• BMW COMEÇA A MONTAR NA FÁBRICA DE ARAQUARI
• RECALL: QUEM, AFINAL, FICA COM O PREJUÍZO?
• IAA MOSTROU FUTURO DO CAMINHÃO EM HANNOVER
Automotive
OUTUBRO de 2014 ano 6 • número 29
OUTUBRO 2014 • ano 6 • número 29
SERVIÇOS: CORRIDA PELA COMPETITIVIDADE Na disputa pela preferência das montadoras, o que vale mais é a oferta de bons preços, um sistema sólido de qualidade e certeza de entrega
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Job: 22009-030 -- Empresa: Neogama -- Arquivo: 22009-030-RENAULT-INST-AN-REV-AutomotiveBusiness-51x27.5_pag001.pdf
Registro: 156837 -- Data: 19:29:06 17/10/2014
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índice
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CAPA
SERVIÇOS: CORRIDA PELA COMPETITIVIDADE
luis prado
Fornecedores disputam preferência das montadoras com preços competitivos, boa qualidade e certeza de entrega
8F ERNANDO CALMON ALTA RODA A guerra dos aditivos 10 NO PORTAL 12 CARREIRA 14 PRÊMIO TOP SUPPLIER DESTACA FORNECEDORES Ford reconhece melhores parceiros 16 NEGÓCIOS
26 M ÁQUINAS AGRÍCOLAS TENDÊNCIA DE MELHORA Boa expectativa para fim do ano 28 IMPLEMENTOS MERCADO EM BAIXA Aposta na renovação da frota
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30 FÓRUM IQA O DESAFIO DA QUALIDADE Em busca de novos patamares
32 WORKSHOP DESAFIOS DA LEGISLAÇÃO O impacto da rastreabilidade
34 M ARKETING AUTOMOTIVO OBESIDADE NA INFORMAÇÃO Solução passa pelo foco no cliente
36 RECALL QUEM PAGA A CONTA? Acerto entre montadora e fornecedor 40 CAMINHÕES DAF PROCURA SEU ESPAÇO O avanço da operação 44 AUTOMECHANIKA BUSCA DO MERCADO GLOBAL Sindipeças e Apex lideraram iniciativa 54 S ERVIÇOS 56 Consultoria 58 Engenharia 59 Testes e simulações 60 Automação 61 Logística 62 Tecnologia da informação 64 Financeiras 65 Certificação 46 IAA 2014 HANNOVER MOSTROU O FUTURO Eficiência, conectividade e automação
66 COBIÇA COMPRAS PREMIUM Atrações automotivas
50 INAUGURAÇÃO BMW INAUGURA FÁBRICA As estratégias da montadora
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editorial
revista
www.automotivebusiness.com.br
Paulo Ricardo Braga Editor paulobraga@automotivebusiness.com.br
o valor dos serviços
A
final, quem paga a conta do recall promovido pela indústria automobilística? O jornalista Gustavo Ruffo foi conferir essa questão e chegou à conclusão de que, após a campanha, na hora de apurar responsabilidades, a montadora poderá cobrar do fornecedor da peça defeituosa parte do valor gasto em todo o processo ou “até mesmo espetar nele a conta toda”. Ele descobriu, também, um fato alarmante: dos 461 chamados para reparos em automóveis desde 1998, apenas 28 foram considerados concluídos, ou 6%, e há explicações como o fato de o consumidor não voltar à concessionária para manutenção, a ineficácia da campanha de chamamento e a troca de propriedade do veículo. Serviços de valor no âmbito da indústria automobilística são também analisados nesta edição, como matéria de capa, passando pela consultoria, engenharia, testes e simulações, automação, logística, tecnologia da informação, crédito e certificação. Outro destaque desta edição, além do caderno de serviços, é a cobertura de eventos do setor, como os três recentes promovidos por Automotive Business no Centro de Convenções Milenium, em São Paulo, com casa cheia: Fórum da Qualidade (em parceria com o IQA), Workshop Legislação e Fórum de Marketing. Fomos conferir também as novidades do Salão de Paris, do IAA (em Hannover) e Automechanika (em Frankfurt). As atrações do Salão de São Paulo terão cobertura no Portal Automotive Business. Nossa reportagem revisitou a planta da DAF Caminhões, em Ponta Grossa, PR, e acompanhou a inauguração da fábrica da BMW, em Araquari, SC, marca premium que se antecipa aos empreendimentos da Mercedes-Benz (Iracemápolis), Audi (São José dos Pinhais, PR) e Jaguar Land Rover (Itatiaia, RJ), todos em curso.
Editada por Automotive Business, empresa associada à All Right! Comunicação Ltda. Tiragem de 12.000 exemplares, com distribuição direta a executivos de fabricantes de veículos, autopeças, distribuidores, entidades setoriais, governo, consultorias, empresas de engenharia, transporte e logística e setor acadêmico. Diretores Maria Theresa de Borthole Braga Paula Braga Prado Paulo Ricardo Braga Editor Responsável Paulo Ricardo Braga (Jornalista, MTPS 8858) Editora-Assistente Giovanna Riato Redação Camila Franco, Mário Curcio, Pedro Kutney e Sueli Reis Editor de Notícias do Portal Pedro Kutney Colaboradores desta edição Alexandre Akashi, Camila Waddington, Edileuza Soares, Gustavo Ruffo e Tatiana Carvalho Design gráfico Ricardo Alves de Souza e Josy Angélica Fotografia Estúdio Luis Prado Publicidade Carina Costa, Greice Ribeiro, Monalisa Naves Atendimento ao leitor Patrícia Pedroso WebTV Marcos Ambroselli Comunicação e eventos Carolina Piovacari Impressão Margraf Distribuição MTLOG
Até a próxima edição. Administração, redação e publicidade Av. Iraí, 393, conjs. 51 a 53, Moema, 04082-001, São Paulo, SP, tel. 11 5095-8888 redacao@automotivebusiness.com.br
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ALTA RODA
GUERRA DOS ADITIVOS luis prado
P Fernando Calmon é jornalista especializado na indústria automobilística fernando@calmon.jor.br
Leia a coluna Alta Roda também no portal Automotive Business PatrocinadorAS
olítica de combustíveis no Brasil continua errática e com alto grau de improvisação. Exemplo mais recente é a lei já aprovada que autoriza o aumento do teor de etanol anidro de 25% para 27,5%, desde que testes comprovem viabilidade técnica. Uma lei condicional! Não seria mais lógico primeiro fazer todas as avaliações e, se aprovada a nova mistura, então encaminhar projeto de lei ao Congresso Nacional? Na realidade, apenas jogada eleitoreira. Motores modernos têm condição de lidar com esse aumento de mistura sem problema de partida a frio ou falhas de aceleração. Os testes conduzidos pela Petrobras deverão indicar isso, mas ninguém deu atenção aos motores antigos com carburador ou injeções de combustível de primeira geração. Além disso, o consumo pode aumentar marginalmente. A gasolina padrão para limites de emissões e metas de eficiência energética previstas no Inovar-Auto contém apenas 22% de etanol. Com 25% o motorista já perde um pouco em consumo e com 27,5%, mais ainda. O governo tem feito trapalhadas. Em meados
do ano resolveu estimular a melhoria relativa de consumo/autonomia entre etanol e gasolina em motores flex porque a indústria se acomodou e hoje mal consegue manter a paridade esperada de 70%. A nova lei sinaliza apenas que “poderá” haver abatimento de imposto para veículos que alcançarem relação acima de 75%. Com a tendência de aplicação de turbocompressor, particularmente ótimo em motores flex por aproveitar bem melhor as características químicas do etanol, não seria difícil atingir a meta, embora a custo maior. Mas sem saber em quanto cairia o imposto e se o incentivo é por versão, modelo ou média de tudo que produz, nenhuma fábrica vai se mexer. Algumas estão até contrariadas, em especial as que por pura miopia têm motores flex sofríveis ao usar etanol. No recente Seminário Internacional de Combustíveis, organizado pela AEA em São Paulo, ficou explícita a discórdia entre governo, agência reguladora (ANP) e Petrobras, responsável, na prática, por toda a gasolina vendida no País. Em dezembro de 2009 se decidiu que em janeiro de 2014 só existiria gasolina
aditivada, como na maioria dos países com grandes frotas. Isso não ocorreu e sim um adiamento para julho de 2015. Ou seja, uma finge que regulamenta e outra finge que não entende. De qualquer forma, a atual gasolina S50 (50 ppm de enxofre), de melhor qualidade e obrigatória desde 1º de janeiro último, evoluirá dentro de menos de um ano (se não houver outro atraso) graças a aditivos detergentes e dispersantes para limpar e manter limpos injetores, válvulas, câmaras de combustão e coletores. No seminário se discutiu a qualidade mínima desses aditivos, os riscos de uso em excesso, a descontaminação das estruturas de transporte e como o mercado reagirá a 100% de gasolina aditivada. As distribuidoras deverão se preparar para uma guerra de comunicação ainda maior em meados do próximo ano. Há aditivos específicos de redução de atrito entre pistões e cilindros, com potencial de discreta melhora de desempenho e até de consumo, que se somam aos aditivos detergentesdispersantes. Cada uma terá de convencer o consumidor que a sua gasolina é superior à do concorrente.
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Fernando Calmon
DEMOROU só nove meses para VW confirmar acordo com sindicato de metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP) e repor 900 empregos que se foram com a Kombi. Novo Jetta será produzido no segundo trimestre de 2015, em operações um pouco além de montar kits importados e motor/câmbio nacionais. Baseado no Golf 6, não precisava ficar no Paraná, de onde sairá Golf 7. CHEVROLET S10 entrou na era do motor flex e injeção direta etanol/gasolina. Embora por preço mais baixo o anterior 2,4-L/147 cv (etanol) de injeção indireta permaneça, a nova unidade ganhou bastante em potência específica. Agora são ótimos 206 cv/27,3 kgfm (etanol) para 2,5 L. Preços: R$ 86.400 a R$ 103.700 (4x4). Mais em que conta versões Diesel. FALTA pouco para Jaguar Land Rover confirmar produtos da sua nova fábrica de Itatiaia (RJ). Escolha natural é o sucessor do Freelander, Discovery Sport, que estreou no Salão do Automóvel de Paris. Nos planos também o Jaguar XE, novo rival
MALAGRINE ESTÚDIO
RODA VIVA
mercedes-benz gla destaca-se pelo estilo esportivo. Motor turbo de 156 cv dá conta do recado
do Série 3 e do Classe C. Falta decisão sobre o Evoque, Land Rover mais vendido no País. PRESSIONADA por cota de apenas 3.000 veículos importados por ano, Volvo e sua proprietária chinesa Geely estudam ter fábrica no Brasil. Ambas negam, mas talvez não haja alternativa para concorrer em um mercado que, apesar de queda recente, estará entre os quatro ou cinco maiores do mundo no fim desta década. CÂMBIO automatizado de uma embreagem, pelo preço mais baixo, tende a se firmar. No VW Up! já representa em torno de 20% das versões em que a opção é oferecida. No pesado trânsito urbano, com pequena adaptação no modo de dirigir, o up! automatizado passa marchas sem grandes incômodos. Mas não tem conforto de automático, claro.
AINDA no capítulo das trapalhadas, é inacreditável o governo estimular apenas modelos híbridos que não carregam bateria em tomada. Os puramente elétricos também ficaram de fora do corte no imposto de importação. São carros bem mais caros e, assim, de vendas limitadas, sem risco de sobrecarregar a rede elétrica. MERCEDES-BENZ GLA, agora importado e nacional em 2016, destaca-se pelo estilo esportivo ante outros SUVs compactos. Motor turbo 1,6l/156 cv dá conta do recado, mas ideal seria potência algo maior. Materiais internos, de primeira linha, contrastam com ausência de ar-condicionado automático e GPS para o preço de R$ 132.900. Versão completa salta para R$ 149.90 0. NOVA geração do Honda City ganhou espaço in-
terno (na frente e atrás), além de equipamentos como câmera de ré regulável em três ângulos. Melhorou o vão de acesso ao generoso porta-malas de 536 l. Câmbio automático CVT agora tem sete marchas virtuais e hastes no volante, mas o motor 1,5 L/116 cv vai melhor no Fit. Preços continuam bem puxados: R$ 53.900 a R$ 69.000. MITSUBISHI Outlander terá no início de 2015 versão híbrida plugável em tomada. Diferencia-se por soluções técnicas brilhantes. A começar pelos dois motores elétricos (um para cada eixo) que permitem tração 4x4 gerenciável de forma automática sem o peso dos componentes mecânicos. Estes motores trabalham em série e em paralelo ao de combustão.
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portal
| automotive business
As novidades que você encontra em www.automotivebusiness.com.br SHINERAY PROMETE FÁBRICA SCHMALL, DA VW, SÓ PREVÊ de motos PARA CRESCIMENTO DEZEMBRO EM 2016
A Shineray agendou para dezembro a inauguração de sua primeira fábrica no Brasil – e também a primeira fora da China, localizada na cidade de Cabo de Santo Agostinho (PE). Construída com investimento de R$ 130 milhões, a unidade está situada em terreno de 156 mil metros quadrados. “Os equipamentos já estão montados e no momento aguardamos a inspeção do Inmetro para liberação da numeração de chassis brasileira”, assegura Paulo Perez, diretor executivo da Shineray.
Para Thomas Schmall, presidente da Volkswagen do Brasil, o tombo no mercado interno de veículos este ano já está dado: espera-se recuo das vendas de 8% a 10%. Para 2015 a expectativa é de estagnação, com números iguais ao deste ano. A volta do crescimento só é esperada para 2016. “Ainda existe muito potencial, 50% dos brasileiros não têm carro. Mas é necessário fazer ajustes para a economia voltar a crescer”, avaliou.
HONDA CONCLUI RENOVAÇÃO DA LINHA COM O CITY
Depois de lançar no Brasil as novas gerações do Fit e do Civic a Honda apresenta o City reestilizado. O modelo global chega ao Brasil com a missão de superar as expectativas dos consumidores e retomar o patamar de vendas que o carro tinha antes de a sua produção desacelerar para a chegada da nova versão, entre 3 mil e 4 mil unidades por mês. São quatro versões, todas equipadas com motor 1.5 i-VTEC 16V de até 116 cv. Os preços começam agora em R$ 53.900.
WEB TV www.automotivebusiness.com.br/abtv Entrevista
Entrevista
Vilmar Fistarol, da CNH Industrial, espera recuperação do mercado em 2015
Maurício Muramoto, da Deloitte, traça novo perfil do consumidor brasileiro
EXCLUSIVO QUEM É QUEM A ferramenta exclusiva e gratuita traz os contatos de quem comanda o setor automotivo. automotivebusiness.com.br/ quemquem.aspx
Noticiário
ESTATÍSTICAS Acompanhe a evolução das estatísticas das principais organizações do setor. automotivebusiness.com.br/ estatisticas.aspx
Balanço semanal dos acontecimentos mais importantes do setor automotivo
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CARREIRA
VOLVO CARS:
PRÓXIMA DO GOVERNO PARA ATENDER O INOVAR-AUTO CAMILA FRANCO
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orge Mussi, diretor de pós-vendas, passa a acumular a diretoria de assuntos governamentais e conta que um de seus principais desafios será discutir metas de eficiência energética AUTOMOTIVE BUSINESS – Por que a Volvo Cars só agora criou a diretoria de assuntos governamentais? Cogita produzir no Brasil? JORGE MUSSI – Chegamos a um ponto nas discussões do setor em que nenhuma marca pode deixar de ser individualmente representada, ainda que existam Abeifa e Anfavea. Esta área é importante agora principalmente devido aos requerimentos técnicos discutidos com maior frequência entre governo
e indústria por causa do Inovar-Auto. Um dos principais desafios será acompanhar as metas de eficiência energética às quais os participantes do programa estão sujeitos. Não temos planos para produção local. AB – Quais serão as suas responsabilidades? JM – Serei responsável pelo relacionamento com vários órgãos. Entre os assuntos principais estão homologação de produtos e certificação de componentes. Participaremos de discussões da indústria com o governo que envolvam os interesses da Volvo. AB – Quais foram as suas vitórias em três anos no pós-venda da
Volvo? E como será conciliar as duas diretorias? JM – Fomos a primeira marca premium a implementar serviços nunca antes oferecidos aos clientes deste segmento, como o One Hour Stop, que faz 80% dos reparos do automóvel dentro de uma hora com o acompanhamento do cliente. Também introduzimos a infraestrutura necessária para o Volvo on Call, que oferece serviço de segurança, conveniência, comunicação e controle do carro por meio de aplicativo para smartphones e tablets e de uma central de atendimento 24 horas interligada ao veículo. As duas áreas em certos pontos são complementares e por isso teremos uma eficiência maior combinando-as. n
EXECUTIVOS fia T CHRYSLER – Antonio Filosa (foto 1), assume a diretoria de compras para América Latina. Está no lugar de Osias Galantine (foto 2), agora responsável pelas compras da CNH Industrial, holding de veículos industriais do Grupo Fiat. N ISSAN – Contratou José Luiz Vendramini (foto 3), como diretor comercial. Tem experiência em vendas, desenvolvimento de rede, qualidade ao consumidor e pós-venda. Arnaud Charpentier (foto 4) é o novo diretor de marketing no lugar de Murilo Moreno, que saiu da empresa. Dirigia a área de qualidade ao consumidor e desenvolvimento de rede desde janeiro. R ENAULT – Marcus Vinicius Aguiar (foto 5) é o novo diretor de relações institucionais, governamentais e de responsabilidade social empresarial. Foi chefe de serviço técnico, legislativo e normativo da Fiat Chrysler América Latina. C AOA – Para aumentar as autopeças nacionais dos veículos de Anápolis (GO), a empresa contratou Ivan Witt (foto 6), como diretor de compras. Cuidará das aquisições da fábrica e da rede de concessionárias. V ALEO SERVICE – Divisão dedicada ao mercado de reposição anuncia seu novo diretor-geral para o Brasil: Fernando Ribeiro (foto 7) assume, acumulando o cargo também na América do Sul.
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NEGÓCIOS
PRÊMIO FORD
TOP SUPPLIER DESTACA FORNECEDORES MONTADORA RECONHECEU OS MELHORES DA AMÉRICA DO SUL EM 13 CATEGORIAS
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urante o encontro anual com os principais fornecedores da América do Sul, quando foram apresentados os resultados da empresa na região e alinhadas as novas metas e estratégias, a Ford entregou o Prêmio Top Supplier 2014 aos seus melhores parceiros que se destacaram pelo desempenho em 2013 e 2014. A escolha dos fornecedores foi feita com base em uma avaliação em que são considerados quesitos como qualidade, custo, entrega e relacionamento comercial. A 13a edição do Prêmio Top Supplier da Ford contou com a presença de Steven Armstrong, presidente da
Ford América do Sul, Hau Thai-Tang, vice-presidente global de compras, Amit Singhi, diretor de finanças da América do Sul, Félix Guillen, diretor de operações e manufatura, e João Pimentel, diretor de compras da América do Sul, entre outros executivos. “Além de premiar nossos melhores fornecedores, o evento é parte do nosso processo de comunicação e transparência com nossos parceiros. Revimos nossos planos e o que estamos fazendo para melhorar nossa competitividade na região”, disse João Pimentel.
VENCEDORES
O Prêmio Top Supplier 2014 da Ford: • INTERIOR E ACABAMENTOS Treves Argentina • ELÉTRICA E MECANISMOS Kostal Eletromecânica • CHASSIS Pirelli Neumaticos Argentina • BODY & EXTERIOR SMR Automotive Brasil • RAW MATERIAL & ESTAMPADOS Basf Argentina • POWERTRAIN/PTI ZF Sachs • POWERTRAIN/PTC Elring Klinger do Brasil
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NEGÓCIOS
PONTO DE VISTA Vejo muita notícia negativa. A situação é dura, mas não é esse desastre todo. Depois desse momento complicado de queda das vendas, acredito que vamos reconstruir o mercado no próximo ano Vilmar Fistarol, presidente da CNH Industrial, ao falar das expectativas para 2015
Fábricas
MERCEDES-BENZ APLICARÁ R$ 730 MILHÕES NO BRASIL
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Mercedes-Benz anunciou novo plano de investimento para a operação brasileira. O pacote soma R$ 730 milhões, que serão gastos até 2015 nas duas fábricas da marca. A sexagenária planta de São Bernardo do Campo (SP) receberá R$ 500 milhões para modernizar e ampliar as instalações. Os outros R$ 230 milhões serão destinados à unidade de Juiz de Fora (MG), que hoje monta os modelos Acelo e Actros e, a partir de 2016, passará a soldar e pintar as cabines de todos os modelos montados no País. A produção do Acelo será transferida para a unidade de São Bernardo do Campo. “Precisávamos aumentar as sinergias entre as duas fábricas. Há cerca de um ano começamos a estudar isso e decidimos que a melhor maneira seria transferir para Juiz de Fora toda a produção de cabines, pois é uma planta moderna que tem o estado da arte para a armação (soldagem) e pintura”, disse Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil. Em 2010 a Mercedes-Benz anunciou R$ 1,5 bilhão. Em 2012 foi definido novo investimento, de R$ 1 bilhão, que inclui o processo de nacionalização do Actros produzido na planta mineira. Somados, os aportes da companhia no Brasil chegam a R$ 3,23 bilhões.
Mercado
QUATRO GRANDES PERDEM ESPAÇO NO BRASIL
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os últimos dez anos as quatro maiores montadoras instaladas localmente – Fiat, Volkswagen, General Motors e Ford, por ordem de volume de vendas – perderam 15,8 pontos de participação no mercado. A conclusão é de estudo da consultoria Jato Dynamics. Em 2004 estas companhias respondiam por 81,6% das vendas no País, número que recuou para 65,8% em 2014, considerando apenas veículos leves. Em movimento oposto, Hyundai, Renault e as japonesas Toyota, Honda e Nissan ganharam 14,2 pontos de participação nesse período.
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negócios
Autopeças
BOSCH PRONTA PARA OS PRÓXIMOS 60 ANOS
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Marcas
VALOR DA AUDI FOI O QUE MAIS CRESCEU
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Audi é uma das empresas cujo valor teve crescimento expressivo este ano sobre 2013, considerando as 100 marcas mais valiosas do mundo. A informação é do relatório Best Global Brands, organizado pela Interbrand. O valor da montadora alemã chegou a US$ 9,83 bilhões, 27% acima do verificado na avaliação anterior. Com isso a empresa subiu da 51a posição do ranking para a 45a. O Top 100, liderado por empresas dos ramos de tecnologia, bebidas, serviços e negócios, com a Apple em primeiro lugar, seguida por Google e Coca-Cola, traz 16 montadoras.
BEST GLOBAL BRANDS
Marcas mais valiosas entre as montadoras MARCA
VALOR
Toyota Mercedes-Benz BMW Honda Volkswagen Ford Hyundai Audi Nissan Porsche Caterpillar Kia John Deere Chevrolet Harley-Davidson Land Rover
US$ 42,3 bilhões US$ 34,3 bilhões US$ 34,2 bilhões US$ 21,6 bilhões US$ 13,7 bilhões US$ 10,8 bilhões US$ 10,4 bilhões US$ 9,8 bilhões US$ 7,6 bilhões US$ 7,1 bilhões US$ 6,8 bilhões US$ 5,3 bilhões US$ 5,1 bilhões US$ 5 bilhões US$ 4,7 bilhões US$ 4,4 bilhões
VALORIZAÇÃO SOBRE 2013 20% 8% 7% 17% 23% 18% 16% 27% 23% 11% -4% 15% 5% 10% 13% Nova no ranking
m novembro de 2014 a Bosch comemora 60 anos de operação no Brasil e desenha a estratégia para crescer baseada em investimentos em produtividade com foco em inovação. Só neste ano cerca de R$ 100 milhões estão sendo aplicados em todas as divisões, mais fortemente na automotiva, que responde por 70% dos negócios da Bosch no País. Nos últimos dez anos, mais de R$ 1 bilhão garantiu a continuidade da evolução das tecnologias e linhas de produção para atender a demanda do mercado doméstico. Besaliel Botelho, presidente da Bosch América Latina, acredita que, apesar dos tempos mais difíceis que o setor vivencia, o mercado brasileiro dobrou de volume e com isso veio a necessidade de atender com mais eficiência e a um custo menor a necessidade local. “Acredito que 2015 será tão difícil quanto 2014, em termos de vendas e mercado, mas quando se faz investimento, a visão é sempre de longo prazo”, afirma. A maior parte dos investimentos da Bosch no Brasil está destinada à nacionalização de componentes e conjuntos que vão ajudar as montadoras a se prepar para o Inovar-Auto. (Sueli Reis)
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negócios
Carro popular
GM ADIA NOVO MODELO DE ENTRADA
S
egue em banho-maria o plano da General Motors de fazer novo carro popular no Brasil. “Viabilizar um veículo de entrada não é fácil. É um segmento que representa cerca de 30% das vendas e queremos ter uma fórmula ganhadora. Ainda estamos estudando”, admite Santiago Chamorro, presidente da GM Brasil. “Não quer dizer que estamos renunciando ao segmento. Devemos continuar com Celta e Classic por mais um par de anos”, revela. Segundo ele, no programa de investimento de R$ 6,5 bilhões para o período 20142018, anunciado recentemente pela companhia, não está contemplado o novo carro popular. (Pedro Kutney)
sucessor do celta ainda está em estudo
Compras
Investimento
AISIN CONSTRÓI NOVA FÁBRICA
A
japonesa Aisin vai aplicar R$ 140 milhões na construção de mais uma planta no Brasil. O prédio produtivo será instalado dentro do complexo industrial da companhia em Itu (SP), onde já são feitos componentes para carroceria. A partir de 2016 serão produzidos ali componentes para motores, com capacidade para equipar 220 mil veículos por ano. Do total aplicado na planta, R$ 90 milhões irão para a construção do galpão e R$ 50 milhões para os novos equipamentos usados na fabricação. O aporte é parte de um pacote de R$ 340 milhões que a organização tem programado para o Brasil. Os componentes serão construídos com tecnologia de injeção de alumínio die casting. O objetivo é alcançar redução de peso para que as peças ajudem as montadoras a atingir metas de eficiência energética propostas pelo Inovar-Auto. Takeshi Osada, diretor-presidente da companhia para o País, adiantou ainda o projeto de fazer na unidade componentes para freios e sistemas de transmissão manual, em 2015 e 2016, respectivamente. (Giovanna Riato)
LOCALIZAÇÃO PARA ATENDER
INOVARAUTO
C
om o rastreamento da origem das autopeças regulamentado, o que permitirá verificar o conteúdo local dos carros brasileiros, montadoras vão atrás de garantir a localização de componentes. Nos próximos três anos a Ford pretende trazer US$ 1 bilhão em compras para a América do Sul. A ideia é dar preferência às empresas que já compõem sua base de fornecedores. A General Motor também vai adicionar às aquisições locais valor equivalente, de US$ 1 bilhão, mas a intenção é realizar isso até o fim deste ano.
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negócios
Autopeças
SINDIPEÇAS COMEMORA RASTREABILIDADE
A
s fabricantes de autopeças enfim têm motivo para manter o otimismo acerca do Inovar-Auto, novo regime automotivo que entrou em vigor no início de 2013. Paulo Butori, presidente do Sindipeças, reconhece que o programa pode trazer resultados positivos. Depois de quase dois anos de vigência, enfim foram regulamentados aspectos que dizem respeito ao rastreamento do conteúdo dos carros para garantir o índice de nacionalização. As normas foram estabelecidas pela Portaria 257 de 23 de setembro. Segundo o executivo, a legislação saiu de acordo com o acertado entre as entidades que representam a cadeia produtiva e o governo. “Assisto hoje situação diferente dos últimos
Assista à entrevista com Paulo Butori, do Sindipeças
anos, quando importávamos muitos automóveis. O Inovar-Auto teve a qualidade de frear esse processo e
arcelormittal
as empresas começaram a trazer fábricas para o Brasil”, declarou. (Giovanna Riato)
Lançamento
OTIMISTA MESMO COM S10 FLEX está mais potente MERCADO EM QUEDA
A
pesar de a retração econômica ter repercutido em queda na produção de autoveículos no Brasil, a ArcelorMittal mantém o aporte de US$ 75 milhões anunciado nos últimos 12 meses para o País. A garantia é do CEO Lou Schorsch: “O Brasil é um mercado muito importante para nós, mesmo que sua economia esteja em período de recessão. Continuamos otimistas e comprometidos com os nossos investimentos, pois vão gerar resultados muito importantes a longo prazo.” Do total, US$ 15 milhões estão sendo aplicados na planta de Vega, na cidade de São Francisco do Sul (SC), para fabricação do aço de alta resistência Usibor, desenvolvido pela Arcelor para a indústria automobilística. Para a mesma unidade estão sendo destinados mais US$ 17 milhões no projeto Vega Light, que consiste em aumentar a capacidade de produção de laminados a frio para 1,6 milhão de toneladas a partir de 2015, além de preparar a planta para futuras expansões. Os cerca de US$ 40 milhões restantes serão injetados na unidade de Sabará (MG). (Camila Franco)
A
linha 2015 da Chevrolet S10 chega ao mercado com o motor flexível mais potente do mercado para o segmento de picapes. O modelo ganhou versão com o propulsor 2.5 Ecotec de quatro cilindros, comando de válvulas variável, injeção direta de combustível e até 206 cavalos quando abastecido com etanol. Dessa forma, a S10 supera em apenas um cavalo a potência da Mitsubishi L200 Triton HPE. O novo propulsor está nas versões LT e LTZ da picape Chevrolet. A opção mais em conta, LS, manteve o 2.4 Flexpower com até 147 cv.
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Retorno
MAHINDRA VOLTA A VENDER UTILITÁRIO
A
Mahinda retoma as vendas de seu utilitário no Brasil, o Scorpio, agora chamado de M.O.V., sigla para Mahindra Off Road Vehicle. O modelo enfim recebeu motor adequado ao Proconve P7 e tem 120 cavalos. O preço é um tanto alto, R$ 97,9 mil. “Estamos mudando nosso enfoque. Não dava para vendê-lo como um SUV. Esse segmento tem carros com desenho mais atual. Queremos o público que gosta de aventura e quer um jipe para passear com a família”, afirma Álvaro Sandre, novo diretor comercial da Bramont, empresa que monta os produtos Mahindra e as motos Benelli no Brasil. Bastante equipado, o jipe tem direção hidráulica, vidros, travas e retrovisores com acionamento elétrico, piloto automático, regulagem para o facho dos faróis e volante ajustável em altura. (Mário Curcio)
Salão de Paris
FABRICANTES MANTÊM APOSTA NO BRASIL
O
Salão do Automóvel de Paris ocorreu de 4 a 19 de outubro na capital francesa sem apresentar grandes novidades para o Brasil. Ainda assim, algumas empresas sustentaram a aposta no mercado local mesmo diante da contração das vendas este ano. Uma delas foi a Renault. Jérôme Stoll, diretor mundial de vendas e marketing da companhia, destacou a estratégia para o País. “Para aumentarmos nossa participação de mercado, que hoje é de 7%, vamos complementar a linha de produtos no Brasil e na Argentina. O ideal é que possamos atingir 10% (de market share)”, contou. O executivo assegura que a companhia mantém investimentos no País apesar do momento desafiador. “Anos complicados e oscilações são sempre esperados. Não mudamos nossos planos porque tudo é planejado com muita antecedência e sabemos que é possível que haja períodos de crise. Já passamos por isso antes. Temos confiança de que será apenas uma fase.” A Fiat Chrysler, que tem no Brasil um de seus principais mercados, também reforçou a importância do País para os negócios. “O Brasil é único, difícil de entender, mas todos querem estar lá”, admitiu Virgilio Cerutti, vicepresidente de desenvolvimento de negócios da organização. “O custo para produzir no País é alto, a legislação é complicada de aplicar, mas tem uma possibilidade de demanda enorme. O País ainda tem muito o que crescer e o consumidor é um otimista: sempre acredita que tudo vai dar certo”, avalia. (Tatiana Carvalho)
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negócios
Evento
CONGRESSO SAE: ENGENHARIA TENTA DRIBLAR RETRAÇÃO
O
23o Congresso SAE Brasil, que ocorreu entre 30 de setembro e 2 de outubro em São Paulo (SP), evidenciou o efeito da retração dos negócios no mercado brasileiro, mas ainda assim manteve o brilho com a aposta das empresas no País e os avanços tecnológicos atraídos pelo InovarAuto. “Apesar da desaceleração no ano causada pela Copa do Mundo, a SAE Brasil continua confiante no mercado brasileiro. É um momento importante para a engenharia veicular”, destacou Ricardo Reimer, presidente da entidade, na abertura do congresso. O evento manteve o prestígio e fez jus ao tema “Construindo a Mobilidade Inteligente nos Veículos do Futuro.” As empresas que decidiram participar da mostra mesmo diante das incertezas do mercado se empenharam para mostrar o que têm de mais recente e adequado ao Inovar-Auto. “O Brasil é um dos grandes players globais”, lembrou Daniel Hancock, presidente da SAE Internacional. A declaração do executivo parece
traduzir a sensação de muitas companhias que participaram do evento e pensam em soluções para
driblar a crise atual com a certeza de que o futuro do mercado brasileiro valerá o esforço.
MOSTRA TECNOLÓGICA
A
pesar de o presidente da SAE ter amenizado as dificuldades que o setor automotivo enfrenta no Brasil, foi notável a redução do tamanho da mostra tecnológica. Grandes sistemistas que tradicionalmente participam da feira decidiram não expor este ano. Foram 63 empresas participantes, 17 painéis e debates e 144 trabalhos técnicos inscritos. Em 2012 a mostra contava com 80 companhias apresentando produtos e soluções. Ainda assim, a feira que ocorre simultaneamente ao congresso também acompanhou o clima de aposta no futuro do mercado brasileiro. A Magneti Marelli destacou em seu estande a utilização de novos materiais nos componentes para diminuir o peso. Um exemplo de aplicação é em um corpo de borboleta, que cai de 700 gramas quando construído em alumínio, para 400 gramas com o uso de plásticos. A Novelis, especializada em alumínio laminado, também participou da mostra. A companhia já fornece para a indústria automotiva, mas ainda não tem participação em peças estruturais. “Por enquanto nossos componentes estão em defletores de calor e radiadores, mas queremos aumentar a presença. É por isso que estamos aqui”, explica Gabriela Cassíola, da área comercial. Um destaque da mostra que certamente ajudou a elevar a autoestima da engenharia brasileira é o Carina (Carro Robótico Inteligente para Navegação Autônoma), desenvolvido pela USP de São Carlos a partir de um Fiat Palio Weekend. O projeto tem a liderança do professor Denis Wolf e circula em testes de forma autônoma em velocidades até 40 quilômetros por hora. (Giovanna Riato)
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Caminhões
VOLVO TRAZ NOVA GERAÇÃO DA LINHA F
E
m ano de mercado retraído no Brasil, a Volvo faz manobra um tanto quanto ousada. A companhia lança no País a nova geração da linha F, que inclui os caminhões FH, FM e FMX, e chega com incremento no preço de expressivos 20%. Os modelos fabricados na planta de Curitiba (PR) agora estão alinhados à família vendida na Europa, apresentada pela primeira vez no Salão de Hannover, na Alemanha, em 2012. O aumento da tabela é maior até do que o feito quando foi lançada a geração com motorização Euro 5, em 2011. Nessa época a companhia anunciou que os preços subiriam até 12%. Este ano, que teve queda nas
vendas totais de caminhões de 13,9% de janeiro a setembro, a Volvo é a única a lançar nova linha de produtos. “O mercado está menor, mas temos de nos esforçar para conquistar participação até mesmo nesse cenário”, justifica Bernardo Fedalto, diretor comercial de caminhões da companhia no Brasil. “O custo inicial ficou maior, mas o operacional é menor. Não somos conhecidos por oferecer o caminhão mais barato do mercado, mas por garantir o custo da tonelada por quilômetro mais competitivo”, diz Fedalto. A nova geração é o que os executivos da companhia chamam de “melhor Volvo de todos os tempos”.
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Otimização d roteiro do veículo
Os caminhões têm design frontal e a cabine totalmente renovados. O trem-de-força recebeu uma série de mudanças para garantir eficiência. Medições da marca apontam que o consumo de combustível diminuiu 8% na nova linha. Os motores oferecidos para o FH mantêm potências de 420 a 540 cavalos. Para o FM, além do propulsor de 370 cv já disponível na geração anterior, há opção pela versão com 380 cv. O modelo off road FMX também tem oferta mais ampla de motores. Agora as potências variam de 380 a 540 cv. A companhia melhorou também o freio motor para acompanhar as mudanças. (Giovanna Riato)
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MÁQUINAS AGRÍCOLAS
FABRICANTES ESPERAM PELO MELHOR TRIMESTRE DE 2014 ANFAVEA PROJETA ACELERAÇÃO, MAS DESEMPENHO POSITIVO NÃO MUDA EXPECTATIVA DE QUEDA PARA O ANO SUELI REIS
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divulgação
endência de melhora das vendas internas: este é o cenário esperado pelas fabricantes de máquinas agrícolas e rodoviárias para o último trimestre do ano. Após um primeiro semestre amargo, com queda expressiva de 20% sobre a primeira metade de 2013, as empresas verificaram crescimento, ainda que modesto, no terceiro trimestre do ano quando comparado aos três meses imediatamente anteriores. O período entre julho e setembro também foi o melhor do ano até agora em volume: o mercado interno consumiu 19,5 mil equipamentos novos, enquanto em cada um dos dois trimestres anteriores o máximo atingido não passou de 18,2 mil. Contudo, mesmo que o ritmo pouco mais acelerado dos negócios seja
confirmado no fim do ano, este fator não altera a projeção de retração de 12% ante o ano passado, com algo próximo a 73 mil equipamentos agrícolas e rodoviários, de acordo com as previsões da Anfavea, revisadas no início do segundo semestre. “No fim de 2013 já prevíamos que o desempenho daquele ano não se repetiria neste: alcançamos o recorde de 83 mil máquinas. Não há nenhum indicativo de problema ou redução de demanda para os três últimos meses do ano, mas acreditamos em um volume próximo ao de 2012 (70,1 mil unidades)”, afirma Ana Helena de Andrade, vice-presidente da Anfavea, que responde pelo segmento de máquinas. A executiva, que também é diretora de assuntos governamentais da
AGCO, grupo que reúne as marcas Massey Ferguson e Valtra, acrescenta que a dificuldade de mercado não é exclusiva do Brasil, o que também dificulta as exportações. Apesar disso, ela informa que a Argentina melhorou o fluxo de compra: “A nossa expectativa é de que haja um bom volume de embarques totais até o fim de dezembro, mais como efeito do mercado argentino, que acelerou os processos de importação, mas isso não vai recuperar a perda já estimada em 10% para o ano.” Acompanhando a desaceleração das vendas internas e externas, a produção de 2014 ficará pelo menos 13% abaixo da registrada em 2013, aposta a entidade. Vale lembrar que no ano passado o setor bateu recorde, com a montagem de 100 mil máquinas. n
DIFICULDADES de mercado não são exclusivas do Brasil, o que prejudica as exportações
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Todos juntos fazem um trânsito melhor.
MENOr PESO DE CHASSI, MENOs CONSUMO DE COMBUSTÍVEL.
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implementos
RENOVAÇÃO PODE CRIAR MERCADO extra DE 20 MIL UNIDADES POR ANO SETOR ADMINISTRA QUEDA DAS VENDAS EM 2014 E ESPERA POLÍTICA PARA REJUVENESCER A FROTA
seguro para o programa, muito viável, solucionando o problema da dificuldade de acesso ao crédito de grande parte dos carreteiros, que impede o investimento deles em bens mais novos”, define. O dirigente avalia que o programa está “fadado a ser implementado”, já que traz benefícios para todos os envolvidos, incluindo o governo. Braga espera que a política seja aprovada em 2015. Se isso ocorrer, a Anfir estima que haverá impulso para acrescentar a venda de 10 mil implementos no mercado do próximo ano. “O programa vai começar devagar, mas quando estiver em plena carga poderemos ter mercado adicional de 20 mil unidades anuais”, projeta.
GIOVANNA RIATO
O
s fabricantes de implementos devem fechar 2014 com tombo nas vendas. A Anfir, associação que representa as empresas do setor, estima que a baixa fique entre 12% e 13% na comparação com o resultado do ano passado, para perto de 154 mil equipamentos. Se concretizado, o número não será fraco, já que a redução acontecerá sobre base de comparação robusta de 2013, ano recorde para o setor. Ainda assim, a entidade aponta que há potencial para melhorar. Para a entidade, a principal ferramenta a fim de alcançar resultados mais significativos é a definição de um programa de renovação da frota de veículos. Uma série de entidades que representam os setores interessados em uma política do gênero entregou ao governo federal documento que indica medidas capazes de impulsionar o rejuvenescimento da frota. O presidente da Anfir, Alcides Braga, conta que, apesar de
nada ter sido aprovado ainda, as negociações evoluem em ritmo acelerado. “Depois de muito debate chegamos a um formato extremamente
Alcides Braga, presidente da Anfir: “Renovação de frota está fadada a ser implementada e traz benefícios para todos os envolvidos”
RESULTADOS Mesmo antes de o governo anunciar estímulos para a renovação da frota de caminhões e de implementos, a Anfir evita fazer análise alarmante da atual contração do mercado. Braga admite que as vendas estão lentas, mas lembra que o ano deve fechar em patamar bem acima da média histórica do setor, que é de 55 mil unidades da linha pesada, de reboques e semirreboques. De janeiro a setembro a queda nos negócios foi de 11%, para total de 116,9 mil equipamentos. A maior contração aconteceu justamente nas vendas da linha pesada, que diminuíram 17,8%, para 42 mil unidades. Na linha leve os emplacamentos somaram 74,9 mil equipamentos, com redução de 6,6%. “Precisamos considerar também a parada dos pedidos de financiamento ao BNDES a partir de 21 de novembro”, aponta o executivo. Segundo ele, a interrupção operacional será feita para que o banco consiga analisar todos os processos antes do fim do ano. n
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luis prado
FÓRUM IQA
Fórum evidenciou que qualidade é o caminho para a competitividade
O DESAFIO DA QUALIDADE ANFAVEA E GOVERNO DEFENDEM POLÍTICA para ALCANÇAR PATAMAR INTERNACIONAL GIOVANNA RIATO E SUELI REIS
O
Inovar-Auto garantirá novo patamar de qualidade aos carros brasileiros. Essa é a aposta das montadoras que, por meio da Anfavea, defenderam o regime automotivo e sua continuidade durante o II Fórum da Qualidade Automotiva, promovido pelo Instituto da Qualidade Automotiva (IQA) em parceria com Automotive Business, dia 15 de setembro, em São Paulo. Rogério Rezende, vice-presidente da Anfavea, entidade dos fabricantes de veículos, ressaltou que qualidade é o caminho para a competitividade e advertiu que, sozinho, o Inovar-Auto não resolverá todos os problemas – é preciso equacionar questões como produtividade, mão de obra, matéria-prima, logística, insumos e tributação. A representante do governo no evento do IQA, Margarete Gandini,
coordenadora geral do Departamento de Indústrias de Equipamentos de Transporte do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), reforçou que o objetivo do Inovar-Auto é a elevação do patamar tecnológico do produto brasileiro e, por consequência, de sua qualidade. Já Alfredo Lobo, diretor da Divisão de Avaliação da Conformidade, do Inmetro, destacou no fórum a importância da certificação de componentes automotivos no aftermarket. REESTRUTURAÇÃO Equacionar produtividade dentro de todos os requisitos necessários para não pecar na qualidade ainda é um dos grandes desafios enfrentados pela cadeia automobilística brasileira, que carece de reestruturação em todos os níveis. Assim concordaram os painelistas Martin
Bodewig, diretor da consultoria Roland Berger – para quem a qualidade nas empresas deve ser vista com os olhos do cliente –, e Letícia Costa, diretora da Prada Assessoria, que revelou um cenário pouco positivo, com o Brasil automotivo situado em um patamar baixo de competitividade e qualidade. “O País apresenta um desempenho de qualidade insatisfatório, estagnado, com índices de avaliação que só caíram nos últimos quatro anos, quando não se observou nenhum progresso”, enfatizou Letícia, citando pesquisa da JD Power, sobre satisfação do cliente com seus veículos, considerando proprietários com 12 a 36 meses após a compra. Numa escala de zero a mil, o Brasil recuou de 736 pontos em 2011 para 731 este ano, enquanto Inglaterra e Alemanha atingiram patamares de 772 e 788 pontos, respectivamente.
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Alfredo Lobo: destaque para a importância da certificação no aftermarket
luis prado
luis prado
Margarete Gandini: Inovar-Auto pretende elevar patamar tecnológico e qualidade
QUALIDADE COMO DIFERENCIAL
N
ão restam dúvidas sobre a necessidade de investir em qualidade no setor de veículos. A busca por melhorias, no entanto, pode ir além e representar um diferencial para o cliente. Richard Schwarzwald, diretor de qualidade assegurada da Volkswagen, lembrou do exemplo da Apple no setor de tecnologia, que alcançou posição de destaque por oferecer alta qualidade e elevar a percepção de valor pelo consumidor. Na opinião dele, este é o desafio da indústria automotiva: superar os parâmetros para entregar o que chama de qualidade total. O executivo da Volkswagen lembrou que uma pesquisa do Sindipeças apontou que o custo da falta de qualidade na cadeia produtiva chega a R$ 5,6 bilhões por ano – o equivalente a cerca de R$ 1,5 mil por veículo, montante que poderia ser convertido para agregar tecnologia ao carro ou até mesmo garantir um bom desconto para o consumidor. Na Fiat Chrysler Automobiles a qualidade é vista como parte da cultura da companhia. Amin Alidina, diretor da área para a América Latina, explicou que a busca para oferecer o melhor tem de estar no coração e na alma da empresa. “Sem isso nenhuma metodologia de produção é bem-sucedida”, garantiu. A montadora destacou iniciativas como a oferta de treinamento para funcionários dos fornecedores, incluindo cursos técnicos, universitários e de pós-graduação. As questões da qualidade na cadeia de produção foram debatidas no Fórum da Qualidade em painel de debates coordenado por Ingo Pelikan, presidente do IQA, com a participação de Bruno Neri, gerente da qualidade corporativa da Bosch; Cristiane Paixão, diretora da qualidade na Fiat Chrysler do Brasil; Flávio Mateus, diretor executivo da Schaeffler, e Leandro Siqueira, diretor da qualidade da MAN. n
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| Desafios da Legislação LUIS PRADO
WORKSHOP
workshop ocorreu no Centro de Convenções Milenium, em São Paulo
COMEÇA A RASTREABILIDADE WORKSHOP DE AUTOMOTIVE BUSINESS DEBATEU AS NOVIDADES NA LEGISLAÇÃO SETORIAL
D
ois anos após a publicação do decreto que regulamentou o Inovar-Auto, política industrial direcionada a forçar o desenvolvimento local do setor automotivo brasileiro, finalmente parece estar quase tudo pronto para o início das operações do sistema de rastreabilidade de autopeças, que funciona desde 1o de outubro em fase de testes. A medida é considerada pelos fabricantes de peças fundamental para aumentar de forma real o uso de componentes nacionais nos veículos produzidos no Brasil, pois irá deduzir da base de cálculo de incentivos do Inovar-Auto a porção importada das peças usadas na produção, o que em tese deve aumentar a busca por fornecedores locais, para elevar ao máximo o desconto
permitido de até 30 pontos porcentuais do imposto sobre produtos industrializados (IPI) aplicado sobre todos os veículos vendidos hoje no País. “Bom ou ruim, não importa nesse momento. O importante é que algo finalmente vai começar”, destacou David Wong, diretor da consultoria AT Kearney, durante o II Workshop Os Novos Desafios da Legislação Automotiva, promovido por Automotive Business dia 8 de setembro, em São Paulo. EFICIÊNCIA Desde a introdução do Inovar-Auto, há quase dois anos, a soma dos investimentos em tecnologias de aumento de eficiência energética e controle de emissões de CO2 saltou de R$ 1,9 bilhão para R$ 5 bilhões. O cálculo foi mostrado por Vitor Klizas, diretor da consultoria IHS Automotive. “Dois por cento de IPI é muito dinheiro, a montadora não pode abrir mão disso”, afirmou Klizas sobre a necessidade de aportes da indústria para atingir e superar as metas do programa de eficiência energética criado pelo governo, para assim ganhar o incentivo fiscal extra. “Hoje, nossos parâmetros são semelhantes aos do Japão. Se não baixarem nos próximos anos, só poderemos vender nossos carros dentro de uma ilha chamada Brasil.” RECICLAGEM O Brasil perderá exportações caso continue a desviar de políticas de inspeção e reciclagem veicular. A análise foi feita por Paulo Cardamone, chief strategy officer da Bright Consultoria e Gestão e consultor executivo da IHS Automotive. Cardamone explica que países da União Europeia já pensam na reciclagem desde a concepção dos veículos. “Eles exigem que os automóveis produzidos a partir de 2016 tenham
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divulgação \ Bright Consultoria
divulgação \ Deloitte
divulgação \ IHS Automotive
2% de IPI estimulam
SPED traz nova
reciclagem será
eficiência
realidade às
decisiva para
energética
empresas
exportação
Vitor Klizas, diretor da consultoria IHS Automotive
Alexandre Querquilli, sócio-diretor da Deloitte
Paulo Cardamone, chief strategy officer da Bright Consultoria e Gestão e consultor executivo da IHS Automotive
o mínimo de substâncias nocivas à saúde e meio ambiente justamente para que se enquadrem nos padrões de reciclagem. Os nossos veículos, ainda distantes desta realidade, podem ser barrados se não estiverem adequados às necessidades desses mercados”, alerta o executivo.
que seria necessário para o desenvolvimento tecnológico do Brasil.” Bragazza conta que foi constituído um grupo com participação do Sindipeças, sindicato das autopeças, da Anfavea, associação dos fabricantes de veículos, e da AEA, que representa os engenheiros automotivos, para apontar por meio de um manual técnico, que deveria ser lançado este ano, o que poderá ser considerado pesquisa, engenharia, desenvolvimento e inovação dentro do Inovar-Auto, garantindo abatimento fiscal.
PD & INOVAÇÃO Bruno Bragazza, gerente de inovação e propriedade intelectual da Bosch América Latina, apontou: “Falta divulgação maciça dos programas de incentivos fiscais, em especial para pequenas empresas, como tiers 2,3 e 4, que não têm áreas especializadas em P&D. O volume e a intensidade de utilização dos instrumentos está bem abaixo do
SPED Alexandre Querquilli, sócio-diretor da Deloitte, alertou que a exigência de estruturação e modernização do
sistema de prestação de contas ao fisco por meio de plataformas digitais, instituídas pela Receita Federal nos âmbitos do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), traz uma nova realidade às empresas no que diz respeito ao envio de seus dados tributários: o aumento na complexidade da declaração das informações e dos custos que a implementação do processo digital pode trazer. “A implantação do SPED exige repensar todos os processos, não só de apuração dos tributos, que muda o tempo todo, no caso do setor automotivo com o IPI, mas no que tange à rastreabilidade de todas as informações, observando metodologia e prazos”, observou. n
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Fotos: Ruy Hizatugu
Fórum de Marketing Automotivo
OBESIDADE NA INFORMAÇÃO EXCESSO DEVE SER COMBATIDO COM COMUNICAÇÃO MAIS FOCADA NO CLIENTE
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urante o Fórum O Marketing Automotivo Encara a Era Digital, realizado por Automotive Business no dia 29 de setembro, em São Paulo, Andrea Russo, diretora do Grupo Troiano de Branding, usou o termo “obesidade” para mostrar que o abuso de alguns canais de comunicação pode gerar desperdício de tempo e dinheiro: “Todos os dias são gerados 2,5 quintilhões de bytes”, advertiu. “Descobrir o que está por trás do que os consumidores dizem e acessar conteúdos mais profundos do seu inconsciente é essencial para que as marcas criem conexões poderosas com eles”, afirmou. Essas conexões são os insights, que terão papéis como alimentar a alma da marca e revelar verdades e necessidades do consumidor. Andrea recordou que os insights em regra são simples e por isso têm muita força.
MUDANÇA Adequar-se às novas tecnologias midiáticas, principalmente redes sociais, e saber traduzir seus bilhões de dados gerados a cada segundo para transformá-los em soluções palpáveis e tangíveis com foco no consumidor é um dos grandes desafios atuais para o profissional de
marketing. Esta é a conclusão a que chegou Gil Giardelli, professor de pós-graduação da ESPM e CEO da Gaia Creative. Em sua apresentação no fórum, Gil declarou que o mundo corporativo vive o momento em que saem o B2B e o B2C para a entrada do H2H (human to human). MOBILE Renata Bokel, vice-presidente de planejamento da Isobar, ressaltou que a evolução da tecnologia de mídias é um caminho sem volta: “Pesquisa de 2011 revela que para três em cada cinco entrevistados a internet passou a ser tão necessária quanto água ou comida e 75% afirmaram não saber sobreviver sem a internet”, observou. “Hoje temos pessoas mimadas pelas tecnologias mobile: você tem o mundo à sua mão, vai ao banco, vê a previsão do tempo, analisa a situação do trânsito. Então inovar hoje é muito mais desafiador para as marcas. Você tem de antecipar o que as novas gerações precisam. Por isso, as marcas devem mudar drasticamente seu papel.” Fabio Madia, diretor de planejamento e atendimento da MadiaMundoMarketing, defendeu que se torna cada vez mais desafiadora a tarefa de planejar, já que os
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Andrea Russo: em busca de insights no Big Data
Gil Giardelli: a hora do human to human
Renata Bokel: internet tão necessária quanto alimentos
negócios são cada vez mais imprevisíveis, com mudanças no cenário e no perfil e hábitos do consumidor. Nesse contexto o especialista defende que as empresas invistam em qualidade, não em quantidade na comunicação na internet. O uso de aplicativos mobile é outro caminho promissor: a tecnologia já têm 1,2 bilhão de usuários no mundo e movimentou US$ 30 bilhões em 2013.
MERCADO Patrícia Pessoa, gerente de marketing de relacionamento e redes sociais Fiat Automóveis, ressaltou as campanhas que colocam em destaque a marca, especialmente a Fiat Live Store, que oferece ao consumidor a oportunidade de, pela internet, conhecer detalhes e interagir com os veículos da marca. Ela revela que a experiência on-line atrai uma série de clientes para as concessionárias físicas da marca, com alto potencial para negócios. A consultoria Deloitte apontou no fórum que o País tem um dos índices mais altos de intenção de compra de carros: 83% dos consumidores brasileiros pretendem comprar um veículo nos próximos cinco anos. O levantamento global com 23 mil consumidores (2 mil aqui) de 19 países mostra que nos mercados emergentes vivem as pessoas mais propensas à compra de automóveis novos. Segundo Maurício Muramoto, diretor da consultoria, o resultado revela mais a intenção do que uma decisão de compra, que normalmente é afetada por questões como custo e renda. “O preço alto é o maior impeditivo, veículos mais baratos são os maiores motivadores”, destacou.
to como uma parceria comercial. A agência deve estar ao lado do cliente desde o nascimento do produto”, afirmou, citando como exemplo a campanha de lançamento do Uno em 2011, quando a montadora queria substituir seu carro de entrada por outro modelo capaz de atender expectativas de vários tipos de consumidor pelas diferentes combinações de acessórios, cores, versões de acabamento e motores.
Renault: primeira loja é a internet
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omos um povo social e gostamos de carro.” Assim, Bruno Hohmann, diretor de marketing da Renault do Brasil, explica a decisão da montadora de fortalecer a presença nas redes sociais da web. “Fomos a primeira montadora, em 2012, a abrir um canal de atendimento nas redes sociais. Mantemos uma equipe especializada e bem treinada para lidar com esse consumidor e responder suas perguntas de forma rápida e precisa”, destacou o executivo durante sua apresentação no II Fórum de Marketing Automotivo, revelando que hoje a primeira loja da marca no País é a internet.
PUBLICIDADE O diretor de planejamento da agência Leo Burnett, Tiago Lara, apontou que não basta mais fazer comerciais para a TV. “O trabalho tem de ser vis-
Como a Hyundai ganhou a Copa
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e a seleção brasileira de futebol decepcionou, a Hyundai tirou máximo proveito como patrocinadora oficial da Fifa na Copa do Mundo do Brasil. “Tínhamos uma imagem premium e um produto bem-sucedido, o HB20. O que fizemos foi intensificar ações para aumentar exposição e vendas”, explicou Cássio Pagliarini, diretor de marketing da Hyundai Motors Brasil. Uma das ações casadas com a Copa foi a criação da Hexagarantia. “Enquanto as vendas do mercado brasileiro recuaram 7,2% até julho, as nossas cresceram 5,9%. Vendemos 8 mil carros a mais no período da Copa”, afirmou.
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RECALL
QUEM PAGA A CONTA? ALÉM DA APURAÇÃO DE RESPONSABILIDADES, CONTRATOS AJUDAM A DETERMINAR SE A DESPESA COM OS REPAROS FICA para A MONTADORA OU FORNECEDOR GUSTAVO HENRIQUE RUFFO
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aumento do número de recalls em automóveis no Brasil é visto, por muitos, como algo negativo. Ele seria decorrente de uma queda nos controles de qualidade, motivada pelo aumento acelerado de produção que o crescimento de mercado impôs. Mas a verdade é que se deveria celebrar o fato de fabricantes assumirem responsabilidade por defeitos em seus produtos. Especialmente porque quem assume o erro paga o conserto. Pelo menos em relação
ao cliente. Mas e quando a falha é do fornecedor? Nossa reportagem mostra que, ainda que o bom senso coloque o culpado pela falha como aquele que vai bancar as despesas, a conta ainda pode continuar nas mãos da montadora. A legislação brasileira determina que a responsabilidade pelo recall seja sempre do fabricante do produto final. Segundo o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), isso ocorre porque a marca deste produto “é mais facilmente
identificável pelos consumidores”. A conta, em um primeiro momento, será sempre de quem entrega o veículo ao cliente. A razão é a necessidade de providências urgentes, já que a premissa das convocações é o risco à segurança dos usuários do produto. A obrigatoriedade foi estabelecida em 1990, com o Código de Defesa do Consumidor. Mesmo assim, o primeiro recall automotivo no Brasil só aconteceu em 1998, realizado pela Mercedes-Benz. Antes disso, a maior
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parte das montadoras fazia o chamado “recall branco”. Ele consistia em informar o defeito apenas à rede autorizada, por meio de boletins técnicos, e reparar, em muitos casos, só os veículos de clientes que reclamavam do defeito. Muitas vítimas dessas falhas, ainda hoje, são relacionadas às más condições das vias ou a imperícia, imprudência ou negligência dos motoristas. RESPONSABILIDADE Posteriormente à campanha, na hora de apurar responsabilidades, a montadora poderá cobrar do fornecedor da peça defeituosa parte do valor gasto em todo o processo ou até mesmo espetar nele a conta toda. A situação em que isso fica mais claro é se for provado que houve má-fé no fornecimento, com mudanças propositais de especificação. E o prejuízo pode ser grande, já que o recall envolve muito mais custos do que apenas a troca do elemento problemático. Entram na conta a mão de obra, o frete e a armazenagem das peças, a investigação do defeito e, principalmente, a divulgação do problema aos consumidores afetados, que deve ser feita por contato direto (carta, e-mail ou telefone) e também por artigos publicitários a ser veiculados em meios impressos, rádio e televisão.
Em 2000, a GM realizou o maior recall do País: foram chamadas 1.060.110 unidades do Chevrolet Corsa (foto) fabricadas entre 1994 e 1999, além de 2.627 unidades do Chevrolet Tigra. A fixação do cinto de segurança podia se desprender em acidentes
Para que se determine a responsabilidade sobre o problema, uma série de fatores entra na discussão. “O recall pode acontecer por diferentes motivos, como projeto, processo do fornecedor ou processo da montadora”, diz Carlos Henrique Ferreira, diretor de comunicação da Renault do Brasil. “Já tivemos casos em que, por uma queda de energia na rua do fornecedor, o tratamento térmico de algumas peças não foi feito corretamente. Não foi culpa dele. Com isso, assumimos os custos integralmente.” Na Fiat, a mudança de especificação de peça que citamos como exemplo seria motivo de sobra para cobrar integralmente do fornecedor os custos pela campanha. Outras empresas, como a GM, tratam a questão com muito mais cuidado. Questionada sobre as mesmas situações, a companhia diz que o tratamento dos casos dependerá, prin-
cipalmente, do que o contrato de fornecimento dispõe. Se houver no contrato a previsão de uma margem de peças fora do especificado, por exemplo, a montadora assumirá todos os custos. Muitos contratos devem trazer esse tipo de salvaguarda, mas a GM não informa detalhes sobre isso. A Honda faz a mesma ressalva em relação a cláusulas contratuais, mas sem pisar tanto em ovos. “Somos responsáveis pelos custos de divulgação do recall no Brasil, bem como pelo ressarcimento à nossa rede de concessionárias dos valores relativos aos reparos executados. O posterior repasse de custos da Honda para o fornecedor da peça será definido com base nos termos do contrato estabelecido e também na determinação das responsabilidades pelo defeito”, diz Rodrigo Castelli, supervisor de Segurança do Produto da Honda.
Takata: perda de US$ 440 milhões com recalls DEFEITO EM AIRBAGS DA FABRICANTE MOTIVOU A CONVOCAÇÃO DE 12 MILHÕES DE CARROS
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Takata deve registrar prejuízo extraordinário de US$ 440 milhões no trimestre abril a junho, o primeiro do ano fiscal da companhia. A perda é consequência da série de recalls causada por um defeito de fabricação em airbags produzidos pela fabricante. Estimativa da Reuters aponta que o número de veículos convocados nos últimos cinco anos em decorrência do problema já passa de 12 milhões. Toyota, Honda, BMW, Chevrolet e Nissan estão entre as empresas que precisaram anunciar recall pela falha no componente, que pode não se inflar adequadamente e causar lesões nos ocupantes ou até mesmo incêndio no interior do veículo. A fornecedora do airbag ainda estuda o tamanho do prejuízo gerado pelo problema.
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SÓ 6% DE CONCLUSÃO D
os 461 recalls de veículos convocados no Brasil desde 1998, apenas 28 foram considerados concluídos. Isso dá uma taxa de conclusão de chamados de apenas 6,07% nestes 16 anos. E há explicação: um recall só pode ser encerrado e arquivado depois de 100% das unidades afetadas pelo problema serem corrigidas. A explicação de Um problema no miolo da ignição de 219 unidades fez a Ford convocar o Novo Ka para reparos. Yuri Rodrigues, dire- O defeito pode causar desligamento do carro em movimento tor de qualidade total ao consumidor da Nissan para a América Latina, re- pelo reparo de segurança antes da execução de qualsume o que os demais fabricantes também apontam quer outro serviço, mas mesmo marcas com maior ficomo causa da falta de encerramento das campanhas: delidade à rede, como Toyota e Honda, têm recalls “Normalmente não temos 100% dos veículos repara- que continuam abertos. Questionadas sobre quantas dos em uma campanha de recall. Há três razões prin- campanhas ainda estão sem conclusão, as duas marcipais. A primeira é que muitos clientes jamais levam cas não comentaram o assunto. A falta de estatísticas seus automóveis de volta à concessionária para manu- oficiais de veículos que saíram de circulação por pertenção. Alguns veículos, inclusive, já passaram por vá- da total, roubo ou assemelhados só torna a situação rios donos distintos, sendo de difícil rastreabilidade o ainda mais difícil de controlar. proprietário atual do carro quando iniciada a campaNo mesmo grupo dos automóveis, o dos chamados nha. A segunda é que, mesmo que as campanhas de produtos automotores, segundo o DPDC, estão camirecall sejam lançadas em grandes veículos de mídia e nhões e ônibus. Teoricamente, por integrarem frotas, enviemos cartas individuais aos consumidores, muitos estes produtos deveriam ter índices de encerramento deles podem ignorá-las. Por fim, unidades envolvidas de campanhas muito mais altos do que os dos carros, em campanhas pomas não é bem asdem, potencialmensim. Das 24 já conRECALLS feitos NO BRASIL DESDE 1998 te, ter sido furtadas vocadas para camiou sinistradas”. nhões, apenas duas Automotores Ativos Arquivados Total Carros que fazem foram encerradas, Automóveis 433 28 461 revisões regulares e ou cerca de 8,3%. Caminhões 22 2 24 estão incluídos em Das seis efetuadas 6 0 6 Ônibus recalls devem necespara ônibus, nenhuTotal 461 30 491 sariamente passar ma foi concluída. n Fonte: Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC)
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CAMINHÕES
DAF BUSCA SEU ESPAÇO NO BRASIL APÓS UM ANO DE PRODUÇÃO EM PONTA GROSSA, PR, MERCADO IMPEDE AVANÇO MAIOR PEDRO KUTNEY, de Ponta Grossa (PR)
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m 2011, quando anunciou investimento de US$ 320 milhões para construir sua fábrica de caminhões DAF no Brasil, o Grupo Paccar certamente vislumbrava cenário bem mais promissor para o mercado brasileiro em 2014, quando completa seu primeiro ano de produção em Ponta Grossa, no Paraná, ainda em ritmo lento de apenas duas unidades montadas por dia. Um ano atrás, ao iniciar a operação ainda com a planta em fase final de construção, o objetivo era produzir 2,5 mil cavalos mecânicos XF 105 este ano, mas mal se chegará a 400. “Houve demora na regulamentação do Finame (linha de crédito do BNDES para compra de bens de capital com juros subsidiados) e es-
tamos abaixo do esperado. Mas com 90 mil caminhões pesados vendidos este ano (ante 104 mil em 2013) ainda será um bom mercado. O importante é que viemos para ficar e acreditamos no potencial futuro do País”, destaca Marco Antonio Davila, presidente da DAF Brasil. A projeção é fabricar de 1,2 mil a 1,4 mil caminhões em 2015. “Espero assim conquistar nosso primeiro ponto porcentual do mercado, com cerca de 1% das vendas de pesados no País”, estima Davila. Para isso, a linha XF ganhará novas opções ainda no primeiro trimestre, com introdução de um terceiro motor de 510 cavalos (ao lado dos já disponíveis de 410 e 460 cavalos), configuração de tração 4x2 (além das 6x2 e 6x4) e
estreia da cabine de teto alto Super Space Cab, a mais ampla do mercado, com altura para uma pessoa de 1,8 metro ficar de pé e espaço para dois dormirem no beliche traseiro. A intermediária Space Cab e a básica Comfort Cab seguem em linha. O modelo semipesado da DAF, o CF, também já foi homologado para o mercado brasileiro e deve ser lançado em 2015, em data a ser definida. DISTRIBUIÇÃO Até o momento, a DAF fechou contratos com 15 grupos que já abriram 20 concessionárias, com aportes que somam R$ 200 milhões, segundo a empresa. Esses mesmos distribuidores já se comprometeram a abrir mais 40 lojas nos próximos anos. Até
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CAMINHÕES
ESPERO CONQUISTAR NOSSO PRIMEIRO PONTO PORCENTUAL DO MERCADO EM 2015, COM CERCA DE 1% DAS VENDAS DE PESADOS NO PAÍS Marco Antonio Davila, presidente da DAF Brasil
Linhas de montagem de chassi e cabine dos caminhões DAF em Ponta Grossa, PR: quase tudo chega pronto dos fornecedores
o fim de 2015 a meta é chegar a 40 revendedores e a 100 em 2019. “Por trás de um bom produto precisamos de um bom concessionário”, enfatiza Michael Kuester, diretor comercial da DAF Brasil. A DAF inaugura no País um modelo em que três famílias de componentes serão distribuídas à rede: as peças genuínas Paccar (para motores) e DAF
e as universais TRP (de Truck/Trailler Repair Parts), que podem ser vendidas para qualquer marca de caminhão ou implemento. Com 60 linhas de produtos TRP, é uma forma de aumentar as fontes de receita dos concessionários e atrair novos clientes para dentro das lojas, que ao comprar partes de reposição para sua frota acabam considerando a possibilidade de levar um DAF. n
A FÁBRICA E SEUS FORNECEDORES
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rojetada para produzir até 10 mil caminhões por ano, a fábrica da DAF em Ponta Grossa opera há um ano. Por enquanto, 200 empregados diretos dão conta da linha de montagem, centro de peças, engenharia e administração. A expectativa é no futuro próximo empregar 600 pessoas. A primeira fábrica da DAF fora da Europa segue modelo oposto ao da matriz, que tem produção bastante verticalizada, com fabricação própria de eixos, chassis e motores. No caso brasileiro, foi montado um tipo de sistema modular externo, em que só a linha de montagem final fica em Ponta Grossa e quase tudo chega pronto dos fornecedores. A linha de montagem do chassi tem 384 metros de extensão e já recebe o quadro pronto da Metalsa,
que solda e pinta as longarinas na também paranaense Campo Largo. Na planta de Ponta Grossa são agregados ao chassi diversos componentes feitos no Brasil, como eixos tratores da Meritor e dianteiros da Dana, além da quinta roda da Jost (Randon). O motor chega pronto da Holanda, mas tem bloco de ferro-grafite fundido em Santa Catarina pela Tupy. A transmissão é fornecida no Brasil pela ZF, mas a caixa automatizada AS Tronic ainda vem da Alemanha e só será nacionalizada pela ZF a partir do ano que vem. Em paralelo, em uma linha de 192 metros, é feita a montagem final da cabine, que chega soldada e pintada de Pouso Alegre (MG), onde o serviço é executado pela Flamma (antiga Automotiva Usiminas, comprada e rebatizada no ano passado pela Aethra).
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AUTOMECHANIKA 2014
AUTOPEÇAS BRASILEIRAS BUSCAM MERCADO GLOBAL EXPOSITORES NA MAIOR FEIRA MUNDIAL DO SETOR MANTÊM COMPETITIVIDADE NO EXTERIOR PEDRO KUTNEY, de Frankfurt (Alemanha)
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mpresas brasileiras passaram quase despercebidas em meio ao gigantismo da maior feira de autopeças do mundo, a Automechanika, que em setembro recebeu 140 mil visitantes para ver 4.631 expositores de 71 países. Eles ocuparam 305 mil metros quadrados dos 11 pavilhões do imenso centro de exposições da Messe Frankfurt, na Alemanha. Apenas 34 companhias do Brasil tiveram estande no evento e 15 estiveram agrupadas no espaço coletivo organizado pelo Sindipeças e pela Apex, a agência brasileira de promoção de comércio exterior, como ocorreu nas últimas sete
edições do evento. Foram poucos participantes, mas que representam bons exemplos de como superar a crônica falta de competitividade do País para exportar. Todas têm algo em comum: persistência para manter os clientes externos e investimentos constantes em qualidade e desenvolvimento de produtos de valor agregado mais alto, cujo preço é um dos fatores, não o todo. “Não é uma fórmula simples. Manter presença forte no exterior exige escala, persistência e muita qualidade”, avalia Rogério Luiz Ragazzon, diretor comercial da Fras-le, com sede em Caxias do Sul (RS), que em 2013
Presença brasileira na Automechanika 2014: estande coletivo do Sindipeças, ZEN E Fras-le
teve 34% das receitas de R$ 1 bilhão geradas no exterior, US$ 170 milhões com exportações de lonas e pastilhas de freio para mais de 100 países e US$ 60 milhões com vendas de suas subsidiárias estrangeiras. OUSADIA Coragem de perder dinheiro em momentos de câmbio desfavorável, foco nos clientes que trazem mais rentabilidade (aftermarket) e investimento em produtos de maior valor agregado também fazem parte da receita para se manter no mercado internacional da ZEN Indústria Metalúrgica, de Brusque (SC), outra das raras fabricantes brasileiras de autopeças que montaram estande próprio na Messe Frankfurt este ano. E não foi só isso: sua polia OAD para alternador entrou para o seleto clube de três finalistas da categoria Partes & Componentes do Prêmio de Inovação da Automechanika 2014. Após atingir alta rotação, a OAD deixa de oferecer resistência, roda livremente, o que traz economia de combustível e redução de vibração. “Nossas exportações aumentaram a partir de 2000 por causa do câmbio favorável e de investimentos na qualidade dos produtos. Depois desse período bancamos nosso prejuízo quando o dólar estava abaixo de R$ 2 e mantivemos o portfólio mesmo com margem reduzida, para continuar exportando”, contou Gilberto
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Heinzelmann, presidente da ZEN. A empresa exporta seus impulsores de partida e polias para mais de 60 países, quase tudo para o mercado de reposição, que responde por metade das vendas totais – os outros 50% são peças fornecidas para sistemistas no Brasil, como Bosch, Remy, Valeo e Denso. CONFIANÇA Com investimento relativamente baixo para ganhar exposição na Automechanika, em torno de t 7 mil por empresa, o estande coletivo do Sindipeças tem boa relação custo/resultado. “Confiança é uma das principais qualidades percebidas pelos clientes das autopeças brasileiras, por isso decidimos reforçar isso”, disse Maurício Manfré, gestor de projetos setoriais da ApexBrasil, ao explicar o slogan escolhido para a participação na feira: “Brasil autoparts, trusted partners”, ou “parceiros confiáveis”. A mensagem foi colocada no corredor de acesso da Messe e também está nas laterais de 100 táxis que circulam em Frankfurt. “O Brasil perde em preço, mas ganha em qualidade, temos de vender isso.” O espaço coletivo na Messe também abrigou empresas que já têm desenvoltura no mercado internacional. “É um investimento não muito alto, com subsídio da Apex, que nos garante boa exposição internacional”, diz Thiago Ventura, gestor de negócios internacionais da Brosol, de Campinas (SP), que participa pela quarta vez da feira e já exporta para o aftermarket de cerca de 20 países, que compram de 10% a 15% de sua produção de bombas d’água, de óleo e combustível. “Esta é a melhor feira para fomentar exportações”, disse Ricardo Letti Borghetti, diretor comercial da fabricante dos turbocompressores Master Power, de São Marcos (RS), que par-
ticipa pela sexta vez como expositor na Automechanika. A Master Power atua exclusivamente no aftermarket com o fornecimento de 650 aplicações de turbos para motores diesel. A Metalpó participou pela primeira vez do espaço coletivo do Sindipeças na
Automechanika. “É uma forma de nos aproximarmos mais da associação e de clientes que já temos aqui na Alemanha”, explica Marcelo Lobo Peçanha, diretor de relações institucionais e mercado da empresa quem tem sua principal fábrica instalada em São Paulo. n
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divulgação: mercedes-benz (Lars Kaletta / Joachim Sielski)
IAA 2014
IAA: caminhões mais eficientes
SALÃO DE HANNOVER MOSTROU O FUTURO FEIRA DE VEÍCULOS COMERCIAIS FOCOU NA EFICIÊNCIA, CONECTIVIDADE E AUTOMAÇÃO PEDRO KUTNEY, De Hannover (Alemanha)
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ficiência, conectividade e muita automação. Foram estes os vetores globais que guiaram os projetos e as inovações dos veículos comerciais apresentados na 65a edição do maior salão mundial do segmento, o IAA Nutzfahzeuge, realizado em setembro em Hannover, Alemanha. “Tivemos aqui 322 lançamentos globais de produtos. Embora o IAA seja focado nos novos caminhões, ônibus e vans, existe grande valor agregado gerado pelos forne-
cedores: eles apresentaram a maior parte das novidades, 226, e ocuparam 70% dos 265 mil metros quadrados da área de exposição”, destacou Matthias Wissmann, presidente da associação alemã de fabricantes de veículos e autopeças, a VDA, que organiza o evento. No que diz respeito à eficiência energética, boa parte dos ganhos é conhecida, veio com a adoção obrigatória da motorização Euro 6 para todos os veículos diesel na Europa a
partir de janeiro de 2015. Comparadas com os veículos Euro 5, as emissões de óxido nitroso (NOx) são 80% menores e as de particulados caíram praticamente dois terços. Wissmann avalia que a indústria atingiu uma espécie de teto tecnológico e, ao menos por enquanto, é difícil obter novos avanços. Ele afirma que, de agora em diante, novas reduções de consumo poderão ser atingidas por melhorias na aerodinâmica dos veículos, uso de materiais
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divulgação: mercedes-benz / Daimler AG
visão futurista: caminhão autônomo da Mercedes-Benz tem painel de LED no lugar dos faróis
e componentes mais leves e treinamento de motoristas. O dirigente também chama a atenção para a “bem-vinda” tendência de aumentar o comprimento das composições, para levar mais carga com um só caminhão. Outra tendência apresentada por todos os grandes fabricantes no sentido de melhorar a eficiência é a adoção de transmissões automatizadas de dupla embreagem, com marchas altas muito longas. Na prática, as trocas são tão rápidas, sem buracos, que não há necessidade de acelerar para recuperar torque após cada engate de marcha. Com aceleração constante, a economia aumenta.
divulgação: zf (Dominik Gigler)
ELETRIFICAÇÃO Uma das respostas a esse desafio de reduzir ainda mais o consumo é a crescente eletrificação dos veículos comerciais. Quase todos os estandes da Hannover Messe tiveram algo a mostrar nesse sentido, fossem fa-
bricantes, fossem fornecedores. Antes restrito a furgões urbanos de entregas e alguns ônibus de transporte público de grandes cidades, o trem-de-força elétrico começa a ganhar papel de destaque também nos pesados de longo curso. Essa foi a aposta de um dos maiores fornecedores do segmento, a ZF, que este ano apresentou em Hannover seu módulo elétrico híbrido no Innovation Truck, um protótipo extrapesado que puxa um bitrem com 25 metros de comprimento e 40 toneladas de carga. É a primeira vez que a hibridização elétrica é aplicada em um modelo deste porte, com um motor elétrico de 160 cavalos acoplado ao câmbio que funciona em paralelo à propulsão diesel. Dentro dos espaços apertados para carga e descarga, o caminhão se movimenta somente com a força do motor elétrico e ainda pode ser pilotado de fora da cabine, por meio de um tablet na mão do motorista.
manobras na ponta dos dedos: sistema da ZF pode dirigir o caminhão com um tablet fora da cabine
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CONECTIVIDADE Outro foco importante deste IAA foi a conectividade, que entre outras vantagens abre caminho para maior automação dos veículos, com grande uso de sistemas avançados de assistência, incluindo a direção autônoma, em que o motorista pode deixar a condução a cargo de um computador em certas circunstâncias. Foi o que fez a Mercedes-Benz com o protótipo batizado Future Truck 2025, o primeiro caminhão do mundo com direção autônoma apresentado ao público. Mais do que uma visão do futuro daqui a dez anos, trata-se de tecnologia real, pronta para uso, à espera de legislação que regule direitos e responsabilidades de uma máquina que toma decisões por si só.
de motorista a gestor: o caminhão autônomo da Mercedes-Benz deixa o condutor livre para outras tarefas durante o trajeto
guns executivos das empresas que estão surpresos e decepcionados com a queda das vendas do mercado brasileiro. A única representação do Brasil no evento foram dois caminhões e um ônibus com a marca Volkswagen expostos na feira pela MAN Latin America dentro do estande da MAN, que comprou a operação em 2009. Desde 2006 os modelos feitos em Re-
divulgação: volkswagen (Malagrine)
BRASIL Em meio aos 2.066 expositores de 45 países em Hannover este ano, pouco se falou do Brasil. Apesar de ser o primeiro ou segundo maior mercado de várias marcas europeias de caminhões e abrigar seis fabricantes da Europa, o País recebeu atenção insignificante no evento, a não ser pelos lamentos de al-
divulgação: mercedes-benz / Daimler AG
IAA 2014
man la: caminhões Volkswagen foram os únicos representantes do Brasil em Hannover
sende (RJ) marcam presença na feira alemã. Agora eles representam uma divisão da MAN (hoje também integrante do Grupo VW). A maior novidade foi o Volksbus 18.280 com o primeiro motor preparado para rodar com 100% de diesel de cana, o MAN D08 de 280 cavalos montado no Brasil pela MWM. O chassi recebeu carroceria urbana da Marcopolo, a Viale BRS com piso baixo, feita para rodar em corredores de ônibus. “A MAN é a única empresa presente no IAA que mostrou caminhões e ônibus produzidos no Brasil”, destacou Roberto Cortes, CEO da MAN Latin America. “É uma empresa com sede no Brasil, mas com grandes aspirações internacionais”, afirma Cortes. É por meio de seu braço latino-americano, com fábrica brasileira e linhas de montagem adicionais no México e na África do Sul, que a fabricante alemã chega a todos os países da região, África e Oriente Médio. n
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INAUGURAÇÃO
A FÁBRICA conta com 450 empregados, que devem chegar a 1,3 mil em 2016
BMW COMEÇA A PRODUZIR EM ARAQUARI SÓ FUNCIONA A LINHA DE MONTAGEM FINAL; SOLDA E PINTURA FICAM PARA 2015 PEDRO KUTNEY, de Araquari (SC)
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BMW tornou-se uma montadora brasileira de automóveis desde o começo de outubro, com o início da operação da linha de montagem da fábrica de Araquari, no norte de Santa Catarina, a primeira unidade industrial da empresa alemã no Brasil e na América do Sul. Dois anos após anunciar o investimento de 200 milhões de euros na planta, todas as paredes já estão erguidas, os componentes estão no estoque (a maioria importada da Alemanha, incluindo carrocerias já pintadas) e os primeiros sedãs 320i Active Flex nacionais começam a ser encaminhados para a rede de concessionárias. As áreas de soldagem e pintura só entram em operação daqui a um ano. “Só conseguimos cumprir todos os prazos até agora porque tivemos forte apoio do governo”, afirmou
o 320i Active Flex nacional começa a ser enviado para as concessionárias
Gerald Degen, diretor da fábrica, em seu discurso na cerimônia que marcou o início da produção, dia 9 de outubro. Ele mostrou centenas de documentos que o empreendimento precisou obter antes de começar a terraplanagem, em abril de 2013. “Eram 50 que viraram 150 licenças diferentes, incluindo Ibama, Fatma, Funai, Eletrosul, Selesc, Autopista”, citou. Entre outras dificuldades, foi necessário elevar a área do terreno de 1,5 milhão de metros quadrados em 3 metros e aterrar um brejo que existia no local. Também foi preciso puxar uma rede elétrica de 5 km para abastecer a planta. Os próximos 12 meses serão dedicados ao acabamento da construção e à instalação do maquinário de armação de carrocerias (soldagem) e do setor de pintura.
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INAUGURAÇÃO
O PATAMAR DE NACIONALIZAÇÃO CHEGARÁ A 30% EM 2015, COM A ATIVAÇÃO DA SOLDAGEM E PINTURA Arturo Piñeiro, presidente do Grupo BMW Brasil
Só uma das duas linhas de montagem entrou em operação para fazer duas versões do sedã Série 3, mas a outra, bem ao lado, está em fase final de implantação e começa a montar o crossover X1 a partir de novembro. Depois vêm o hatch Série 1, o outro crossover X3 e, por último, já no fim de 2015, o Mini Countryman (marca que também pertence ao Grupo BMW). “Duas linhas vão fazer cinco carros”, destacou Ludwig Willisch, presidente do BMW Group Americas. A fábrica conta com 450 empregados, que devem chegar a 1,3 mil até 2016 quando todas as áreas estiverem operando. A linha em Araquari é curta e a maior parte das operações é feita de forma manual. No fim, todos os carros passam por um dinamômetro e depois rodam em uma pista de testes dinâmicos. A maior parte da área é ocupada pelo estoque, com milhares de caixas cheias de componentes para uso na montagem. NACIONALIZAÇÃO Por enquanto, o nível de utilização de componentes nacionais é bastante baixo. Os bancos já estão sendo fornecidos localmente pela Lear. A Benteler fornece algumas partes
do powertrain, como eixos, e faz a montagem de tudo, integrando motor e câmbio importados ao conjunto mecânico em uma área adjacente à linha de produção. Nem os pneus são nacionais – normalmente são os primeiros itens a ser comprados no local de produção, mas os usados pela BMW têm tecnologia run flat, continuam a rodar mesmo depois de furados, e não estão disponíveis no País. “Teremos nacionalização em torno de 25% neste início e chegaremos aos 30% até o ano que vem, após incluirmos a soldagem e pintura nessa conta”, diz Arturo Piñeiro, presidente do Grupo BMW Brasil, referindo-se na verdade ao valor de compras de fornecedores instalados no Brasil em valor suficiente para abater até 30 pontos porcentuais do
IPI, conforme prevê a legislação do Inovar-Auto. Com capacidade máxima de produção de 32 mil unidades/ano, a BMW se beneficia do regime especial do Inovar-Auto destinado a fabricantes de baixo volume, até 37 mil/ano com investimento mínimo de R$ 17 mil por unidade produzida, por isso poderá até 2017 multiplicar o valor das compras nacionais por 1,3, tornando mais fácil o abatimento desse valor dos 30 pontos do IPI. Contudo, isso traz também o problema de baixa escala, com maior dificuldade de encontrar fornecedores para volumes pequenos, o que obriga a empresa a importar mais componentes. “O regime é bom para que as fabricantes de carros premium possam se instalar no Brasil, mas claro que se o mercado responder bem poderemos
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fazer ampliações e passar a exportar para países da América do Sul”, explica Gleide Souza, diretora de relações governamentais e institucionais da BMW Brasil. Segundo Piñeiro, no entanto, a exportação ainda é uma meta distante, para depois de 2018. “A capacidade inicial da fábrica foi projetada só para atender ao mercado brasileiro. Só quando isso acontecer é que poderemos pensar em ampliações e exportações.” Com volume tão alto de componentes importados, não haverá alteração nos preços dos BMW fabricados no Brasil, que seguem iguais à tabela atual. “É preciso considerar que são carros que já vendemos com o desconto de IPI previsto no Inovar-Auto”, informa Piñeiro. Contudo, ele não coloca na conta os 35% de imposto de
A capacidade inicial da fábrica foi projetada para atender o mercado brasileiro
importação que deixam de ser pagos e têm influência nos demais tributos, pois todos os outros, IPI, ICMS e PIS/ Cofins, são aplicados em cascata. Ao que tudo indica, será mais uma diferença que entrará na conta para compensar o infindável custo Brasil. A BMW segue com seu projeto de
expansão da rede. Hoje a marca tem 43 concessionárias e deverá chegar a 46 até o fim do ano. A meta é alcançar 70 lojas em 2017. Existem, ainda, 32 pontos de venda da Mini. Todos os modelos e versões que não serão produzidos em Araquari continuarão a ser importados. n
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procura das montadoras de veículos por serviços de boa qualidade e preços competitivos é tão incessante quanto a busca por fornecedores de autopeças e componentes que tenham essas mesmas características. Na Ford essa área absorve cerca de 15% do total investido em compras pela organização. Assim como ocorre com as empresas que entregam autopeças, a preferência da fabricante de veículos é aproveitar ao máximo a base de fornecedores, evitando fechar contratos com novos parceiros se não for realmente necessário. “O principal desafio é escolher empresas que ofereçam preços competitivos aliados a um sistema sólido de qualidade e a um compromisso sério de entrega”, explica João Pimentel, diretor de compras da Ford. O executivo aponta que a organização analisa cada novo contrato de forma criteriosa em parceria com a área da empresa que precisa do serviço para minimizar riscos. GARGALOS Pimentel avalia que o principal gargalo está na área de logística, afetada
O DESAFIO É ESCOLHER EMPRESAS COM PREÇOS COMPETITIVOS ALIADOS A UM COMPROMISSO SÉRIO DE ENTREGA JOÃO PIMENTEL, diretor de compras da Ford
por problemas de infraestrutura do País, pela escassez de mão de obra especializada e pelo risco do roubo de cargas. Por causa desses fatores a área é a que absorve a maior parcela do total aplicado pela companhia na compra de serviços. Erodes Berbetz, diretor de compras da Mercedes-Benz, enfatiza que justamente por ser a área que enfrenta as maiores dificuldades, a logística
DE FORMA GERAL, O SETOR DE SERVIÇOS TEM PARCEIROS BEM ESTABELECIDOS, MAS ALGUNS PRECISAM SE DESENVOLVER ERODES BERBETZ, diretor de compras da Mercedes-Benz
conta com os parceiros mais eficientes, habituados a driblar uma série de desafios. “É uma grande vocação no País”, destaca. De forma geral o executivo pondera que o setor de serviços brasileiro tem “parceiros bem estabelecidos, mas alguns precisam se desenvolver. A inflação alta também tem impactado o segmento”. Pimentel percebe ainda a escalada dos preços. Segundo ele, há subida significativa dos custos em serviços de manutenção, limpeza e segurança para o setor. O diretor da Ford avalia o setor de tecnologia da informação como um dos pontos fortes na oferta de serviços no Brasil. Segundo ele, a qualidade da oferta e dos equipamentos é equivalente à encontrada em fornecedores globais. “Vale destacar os sistemas de rastreamento e monitoramento no transporte de peças que ajudam a evitar o roubo de cargas. Outro exemplo são as empresas que oferecem tecnologia em automação e evoluíram muito nos últimos anos, principalmente em qualidade de mão de obra”, destaca. n
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SERVIÇOS
| CONSULTORIA
RETRAÇÃO DO MERCADO TRAZ OPORTUNIDADE PARA ESTUDOS ESTRATÉGICOS
Stephan Keese, diretor da Roland Berger
CAMILA FRANCO
arquivo deloitte
Maurício Muramoto, diretor da Deloitte
e também durante crises. “Isso vai depender da forma como estão posicionadas no mercado. Ganhamos participação, com aumento de 20% na demanda este ano, com o fortalecimento de nossa marca. Serviços estratégicos sempre serão procurados.” Na análise de David Wong, diretor na AT Kearney, os serviços não aumentam ou diminuem. “O que muda é o escopo do trabalho. Há procura por análises estratégicas que gerem mais rentabilidade e eficiência.” O executivo menciona a expertise internacional como um dos fatores-chave, pois ajuda a trabalhar metas e iniciativas com aderência nas matrizes. Também levam vantagens as consultorias mais flexíveis. “A AT Kearney procura diversificar sua gama de clientes. Quando está difícil no setor automotivo, parte para outros segmentos, como os de logística e de bens de construção”, avalia. Muramoto comenta que a Deloitte tem tido sucesso com um leque de opções – das que geram resultados imediatos até as mais complexas, que envolvem fusões e aquisições. Mas as medidas estratégicas de longo prazo, segundo ele, acabam ficando em segundo plano durante a retração. Como tendência, segundo os consultores, fabricantes de autopeças de médio e pequeno portes priorizam soluções de curto prazo, independente-
mente das vendas. “Elas aproveitam o capital para resolver problemas pontuais. Estão ocupadas com atividades operacionais e não têm tempo nem dinheiro extra para traçar planos estratégicos”, diz Wong. Mas esta realidade está mudando. “Existe uma ideia de que as consultorias são extremamente onerosas. Muito desta percepção já se alterou. Muitos empresários podem se surpreender com o quanto nossos serviços são acessíveis”, comenta Muramoto. Keese acredita que 2015 será melhor para as consultorias, após cenário político definido e novos rumos para a economia. n arquivo AT Kearney
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m c enário pouco positivo para as vendas de veículos, as consultorias acompanham de perto o desempenho do setor e estão aptas a formular estratégias em períodos de recessão. Mas como ficam seus serviços com baixa verba dos clientes? Maurício Muramoto, diretor da Deloitte, conta que a procura é mantida, visto que as fabricantes de veículos e de autopeças precisam de soluções para elevar a eficiência das operações e reduzir custos, minimizando o impacto nos resultados financeiros. Segundo Stepahn Keese, diretor da Roland Berger, as consultorias podem ir bem com economia aquecida
arquivo: Roland Berger
DRIBLANDO A CRISE
David Wong, diretor na AT Kearney
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SERVIÇOS
| ENGENHARIA
à espera de NOVAS DEMANDAS MOMENTO VIVIDO PELA INDÚSTRIA DIVIDE EMPRESAS ESPECIALIZADAS MÁRIO CURCIO
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AUTOPEÇAS Especializada em softwares para estamparia e em suporte a essa área, a Autoform vê com certa cautela o momento para os negócios: “O Inovar-Auto poderia nos auxiliar em relação às fabricantes de autopeças, mas hoje elas passam por um
momento difícil”, diz o gerente-geral da empresa, Fábio Vieira. O executivo revela que a Autoform continua num bom ritmo de desenvolvimento e recorda que a retração do mercado também traz algumas oportunidades: “A crise gera a necessidade de ser competitivo”, recorda Vieira ao citar um dos módulos oferecidos pela Autoform, capaz de elaborar estimativa de custo de produção da peça estampada e também do desenvolvimento do ferramental. A companhia tem como clientes as 20 maiores montadoras. No Brasil, Vieira cita as quatro grandes (Fiat, Ford, General Motors e Volkswagen) e também a PSA Peugeot Citroën.
RETRAÇÃO Sobre o programa do governo, o country manager da Semcon, Fabrício Campos, informa: “O Inovar-Auto ainda não nos trouxe clientes novos, mas temos perspectivas para 2015. Campos se queixa do momento atual e dos reflexos da retração do mercado automotivo: “Mesmo trabalhando com projetos, este ano foi ruim, com demanda pequena.” Fundada em 1980, a Semcon atua em diversas áreas, em projetos de eletroeletrônica, powertrain, chassi e engenharia avançada (CAD e DMU). No Brasil a empresa opera desde 2004 por intermédio da IVM, adquirida pela Semcon em 2007. n
LUIS PRADO
o m o mercado em queda, mas novas demandas batendo à porta em razão do programa Inovar-Auto, as empresas de engenharia revelam opiniões divergentes sobre o momento atual e a geração de novos negócios tanto pelo programa do governo como pelas fábricas de veículos já instaladas ou que se instalam no Brasil. “Nossa empresa está a todo o vapor. Estamos trabalhando em novos projetos. Atuamos para novas montadoras em engenharia de produto e em engenharia de manufatura”, afirma Martin Vollmer, diretor-presidente da Edag, companhia especializada em desenvolvimento de veículos e otimização de processos, entre outros serviços oferecidos. “O Inovar-Auto já nos trouxe serviços em nacionalização de produtos”, diz o executivo. “Nossa dúvida é em relação àquilo que ocorrerá em 2015”, pondera Vollmer, que teme a menor frequência de novos projetos.
Martin Vollmer, diretor-presidente da Edag
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SERVIÇOS
| testes e simulações arquivo VirtualCAE
EXPECTATIVA DE AVANÇO NA DEMANDA FORNECEDORES DE SOFTWARES E SERVIÇOS DE TECNOLOGIA COMPUTACIONAL AINDA AGUARDAM CRESCIMENTO EXPRESSIVO ALEXANDRE AKASHI
D arquivo Smarttech
ois anos depois do lançamento do Inovar-Auto, os fornecedores de testes e simulações para a indústria automotiva ainda esperam pela concretização de um esperado aumento explosivo na demanda de serviços. “Há um ano e meio tínhamos uma expectativa boa, mas nada ocorreu”, afirma Leandro Garbin, diretor comercial da Virtu-
Crescimento com otimismo Ricardo Nogueira, diretor das operações de serviços da Smarttech
alCAE. “Este ano será igual a 2013. Não temos perspectivas de crescimento. Esperamos que 2015 seja melhor, apesar das incertezas”, diz. Na Autodesk Brasil a situação é um pouco diferente. “Registramos aumento na procura recente por algumas empresas do setor automotivo interessadas em nossas soluções de simulação e planejamento de produção e layout fabril, por conta de investimentos das montadoras no País, boa parte pelo programa Inovar-Auto”, comenta Raul Arozi, especialista técnico da empresa. “As empresas que já utilizam produtos nossos em simulação, principalmente o Autodesk MoldFlow, estão renovando a assinatura de software”, diz. Na Smarttech, que acaba de inaugurar um centro de apoio ao desenvolvimento de projetos de engenharia em Holambra, SP, 2014 tem sido razoável na venda de softwares, mas muito bom em serviços. “Agora com o TechCenter, registramos taxa de crescimento acelerado em serviços. E muito otimistas”, afirma Ricardo Nogueira, diretor-geral das operações de serviços. Ele, porém, está cauteloso em relação a 2015: “Não será um ano fácil, mas acredito que será bom. Essa é a nossa aposta.”
Esperamos que 2015 seja melhor Leandro Garbin, diretor comercial da VirtualCAE
INVESTIMENTOS Nogueira acaba de finalizar investimento de R$ 5 milhões no TechCenter, que abriga a administração, os departamentos de engenharia, espaço de treinamento e laboratórios, além de uma pista de teste de ruído de passagem para máquinas rodoviárias ou agrícolas e automóveis. A VirtualCAE acaba de lançar o Virtual.PYXIS, software de otimização estrutural que se integra aos programas de design e tem como função reduzir massa dos componentes. “Adquirimos o projeto de mestrado de um aluno da USP, contratamos mais dois doutores e desenvolvemos nosso próprio código”, afirma Leandro Garbin, da VirtualCAE, que está abrindo escritórios em Chicago e na Alemanha e estima um mercado potencial de cerca de t 200 milhões. n
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SERVIÇOS
| AUTOMAÇÃO
PRODUÇÃO EM QUEDA apenas adia decisões RETRAÇÃO atual NA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA NÃO IMPEDIRÁ MUDANÇAS NECESSÁRIAS
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produção de veículos no acumulado até setembro já havia recuado 16,8% no Brasil no confronto com o mesmo período de 2013 e trouxe consequências negativas para as empresas especializadas em automação, mas as demandas relacionadas ao programa Inovar-Auto devem ocorrer, independentemente do comportamento da indústria. Essa é a percepção de Icaru Sakuyoshi, diretor da Motoman, que fornece sistemas robotizados de solda sobretudo para produtores de autopeças tiers 1 e 2. “Os investimentos das fabricantes de componentes tiveram redução proporcional ao mercado, estão sendo adiados, mas irão acontecer, terão de acontecer”, afirma Sakuyoshi. Segundo o executivo, as consultas à Motoman costumam ocorrer à medida que novos projetos surgem no Brasil, mas os desdobramentos do Inovar-Auto ainda não são perceptíveis como uma “injeção de ânimo”. O mesmo vale para os anúncios de novas fábricas. “A nova unidade da Honda em Itirapi-
In-Sight 7000, da Cognex, substitui olhar humano nas inspeções de 60 • AutomotiveBUSINESS qualidade
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MÁRIO CURCIO
Robô Motoman realiza solda por arco elétrico em um componente automotivo
na (SP) gerou negócios, mas para a matriz da Motoman no Japão”, recorda o diretor da empresa. Seu exemplo refere-se à segunda planta para automóveis da Honda no Brasil, onde investe R$ 1 bilhão para produzir até 120 mil carros por ano, mesma capacidade instalada de Sumaré (SP).
MERCADO Situação semelhante é vivida pela Nachi. “Este ano havia muitos projetos abertos, mas cerca de 50% entraram em ‘hold’ tanto no setor automotivo como na linha branca”, revela o engenheiro de aplicação da Nachi, Felipe Saikawa. A empresa também fornece equipamentos para os tiers 1 e 2. Sobre as novas montadoras, ele recorda que o robô Nachi utilizado na linha de produção da Chery de Jacareí (SP) também foi adquirido fora do Brasil, mas pondera: “Eles têm perspectiva de usar mais robôs no futuro.” No Brasil, a maior cliente dos robôs Nachi, segundo Saikawa, é a Toyota, que “continua comprando”. Especializada em sistemas de inspeção de qualidade e rastreabilidade, a Cognex vive um momento diferente: “Estamos com tendência de melhora até o fim do ano. Nossos negócios têm-se mantido em alta desde 2011. Historicamente, os números da empresa no Brasil são muito bons”, afirma o engenheiro de vendas sênior Domingos Mancinelli. O executivo vê bons desdobramentos a partir do Inovar-Auto, já que seus produtos permitem o controle de cada etapa da produção. Os equipamentos são desenhados para inspeção de qualidade. Acompanham a sequência de montagem, itens e subitens. Mancinelli recorda que a melhora obtida nos processos produtivos também permite ganhos em eficiência. n
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SERVIÇOS
| LOGÍSTICA nha desenvolvendo intenso trabalho, de onde cerca de 40% das carretas enviadas retornam ao Brasil carregadas de embalagens dos parceiros automotivos, a relação com empresas de outros setores se fortaleceu. Guedes se refere não somente a empresas de outros segmentos, gigantes como Nestlé, Procter&Gamble, Unilever e Accor, mas também do próprio setor automotivo. O executivo cita, por exemplo, Goodyear, Valeo, JCI, entre outras, cuja participação na carteira de clientes da Veloce aumentou algo entre 10% e 15% em volume movimentado este ano, na mesma toada dos dois anos anteriores.
Paulo Guedes, presidente da organização Veloce
Vinícius Falcão, diretor de desenvolvimento de negócios da Ceva
ELASTICIDADE E UMA PITADA DE BOM SENSO EM ANO DE RETRAÇÃO, EXPECTATIVA PARA 2015 AINDA É DE INCERTEZA CAMILA WADDINGTON
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i versificação de atividades e nichos econômicos tem sido uma das estratégias adotadas por empresas ligadas à indústria automobilística nos últimos anos para mitigar os efeitos colaterais de uma eventual crise, como a que afetou o setor este ano. Entre as que partilham essa visão de negócio a Veloce é um bom exemplo em meio às diversas fornecedoras de serviços logísticos. Poucas, no entanto, são tão focadas: com 85% de sua movimentação condicionada às marés das fabricantes de veículos – montadoras como Toyota, Volkswagen, GM e Honda, bem como muitos de seus fornecedo-
res –, a Veloce teve de correr atrás para não perder terreno nem receita. Tal dependência, no entanto, não se revela incômoda para Paulo Guedes, presidente da organização. “Desde o começo de nossas atividades tivemos essa intrínseca integração com o segmento automotivo, em que sedimentamos a Veloce. Somos especialistas nesta área. E, por esta mesma razão, sempre buscamos clientes em outros setores da indústria ou em operações diferenciadas, de forma a não sentirmos tanto as intempéries.” Muito em virtude da retração concomitante da produção argentina, país no qual a operadora vi-
AJUSTES NECESSÁRIOS A participação da indústria automobilística também é expressiva na Ceva Logistics. O Grupo anunciou faturamento global de US$ 8,5 bilhões no ano passado. Cerca de 28% deste total é representado pelo setor automotivo. Ainda assim, Vinícius Falcão, diretor de desenvolvimento de negócios dos setores automotivo e industrial da Ceva, não se intimida e reconhece: “É uma característica histórica do setor sofrer com oscilações de volume. Tomando como base nossa experiência e a realidade deste segmento, a estratégia da Ceva tem como pilar o planejamento da demanda mantido à risca, com foco na otimização da capacidade instalada.” Desse modo, a companhia entende ser possível reduzir eventuais impactos ocasionados pela redução de volumes, sem perder produtividade, rentabilidade ou mesmo fôlego para retomar o ritmo a qualquer instante. Para 2015, tanto Guedes, da Veloce, quanto Falcão, da Ceva, concordam no tom moderado: será um ano de ajustes. Visibilidade para novos negócios e, sobretudo, parcimônia, guiarão ambas as companhias em mais um ano de incertezas. n
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SERVIÇOS
| TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
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queda nas vendas de carros no Brasil leva a indústria automotiva a olhar para dentro de casa e ajustar processos visando a aprimorar a gestão dos negócios. Esses solavancos têm feito com que as fabricantes recorram mais aos fornecedores de tecnologia da informação (TI) em busca de medidas para cortar custos e melhorar a sua eficiência operacional. Há uma demanda
maior por soluções para automação de sistemas e controles mais precisos em toda a cadeia do setor. Entre os serviços buscados para corte de custos está o outsourcing da infraestrutura de TI. “Temos visto um movimento maior do setor automotivo para terceirização de data centers. Muitos têm data centers obsoletos e avaliam o que vale mais a pena: reformar ou transferi-lo para um provedor de serviços”, constata
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temos visto um movimento maior do setor automotivo para terceirização de data centers. Muitos têm data centers obsoletos Camilo Rubim, vice-presidente da T-Systems
Camilo Rubim, vice-presidente para a área automotiva da T-Systems Brasil, que tem 50% de sua receita na indústria automobilística originária de clientes como Volkswagen, Mercedes, Toyota, GM e Renault. Segundo Rubim, a T-Systems tem sido procurada também por empresas automotivas interessadas na adoção de serviços de TI em cloud computing. “Se a empresa sabe que daqui a seis meses vai ter um grande volume de processamento, ela não precisa investir na compra de hardware novo, podendo alocar esse recurso e, se precisar dar férias coletivas ou reduzir o consumo, pagará somente pelo que utilizar”, explica. Outra solução demandada pelo setor é a de Data Recovery Plan (DRP), site de backup para garantir a continuidade de negócios em caso de incidentes. Carlos Wagner dos Santos, presidente da Sintel, empresa brasileira que atua com serviços para gerenciar a cadeia de suprimento do setor automotivo, observa que os ambientes das montadoras estão ficando cada vez mais críticos, obrigando as companhias a investir mais em TI. “Existe uma demanda da indústria
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por soluções para reduzir custos e melhorar a eficiência operacional, o que abre oportunidade para entrarmos nos processos de negócios dos nossos clientes”, explica o executivo. Com mais de 27 anos de atuação no setor, a Sintel começou entregando plataforma de Electronic Data Interchange (EDI) para integração de informações entre montadora e fornecedores. Depois, ampliou suas soluções e conecta hoje mais de 700 clientes da área, entre os quais 55 dos 80 players globais. O aumento da competição, com a chegada de novos players, traz outros desafios para o setor, avalia André Felipe, diretor de marketing da Siemens PLM Software. “As companhias precisam melhorar a produtividade, ser mais eficientes, produzir carros em menos tempo e com mais TI embarcada”, diz o executivo. Alberto Claro, diretor da consultoria Accenture, acrescenta que o setor está contratando mais serviços de TI, principalmente para atender as tendências do carro conectado e renovar sistemas existentes.
existe uma demanda da indústria para reduzir custos e melhorar a eficiência operacional Carlos Wagner dos Santos, presidente da Sintel
SERVIÇOS MAIS SOFISTICADOS Outra prestadora de serviços de TI que tem recebido mais solicitações da indústria automotiva é a Stefanini, que atende fabricantes como Fiat, Volkswagen, Renault e GM. Com a TI se tornando o core dos negócios das montadoras e os carros cada vez mais digitais, Vinícius Fontes, gerente executivo de inovação da companhia, informa que ocorre uma busca de soluções mais sofisticadas para dispositivos móveis e outras aplicações para ficarem mais próximas do cliente. O aumento da contratação de serviços de TI pela indústria automotiva é percebido também pela Simpress, empresa de outsourcing de impressão e que atende companhias como
Toyota, Renault e Volkswagen. Paulo Theophilo, diretor de marketing, destaca que um dos serviços mais contratados no momento pelo setor é a digitalização de documentos para eliminar o uso de papel, principalmente na fábrica, onde as consultas a manuais e outras informações estão sendo feitas por tablets. n
André Felipe, diretor de marketing da Siemens PLM Software
Vinícius Fontes, gerente executivo de inovação da Stefanini
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SERVIÇOS
| FINANCEIRAS
JOGO DE CINTURA BANCOS DE MONTADORAS DRIBLAM QUEDA DE MERCADO E AUMENTAM PARTICIPAÇÃO NAS VENDAS DAS MARCAS SUELI REIS
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to mostram que a taxa de juros praticada pelas associadas ficou em média 0,34% menor do que as de bancos de varejo, considerando CDC para pessoa física, a mesma média mantida durante os meses de maio, junho e julho. Uma pesquisa do Banco Central também referente a agosto revelou que, das dez melhores taxas de juros para aquisição de veículos novos, sete provêm de bancos de montadoras. ESFORÇOS Entre janeiro e agosto, a participação dos bancos nas vendas totais de veículos leves novos chegou a 65%, superando todo o ano de 2013, quando essa participação fechou em 53%. No caso do Banco Volkswagen, do qual Carbonari também é presidente, a participação chega a 70% das vendas totais da marca no varejo para pessoas físicas. “Dois terços desses clientes chegam sem carta de crédito; no fim, a venda dependerá muito mais do seu diferencial, de poder oferecer a melhor condição.” A diversificação do portfólio também ajuda a enfrentar períodos com ritmo de negócios mais lentos. Caso do Banco Mercedes-Benz, que atende tanto os clientes do automóvel de luxo com os da van ou camiDÉCIO CARBONARI, presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef)
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E
m tempos de crise, as montadoras são obrigadas a aumentar os esforços para manter a saúde dos negócios. Neste embate, os bancos de montadoras ganharam papel fundamental para atrair clientes a partir de sua flexibilidade e capacidade de apresentar ofertas mais sedutoras. “Há dois anos o consumidor vem aprendendo mais sobre a importância da taxa na compra, que é sem dúvida um fator determinante. E hoje o banco de montadora é o que cumpre melhor esse papel”, afirma Décio Carbonari, presidente da Anef, associação que reúne os bancos das montadoras. Os números atualizados até agos-
ANGEL MARTINEZ, diretor comercial do Banco Mercedes-Benz
nhão: “De 2006 até agora, exceto em 2009, percebemos que quando um setor está em crise sempre tem outro que compensa. Isso tem garantido nosso crescimento de dois dígitos ao ano, sem comprometer a carteira”, afirma Angel Martinez, diretor comercial. A instituição também revisou todos os processos de atendimento focados no cliente, além de fomentar um forte trabalho de prospecção desde 2013. “É como apostar na loteria: pode dar certo, pode não dar. O resultado é que até agosto o volume de novos negócios no ano cresceu 16,7%”, justifica. n
SERVIÇOS
| CERTIFICAÇÃO
GARANTIA DE SEGURANÇA VALIDAÇÃO DE AUTOPEÇAS E COMPONENTES ESTIMULA QUALIDADE E LIVRE CONCORRÊNCIA GIOVANNA RIATO
LUIS PRADO
O
consumidor e as empresas que atuam no mercado de reposição automotiva contam com aliada importante: a certificação compulsória de autopeças e componentes. O programa começou em 2008 e pretende proteger o consumidor de componentes fora de conformidade, que ofereçam risco à segurança, saúde ou meio ambiente. A legislação tem o poder de regular o mercado, já que inibe a concorrência desleal de partes e peças importadas da Ásia, por exemplo. Além disso, eleva o nível dos produtos feitos no Brasil, tornando-os mais competitivos. “O processo de certificação não deixa de ser um aculturamento da sociedade, que precisa passar a exigir os componentes com o selo do Inmetro, mas há um longo período de amadurecimento das coisas até que as pessoas percebam os benefícios”, avalia Mario Guitti, superintendente do IQA, Instituto da Qualidade Automotiva. Ele explica que o processo começa com a sugestão por entidades do setor automotivo no sentido de que um componente receba o selo. O Inmetro, responsável por elaborar o plano de conformidade para cada produto, avalia se é possível desenvolver o trabalho para aquela autopeça. Em caso positivo, é aberta consulta pública para que as entidades envolvidas possam participar e opinar sobre quais devem ser os
Mario Guitti, superintendente do IQA, Instituto da Qualidade Automotiva
critérios. Organizações como Anfavea, Sindipeças e IQA podem sinalizar aspectos importantes a serem levados em conta na formulação das regras de conformidade. Depois de definido, o plano é divulgado por meio de portarias, que estabelecem ainda prazos para que os componentes passem a receber o selo do Inmetro. A ideia é determinar os requisitos mínimos que as autopeças precisam atender. O programa só afeta o aftermarket porque o segmento de autopeças originais tem dinâmica diferente e já precisa atender a uma série de requisitos de qualidade impostos
pelas montadoras. “No mercado de reposição, os itens têm de ser selecionados de acordo com vários aspectos, como influência na saúde, segurança, meio ambiente, relações de mercado e até mesmo impacto na balança comercial”, explica Guitti. Segundo ele, diversos motivos podem estimular as entidades do setor a sugerir a certificação compulsória ao Inmetro. Entre eles está a oferta de produtos com baixa qualidade e a prática de concorrência desleal, com a venda de itens abaixo do preço de custo para conquista de mercado. “Os programas de certificação são altamente benéficos, inibem a pirataria, a falsificação e criam mecanismo para privilegiar bons produtos e fabricantes. É um disciplinador para que todos atuem de forma justa”, defende o especialista do IQA. No setor automotivo o programa já abrange 16 tipos de componentes. A lista inclui buzinas, lâmpadas, baterias, barras de direção, vidros e até capacetes de motocicletas e Arla 32, agente de ureia usado em veículos a diesel com tecnologia SCR. Guitti explica que o comitê responsável pela certificação da qualidade no setor de reposição automotiva é bastante atuante e, além de trabalhar constantemente para que novas certificações sejam feitas, busca também a atualização e aperfeiçoamento dos programas que já estão em vigor. n
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cobiça
(Preços pesquisados em setembro)
COMPRAS PREMIUM O lema Vorsprung durch Technik (Conduzido pela Tecnologia) combina com o relógio automático da Citizen que leva o emblema da Audi. Ele aponta a quantidade de bateria disponível e é à prova d’água. Tem mostrador (de 42,5 mm) e fecho de aço inoxidável, ponteiros e numerais luminosos e pulseira de couro legítimo. Feito na Alemanha. t 550. shops.audi.com As crianças já podem ter o próprio BMW. O triciclo infantil da marca tem grandes rodas de borracha que não geram ruído. Pesa 4,5 quilos e mede 37,5 cm de largura, 71 cm de comprimento e 56 cm de altura. A boa ergonomia permite transportá-lo com praticidade, além de ser fácil de montar e desmontar. Adequado para crianças de 3 a 5 anos. t 89. shop.bmw.com Os óculos de sol italianos da Ferrari são unissex e atemporais. Revestidos de couro, podem ser encontrados nas cores azul ou preta. Personalizados com o logotipo da marca esportiva em metal, trazem lentes cinza-escuras e têm 57 mm de espessura. As hastes medem 140 mm de comprimento. US$ 420. store.ferrari.com A bike da Mini é indicada para uso na cidade. Prática e rápida, pesa 11 quilos. Tem rodas de alumínio preto-mate e câmbio de oito velocidades. O quadro e os pedais podem ser dobrados com facilidade. Acompanha uma bolsa, abaixo do selim, ideal para transportá-la. Medidas: 150 cm x 110 cm x 60 cm. Dobrada, tem 85 cm x 65 cm x 30 cm. t 559. shop.bmwgroup.com
A mala vintage da Mercedes-Benz AMG é ideal para viagens curtas. Mede 47 x 30 x 25 cm. É feita de pelica marrom e forrada com tecido de algodão. Há vários compartimentos com zíper e alças fortes que podem ser removíveis. Fabricada na Itália. t 479,90. www.mercedes-amg.com
Que tal experimentar a sensação de dirigir um esportivo dentro do seu escritório? Sentado nesta cadeira de couro legítimo é possível. O assento é do Porsche 911. Há ajuste de altura e controle automático da posição do encosto, feito por bateria recarregável. Os braços também são ajustáveis. Há ainda gancho para casaco na parte traseira e o escudo da Porsche estampado. Pesa 35 quilos. US$ 6.714. www.porscheaccessories.ca/collections
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Magneti Marelli e o Novo Uno 2015: inovação e tecnologia de ponta ao alcance de todos.
No Novo Uno 2015, a Magneti Marelli, através de suas diversas divisões, contribuiu para colocar as mais modernas tecnologias ao alcance de um número maior de motoristas. Assim, o reconhecido Câmbio Dualogic® Automático Plus evoluiu para proporcionar mais segurança e conforto com acionamento por botões no console central e por “borboletas” atrás do volante. O quadro de instrumentos também ganhou um novo display de LCD de alta resolução, que conta com inúmeras funções e ainda mostra várias informações para auxiliar o motorista. Mas a participação da Magneti Marelli não parou por aí: amortecedores, eixo traseiro, travessa dianteira, faróis, escapamentos, pedaleiras e vários outros componentes também compõem o pacote de produtos desenvolvido para o novo carro. A Magneti Marelli trabalhou para que, no Novo Uno 2015, a mais moderna tecnologia automotiva faça parte da vida de cada vez mais brasileiros.
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Faz parte da sua vida.
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