Bioblock, de tijolos ecológicos. Desde que foi posto em prática, mais de 200 toneladas de iodo fosfato foram processadas e incorporadas à massa utilizada na produção de 4 milhões de tijolos do gênero, o suficiente para a construção de mais de quinhentas casas populares.
Orlando Cicerone, diretor de compras da GM América do Sul; Ricardo Reimer, presidente da Schaeffler América do Sul; Romeu Massonetto Junior, president operations, sales and R&D clutch systems, Schaeffler South America; e ROgerio Radulov, global purchasing and supply chain, GM South America
Orlando Cicerone, diretor de compras da GM América do Sul; César Pagani, general manager da Litens Automotive; e Paulo Riedel, diretor de engenharia da GM América do Sul
OS MELHORES DE 2012 Alps Electric Autometal Brazul Bridgestone do Brasil Bruning Tecnometal Cisa Trading Continental Delphi Deeds Denso Dong Ah Electric Keko Acessórios Litens Automotive
Niken Metalúrgica Pailon Comunicação Prensas Schuler Salles Chemistri Schaeffler Syncreon Logística Takata Petri Tegma Gestão Logística Tenneco Automotive Tyco Electronics White Martins
Prêmio especial de sustentabilidade: GKN
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PRÊMIO DE RECONHECIMENTO 2012 Android Montagens Automotive Ceva Logistics Delga Indústria e Comércio Delphi Deeds América do Sul Estrada Transportes Gestamp Brasil Indústria de Autopeças Kwang Jin América
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Lear do Brasil Magna Closures Plascar Indústria de Componentes Toyota Boshoku Transmodal Uliana Indústria Metalúrgica Veloce Logística
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gm reconhece os melhores fornecedores globais de 2012
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General Motors reconheceu 83 de seus melhores fornecedores globais dia 14 de março durante a 21ª edição do Supplier of the Year Award, promovida em Detroit no Charles H. Wright Museum of African American History. “Os fornecedores exercem um papel crítico em nosso negócio e pretendemos reconhecer aqueles que consideramos de classe mundial”, disse Grace Lieblein, vice-presidente global de compras e cadeia de suprimentos. “Cada uma das companhias vitoriosas excedeu consistentemente nossas expectativas, sendo inovadoras, entregando produtos e serviços de alta qualidade no momento correto e criando valor excepcional”, afirmou. O Supplier of the Year Award é entregue a menos de 1% dos 18.500 parceiros da General Motors de todo o mundo na cadeia de suprimentos. Os vencedores são escolhidos por promover tecnologias inovadoras, qualidade superior, gestão oportuna
os fornecedores exercem um papel crítico em nosso negócio e pretendemos reconhecer aqueles que consideramos de classe mundial GRaCE LIEBLEIN, vice-presidente global de compras e da cadeia de suprimentos da General Motors
de crises e soluções adequadas para custo total em empreendimentos. As companhias selecionadas possuem sede em 17 países, com plantas regionais de manufatura e suporte de serviços global. Dos 83 contemplados, cinco são certificados como for-
PARIS PAVLOU, diretor executivo global de compras da GM, Robert Junker, CEO da Hengst nos EUA, Ingo Brunsmann, diretor global da Hengst para equipamentos originais, e Dean Guard, diretor executivo de programas de motores na GM América do Norte
necedores diversos e 46 já foram premiados em 2011. A Cisa Trading foi a única companhia com sede no Brasil a receber a honraria. Fazem parte da relação também empresas que atuam no País como as alemãs Basf, Continental e Hengst, as japonesas Aisin, Fanuc e Jatco, as americanas FedEx, Magna e Siemens PLM. Nesta edição do Supplier of the Year, a GM introduziu a categoria Overdrive Award, entregue a quatro companhias reconhecidas por iniciativas que levaram a resultados excepcionais nos negócios da corporação: as americanas Ideal Contracting, Clark Cutler McDermott e International Automotive Component Group e a sul-coreana SL Corporation. As companhias que receberam o Supplier of the Year e o Overdrive foram escolhidas por um time global de executivos da GM das áreas de compras, engenharia, qualidade, manufatura e logística. n
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CHEGAR BEM AOS 60 MWM INTERNATIONAL COMPLETA SEIS DÉCADAS NO BRASIL COM 4 MILHÕES DE MOTORES DIESEL PRODUZIDOS E PERSPECTIVA DE CRESCIMENTO NOS PRÓXIMOS ANOS
JOSÉ EDUARDO LUZZI, presidente da MWM International
LINHA DO TEMPO 1953
1956
1959
1960
1974
Fundação da subsidiária brasileira, a MWM Motores Diesel S.A.
Construção da fábrica Santo Amaro/SP
Fundação da Motores Perkins S.A.
Entrada no segmento automotivo
Produção de motores para caminhões leves
1975
1985
Lançamento da Primeiro milhão família D-225, de motores com índice de produzidos nacionalização de quase 100%
1990 Inauguração da planta da Argentina pela Maxion Motores, em Jesús Maria; transferência da unidade fabril da Motores Perkins de São Bernardo do Campo (SP) para Canoas (RS)
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ERICA MUNHOZ
O
ano de 2013 começou marcante para a MWM International. E promete continuar. Ao completar 60 anos de atuação no Brasil, por si só um fato memorável, a empresa também celebra a produção de 4 milhões de motores diesel, alcançada em 15 de abril. Isso ocorre depois do melhor janeiro de sua história, com a venda de 10.697 unidades. Para encerrar o ano, a expectativa é de 140 mil motores montados, incremento de 25% sobre o fraco 2012. José Eduardo Luzzi, presidente da companhia, é enfático: “Enxergamos o futuro com muito otimismo. A falta de infraestrutura, a necessidade de renovação da frota de caminhões, a agricultura brasileira que é referência com safras recordes para colher, o petróleo do pré-sal, os eventos esportivos que estão por vir, as exportações, são todos fatores de crescimento para nosso negócio. Quando analisamos o cenário macro para os próximos cinco anos, a necessidade de motores diesel é crescente. E virar a página de 2012 começando com um bom ano é o melhor dos indicadores.” A MWM International é uma multinacional bastante peculiar: em vez de
LINHA DE PRODUÇÃO de motores na fábrica de Santo Amaro, em São Paulo
replicar aqui tecnologias criadas pelas matrizes, sempre desenvolveu no País os próprios motores. “A MWM é hoje a base do crescimento global do International Engine Group, tanto em exportações diretas para mais de 30 países como em transferência de tecnologia para outros mercados”, afirma Luzzi, citando os casos de Índia e China, onde são produzidos motores com tecnologia desenvolvida pela subsidiária brasileira da Navistar. “O alto nível de desenvolvimento e conteúdo local sempre foi nosso diferencial competitivo.”
INVESTIMENTO Para sustentar seu crescimento, a empresa investe este ano R$ 50 milhões em seus negócios na América do Sul, dos quais US$ 4 milhões na retomada de produção da fábrica argentina de Jesús Maria, após um hiato de nove anos em que funcionava apenas como polo de peças e usinagem de cabeçotes, carcaças e coletores. Por lá, a perspectiva é que sejam fabricados mil motores ainda este ano, dos quais 600 terão como destino o Brasil. Para 2014 a projeção é que saiam das linhas 3 mil
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2006
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2011
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2 milhões de motores produzidos
Motores MWM equipam 30% dos veículos diesel produzidos no Mercosul
Fusão da MWM e International, nascimento da MWM International Motores
3 milhões de motores produzidos
Início da usinagem dos blocos Big Bore do propulsor MaxxForce 11 e 13 litros para exportação à International nos Estados Unidos
Recorde de produção anual, com 150 mil motores
4 milhões de motores produzidos em 60 anos
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“PRATICAMENTE” BRASILEIRA
ão tantas as datas, em razão de fusões, compras, associações, que fica difícil associar 60 anos à MWM International. Para entender melhor como a empresa chegou ao sexagésimo aniversário, vamos ao começo dessa história, para 1922, quando Karl Benz, o inventor do automóvel com motor a combustão, criou uma divisão de motores separada da sua então empresa, a Benz & Co, que produzia veículos e motores numa só unidade. Assim nasceu a Motoren-Werke Mannheim AG, que originou a sigla MWM. Não demorou muito e, em 1926, a unidade passou ao controle do grupo alemão Knorr-Bremse AG, especializado em sistemas de freio ferroviários. Alguns anos mais tarde, em 1933, ingressou no segmento de motores diesel de pequeno e médio portes para usos agrícola e estacionário. Em 1953 foi fundada a subsidiária brasileira da MWM. Era a década da industrialização do País e a demanda por motores – exportados pela MWM para cá desde antes da Segunda Guerra Mundial – estava crescendo. Um grupo de empreendedores nacionais, diante do cenário que se desenhava, entrou em contato com a MWM para produzir por aqui os propulsores diesel. Sem demora, analisados mercado e incentivos do governo, surgiu a MWM Motores Diesel S.A. O negócio começou com importação e montagem de motores para irrigação. Três anos depois, em 1956, começava a construção da fábrica no bairro paulistano de Santo Amaro – onde está até hoje. Embora tenha nascido multinacional, a MWM tornou-se cada vez mais local, especialmente a partir dos anos 1970, quando a subsidiária passou a fornecer motores para caminhões – o que se transformou no principal negócio da empresa nos anos seguintes. Como a matriz alemã não atuava no segmento automotivo, a engenharia no Brasil ficou independente da Alemanha e passou a desenvolver um portfólio próprio de produtos. Mais mudanças estavam por vir e, a cada aconteci-
mento, a empresa se tornava mais brasileira. Em 1986, a controladora da MWM, a Knorr-Bremse, foi adquirida por outro grupo empresarial que vendeu a fábrica de motores de Mannhein para a Deutz, mas manteve a unidade no Brasil. Isso fez da MWM uma peculiar empresa de capital alemão no Brasil sem matriz no exterior. Tal independência trouxe maior agilidade de decisões e poder de adaptação às condições particulares do mercado local. Essa mesma independência, contudo, por vezes limitou o desenvolvimento de produtos, pois todos os recursos necessários tinham de ser gerados aqui. No fim dos anos 1990, outra história se desenvolvia em paralelo, que mudaria o cenário para melhor. Em 1999, para entrar no mercado sul-americano, a americana Navistar adquiriu 50% de participação na Maxion Motores, do Grupo Iochpe, que herdou o negócio da compra da Massey Perkins no País, ainda na década de 1980. Mais tarde, em 2001, a Navistar assumiu o controle de 100% da fabricante de motores e fundou a International Engines South America (Iesa), com boa parte dos negócios voltada à exportação para os Estados Unidos. Em 2005, também em abril, a MWM foi comprada pela Iesa. Assim nasceu a MWM International, que formou uma corporação duas vezes maior em faturamento do que eram as duas empresas separadas, somando vendas de US$ 671 milhões. Cinco anos depois esse valor foi quase que multiplicado por dois novamente, para US$ 1,2 bilhão em 2010. De fábrica local, com capital alemão, mas sem matriz estrangeira, a MWM encontrou na International uma porta para o mundo. A fusão deu início a uma estratégia de globalização, com a conquista de grandes contratos de longo prazo para fornecimento de motores e tecnologia do Brasil para China, Coreia do Sul, Índia, Turquia, México e Estados Unidos. E a história continua com a celebração da marca de 4 milhões de motores produzidos nestas seis décadas... CENTRO DE TECNOLOGIA, instalado na unidade de Santo Amaro, em São Paulo
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ANIVERSÁRIO
unidades. “Essa é uma forma inteligente de equilibrar a produção entre os dois países e atender as necessidades locais colocadas pelo governo argentino”, explica Luzzi. A produção no país vizinho tem foco no segmento agrícola, principalmente para equipar tratores e ônibus produzidos na Argentina pela gaúcha Agrale, mas outros clientes já estão em prospecção. A MWM International vai fazer na planta argentina os motores da série 229 (agrícola) e os MaxxForce de 4,8 e 7,2 litros, que continuam sendo fabricados também no Brasil. Já a linha de montagem do motor de 9,3 litros, que desde 2007 estava localizada em Canoas (RS), foi totalmente transferida e agora eles passam a ser importados da Argentina para o Brasil. As exportações também devem continuar a avançar com a maturação de dois grandes contratos, com a Otokar da Turquia e a Daewoo na Coreia, que nos próximos três anos devem comprar 20 mil motores
MaxxForce 3.2H Euro 3, 4 e 5 para seus micro-ônibus. Mais de 90% desses propulsores produzidos no Brasil pela MWM são exportados, mas Luzzi adianta que essa proporção deve mudar em breve, com a conquista de clientes nacionais para o modelo. Ele calcula que, nos próximos três anos, o mais novo filho da engenharia brasileira da empresa deverá representar 15% da produção total. Em volumes, as exportações de motores completos devem representar 8% da produção este ano, mas o executivo lembra que a MWM também usina e envia daqui todos os blocos para motores de 13 litros montados pela International nos Estados Unidos, além de 100% dos cabeçotes para propulsores de seis cilindros feitos na matriz. Em 2013, a MWM projeta continuar com fatia de 30% dos motores diesel produzidos no Mercosul, que deverão somar 475 mil na região este ano, em expansão de 11% sobre 2012. n
perfil da MWM INTERNATIONAL Unidades industriais - São Paulo (SP ) - Canoas (RS ) - Jesús Maria/ (Argentina)
Principais clientes MAN, GM, Volvo, Agrale, International, Marcopolo, AGCO, Troller, NeoBus, JCB, Randon, Daewoo, Otokar, Stara
Colaboradores: 3.500 - São Paulo (SP): 2.200 - Canoas (RS): 1.100 - Jesús Maria (Argentina): 200
Rede de distribuição Brasil (474) e América Latina (606)
Principais produtos: Motores diesel de 2,5 a 13 litros e de 50 a 428 cavalos de potência para aplicações veiculares, agrícolas, industriais, geração de energia e marítimas
Centro de Desenvolvimento no Brasil - 220 engenheiros e técnicos - 28 bancos de prova - 69 estações de CAD/CAE
Exportação: 30 países Índice de nacionalização: média de 70%
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SUSTENTABILIDADE
PRODUÇÃO SOCIAL Indústria automobilística investe no desenvolvimento social, que gera lucros para todos Marta Pereira
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á muito tempo, antes mesmo de a palavra sustentabilidade tornar-se fashion, fonte de renda para consultores, diferencial competitivo no mercado e assumir tantas outras dimensões, algumas equivocadas, o segundo setor, representado pela iniciativa privada, enxergou seu papel além das linhas de produção, do comércio e dos serviços e começou a investir no social. Embora sem os rótulos, reconhecimento e marketing atuais, o objetivo era o mesmo: melhores condições geram melhores profissionais e, consequentemente, consumidores. Uma sociedade mais digna e igual gera um círculo virtuoso de progresso, com resultados positivos para todos. O empreendimento social da indústria automobilística no Brasil é histórico. A começar pelos efeitos di-
retos. O segmento representa aproximadamente 21% do PIB industrial do País e 5% do PIB total. Diretamente, as montadoras empregam cerca de 152 mil profissionais, segundo dados divulgados em abril pela Anfavea, a associação dos fabricantes de veículos. Somando-se os trabalhadores da cadeia anterior às linhas de montagem e os da rede de distribuição e serviços automotivos em geral, são em torno de 1,5 milhão de pessoas. Os investimentos também comportam cifras consideráveis ao longo dos anos. O Inovar-Auto, programa do Governo Federal que visa a incrementar a competitividade do segmento, deve resultar em um aporte no patamar de R$ 60 bilhões, entre 2013 e 2017, conforme estimativas da entidade.
Afora os impactos naturais dos números acima, as empresas possuem inúmeros programas destinados a contribuir com o desenvolvimento socioambiental do País. Considerando apenas o aspecto social, são ações que variam da simples doação financeira a projetos específicos voltados para educação, esportes, cultura, políticas públicas e capacitação profissional, entre outros, com envolvimento efetivo da alta gestão e disseminação para todos os colaboradores. A Anfavea está preparando uma publicação que vai mapear a atuação social da indústria automobilística e seus reflexos nos negócios, atestando que as iniciativas vão muito além da generosidade. Segundo Jorge Abrahão, presidente do Ethos, as empresas têm um grande papel na construção de uma sociedade mais justa, ética e economicamente sustentável. “É preciso entender que sustentabilidade não é custo, é oportunidade. A gestão responsável está em processo de construção no mundo corporativo brasileiro, que já começa a enxergar os valores gerados, tanto econômicos quanto na imagem”, diz o dirigente. Indicadores Criado em 1998, o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social é uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), cuja missão é mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerirem seus negócios de forma socialmente responsável. Entre os vários serviços prestados,
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a entidade desenvolveu os Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial, que permitem às companhias, associadas ou não, avaliar gratuitamente sua gestão na perspectiva da sustentabilidade e da responsabilidade social. Por meio do preenchimento eletrônico, é possível fazer um autodiagnóstico e levantar subsídios para o planejamento estratégico, considerando sete temas: Valores, Transparência e Governança, Público interno, Meio ambiente, Fornecedores, Consumidores e clientes, Comunidade e Governo e sociedade. O questionário, atualmente na versão 2012, está disponível para preenchimento até 14 de junho em http://indicadores.ethos.org.br. n
sustentabilidade não é custo, é oportunidade. A gestão responsável está em construção no mundo corporativo brasileiro Jorge Abrahão, presidente do Ethos
cadeia econômica automotiva
Matérias-primas
Aço Plásticos Borracha Vidro Têxtil Tintas
Autopeças
Motor Câmbio Freios Pneus Rodas Chassis Eixos
Montadoras
Automóveis Comerciais leves Caminhões Tratores Colheitadeiras
Distribuição
Concessionárias
Serviços
Pós-vendas Combustíveis Seguros Bancos Lojas de autopeças Oficinas
Mão de obra | Energia | Água Insumos gerais A indústria automobilística tem efeitos sobre múltiplos setores da sociedade. Mais de 200 mil empresas no Brasil têm suas atividades ligadas ao setor automotivo
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EVENTO
AUTOMEC AGITA MERCADO DE REPOSIÇÃO Principal evento do aftermarket atraiu cerca de 70 mil visitantes
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Automec, principal feira do setor de reposição automotiva, atraiu cerca de 70 mil visitantes ao Anhembi, em São Paulo (SP). A exposição, que reuniu mais de 1,1 mil marcas de autopeças, é ferramenta para fomentar negócios no aftermarket, estimados em R$ 100 bilhões de reais, considerando a venda e distribuição de autopeças, os negócios nas concessionárias e nas 90 mil oficinas da rede independente. O presidente do Sindipeças, Paulo Butori, destacou na abertura da feira a importância do mercado de reposição para as fabricantes do setor. Ele explicou que o segmento absorve 30% a 40% do fornecimento
de autopeças das empresas instaladas no País, cabendo o restante às montadoras. A Reed Exhibitions Alcantara Machado, organizadora da Automec, calculou a presença de organizações de 72 países. Ganhou destaque a forte participação das empresas chinesas, que ocuparam parte expressiva do pavilhão com seus pequenos estandes. INOVAR-AUTO O clima do evento foi influenciado pela expectativa acerca do Inovar-Auto. Diversas fabricantes apresentaram soluções que podem ajudar as montadoras a alcançar as metas do novo regime automotivo. Além disso,
o Sindipeças destacou a necessidade de aumentar o conteúdo nacional dos carros. Estimativa da entidade para este ano aponta que as importações de autopeças para o Brasil podem somar R$ 34 bilhões. Do total, 65% serão trazidos pelas montadoras, 25% pelas sistemistas e o restante virá por meio de tradings e empresas que atendem o aftermarket. Butori destaca que, com os componentes importados ganhando espaço, cresce a importância do mercado de reposição para as fabricantes. O setor alimenta expectativas também para o Inovar-Peças, programa voltado à cadeia de suprimentos que está em gestação no governo.
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EVENTO
NOVIDADES Confira as atrações das fabricantes de autopeças na Automec
A Tenneco apresentou solução que promete funcionar como substituta do Arla 32. Batizado de HC-HLNC, o fluido deve chegar ao mercado em 2014. A empresa também aproveitou o evento para revelar que investirá US$ 17,5 milhões este ano na construção de um centro de pesquisa e desenvolvimento em Mogi Mirim (SP) e de uma nova fábrica em Camaçari (BA). A unidade produtiva fornecerá escapamentos para a Ford. A NGK, veterana no fornecimento de velas de ignição, também apresentou novidade. A empresa, que obtém metade do faturamento no mercado de reposição e a outra metade no fornecimento de componentes originais, quer trazer nova tecnologia ao Brasil: as velas de irídio. O produto é mais eficiente, durável e garante redução do consumo de combustível e das emissões de CO2, uma opção para as montadoras alcançarem as metas do Inovar-Auto. A chegada da novidade esbarra no preço, cerca de dez vezes superior ao das velas comuns. Honeywell e BorgWarner, os dois fabricantes de turbocompressores presentes na Automec, estimaram que o Inovar-Auto deve abrir novo mercado no País para 700 mil a 1 milhão de turbos por ano para veículos leves, com motorização flex de 1 a 1,4 litro. Os primeiros carros nacionais equipados com a tecnologia surgirão a partir de 2015 e várias montadoras já fazem testes para homologar os produtos aos seus modelos.
A Sabó confirmou investimento de US$ 10 milhões nos próximos cinco anos. O aporte vai aumentar em cinco vezes a produtividade da fábrica de Mogi Mirim (SP). Nos últimos anos, a empresa promoveu mudanças no portfólio e terceirizou a produção de alguns itens para passar a montar apenas componentes de maior valor agregado.
A DSW Automotive, unidade de negócios da Waypartners do Brasil, especializada em acessórios automotivos, revelou que produzirá nacionalmente em 2014. Com investimento de US$ 5 milhões, a fábrica em Manaus (AM) fará receptores para TV digital veicular e encostos de cabeça com tela de LCD. A Dunlop, fabricante de pneus controlada pelo grupo japonês Sumitomo Rubber Industries, começará a produzir pneus (da marca Dunlop e também da Falken no caso de segmento tuning e off-road) para veículos de passeio, SUVs e vans em outubro próximo na unidade que constrói em Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba (PR). A Valeo destacou na Automec seus 90 anos de presença no mercado automotivo global. A empresa iniciou a produção em 1923 com uma oficina de lonas de freios em Saint-Ouen, na França. A divisão de aftermarket da Delphi apresentou seu portfólio composto por mais de 5 mil itens de injeção eletrônica, ignição, diesel, climatização e arrefecimento, além de serviços para o mercado de reposição da linha leve e pesada. A empresa destacou um conceito sofisticado de tecnologia também para as oficinas: a telemática. Por meio de um dispositivo acoplado ao veículo e a tecnologia de comunicação wireless (sem fios), o sistema permite monitorar à distância o consumo de combustível, regulagem do motor, posicionamento e diagnóstico, levando as informações ao consumidor, oficinas e concessionárias. A unidade de negócios para o aftermarket da Magneti Marelli apresentou o catálogo expandido de amortecedores de suspensão, que garante 98% de cobertura do mercado nacional, e a nova linha de equipamentos de diagnose, que conta com scanners, estações de diagnóstico e manutenção de ar condicionado, estações de análise de emissões e de testes de injetores de gasolina e diesel e a linha de sistema de carga. A empresa mostrou também a nova linha de pastilhas de freios, com a marca Cofap, para veículos leves e pesados. n
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Branding e estratégias de marketing A reinvenção do marketing automotivo Estratégias de autopeças em marketing A revolução das mídias sociais O DNA do novo consumidor Marketing de eventos Disrupturas em marketing e comunicação O novo papel da agência de propaganda O avanço da comunicação on line O executivo conectado
Insights para profissionais de montadoras, autopeças, agências de propaganda e de serviços que não tinham a quem perguntar sobre a reinvenção do marketing nos negócios automotivos
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