Automotive
MARÇO 2010
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ELETRÔNICA VEICULAR:
ÍNDICE
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MATÉRIA DE CAPA
CONECTIVIDADE COMANDA A ELETRÔNICA EMBARCADA A tecnologia veicular avança rápido na área de eletrônica, com alto grau de conectividade e atrações nas áreas de informação e entretenimento. A segurança, o conforto a bordo e a eletrificação do powertrain evoluem, enquanto a engenharia brasileira busca diminuir a distância do primeiro mundo.
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18 ENTREVISTA FLÁVIO CAMPOS, DELPHI Saída para conteúdo modesto de eletrônica é inovar
70 QUEM É QUEM Empresas de tecnologia e fornecedores de componentes e sistemas eletrônicos
30 MONTADORAS ELETRÔNICA CRESCE COM OPCIONAIS Avanço exige arquiteturas flexíveis e atualizações
76 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO TI TURBINA OS MOTORES DO SETOR Avanço acontece em todas as frentes
37 SISTEMISTAS DISPUTA PARA CHEGAR PRIMEIRO Corrida à inovação procura surpreender montadoras
80 SUPRIMENTOS FORNECEDOR VAI TER FÔLEGO? Aço, pneus, plásticos e vidros de olho nas montadoras
48 SEMICONDUTORES DEPENDÊNCIA DAS IMPORTAÇÕES Indústria traz de fora os componentes básicos 52 SEGURANÇA VEICULAR UM SALTO COM A LEGISLAÇÃO ABS e airbag puxam fila das obrigatoriedades 55 CONECTIVIDADE CHANCE PARA ATRAIR TECNOLOGIAS Chip antifurto vai estimular conectividade
QARMAQ: uso intensivo de plásticos de engenharia
58 HISTÓRIA ANOS 60: A INVASÃO DA ELETRÔNICA O transistor chegava ao rádio e iniciava revolução
84 COMPRAS AUTOMOTIVAS AVISO: É HORA DE INVESTIR Mar calmo, mas é preciso pensar em capacidade
61 DICIONÁRIO O QUE SIGNIFICA CLUSTER? E OBD? Um sumário do dicionário para você baixar
88 COOPER STANDARD NOVAS FÁBRICAS E TECNOLOGIAS Empresa tem plano arrojado para crescer na região
62 ELETRÔNICA EMBARCADA AS LIÇÕES DO ESPECIALISTA Alexandre Guimarães dá aula sobre novas tecnologias 67 MEIO AMBIENTE AUTOMÓVEL VS. CIDADE: TRÉGUA Eletrônica ajuda na convivência urbana
90 MELLING ENGENHARIA LOCAL E INOVAÇÃO Fabricante aposta em produtos criados no Brasil 92 EVENTOS AGENDA AUTOMOTIVA 2010 Automec dos Pesados abre a temporada
A MOÇA DA CAPA - Catiane Lauser fez o ensaio fotográfico que originou a capa desta edição no Estúdio Luis Prado, em São Paulo. Ela está envolvida por um chicote, componente eletrônico com cabos e conectores edido pela Delphi.
REVISTA
EDITORIAL www.automotivebusiness.com.br Tiragem de dez mil exemplares, com distribuição direta a executivos de fabricantes de veĂculos, autopeças, distribuidores, entidades setoriais, governo, consultorias, empresas de engenharia, transporte e logĂstica, setor acadĂŞmico. Paulo Ricardo Braga Editor paulobraga@automotivebusiness.com.br
MARAVILHAS DA ELETRÔNICA EMBARCADA
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e o pessoal que distribui nossa revista acertou a mĂŁo, vocĂŞ ĂŠ um dos dez mil destinatĂĄrios desta edição e um profissional relacionado de alguma forma Ă indĂşstria automobilĂstica. VocĂŞ conhece, acima da mĂŠdia, o que acontece no setor e, como eu, deve estar atĂ´nito com a velocidade das mudanças na forma de construir e usar os novos carros – em especial, com os avanços da eletrĂ´nica. VocĂŞ ĂŠ tambĂŠm uma dessas pessoas que gostam de entender como as coisas funcionam? Quer descobrir como as portas dos carros abrem mesmo se a chave estĂĄ no bolso e como o ambiente a bordo se ajusta Ă s suas preferĂŞncias automaticamente? Ou como o ‘sistema’ entende suas ordens para sintonizar o rĂĄdio, escolher mĂşsicas, checar emails ou ligar o navegador? AĂ vai uma boa notĂcia: esta revista responderĂĄ pelo menos uma parte dessa sua curiosidade. Ela explica tambĂŠm que junto com a dose extraordinĂĄria de infotainment e serviços via internet os carros do primeiro mundo trazem uma parafernĂĄlia de eletrĂ´nicos para aperfeiçoar a segurança, o comportamento dinâmico e a performance do powertrain. A edição avalia o mercado e traz o ponto de vista de montadoras, sistemistas e fornecedores de componentes, produtos e serviços na ĂĄrea de eletrĂ´nica embarcada e tecnologias inteligentes de transporte. Entrevistamos especialistas e encomendamos artigos acessĂveis a experts como AndrĂŠ Dantas, Alexandre Garcia e CĂŠsar Manieri. HĂĄ um dicionĂĄrio de termos tĂŠcnicos (com link para vocĂŞ fazer download) e um quem ĂŠ quem, para vocĂŞ encontrar empresas e executivos. Guilherme Manechini e Fernando Garcia se encarregaram de cobrir as ĂĄreas de conectividade, rastreamento e segurança veicular. Coube Ă Giovanna Riato ouvir a Cetesb e o engenheiro Gabriel Murgel Branco para explicar a convivĂŞncia entre carros e a comunidade em metrĂłpoles como SĂŁo Paulo. Mas, afinal, quando vamos ter conectividade plena e as outras maravilhas da eletrĂ´nica nos carros made in Brazil? Calma. Por enquanto o que ĂŠ high tech predomina nos importados e vem dos Estados Unidos, Europa e celeiros asiĂĄticos. Por aqui as novas tecnologias dependem de um empurrĂŁo da legislação e estĂmulos (como no caso do ABS, airbags e chip veicular) e a montagem de sistemas recorre a componentes importados. Destaques começam a aparecer no menu de opcionais. É preciso reconhecer tambĂŠm que a engenharia local jĂĄ domina arquiteturas e softwares. Ao lado da eletrĂ´nica embarcada, tema de capa, vocĂŞ vai encontrar notĂcias do setor automotivo, a anĂĄlise de Solange Calvo sobre tecnologia da informação, o balanço de DĂŠcio Costa sobre as compras das montadoras, complementado pelas entrevistas de Fernanda GuimarĂŁes com os fornecedores de insumos. Seu comentĂĄrio sobre a edição serĂĄ bem-vindo e ajudarĂĄ a construir as prĂłximas.
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Diretores Maria Theresa de Borthole Braga Paula B. Prado Paulo Ricardo Braga Editor Paulo Ricardo Braga MTPS 8858 Redatoras Fernanda Guimarães, Giovanna Riato Colaboradores Alexandre Guimarães, AndrÊ Dantas, CÊsar Manieri, DÊcio Costa, Fernando Garcia, Guilherme Manechini, Solange Calvo, Sonia Moraes Design e diagramação Ricardo Alves de Souza Luis Prado Catiane Lauser (modelo) Cassiano Assmann (maquiagem) Pesquisa Bruna Carvalho, Carina Costa, Carolina Piovacari, Juliana Diniz, Josiane Lira, Thais Celestino Publicidade Paula B. Prado paulabraga@automotivebusiness.com.br Tel. 11 5095-8885 Atendimento ao leitor, CRM e database Bruna Carvalho brunacarvalho@automotivebusiness.com.br Marketing e vendas Carina Costa carinacosta@automotivebusiness.com.br Comunicação e eventos Carolina Piovacari carolinapiovacari@automotivebusiness.com.br Pesquisa Juliana Diniz julianadiniz@automotivebusiness.com.br Josiane Lira josianelira@automotivebusiness.com.br Media Center e Automotive Business TV Thais Celestino thaiscelestino@automotivebusiness.com.br Março de 2010 Margraf Distribuição ACF Acåcias, São Paulo Editada por Automotive Business, empresa associada à All Right Serviços de Comunicação e Marketing Ltda.
Av. IraĂ, 393, conjs. 52 e 53, Moema, 04082-001, SĂŁo Paulo, SP, tel. 11 5095-8888. redacao@automotivebusiness.com.br publicidade@automotivebusiness.com.br
MERCADO
UM PASSO À FRENTE, SURPREENDER E PROVOCAR ESSA É A RECEITA DO PRESIDENTE DA DELPHI PARA A AMÉRICA DO SUL EM TEMPOS DE INOVAÇÃO
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oucas empresas competem com a Delphi na hora de apresentar um portifólio de inovações. A sistemista tem uma longa história voltada para a indústria automobilística e continua com o pé no acelerador, mesmo após os tempos difíceis agravados pelo tsunami que desorganizou o mercado global. “A inovação é decisiva neste momento de competição intensa que tem caracterizado o setor automotivo” – afirma Gábor Deák, que comanda as operações na América do Sul. Ele explica que não é suficiente acompanhar tendências e responder com bons produtos aos desejos do consumidor – é preciso estar um passo à frente, surpreender e provocar o fabricante de veículos com boas oportunidades. Especialmente na área de eletrônica embarcada,
uma das mais dinâmicas. A atuação da companhia na região está concentrada em climatização, módulos eletrônicos, sistemas de segurança e áudio, arquiteturas eletroeletrônicas e sistemas para gerenciamento do motor. Da sede na avenida Goiás, em São Caetano do Sul, SP, Gábor dirige doze unidades na região, uma delas no exterior, na Terra do Fogo, Argentina. A lista de produtos locais é complementada por uma infindável relação de sistemas e componentes automotivos disponíveis em mais de 270 unidades e 24 centros de engenharia que a corporação possui ao redor do mundo. Uma amostra desses produtos esteve em exposição no Salão de Genebra, de 4 a 14 de março. Apesar de não ter montado um estande próprio, a Delphi destacou a presença da marca na maioria dos
produtos exibidos pelas montadoras. “Nossas tecnologias presentes em Genebra, como nos outros salões, promete ajudar o motorista a ficar mais seguro e se manter conectado. Todas pretendem ser amigáveis ao meio ambiente e minimizar o impacto das emissões e da presença dos veículos no meio urbano” – ressalta o presidente da Delphi. A marca estava presente no Ford C-Max e Volvo S60 com o Electronically Scanning Radar, que promete elevar a segurança ativa a novos níveis, beneficiar o piloto automático e o alerta de colisão, junto com suporte a frenagem para minimizar o impacto em colisões. O radar é preciso em longo e médio alcance, detectando veículos e pedestres. O Mégane Coupé Cabriolet será um dos veículos equipados com o
GÁBOR DÉAK, presidente da Delphi
novo sistema de common rail para Diesel da Delphi, com respostas mais rápidas, controle preciso no volume injetado e otimização de emissões. Os novos Opel Meriva, Porsche Cayenne e VW Touareg exibidos em Genebra traziam sistemas de climatização da marca, enquanto um alto grau de conectividade a bordo era explorado no sistema de recepção para TV da nova BMW Série 5, Mercedes-Benz E-Class Cabriolet e Porsche Cayenne – com qualidade semelhante à obtida em casa, mesmo a alta velocidade. Novos avanços em arquitetura eletroeletrônica estavam presentes ainda no novo Porsche Cayenne, Renault Wind e no Volkswagen Touareg.
TRISTE FINAL PARA A FÁBRICA DA NUMMI JOINT VENTURE GM-TOYOTA JÁ FOI MODELO Toyota confirmou que em abril fechará a fábrica de Fremont, Califórnia, implantada em 1984 pela Nummi, joint venture que compartilhou até o ano passado com a General Motors. O empreendimento, tido como o mais importante do setor na cooperação entre Japão e Estados Unidos, acaba de forma melancólica apesar dos esforços dos trabalhadores e do governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger.
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MERCADO
i-MiEV, UM ELÉTRICO PARA O BRASIL A MITSUBISHI DO BRASIL AVALIA O CARRO, PENSA NA IMPORTAÇÃO E ATÉ EM MONTAGEM NA FÁBRICA DE GOIÁS
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utomotive Business avaliou o i-MiEV, carro elétrico que a Mitsubishi trouxe ao Brasil para testes. A empresa pode importar o veículo dentro de dois ou três anos e já pensa em montagem local. O preço no Japão (US$ 31.000, já com o subsídio de US$ 14.300 do governo) mais os impostos elevariam hoje o custo do carro por aqui aos R$ 100 mil. O diretor de planejamento da empresa no Brasil,
Reinaldo Muratori, aposta em uma redução expressiva nesse valor com novas tecnologias e maior escala de produção. Com 3,40 m de comprimento, acomoda bem quatro pessoas com até 1,90 m de altura. O desempenho surpreende, com boa arrancada. O motor elétrico de 47 kW (64 cv e 18,4 kg.m), alimentado por corrente alternada a 330 V, leva o carro a 130 km/h,
velocidade limitada eletronicamente. O carro é um plug-in – a recarga da bateria de íonlítio (16 kWh) pode ser feita em casa em tomada de 110 V (14 horas) ou 220 V (7 horas). Um dispositivo de carga rápida trifásico (200 V, 50 kW) repõe 80% da carga em 30 minutos. A autonomia depende bastante da forma de dirigir e chega a até 160 km, em circuito misto. A transmissão permite escolher entre três formas de condução, mais econômicas ou com maior performance: Drive, Economy e Brake (com máxima regeneração de
energia). Para melhorar o alcance é preciso diminuir a pressa, desligar o ar condicionado quando a carga estiver baixa e ficar de olho no econômetro que fica no painel. O i-MiEV pesa 200 kg a mais do que o similar com motor a combustão de 600 cc. Como as baterias estão ao nível do assoalho do carro, o centro de gravidade fica 7 cm mais baixo, melhorando bastante a estabilidade. O carro tem ar condicionado, freios ABS, rádio, navegador, airbags, direção com assistência elétrica e vidros acionados eletricamente. O ambiente interno é bastante agradável e silencioso. Estimativas da Mitsubishi do Brasil indicam um custo energético de R$ 0,03 por km rodado. Um carro a combustão equivalente gastaria cerca de R$ 0,22 com gasolina ou álcool. (Paulo Ricardo Braga)
OLIMPUS, 100% BRASILEIRA EM ALARMES E ANTENAS EMPRESA FAZ PARA A VW O COMING/LEAVING HOME
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Olimpus Automotive, 100% brasileira, com 60 anos de tradição, integra a relação de fornecedores de muitos fabricantes de veículos. Na linha de produtos estão antenas para rádios automotivos, sistemas de alarme, com a linha PadLock, que oferece controle remoto anticlonagem e pin code para desativação por código personalizado. A empresa desenvolveu para a Volkswagen o sistema coming/leaving home, que mantém os faróis acesos por 30 segundos quando o alarme está ativado – permitindo ao usuário chegar à porta de casa, por exemplo.
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MERCADO
SEM MÁGICA, ENGENHEIRO DE CALIBRAÇÃO SUA ACREDITE: O TOQUE DE MIDAS NO SISTEMA VEICULAR AINDA É HUMANO
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eletrônica faz mágicas, há softwares para tudo e o trabalho do engenheiro de aplicação na área de motores foi simplificado ao extremo. Será que é essa a realidade? “Não é bem assim” – garante João Irineu Medeiros, diretor de engenharia da FPT – Powertrain Technologies, empresa de motores e transmissões do Grupo Fiat, que atende também projetos para terceiros. O engenheiro explica: para desenvolver um projeto de powertrain podem ser necessários dois anos. Mas será preciso dedicar um ano e meio também ao trabalho de calibração, incluindo o esforço em bancada e depois em campo. Isso vale quando se trata de um programa original, completo. Mas modificações em um veículo já existente podem exigir também meses de ensaios para calibração. A introdução do OBDBr2 é um exemplo. Concebido para atender exigências do Proconve na área de diagnóstico a bordo e detectar problemas na operação do motor e controle de emissões, o sistema exigiu uma nova centralina para os carros da
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JOÃO IRINEU MEDEIROS, diretor de engenharia da FPT
Fiat, produzida pela Marelli, e oito meses na engenharia para calibração. O OBDBr2 possui a tradicional sonda para analisar o nível de oxigênio na entrada do catalisador e acrescenta outra para fazer a medida depois do dispositivo, utilizado para reduzir emissões. A diferença entre os registros das duas sondas revela se a combustão está adequada (estequiométrica) e também se ocorrem falhas na centelha que provoca a queima do combustível no cilindro. “Se falhar o centelhamento, uma parcela do combustível chegará ao catalisador e será queimada em virtude da alta temperatura local. Esse efeito indesejado
prejudica o catalisador e deve ser detectado” – afirma João Irineu. O nível de informação que circula nos circuitos eletroeletrônicos dos novos veículos eleva a complexidade dos softwares e exige capacidade crescente de processamento. Além de uma central de controle é necessário muitas vezes recorrer a processadores menores para gerenciar funções específicas. “Cada novidade no carro leva a uma reavaliação da arquitetura eletroeletrônica e provavelmente a novas calibrações” – ressalta João Irineu, garantindo que não é viável apenas implantar um modelo matemático para atender cada modificação. A calibração determina o tipo de reação de um sistema às variáveis de entrada. Embora softwares façam o trabalham inicial, o ajuste efetivo fica por conta do engenheiro, que despenderá milhares de horas em bancada e nos testes de campo para chegar ao resultado desejado. Ele tem escolhas a fazer, como privilegiar melhor consumo ou desempenho no caso do motor. Uma lógica está
embutida em cada sistema eletrônico do carro, como no levantador do vidro das janelas. O processador recebe inputs dos sensores que acompanham o movimento do vidro, mas cabe ao engenheiro definir a calibração: com que velocidade o vidro sobe ou desce, o que acontece se houver resistência, quando deixar uma pequena abertura para facilitar o fechamento da porta. No caso do powertrain a calibração é muito mais complexa, por envolver inúmeras variáveis e mudanças contínuas. Basta imaginar o que precisa ser controlado durante o que parece ser uma simples troca de marcha, com os sistemas by-wire em ação: para tomar decisões e atuar, o controle eletrônico deve enxergar o que acontece na aceleração, embreagem, caixa de marchas, temperatura do motor, abertura da borboleta, velocidade atual, carga da bateria – só para falar de algumas medições. Complexidade semelhante caracteriza também a maioria dos sistemas que contribuem para a segurança dos passageiros, como ABS, airbags e controles de estabilidade do veículo. Para equacionar as soluções, nada de mágica, apesar da ajuda da eletrônica e dos softwares. Na hora do vamos-ver, o engenheiro precisa colocar suas habilidades em jogo.
MERCADO
STILO: QUEDA DE BRAÇO ENTRE DPDC E FIAT
O LIVRO DE ELETRÔNICA EMBARCADA
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PUBLICAÇÃO FOI ESCRITA POR PROFISSIONAL DA GM
recall para o cubo da roda de 52 mil modelos Stilo está em andamento, mas promete render mais polêmica entre a Fiat e o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, que se baseia em parecer do Cesvi solicitado pelo Denatran para exigir reparos. A montadora se defendeu com laudos e testes feitos na Itália e pelo Inmetro. O DPDC diz que o cubo é produzido inadequadamente com ferro fundido e teria provocado o desprendimento de várias rodas, resultando em acidentes com pelo menos oito mortes. A Fiat sustenta que o produto não tem defeito – as rodas se soltariam por causa de acidentes, que não teriam sido causados pelo cubo. O cubo de ferro fundido não é produzido no Brasil e os novos, de aço, virão também da Europa.
WIREX, CABOS TAMBÉM A METRO FABRICANTE FICA MAIS VERDE E EXPANDE NEGÓCIOS
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erceira maior fabricante local de cabos de energia de baixa e média tensão, com capital 100% nacional, a Wirex amplia a participação no segmento de cabos de bateria para o setor automotivo, destacando-se nos fornecimentos para MAN, MercedesBenz, Case New Holland e Iveco. Tradicional fornecedora de produtos para veículos leves da Volkswagen e da Ford, a empresa prepara-se para um novo modelo de negócio, atendendo ‘chicoteiros’ e sistemistas responsáveis pelo sistema elétrico dos veículos. “Somos o único fabricante nacional de cabos de bateria com a qualificação Baumuster VW. Novas portas estão se abrindo”, assegura Rui Sérgio Barbosa Machado, gerente comercial, que já acertou com Delphi e Kroshu o suprimento de cabos a metro, diferentes acabamentos e especificações personalizadas. Os terminais passam por crimpagem mecânica e o chumbo do processo de solda está sendo eliminado.
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lexandre de Almeida Guimarães, gerente de engenharia na General Motors do Brasil, escreveu um dos raros livros dedicados a eletrônica veicular. Editado pela Érica, “Eletrônica Embarcada Automotiva” analisa os principais sistemas e componentes eletroeletrônicos que existem no automóvel, trata de arquiteturas e de tendências na área. Para comprar consulte www.editoraerica.com.br.
2010, ANO DE RECORDE PARA A INDÚSTRIA
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elas projeções da Anfavea, entidade dos fabricantes de veículos, 2010 será uma ano de recordes absolutos no setor automotivo. As estimativas anunciadas pelo presidente da Anfavea, Jackson Schneider (que passa o comando da entidade a Cledorvino Belini no final de abril) indicam o emplacamento no País de 3,40 milhões de unidades (3,14 milhões em 2009), com a produção local de 3,39 milhões de veículos (3,18 milhões no ano passado). Na prática haverá um empate técnico entre importações e exportações, situação incômoda para um setor que já exportou 734 mil veículos em 2008, 475 mil em 2009 e aposta em 530 mil para este ano.
LIBERAR O DIESEL PARA CARROS DE PASSEIO? REPRESENTANTES DA SAE BRASIL ACHAM DEMOCRÁTICO
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Tech Day promovido pela SAE Brasil dias 2 e 3 de março em Piracicaba, SP, convidou jornalistas para avaliar a tecnologia de motores Diesel. Automóveis, picapes e SUVs cedidos pela Kia, PSA, Toyota, TAC e Volkswagen foram testados, em paralelo às apresentações técnicas, que incluiram biodiesel, H-Bio e Diesel de cana. Bosch e Delphi patrocinaram o encontro. Rubens Avanzini, coordenador da Comissão Técnica de Tecnologia Diesel da entidade citou estudos europeus apontando que carros a Diesel são 30% mais econômicos que os do ciclo Otto, apresentam torque 50% mais elevado e redução de emissões de 25%.
CENTRAL ELÉTRICA VEICULAR MADE IN BRAZIL DISPOSITIVO DE BAIXO CUSTO DA DELPHI SERÁ EXPORTADO
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TECNOLOGIA DE PONTA NA AGRICULTURA AGRICULTURA DE PRECISÃO JÁ CHEGOU AO BRASIL COM A CNH
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ecnologias para a agricultura de precisão chegaram ao Brasil em 1995, mas só agora começam a ganhar espaço nas práticas gerenciais para reduzir perdas e elevar a produtividade. Nos equipamentos da CNH (Case e New Holland) a barra de luz com orientações por GPS está no centro dos sistemas, armazenando informações de acordo com a posição e gerando levantamentos sobre a produtividade das áreas trabalhadas. A ferramenta pode ser usada pelos produtores para análise de solo, aplicação de insumos e defensivos, plantio e colheita referenciados.
Mapec, com um novo conceito de central elétrica atrativo para mercados emergentes, foi desenvolvida por engenheiros brasileiros da Delphi e pode revolucionar a arquitetura eletroeletrônica de veículos de baixo custo. Há vantagens como o chaveamento de potência inteligente, escalonamento de funções na mesma plataforma, gerenciamento de carga e otimização de arquitetura. O componente elimina fusíveis, relés e módulos eletrônicos, além de outros componentes elétricos e mecânicos nos automóveis.
DIREÇÃO ELÉTRICA PARA CARROS POPULARES DHB PROMETE NOVIDADE PARA 2010
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DHB desenvolveu em sua unidade de Porto Alegre, RS, conceito inédito de sistema de direção com assistência elétrica voltado a veículos de entrada (motorização 1.0, 1.4 e 1.6) que deve estar no mercado brasileiro em pelo menos uma plataforma este ano. A tecnologia do sistema E3D é submetida a testes de homologação por montadoras locais.
NOVO CAPÍTULO NA HISTÓRIA DO AUTOMÓVEL
ENCONTRE SEU SMART COM O CAR FINDER
JOSÉ LUIZ VIEIRA COMPLETA A COLEÇÃO
APLICATIVO FOI CRIADO PARA O IPHONE
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editora Alaúde lançou o terceiro volume da coleção “A História do Automóvel”, de José Luiz Vieira, engenheiro automotivo e jornalista especializado. A obra é dividida em três partes. Na primeira o autor aborda a mobilidade desde a pré-história até 1908. O segundo volume traz informações entre os anos de 1908 e 1950. O último livro reúne os fatos recentes relacionados ao automóvel.
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smart anuncia que foi a primeira marca de automóveis a transformar o celular em um computador multimídia de viagem incorporando funcionalidades como chamadas telefônicas hands free, coleção de músicas, rádio pela internet e sistema de navegação inteligente. Há também o Car Finder, que guiará você de volta ao local em que estacionou seu carro.
MERCADO
CARRO FAZ SHOW EM LAS VEGAS MAIOR EVENTO DE TECNOLOGIA DA HISTÓRIA DESTACOU AS INOVAÇÕES DA ELETRÔNICA EMBARCADA NO CONSUMER ELECTRONICS SHOW, COMO O MY FORD TOUCH E O UVO DA KIA
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o Consumer Electronics Show, maior evento de tecnologia da história, em Las Vegas, nos Estados Unidos, de 7 a 10 de janeiro, a eletrônica digital automotiva esteve em evidência ao lado de atrações revolucionárias como a televisão e o BlueRay 3D, e-books, novas gerações de produtos ‘verdes’ e um infindável menu de smartphones, netbooks e tablets. Alan Mulally, presidente e CEO da Ford Motor, apresentou o inovador My Ford Touch, com interface customizável no painel para integrar dezenas de funções
de comunicação, conforto e segurança. A Kia Motors respondeu rápido com o UVO, sistema de comunicação e entretenimento desenvolvido com a Microsoft que estará no Sorento. “Nosso futuro é brilhante, porque somos inovadores” – afirmou na feira Gary Saphiro, presidente da Consumer Electronics Association, anunciando para os 2.500 expositores (380 voltados para a área automotiva) US$ 681 bilhões em vendas globais em 2010.
DEZ MILHÕES DE VEÍCULOS FLEX BRASILEIROS GOL, PIONEIRO, AINDA É LIDER DE VENDAS
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flex representa 86% dos emplacamentos no País e alcançou 10 milhões de unidades produzidas desde 2003, quando foi lançado o VW Gol com aplauso do presidente Luis Inácio Lula da Silva (foto). O anúncio foi feito dia 4 de março, data em que o marco foi atingido. “O etanol é imbatível contra o efeito estufa, com o flex e na adição à gasolina” – disse Francisco Nigro, professor da Poli-USP, a Automotive Business. Enquanto o flex com etanol restringe a emissão líquida de CO2 a 30 g por quilômetro rodado, europeus e norte-americanos penam para chegar aos 100 g CO2/km na guerra contra o efeito estufa.
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VW: HANGAR NA ALEMANHA PARA DESIGN BRASILEIRO A COMUNICAÇÃO COM A MATRIZ AGORA É MAIS VIRTUAL DO QUE NUNCA. TUDO É ANALISADO E ALTERADO SEM SAIR DO BRASIL
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esponsável pela mudança radical na forma de desenvolver automóveis, a tecnologia digital é considerada um grande milagre para a indústria automobilística. “Sem computadores, sistemas automatizados e acessórios digitais os recursos eram poucos para se controlar os projetos que eram criados há 15 anos”, afirma Alberto Veiga (foto), gerente executivo de design e package da Volkswagen do Brasil. “Hoje, com a disponibilidade do sistema virtual, é possível fazer várias alterações no automóvel sem perder muito tempo. Isso não acontecia no passado”, comenta o especialista, explicando que a tecnologia digital também permite desenvolver automóveis no Brasil, em plataformas globais, de forma mais integrada com a matriz. “Antes tínhamos que preparar os projetos e ir à Alemanha. Agora tudo é analisado e alterado sem sairmos do Brasil”, diz. Para facilitar a integração dos projetos, a Volkswagen montou há dois anos um estúdio de design do Brasil no próprio complexo de design na Alemanha. “O International Design tem um hangar que abriga o design brasileiro e o chinês”, informa Veiga. “Este foi o grande passo na internacionalização do design para elevar o nível de qualidade dos automóveis”. No Brasil o centro de criação está instalado na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Com a moderna tecnologia 3D e modernos equipamentos de projeção, é possível simular virtualmente os novos projetos com a cooperação simultânea do grupo Volkswagen. Segundo Veiga, a grande
mudança na área de criação da indústria automobilística decorreu de transformações que ocorreram na comunicação por meio da internet e por aparelhos celulares. Ele admite, no entanto, que em termos estruturais o automóvel continua sendo o
mesmo de 25 anos atrás: “A diferença é que o carro está mais seguro, mais confortável e com mais tecnologia embarcada”, observa Veiga. Mesmo com todos os recursos disponíveis hoje para a criação de um automóvel, o tempo de desenvolvimento não encurtou muito – varia de três a quatro anos, segundo Veiga, do primeiro desenho até o nascimento do automóvel: “Ao mesmo tempo que aceleramos os processos as exigências também avançam. Há muitos itens que precisam ser pesquisados e ainda é necessário se preocupar com a segurança, aerodinâmica e todas as exigências da lei”.
Segundo o gerente executivo de design da Volkswagen, na hora de criar um novo carro fatores como redução de custo, utilização de materiais recicláveis, consumo de combustíveis e níveis de emissões têm o mesmo grau de importância. “As tendências são criadas no dia-a-dia de trabalho. O desafio é criar novas ideias e renovar esta identidade voltada para o DNA da Volkswagen. Mas é preciso ter parâmetros de viabilidade financeira para cada modelo criado. No Touareg o nível de acabamento é diferente do Gol, que é um carro de entrada no Brasil”, esclarece. Veiga entende que o carro do futuro continuará avançando em vários nichos de mercado. Haverá cada vez mais veículos urbanos, para o lazer e a família. A eletrônica vai evoluir muito e ajudar na maior integração com o usuário, com grau crescente de conectividade. A demanda por tamanhos e tipos de automóveis dependerá das características de cada região ou país. “Um carro pequeno é bom para São Paulo ou Rio de Janeiro, com tráfego intenso, mas em outras localidades do Brasil o jipe pode ser a melhor indicação. Enquanto isso, em Berlim o maior interesse é pelo carro elétrico”, afirma Veiga. Tipo e qualidade dos materiais automotivos também evoluem. “Para cada produto temos novas tecnologias de tecidos que possibilitam explorar visualmente o interior do carro. No setor de plástico existem novos processos de texturização que oferecem maior harmonia ao interior do automóvel”, finaliza Veiga. (Sonia Moraes)
ENTREVISTA
| FLÁVIO CAMPOS
MOMENTO ESTRATÉGICO DA ELETRÔNICA NOVOS INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS NO SETOR AUTOMOTIVO ABREM LUIS PRADO
PERSPECTIVAS PARA A INOVAÇÃO, PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
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modesto conteúdo de eletrônica embarcada nos carros produzidos no Brasil incomoda Flávio Campos, diretor de engenharia para a América do Sul na Delphi e um especialista nessa área. Ele entende que o País tem sido expectador das pesquisas e tendências internacionais, enquanto europeus, americanos e asiáticos demonstram uma visão estratégica apurada e objetivos claros para sua indústria automobilística. Na sua percepção, faltam planos macroeconômicos e setoriais até mesmo de curto prazo para guiar os empreendimentos brasileiros. Ele sinaliza, no entanto, que vivemos um momento histórico para acabar com essa letargia e aproveitar o tsunami de investimentos que desembarcam na região para promover pesquisa, desenvolvimento e inovação. Em entrevista a Automotive Business, Flávio Campos tratou das questões fundamentais no avanço da eletrônica embarcada, avaliando novidades, as explosivas conquistas na área de conectividade, infotainment e segurança, projetos globais e oportunidades abertas à engenharia brasileira. Familiarizado com o desenvolvimento de produtos e processos, ele dedicou a carreira à indústria automobilística e, em especial, à gestão de projetos de sistemas para as montadoras. Durante muitos anos ligado à Delphi, trabalhou em planejamento estratégico e liderou operações industriais na América do Sul. Engenheiro com amplo conhecimento dos bastidores e operações da indústria automotiva global, é pós-graduado em gestão de inovação tecnológica e possui MBA Executivo pela Universidade Thunderbird, dos Estados Unidos. FLÁVIO CAMPOS, diretor de engenharia da Delphi
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AUTOMOTIVE BUSINESS – A eletrônica está chegando com força aos carros brasileiros? FLÁVIO CAMPOS – Nossos automóveis ainda trazem conteúdo modesto de eletrônica em comparação com mercados maduros e com o enorme arsenal de tecnologias disponíveis para aplicação. Isso vale para componentes de bordo e sistemas capazes de conectar os veículos entre si e a todas as partes do planeta, organizando o tráfego com segurança e eficiência. As possibilidades de interação entre os ocupantes, o carro e o mundo externo são extraordinárias e têm sido pouco aproveitadas. Eu não apostaria em uma mudança repentina dessa realidade no Brasil. AB – Qual o paralelo em relação a países maduros no setor automotivo, como Alemanha e Estados Unidos? FLÁVIO CAMPOS – Europeus, americanos e alguns asiáticos estão na vanguarda, em patamar bem mais elevado que o nosso e com mercados consumidores expressivos. Mas os avanços tecnológicos têm sido introduzidos nos sistemas veiculares de forma descoordenada por diferentes fabricantes e países do primeiro mundo. Há discussões intermináveis sobre os padrões que devem prevalecer. A Delphi já criou sistemas notáveis que não foram integralmente aproveitados, por chegarem antes da hora e o mercado não estar preparado para este tipo de novidade ou por falta de normas. Como exemplo, podemos citar as fontes de 42 Volts. AB – É possível prever um grau avançado de integração eletrônica ainda nesta década? FLÁVIO CAMPOS – Estamos a um passo da integração entre usuário, veículo, escritório e fontes de informação em diferentes partes do pla-
MAPEC BRASILEIRA
O progresso nesse campo também é incipiente por aqui. Em mercados avançados há soluções parrudas, sofisticadas e caras que agregam inteligência e capacidade surpreendente às centrais de processamento – muito mais do que acender a luz de cortesia quando as portas são abertas. Ainda temos o infotainment, a eletrônica de altíssima densidade para gerenciar informação e entretenimento dentro do carro. Estas seguramente serão as últimas tecnologias a equipar os veículos populares e não poderemos simplesmente importar esde sas soluções para aplicação direta nos veículos brasileiros.
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VAI ENTRAR NA
OSSAS LISTA DE NOSSAS ÕES EXPORTAÇÕES
neta. É mais fácil resolver os problemas tecnológicos do que ajustar interesses comerciais e gerenciais. Considero que o avanço não acontecerá de uma só vez em todas as partes do mundo, porque envolve infraestrutura de comunicação e recursos distantes de países em desenvolvimento. Podemos imaginar que em até dez anos haverá progressos importantes para uma consolidação.
AB – Quais são as possibilidades mais evidentes de avanços no campo da eletrônica veicular? FLÁVIO CAMPOS – Os pacotes de tecnologia podem ser examinados de forma separada, começando pelo gerenciamento do powertrain, que envolve motor e transmissão e passará por grandes avanços até o carro elétrico no futuro. Devemos considerar as inovações que dizem respeito ao body electronics (eletrônica na carroceria) e representam a estrutura nervosa no corpo do veículo.
AB – Por que não? FLÁVIO CAMPOS – Elas não vão FL ffuncionar em nossas plataformas ou não estão dimensionadas para a realidade local. Veja o caso das centrais eletroeletrônicas, que comandam a arquitetura dos veículos e podem ter mais de um processador. As centrais dos carros de ponta, no primeiro mundo, são um exagero para nós. O que fizemos? Estamos criando nosso próprio modelo e demos um passo inédito. A nossa, criada no Brasil, chamada de MAPEC (Multi Application Electrical-Electronic Center), foi simplificada e ganhou a função extra de gerenciar potência, além de comandar a inteligência veicular. Vamos exportar esse produto mais light para mercados com a mesma característica do nosso. AB – E a conectividade? FLÁVIO CAMPOS – Nessa área as possibilidades são imensas, como demonstrou a feira de eletrônica de Las Vegas, no início de janeiro. As inovações prometidas já foram adequadas aos carros. Encontramos no mercado internacional aplicações impensáveis há alguns anos, como programar um sensor para abrir o
ENTREVISTA
| FLÁVIO CAMPOS
portão de casa, acionar a iluminação do ambiente e o ar condicionado. O smart grid, um pouco mais distante, foi concebido para integrar a energia disponível na bateria do carro aos circuitos elétricos da residência ou do escritório. A bateria do veículo absorverá ou liberará energia, dependendo da conveniência ou do custo do quilowatt hora disponível na rede pública. Vão surgir também alternativas aos serviços pioneiros On Star da GM, que incluem acesso à Internet, rádio-satélite, previsão do tempo e do tráfego, mapas e percursos, localização de postos de combustível, alerta de manutenção, rastreamento, alarme de segurança e chamada automática de socorro em caso de acidente. Por trás disso tudo há sistemas veiculares avançados e um alto grau de interação. As novidades chegam até mesmo a colheitadeiras, com GPS e um preciso sistema de informação a bordo. AB – E as questões relativas a segurança? FLÁVIO CAMPOS – Há inúmeros sistemas em evolução, incorporando alta dose de eletrônica. A demanda é alta nesse campo, tanto para componentes ativos quanto passivos, em veículos de passageiros, caminhões e ônibus. Os ativos, como dispositivos que observam as reações do motorista, sensores de distância, artefatos anticolisão, ABS e sistemas de estabilidade, previnem acidentes. Os passivos ajudam a diminuir as consequências de um impacto inevitável, como o cinto de segurança e airbags. É preciso considerar também os investimentos futuros em vias inteligentes e comboios integrados, que tornarão o tráfego mais seguro e rápido. AB – Qual o papel da engenharia brasileira no desenvolvimento da eletrônica veicular? FLÁVIO CAMPOS – As discussões
20 BUSINESS
A engenharia brasileira é praticamente uma expectadora das pesquisas e tendências internacionais. AB – Quais os cenários para a evolução do nosso setor automotivo diante desse acanhamento tecnológico? FLÁVIO CAMPOS – Até agora o mercado automotivo brasileiro era visto como complementar. Com a rápida recuperação da crise internacional de 2008 o País passou a ser visto como bola da vez, ao lado da China e da Índia. O novo tsunami de investimentos traz uma oportunidade sem precedentes de promover pesquisa, desenvolvimento e inovação. A demanda local, que avança çã para 4 a 5 milhões de unidades por ano, passa a ser significativa mesano mo diante da norte-americana, que ficou acanhada dentro de uma persfico pectiva histórica. Espero que nossos pec ddirigentes não deixem esse momento passar em branco.
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OS AVANÇOS OS
TECNOLÓGICOS COS TÊM SIDO O
INTRODUZIDOS
NOS CARROS SEM ÃO COORDENAÇÃO
ENTRE FABRICANTES E PAÍSES
sobre o futuro da mobilidade urbana e da indústria automobilística são rasas aqui no Brasil. O automóvel existe no contexto mais amplo, do transporte individual e de massa, que precisa ser melhor avaliado. Não discutimos esse futuro. Não há qualquer plano consistente para dirigir o desenvolvimento local da indústria automobilística, muito menos da eletrônica veicular. Dominamos o básico e importamos coisas importantes, especialmente quando não há escala para justificar a produção local. Europeus, americanos e asiáticos têm uma visão estratégica muito mais apurada e plataformas de alto volume.
AB – Vamos caminhar em direção ao primeiro mundo? FLÁVIO CAMPOS – Devagar, possivelmente. A distância é enorme do ponto de vista tecnológico, de recursos para pesquisa e desenvolvimento e de políticas setoriais. O mercado e a pressão da legislação criam demandas adicionais, mas o resultado é pontual. O governo está atrasado. Copiamos com defasagem as experiências de fora. Executivos de planejamento em montadoras e autopeças mal enxergam dois anos adiante, porque não há horizonte de referência. Estabelecer programas de longo prazo ainda é ficção. Ficamos a reboque dos movimentos internacionais, com uma boa defasagem. É o caso do powertrain. O mundo avança para tecnologias de híbridos e elétricos. Aqui o flex trouxe acomodação, porque resolve o problema das emissões de CO2 junto com o etanol.
ENTREVISTA
| FLÁVIO CAMPOS
AB – Neste contexto qual a velocidade na evolução de sistemas mecânicos para eletroeletrônicos? FLÁVIO CAMPOS – Digamos que os projetos automotivos atuais são mais mecânicos com algum conteúdo de eletrônica. A coisa se inverterá até 2050. As vantagens da eletrônica são enormes. Isso ficou evidente, por exemplo, na passagem do carburador para a injeção eletrônica, que trouxe uma capacidade exponencial de gerenciamento e controle do powertrain, com evolução no consumo e emissões. Alguém já usou o termo em inglês pervasive (penetrante) para explicar a capacidade da eletrônica estar em diversos segmentos diferentes e para evidenciar os avanços multiplicadores da tecnologia eletrônica, seja em sistemas de gerenciamento, comunicação, conectividade, itens de conforto ou segurança. Sabemos que os sistemas eletrônicos são mais flexíveis e eficientes que os mecânicos. E também mais atrativos. AB – Onde a eletrônica chega primeiro? FLÁVIO CAMPOS – Safe, green, connected. Este é o foco da Delphi para desenvolvimento de tecnologias. Essas três palavras exprimem o desejo de segurança, tecnologias amigáveis ao meio ambiente e conectividade. Elas implicitamente definem, também, a demanda pela eletrônica. É claro que tudo deve se acomodar ao bolso do cliente. Vale também a pirâmide do Maslow. Satisfeitas as necessidades básicas, o consumidor se esforça para pagar pelas soluções de conforto. No Brasil estamos longe dessa sofisticação, por falta de poder aquisitivo e escala de produção. Mas já existe quem corra atrás de um GPS, depois de comprar coisas básicas como trio elétrico, ar condicionado, sistema de som com entrada de iPod e viva-voz para o celular.
22 BUSINESS
NÃO HÁ
na América, Ásia e Europa. Alguns grupos de OEMs são mais centralizadores, criam e desenvolvem o projeto em algum lugar do mundo -- de preferência, em sua matriz. Há vantagens como menor custo, maior velocidade e consistência. Mas há também a dificuldade em entender as realidades regionais. Um segundo grupo de OEMs ganhou boa autonomia no Brasil, ficando para a matriz o papel de referendar o que foi feito aqui. Um terceiro grupo de OEMs centraliza o desenvolvimento em algumas regiões do globo, m compartilha o projeto entre equimas pes multinacionais e diversas regiões. Ess diferentes abordagens mudam Essas p o papel do sistemista e das empresas de serviços de engenharia na cogestão do projetos. dos
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QUALQUER PLANO
CONSISTENTE PARA DESENVOLVER A INDÚSTRIA
IVA AUTOMOTIVA LOCAL E A
CA ELETRÔNICA
AB – Qual a participação da engenharia brasileira nos projetos? FLÁVIO CAMPOS – Nos anos 80 tropicalizamos soluções importadas. Nos anos 90 muitos projetos passaram a ser feitos aqui, com forte interferência de fora. Nesta década passamos a trabalhar em cogestão. Somos convocados à matriz ou às videoconferências para discutir projetos globais, damos nossa contribuição e fazemos exigências para adequação regional. O motor flex e a partida a frio estão sendo desenvolvidos aqui, embora seja preciso a benção da matriz.
AB – O projeto global volta à tona? FLÁVIO CAMPOS – O que acontece é diferente do passado, quando a matriz bolava um projeto e empurrava uma mesma solução para o mundo inteiro. Hoje o projeto é concebido a muitas mãos, em sessões globais que conectam centros de tecnologia
AB – O Brasil ficou para trás na oferta de componentes eletrônicos veiculares? FLÁVIO CAMPOS – Em boa medida, sim. Mas a indústria eletrônica é global e podemos reduzir nossa dependência com bons sistemas logísticos, alguma importação e incentivos para o desenvolvimento. É preciso considerar que as condições locais não favorecem a competitividade de alguns segmentos industriais, seja pela infraestrutura disponível, carga de impostos, ausência de investimento em pesquisa e a carência de pessoal especializado. Há também a questão da escala novamente. Os pequenos fabricantes tendem a desaparecer, a não ser que se dediquem intensamente à inovação. A capacidade de competir está cada vez mais atrelada à inovação. Empresas maiores têm mais massa crítica e recursos para inovar, que exige dinheiro, habilidades, engenharia, protótipos, laboratórios e boas equipes. AB - E as políticas macroeconômicas? FLÁVIO CAMPOS – São importan-
tes, mas soluçþes pontuais para o câmbio, financiamento e tributos sĂŁo paliativos, com alcance limitado na construção de uma indĂşstria. Precisamos de visĂľes e polĂticas de longo prazo, começando pela educação e qualificação das pessoas que comandarĂŁo o processo. DeverĂamos investir 3% do PIB em pesquisa bĂĄsica, aplicada e tecnologias de ponta. Com sorte chegaremos a 0,9% em 2012. Infelizmente a ponte entre a indĂşstria e a universidade ficou estreita e hĂĄ objetivos conflitantes que precisam ser derrubados dos dois lados. AB – Os asiĂĄticos preocupam? FLĂ VIO CAMPOS – Sim, porque tĂŞm objetivos claros e estĂŁo trazendo a competição para dentro de nossas fronteiras e mercados vizinhos. SĂŁo agressivos e inovadores e navegam em oceano azul. A nossa marĂŠ ĂŠ turbulenta. A pequena e mĂŠdia empresa brasileira estĂĄ naufragando, absorvida pelo capital estrangeiro, deixando de enxergar a escala global e investir em inovação por absoluta falta de recursos ou de visĂŁo. A eletrĂ´nica adiciona um elemento de criatividade ilimitada, sem fronteiras, que tem beneficiado quem tem tido olhos para enxergar esta oportunidade. AB – Vamos fabricar carros bĂĄsicos e importar os caros e avançados?
SETOR PRECISA DE
FLĂ VIO CAMPOS – Acredito que caminhamos nessa direção. Alto conteĂşdo e sofisticação virĂŁo de fora. NĂŁo vamos importar carros pequenos e simples. Essa trajetĂłria sĂł mudarĂĄ se houver uma forte determinação na criação de estratĂŠgias locais. Na verdade sequer hĂĄ programas efetivos para consolidar o Brasil como um polo de veĂculos bĂĄsicos. A Ă?ndia definiu sua vocação para construir veĂculos simples e baratos. JapĂŁo, CorĂŠia, China e Estados Unidos avançam em eletrĂ´nica na direção do carro elĂŠtrico. O Brasil parece se contentar com carros de motor mil, flex, pouco eficientes e parece estagnado nesta posição. Os chineses estĂŁo chegando e o PaĂs ainda nĂŁo definiu o contra-ataque para consolidar uma indĂşstria local forte.
de esforços nesse sentido, com raras exceçþes. Os poucos casos de veĂculos elĂŠtricos construĂdos tiveram mĂnimo incentivo oficial e ainda pagaram 25% de IPI versus os populares com alĂquotas de 10%. NĂŁo ĂŠ arriscado dizer que vamos ficar limitados ao flex por um bom tempo para combater as emissĂľes de CO2. Os projetos de motores flex estĂŁo patinando hĂĄ mais de dez anos, evoluindo de forma acanhada. NĂŁo operam em ponto Ăłtimo nem com gasolina nem com etanol. Talvez a legislação veicular dĂŞ um empurrĂŁo nos fabricantes em certos nichos. Ainda acredito que a eletrĂ´nica ĂŠ o melhor caminho para fazer esta realidade sair do papel para as ruas. „
AB – Como conviver com os asiåticos? FLà VIO CAMPOS – A receita deve ser competitividade de custos e inovação no desenvolvimento de soluçþes de engenharia.
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AB – Vamos ficar apenas com o flex? E os elĂŠtricos, no futuro? FLĂ VIO CAMPOS – NĂŁo parece simples chegar a um modelo brasileiro de carro hĂbrido ou elĂŠtrico para produção em massa, com engenharia e componentes locais. Inexistem evidĂŞncias
COMPETITIVIDADE DE CUSTOS E
MENT INOVAĂ‡ĂƒO NO DESENVOLVIMENTO DE SOLUÇÕES DE ENGENHARIA
Investimentos bilionĂĄrios na indĂşstria automobilĂstica exigem novas regras e infraestrutura, enquanto a competição internacional avança sobre nossas fronteiras. Como preservar conquistas locais e lançar um plano estratĂŠgico para o setor? A indĂşstria avançarĂĄ para papel do governo e das entidades? Conheça os novos cenĂĄrios neste fĂłrum automotivo.
Programa Michael Robinet CSM Worldwide
Paulo Cardamone CSM Worldwide
das 8h30 Ă s 18h00
Painel (com tradução simultânea) AUTOMOTIVE INDUSTRY: GLOBAL SCENARIOS & FORECAST Sales and production. New global plataforms. Supply chain challenges. Michael Robinet, Vice President, Global Vehicle Forecasts, CSM Worldwide Paulo Cardamone, Vice-Presidente, CSM Worldwide (projeçþes para o Brasil) A VISĂƒO DOS FABRICANTES DE VEĂ?CULOS Jackson Schneider, Presidente, Anfavea
Arnaldo Meschnark Sindiforja
Flåvio Del Soldato Sindipeças
ECONOMIA: SINAL VERDE PARA A INDĂšSTRIA AUTOMOBILĂ?STICA? OctĂĄvio de Barros, Diretor de Pesquisa e Planejamento, Bradesco Jackson Schneider Anfavea
OctĂĄvio de Barros Bradesco
PERSPECTIVAS DA CARREIRA NO SETOR AUTOMOTIVO Ivan Witt, Diretor, Steer Recursos Humanos Painel e talk show com os jornalistas Cleide Silva e Paulo Braga COMPETITIVIDADE: A INDĂšSTRIA DE AUTOPEÇAS EM XEQUE Paulo Butori, Presidente, Sindipeças (abertura) Arnaldo Frederico Meschnark, Presidente, Sindiforja (anĂĄlise) FlĂĄvio Del Soldato, Conselheiro, Sindipeças (anĂĄlise) Besaliel Botelho, Presidente, SAE Brasil (engenharia e tecnologia) LetĂcia Costa, SĂłcia da Prada Assessoria (palestra)
Besaliel Botelho SAE Brasil
Paulo Butori Sindipeças
O PONTO DE VISTA DO EMPREENDEDOR Painel de debates com representantes de importadores de veĂculos que anunciaram produção no Brasil. Ivan Witt Steer
LetĂcia Costa Consultora
Oportunidades para desenvolvimento consultorias e executivos de RH das montadoras.
A explosão do mercado e a revolução na cadeia produtiva Patrocínio Sérgio Andrade Usiminas
Alexander Seitz Volkswagen
João Pimentel Ford
Johnny Saldanha General Motors
Osias Galantine Grupo Fiat
Armando Meziat MDIC
! compras e engenharia das montadoras e seus fornecedores.
A EQUAÇÃO PARA MATÉRIAS-PRIMAS Sérgio Leite de Andrade, Vice-Presidente de Negócios, Usiminas Painel de debates com os jornalistas Décio Costa e Paulo Braga A NOVA REVOLUÇÃO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS Alexander Seitz, Vice-Presidente de Compras para a América do Sul, Volkswagen João Pimentel, Diretor de Compras, Ford , Vice-Presidente, Global Purchasing e Supply Chain, General Motors Osias Galantine, Diretor de Compras, Grupo Fiat ESTÍMULO À INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA NO BRASIL: A ATUAÇÃO DO GOVERNO Armando Meziat, Secretário de Desenvolvimento da Produção, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Apoio
Apoio Institucional
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Realização
MATÉRIA DE CAPA M
| ELETRÔNICA VEICULAR
CONFORTO E SEGURANÇA NÃO BASTAM
VOCÊ QUER SE CONECTAR A ELETRÔNICA MULTIPLICA A SEGURANÇA DOS PASSAGEIROS, REVOLUCIONA O CONFORTO A BORDO E FAZ MARAVILHAS NA ÁREA DE CONECTIVIDADE
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MY LINCOLN TOUCH trará as mesmas inovações no cluster que o Ford Taurus 2011
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tsunami de eletrônica embarcada prometido nos salões do automóvel recentes começa a se tornar realidade em mercados avançados para criar ambientes de alta tecnologia e conforto nos veículos. A densidade de inovação em lançamentos como o plug-in Volt, símbolo da renovação na GM, ou no Ford Taurus 2011, quase pronto para chegar às ruas, é arrasadora. A inovação é decisiva para manter em alta o interesse pelas novas gerações de veículos e fica em primeiro plano nos programas de investimento dos fabricantes. Projetos arquitetados antes da crise internacional de 2008 escaparam à escassez de recursos e avançaram firme em direção a novas fórmulas de aplicar a eletrônica no automóvel. A conectividade promete tornar a vida mais agradável no tráfego desgastante, integrando o usuário ao seu carro, ao carro ao lado, ao ambiente de trabalho e ao próprio sistema de informações do planeta – uma ideia que você viu no filme Avatar. Começam a desaparecer os tradicionais ponteiros e botões mecânicos: telas de LCD e painéis reconfiguráveis, sensíveis ao toque, elevam às alturas o infotainment, exibindo informações de toda natureza com um acervo de gráficos coloridos em 3D. Tudo isso tem preço ainda distante da realidade brasileira, mas o custo dos produtos eletrônicos está despencando com a disseminação de microprocessadores poderosos.
| ELETRÔNICA VEICULAR
Em considerável grau de defasagem para o primeiro mundo, o Brasil vence degraus no difícil caminho para dominar tecnologias avançadas que caracterizam os pacotes de eletrônica veicular embarcada reservados a powertrain, segurança, infotainment, conforto e carroceria. Em cada uma dessas áreas ocorrem avanços extraordinários no exterior, profetizados já nos anos 80. A eletrônica ganha importância exponencial no desenvolvimento do powertrain híbrido ou puramente elétrico, que deve ganhar representatividade em uma década. Da mesma forma que viabilizaram a operação dos sistemas flex, gerenciando a injeção de diferentes combustíveis e reduzindo emissões, os microprocessadores incorporam a lógica complexa para colocar em harmonia dispositivos como baterias, motores elétricos e a combustão, mecanismos de tração. Por aqui as conquistas chegam a bordo dos carros estrangeiros. Os veículos nacionais da fase pós-Collor nem de longe lembram carroças, mas a eletrônica aparece acanhada como acessório nos veículos de entrada e em alguma medida em carros intermediários, como demonstra a entrevista na abertura desta edição, com o diretor de engenharia da Delphi, Flávio Campos. Seus concorrentes sistemistas, fornecedores de componentes e sistemas, em coro com os representantes das montadoras, concordam em gênero e grau: o País ficou para trás. Há um punhado de explicações para nossa fragilidade no desenvolvimento de produtos avançados que caracterizam a eletrônica incorporada aos veículos. Uma delas reside no fato de haver no exterior farta disponibilidade, quase a pronta entrega. Tecnologias e hardware já na prateleira podem dispensar investimentos bilionários no Brasil. A Ásia tornou-se um
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dos celeiros – a China de hardware, a Índia de serviços e softwares. Europa e Estados Unidos oferecem o portifólio completo. CONTEÚDO O Brasil sequer produz microprocessadores, os componentes básicos para abrigar a inteligência das arquiteturas eletroeletrônicas. Tudo nessa área é trazido de fora, junto com os demais dispositivos responsáveis pelo sistema nervoso que organiza funções simples, como acender luzes na abertura das portas, e viabiliza as mais complexas, como gerenciar o funcionamento do motor e sistemas que melhoram o conforto, conectividade, estabilidade do veículo e segurança das pessoas. César Manieri, gerente de contas sênior da Infineon Technologies South America, calcula que um carro brasileiro traz o equivalente a US$ 164 em semicondutores, uma especialidade de sua empresa. O número pode subir para US$ 270 em 2014, mas é preciso levar em conta que a Europa já está nos US$ 370. O engenheiro lembra que a tecnologia eletrônica chegou ao automóvel de forma incipiente nos anos 80, com microprocessadores de baixa capacidade de processamento. “Hoje a operação do veículo está totalmente nas mãos da eletrônica, à qual 90% das inovações no setor automotivo estão relacionados” – enfatiza. Ele projeta que o mundo caminha para a produção de 73 milhões de veículos leves/ano, com conteúdo médio de 35% em eletrô-
nica, 22% hardware e 13% software. Nos bastidores comenta-se que essa seria a percentagem de eletrônicos nos materiais adquiridos para construir o novo Focus, que exibe um arsenal de funções para tornar confortável e segura a vida a bordo. O motorista dispensa a chave para abrir a porta com o recurso key less, literalmente conversa com o veículo, liga um sonzão como o do home theater e descobre as vantagens de estar conectado com o mundo. Plínio Cabral Jr., diretor de engenharia elétrica na General Motors do Brasil, estima que nossos veículos mais simples, equivalentes ao Celta, têm 10% a 15% do custo correspondente a sistemas elétricos e eletrônicos. Em escala crescente, na direção de SUVs e veícu-
LUIS PRADO/CONTROLE DA AUDI
MATÉRIA DE CAPA
CONECTIVIDADE avança a bordo para levar informação ao motorista
los de luxo do mercado internacional, ĂŠ possĂvel chegar a 45%. INOVAĂ‡ĂƒO A possibilidade de interagir com o carro e com o mundo externo passou a ser um diferencial importante para certas categorias de veĂculos produzidos em escala. Sistemas com LCDs, telas reconfigurĂĄveis que reagem ao toque, bluetooth e conexĂŁo para iPod e MP3 sĂŁo considerados bĂĄsicos e jĂĄ estĂŁo disponĂveis no Brasil, em geral como opcionais, ao lado do clĂĄssico ‘trio elĂŠtrico’, para vidros, espelhos e travas de portas. ChegarĂŁo agora sistemas de diagnĂłstico do funcionamento do veĂculo (OBD – On Board Diagnostic) e estĂŁo na fila ABS e airbag, por força da legislação.
“A capacidade de adicionar funcionalidades e atualizar sistemas para trabalhar com novos dispositivos ĂŠ indispensĂĄvel na indĂşstria, garantindo que os equipamentos nĂŁo fiquem ultrapassadosâ€? – assinalou Derrick Kuzak, vice-presidente de grupo de Desenvolvimento do Produto Global da Ford. Transportar para o ambiente veicular as aplicaçþes da eletrĂ´nica, no entanto, ĂŠ uma tarefa que traz desafios adicionais em relação ao mercado de consumo, no qual a escala de produção costuma ser elevada. Nem todas as plataformas automotivas alcançam nĂveis de montagem expressivos e hĂĄ um agravante: ĂŠ preciso que a maioria das tecnologias, criadas originalmente para escritĂłrios e salas de visita, sejam adequadas para operar em ambien-
tes hostis como ruas e estradas esburacadas, sujeitas a altas temperaturas, vibraçþes e trancos. Com o carro em movimento, existe um desafio extra: os sistemas devem ser suficientemente intuitivos e prĂĄticos para evitar a distração do motorista, que deve manter a atenção na condução do veĂculo. Para manter o piloto alerta os projetistas aperfeiçoaram os comandos de voz, para interagir com o carro, telefonar, sintonizar a estação preferida, saber a previsĂŁo do tempo, o andamento do trĂĄfego, o posto de combustĂvel mais prĂłximo. A interface entre usuĂĄrio e carro pode ser feita tambĂŠm por meio de dispositivos no volante ou displays sensĂveis ao toque – tudo simples e Ă mĂŁo, para garantir um final feliz Ă viagem. „
ELETRÔNICA VEICULAR
| MONTADORAS
A ELETRÔNICA À FRENTE DOS PROJETOS VEICULARES NA FORD, QUE APOSTA EM ELETRÔNICA EMBARCADA PARA RECUPERAR TERRENO DEPOIS DE ALGUNS ANOS DE MAUS RESULTADOS, A TECNOLOGIA AVANÇA RÁPIDO, EXIGINDO ARQUITETURAS FLEXÍVEIS E ATUALIZAÇÕES CONTÍNUAS
N
ão são muitos os engenheiros que tiveram as oportunidades do jovem Gustavo Fiod Schiavotelo, depois de se formar em eletrônica pela Poli, na USP. Em 1997, começou a trabalhar na Ford, como trainee
em desenvolvimento de produto, e logo depois foi enviado à matriz da corporação, em Dearborn, Estados Unidos, para contribuir no desenvolvimento dos chicotes elétricos do Fiesta e EcoSport. Os chicotes reunem cabos e conecto-
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MUITAS VEZES AS SOL SOLU SOLUÇÕES QUE PROC PROCURAMOS JÁ ESTÃO DISPONÍVEIS EM A ALGUM CENTRO D DE TE TECNOLOGIA LÁ FORA GUSTAVO FIOD SCHIAVOTELO, supervisor de engenharia elétrica no desenvolvimento de produto da Ford
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res para interligar componentes, como mostra a foto na capa desta edição. Depois dessa experiência Gustavo tornou-se engenheiro sênior responsável por sistemas elétricos de veículos da plataforma C (do Focus) e, em 2005, assumiu a função de supervisor de engenharia elétrica no desenvolvimento de produto, baseado em Camaçari, na Bahia, onde a Ford produz a maioria de seus veículos brasileiros. Ao longo da carreira que o levou a participar diretamente de projetos decisivos para a virada da Ford no País ele aprendeu rapidamente que a eletrônica passa a dominar aplicações para as quais nem mesmo era cogitada. “Com tantas novidades às vezes nos esquecemos que a eletrônica há pouco tempo tornou o carburador peça de museu e permitiu criar o sistema flex” – salienta. Especialista em sistemas de infotainment, Gustavo conta que até recentemente havia uma preocupação apenas em sincronizar o celular com
TECNOLOGIAS EM ALTA NO FORD TAURUS 2011
Navegação ativada por voz: tela de 8 polegadas mostra marcos em
MyKey: permite a pais ou administradores de frota ativar restriçþes ao modo de dirigir, impondo limite de velocidade e volume de som. Ativado, pede o uso do cinto de segurança, alerta para combustĂvel na reserva e ativa sistemas de controle de estabilidade, câmera para pontos cegos, invasĂŁo de pistas laterais, trĂĄfego cruzado e prevenção de colisĂŁo dianteira.
3D, trĂĄfego em tempo real, condiçþes do tempo, previsĂŁo do tempo, postos e preços de combustĂvel, resultados de jogos, listas de filmes. O sistema permite programar destinos, controlar o ar condicionado, sintonizar AM-FM, utilizar rĂĄdio-satĂŠlite, CD, DVD ou o disco de 10 GB para guardar atĂŠ 2.400 mĂşsicas. HĂĄ 32 telas de fundo disponĂveis.
Troca de marchas: seleção do
modo automĂĄtico ou manual, com controle no volante. Acesso inteligente: portando a chave com microchip a porta do carro destrava e ĂŠ possĂvel dar a partida pressionando o botĂŁo start. Motor Ecoboost V6: o Taurus tem como opcional motor de 3,5 litros biturbo de 365 hp, com desempenho de V8 e baixo consumo.
Sistema de ĂĄudio Sony: com Dolby Digital 5.1, doze alto-falantes e 390 watts RMS, exibe textos da estação sintonizada Tanque sem tampa: sistema inĂŠdito facilita o abastecimento e autosela a entrada de combustĂvel apĂłs a operação. Proteção solar: o vidro traseiro pode ser escurecido ao toque de um botĂŁo, tornando o ambiente mais confortĂĄvel. Acesso por cĂłdigo: teclado na coluna B permite digitar o cĂłdigo para abertura da porta do motorista. Alerta de veĂculo em ponto cego: dois mĂłdulos de
radar detectam a presença de veĂculos em zonas-cegas para o motorista, alertando nos retrovisores.
Assentos especiais: para motorista e
passageiros, reduzem fadiga, ajustam-se ao corpo e fazem massagem.
Alerta de trĂĄfego cruzado:
Piloto automĂĄtico: ajusta a velocidade
e monitora o tråfego adiante para garantir uma distância segura. Alerta de colisão e suporte a frenagem: sensores
com radar detectam veĂculos Ă frente, emitem sinais de alerta e prĂŠ-carregam um sistema auxiliar de frenagem em situaçþes de emergĂŞncia. Luz de alta intensidade: sensores permitem utilizar feixes de luz mais intensos quando nĂŁo hĂĄ veĂculos que possam ser prejudicados.
Câmera para visão traseira: ativada em
marcha-Ă -rĂŠ, oferece Sensor de chuva: um sensor visĂŁo adicional ao
os radares de pontoscegos permitem detectar tambĂŠm trĂĄfego cruzado quando o veĂculo sai de um estacionamento ou manobra em marcha-Ă -rĂŠ.
óptico detecta a intensidade da motorista com projeção chuva ou da neve para ajustar no retrovisor. a velocidade do limpador.
ELETRÔNICA VEICULAR
| MONTADORAS
FORD MY CONNECTION: conexão com o sistema de áudio pelo celular
o carro, mas o conceito avançou em várias frentes de forma extraordinária. Sistemas avançados de reconhecimento de voz e displays sensíveis ao toque permitem ao motorista conectar-se a diversas funções do carro e ao mundo externo sem distração. Não é preciso consultar a agenda para fazer ligações nem fazer manualmente a sintonia fina do rádio ou buscar a faixa de uma música. O usuário dá ordens ao sistema para telefonar e recebe via internet todo tipo de informação, sobre o carro, tráfego e atividades diárias. O pacote de tecnologias Sync está por trás do recém-lançado My Ford Touch, coordenando o sistema de voz e as funções disponíveis nas telas LCD bem à frente do motorista. Concebido como um sistema multimídia, o Sync agregou climatização e navegação, inicialmente com orientação por voz, via celular e provedor de serviços. Hoje é possível até plugar um modem 3G na porta USB para navegar na tela LCD ou usar um sistema de mapas com
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GPS. As funções celular, navegação, áudio e climatização do Sync, cada qual em um canto da tela, podem ser acessadas por voz ou toque. Novas possibilidades foram desenvolvidas, como personalizar o sistema para cada usuário por meio da chave de acesso. A chave de um adolescente pode ter limitações no volume de som ou na velocidade permitida. O novo display traz também interface para sistemas como controle de tração, câmeras para melhorar a visão externa, troca de unidades de medida e linguagem, sensores de estacionamento, compensação do volume do rádio em função do ruído do vento. NO BRASIL O mercado sulamericano está atrasado em relação a Europa e Estados Unidos, mas há muita inovação migrando para cá. “O Focus comercializado aqui equivale ao europeu” – assegura Gustavo, esclarecendo que a montadora pode trazer novidades sempre que
houver demanda. Aqui o MP3, Bluetooth e USB estão se tornando padrão. Virá depois comando de voz, como no Focus. As novidades aparecem em geral como opcionais, principalmente no caso dos carros mais simples. Os engenheiros brasileiros da Ford participam de projetos mundiais na área de eletrônica, discutindo arquiteturas, sistemas e componentes adequados. As demandas em cada região são levadas em conta no projeto global. A montadora desenvolve muitos de seus produtos dentro de casa, mas há sempre parceiros importantes nos projetos. “No caso da eletrônica a evolução é rápida e precisamos estar atentos a atualizações frequentes no projeto, mesmo na véspera do lançamento de um carro. Procuramos tornar os sistemas flexíveis e aptos a receber melhorias” – afirma Gustavo, esclarecendo que no Brasil os avanços são feitos por mudanças em hardware. Nos Estados Unidos já é comum fazer a atualização pelo software. GLOBALIZAÇÃO “Olhamos o negócio como um todo na hora de desenvolver sistemas e componentes veiculares. É preciso olhar a oferta e a demanda local de componentes, impostos, custo do frete, inovação e obsolescência, soluções compartilhadas com outros projetos, problemas logísticos envolvidos no caso de importações. Sempre que possível preferimos o fornecedor local” – afirma o engenheiro. Gustavo diz que não é mais possível cada região do globo projetar sistemas e componentes para si mesma: “É indispensável compartilhar, alinhar especificações, otimizar recursos. Muitas vezes as soluções que procuramos já estão disponíveis em algum centro de tecnologia lá fora. Trabalhamos em concerto global, com bastante interação entre grupos” – finaliza. (PRB)
ELETRÔNICA VEICULAR
| MONTADORAS
ELETRIFICANDO E CENTRALIZANDO OS COMANDOS O AGILE TROUXE GANHOS EM TECNOLOGIA ELETRÔNICA, QUE SERÁ ESTENDIDA A OUTRAS APLICAÇÕES. NA GM A TENDÊNCIA GLOBAL É A EVOLUÇÃO PARA SISTEMAS ELÉTRICOS, COM UMA BOA DOSE DE ARQUITETURAS CENTRALIZADAS.
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línio Cabral Jr., diretor de engenharia elétrica na General Motors do Brasil, recebe novidades com uma velocidade espantosa à medida que participa dos projetos globais da montadora que já foi líder disparada no mercado automotivo e hoje aposta na tecnologia de ponta para a retomada. Atento ao mundo da eletrônica de consumo, que hoje assiste programas em 3D e fica maravilhado com o novo tablet
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BUS BU B USI SINE S INE NES SS S
da Apple, uma de suas desafiantes (e certamente agradáveis) tarefas é descobrir como tudo isso deve ser adequado para chegar rapidamente ao mundo do automóvel. A eletrônica embarcada trata dos sistemas concentrados em automóveis, aviões e navios. Mas há aplicações importantes até mesmo em equipamentos agrícolas, como colheitadeiras que trabalham em áreas enormes e não podem
depender de uma simples bĂşssola para direcionar o veĂculo e gerenciar funçþes complexas ao colher e plantar. Na GM projetos elĂŠtricos ou eletrĂ´nicos sĂŁo colocados juntos no grupo ‘elĂŠtrico’, que reĂşne engenheiros de vĂĄrias partes do mundo para discutir aplicaçþes e projetos. “A cada novo veĂculo hĂĄ ganhos na ĂĄreaâ€? – ressalta PlĂnio. Foi o que aconteceu com o Agile, cuja arquitetura eletroeletrĂ´nica foi desenvolvida com suporte global de especialistas da marca. Algumas das novidades serĂŁo estendidas a outras famĂlias de veĂculos quando for conveniente. “Caminhamos firme para os carros elĂŠtricos, passando pelos hĂbridos. A eletrificação dos sistemas ĂŠ uma tendĂŞncia nĂtida do mercadoâ€? – define o diretor de engenharia, fazendo uma leitura do futuro prĂłximo. O engenheiro, que fez cursos de especialização e atuou em projetos de sistemas elĂŠtricos na Inglaterra (quando trabalhou na Delphi), Alemanha e Estados Unidos, aponta o Volt como um exemplo de consolidação de novas conquistas na ĂĄrea de eletrĂ´nica embarcada. Aqui no Brasil o flex ĂŠ outro case importante: “Sem eletrĂ´nica nĂŁo haveria flexâ€? – destaca. VeĂculos mais simples, equivalentes ao Celta, tĂŞm 10% a 15% de seu custo correspondente a sistemas elĂŠtricos. Os mĂŠdios, como Astra, chegam a 30% ou 35%. JĂĄ os avançados SUV beiram os 45%, dependendo dos opcionais agregados. PlĂnio ressalta que houve grandes progressos na introdução da eletrĂ´nica nos automĂłveis brasileiros, desde a aposentadoria do carburador. Ele analisa que desde os primeiros tempos da engenharia automotiva houve uma proliferação de mĂłdulos de controle, que operavam de forma isolada. Era o caso dos vidros, travas, alarme. Depois as funçþes passaram a ser centralizadas. No caso, veio o ‘trio elĂŠtrico’. A regra global ĂŠ centralizar o comando, embora se saiba que algumas fun-
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CAMINHAMOS FIRME PARA OS CARROS ELÉTRICOS,
PASSANDO PELOS
HĂ?BRIDOS. A ELETRIFICAĂ‡ĂƒO DOS
SISTEMAS É UMA
TENDĂŠNCIA NĂ?TIDA DO MERCADO PLĂ?NIO CABRAL JR., diretor de engenharia elĂŠtrica na GM do Brasil
çþes vĂŁo ficar sobrando em algumas regiĂľes. Dentro da nova maneira de projetar veĂculos, as equipes definem as arquiteturas dos diversos sistemas somando conhecimento disponĂvel em diferentes nĂşcleos ao redor do mundo. PlĂnio, por exemplo, comanda como diretor global um grupo especializado em baterias e alternadores (charging) que serve como referĂŞncia em todos os projetos da corporação. A GM classifica os sistemas eletrĂ´nicos em powertrain, carroceria (body systems), chassis, infotainment, telemĂĄ-
tica e segurança. Em todas essas ĂĄreas os avanços tĂŞm sido significativos. A ĂĄrea de telemĂĄtica ĂŠ uma das que avançam no Brasil. JĂĄ existe uma oferta local de sistemas que podem ser agregados aos veĂculos, como rastreadores e localizadores, incentivados pelas seguradoras e apoiados por fabricantes locais. A lei 253, que nasceu no Contran, obrigarĂĄ os novos veĂculos a incorporar de fĂĄbrica, de forma progressiva, um chip com funçþes de localização e rastreamento. Enquanto isso, a prefeitura
LABORATĂ“RIO NA GM analisa arquiteturas elĂŠtricas
ELETRÔNICA VEICULAR
| MONTADORAS
SISTEMISTA ATIÇA A MONTADORA Montadoras e fornecedores globais como Delphi, Bosch, Marelli, Continental e muitos outros trabalham a muitas mãos em desenvolvimentos na área de eletrônica. As iniciativas, muitas vezes, começam com os próprios sistemistas, empenhados em sair na frente e atiçar a montadora. Algumas coisas ficam na prateleira, como o 42 V. Plínio admite que os fornecimentos locais são limitados por questões de preço, escala e oferta de subcomponentes. Nesse ponto ele é endossado pela própria Abinee – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, que reconhece existir uma oferta acanhada de componentes nacionais para eletrônica embarcada. Mesmo no caso de chicotes, que encontram fios e plásticos no mercado local para a montagem, conectores e terminais muitas vezes são estrangeiros. O exemplo pode ser generalizado especialmente no caso de sistemas, como o painel. A Mapec da Delphi, um módulo que centraliza funções de comando em veículos, causa surpresa no mercado: o projeto e a montagem são feitos no Brasil e o produto entra no portifólio de exportação.
de São Paulo introduz outro chip, desta vez para identificar o veículo e controlar pagamento de IPVA e licenciamento. O dispositivo representa, ainda, um passo para o pedágio urbano (lembra do Sem Parar?). A GM oferece na América do Norte o OnStar, um pacote de serviços baseado em uma sofisticada infraestrutura telemática que inclui satélites e sistemas a bordo. É possível ouvir a previsão do tempo, telefonar em sistema viva-voz, enviar mensagens, diagnosticar componentes, descobrir postos de serviço e ter a proteção de sistemas de alarme automático em caso de acidentes. Podemos ter um OnStar no Brasil? “Não estamos longe disso” – garante Plínio, assegurando que já temos praticamente toda a infraestrutura necessária. (Paulo Ricardo Braga)
ELETRร NICA VEICULAR
| SISTEMISTAS
Mร DULO ELETRร NICO comanda a atuaรงรฃo dos airbags
SIMPLES PARA O USUร RIO, COMPLEXO PARA O ENGENHEIRO ATร MESMO NO TATA NANO Hร DESAFIOS PARA A ELETROELETRร NICA, DIZ A BOSCH. ELA ASSEGURA QUE OS AVANร OS DA ELETRร NICA Nร O Sร O RESPONSร VEIS PELA MULTIPLICAร ร O DOS RECALLS, FRUTO DA COMPLEXIDADE CRESCENTE DOS VEร CULOS Automotive
ELETRÔNICA VEICULAR
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| SISTEMISTAS
ĂĄbio Ferreira, gerente de engenharia da Bosch especialista em powertrain, reivindica para a marca alguns dos avanços mais importantes da eletroeletrĂ´nica embarcada. Para justificar essa posição ele alinha inovaçþes que passam pelo controle do motor, injeção eletrĂ´nica, softwares para o sistema flex, partida a frio e soluçþes para redução de emissĂľes em powertrains dos ciclos Otto e Diesel. A Bosch, maior fornecedora de componentes para a indĂşstria automobilĂstica nos anos recentes, tem forte tradição em sistemas eletrĂ´nicos para veĂculos leves e pesados, desde os mais sofisticados atĂŠ os espartanos como o Tata Nano. “O que parece simples para o usuĂĄrio nem sempre ĂŠ elementar do ponto de vista do engenheiroâ€? – adverte Ferreira, ressaltando que o Nano ĂŠ despojado, pela exigĂŞncia de custos baixos, mas embute aspectos razoavelmente sofisti-
cados do ponto de vista de eletroeletrĂ´nica, como processadores de 32 bits. No Brasil a Bosch reĂşne um time expressivo de engenheiros e tĂŠcnicos dedicados Ă eletrĂ´nica veicular, criando circuitos eletrĂ´nicos, layout de placas, conexĂľes e softwares. Ferreira explica, no entanto, que as equipes nĂŁo atuam de forma isolada, criando soluçþes apenas locais ou visando sĂł a um determinado projeto. “Os departamentos de engenharia de montadoras e sistemistas trabalham cada vez mais conectados globalmente, com sinergia e troca de experiĂŞncia para atender diferentes iniciativas e mĂşltiplos mercados. HĂĄ um avanço de forma integrada e diferentes geraçþes ou plataformas podem estar nas mesas de trabalho ao mesmo tempoâ€? – esclarece Ferreira. POWERTRAIN AtĂŠ mesmo os carros de entrada nos
O DESAFIO DAS ARQUITETURAS E PADRĂ•ES “NĂŁo acho que vamos concentrar tudo, construindo arquiteturas supercentralizadas, que se tornam cativas de um veĂculo ou famĂlia. O conceito distribuĂdo tem a vantagem de permitir o uso dos mĂłdulos em outras aplicaçþes e veĂculosâ€? – afirma o engenheiro da Bosch FĂĄbio Ferreira. Nesse caso, o mĂłdulo central ĂŠ utilizado para a integração e comunicação entre os diversos mĂłdulos, como acontece em veĂculos pesados ou, de forma similar, no servidor de um escritĂłrio. Ferreira explica que as montadoras em geral tĂŞm duas ou trĂŞs arquiteturas proprietĂĄrias. Cada uma tem tambĂŠm seu conjunto de normas e padrĂľes e componentes especĂficos (como conectores e interfaces) que convivem com peças que se tornaram commodities compartilhados entre diferentes fabricantes de veĂculos, como sensores. Da mesma maneira que nos computadores pessoais, nem sempre ĂŠ muito simples a interação entre softwares e sistemas de diferentes fornecedores. Dentro do que poderia parecer uma verdadeira babel, com particularidades das marcas e padrĂľes que nĂŁo se sobrepĂľem, hĂĄ um esforço para adotar linguagens comuns. “Quanto mais sofisticado o veĂculo, provavelmente mais proprietĂĄrios serĂŁo os sistemas eletroeletrĂ´nicosâ€?, admite.
BUSINESS
mercados mais simples recebem pelo menos dois mĂłdulos eletrĂ´nicos inteligentes – um para gerenciar as funçþes apresentadas no painel e outro para controle do motor. Em carros sofisticados hĂĄ dezenas de microprocessadores. “A eletrĂ´nica ĂŠ a chave para grandes avanços no controle do powertrainâ€? – resume o engenheiro da Bosch, assegurando que, de um modo geral, o Brasil estĂĄ em patamar bastante razoĂĄvel nas especificaçþes de powertrain para as classes de veĂculos aqui produzidos. Ao mesmo tempo, a indĂşstria estĂĄ preparada para dar novos passos na ĂĄrea de eletrĂ´nica embarcada, agregando valor, segurança e atratividade aos novos veĂculos. Ele se refere a inĂşmeros sistemas de conectividade e infotainment e, ainda, Ă adoção, por força da legislação, de airbags, ABS e chips veiculares. Uma das preocupaçþes atuais dos engenheiros eletrĂ´nicos brasileiros ĂŠ a adequação dos sistemas de pĂłs-tratamento de emissĂľes para enquadramento dos veĂculos produzidos a partir de 2012 na legislação ditada pelo Proconve – Programa de Controle da Poluição do Ar por VeĂculos Automotores, estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente. Ferreira discorda da crĂtica comum ao sistema flex de oferecer uma operação medĂocre por receber diferentes combinaçþes de etanol e gasolina, que exigem taxas de compressĂŁo diversas. Admite, no entanto, que estĂĄ na hora de pensar em novas geraçþes de propulsores mais eficientes, com menor consumo e emissĂľes. Fariam parte dessa evolução comando variĂĄvel de vĂĄlvulas, turboalimentação e injeção direta – coisas ainda distantes da oferta local. AVANÇOS A segurança ativa e passiva dos ocupantes dos veĂculos ĂŠ outro campo importante para avanço da eletroeletrĂ´nica a bordo, a partir de compo-
FĂ BIO FERREIRA, gerente de engenharia da Bosch
nentes tradicionais como cintos de trĂŞs pontos e barras de proteção nas portas. Nos sistemas de chassis hĂĄ itens de segurança ativa para o controle dinâmico do veĂculo, colocando em ação inovaçþes capazes de melhorar a estabilidade, a tração e a eficiĂŞncia na frenagem. Algumas das novidades mais recentes sĂŁo sensores, radares, câmeras de segurança. Ferreira destaca que a eletrĂ´nica
tornou possĂvel tambĂŠm a introdução de inĂşmeros conceitos para elevar o conforto e praticidade da vida nos veĂculos – tudo concebido com atenção ao motorista e passageiros. Essas funçþes, que jĂĄ aparecem nos veĂculos brasileiros na forma de travas, vidros ‘elĂŠtricos’ e ajuste de espelhos (‘trio elĂŠtrico’), podem se estender ao temporizador do limpador, gerenciamento do ar condicionado e multimĂdia e ajuste
individual para bancos. O gerenciamento ou o monitoramento das funçþes de segurança, powertrain e sistema de carroçaria e chassis podem estar integrados em maior ou menor grau por intermĂŠdio de mĂłdulos eletrĂ´nicos e compartilhar espaço no painel ou displays LCD com tudo que se refere a informação e entretenimento, somando GPS e multimĂdia. (Paulo R. Braga) „
RECALL NASCE COM PRESSA E COMPLEXIDADE
FĂĄbio Ferreira entende que a proliferação do recall nĂŁo pode ser associada diretamente Ă introdução da eletrĂ´nica nos veĂculos. “O que aconteceu foi a adoção de um nĂşmero surpreendente de novas funçþes nos veĂculos que, atĂŠ duas dĂŠcadas atrĂĄs, tinham apenas sistemas mecânicos e pouca oferta voltada para conectividade, segurança e confortoâ€?. Com o avanço exponencial do conteĂşdo aumentou a possibilidade de falhas. Ferreira enfatiza que o nĂşmero crescente de sistemas leva Ă necessidade de testar, simular, detectar, prevenir falhas, checar os veĂculos completos e seus componentes, avaliar a integração de tudo. HĂĄ tambĂŠm um esforço para introduzir redundância de sistemas, como nos aviĂľes, e alternativas de operação em ‘modo de falha’ – da mesma forma que um computador pode funcionar no modo de segurança, para cumprir funçþes bĂĄsicas. “O recall pode ser relacionado Ă complexidade dos novos veĂculos. Ele nĂŁo se deve apenas Ă velocidade com que os produtos tĂŞm chegado ao mercadoâ€? – afirma.
Automotive
ELETRÔNICA VEICULAR
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COM COMPONENTES IMPORTADOS, PROJETOS LOCAIS SÃO REFERÊNCIA CONTINENTAL GARANTE QUE A ENGENHARIA LOCAL DOMINA O DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS PARA ELETRÔNICA CONTROLE NO PAINEL, um dos ítens do Agile desenvolvidos pela Continental
EMBARCADA
C
trabalho da equipe de 250 engenheiros centrada em Guarulhos e dedicada a pesquisa e desenvolvimento local.
onhecida por seus pneus e ar- produtos eletrônicos” – define Mautigos de borracha fornecidos à rício Muramoto, presidente do grupo indústria automobilística, junto Continental no Brasil, ressalvando que com um portifólio expressivo na área a engenharia local domina o projeto e de freios oriundo da Teves, a Conti- concepção de arquiteturas, incluindo nental iniciou a atuação na área de a lógica dos sistemas e softwares para eletrônica embarcada no Brasil há dez sua operação. anos. A aquisição da divisão automotiPara ele, o Brasil tornou-se referência va da Motorola e da Siemens VDO foi entre os emergentes no campo do prodecisiva para dar contorno ao perfil da jeto automotivo, capacitando-se a adeempresa na região. quar para sua realidade econômica as O comando das criações orquestradas operações automotipelas organizações vas da Continental fica do chamado primeiro em Guarulhos, próximundo. No que diz mo a São Paulo, onde respeito a eletrônica, estão a administração os países asiáticos ese uma fábrica de eletão no topo da cadeia, trônicos. A manufatura ao lado dos Estados de produtos para infoUnidos e Europa. A Continental crestainment está concence na região ao ritmo trada em Manaus. de 13% a 14% ao ano “A indústria nacioem eletrônica embarnal importa praticacada, considerado mente todos os comMAURÍCIO MURAMOTO, bom por seu presiponentes necessários presidente do grupo dente, e valoriza o para a montagem de Continental no Brasil
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AGILE Muramoto demonstra otimismo com o desempenho da indústria eletroeletrônica brasileira voltada para o setor automotivo, onde disputa os fornecimentos com sistemistas globais como Delphi, Bosch e Visteon. Ele desconversa quando o assunto é faturamento ou participação em cada segmento de atuação, mas fala com entusiasmo dos avanços que têm sido obtidos. Um dos exemplos está no Agile, criado pela General Motors em São Caetano do Sul, SP, com uma boa ajuda da Continental na eletrônica embarcada, incluindo o computador de bordo integrado ao painel de instrumentos (cluster), que ganhou diversas novas funcionalidades e um marcante display digital azul. Paulo Alves, diretor da unidade de negócios Body&Security, reforça a ideia da progressiva introdução de no-
matriz e centros de desenvolvimento globais. A dimensão da companhia é respeitável aqui e lá fora: são 134 mil funcionários, que proporcionam um CLUSTER DO AGILE, com display da Continental faturamento anual da ordem de € 20 bilhões, uma parcela significativa originavos produtos e funções a bordo dos ao lado do tradicional da pela área autoveículos brasileiros, que até pouco ‘trio elétrico’. motiva. No Brasil há tempo atrás traziam apenas microproOs executivos da dez plantas – entre as cessadores simples para gerenciar in- Continental destaquais a de Guarulhos formações no painel de instrumentos cam a importância completou 50 anos e controlar a operação do powertrain. da legislação para em 2009. assegurar a introduNo País a operação ção nos veículos de INOVAÇÃO de eletrônica se esHoje a situação é bem diferente. “Você equipamentos como tende por instrumenjá percebeu que em alguns carros o vi- ABS e airbag, que se tação e displays, eledro desce um pouco quando as portas tornarão obrigatórios são abertas?” – pergunta Alves. “Este é junto com o chip veitrônica de conforto, apenas um detalhe entre inúmeros ou- cular proposto pelo PAULO ALVES, diretor da powertrain e segurantros que entram na lógica para oferecer Contran, de localiza- unidade Body & Security ça. Em Guarulhos, a conforto ao usuário, como destravar as ção e rastreamento empresa manufatura, portas com a simples presença da cha- (ainda em discusjunto com tacógrafos, ve, comando de voz, ar condicionado são). Eles concordam que a eletrônica controladores de ar (ventilação e ar condigital e um volume crescente de infor- avança a passo firme no automóvel dicionado) e painéis de instrumentos mação a bordo. Sem falar das novida- brasileiro da classe B e ensaia uma (instrument cluster) para veículos leves des que não param de chegar na área participação também expressiva nos e pesados, uma extensa linha de produde entretenimento”. modelos de entrada. tos nem sempre visíveis pelo motorista, Alves afirma que Bluetooth e entraincluindo relés, módulos de conforto da para iPod já se tornaram comuns GLOBAL (gerenciamento de conforto do motonas verdadeiras centrais de multimídia Fornecedora da maioria das monta- rista, como travas, vidros e controle de incorporadas aos carros, figurando na doras presentes no território nacional, iluminação interna) e ECU (Unidade de lista de muitos equipamentos de série a Continental está em sintonia com a Gerenciamento de Motor).
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CRIAR, MAS APROVEITAR MARELLI APOSTA EM SOLUÇÕES GLOBAIS, MAS ADVERTE QUE AINDA HÁ SIMPLIFICAÇÃO DAS ARQUITETURAS GLOBAIS PARA APLICAÇÃO EM VEÍCULOS BRASILEIROS
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icardo Takahira, gerente de novos negócios da divisão Sistemas Eletrônicos do Grupo Magneti Marelli, garante que cada novo projeto global traz avanços significativos em sua área, mas ressalta que no Brasil costuma haver uma
simplificação das arquiteturas, com redução do conteúdo de eletrônica para atender a realidade do mercado local. “Componentes de série lá fora, mais sofisticados, acabam em geral na lista de opcionais no País” – diz o engenheiro. Takahira acredita que as arquiteturas eletroeletrônicas utilizadas em veículos pro-
ECU FAMÍLIA 7, que será lançada este ano pela Marelli para sistemas flex, OBDBr2 e novos limites do Proconve 6
42 BUSINESS
duzidos na região se aproximarão cada vez mais das soluções globais, com predomínio das redes CAN. Nessa trajetória, será normal que a maioria das funções agregadas a softwares e microprocessadores sejam aproveitadas pelas montadoras que atuam no Brasil. “Como regra geral, nossos padrões atuais estão relacionados aos europeus” – esclarece. Takahira enfatiza que existem diferentes enfoques no desenvolvimento de sistemas eletrônicos, especialmente no caso de infotainment. Há produtos destinados ao aftermarket com características mais abertas, que podem ganhar personalidade exclusiva para atender um determinado fabricante. Um navegador, por exemplo, pode ser integrado à arquitetura de uma família de veículos, trazendo funções adicio-
DO PRIMEIRO MUNDO
RICARDO TAKAHIRA, gerente de novos negĂłcios da divisĂŁo Sistemas EletrĂ´nicos do Grupo Magneti Marelli
NOVIDADES RECENTES OU EM DESENVOLVIMENTO NA MARELLI nais para valorizar o projeto. Um dos programas em desenvolvimento na Marelli ĂŠ a econavegação, que busca otimizar a navegação com mapas avançados de maneira a reduzir consumo e emissĂľes. “O mercado local pode se beneficiar de equipamentos poderosos disponĂveis globalmente, mas ficou vulnerĂĄvel na ĂĄrea de mapas e seu uso inteligenteâ€? – adverte. POPULARES, DESAFIO A Marelli ĂŠ conhecida pela versatilidade na criação de tecnologias veiculares. Embora pertença ao Grupo Fiat, a fabricante atua com desembaraço no mercado internacional para suprir diversas marcas. No Brasil hĂĄ projetos avançando em diversas frentes, como carroçaria e chassis. Aqui, a engenharia da Marelli dificilmente parte do zero
– o caminho comum ĂŠ adequar tecnologias jĂĄ prontas e aprovadas. Incorporar as inovaçþes globais nos carros brasileiros traz menos dificuldades quando se trata de veĂculos de alto valor agregado (que nĂŁo sĂŁo muitos). A adequação fica complexa quando entram em jogo os carros populares, que representam a grande maioria do mercado. “Agregar componentes como ABS e airbags a carros populares ĂŠ um desafio, especialmente se o projeto estĂĄ consolidadoâ€? – diz Takahira, explicando que estĂŁo envolvidas questĂľes como segurança, escala de produção, custo dos componentes e processos industriais. “NĂŁo basta importar os itens e tratĂĄ-los como caixa-preta. SerĂĄ preciso ganhar flexibilidade, trabalhar na adequação ao projeto, calibração e manufaturaâ€? – reforça. (PRB) „
Sistema de injeção eletrĂ´nica para motos com sensor flexfuel. Partida a frio para veĂculos flex Amortecimento variĂĄvel com controle remoto e botĂŁo no painel. Amortecimento eletrĂ´nico controlado por centralina. Farol a LED, primeiro em produção para veĂculo nacional. Sistema para direcionar a luz do farol, adaptando-se aos movimentos do veĂculo. Smart Router para GPS que traça rotas e integra recursos como telefone em viva voz e chamadas de emergĂŞncia ligadas ao airbag. Painel de instrumentos digital TFT reconfigurĂĄvel e com monitoramento da câmara de visĂŁo traseira.
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DESAFIO COMO NA CHINA: INOVAR COM BAIXO CUSTO DIRETOR REGIONAL DA VISTEON DIZ QUE NOSSO DESAFIO EM ELETRÔNICA EMBARCADA É PARECIDO COM O DA CHINA: INOVAR COM BAIXO CUSTO. MAS A ÁSIA ESTÁ À FRENTE
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lfeu Dória dirige as operações da Visteon na América do Sul, como diretor regional, a partir dos escritórios em Guarulhos, próximo a São Paulo. Seu currículo de 27 anos dedicados à empresa é diversificado, somando passagens pelo exterior antes de assumir a posição atual: passou quatro anos na Inglaterra gerenciando áreas de manufatura e engenharia do produto e outros sete na China, onde descobriu um mundo novo na área de eletrônica embarcada. O desafio em Shangai, no gerenciamento da joint venture com a SAIC, não era muito diferente do atual no Brasil: inovar com baixo custo. No longo período dedicado às operações na Ásia o executivo acompanhou os primeiros passos da revolução chinesa na eletrônica automotiva. “Partindo do zero, a indústria passou por etapas surpreendentes e aglutinou tech center da maioria dos players globais do setor” – lembra. Em Shangai há três centenas de engenheiros no centro de desenvolvimento da Visteon. Dividida entre diferentes realidades, a China exibe uma vertente avançada em tecnologia. Ao lado de projetos antigos o país estimulou a produção e aplicação de componentes avançados para as novas gerações de veículos,
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ALFEU DÓRIA, novidades adequadas à realidade local
que ganharam câmbio automático, sistemas de conectividade, navegadores e a maioria dos recursos disponíveis em mercados do primeiro mundo. “A China ficou forte em hardware. A Índia cresceu em serviços, especialmente softwares. Juntos, os dois países lideram projetos globais para a indústria automobilística e atingem um nível equivalente ao dos Estados Unidos e Europa na área de eletrônica embarcada” -- avalia Alfeu Dória. OPERAÇÕES Boa parte dos produtos eletrônicos utilizados a bordo dos veículos não está à
vista. O que sugere o nível de sofisticação tecnológica nessa área são as informações destacadas em displays generosos (os mais modernos são LCDs reconfiguráveis) e controles que aparecem à frente do motorista (no cluster, atrás do volante) ou no console central, entre o motorista e o passageiro. No painel central costumam estar integrados sistema de áudio, navegação e ar condicionado também produzidos pela Visteon. Na melhor das hipóteses, o motorista tem à disposição funções de conforto, como ventilação e temperatura a bordo, e facilidades de comunicação com reconhecimento de
CLUSTER 3D: eletrônica digital avança aos instrumentos
voz, suporte de GPS para navegação, informações de tráfego. Nos sistemas mais sofisticados as telas podem ser reconfiguradas para o motorista selecionar a informação que interessa no momento, como consumo de combustível, distância percorrida, autonomia, giros do motor, velocidade. Como sistemista global a Visteon atua em quatro segmentos: interiores, eletrônica (áudio acoplado a informação de bordo e entretenimento), climatização e iluminação. A corporação faturou US$ 6,68 bilhões em 2008 por meio de instalações técnicas e de manufatura em 25 países, reunindo 29.500 profissionais. Há centros de inovação em Michigan, nos Estados Unidos, em Shangai, na China, e no Reino Unido. No Brasil a empresa possui fábrica em Guarulhos, SP, e Manaus, AM. INTERAÇÃO “Os projetistas da arquitetura eletroeletrônica podem permitir a interação
do motorista com as diversas funções por meio de comandos de voz, botões sensíveis ao toque ou dispositivos no volante” – define o diretor geral, explicando que a ordem é substituir dispositivos mecânicos ainda comuns em muitos veículos de entrada, que precisam ser girados ou deslizados. Bluetooth, iPod e MP3 são atrações comuns em boa parte dos carros nacionais e se tornam padrões para veículos da classe B. “Nossa indústria deve trazer novidades com uma adequação à realidade local” – afirma, apresentando um novo display com sensibilidade capacitiva concebido no Brasil. Embora não seja reconfigurável, o dispositivo pode substituir LCDs com expressiva vantagem de custo. “Veículos B, como EcoSport, Fiesta, Peugeot 207 ou Palio, abrem as portas para a eletrônica embarcada” – entende o executivo. Cabe às empresas locais selecionar a tecnologia disponível no exterior, na matriz ou centros de desenvolvimento, preservando as funções adequadas à região. Ele des-
taca o expressivo nível de tecnologia presente no novo Focus, fabricado na Argentina com boa parte dos recursos do projeto europeu: um terço da lista de materiais adquiridos para a fabricação corresponde a produtos e componentes eletroeletrônicos. PARCERIAS O diretor da Visteon destaca a importância das parcerias e associações na área, que permitem partilhar projetos e ganhar escala. Assim, nem tudo é feito em casa, como os navegadores, adquiridos de terceiros. “Navegadores hoje são commodities no mercado internacional” – ressalta, lembrando que mapas são obtidos pelo usuário por meio de assinatura. Assim como os navegadores, não fazem parte do core business da Visteon rastreadores, produtos para powertrain e sistemas de segurança na linha de airbags e radares de alerta de proximidade. Mas a marca sempre traz novidades, como aconteceu no Consumer Electronics Show, em Las Vegas, realizado em janeiro, onde a Visteon apresentou produtos na área de áudio, infotainment, conectividade, informação ao motorista, displays e painéis de controle. (PRB)
ELETRÔNICA VEICULAR
| VEÍCULOS PESADOS
BRASIL DOMINA A ELETRÔNICA DO CAMINHÃO A MWM INTERNATIONAL MOTORES OFERECE AOS FABRICANTES DE VEÍCULOS PESADOS A ELETRÔNICA EMBARCADA, NA QUAL PREDOMINA O GERENCIAMENTO DO POWERTRAIN
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ara Guilherme Ebeling, gerente de engenharia avançada na MWM International Motores, eletrônica é uma página virada no segmento de veículos pesados: profissionais brasileiros experientes garantem um nível expressivo de autonomia nesse campo, adquirindo hardware oriundo do exterior mas desenvolvendo no País arquiteturas e software.
“Diagramas dos sistemas e programas são criados aqui, para o fabricante da ECU fazer a codificação e gravação dos microprocessadores” – afirma o executivo, anunciando algo que pode ser novidade para muita gente: a empresa oferece um pacote de serviços aos fabricantes de veículos comerciais que abrange, além da produção de motores, a eletrônica embarcada. “Oferecemos essa alternativa como um serviço ao cliente, pelo fato das principais funções das ECUs estarem relacionadas à operação do powertrain, em especial ao motor” – diz Ebeling. A marca fornece motores para caminhões da Volvo, MAN e Agrale; picapes da Ford, GM, Troller e Agrale; e ônibus da MAN e Agrale. No caso da eletrônica, as ECUs fixadas no próprio motor são consideradas ‘parrudas’, resistentes a condições ambientais severas, mas não invulneráveis.
GUILHERME EBELING, gerente de engenharia da MWM
Curiosamente, hackers brasileiros têm oferecido serviços de ‘repotenciamento’ de sistemas, que passam pela violação do componente para substituição de dispositivos. Nada que agrade fabricantes ou que seja tentado dentro do período de garantia. DESENVOLVIMENTO Hoje 100% dos desenvolvimentos na área de caminhões estão voltados para os chamados ‘veículos eletrônicos’, nos quais o gerenciamento do powertrain é feito com alta dose de eletrônica. Ebeling estima que a eletroeletrônica representa 5% a 10% no valor de um caminhão e ressalta que a tendência aponta para arquitetura centralizada. Historicamente, havia pequenos módulos para comandar funções no painel dos caminhões. Com a chegada do Euro 3 os motores exigiram maior capacidade de processamento e adoção de ECUs robustas, mais complexas. Neste contexto, as funções do powertrain determinaram a evolução da ECU, compartilhando espaço e inteligência com sistemas veiculares de conforto, segurança, telemática e informação característica do gerenciamento de frotas.
“Quando chegou o Euro 3 houve reações ao custo mais elevado” – lembra o engenheiro, afirmando que depois se entendeu que era importante levar em conta também as possibilidades abertas pela eletrônica, com melhor gerenciamento, menor consumo e performance mais avançada. Do ponto de vista da manufatura, estamos passando pela era do Euro 3. Mas nos centros de engenharia avançada só se fala em Euro 5 e Euro 6. “Nosso Euro 5 está pronto, baseado no Acteon. Trabalhamos em validação e nos arranjos para levar a tecnologia à fase de produção, depois de testes de durabilidade, estudos de logística e custos. Enquanto nos empenhamos nesse quebra-cabeça já estamos desenvolvendo também Euro 6, que exigirá uma enorme esforço em póstratamento” – define Ebeling. DESAFIOS O engenheiro ressalta que em matéria de eletrônica a criação da plataforma é a parte que exige maior investimento, especialmente no que se refere a software. Ao contrário do que acontece com os veículos leves, os volumes envolvidos costumam ser pequenos e as atualizações são menos frequentes
MWM INTERNATIONAL, linha de montagem
no caso dos comerciais pesados. Ainda assim, há possibilidade de atualizações no software antes do projeto de caminhão ou ônibus ser concluído. Ele adverte que as atuais ECUs não devem ser imaginadas como caixas pretas. “Hoje são abertas. Adquirimos módulos da Navistar, Continental e Bosch, cujas funções e capacidades são conhecidas no mercado. A parte especial são os softwares, desenvolvidos por equipes brasileiras, que substituem grupos estrangeiros fornecedores de serviços, como os indianos.” Ebeling explica ainda que a introdução de sistemas de pós-tratamento
mais rígidos para atender as normas de emissões exigirá um nível adicional de eletrônica. No caso de SCR, deve haver um módulo específico para o gerenciamento. Já para EGR os comandos estarão agregados à própria ECU, que será adequada também para acompanhar os efeitos de downsizing, maior potência e torque e novas condições de operação. Na MWM International Motores já estão em pauta projetos em parceria com a MAN, de Resende, RJ, para manufatura de motores, e com a Navistar, no sul do País, voltado para powertrain de veículos pesados. (PRB)
ELETRÔNICA EMBARCADA
| SEMICONDUTORES
DEPENDEMOS DO BÁSICO, MAS A APLICAÇÃO AVANÇA CÉSAR MANIERI*
O BRASIL NÃO PRODUZ SEMICONDUTORES E IMPORTA US$ 164 PARA CADA CARRO PRODUZIDO, AVANÇANDO PARA US$ 270 EM 2014. MAS A ENGENHARIA LOCAL DE APLICAÇÃO DÁ CONTA DO RECADO E O MERCADO CRESCE
*CÉSAR MANIERI, gerente de contas sênior da Infineon Technologies South America
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Q
uando compramos um carro dificilmente perguntamos que tipo de tecnologia eletrônica ele tem aplicada em seus sistemas embarcados. Nossa atenção se volta ao combustível, itens de conforto e segurança de série, tipo de câmbio. Nada mais natural – até agora. As coisas começam a mudar, com um impulso importante a partir da indústria de semicondutores para aplicação automotiva. Para o usuário do carro apenas uma parte dos produtos de eletrônica embarcada é visível e a revolução em curso ainda não se tornou evidente como acontece no mercado de consumo popular, recheado de novidades. A miniaturização dos componentes eletrônicos e a queda nos custos de produção viabilizam novas aplicações, enquanto amadurece um grande número de requisitos de segurança, conservação
de energia e normas ambientais. Na base de tudo isso está o conceito de que os sistemas eletrônicos não podem falhar. É notável o avanço da eletrônica nos veículos fabricados na Europa, Ásia e Estados Unidos, com a multiplicação de sensores, atuadores e microprocessadores. O consumidor passa a exigir, nessas regiões, um nível extraordinário de novas funções possibilitadas pelas novas tecnologias. ABS e airbag fazem parte das soluções básicas, que se estendem a conteúdos de conforto e segurança. Computadores de bordo, travamento de portas ou levantadores de vidros são pacotes tecnológicos corriqueiros. NO BRASIL O mercado brasileiro de semicondutores para aplicações automotivas vem crescendo nos últimos anos, apesar dos solavancos recentes provocados pela crise
internacional. Com a rápida renovação da frota nacional a demanda por esse tipo de produto aumentou tanto que, de uma maneira geral, importa-se mais componentes eletrônicos para este fim do que petróleo. É preciso ter claro, no entanto, que o conteúdo tecnológico da maioria dos veículos nacionais é ainda pequeno, uma constatação que justifica as boas oportunidades abertas a desenvolvedores de sistemas eletrônicos embarcados. As empresas monitoram a qualidade dos componentes, possuem um extenso banco de dados de produtos aprovados pelas montadoras e tratam de avaliar as condições operacionais adversas dos veículos que rodam no País, pelo efeito da infraestrutura carente ou condições climáticas extremas. Na ponta da cadeia de suprimentos os sistemistas têm avançado na proposta
MERCADO Estimativas apontam para um mercado local da ordem de US$ 383 milhões para o segmento de semicondutores automotivos. Considerando o crescimento do
mercado automotivo e as regulamentações no uso de sistemas de segurança como ABS e airbags, em 2012 o Brasil passará a comprar no exterior cerca de US$ 520 milhões em eletrônica para utilização em sistemas de gerenciamento de motores, segurança, conforto, painéis, áudio, telemetria/telemática e sensoreamento. O conteúdo de semicondutores por veículo no Brasil, hoje em torno de US$ 164,00, poderá alcançar US$ 270,00 em 2014 – dependendo do volume de produção de veículos. O Brasil está em posição vantajosa diante de outros emergentes, mas a Europa já consome US$ 370,00 por carro. O mercado de semicondutores automotivos está intimamente ligado ao desenvolvimento tecnológico do Brasil e também à disposição do governo em regulamentar determinadas aplicações, já visível na regulamentação do ABS e airbag. A iniciativa cria a escala necessária para a produção local e contribui para agregar valor às diferentes classes de veículos. Nas intensas discussões sobre implantação e aplicação das novas tecnologias surgem considerações naturais sobre o acréscimo de custo ao produto final e o valor percebido pelo usuário
final – um fator decisivo para garantir a longo prazo a existência de uma indústria local de sistemas eletrônicos automotivos vigorosa e criativa. É preciso considerar, ainda, que o aumento das aplicações e do conteúdo tecnológico nos veículos exige componentes eletrônicos básicos e sistemas de produção cada vez mais sofisticados e
e previstas até 2015 impressiona (gráfico). O mundo caminha para montar mais de 73 milhões de veículos leves, nos quais o conteúdo de eletrônica estará ao nível médio de 35%, dos quais 22% de hardware e 13% de software. A competição crescente e a pressa em chegar ao mercado estimulam a inovação, promovendo
requer custos muito mais baixos que os atuais.
esforços integrados entre fabricantes de semicondutores, produtos eletrônicos e as arquiteturas eletroeletrônicas associadas aos veículos, com um grau elevado de concepções de engenharia, sistemas e softwares. Enquanto avançam as soluções globais, equipes locais tratam de adequar as fórmulas gerais a cada realidade regional. As empresas da área automotiva brasileira vêm contratando engenheiros automotivos também
LUIS PRADO/PST
de novos conteúdos para os carros produzidos localmente, estimulados pelas tecnologias disponíveis em centros de desenvolvimento internacionais e auxiliados por parcerias indispensáveis na área de hardware, sistemas e softwares. Dimensionar o mercado de semicondutores automotivos no Brasil ainda é tarefa desafiadora, que depende da consolidação apurada de informações dispersas. É preciso considerar nessa avaliação que todos os componentes são importados. Não existem fábricas de componentes eletrônicos no Brasil, apesar dos esforços do governo neste sentido. Nesse campo toda tecnologia vem de fora, em kits completos, já montados, ou componentes puros básicos para que a montagem eletrônica seja feita localmente. Muitas das informações sobre eletrônica embarcada são encontradas na Abinee – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, mas grande parte deste mercado fica sem mapeamento.
AVANÇOS A tecnologia eletrônica embarcou nos automóveis de forma incipiente nos anos 80, com microprocessadores de baixa capacidade de processamento. Hoje a operação do veículo está totalmente nas mãos da eletrônica, à qual 90% das inovações no setor automotivo estão relacionados. O leque de aplicações consolidadas
ELETRÔNICA EMBARCADA
SOBRE A INFINEON A alemã Infineon Technologies fornece semicondutores e soluções para promover a eficiência energética, comunicações e segurança. No último ano fiscal, encerrado em setembro de 2009, registrou faturamento de € 3,03 bilhões. Com 25.650 colaboradores, a empresa possui subsidiárias nos Estados Unidos e no Japão e escritório regional em São Paulo (Av. Paulista, 1.337, 17o, conj. 172, tel. 3372-9236). Mais em www.infineon.com.
| SEMICONDUTORES
para telecomunicações e protocolos wireless, tornando soluções como sistemas embarcados de navegação uma realidade em alguns veículos de maior conteúdo. A comunicação veicular já é efetiva. Não podemos ficar presos a algumas regulamentações que obrigam a utilização de dispositivos eletrônicos apenas para localizar um carro. Estes sistemas já estão prontos para conectar o veículo a uma rede sem fio e transformar o processo de localização em apenas uma parcela das múltiplas aplicações que o dispositivo proporcionará. A indústria de componentes eletrônicos já
oferece soluções capazes de conectar o veículo com celular, iPod, iPhone. Oferece a integração de componentes e equipamentos que ‘falam’ com a internet, com a estrada ou com o carro ao lado. Os semicondutores estão na base dessa sinergia e muitas das empresas com base comercial no Brasil oferecem excelente suporte neste desenvolvimento. Os componentes eletrônicos já são totalmente ‘verdes’, livres de metais pesados prejudiciais ao meio ambiente. Consomem pouco e, de uma maneira geral, ajudam a diminuir a demanda por energia dos sistemas elétricos dos veículos.
A indústria automobilística brasileira ganha massa crítica para implementar inovações tecnológicas flexíveis (para permitir atualizações) e adequadas ao País, capazes de viabilizar a produção em escala e derrubar custos. Esse é, na realidade, o desafio atual enquanto o Brasil avança no ranking dos países produtores de veículos e demonstra um mercado interno vigoroso. É indispensável, porém, apertar o passo para consolidar nosso domínio e aplicação da eletrônica embarcada, começando pelo entendimento entre os players na definição e compartilhamento de plataformas básicas.
PROJEÇÃO DO CONTEÚDO MÉDIO DE SEMICONDUTORES AUTOMOTIVOS EM PAÍSES DO BRIC 450 400
Valor US$
350 300 250 200 150 100 50 0
2008 BRASIL
2010 CHINA
2012 RÚSSIA
2014
2016
2018
2020
ÍNDIA Fonte: Strategy Analytics
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SEGURANÇA VEICULAR
SALTO COM A LEGISLAÇÃO E ECONOMIA EM ALTA O BRASIL CHEGA COM ATRASO AOS SISTEMAS DE SEGURANÇA VEICULAR, MAS QUER DAR UM SALTO NESSA ÁREA COM UM EMPURRÃO DA LEGISLAÇÃO. ABS E AIRBAG PUXAM A FILA DAS NOVIDADES OBRIGATÓRIAS GUILHERME MANECHINI
SCANNER faz diagnósticos de sistemas gerenciados pela ECU
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M
ais de 30 anos se passaram desde a criação dos primeiros sistemas eletrônicos de segurança veicular – o airbag e os freios ABS – para que o Brasil os adotasse como itens obrigatórios em toda sua frota. Por isso, boa parte da indústria nacional hoje pensa de que forma incorporar tais custos aos projetos em produção no País. Em paralelo, a mesma indústria tenta imaginar o caminho que o mercado brasileiro irá seguir em relação aos equipamentos de segurança. Nessa conta, entra o novo status da economia do País, uma das mais promissoras da atualidade, com estabilidade comprovada após ter saído, ainda mais forte, da pior crise mundial desde 1929. Assim, ao mesmo tempo em que a indústria automobilística enxerga o Brasil como um mercado em desenvolvimento, com enorme potencial de crescimento, considerando a relação veículos X habitante, ela também percebe a evolução da maturidade do consumidor do
País, com maior poder aquisitivo e mais receptivo às novas tecnologias. Tal combinação encontra um ponto comum surpreendente nas opiniões de especialistas do setor consultados por Automotive Business: o Brasil dará um salto em segurança veicular. Poucos se arriscam a estimar um prazo para que isso se concretize, mas é certo que não levará tanto tempo como para a adoção do airbag e ABS. O consumidor brasileiro cada vez mais tem preferência por modelos sofisticados e isso fica claro na evolução de vendas dos modelos populares, que em 2002 representavam 62% do total e hoje significam 50%, segundo os dados da Anfavea. Ainda que prevaleça a opção por equipamentos de conforto ou estética, existe por parte dos fabricantes a consciência de que o brasileiro, cedo ou mais tarde, dará importância aos itens que agreguem na segurança do veículo. Muito dessa consciência sofre in-
AIRBAGS E FREIOS ABS: A HORA DO BRASIL
DELPHI: radar traseiro identifica presença na traseira do veĂculo
fluĂŞncia direta dos veĂculos importados, hoje competitivos mesmo com uma alĂquota de 35% para entrar no PaĂs. Provavelmente, continuarĂŁo sendo a primeira degustação de novas tecnologias para o motorista brasileiro. Carlos Gibran, gerente de vendas e marketing da Bosch, considera os veĂculos japoneses e franceses revendidos no Brasil como pioneiros na popularização de tecnologias. “Esses fabricantes desafiaram o mercado e isso se tornou um senso comum de consumo. Os sedĂŁs mĂŠdios, por exemplo, modelos que hoje em dia nĂŁo tĂŞm ABS e airbag, estĂŁo praticamente condenados a serem veĂculos somente de frotistasâ€?. Como a tendĂŞncia ĂŠ de um volume maior de opçþes no mercado nacional, a adoção de novas tecnologias deverĂĄ ser mais rĂĄpida. Atualmente, alĂŠm dos franceses e japoneses, o mercado nacional tem aceitado bem veĂculos coreanos e, ao que tudo indica, o mesmo deverĂĄ ocorrer com os chineses que tragam inovaçþes. Nestes veĂculos, uma caracterĂstica em comum: maior volume de equipamentos ĂŠ oferecido a preço semelhante ao dos nacionais sem os benefĂcios. Segundo Gibran, trĂŞs pilares formam o conceito de segurança vei-
A resolução 312, de abril de 2009, finalmente instituiu a obrigatoriedade dos freios ABS e do airbag na frota nacional. A decisĂŁo foi tomada depois de 30 anos de criação dos equipamentos e quase 20 anos apĂłs os paĂses desenvolvidos terem decretado os itens como equipamentos de sĂŠrie de seus veĂculos. Segundo a determinação do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), 8% da frota fabricada no PaĂs desde janeiro tĂŞm de sair com os equipamentos de fĂĄbrica. Em janeiro de 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil, toda a frota fabricada e importada terĂĄ de ter os dispositivos. Ao contrĂĄrio do dispositivo antifurto, esta resolução do Denatran nĂŁo foi contestada e deverĂĄ ser cumprida sem atrasos. HĂĄ dĂşvida em relação a modelos tradicionais, que podem ter de sofrer grandes alteraçþes para receber os equipamentos. cular na Bosch: comportamento do motorista, via de trânsito e o veĂculo. “Desses trĂŞs, o caminho mais fĂĄcil para reduzir o nĂşmero de acidentes ĂŠ o veĂculo. Investimentos na educação do motorista e na melhoria das vias de trânsito sĂŁo necessĂĄrios, mas levam dĂŠcadas para serem concluĂdosâ€?, afirmou. SEGURANÇA ATIVA Nesta direção, a indĂşstria de componentes tem trabalhado no conceito de segurança ativa, que significa antecipar mesmo que por fraçþes de segundo a consciĂŞncia do motorista do risco de um acidente. JĂĄ presente em veĂculos de luxo, sobretudo nos europeus, as câmaras que detectam obstĂĄculos Ă frente entram como principais inovaçþes do setor. Outras tecnologias, mais simples, estĂŁo disponĂveis no mercado brasileiro. É o caso dos sensores de estacionamento. Valdir de Souza, diretor comercial da Delphi, acredita que depois da popularização dos sensores de estacionamento o mercado deverĂĄ experimentar os sistemas de alerta
de proximidade de veĂculos em percurso. Ou seja, sensores que atuam em conjunto com os sistemas de velocidade de cruzeiro, garantindo a distância em relação ao automĂłvel da frente. “Existe tambĂŠm a possibilidade de detectar se o motorista estĂĄ com sono enquanto dirige. Esta tecnologia vem sendo desenvolvida primeiramente para caminhĂľes e Ă´nibusâ€?, afirmou. Para Souza, os produtos de segurança passiva jĂĄ esgotaram o seu tempo de vida, o que significa que o desenvolvimento de novos mecanismos nesta ĂĄrea nĂŁo serĂĄ suficiente para
VALDIR DE SOUZA, diretor comercial da Delphi
colisão, o motorista terá mais tempo para diminuir o impacto”, resume o diretor da Delphi.
CARLO GIBRAN, gerente de vendas e marketing de sistemas de controle de chassis na Bosch
salvar a vida de motoristas e passageiros. Por isso, a importância dos sistemas de segurança ativa. “Se conseguirmos dar dois segundos de antecipação a um evento de
54 BUSINESS
CUSTO LIMITA Na empresa, as apostas estão centradas no desenvolvimento do piloto automático, no sistema anticolisão – que após a emissão de alertas ao motorista aciona automaticamente os freios – e nas tecnologias de sensores de marcha à ré, faixas de pistas e câmeras de visualização frontal. Além do desenvolvimento, o desafio das montadoras e autopeças está no custo destes itens. Este ainda é o grande empecilho para a maior disseminação de tecnologias de segurança veicular no Brasil. Na visão das empresas, ainda falta maturidade ao mercado nacional
para absorver por um custo maior tais equipamentos. Até mesmo nos países desenvolvidos, o setor enfrenta essa mesma questão. No caso do Brasil, um grande salto poderá ocorrer com a adoção do localizador, alvo de muita polêmica desde que o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) instituiu sua obrigatoriedade. Com os equipamentos em pleno funcionamento, a conectividade entre os veículos pode ser grande aliado na redução dos acidentes. Ricardo Takahira, gerente de novos negócios da Magneti Marelli, vislumbra a interação entre a infraestrutura e os veículos, além da comunicação entre os mesmos. No cenário ideal, um veículo que teve o airbag acionado emitiria alerta aos que estiverem próximos a ele, evitando assim um engavetamento.
CONECTIVIDADE
PST monta produtos usando componentes importados
A CHANCE DE ATRAIR O DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS GUILHERME MANECHINI e FERNANDO GARCIA
S
e na área de segurança veicular o Brasil deverá seguir um ritmo de país emergente na adoção de tecnologias mais modernas, incorporando aos poucos os itens utilizados nos mercados desenvolvidos, na conectividade o cenário pode ser outro. Fala-se até do desenvolvimento local de componentes e aplicações. E essa reviravolta, se concretizada, virá com forte impulso do poder público. O chip antifurto, alvo de polêmicas
desde que o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) publicou a resolução 245, em 27 de julho de 2007, tornando-o obrigatório para toda a frota, deverá ser o grande protagonista dessa mudança de status do Brasil. Até então muito questionado pelo fato de transmitir informações, como a velocidade do veículo, a localização e os equipamentos em uso, o dispositivo antifurto tem também outro viés, o da conectividade. Ou seja, ao mesmo
ESPECIALISTAS ENXERGAM NO CHIP ANTIFURTO A POSSIBILIDADE DE O PAÍS DAR UM SALTO NA CONECTIVIDADE DE SEUS VEÍCULOS Automotive
CONECTIVIDADE
tempo em que se discute a invasão de privacidade dos proprietários, o antifurto abre um leque de oportunidades na segurança, planejamento de trânsito e conforto dos motoristas. Graças à internet, é cada vez mais comum a interação entre o homem e o seu veículo. Imagine esta situação: o carro está parado e o alarme dispara. O diagnóstico circula pelo barramento e aponta as causas para o evento, através do rastreador conectado à internet. A análise, prontamente transferida a um servidor da companhia, gera e-mail ao celular do proprietário do veículo informando porque o alarme disparou. “Isso é conectividade. Se você conectar o barramento à internet, o céu é o limite. Abrem-se inúmeras opções, tendo como principais canais de acesso à rede o rastreador GPS, um telefone celular e mais um processador que administra estes dois aparelhos”, explica Marcos Ferreti, diretor de engenharia da PST Electronics. Em setembro de 2009, a unidade de Rastreamento da Pósitron atingiu
JOMAR NAPOLEÃO, do comitê de Veículos de Passeio da SAE Brasil
um índice de recuperação de veículos de 96,8%, ou 4,3% a mais do que em agosto. Foram registradas no mês 62 ocorrências e apenas dois carros não foram localizados. A empresa possui serviço de pronta-resposta. Com seis pontos de atendimento no Brasil, a equipe vai até o local indicado pelo
PST aposta na conectividade e investe em rastreamento
BUSINESS
equipamento da Pósitron conferir as condições em que o veículo se encontra e dar apoio ao cliente no processo de recuperação. Ferreti aposta em tecnologias promissoras como o sistema RDS (Radio Data System), que transmite inúmeras informações atrás do display dos rádios automotivos em formato digital utilizado em transmissores de radiodifusão FM. “Desenvolvemos uma parceria com canais de notícias como o Grupo Estado e Clima Tempo. No display do rádio o usuário pode ler as principais notícias e saber a previsão do tempo”, finaliza. Para ele, em um futuro próximo, essa interação poderá alertar os motoristas sobre as condições do trânsito, com orientações de rotas alternativas e, assim, reduzir os congestionamentos das metrópoles. SERVIÇOS A criação de serviços voltados aos motoristas também é colocada pelo Denatran como um dos grandes atrativos a serem gerados pelo antifurto. Antonio Calmon, diretor do Denatran, acredita que a adoção do sistema trará definitivamente a comunicação para dentro dos veículos brasileiros, com um volume de agregação de valor infinito. Essa revolução tem como ponto de partida o antifurto, que nada mais é do que um chip de GPRS, tecnologia de telefonia móvel. “Do lado das montadoras, é possível realizar diagnose remota. No marketing, pode-se criar as chamadas cercas eletrônicas, que alerta o motorista sobre as promoções que estão ocorrendo no shopping mais próximo. E, na questão da segurança, por exemplo, será possível acelerar algo que a Europa irá fazer em 2012, o e-call. Enfim, as possibilidades são enormes”, afirmou Calmon. O diretor do Denatran chega a comparar a implantação do dispositivo
antifurto à criação da urna eletrônica no Brasil, que faz hoje do País uma referência na velocidade de apuração e segurança do processo eleitoral. “A eletrônica nas eleições era uma questão de tempo que o Brasil resolveu se apressar no desenvolvimento”. Já para Silvio Cirelli, CEO da Quanta Tecnologia, no entanto, essa fase de grandes oportunidades de interação com outros serviços e a rede de infraestrutura do País é uma segunda etapa após a adoção do antifurto. “O chip GPRS proporciona uma velocidade muito baixa de comunicação, mas em uma fase posterior é possível trabalhar com maior interação”, disse. Segundo ele, o Brasil já conta com dois milhões de veículos rastreados, o que já significa um mercado desenvolvido no segmento. SISTEMISTAS Independente das especificações, os fabricantes de componentes trabalham nesta linha, claro, não apenas por conta do dispositivo antifurto. Empresas como Magneti Marelli e Delphi, pensam na conectividade como uma realidade próxima e tendência irreversível na indústria automobilística. Ricardo Takahira, gerente de novos negócios da Marelli, lembra de todo o movimento das cidades digitais, com acesso a redes wi-fi e wi-max. Para ele, um carro poderia falar com o outro. “A minha velocidade está registrada. Você pode receber um aviso pelo teu sistema de navegação para liberar a passagem na faixa da esquerda. É o carro independente do motorista começando a interagir”. O executivo acredita na rede de informações de serviços, como preços de combustíveis. “As concessionárias enviarão alertas para revisão do veículo, com acesso ao sistema de diagnose dos veículos. Hoje os sistemas já permitiriam esse acesso”, acrescentou. Mas, enquanto a comunicação com
CELULAR promove a conectividade entre usuários e sistemas
outros veículos e com as redes de infraestrutura não sai do papel, a indústria automobilística investe na interatividade entre os diversos aparelhos dos veículos e cada vez mais o mercado nacional tem apetite para absorver tais tecnologias. O vice-diretor do comitê de veículos de passeio da SAE Brasil (Sociedade
FERRETI: conectando barramento à internet, céu é o limite
dos Engenheiros da Mobilidade), Jomar Napoleão, acredita em uma tendência crescente para integração de módulos de conectividade nos veículos, associando os vários controles: do ar condicionado, de navegação GPS, telefone celular, internet sem fio, rádio, tocadores de CD e DVDs, comando de voz, telas que obedecem ao toque, notebook, iPhone e iPod. Tudo isso, muitas vezes, com apenas um toque na tela à frente do motorista (touch screen). A Ford, por exemplo, lançou recentemente o MyFord Touch, uma evolução do sistema Sync Media System, disponível nos modelos Edge e Fusion, ambos vendidos no Brasil. Nele, todas as funções são exibidas em duas telas de LCD coloridas de 4,2 polegadas, instaladas no quadro de instrumentos, ao lado do velocímetro analógico, e uma tela de LCD de 8 polegadas sensível ao toque na parte central do painel. O público certamente aplaudiu. Agora, resta saber se o Brasil poderá dar um passo a frente dos centros de desenvolvimento da indústria automobilística mundial. Talvez façamos como no caso da urna eletrônica. A ver.
Automotive
HISTÓRIA
| ANDRÉ DANTAS
ANOS 60. A ELETRÔNICA COMEÇA A INVADIR O AUTOMÓVEL O RÁDIO DOS CARROS ADOTAVA O TRANSISTOR, ENQUANTO SEMICONDUTORES CHEGAVAM AO ALTERNADOR E TRANSFORMAVAM O SISTEMA DE IGNIÇÃO. ERA O COMEÇO DE UMA REVOLUÇÃO
ANDRÉ DANTAS é engenheiro mecatrônico e consultor
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A
eletrônica moderna entrou na história no automóvel nos anos 60 para solucionar alguns problemas bastante específicos. Era a época da revolução do transistor, componente semicondutor que tomou o lugar das antigas válvulas na maioria das aplicações. O transistor popularizou os autorrádios e teve papel decisivo na adoção do alternador e na transformação do sistema de ignição. No começo dos anos 60 a carga sobre o sistema elétrico do automóvel não parava de crescer. O dínamo, por não conseguir manter a recarga da bateria em marcha lenta, deixou de atender as novas necessidades. Usando diodos semicondutores internos, o alternador entrou em cena, sem exigir alterações significativas no sistema elétrico e sem as deficiências do dínamo. A ignição convencional dos carros, combinando distribuidor com avanço
de centelha centrífugo e a vácuo e corte de corrente da bobina de ignição por platinado, havia praticamente atingido o auge de seu desenvolvimento. Mesmo assim era um sistema bastante imperfeito. O platinado era um interruptor de ação mecânica, impreciso na abertura e fechamento dos contatos que centelhavam continuamente, perturbando a capacidade da bobina de ignição de gerar uma centelha estável na vela. Quanto mais alta a rotação, piores eram a precisão da interrupção da corrente da bobina e a qualidade da centelha na vela. Resultado: queima deficiente do combustível, com baixa potência dos motores e alto consumo. O primeiro uso do transistor na ignição foi para chavear a corrente da bobina, ainda sob o comando do platinado. O transistor, por chavear a corrente da bobina abruptamente
e sem centelhamentos, proporcionou uma faísca na vela de melhor qualidade, com maior economia e potência. O sistema não sofria mais o desgaste por centelhamento nos contatos do platinado e o intervalo de manutenção foi estendido. O circuito elementar continuou evoluindo até o platinado ser totalmente substituído por um sensor magnético e um circuito amplificador. Mal entrava no automóvel, a eletrônica já mostrava seu potencial. Ela era mais precisa e consistente que os componentes eletromecânicos substituídos e potencializava tecnologias para direcionar o projeto dos componentes. Uma profusão de circuitos surgiu no projeto dos automóveis, atendendo inicialmente os tacômetros eletrônicos (contagiros) que dispensavam o cabo de aço, temporizadores de
MÓDULOS E SENSORES do programa de controle de estabilidade Bosch
limpadores de para-brisas e módulos de alarme contra roubo. MOTRONIC No começo dos anos 70 a pressão pela redução na emissão de poluentes, causada por uma frota cada vez maior nos grandes centros urbanos e a crise do petróleo obrigaram os fabricantes a trabalhar na evolução dos sistemas de ignição e alimentação de combustível. Cada vez mais, os automóveis eliminavam o platinado e adotavam ignição totalmente eletrônica. A injeção indireta de combustível era controlada por um módulo eletrônico analógico. Em 1979 a Bosch lançou o sistema de injeção digital Motronic, computadorizado, considerado revolucionário em muitos aspectos. O sistema foi o primeiro a
controlar simultaneamente a injeção de combustível e a ignição, aproveitando sensores em comum e permitindo que ambos funcionassem em perfeita harmonia e sincronismo – algo impossível nos sistemas anteriores, com módulos separados. O novo módulo calculava todos os parâmetros de ignição e injeção a partir de mapas, atendendo com precisão as necessidades do motor em qualquer condição, por mais
complexa que fosse. Os sistemas anteriores, eletromecânicos ou analógicos, operavam por aproximações. Obedecendo a lógica incorporada pelos projetistas, o programa de controle do Motronic permitia calcular, interpretar e decidir em milésimos de segundos. Era possível também checar sensores que, em caso de anormalidade, poderiam ser automaticamente
desabilitados. Os demais sensores passariam a emular os defeituosos, mantendo o motor em condições de funcionamento provisório e advertindo o motorista por meio de uma luz indicativa. Ao fazer o reparo, um técnico tinha a possibilidade ler o código de falha por meio de equipamentos que já se tornavam comuns nas oficinas. Nenhum outro sistema de controle analógico
MOTRONIC, sistema de injeção digital criado pela Bosch em 1979
HISTÓRIA
| ANDRÉ DANTAS
ou eletromecânico seria capaz de oferecer essas funções ou competir com a inteligência agregada aos módulos eletrônicos inovadores. O lançamento do Motronic abriu as portas a novas tecnologias para o automóvel, tornando-o mais econômico e menos poluente. Houve, ao mesmo tempo, ganhos de desempenho no powertrain, maior satisfação para o motorista e acréscimos em segurança. Mas a maior contribuição do Motronic foi a introdução dos módulos programados. Os programas que controlam os módulos digitais são a síntese dos
conhecimentos técnicos e de procedimentos específicos de muitos especialistas. Enquanto o módulo controla o sistema, ele age como se o próprio especialista estivesse operando inteligentemente o sistema. Para muitos sistemas, a capacidade de processamento dos módulos está acima da capacidade de reação mecânica destes sistemas, possibilitando levar estes sistemas ao limite de seu desempenho. CONTROLE DINÂMICO Um passo seguinte na evolução da eletrônica embarcada chegou com a criação do ABS, concebido para evitar o travamento das rodas. Usado há décadas nos aviões, o sistema mecânico era caro e pouco eficiente nos
ABS da geração 8 produzido pela Bosch
automóveis. Reprojetado com recursos da eletrônica digital, tornou-se funcional e economicamente viável. Em outro salto, os conceitos utilizados para melhorar a aderência das rodas nas frenagens foram aplicados também para a aceleração, surgindo o sistema de controle de tração (ASR). Evoluiu também rapidamente a ideia de usar de forma independente o freio em cada roda para elevar o nível de estabilidade do veículo – estava criado o sistema ESP, cuja performance continua avançando. Atualmente há uma profusão de sistemas eletrônicos capazes de elevar a segurança dos passageiros (como acionar os airbags), gerenciar funções de conforto (como personalizar ajustes para cada usuário do veículo) e tornar a vida a bordo dos veículos atrativa e conectada ao mundo externo, via internet. Displays sensíveis ao toque
e viva voz elevam o grau de interatividade com os comandos do veículo e a segurança do motorista, sem distração. O automóvel está mais inteligente e integrado a sistemas de transporte para se tornar mais eficiente. Já é possível pensar em comboios de veículos sem motoristas e sistemas de powertrain alimentados ao longo da estrada por sistemas eletromagnéticos embutidos no solo. Prever o futuro não é uma ciência exata. Não há limite para as tecnologias e para a imaginação, assim como para os desafios futuros. O que podemos ter certeza é que estamos no começo da transformação do automóvel pela eletrônica. É muito provável que os automóveis daqui a vinte anos sejam tão diferentes, capazes e maravilhosos para nós quanto os de hoje devem ser para quem tentava imaginá-los nos anos 60.
ELETRÔNICA VEICULAR
| DICIONÁRIO
ELETRÔNICA DESCOMPLICADA O ENGENHEIRO MECATRÔNICO ANDRÉ DANTAS PREPAROU PARA VOCÊ UM DICIONÁRIO DE ELETRÔNICA VEICULAR, DISPONÍVEL PARA DOWNLOAD EM WWW.AUTOMOTIVEBUSINESS.COM.BR/DICIONARIO.HTML CONFIRA AQUI ALGUNS DOS CONCEITOS PRINCIPAIS ARQUITETURA
ELETROELETRÔNICA:
é a forma de interligar os sistemas eletrônicos dentro do automóvel. Na arquitetura centralizada todos os sensores e atuadores são ligados em um único módulo eletrônico, que concentra as funções de controle de todos os sistemas. Na arquitetura distribuída existem vários módulos eletrônicos, cada qual especializado no controle de um sistema específico, para onde convergem todos os sensores e atuadores daquele sistema, e que se comunica com os demais módulos, enviando e recebendo informações e comandos.
CAN (CONTROLLER AREA NETWORK): sistema padronizado de
rede local para a troca de dados entre computadores. Usada nos automóveis para comunicação entre os vários módulos eletrônicos, permitindo que operem de forma integrada.
CHICOTE: conjunto unificado de fios,
formando um único componente. Um chicote une mecanicamente vários fios que passam pelo mesmo lugar. Os fios são terminados em conectores, facilitando a manipulação e a conexão elétrica correta em componentes elétricos ou em outros chicotes. Também conhecido como fiação.
BARRAMENTO: conjunto de condutores elétricos ou óticos que formam um canal de comunicação digital comum entre vários módulos eletrônicos. As informações que fluem pelo barramento são formatadas segundo um protocolo de comunicação.
CLUSTER: conjunto unificado em que
são montados todos os instrumentos, displays, luzes indicadoras, e circuitos impressos.
DIAGNÓSTICO
VEICULAR: conjunto
de hardware e software que avalia
as condições de funcionamento passadas e presentes dos módulos eletrônicos do veículo. Pode ser feita on board pelo próprio motorista, ou off board, através de uma unidade de diagnóstico ou tester.
DISPLAY: mostrador eletrônico. Pode informar dados de diversas formas (numérica, alfanumérica, gráfica) e usar diferentes tipos de tecnologia (LED, OLED, LCD, etc.).
ELETRÔNICA
EMBARCADA: sistema
eletrônico projetado para ser usado em algum tipo específico de veículo de transporte, onde as exigências são superiores às dos sistemas eletrônicos fixos. Entre estas exigências estão a maior resistência a vibrações, maior tolerância a condições climáticas adversas (frio, calor, umidade, exposição ao sol e à água, etc.), tolerância total ou parcial a sobrecargas e à interferência eletromagnética, entre outros fatores.
INFOTAINMENT: termo em
inglês que aglutina os termos information e entertainment. No automóvel refere-se aos recursos que juntam entretenimento (rádio, TV, filmes, música) e informação (computador de bordo completo, celular, internet, web, e-mail) para o motorista e os passageiros.
OBD (ON BOARD DIAGNOSTICS): interface de
módulos eletrônicos automotivos, usada por sistemas de diagnóstico. O padrão atual é o OBD II, que une sob um mesmo conector físico quatro padrões de comunicação anteriores (SAE J1850 VPW usado pela GM americana, SAE J1850 PWM usado pela Ford americana, ISO 9141 usada pela Chrysler, todos os fabricantes europeus e boa parte dos demais).
TRACKING
SYSTEM:
sistema de rastreamento que permite acompanhar o posicionamento do veículo ao longo do tempo. Pode ser passivo, com o sistema registrando informações internamente para leitura posterior; ou ativo, onde o sistema transmite continuamente sua posição para monitoração em tempo real. É muito usado o sistema GPS, mas também podem ser usados transponders lidos por estações fixas ao longo das vias.
X-BY-WIRE: tecnologia genérica onde um comando mecânico ou hidráulico é substituído por um módulo de controle, sensores e atuadores, desfazendo a conexão direta entre o dispositivo de comando e o sistema comandado. Originado no setor aeronáutico (fly-by-wire), está surgindo no setor automotivo aplicado ao acelerador (drive-bywire), freios (brake-by-wire), direção (steering-by-wire).
comunicação padronizada para
Automotive
ELETRÔNICA EMBARCADA
| ALEXANDRE DE ALMEIDA GUIMARĂƒES
AS NOVAS TENDÊNCIAS EM ELETRÔNICA EMBARCADA A ENGENHARIA BRASILEIRA PREPARA-SE PARA AVANÇAR NA à REA, MAS NO MOMENTO FALTAM PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS E O MERCADO AINDA ESTà DISTANTE DAS NOVIDADES OFERECIDAS EM PA�SES DESENVOLVIDOS
ALEXANDRE DE ALMEIDA GUIMARĂƒES Engenheiro elĂŠtrico com mestrado em engenharia eletrĂ´nica e MBA em ‘GestĂŁo do conhecimento, tecnologia e inovação’, ĂŠ gerente de engenharia na General Motors do Brasil. É tambĂŠm autor do livro EletrĂ´nica Embarcada Automotiva
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a dÊcada de 1990 Steve Jobs antecipava que o centro da revolução digital emergente seria o computador. Para a nova era, em que vårios dispositivos seriam interligados, ele sugeria a adoção natural de um hub digital, com papel central desempenhado por processadores. No setor automotivo não foi diferente. Hå anos observamos a aplicação irrestrita em sistemas de dispositivos microprocessados e microcontrolados. O conjunto formado por esses componentes e módulos Ê atualmente conhecido como eletrônica embarcada. A eletrônica embarcada pode ser encontrada atualmente desempenhando toda e qualquer função em um automóvel. Hå módulos eletrônicos controlando as funçþes de conforto e segurança, nos sistemas de motor e transmissão e
tambĂŠm nos sistemas de direção e suspensĂŁo. A combinação dos diversos mĂłdulos eletrĂ´nicos utilizados em um veĂculo e dos diferentes protocolos de comunicação aplicados ĂŠ conhecida como arquitetura elĂŠtrica e a solução que se aplica em um novo veĂculo depende unicamente da estratĂŠgia de negĂłcios da montadora. Alguns dos principais critĂŠrios utilizados na definição da arquitetura elĂŠtrica de um novo veĂculo: veĂculo (opcionais requeridos pelos consumidores) da arquitetura (e consequentemente do veĂculo final)
que serĂŁo desenvolvidos
(segmentação) Se analisarmos os veĂculos de alto volume
de vendas oferecidos em paĂses emergentes, perceberemos que as soluçþes de arquitetura elĂŠtrica empregadas ainda sĂŁo bem diferentes das aplicadas a veĂculos vendidos em mercados desenvolvidos. Este artigo trata um pouco dos produtos vendidos nestes dois mercados e menciona tendĂŞncias tecnolĂłgicas no Brasil e no mundo. Analisa tambĂŠm de forma superficial a engenharia local e a oferta de profissionais especializados desafios que ocuparĂŁo as engenharias das anos. SOFISTICAĂ‡ĂƒO Fica fĂĄcil imaginar arquiteturas elĂŠtricas mais utilizadas nos paĂses desenvolvidos quando olhamos para os veĂculos mais vendidos nestes paĂses. Tomando como referĂŞncia a Alemanha,
REPRESENTAĂ‡ĂƒO DE ARQUITETURA RA ELÉTRICA ELÉTRICA PWL
PWL
ECM
Entrada p/ o BCM
DISCRETA 1 Lanterna
RĂ DIO
DISCRETA 2
REDE 1
DISCRETA 2
Farol
REDE 2 Lanterna
IPC Farol
REDE 3
BCM 1
REDE 1 - Alta Velocidade
PWL
BCM 2
PWL
REDE 2 - MÊdia Velocidade REDE 3 - Baixa Velocidade DISCRETA 1 - Comando dos Vidros ElÊtricos DISCRETA 2 - Comando da Iluminação Externa Entradas Discretas para o BCM
entre os dez modelos mais vendidos em 2009 ! " # ' ' '* + ! <= > @
com razoĂĄvel conteĂşdo tecnolĂłgico, especialmente no que se refere Ă eletrĂ´nica embarcada. Ă&#x2030; importante destacar os sistemas de entretenimento e informação. Ao observarmos a tecnologia Y percebemos quanto a eletrĂ´nica embarcada automotiva evoluiu nos Ăşltimos vinte anos. Os sistemas de entretenimento e informação estĂŁo cada vez mais integrados ao veĂculo e Ă arquitetura elĂŠtrica. SĂŁo capazes de
IPC - Instrumentos do Painel ECM - Módulo de Controle do Motor BCM - Módulo de Controle da Carroçaria PWL - Módulo Levantador de Vidro
trocar informaçþes com equipamentos portåteis = Z [<+ ' +
\ incorporam sistemas de navegação, função ] \ ) com reconhecimento de voz para acesso Ă agenda e discagem e sĂŁo compatĂveis com vĂĄrios formatos de arquivos de mĂşsica, vĂdeo e imagens. Os sistemas, equipados com disco rĂgido (da ordem ] ^ ^ _ podem receber sinais ` Y ^ acessam a Internet, de consoles de vĂdeo games e disponibilizam serviços de conveniĂŞncia como localização de hotĂŠis e restaurantes nas
redondezas do veĂculo. AlĂŠm de terem telas sensĂveis ao toque, podem ser operados atravĂŠs do controle remoto no volante de direção. Os equipamentos mais modernos trazem telas capazes de reconhecer escrita (da mesma forma que um ) e sĂŁo totalmente compatĂveis com diversos padrĂľes amplamente difundidos no ' + { _ Smartphones, Palm e Google. Alguns podem atuar como computador de bordo, apresentando informaçþes de diagnĂłstico e eventuais falhas do veĂculo. Outros sistemas eletrĂ´nicos amplamente
utilizados nos mercados desenvolvidos sĂŁo: < |}|< Passive } _ | < ), onde nĂŁo hĂĄ chave com segredo mecânico para abrir o veĂculo nem mesmo para dar a partida, que ĂŠ operada pressionando um botĂŁo no painel de instrumentos. + \ e ajuste automĂĄtico ao condutor. |
Y adaptativo, capaz de identificar objetos dezenas de metros Ă
Y lo automaticamente, reduzindo a possibilidade de acidente.
| ALEXANDRE DE ALMEIDA GUIMARĂ&#x192;ES
WWW.AUTOBLOG.COM
ELETRĂ&#x201D;NICA EMBARCADA
SISTEMAS DE INFORMAĂ&#x2021;Ă&#x192;O E ENTRETENIMENTO estĂŁo cada vez mais integrados ao veĂculo e Ă arquitetura elĂŠtrica
< Â&#x2020; que identifica simultaneamente as condiçþes climĂĄticas do momento e o percurso do veĂculo, alterando o dos farĂłis para melhor iluminar a via. < Â&#x2020; sinalização da via, que identifica o conteĂşdo das placas de trânsito atravĂŠs de uma câmera e as projeta em um _ no painel de instrumentos. Â&#x2021; _ \ , onde as informaçþes sĂŁo projetadas no ser permanentemente visualizadas pelo motorista sem necessidade de desviar a atenção da via de trĂĄfego. < estacionamento capazes de identificar se uma vaga na via de trĂĄfego tem tamanho suficiente para o veĂculo e tambĂŠm atuando diretamente na movimentação do
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volante de direção sem interferĂŞncia do motorista. OS DESAFIOS No Brasil a realidade ainda ĂŠ bem diferente. A demanda por preço em detrimento do conforto ou atĂŠ mesmo da segurança ainda domina o mercado. O segmento de veĂculos de entrada (com motorização 1.0L e geralmente equipados com poucos opcionais) ~ * Â&#x20AC; das vendas em 2009. Figuraram entre os veĂculos mais vendidos em 2009 (e nos anos anteriores) os
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Â&#x201A; [ \
Â&#x192; Ă&#x2030; certo que o brasileiro se interessa e deseja tecnologia, mas a popularização de sistemas avançados de eletrĂ´nica embarcada estĂĄ apenas começando e alguns anos ainda nos separam da realidade dos mercados desenvolvidos. O carro tradicional do brasileiro ainda ĂŠ aquele equipado com direção
hidråulica, ar condicionado, = elÊtricos e alarme antifurto) e um sistema de som (geralmente comprado fora da concessionåria ou loja autorizada pela montadora). Somente hå poucos anos os sistemas de navegação (portåteis) se popularizaram, assim como
manobras (sensores de estacionamento). Sistemas de airbag e ABS tambĂŠm tĂŞm registrado aumento de volume, atribuĂdo em grande parte a promoçþes e pacotes de opçþes fechados oferecidos pelas prĂłprias montadoras. A evolução estĂĄ ocorrendo, a frota local vem sendo continuamente renovada e cada vez mais hĂĄ veĂculos intermediĂĄrios estradas. TENDĂ&#x160;NCIAS Pesquisa feita em 2005 com visitantes do SalĂŁo do AutomĂłvel de TĂłkio e estudantes de engenharia japoneses mostrou que
as maiores preocupaçþes dos entrevistados estavam relacionadas ao meio ambiente e Ă segurança de ocupantes, pedestres e outros veĂculos. Na visĂŁo de grande parte dos entrevistados a comunicação entre veĂculos estarĂĄ operando em meados de 2020 e entre veĂculos e as vias de trĂĄfego atĂŠ 2025. Sistemas de direção autĂ´noma de veĂculos devem estar disponĂveis em Â&#x201E; > Â&#x192; Para tanto, tecnologias tĂŞm sido desenvolvidas e algumas jĂĄ sĂŁo aplicadas atualmente. Esta evolução depende particularmente do amadurecimento dos sistemas eletrĂ´nicos e da padronização de determinados protocolos de comunicação. Â&#x2020; de determinadas legislaçþes â&#x20AC;&#x2DC;estimularĂĄâ&#x20AC;&#x2122; os desenvolvimentos nas ĂĄreas de segurança veicular e proteção ao meio ambiente. Sistemas de sensoriamento devem
PENSANDO NO FUTURO DA ELETRĂ&#x201D;NICA VEICULAR
se desenvolver bastante Â&#x192; Somente com soluçþes avançadas na ĂĄrea de sensores ĂŠ que poderemos ter sistemas robustos e efetivos de prevenção de acidentes, reconhecendo e tomando decisĂľes em simultaneamente as condiçþes da via de trĂĄfego, dos demais veĂculos na via, dos pedestres e do prĂłprio motorista. Outro ponto relevante ĂŠ que a eletrĂ´nica embarcada tem evoluĂdo muito no sentido de viabilizar a utilização de sistemas alternativos de propulsĂŁo automotiva. A evolução de hardware e software ĂŠ fundamental para que biocombustĂveis, propulsores hĂbridos e elĂŠtricos e sistemas baseados em cĂŠlulas a combustĂvel sejam efetivamente utilizados. Os sistemas de entretenimento tambĂŠm tĂŞm avançado rapidamente. As interfaces \ Y~ Â&#x2018;
sido continuamente aperfeiçoadas para facilitar a utilização, assim como novas formas de mĂdia sĂŁo incorporadas aos sistemas. Na visĂŁo de alguns = Â&#x201E; > a maioria dos veĂculos comercializados nos mercados desenvolvidos estarĂĄ equipada com sistemas de entretenimento e informação capazes de se comunicar bidirecionalmente com a internet e atĂŠ mesmo trocar conteĂşdo diretamente com outros veĂculos. Sonho? Â&#x192; Â&#x152; acesso para download e upload em sites da web, qual seria a dificuldade tĂŠcnica de trocar conteĂşdo com outros veĂculos? Outros sistemas que se popularizarĂŁo no futuro sĂŁo: Â&#x2021; Â&#x2020; do ruĂdo da cabine, utilizando elementos ativos de controle de ruĂdo. | = reconfigurĂĄveis em aparĂŞncia e funçþes, com instrumentos virtuais projetados em superfĂcies
No que se refere a produto, a tendĂŞncia dos sistemas ĂŠ
total atenção Ă condução do veĂculo. SerĂĄ um grande de
\ Y~ Â&#x2C6; as tecnologias deverĂŁo facilitar a vida dos motoristas e au mentar a segurança ao dirigir, dos ocupantes do veĂculo,
Â&#x192;
que lidar com uma sĂŠrie de â&#x20AC;&#x153;beepsâ&#x20AC;? em nossos veĂculos. Â&#x2030;Y tecnologia aplicada â&#x20AC;&#x153;longe dos olhosâ&#x20AC;? dos motoristas, como sistemas gerenciando o consumo de cargas elĂŠ tricas, melhorando o consumo de combustĂvel, rea proveitando a energia gerada pela rolagem do veĂculo (atravĂŠs das rodas e tomadas de ar) e pelos freios (rege Â&#x192; '
^ Â&#x2020; ^
] Â&#x2020; trĂĄfego nas vias, de forma transparente aos motoristas. Sobre os desafios no que tange o desenvolvimento de novas soluçþes, as montadoras tenderĂŁo a buscar cada vez
^ ' Â
^ Â&#x160; Â&#x192; } mizarĂŁo a aplicação das capacidades e conhecimentos de cada empresa e permitirĂŁo o lançamento de grandes pro dutos em intervalos de tempo relativamente curtos. Â&#x160; ] Â&#x2020; ^ \ e na redução dos custos de desenvolvimento e validação veremos a comunização de hardware e software. SerĂĄ um grande desafio conseguir com uma pequena quantidade
Â&#x2039; ^ de produtos oferecidos por uma montadora, dos modelos bĂĄsicos vendidos em paĂses emergentes aos modelos lu ]
Â&#x192; Â&#x152; verĂĄ grande dificuldade na determinação da abrangĂŞncia de uma dada arquitetura elĂŠtrica. Por fim, dada a necessidade de identificar e controlar alguns dos efeitos atualmente nĂŁo palpĂĄveis causados por sistemas eletroeletrĂ´nicos (em compatibilidade eletromag nĂŠtica ou causados por softwares), novas ferramentas de Â&#x2020; '}
novo leque de opçþes no sentido de se reduzir os custos com testes de validação. O futuro da eletrĂ´nica embarcada chegou. Nossos veĂculos foram definitivamente eletrificados e resta Ă so ciedade aproveitar as facilidades oferecidas pelos pe queninos semicondutores.
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GENERAL MOTORS
ELETRĂ&#x201D;NICA EMBARCADA
ELETRIFICAĂ&#x2021;Ă&#x192;O avança no projeto de novos veĂculos
A ENGENHARIA BRASILEIRA ESTĂ PREPARADA PARA A EVOLUĂ&#x2021;Ă&#x192;O TECNOLĂ&#x201C;GICA NA Ă REA DE ELETRĂ&#x201D;NICA EMBARCADA
Y brisa, de forma a reduzir a perda de atenção do motorista durante a condução. =
no teto, captando energia solar que serĂĄ utilizada com o intuito de suprir parte das cargas elĂŠtricas consumidas pelo veĂculo e assim contribuir com a redução do consumo de combustĂvel e da emissĂŁo de gases poluentes. < Â&#x2020; suporte Ă direção, com capacidade de detecção de movimentação ao redor do
Â&#x2019; Â&#x2020; noturna e sob condiçþes climĂĄticas severas. POTENCIAL E a engenharia brasileira? EstĂĄ preparada para a revolução tecnolĂłgica iniciada? Sem sombra de dĂşvidas a resposta ĂŠ sim. As principais montadoras instaladas no Brasil contam com departamentos de engenharia completos, equipados com as mais
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modernas ferramentas de suporte ao desenvolvimento e validação de sistemas automotivos avançados. Alguns destes centros de engenharia, jĂĄ hĂĄ alguns anos, desenvolvem projetos de veĂculos globais, seguindo requisitos globais de especificação e validação. Â&#x2021; os veĂculos concebidos na Europa e Estados Unidos Ă s condiçþes brasileiras, para se tornarem referĂŞncia no desenvolvimento de determinados tipos de veĂculos, plataformas e arquiteturas. E como se encontra o engenheiro brasileiro Â&#x201C; } Y preparado para assumir tais responsabilidades globais? Â&#x192; aprendizado, determinação, de comunicação, o engenheiro brasileiro se destaca nos grupos globais de desenvolvimento. Neste momento de economia local aquecida poucos engenheiros
disponĂveis, livres, no mercado. A situação fica ainda mais delicada quando a modalidade procurada ĂŠ simulação '} @ ' Engineering ou Engenharia ' Â&#x192; Os profissionais nesta ĂĄrea sĂŁo poucos, para uma demanda que cresce Â&#x192; Outro fenĂ´meno interessante ĂŠ o aumento de pessoas querendo atuar no Brasil. HĂĄ brasileiros procurando retornar ao paĂs e estrangeiros em busca de oportunidades. Americanos, indianos, europeus e atĂŠ mesmo chineses tĂŞm mostrado interesse em integrar equipes de engenharia no + @ ~ reversĂŁo no movimento Â&#x2020; visto durante muitos anos e coloca o Brasil definitivamente no seleto grupo de paĂses capazes de desenvolver tecnologias automotivas. Â&#x201E;
MEIO AMBIENTE
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AUTOMÓVEL CIDADE TRÉGUA NA DISPUTA DESENVOLVIMENTOS DA ELETRÔNICA EMBARCADA, COMO O OBD, E SISTEMAS DE MONITORAMENTO MOSTRAM CAMINHO PARA PROMOVER UMA CONVIVÊNCIA MAIS HARMONIOSA ENTRE VEÍCULOS E METRÓPOLES GIOVANNA RIATO
N
ão é de hoje que o prazer de ter um automóvel briga com a qualidade de vida e a mobilidade nas cidades. Disciplinar a maré crescente de veículos voltados para o transporte pessoal em metrópoles despreparadas para acomodar tantos carros nunca foi tarefa fácil. Muito menos combater as emissões de gases que provocam o efeito estufa e afetam a saúde das pessoas. Agora, com o desenvolvimento da eletrônica nos veículos e nos meios para monitorá-los, surgem luzes sobre algumas soluções. Um exemplo das novidades aparece no monitoramento da emissão de poluentes pelos automóveis. A preocupação está presente nas montadoras desde os anos oitenta, empurrada pela legislação, mas ganhou força com a obrigatoriedade da inspeção veicular ambiental em São Paulo, fonte de inspiração para outros municípios. Além de verificar os veículos na ca-
EMISSÕES estão contidas em 9 ppm de CO2 em São paulo
Automotive
MEIO AMBIENTE
GABRIEL MURGEL BRANCO, um dos criadores do Proconve
QUALIDADE DO AR NA FRENTE Em São Paulo a Cetesb é responsável por verificar se o desenvolvimento automotivo está, de fato, resultando em uma melhora na qualidade do ar da região. A entidade combina 45 estações de monitoramento automático com coletas manuais do ar em diversas regiões. As informações são transmitidas para o banco de dados da companhia e ficam disponíveis no site da entidade na internet. Apesar de trabalhar sempre com a mesma tecnologia, os equipamentos utilizados nas estações remotas, que embutem instrumentos de origem norte-americana, passam por constantes atualizações eletrônicas. “A rede de São Paulo tem tecnologia e confiabilidade comparáveis às equivalentes de Paris e da Califórnia” – garante Maria Lucia Guardani, gerente do setor de telemetria da Cetesb. As medições atuais dizem que as conquistas na qualidade do ar avançaram mais depressa que a frota paulistana. As emissões de monóxido de carbono estão contidas em 9 ppm, contra quase 40 ppm do final dos anos 80.
pital paulista a Controlar, empresa responsável pelas inspeções, implantou estações de monitoramento remoto em algumas vias. O equipamento é colocado na calçada e, com um feixe de laser, mede as emissões dos carros que passam na faixa direita da via. “O aparelho não substitui a inspeção individual, que avalia muitos itens, mas oferece uma fotografia do estado da frota, efetuando oito a dez mil registros por dia”, destaca Gabriel Murgel Branco, engenheiro, consultor da área de emissões veiculares e um dos responsáveis pela criação do Proconve - Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores. O novo sistema fotografa a placa do veículo e pode indicar se o condutor pratica irregularidades como substituir o catalisador em estado precário por outro, emprestado apenas para que o carro passe pela verificação nas estações da Controlar. Branco avalia que o ideal seria combinar a inspeção convencional com um número mais expressivo de estações remotas, vinte talvez. “A iniciativa permitiria à Secretaria do Meio Ambiente uma avaliação efetiva do estado dos veículos e a possibilidade de controle muito maior sobre as emissões”, afirma.
CHIP VEICULAR Outro avanço no monitoramento da frota é o chip veicular que o Departamento Nacional de Trânsito gostaria de ver instalado em todos os veículos até 2014. A princípio o sistema serve apenas para a localização e monitoramento da velocidade do automóvel, possibilitando maior controle sobre os fluxos de trânsito da cidade e detectar infrações, como excesso de velocidade, sem necessidade de um radar. A tecnologia eletrônica incorporada aos chips promete uma ajuda para desafogar o trânsito e ao mesmo tempo melhorar a qualidade do ar. Entre
BUSINESS
OBD FAZ O DIAGNÓSTICO A Cetesb – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo é responsável pelos testes de emissões e homologação de automóveis que dão sinal verde para a sua produção e comercialização. A entidade reconhece que a inspeção ambiental, promovida de forma independente, complementa o trabalho de verificação iniciado na companhia. Vanderlei Borsari, gerente da Divisão de Transporte Sustentável e Emissões Veiculares, adverte que o automóvel sofre muitas alterações durante sua vida útil e mesmo pequenas mudanças no powertrain conduzem a emissões de poluentes até cinco vezes superiores às originais. Para o químico a exigência do sistema de OBD (On Board Diagnostic) nos automóveis representa outro avanço possibilitado pela evolução da eletrônica embarcada, prometendo melhorar o controle sobre a frota e a qualidade de vida nos centros urbanos. O equipamento de OBD, responsável por diagnosticar e registrar a bordo os níveis de emissão de poluentes em automóveis com injeção eletrônica, era inicialmente usado pelas montadoras para facilitar a detecção de defeitos e auxiliar no conserto em oficinas. Cada empresa fabricava o equipamento com padrões próprios e, após o uso, as informações contidas nele eram apagadas. Em 2007 foi criado um padrão brasileiro e 40% dos automóveis deveriam sair da fábrica equipados com o recurso. O sistema passou por refinamentos e a partir de 2010 começa a ser exigido em 60% dos carros vendidos no país, nacionais ou importados, já no padrão brasileiro, chamado OBDBr-2. Uma luz no painel indica ao motorista se as emissões estão acima do exigido. Em 2011, a exigência do sistema avança para 100% dos carros comercializados, segundo a norma nº 24 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente. O consultor Gabriel Murgel Branco explica que nos Estados Unidos, berço do OBD, a tecnologia já apresenta a possibilidade de comunicação com órgãos fiscalizadores do governo via rádio para informar os registros captados pelo aparelho. “Este recurso é muito eficiente e ainda está em discussão. Não foi colocado em prática por conta de críticas em relação à privacidade do motorista”, resume.
outras possibilidades colaterais, o dispositivo pode detectar veículos sem licenciamento ou aqueles reprovados na inspeção veicular que continuam em circulação. Seria, ainda, um primeiro passo para o pedágio urbano, nos moldes do Sem Parar. PROCONVE O primeiro impulso para a criação de tecnologias capazes de domar as emissões e tornar mais amigável a presença do automóvel na área urbana vem de 1987. Na época a qualidade do ar beirou o estado de emergência, com emissões de monóxido de carbono da ordem de 37 partes por milhão, chegando perto do limite de 40 ppm. O alerta de índices tão elevados surgia como uma ameaça ao crescimento da própria produção na indústria automobilística. Nasceu então o Proconve, unindo forças da Cetesb com o Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Junto com a preocupação ambiental a medida reforçou a exigência da indústria automotiva desenvolver tecnologias para reduzir os índices de emissões indesejáveis. “O setor automotivo não queria contestar o controle de emissões e ser o vilão da história. Ele fez o melhor possível e houve um forte impulso para aperfeiçoar motores e sistemas de tratamento de gases” – ressaltou Murgel Branco.
Automotive
GUIA
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EMPRESAS E EXECUTIVOS QUEM É QUEM NO SETOR AUTOMOTIVO NA ÁREA DE ELÉTRICA & ELETRÔNICA
Algumas empresas preferiram não divulgar seus dados e aparecem apenas no índice. Para correções ou acréscimos às listas envie email para brunacarvalho@ automotivebusiness.com.br.
ELÉTRICA & ELETRÔNICA
DISPLAYS Continental ........................................ 72 Magneti Marelli .................................. 73 PST Eletrônica ...................................... 74
1. POWERTRAIN 2. BODY SYSTEMS 3. INFOTAINMENT 4. SEGURANÇA 5. ELETRÔNICA BÁSICA 6. SERVIÇOS 1. POWERTRAIN IMOBILIZADOR DE MOTOR Continental ......................................... 72 Delphi ................................................. 73 Magneti Marelli ................................... 73 MÓDULO ELETRÔNICO DE GERENCIAMENTO DE MOTOR Continental ......................................... 72 Delphi ................................................. 73 Magneti Marelli ................................... 73 OUTROS SISTEMAS SISTEMA DE VEDAÇÃO Cooper Standard Automotive .............. 72
2. BODY SYSTEMS SISTEMA DE CARGA Acumuladores Ajax ............................. 71 Baterias Pampa .................................. 72 Enerbrax Acumuladores ...................... 73 Enertec ................................................ 73 Moura MÓDULO DE COMBUSTÍVEL Continental ........................................ 72 Delphi ................................................. 73 Robert Bosch........................................ 74 TI Automotive DIAGNÓSTICO Actia .................................................... 71 Alfatest ................................................ 71 Magneti Marelli ................................... 73 SISTEMA DE LIMPEZA DOS VIDROS Denso Eletrômecanica Dyna ........................... 73 Robert Bosch ....................................... 74 Valeo ................................................... 75 Zanettini, Barossi ................................ 75 SISTEMA DE ILUMINAÇÃO Arteb Automotive Lighting (Magneti Marelli). 73 Braslux ................................................ 72 Olsa Plascar................................................. 74 Valeo ................................................... 75
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SISTEMA DE TEMPERATURA Continental ........................................ 72 Delphi ................................................. 73 Indebrás .............................................. 73 Magneti Marelli ................................... 73 Metalúrgica Iguaçu.............................. 74 MTE-Thomson ...................................... 74 Robert Bosch........................................ 74 Wahler ................................................ 75 Willtec ................................................. 75 SISTEMA DE DISPOSIÇÃO DE BANCOS Aunde ................................................ 71 Brose .................................................. 72 Faurecia ............................................. 73 Isringhausen ...................................... 73 Lear ................................................... 73 Pematec Triangel ................................. 74 Scherdel ............................................. 74 TRIO ELÉTRICO SISTEMA DE ALARME Cronn ................................................. 73 Delphi ................................................. 73 Magneti Marelli ................................... 73 Olimpus ............................................. 74 PST Eletrônica ...................................... 74 Quanta Tecnologia .............................. 74 SISTEMA DE TRAVA ELÉTRICA Continental ........................................ 72 Huf do Brasil ....................................... 73 Indebrás .............................................. 73 Iramec ................................................. 73 Magna Magneti Marelli ................................... 73 Mecânica Industrial Centro.................. 74 Plascar................................................. 74 PST Eletrônica ...................................... 74 Valeo ................................................... 75 SISTEMA DE LEVANTADOR ELÉTRICO DOS VIDROS Brose ................................................... 72 Continental ......................................... 72 Iramec ................................................. 73 Lames Magneti Marelli ................................... 73 PST Eletrônica ...................................... 74 Robert Bosch........................................ 74 PAINEL DE INSTRUMENTOS Continental ......................................... 72 Magneti Marelli .................................. 73 NS São Paulo....................................... 74 PST Eletrônica ...................................... 74 Willtec ................................................. 75
ENTRETENIMENTO RÁDIO, DVD, MULTIMÍDIA, ANTENA E ALTO-FALANTES Actia .................................................... 71 Bomber ............................................... 71 Boog.................................................... 72 Bravox ................................................. 72 Continental ......................................... 72 Delphi ................................................. 73 Elgin .................................................... 73 H-Buster .............................................. 73 Magneti Marelli ................................... 73 Olimpus ............................................. 74 Platin (GT Digital) ................................ 74 PST Eletrônica ...................................... 74 Visteon ................................................ 75 SISTEMAS X-BY-WIRE Magneti Marelli ................................... 73 TRW Automotive .................................. 75 OUTROS SISTEMAS PAS - ASSISTENTE DE ESTACIONAMENTO PST Eletrônica ...................................... 74 PEPS - START STOP Magneti Marelli .................................. 73 Robert Bosch........................................ 74 ACC - CONTROLE DE CRUZEIRO ADAPTATIVO Robert Bosch........................................ 74 REGULAGEM DE RETROVISOR EXTERNO PST Eletrônica ...................................... 74 TUBULAÇÕES PARA FLUIDO Cooper Standard Automotive .............. 72
3. INFOTAINMENT CONECTIVIDADE, MÓDULOS ELETRÔNICOS, SOFTWARES, CHIP, ECU, CONTROLE DA CARROÇARIA Continental ........................................ 72 Delphi ................................................. 73 Edag .................................................... 73 Kostal Magneti Marelli ................................... 73 National Instruments ........................... 74 OpenCore ........................................... 74 Sintel ................................................... 75
3T Systems Av. Paulista, 777, 17o, 01311-914, São Paulo, SP, tel. 11 2125-8300 www.3tsystems.com.br Diretor Superintendente: Sandro Azevedo Actia Av. São Paulo, 555, 90230-261, Porto Alegre, RS, tel. 51 3358-0229 www.actia.com.br OUTROS SISTEMAS RASTREAMENTO E ROTEIRIZAÇÃO 3T Systems .......................................... 71 Autotrac .............................................. 71 Buonny ................................................ 72 Car System .......................................... 72 Chip Sat .............................................. 72 Cielo.................................................... 72 Commandersat.................................... 72 Consegurança ..................................... 72 Continental ......................................... 72 Delphi ................................................. 73 Exonn .................................................. 73 Getrak ................................................. 73 JCI JVaz..................................................... 73 Magneti Marelli ................................... 73 Omnilink ............................................ 74 Onixsat ................................................ 74 Quanta Tecnologia .............................. 74 Sascar ................................................. 74 Satcom ................................................ 74 Sidartrac .............................................. 75 Siemens............................................... 75
FREIOS ABS, CONTROLE DE TRAÇÃO E SISTEMA ESP Continental ........................................ 72 Haldex ................................................. 73 Ideal Standard Wabco Trane (Wabco).. 75 Robert Bosch...................................... 741
GERENCIAMENTO DE FROTA Bysat ................................................... 72 Consult ................................................ 72 Continental ........................................ 72 Guberman ........................................... 73 Magneti Marelli ................................... 73 Sintel ................................................... 75 SoftCenter .......................................... 75
SEMICONDUTORES Corona ............................................... 72 Freescale ............................................. 73 Infineon............................................... 73 Semikron ............................................. 74 STMicroelectronics ............................... 75 Texas Instruments ................................ 75
NAV – SISTEMA DE NAVEGAÇÃO Clarion ................................................ 72 Delphi ................................................. 73 Elgin .................................................... 73 Magneti Marelli ................................... 73 Stet Som Visteon ................................................ 75 BLOQUEADORES DE VEÍCULOS Cielo.................................................... 72 Exonn .................................................. 73 Magneti Marelli .................................. 73 PST Eletrônica ...................................... 74 Sascar ................................................. 74
4. SEGURANÇA AIRBAG Continental ........................................ 72 Delphi ................................................ 73 Magneti Marelli ................................... 73 Robert Bosch........................................ 74 Takata-Petri ........................................ 75 TRW Automotive .................................. 75
5. ELETRÔNICA BÁSICA COMPONENTES PARA SISTEMAS ELETRÔNICOS T&C ..................................................... 75 INTERRUPTORES, SENSORES E ATUADORES Casco ................................................. 72 Continental ......................................... 72 Delphi ................................................. 73 Kostal MTE-Thomson ...................................... 74 Omron Robert Bosch........................................ 74 Sensata Technologies .......................... 75 TDK ..................................................... 75 Wahler ................................................ 75
FUSÍVEL Bussmann............................................ 72 RELÉ Al Circuits ............................................ 71 Cliptech ............................................... 72 Continental ......................................... 72 CHICOTES (FIOS) AEES .................................................... 71 Brascabos ............................................ 72 Cablelettra .......................................... 72 Delphi ................................................. 73 Letande ............................................... 73 PK Cables ............................................ 74 Policon................................................. 74 Sumidenso TCA ..................................................... 75 Yazaki.................................................. 75 Wirex................................................... 75
Diretor Geral: Pascal Paul Andre Laigo Acumuladores Ajax R. Joaquim Marques de Figueiredo, 5-57, 17034-290, São Paulo, SP, telefax 14 2106-3000 www.ajax.com.br Diretor-Presidente: Nasser Farache AEES Power Systems Av. Pe. Lourenço da Costa Moreira, 3.679, 04217-000, Itajuba, MG, telefax 35 3629-2000 www.aeesinc.com Gerente Geral: Giancarlo Tasso Gerente de Compras: André Almeida Al Circuits R. Sud Menucci, 98, 04017-080, São Paulo, SP, tel. 11 3384-1000 www.alcircuits.com.br Presidente: Marcos Scaff Alfatest Av. Pres. Wilson, 3.009, 04220-000, São Paulo, SP, tel. 11 3534-8800, fax 11 2163-3146 www.alfatest.com.br Presidente: Clóvis Pedroni Junior Aunde R. Itápolis, 85, 08559-450, Poá, SP, tel. 11 4634-7100, fax 11 4634-7275 www.aunde.com.br Presidente: José Roberto Ferro Diretor de Compras: Renato Saghi Autotrac Campus Universitário, Darcy Ribeiro, Gleba A, Asa Norte, 70910-901, Brasília, DF, tel. 61 3307-7000, fax 61 3307-7020. www.autotrac.com.br Presidente: Nelson Piquet Souto Maior
6. SERVIÇOS
Bomber Av. das Indústrias, 2.026, 94930-230, Cachoeirinha, RS, tel. 51 2125-9100 www.bomber.com.br
Cooper Standard Automotive .............. 72 Semcon - Serviços de Engenharia........ 74
Presidente: Gustavo Lermen
GUIA
| FORNECEDORES
Boog R. Oliveira Melo, 690, 04271-000, São Paulo, SP, tel. 11 2614-5649 www.boogsom.com.br Brascabos Av. Brasil, 3.464, 13505-600, Rio Claro, SP, tel. 19 3522-5122, fax 19 3522-5734 www.brascabos.com.br Presidente: Glauber Marçal Braslux R. Daniel Rossi, 380, 95076-100, Caxias do Sul, RS, tel. 54 3218-6500, fax 54 3222-9300 www.braslux.com.br Presidente: Lindones Balninot Baterias Pampa R. Ramiro Barcelos, 58, 90035-300, Porto Alegre, RS, tel. 51 3226-4911 www.bateriaspampa.com.br Presidente: Roberto Sobieraisque Bravox R. Caetano Ruggieri, 3.106, 3310-901, Itu, SP, tel. 11 4013-8211, fax 11 4013-3449 www.bravox.com.br Diretor-Presidente: Geraldo Araújo Brose Av. Sul, 151 (BR 376, km 628/629), 83183-000, São José dos Pinhais, PR, tel. 41 3381-2000, fax 41 3381-2096 www.brose.com Presidente: José Bosco Silveira Junior Buonny Al. dos Guatas, 191, 04053-040, São Paulo, SP, tel. 11 5079-2621 www.buonny.com.br Diretor Comercial: Eliel Fernandes Bussmann Rod. SP 75, km 23,5, 13312-000, Itu, SP, tel. 11 4024-8400, fax 11 4024-8424 www.bussmann.com.br Diretor Geral: Martin Gonzalez Bysat R. Juruá, 50, 5º, 31140-020, Belo Horizonte, MG, tel. 31 3057-4401 www.bysat.com.br Diretor Geral: Horácio Rabelo Pereira Diretor Executivo: Bruno Pereira Mourão Cablelettra Rod. MG 424, km 25, 35720-000, Matozinhos, MG, tel. 31 3712-9900, fax 31 3712-9912 www.cablelettra.com.br Diretor Geral: João Rita Caldeira Diretor de Engenharia: Renato Poli
72 BUSINESS
Car System Av. Alfredo Egídio Souza Aranha, 45, bl. A, 04726-170, São Paulo, SP, telefax 11 5645-3355 www.carsystem.com Presidente: Élcio Vicentin Casco R. Três, 399, 13347-406, Indaiatuba, SP, tel. 19 3885-6100 www.cascoglobal.com Gerente Geral: Heitor Mens Gerente de Vendas e Engenharia: Luiz Antonio Lopes Chipsat R. Barão do Triunfo, 419, sl. 501, 92200-710, Porto Alegre, RS, telefax 51 3219-5000 www.chipsat.com.br Presidente: Álvaro Ederich Cielo R. Carlos Alberto Beninca, 290, 99072-330, Passo Fundo, RS, telefax 54 3312-3399 www.grupocielo.com.br Presidente: Cirio Kolberg Diretor de Compras: Joduciel Kolberg Clarion Av. Guido Caloi, 1.985, Galpão 07, 05802-140, São Paulo, SP, tel. 11 5897-6301, fax 11 5893-2199 www.clarion.com.br
Cooper Standard – Varginha Av. Manoel Vida, 1.000, 37062-460, Varginha, MG, tel. 35 3219-4000, fax 35 2105-4009 www.cooperstandard.com Presidente: Reinaldo J. Marques Diretor Financeiro: Henrique Erbst Diretor Técnico: Rodrigo Luiz Gerente Geral de Vendas: Fabio Acorci Gerente Engenharia e Desenvolvimento: Roberto T. Ueda Gerente de Compras e Suprimentos: Bruno Moura Gerente de Manufatura (Acabamento): Ocimar Barella Gerente de Manufatura (Extrusão): Hélio Fujii Gerente de Qualidade: Paulo Garcia Gerente de RH: José Eustáquio Braga Gerente de Logística: Alexandre Soriano Cooper Standard – Camaçari Av. Henry Ford, 2.000, 42810-000, Camaçari, BA, tel. 71 3649-2735, fax 71 3649-3713 Gerente da Planta: Renato Santos Consult Av. Onze de Junho, 165, 04041-050, São Paulo, SP, telefax 11 5087-5799 www.grconsult.com.br Presidente: Celso Ciglio
Presidente: Kioshi Egawa Commandersat R. Hilda Bergo Duarte, 462, 4o, 79806-902, Dourados, MS, tel. 67 3421-3421 www.commandersat.com.br Presidente: Renato Maezuka Condumax Rod. Wilquem Manoel Neves, km 3,5, s/nº, 15400-000, Olímpia, SP, tel. 17 3279-3700, fax 17 3279-3716 www.condumax.com.br Diretora Executiva: Carmem Chacon Consegurança R. Anésio João da Silva, 126, cjs. 13/23B, 05563-080, São Paulo, SP, tel. 11 3442-9000 www.conseguranca.com.br Presidente: Alberto Carlos Barbosa
Continental Av. Senador Adolf Schindling, 131, Endres, 07042-020, Guarulhos, SP, tel. 11 2423-3400. Central de Relacionamento do Aftermarket: marcas ATE e VDO 0800 77 00 107 www.continental-corporation.com Presidente: Maurício Muramoto Diretores das Unidades de Negócios: Instrumentation&Driver HMI: Sandro Beneduce Commercial Vehicles&Aftermarket: Luiz Munhoz Body&Security: Paulo Alves Infotainment&Connectivity: Flávio Sakai Powertrain: Anderson Citron Hydraulic Brake Systems: Rolf Geier Corona R. José Carlos Geiss, 320, 13347-020, Indaiatuba, SP, tel. 19 3936-9444, fax 19 3936-9445 www.coronabrasil.com.br Diretora Geral: Mônica Roque
Cronn Av. Fredolin Wolf, 670/693, 82115-000, Curitiba,PR, tel. 41 3338-3664 www.cronnalarmes.com.br Diretor Geral: NapoleĂŁo Oliveira
Delphi Automotive Systems Av. GoiĂĄs, 1.860, 09550-050, SĂŁo Caetano do Sul, SP. Rod. SP 346, km 202,5, 13990-970, EspĂrito Santo do Pinhal, SP. Rod. dos Tamoios, km 21,8, 12270-000, Jambeiro, SP. Av. Queiroz JĂşnior, 3.040, 35450-000, Itabirito, MG. Av. Avelino Ribeiro, 900, 37660-000, ParaisĂłpolis, MG. Rod. PR 025, km 6,75, R. 1, Quadra A, 213, 83005-970, SĂŁo J. dos Pinhais, PR 0800-0118135 www.delphi.com Presidente: GĂĄbor DeĂĄk Diretor de Compras: EdĂŠlcio Genaro Diretor de Engenharia: FlĂĄvio Campos EDAG Av. do TaboĂŁo, 1.195, 09655-000, SĂŁo Bernardo do Campo, SP, tel. 11 4173-9600, fax 11 4173-9608 www.edag.com Presidente: Martin Vollmer Gerente de Engenharia: Edgar Luccas Eletromecânica Dyna R. BarĂŁo do Rio Branco, 46, 07042-010, Guarulhos, SP, tel. 11 2423-2100, fax 11 2421-2689 www.dyna.com.br Presidente: Marc Nacamuli Diretor de Industrial: FlĂĄvio Roman Elgin R. BarĂŁo de Campinas, 305, 01201-901, SĂŁo Paulo, SP, tel. 11 3383-5555 www.elgin.com.br 0800 703 5446 Diretor: Mauro Gluz Gerente de Produto: Fabio Akira
Exonn R. Dr. JoĂŁo Mascarenhas Neves, 48, 13070-220, Campinas, SP, tel. 19 4141-5029 www.exonn.com.br
IndebrĂĄs R. Manoel Monteiro de AraĂşjo, 961, 05113-020, SĂŁo Paulo, SP, tel. 11 3622-2500, fax 11 3621-8449 Presidente: Edson Pereira de Campos
Presidente: Wagner Medina Faurecia Av. FĂĄbio Eduardo Ramos EsquĂvel, 2.100, 09920-578, Diadema, SP, tel. 11 2191-7900, fax 11 2191-7930 www.faurecia.com
Iramec Av. Eurico Ambrogi dos Santos, 1.500, 12042-010, TaubatĂŠ, SP, tel. 12 3654-4146, fax 12 3627-6712 www.grupoantolin.com Diretor Geral: Paulo de Nardi
Freescale Rod. Anhanguera, km 104, 13069-380, Campinas, SP, tel. 19 3783-8500 www.freescale.com
Isringhausen R. JacuĂ, 370, 09930-280, Diadema, SP, tel. 11 3927-9401, fax 11 3927-9390 www.isri.com.br
Diretor Geral: Armando Gomes Diretor Geral: Alfred Kloth Getrak Av. Raja Gabaglia, 100, sl. 708/709, 30430-142, Belo Horizonte, MG, tel. 31 3324-5710, fax 31 3324-5810 www.getrak.com.br
JVAZ R. JoĂŁo NĂłbrega Colangelo, 91, 03319-120, SĂŁo Paulo, SP, tel. 11 2090-9200 www.jvaz.net
Presidente: Frederico Megatti Diretor de Compras: Mateus Garcia
Presidente: JosĂŠ Roberto Vaz
Guberman R. Uruguai, 147, 29015-680, VitĂłria, ES, tel. 27 3211-2668, fax 27 3211-2662 www.guberman.com.br
Lear R. Prof. Manoelito Ornellas, 303, cj. 11, 04719-040, SĂŁo Paulo, SP, tel. 11 2131-8100, fax 11 2131-8194 www.lear.com
Presidente: Sergio Guberman
Presidente para AmÊrica do Sul: Vagner Finelli Vice-Presidente de Operaçþes: JosÊ Carlos Lima
Haldex R. Carlos Pinto Alves, 29, 04630-030, SĂŁo Paulo, SP, tel. 11 2135-5000, fax 11 5034-9515 www.haldex.com Presidente: JoĂŁo Henrique Botelho Diretor de Compras: Goran Jarl
Letande R. Julio Barchese, 4, 13279-074, Valinhos, SP, tel. 11 3881-7676 www.letande.ind.br Presidente: Antonio Carlos Silveira Melo
H-Buster Av. Torquato TapajĂłs, 4.500, 69047-000, Manaus, AM 0800 724 8882 www.hbuster.com.br Diretor Comercial: Gilberto Ho Huf do Brasil Rod. D. Pedro I, km 82,7, 12954-260, CP 25, Atibaia, SP, tel. 11 3402-6020, fax 11 3402-4500 www.huf-group.com
Magneti Marelli Sistemas Automotivos - Divisão Eletrônica Av. da Emancipação, 801, Galpão 04, Jd. Santa Rita de Cåssia, 13183-000, Hortolândia, SP, tel. 19 2118-6000. www.magnetimarelli.com
Diretora Geral: Isabel Cristina Cardozo
Enerbrax Acumuladores Av. Rodrigues Alves, 6.018, 17030-000, Bauru, SP, tel. 14 2107-4000 www.bateriasroute.com.br
Infineon Av. Paulista, 1.337, 17Âş, cj. 172, 01311-200, tel. 11 3372-9240, fax 11 3372-9230
Diretor Industrial: Adalberto Mansano Diretor Comercial: JosĂŠ Luiz Simonelli
Diretor Brasil: Martin Stadler Gerente Automotivo: CĂŠsar Manieri
Diretor Geral: Alberto Gerardi Gerente de Desenvolvimento de Componentes: JosĂŠ Roberto de Lima Gerente de Compras: Geraldo Tokoshiro ResponsĂĄvel comercial da divisĂŁo: Marcos Ciolfi
GUIA
| FORNECEDORES
Mecânica Industrial Centro R. Jales Martins Salgueiro, 298, 09372-000, Mauá, SP, tel. 11 4546-8100, fax 11 4546-8103 www.mic.ind.br
Opencore R. XV de Novembro, 3.685, 89216-201, Joinville, SC, tel. 47 2101-6185 www.opencore.com.br
Diretor: Ricardo José Zaghi
Presidente: Marcelino Costa
Metalúrgica Iguaçu R. São Paulo, 165, 09530-210, São Caetano do Sul, SP, tel. 11 4223-6363, fax 11 4223-6367 www.iguacu.ind.br
Pematec Triangel Est. Particular Eiji Kikuti, 1.500, B. Cooperativa, 09852-040, São Bernardo do Campo, SP, tel. 11 4353-7501, fax 11 4353-7558 www.pematec.com.br Sócios-Diretores: Árpad Szabó e Gilson Romanato
Presidente: Alexandre Largura MTE - Thomson Av. Moinho Fabrini, 1.033, 09862-900, São Bernardo do Campo, SP, telefax 11 4393-4343 www.mte-thomson.com.br Presidente: Arthur Z. de Farias Diretor de Engenharia: Evaldo Rocha
National Instruments Brasil Av. Paulista, 509, 21º, 01311-910, São Paulo, SP, tel. 11 3149-3149 www.ni.com Gerente Geral: Carlos Deveza Gerente Regional: Antonio Medina Gerente de Marketing: Mariângela Paris NS São Paulo R. Comendador João Lucas, 675, Distrito Industrial, 13280-000, Vinhedo, SP, tel. 19 3826-8406 Diretor Geral: Hiroshi Sato Olimpus Av. Carioca, 274, 04225-000, São Paulo, SP, tel. 11 2065-9200, fax 11 2060-1138 www.olimpus.com.br Presidente: Silvio Meyerhof Omnilink Matriz: R. General Furtado do Nascimento, 66, 05465-070, São Paulo, SP, tel. 11 4689-8019, fax 11 4195-7388 www.omnilink.com Presidente: Martin Hackett Onixsat Av. Tiradentes, 501, T2, 18o, 86070-545, Londrina, PR, tel. 43 3371-3700, fax 43 3371-3746 www.onixsat.com.br Diretor de TI: Augusto César Machado Diretor de Vendas: Wagner Eloy
74 BUSINESS
Plascar Av. Amélia Latorre, 11, 13211-000, Jundiaí, SP, tel. 11 2152-5100, fax 11 2152-5108 www.plascar.com.br Presidente CEO: André Nascimento Diretor de Engenharia: José Donizeti Diretor Comercial: Emerson Guizilini Diretora de Novos Negócios: Rita de Souza Diretor Corporativo de Manufatura e Qualidade: Joel Luiz da Costa Diretores de Unidades de Negócios: Varginha: Ronaldo Prado Serenini Betim: Silson Felix da Silva Pindamonhangaba: Joel Luiz da Costa PK Cables Est. da Graciosa, 803, 82840-360, Curitiba, PR, tel. 41 2109-9778, fax 41 2109-9780 www.pkcgroup.com Diretor Geral: Walderi Costa e Silva PST Eletrônica Est. Telebrás-Unicamp, km 0,97, cj.1, 13084-971, Campinas, SP, tel. 19 3787-6200, fax 19 3787-6211 www.pst.com.br Diretor Comercial: Nelson Bastos Platin - GT Digital R. Haddock Lobo, 684, 4º, 01414-000, São Paulo, SP, tel. 11 4003-4383 www.gtsound.com.br Diretor: Sidney Silva Policon Produtos Elétricos R. Herbert Alfred Landsberger, 206, 04662-020, São Paulo, SP, telefax 11 5525-0500 Presidente: Antoninho Zaneta
Quanta Tecnologia R. Engenheiro Botelho Egas, 205, 02416-020, São Paulo, SP, telefax 11 2971-4400 Presidente: Silvio Cirelli Robert Bosch Rod. Anhanguera, km 98, 13065-900, Campinas, SP, SAC (SP) 11 2126 1950, (demais localidades) 0800 7045 446 www.bosch.com.br Presidente da Robert Bosch América Latina: Andreas Nobis Vice-Presidente Executivo da Robert Bosch América Latina: Besaliel Botelho Sascar R. Tenente Djalma Dutra, 800, São José dos Pinhais, PR, tel. 41 3299-6004, fax 41 3299-6042 www.sascar.com.br Presidente: José Ricardo Quintana Satcom Company R. Marechal Floriano, 906, 25075-025, Duque de Caxias, RJ, tel. 21 3167-7801 Presidente: Alex Santos Scherdel Av. Conde Zeppelin, 555, 18103-008, Sorocaba, SP, tel. 15 3235-6700, fax 15 3235-6715 www.scherdel.com.br Presidente: Celso Estrela Semikron Av. Inocêncio Seráfico, 6.300, 06366-900, Carapicuíba, SP, tel. 11 4186-9500, fax 11 4186-3567 www.semikron.com Presidente: Craus Ebert
Semcon - IVM Projetos Automotivos Sede: R. Aurora, 163, 09726-420, São Bernardo do Campo, SP, tel. 11 41216684. Filial: R. Renato Monteiro, 8.005, Polo Urbo Agro Industrial, 27570-000, Porto Real, RJ. www.semcon.com www.automotive.semcon.com Diretor Geral: Renato Perrotta Gerente de Engenharia: Fabricio Campos
Sensata Technologies R. Azarias de Melo, 648, 13076-008, Campinas, SP, tel. 19 3754-1146 www.sensata.com
Texas Instruments Av. Luiz Carlos Berrini, 1.461, 11o, 04571-903, São Paulo, SP, tel. 11 5504-5133 www.ti.com/brasil
Visteon Av. Orlanda Bérgamo, 1.062, 07232-151, Guarulhos, SP, telefax 11 2465-9122 www.visteon.com.br
Diretor Geral Am. do Sul: Antonio Motta
Diretor Regional: Alfeu Dória
Gerente Geral: José Nelson Salveti Sidartrac Av. Dom Helder Câmara, 5.555, sl. 1.205, 20771-001, Rio de Janeiro, RJ, tel. 21 3183-8761 www.sidartrac.com.br Presidente: Sidarta Rebello Siemens Av. Mutinga, 3.800, 05110-902, São Paulo, SP, tel. 11 3908-2211, fax 11 3908-2707 www.siemens.com.br Presidente: Adilson Primo Sintel R. Vergueiro, 2.016, 04102-000, São Paulo, SP, telefax 11 5904-0800 www.sintel.com.br Presidente: Carlos Wagner dos Santos Softcenter Av. Santos Dumont, 505, sl. 204, 86039-090, Londrina, PR, tel. 43 3321-4655 www.softcenter.com.br Diretor Geral: Carlos Henrique Kasuya STMicroelectronics Av. Brigadeiro Faria Lima, 201, 15o, 05426-100, São Paulo, SP, tel. 11 3896-8000, fax 11 3896-8032 Diretor Geral: Ricardo Tortorella Takata-Petri Rod. Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, km 66, 13200-970, Jundiaí, SP, tel. 11 4585-3700, fax 11 4585-3821 www.takata.com Diretor Superintendente: Shigeru Otake TCA Av. Eng. Luis Carlos Berrini, 1.253,13o, 04571-902, São Paulo, SP, tel. 11 5501-5000 www.insa.com.br Presidente: Luis Pescarmona TDK Al. Campinas, 433, 8o, cj. 82, 01404-000, São Paulo, SP, tel. 11 3289-9599. www.tdk.com Presidente: Miguel S. Jô
Wabco Rod. Anhanguera, km 106, 13180-901, Sumaré, SP, tel. 19 2117-5832 www.wabco.com.br T&C Fábrica e Escritório - Rua José Mari, 80, Taboão da Serra, SP, tel. 11 4788-1000 www.tcind.com.br info@tcind.com.br Diretor Presidente: Shimpei Taniguchi Diretor Superintendente: Armando E. Iguchi Diretor Administrativo e Financeiro: Masayuki Yoshimoto Gerente Vendas e Qualidade: Márcia da Rosa Melo Gerente Engenharia: Ricardo Takeshi Hirata A T&C é fabricante de componentes eletro-eletrônicos no Brasil. Possui soluções em componentes eletrônicos, montagens e injeção de peças plásticas destinadas aos segmentos: Automotivo, Iluminação, Automação, Linha Branca, Áudio e Vídeo, Telecomunicação, entre outros. Para o segmento automotivo fabrica componentes para aplicação em injetores eletrônicos, válvulas de água e reservatório de combustível, alarmes, sistema de refrigeração do motor, bomba de combustível, imobilizador da chave de partida do veículo, buzinas, entre outros. Sistema da qualidade certificado ISO/ TS 16949 e ISO 9001. Relação de produtos: Indutor fixo, Bobina variável, Transformadores de baixa potência, Bobina Toroidal , Supressor de Ruído, Bobina de Linearidade, Solenóides, Bobina de Reatância, Peças Injetadas, entre outros. TRW Automotive Via Anhanguera, km 147, 13486-915, Limeira, SP, telefax 19 3404-1999 0800 11 1100 www.trw.com.br Presidente: Moises Bucci
Presidente: Reynaldo Contreira Diretor Compras: André Gubert Wahler Av. Com. Leopoldo Dedini, 310, 13422-210, Piracicaba, SP, tel. 19 3429-9000 www.wahler.de Diretor Comercial: Nelson E. Rovay Willtec R. Exp. José Franco de Macedo, 351, 12929-460, Bragança Paulista, SP, tel. 11 4035-7500, fax 11 4035-7515. www.willtec.com.br Presidente: Roberto Will
Wirex Cable Estr. de Jacareí à Santa Branca, km 12, Prédio A, 12380-000, Santa Branca, SP, tel. 11 2191-9457, fax 11 2191-9450. Escritório Comercial: Av. Casa Grande, 1.960, Piraporinha, 09961-350, Diadema, SP. www.wirex.com.br autocom@wirex.com.br Diretor Comercial: Fernando Berardo Gerente Comercial OEM: Rui Sérgio Barbosa Machado Diretor Industrial: Wilson Lopes Gerente de Marketing: Mariana Kokron Yazaki Rod. SP 127, km 106,7, 18270-000, Tatuí, SP, tel. 15 3322-8000 www.yazaki.com.br Diretor Geral: Yuji Mizushina
Valeo Av. Major Sylvio de M. Padilha, 5.200, 05677-000, São Paulo, SP, tel. 11 3759-8788, fax 11 3759-8789
Zanettini, Barossi Av. Carioca, 446, 04225-001, São Paulo, SP, tel. 11 2915-3800, fax 11 2274-5331. www.zb.com.br
Diretor-Presidente: Manoel Alencar
Presidente: Wagner Pofo
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
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DE ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS À LINHA DE PRODUÇÃO, A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO É VITAL PARA GARANTIR ÀS MONTADORAS QUALIDADE E BOAS POSIÇÕES NO RANKING
TI TURBINA OS MOTORES DO SETOR 76 BUSINESS
CENTRO DE REALIDADE VIRTUAL DA VOLKSWAGEN Inaugurado em 2008, em São Bernardo do Campo, ele acelera processos de aprovação e permite a engenharia simultânea
SOLANGE CALVO*
A
traente por excelência, capaz de seduzir com altas potências e designs arrojados o mais puro mortal, o setor automotivo tem como forte aliado a Tecnologia da Informação (TI). Ela está presente em todas as áreas das principais montadoras do País, a começar pela entrada do funcionário que passa o crachá no leitor e tem seus dados capturados para o sistema da empresa. Mas é a linha de produção o centro nevrálgico. Somente no ano passado,
segundo dados da Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea), apesar da crise econômica mundial, foram produzidos no Brasil 3,18 milhões de veículos. E mesmo tendo apresentado queda de 1,0% em relação a 2008, foi o segundo maior registro da história. Por trás desses números, há o controle constante de todos os processos de fabricação. Tudo tem de funcionar em sintonia para garantir a finalização do veículo, como em uma orquestra regida pela TI. “O quadro é crítico. Para a montagem de um carro, são necessários entre 6 mil e 10 mil itens, que incluem retrovisores, pneus, velocímetros, volantes e inúmeros outros”, diz Luiz Hirayama, diretor de Arquitetura e Soluções da T-Systems – empresa fornecedora de serviços de TI, que tem sua origem no setor automotivo, vindo da MercedesBenz e também da Volkswagen, depois de aquisições de companhias pertencentes a essas montadoras. Sentinela da TI da Mercedes-Benz e da Volkswagen, Hirayama diz que todo o fluxo de peças para a linha de produção exige gerenciamento aprimorado, por meio de softwares aplicativos, para que cada um dos itens chegue no tempo certo, de forma correta e em sincronia. “O sistema desenvolvido pela T-System possibilita que cada fornecedor visualize a demanda, quantidade, dia e hora em que as peças devem estar disponíveis.” Roland Feiks, diretor de Tecnologia da Informação da Volkswagen, reforça que a montadora usa há mais de dez anos o modelo Business to Business (B2B), que permite realizar compras de peças em fornecedores cadastrados por meio da internet. Na Logística, sistemas informam aos fornecedores sobre quantidade de peças requisitadas e para entrega rápida de materiais no tempo e na quantidade corretos. Outro meio pelo qual são trocadas informações com as concessionárias é
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A VOLKSWAGEN WAGEN
AIS DE USA HÁ MAIS SO DEZ ANOS
B PARA PA MODELO B2B COMPRAR PELA
INTERNET PEÇAS DE FORNECEDORES CADASTRADOS
ROLAND FEIKS, diretor de Tecnologia da Informação da Volkswagen
o Portal de Serviços da Rede Volkswagen, que também utiliza conceito B2B. A padronização do uso de sistemas em todas as unidades da GM é uma exigência que facilita sobremaneira a integração de toda a cadeia de negócios, de acordo com Cláudio Martins, diretor de TI da montadora. “A logística é altamente automatizada. É necessário controle de estoque eficiente e eficaz”, diz. O sistema da GM tem um diferencial, afirma Martins. Ele permite controlar junto com as revendas o
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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
| MONTADORAS
PARA A MONTAGEM DE UM CARRO, SÃO NECESSÁRIOS ENTRE 6 MIL E 10 MIL ITENS. O GERENCIAMENTO É CRÍTICO
LUIZ HIRAYAMA, diretor de Arquitetura e Soluções da T-Systems
estoque de maneira automática. Na medida em que as peças vão acabando, o sistema as repõe. “A probabilidade de o cliente encontrar uma peça na revenda GM é muito maior do que em qualquer outra que não tenha um processo tão automatizado.” Martins conta com a atuação da HP Enterprise Services, ex-EDS, empresa da GM, adquirida pela HP. “Cuidamos de cerca de 75% da TI da GM e a área de produção é altamente crítica, exigindo monitoramento preciso e constante”, diz Alexandre Thomaz, diretor da área de Applications da HP Enterprise Services, para quem não menos importante é o alinhamento com a área de marketing da montadora. Thomaz avalia o mercado automotivo como muito sensível e dinâmico e por esse motivo alerta que é preciso estar up date com o marketing. “Pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso. A montadora tem de reagir rapidamente às tendências de mercado e somente TI pode proporcionar esse time-to-market, ou seja, agilidade na entrega.” A sintonia entre TI e negócios também é defendida por Ricardo Cordeiro, gerente de Infraestrutura de TI da Ford.
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Segundo o executivo, a programação de um lançamento pode ser atingida brutalmente caso não haja estreita troca de informações entre as áreas. Nessa trilha, a qualidade é outro diferencial que se apóia na tecnologia. “Sem ela, não poderíamos contar com níveis tão altos de precisão no processo produtivo, como a distância entre a lataria e a porta”, diz Martins. A indústria automotiva brasileira es-
tampa dois desenhos de produção. O tradicional, que integra fornecedores próximos e distantes da montadora. E o que forma uma espécie de cidadesatélite, com os fornecedores orbitando as montadoras. Em qualquer das configurações, existe a preocupação de reduzir o estoque ao mínimo necessário, no conceito just in time. Dessa forma, buscam redução de espaço e giro do capital. Para a montagem dos veículos, as peças são recolhidas em cada um dos fornecedores e levadas, diariamente e em poucas horas, até à montadora. “Não pode haver falhas. O sistema, em que todos da cadeia de negócios estão interligados, notifica a necessidade diária, qual peça deverá estar disponível, dia e hora”, diz Hirayama, da T-Systems. Caso algum dos fornecedores não entregue um dos itens, toda a cadeia é prejudicada, porque o faturamento só acontece depois da entrega e venda do carro. Há, portanto, interesse em nunca adiar o prazo determinado. Não por acaso, na Ford, é usado um sistema único em todas as fábricas, que integra a área de produção à cadeia de
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A LOGÍSTICA DA
MENTE GM É ALTAMENTE IZAD IZA DA. AUTOMATIZADA. SSÁRIO É NECESSÁRIO OLE D E CONTROLE DE CIENTE NT ESTOQUE EFICIENTE
E EFICAZ
CLAUDIO MARTINS, diretor de Tecnologia da Informação da GM
fornecedores localizados próximos à montadora. De acordo com Cordeiro, da Ford, quando existem parceiros em outros estados ou mesmo em outro país, o sistema ajuda no planejamento de entrega para que tudo saia no tempo previsto. “No caso de importado, é necessário contar com o inusitado: greve da receita federal, atraso de navios, entre outros percalços.” REALIDADE VIRTUAL A sofisticação dos sistemas de tecnologia da informação está à altura do setor. As principais montadoras do País dispõem de centros tecnológicos com avançados programas de análise virtual que ajudam na criação dos veículos com a colaboração globalizada. É possível criar e finalizar o design de um carro com a participação de engenheiros baseados nas mais variadas localidades do planeta. Sem contar que essa facilidade permite que os trabalhos não sejam interrompidos. Pois quando os profissionais dormem no Brasil, os outros de países com acentuadas diferenças de fuso horário dão continuidade. Os centros de realidade virtual eliminaram ainda a necessidade da
fabricação de cerca de cinco protótipos (caríssimos) para a realização de crash-testes. A simulação feita por computador é muito próxima da realidade e reduziu para dois protótipos o número necessário para a avaliação. Na GM, os veículos são esculpidos no computador, em modelo de colaboração no centro tecnológico, localizado em São Caetano do Sul, inaugurado em 2006. “São mais de 2 mil profissionais envolvidos em projetos de criação e desenvolvimento de veículos para vários países do mundo”, diz Martins, lembrando que o Meriva foi um dos primeiros automóveis produzidos em sistema de colaboração. Inaugurado em 2008, em São Bernardo do Campo, o centro de realidade virtual da Volkswagen tem valor significativo no business da montadora. De acordo com Feiks, o uso de modelos virtuais possibilita que decisões críticas sobre o produto sejam feitas com maior qualidade, menor tempo e custos reduzidos ao longo do processo de desenvolvimento do novo produto. “Obviamente, isso depende do uso eficiente de pessoas, processos, ferramentas e dados”, alerta.
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ESTAR ALINHADO
KETING NG COM O MARKETING ADORA DA MONTADORA AZER A PODE FAZER DIFERENÇA ENTRE SO E O O SUCESSO CASSO SS FRACASSO
ALEXANDRE THOMAZ, diretor da área de Applications da HP Enterprise Services
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O LANÇAMENTO DE MENTO D E UM VEÍCULO PODE ULO POD DE
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SINTONIA ENTRE TI E NEGÓCIOS RICARDO CORDEIRO, gerente de Infraestrutura de TI da Ford
Feiks acrescenta que tecnologias de realidade virtual facilitam a identificação de problemas em estágios iniciais de desenvolvimento. E ainda realizam apresentações de conceitos de design para um público maior e com mais detalhes, aumentando a colaboração, agilizando processos de aprovação e permitindo a engenharia simultânea. O importante para a indústria de automóveis do País é que esses centros proporcionam economia de tempo e recursos no desenvolvimento de novos veículos. A possibilidade de colaboração global reduziu pela metade a média de cinco anos para colocar um carro no mercado. Alguns profissionais arriscam dizer que muito em breve a tecnologia da informação fará chegar aos consumidores as novidades do mundo automotivo muito mais rápido do que se imagina. (*Editora-executiva do Now!Digital Business)
SUPRIMENTOS
| INSUMOS
O DESAFIO DE ACOMPANHAR OS CARROS JUNTO COM OS FABRICANTES DE COMPONENTES E SISTEMAS, A INDÚSTRIA DE MATÉRIAS-PRIMAS PARA O SETOR AUTOMOTIVO, COMO AÇO, PLÁSTICOS, BORRACHA E VIDROS, PREPARA-SE PARA UMA NOVA FASE DE INVESTIMENTOS NO PAÍS FERNANDA GUIMARÃES
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ão é segredo do que as montadoras instaladas no Brasil projetam etam crescimento em 2010 e nos próximos mos anos, aproveitando a baixa densidade dee veículos por habitantes no País, na proporção oporção de um para sete pessoas. Nesse sse cenário quase duas dezenas de fabricantes abricantes de automóveis leves e pesados esados vão compartilhar desafios com a cadeia de suprimentos – começando meçando com as matérias-primas e passando pelo segmento de autopeças opeças e sistemas. Estarão em pauta investimentos expressivos para ra avanços nas linhas de produção, novas tecnologias e produtos. Passado mais dee um ano após o estrondo causado noo setor pela brusca queda da demanda, o ritmo começa a voltar ao normal com a retomada tomada de projetos e dos negócios. Na cadeia eia de matérias-primas ninguém quer perderr participação no ambiente de negócios caracterizado zado por forte competição. O futuro bate à porta e traz oportunidades aos fornecedores de
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QARMAQ, conceito da Hyundai e da Sabic
O VIDRO DO CARRO DESEMBAÇA Os centros de tecnologia e desenvolvimento de fornecedores estão ocupados permanentemente na homologação de produtos para os veículos. A fabricante de vidros automotivos Saint-Gobain Sekurit já avisa que em 2010 um novo automóvel nacional estará equipado q p com para-brisa antiembaçante, uma novidade local. “Investimos para renovar o parque industrial, elevar a capacidade produtiva e desenvolver novos produtos. Acompanhamos com muita atenção os investimentos das montadoras e nos preparamos para o aumento na produção de veículos”, afirmou o diretor da companhia, Manuel Corrêa (foto), que prefere não divulgar a capacidade da empresa por razões estratégicas. O executivo explicou que os investimentos no setor de vidros possuem média maturação – uma nova linha necessita de 12 a 18 meses para ser concluída e entrar em operação. “Por isso
precisamos de previsibilidade e contratos fechados”, destacou. Mesmo com projeções positivas, o executivo lembrou que nem toda a cadeia de suprimentos está diante de um bom cenário. “A indústria de autopeças sofreu muito no final de 2008 e início de 2009, com pe perdas grandes em algumas áreas. Ac Acredito que as empresas médias p e pequenas terão dificuldade em inv investir para acompanhar o crescim cimento da demanda”, advertiu o exe executivo. T Trabalhando os sete dias da sema em três turnos, a também mana, fab fabricante de vidros automotivos Pil Pilkington investe para atender aos pedidos das montadoras nos própe ximos anos. Na unidade unidad fabril de Caçapava, interior de São Paulo, a empresa investe 30 milhões de euros para in elevar a produção em um u milhão de unidades e poder oferecer 3,5 milhões de para-brisas por ano. “A carteira de pedidos está carregada, mas conseguimos atender o mercado. mercado No entanto, se o crescimento superar 10% será preciso preci recorrer ao exterior”, admite o diretor regional automotivo da Pilkington, Aguinaldo autom Balata, salientando que qu a expansão da planta estará completa para operação operaç em janeiro de 2011: “Estaremos, então, preparados para o crescimento dos prep próximos cinco anos”. an O investimento investiment de 20 milhões de euros a partir de 2011 permitirá elevar a atual produção pe de 20 milhões de vidros laterais em mais oito milhões de unidades. “A decisão de investiu mento foi feita fe em 2009. O Brasil cresce e hoje e entra na estratégia global da maioria das companhias”, disse Balata, que já concompan sultou os principais fornecedores de insumos prin e avalia que há h disponibilidade para avançar. O executivo salientou que os aportes permitirão agregar tecnologia aos produtos. Sistemas tec para aquecimento aqueciment do para-brisa serão realidade, como já ocorre no mercado europeu, e será possível fabricar vidros laterais mais finos, com redução l de peso e reflexos ambientais positivos”. amb
SUPRIMENTOS
| INSUMOS
QARMAQ: uso intensivo de plásticos de engenharia
materiais tradicionais, como o aço, e flexíveis, como o plástico de engenharia, para carros mais leves, com design aprimorado, mais econômicos de um lado e mais potentes do outro. “O consumidor quer carros com motores de maior desempenho e cresce a demanda por acessórios que aumentam o peso do carro. As montadoras são pressionadas a rever projetos para tornar os carros mais leves”, salientou Marcos Curti, diretor da Rhodia Plásticos de Engenharia e Polímeros da América Latina. É nesse ponto que os plásticos de engenharia ganham papel fundamen-
tal. Com a troca do metal pelo plástico uma peça pode ficar com até 60% do peso original. “Hoje nossa grande busca se concentra em materiais de melhores propriedades mecânicas e alta fluidez, que tragam ganhos de custo e produtividade”, afirmou Curti. O executivo explicou que o primeiro ciclo de substituição de metal por plásticos ocorreu entre 2001 e 2008, quando peças simples, como calotas, passaram a ser produzidas com a nova matériaprima. O segundo ciclo, já vivenciado, traz a tecnologia e eficiência proporcionadas pelos chamados plásticos de engenharia, com propriedades superiores como resistência a altas temperaturas. O próximo passo será a troca do metal em componentes como coletores de admissão e outros componentes que ficam sob o capô. “Há uma tendência de downsizing, com carros mais compactos e motores reduzidos, de maior potência e grandes geradores de calor. Aí está um desafio importante”, relatou Curti.
MARCOS CURTI, diretor da Rhodia Plásticos de Engenharia e Polímeros
A Rhodia garante estar preparada para aumentos na demanda e não prevê gargalos na cadeia até 2012. “Depois disso teremos que trabalhar nas questões estruturais. O Brasil tem fôlego hoje por conta da fragilidade do mercado europeu e americano”, apontou o executivo. A empresa tem capacidade instalada para 45 mil toneladas
PNEUS: SINAL VERDE PARA CRESCER Um 2009 positivo para automóveis e comerciais leves não animou os fabricantes de pneus instalados no Brasil. De acordo com as empresas, os pneus com maior valor agregado, para ônibus e caminhões, não apresentaram desempenho favorável no ano passado. Dados da ANIP – Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos apontaram queda de 10% na comparação com 2008, embora tenha ocorrido avanço nas vendas de pneus de passeio. “O que gira a economia não cresceu”, lembrou o presidente da entidade, Eugênio Deliberato (foto), referindo-se ao pneu de carga, cujo valor corresponde a oito de passeio. Com investimentos constantes das fabricantes de pneumáticos, o presidente da associação não vê chances de gargalos. “Ainda que a produção cresça para o dobro, não haverá problemas”, admitiu. Metade dos pneus produzidos no Brasil é direcionada ao mercado de reposição, 25% para as montadoras e o restante à exportação. As vendas ao mercado externo representam um dos principais pontos de preocupação do setor: em 2009 recuaram 18%.
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anuais, volume que crescerĂĄ 20% atĂŠ o fim do ano. Apresentar novas tecnologias, recomendar aplicaçþes inovadoras e estender o uso do plĂĄstico de engenharia tambĂŠm ĂŠ foco estratĂŠgico na Sabic Innovative Plastics, a antiga GE Plastics. O gerente geral automotivo para AmĂŠrica do Sul, Edson Simielli, trabalha para ajudar a indĂşstria automobilĂstica a atingir metas em questĂľes de peso, design e melhoria na qualidade. â&#x20AC;&#x153;Estimulamos a indĂşstria a utilizar
EDSON SIMIELLI, gerente geral automotivo da Sabic Innovative Plastics
polĂmeros que oferecem grande flexibilidade no design e propriedades fĂsicas avançadas. Ă&#x2030; o caso do policarbonato nos farĂłis, cada vez mais aceito pela versatilidade no desenho e apelo ecolĂłgicoâ&#x20AC;?, destacou Simielli. Com o ritmo aguardado para 2010, por conta da expansĂŁo da indĂşstria automobilĂstica, a Sabic Plastics estima crescimento dos negĂłcios acima de 10%. A empresa tem capacidade para atender a demanda prevista, mas analisa novos investimentos. Â&#x201E;
AĂ&#x2021;O: QUEDA E RECUPERAĂ&#x2021;Ă&#x192;O EM 2010 A distribuição de aço tambĂŠm viu as vendas caĂrem em 2009, resultado que nĂŁo foi provocado pela ĂĄrea automotiva. â&#x20AC;&#x153;O crescimento automotivo para o setor foi de 7,2% e achamos que 2010 mostrarĂĄ um desempenho semelhanteâ&#x20AC;?, afirmou o presidente do Inda â&#x20AC;&#x201C; Instituto Nacional de Distribuição de Aço, Carlos Loureiro. O setor siderĂşrgico tambĂŠm trabalha no Brasil com forte ociosidade. No Brasil, 80% da produção total de aço ĂŠ destinada ao setor automotivo, construção civil e bens de capital. â&#x20AC;&#x153;NĂŁo vejo nenhuma possibilidade para a falta de açoâ&#x20AC;?, disse Loureiro. Nos Ăşltimos meses de 2009 as siderĂşrgicas voltaram a comemorar o crescimento da demanda de aço e começaram a aquecer a produção em seus altos-fornos â&#x20AC;&#x201C; depois de amargarem com o cancelamento de pedidos e suspensĂŁo de contratos. No Brasil frente Ă queda dos principais clientes internacionais o mercado domĂŠstico, puxado principalmente pela indĂşstria automobilĂstica, fez sua parte ao garantir parte das vendas. Dados do IABr - Instituto Aço Brasil apontam para um crescimento de 20% na demanda de aço plano em 2010, demonstrando o otimismo para o mercado. A Usiminas indicou retorno de investimentos suspensos no ano passado. A siderĂşrgica aumentarĂĄ a produção de tiras a quente, que ĂŠ o aço plano antes de ser transformado em bobinas. Outra decisĂŁo para este ano serĂĄ a construção de uma planta de placas em Minas Gerais, cujo projeto foi suspenso no ano passado. Apesar de nĂŁo visualizar gargalos ou falta de capacidade produtiva na cadeia do setor automotivo, o presidente do Sindiforja â&#x20AC;&#x201C; Sindicato Nacional da IndĂşstria
de Forjaria, Arnaldo Frederico Meschnark (foto), prevĂŞ dificuldades em relação Ă infraestrutura no PaĂs e falta de mĂŁo-de-obra treinada. â&#x20AC;&#x153;No Brasil uma mĂŠdia de crescimento anual acima de 3% ĂŠ inviĂĄvel por conta dissoâ&#x20AC;?, afirmou Meschnark. Outra questĂŁo a ser levada em conta, segundo o executivo, ĂŠ a cultura dos compradores do setor automotivo. â&#x20AC;&#x153;Nenhum deles estĂĄ pronto para perguntar se o fornecedor estĂĄ investindo, apenas se vĂŞ uma preocupação em relação ao custo. Isso estĂĄ criando um gargaloâ&#x20AC;?, afirmou. O setor de forjaria aguarda uma demanda de 450 mil toneladas de forjados para 2010, contra as 350 mil toneladas registradas em 2009. Devido principalmente Ă queda das exportaçþes, o volume fica ainda abaixo do anotado em 2008, de 490 mil toneladas de forjados. Diante da retomada do mercado, Meschnark salienta que a cadeia de suprimentos tem que investir para nĂŁo perder oportunidades.
COMPRAS
AVISO AOS NAVEGANTES:
HORA DE
INVESTIR
FABRICANTES DE VEÍCULOS E FORNECEDORES ENCONTRARAM PONTO DE EQUILÍBRIO NO FLUXO DE COMPONENTES. O RITMO PARA 2010 SEGUIRÁ POR MARES CALMOS, MAS A PERSPECTIVA INDICA NECESSIDADE DA CADEIA DE SUPRIMENTOS AUMENTAR CAPACIDADE DÉCIO COSTA
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ão é exagero apontar o setor automotivo nacional como uma parte do Brasil que dá certo. Relembrar sua trajetória que consolidou o País como o sexto maior mercado de veículos do mundo é chover no molhado, mas o recorte da realidade que o segmento apresentou nos últimos anos dá provas contundentes de seu poder transformador e de seu senso de oportunidade. A turbulência financeira que se espalhou pelo mundo, a partir de outubro de 2008, jogou um
balde de água fria na indústria automotiva brasileira, que crescia a passos largos – entre 20% e 30% ao mês –, desde o fim de 2007. Apesar dos recordes sucessivos, o ritmo galopante cobrava preço alto, com a cadeia trabalhando no limite de sua capacidade, sem folga para manobras e excesso de horas extras. Ninguém gosta de viver em meio ao vendaval e o que soprou por aqui também custou caro ao setor, com cortes no emprego, cancelamentos de investimentos, turnos reduzidos,
linhas paradas, fornos abafados e mercados externos fechados. O fato, no entanto, é que o freio na prosperidade mundial trouxe alívio e acomodação na cadeia produtiva de veículos do país. “A crise surgiu como uma oportunidade para arrumar a casa e aproveitar para ganhar em produtividade”, admite Flávio Del Soldato, do Conselho de Administração do Sindipeças, Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores. Ao fragilizar as relações de confiança, a torneira do crédito fechou. O governo agiu rápido e interveio com medidas de incentivos, como a desoneração tributária e, principalmente, com a oferta de recursos.
COMPRAS
O resultado surpreendeu até mesmo os mais otimistas. A partir do terceiro trimestre de 2009, o setor adquiria clima de normalidade e administrava fôlego para crescer. Fechou 2009 com 3,140 milhões de veículos vendidos no mercado interno, aumento de 11,5% sobre 2008, ano excepcional, apesar dos três últimos meses. E, a despeito da bruta queda nas exportações, 35,3%, a produção praticamente empatou, com redução de apenas 1%, de 3,215 milhões para 3,18 milhões. SEM ESTRESSE O potencial doméstico é o que move o setor, pelo menos enquanto os compradores externos tradicionais estiverem de portas fechadas. A Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, estima mais um resultado próspero em 2010, com crescimento para algo em torno de 3,4 milhões de unidades. Os atores envolvidos respiram o mesmo ar e, ao que parece, em harmonia com a atual condição da cadeia produtiva. “Este ano não será muito diferente do que ocorreu em 2009, acredita Letícia Costa, sócia da Prada Assessoria. “As tensões em relação à redução de custos sempre existirão, o que pode implicar na rentabilidade. Mas efetivamente não há estresse na cadeia”. Com horizonte de relativa estabilidade nos processos e perspectivas de mercado mais gordo na agenda do ano, executivos de compras correm com seus compromissos. Luiz Alvarez, diretor de suprimentos da MAN Latin America, sabe que gastará bem mais do que o ano passado, volume entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões. No início de 2010, a fábrica de Resende (RJ), anunciou aumento de capacidade pa-
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LUIZ ALVAREZ, diretor de suprimentos da MAN Latin America
ra 72 mil unidades anuais, com planos de implantação de terceiro turno, adiado com a crise, em 2008. “Depois do substancial aumento dos automóveis, esse será o ano de recuperação dos caminhões. O ambiente se encontra favorável, sem tantos gargalos e com capacidade instalada na cadeia. As exportações ainda estão muito aquém do que desejamos, mesmo assim o atual cenário nos faz esperar crescimento entre 10% e 20% no mercado interno” – afirma Alvarez. Participa do mesmo clima de entusiasmo pelo que vem pela frente João Pimentel, diretor de compras para a Ford América do Sul. Embora não revele quanto tem reservado para as despesas, o volume de suas compras aumentará de 15% a 20% na comparação com o ano passado. “Tem muito fornecedor que ainda precisa fazer investimentos, pois o susto da crise adiou muitos planos. Mas monitoramos de perto os nossos fornecedores a fim de evitar surpresas, tanto em relação a possível falta de matéria-prima quanto a capacidade de resposta deles”. A cadeia acomodada, porém, não deixa de revelar algumas rugas de preocupação, ainda que suaves. Se de um lado não há qualquer indício de gargalos expressivos, por outro incomoda os frequentes repasses no preço do aço: “em média, 10% nos últimos meses”, revela Alvarez, da MAN Latin America. Não se descarta bus-
car no exterior, pois por lá se encontra produto de boa qualidade a preço competitivo, como os produzidos nos Estados Unidos ou Coréia do Sul. Não é, porém, uma decisão que se toma do dia para a noite. “É necessário critério técnico e leva tempo para homologar fornecedor”, resume Ricardo Santos, diretor de compra de materiais da Mercedes-Benz. O crescimento das importações no setor, porém, é flagrante. Dados do Sindipeças dão conta de um déficit de US$ 2,5 bilhões na balança comercial, “e pelo andar da carruagem, deve somar mais de US$ 3 bilhões em 2010”, sinaliza Del Soldato, conselheiro da entidade. “Hoje, de 30% a 35% das peças de um veículo vêm de fora”. Associado à crise, que praticamente fechou as fronteiras ao veículo brasileiro, o câmbio favorece encher a sacola com produtos importados, ainda mais com a forte ocorrência de ociosidade nas plantas localizadas nos países mais afetados pelas turbulências. “No médio prazo, não existem perspectivas que indiquem um câmbio muito diferente da atual cotação”, presume o representante do Sindipeças. “O momento é
LETÍCIA COSTA, sócia e diretora da Prada Assessoria
cerca de 90% das compras dentro do país. “Não há tendência diferente”, observa a consultora Letícia Costa. “As compras externas virão dos países a que já estamos acostumados: Argentina, Alemanha e Japão”.
JOÃO PIMENTEL, diretor de compras para a Ford América do Sul
de reflexão do que queremos para a indústria automotiva: sermos exportadores ou importadores”. Mais uma vez, a decisão em fazer a feira fora do país implica em processos bem amarrados, qualidade e custos. “Apesar do dólar desvalorizado, que promete vantagens, a conta ainda não fecha e impede a importação”, analisa Pimentel, da Ford. “A opção de trazer de fora existe, mas não pode ser por impulso e nem por um período. Leva tempo homologar fornecedor”, completa Santos, da Mercedes-Benz. Valorizar o parque fornecedor do Brasil parece ser a tônica das fabricantes aqui instaladas, que contabilizam
CAPACIDADE Entre a sedução das oportunidades encontradas no mundo lá fora e a batalha pelo fortalecimento da própria casa, o movimento indica que o potencial do mercado interno falará mais alto. Ano passado, anúncios da indústria automotiva sinalizaram novo ciclo de investimento. Somente Ford, Volkswagen e General Motors desembolsarão mais de US$ 15 bilhões nos próximos anos. Há também no horizonte a chegada de novos fabricantes, como chineses e coreanos, além de ampliações e inaugurações de fábricas, como pretendem os japoneses Toyota e Honda. Se o aumento da produção fica como certo para os próximos anos, persiste a dúvida em relação à velocidade de resposta da cadeia de suprimentos à crescente demanda que virá. “Capacidade instalada existe, o que não significa capacidade de atendimento”,
RICARDO SANTOS, diretor de compras da Mercedes-Benz
pontua o executivo de compra da Mercedes-Benz. “Qualificação de pessoal demora e a cadeia tem mostrado que sofre com o tempo de adequação”. Pesquisa do Sindipeças revela que atualmente a cadeia tem usado 81% de sua capacidade e nenhuma reclamação de falta de produto. Até o fim de 2010, deve chegar a 90% e, aí sim, no seu limite. “É preciso criar aumento de capacidade”, admite Del Soldato. “Mas os investimentos no segmento de autopeças ainda continuam abaixo da média, cerca de US$ 1,4 bilhão a cada ano. Além disso o número de colaboradores está em torno de 200 mil há muito tempo”.
COMPETITIVIDADE NA PAUTA DO DIA Passada a tempestade, e sob seus efeitos sair de cabeça erguida, sobrou para o setor a complexa questão da competitividade do produto nacional para resolver. Não há na indústria automotiva quem deixe de refletir a respeito de como manter o veículo nacional desejável no exterior. Fato é que a acentuada queda nas exportações lançou luz sobre o tema. O Brasil perdeu mercado externo e não deve contar com ele, pelo menos não tão cedo e nem com os volumes que enviava antes da crise financeira mundial. “Temos de pensar no que está acontecendo”, destaca Flávio Del Soldato (foto), conselheiro de administração do Sindipeças. “O país tem de decidir se quer produzir ou importar.” O executivo aponta que o atual excesso de capacidade global tem de ser usada a favor do Brasil e um mínimo de proteção ao mercado interno, pois é esse o potencial que assegurará o crescimento nos próximos anos. “Precisamos, mais do que nunca, discutir o custo Brasil e impor barreiras técnicas. A produção se desloca para os lugares onde está o consumo e o Brasil, certamente, está sob olhares atentos”.
SUPRIMENTOS
| FORNECEDORES
FÁBRICA DE VARGINHA, EM MINAS: linha direta com a Fiat
COOPER STANDARD ACELERA COM VEDAÇÕES E TUBOS EMPRESA TEM PLANO ARROJADO PARA CRESCER, INVESTINDO US$ 30 MILHÕES EM TRÊS NOVAS FÁBRICAS, TECNOLOGIA E PRODUTOS
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Cooper Standard Automotive tem planos agressivos para o Mercosul, onde fatura R$ 300 milhões por ano no segmento de vedações automotivas e sistemas de gerenciamento de fluídos, atendendo todas as montadoras presentes na região. A empresa, cuja história local teve início nos anos 70 a partir de uma fábrica de cadarços no Brás, em São Paulo, projeta investimento de US$ 30 milhões nos próximos três anos, a maior parte em equipamentos e novas tecnologias. Com a iniciativa o presidente Reinaldo Marques pretende alavancar a participação nos fornecimentos de produtos à base de termoplásticos, utilizados como vedações em conjuntos de vidros de portas e outras aplicações. De pouco mais de um terço do mercado de guarnições, ele pretende alcançar 50%. Na área de tubulações para fluídos nos circuitos de freios, combustíveis e da direção hidráulica a meta é crescer de 15% para 30%. Há três projetos importantes na mesa do executivo, ao lado do programa de expansão na fábrica de Varginha, MG, situada em ponto estratégico para abastecer a Fiat Automóveis, de Betim, no mesmo estado. Falta pouco para bater o martelo e começar a construção da fábrica no sul do País, que deve atender montadoras locais e unidades automotivas no Uruguai e Argentina. Virá depois
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FATURAMENTO DA CO COOPER STANDARD NO BRASIL VEM NA TOT TOTALIDADE DE FO FOR FORNECIMENTOS A MO MONTADORAS REINALDO MARQUES, presidente da Cooper Standard
a fábrica paulista, de olho nos clientes atuais, Honda e Toyota. O terceiro projeto merecerá um estudo mais cuidadoso, já que envolve investimentos diretos na sempre imprevisível Argentina. Lá a Cooper Standard atende montadoras por meio de CKD. Os altos e baixos no mercado do país vizinho levam Marques a ponderar sobre custos e benefícios de atravessar a fronteira. O presidente é objetivo: no momento prefere faturar em reais, dentro do Brasil. É fácil entender o motivo para fincar o pé no mercado interno – aqui as operações têm 100% de ocupação, enquanto as turbulências lá fora trazem
incertezas, junto com as variações cambiais. A produção nas fábricas da marca na Europa está a 65% e nas norte-americanas a 55%. O faturamento da Cooper Standard no Brasil provém na totalidade de vendas a montadoras. As exportações mal chegam a 3% da receita e o aftermarket inexiste. “As vedações têm especificações rígidas e vida útil elevada, o mesmo acontece com as tubulações” – afirma Edilson Fujii, gerente de contas, para justificar o baixo comparecimento na reposição. Embora com a aparência de uma simples borracha preta, as vedações
embutem um grau elevado de tecnologia no projeto, produção e preservação das propriedades do material. Ao lado de um intenso esforço de inovação tecnológica, outra estratégia da marca para crescer é uma prestação de serviços impecável, com supervisão da aplicação na casa do cliente. Dos 1.100 profissionais da Cooper Standard no Brasil, um quarto corresponde a engenheiros e tecnólogos dedicados a pesquisa, desenvolvimento, produção e controle de qualidade. A fábrica de Varginha impressiona o visitante: cada linha de produção de vedações alinha máquinas ao longo de 150 metros. São extrusoras, na maior parte. O cenário é o mesmo nas instalações ao lado da Ford, em Camaçari, na Bahia. As operações atuais incluem também escritório comercial em São Bernardo do Campo, SP, e warehouse dentro da unidade da Fiat, em Betim. A Cooper Standard é uma companhia global. No ano passado, com 16 mil profissionais, vendeu o equivalente a US$ 2,6 bilhões nos 70 países em que atua. A linha de produtos inclui também componentes para NVH, como coxins de motor, mangueiras de baixa pressão e sistemas para controle de emissões e térmicos.
SUPRIMENTOS
| FORNECEDORES
MELLING INVESTE NA ENGENHARIA E APOSTA EM INOVAÇÃO FABRICANTE DE BOMBAS E VÁLVULAS, HERDEIRA DA WOP, LANÇA PRODUTOS MAIS EFICIENTES DESENVOLVIDOS POR UMA EQUIPE DE ENGENHEIROS BRASILEIROS
S
idney Del Gáudio está de volta ao Brasil, como presidente da Melling do Brasil desde janeiro. A empresa absorveu em 2008 as operações da Dana na área de bombas de água e óleo e válvulas para partida a frio, estruturadas a partir da uma instalação completa da WOP importada da Inglaterra e implantada em Diadema, SP. O executivo já estava familiarizado com as operações da Dana, onde atuou como diretor por vários anos. Quando deixou a companhia, comandou a Walbro, fabricante de tanques de combustível em Caçapava, SP, comprada depois pela TI Automotive, e foi diretor da ArvinMeritor em Limeira (hoje do grupo Iochpe-Maxion), responsável pela produção das rodas Fumagalli. Del Gáudio chega dos Estados Unidos, onde permaneceu por quase dez anos, como vice-presidente da ArvinMeritor e depois como sócio e diretor da Steel Solutions, fabricante de amortecedores. Sua tarefa
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SIDNEY DEL GÁUDIO, presidente da Melling do Brasil: incentivo à engenharia local
atual é expandir as operações da Melling no Brasil. “A empresa tem bom DNA, como herdeira da WOP, e vive uma boa fase com o desenvolvimento de tecnologias e produtos bastante modernos. O melhor de tudo é que temos uma equipe de engenheiros brasileiros muito motivada” – avalia. A aposta da empresa está no crescimento do mercado e novos produtos, entre os quais estão conceitos inovadores de bombas e uma válvula de controle de temperatura. “A bomba, até agora produzida em alumínio, utiliza a poliftalamida injetada com fibra de vidro, dispensa todas as usinagens e traz uma vantagem de 5% a 10% no preço” – esclarece Ayres Pinto de Andrade Filho, gerente de engenharia avançada. A válvula de controle de temperatura, com gerenciamento eletrônico, promete melhor tempo de resposta no sistema de arrefecimento e tem aplicação certa em veículos flex para adequar a temperatura de trabalho do motor à mistura de combustível. Segundo Ayres Filho, o dispositivo provou redução de consumo de etanol em até 7%. BOMBAS Outra novidade da marca é a Twin, resultado da combinação da bomba de direção hidráulica com pelo menos uma bomba d’água. A inovação, nesse caso, é o compartilhamento do mesmo eixo, com redução de componentes, downsizing, menor consumo de potência e diminuição no nível de vibração. Um terceiro lançamento é uma bomba de água com embreagem, que fica ‘desligada’ até que o motor atinja a temperatura ideal de operação, ao contrário de dispositivos que operam ininterruptamente. “A estratégia é reduzir as emissões durante a fase fria” -- explica o engenheiro, que já anotou uma economia de combustível de até 3% e uma expressiva redução nas emissões: até 40% em NOx e 20% em hidrocarbonetos.
AYRES DE ANDRADE FILHO, gerente de engenharia avançada na Melling
BOMBAS, uma das especialidades da Melling, ganham tecnologia local
EVENTOS
MERCADO EM ALTA ESQUENTA AUTOMEC DOS PESADOS FEIRA DE
AUTOMEC: pavilhão internacional será uma das atrações
AUTOPEÇAS PARA VEÍCULOS COMERCIAIS ATRAI FABRICANTES LOCAIS E ESTRANGEIROS EM BUSCA DE OPORTUNIDADES FERNANDA GUIMARÃES
E
nquanto a indústria automobilística global ainda tenta se recuperar dos tropeços nos últimos dois anos, o Brasil se prepara para receber centenas de companhias estrangeiras interessadas em pegar uma carona no crescimento do mercado AUTOMEC
2a Feira Internacional Especializada em Peças, Equipamentos e Serviços para Veículos Pesados & Comerciais
27 de abril a 1o maio de 2010 Terça a sexta-feira, das 10 às 19 horas; sábado das 9 às 17 horas Pavilhão de Exposições do Anhembi Av. Olavo Fontoura, 1.209, São Paulo, SP www.automecpesados.com.br
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local. Esse cenário está sendo desenhado na primeira grande feira do setor em 2010, a segunda edição da Automec Pesados & Comerciais. A feira acontece depois da Fenatran – 17o Salão Internacional de Transportes ter reunido os principais fabricantes do setor no final de 2009. Os dois eventos ocorrem em contextos bem diferentes – enquanto o do ano passado quase ficou de lado, com o impacto da crise econômica mundial, o atual é embalado pelo forte crescimento do mercado de veículos comerciais. Jenner Nicodemos, show manager da feira organizada pela Reed Alcantara, avisa que uma das novidades do evento será o pavilhão internacional. Estados Unidos, Itália, França, Espanha, México, Índia, Turquia, Tailândia, China, Lituânia e Taiwan são alguns dos países interessados em promover
peças, equipamentos e serviços para veículos pesados e comerciais. “A boa presença dos estrangeiros como expositores é ainda reflexo da crise e das dificuldades que as empresas têm em seus mercados”, afirma o executivo. A feira promete ser 30% maior do que a anterior, segundo os promotores, que esperam 27 mil visitantes, incluindo empresários e compradores da indústria automotiva, comerciantes de autopeças e acessórios, representantes de oficinas mecânicas, frotistas e profissionais de logística. “A Automec dos veículos comerciais cresce em ritmo de feira grande”, garante Nicodemos. Ele está seguro de que na próxima edição, em 2012, o pavilhão estará totalmente ocupado. Hércules Ricco, gerente geral de feiras da Reed Alcantara, considera que a iniciativa de dividir a Automec em duas mostras (uma para leves e outra para
comerciais) trouxe bons resultados. A separação ocorreu quando o evento original passou a exigir årea maior do que a oferecida pelo Anhembi. O evento tem o apoio das principais entidades do setor na região -- Sindipeças, Sindirepa/SP, Andap, Sicap e Sincopeças, alÊm da Cåmara de Autopartes del Uruguay, Cåmara Paraguaya de Fabricantes de Autopartes y Motopartes e Asociación de Fabricas Argentinas de Componentes. O Sindipeças, que reúne os fabricantes de autopeças, destaca o avanço expressivo do evento. Desta vez
a ĂĄrea reservada para os estandes ĂŠ 2 de 36 mil m . â&#x20AC;&#x153;Na primeira Automec criada para os veĂculos comerciais praticamente nĂŁo houve tempo para divulgaçãoâ&#x20AC;?, explica Elias Mufarrej, conselheiro do Sindipeças responsĂĄvel pela ĂĄrea de feiras. Uma das novidades da feira serĂĄ o Projeto Comprador, promovido em parceria com a Apex â&#x20AC;&#x201C; AgĂŞncia Brasileira de Promoção de Exportaçþes e Investimentos. â&#x20AC;&#x153;A iniciativa trarĂĄ clientes em potencial para o setor de autopeças de veĂculos comerciaisâ&#x20AC;?, diz o conselheiro. Â&#x201E;
CALENDĂ RIO DE EVENTOS FEIRAS, SIMPĂ&#x201C;SIOS E CONGRESSOS DE 2010
VIRTUALCAE E AS TECNOLOGIAS PARA GANHAR COMPETITIVIDADE A VirtualCAE promove o segundo seminĂĄrio Novos Desafios no Desenvolvimento de Projetos Automotivos dia 17 de maio no Centro de Convençþes Milenium, em SĂŁo Paulo, Ă rua Dr. Bacelar, 1.043, na Vila Mariana. O encontro avaliarĂĄ como as empresas relacionadas Ă indĂşstria automobilĂstica podem enfrentar a crescente competição no mercado aperfeiçoando projetos e adotando tĂŠcnicas visando Ă redução de peso e custos de seus produtos, alĂŠm de maior durabilidade e confiabilidade. â&#x20AC;&#x153;Vamos dar enfoque especial Ă s recentes tendĂŞncias para otimização estrutural e anĂĄlise de fadiga de componenteâ&#x20AC;? â&#x20AC;&#x201C; afirma Leandro Garbin, diretor da VirtualCAE. Informaçþes pelo telefone 11 4229-1349. Mais em www.virtualcae.com.br.
DISPUTA POR ESPAĂ&#x2021;O NO SALĂ&#x192;O DO AUTOMĂ&#x201C;VEL A briga por espaço no SalĂŁo Internacional do AutomĂłvel, que completarĂĄ 50 anos em outubro no Anhembi, em SĂŁo Paulo, começou cedo. Com o mercado brasileiro cada vez mais atrativo e a chegada de novos players, o principal evento do setor automotivo nacional ficou pequeno para incluir todos os interessados. â&#x20AC;&#x153;A probabilidade de que novas empresas participem ĂŠ menorâ&#x20AC;?, advertiu o show manager do SalĂŁo da AutomĂłvel, HĂŠrcules Ricco. Para as novas associadas da Abeiva, que sĂŁo importadoras de veĂculos sem fĂĄbrica no PaĂs, jĂĄ ficou claro que nĂŁo serĂĄ tarefa fĂĄcil ganhar espaço.
ABRIL
Nacionais 12 de abril I FĂłrum da IndĂşstria AutomobilĂstica Automotive Business Hotel Sheraton WTC SĂŁo Paulo www.automotivebusiness.com.br 27 de abril a 1 maio Automec Pesados & Comerciais Anhembi - PavilhĂŁo de Exposiçþes www.automecpesados.com.br 29 de abril SeminĂĄrio de EmissĂľes (OBD) Milenium Centro de Convençþes, SĂŁo Paulo, SP eventos@aea.org.br Internacionais 12 a 15 de abril SAE World Congress Cobo Center, Detroit, MI www.sae.org/congress 23 de abril a 2 de maio Auto China China New International Exhibition Center, Beijing www.autochina.auto-fairs.com
MAIO
Nacionais 5 a 7 de maio SAE International Powertrains, Fuels and Lubricants Meeting Windsor Barra Hotel & Congressos, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ www.saebrasil.org.br
EVENTOS
FEIRAS, SIMPÓSIOS E CONGRESSOS DE 2010 11 a 15 de maio 28ª Feira Internacional da Mecânica Anhembi, São Paulo, SP www.mecanica.com.br 17 de maio Seminário Otimização de Produtos Automotivos Milenium Centro de Convenções, São Paulo, SP www.virtualcae.com.br 19 a 21 de maio Colloquium Internacional de Suspensões e Implementos Rodoviários Hotel Intercity Premium, Caxias do Sul, RS www.saebrasil.org.br 18 a 20 de maio Expo Alumínio Centro de Exposições Imigrantes, São Paulo, SP www.expoaluminio.com.br 30 de maio a 2 de junho Challenge Bibendum Rio Rio Centro, Rio de Janeiro, RJ www.challengebibendum.com.br Internacionais 20 a 23 de maio Salão Internacional do Automóvel de Madri www.salondemadrid.com 25 a 27 de maio Automechanika Middle East Dubai International Exhibition Centre www.automechanikame.com
JUNHO
Nacionais 7 de junho Simpósio Novos Materiais Automotivos e Nanotecnologia Milenium Centro de Convenções, São Paulo, SP www.saebrasil.org.br 9 a 12 de junho Autopar Expotrade Convention Center, Pinhais, PR www.feiraautopar.com.br 21 de junho Simpósio Manufatura Automotiva Milenium Centro de Convenções, São Paulo, SP www.saebrasil.org.br 30 de junho Simpósio de Combustíveis e Aditivos Milenium Centro de Convenções, São Paulo, SP eventos@aea.org.br
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JULHO
Internacionais 14 a 16 de julho Automechanika Mexico Mexico City, Mexico www.paaceautomechanika.com
AGOSTO
Nacionais 4 a 7 de agosto Feira Brasileira da Indústria Metal-Mecânica Rio Centro, Rio de Janeiro, RJ www.expomacrio.com.br 10 de agosto Seminário de Segurança Veicular Milenium Centro de Convenções, São Paulo, SP eventos@aea.org.br 10 a 13 de agosto Feira Internacional da Indústria Elétrica e Eletrônica Expominas Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG www.fiiee.com.br www.reedalcantara.com.br 19 a 21 de agosto Feira Internacional de Serviços e Peças Expominas Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG www.feiratecnoshow.com.br 30 de agosto Simpósio Tendências e Inovação na Indústria Automobilística Hotel Sheraton WTC São Paulo, São Paulo, SP www.saebrasil.org.br
SETEMBRO
Internacionais 14 a 19 de setembro Automechanika Frankfurt Frankfurt, Alemanha www.automechanika.messefrankfurt.com 22 e 23 de setembro Simea - Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva Hotel Transamérica, São Paulo, SP eventos@aea.org.br 23 a 30 de setembro IAA - International Motor Show Hannover Exhibition Center www.iaa.de 23 a 26 de setembro Bahrain International Motor Show Bahrain Exhibition Convention Authority www.bims.bh
30 de setembro a 17 de outubro Mondial de l’Automobile Porte de Versailles, França, Paris www.mondial-automobile.com
OUTUBRO
Nacionais 5 a 7 de outubro Congresso SAE Brasil Expo Center Norte, São Paulo, SP www.saebrasil.org.br 21 de outubro Simpósio Internacional de Lubrificantes e Aditivos Milenium Centro de Convenções, São Paulo, SP www.aea.org.br 28 de outubro a 7 de novembro Salão Internacional do Automóvel Anhembi, São Paulo, SP www.salaodoautomovel.com.br Internacionais 25 a 27 de outubro China International Auto Parts Expo China International Exhibition Center, Beijing www.iapechina.com
NOVEMBRO
Internacionais 17 a 20 de novembro Automechanika Argentina La Rural Trade Center, Buenos Aires, Argentina www.automechanika.com.ar 19 a 28 de novembro Los Angeles Auto Show Los Angeles Convention Center, Los Angeles, EUA www.laautoshow.com
DEZEMBRO
Internacionais 2 a 12 de dezembro Bologna Motor Show Bologna Fiere, Bologna, Itália www.motorshow.it 7 a 11 de dezembro Abu Dhabi International Motorshow www.admotorshow.com Reed Exhibitions Middle East www.reedexpo.com 8 a 11 de dezembro Automechanika Shanghai Shanghai New International Expo Centre, China www.automechanika.messefrankfurt.com
Bombas em poliftalamida injetada. Válvulas com gerenciamento eletrônico. Bombas d’água e de direção hidráulica no mesmo eixo. Bombas de operação intermitente que reduzem drasticamente as emissões. Essas são algumas das soluções inovadoras que envolvem alta tecnologia, nascendo na unidade brasileira da Melling Engine Parts. Conheça a Melling, um dos grandes desenvolvedores globais de soluções para bombas de óleo, de água e válvulas automotivas. E bombeie inovação em seus projetos.
Melling do Brasil Componentes Automotivos Ltda. Av. Fukuichi Nakata, 451, 09950-400, Diadema, SP. Tel. 11 4075-5519 | mellingdobrasil@melling.com www.mellingbrasil.com