
6 minute read
Quando a tecnologia vai ao mercado
from Ahead mag
O FUTURO VAI ÀS COMPRAS
THE FUTURE GOES SHOPPING
Advertisement
Novas tecnologias estão revolucionando a maneira como lidamos com o dinheiro. Em um Brasil apegado ao dinheiro vivo, o mercado para o crescimento de fintechs é imenso New technologies are revolutionizing how we deal with money. In a Brazil that still clings to cash money, the market for the growth of fintechs is huge
por/by Felipe Seffrin
magine ir ao mercado, encher as sacolas com produtos para o jantar e pagar tudo automaticamente ao cruzar a porta de saída, por meio de reconhecimento facial, evitando filas e qualquer contato com funcionários. Pode parecer coisa de ficção científica, mas já é realidade em alguns países como Estados Unidos e China, exemplos para o Brasil onde tecnologias de pagamento contactless com cartão de crédito ou celular acabaram de chegar.
Se a inteligência artificial está mudando o mundo como conhecemos, parece certo que juntar moedas em um cofrinho e gastar tempo em filas está com os dias contados. Na China, por exemplo, a gigante varejista Alibaba usa amplamente a biometria digital no comércio online. E vários estabelecimentos já disponibilizam totens para reconhecer os clientes previamente cadastrados. Basta sorrir para a câmera e ter sua compra aprovada automaticamente.
A moderna cidade chinesa de Shenzen começou a implementar o pagamento por reconhecimento facial, até mesmo, em seus metrôs, por onde passam milhões de pessoas todos os dias. Enquanto isso, a americana Amazon planeja a expansão mundial de suas lojas Amazon Go. A ideia é popularizar mercados completamente automatizados, sem caixas nem seguranças: a porta é destravada por um aplicativo no celular e câmeras monitoram todos os itens retirados das prateleiras, descontando o valor diretamente da conta dos usuários. Adeus, empacotadores. I
// Imagine going to the market, filling the bags with products for dinner and paying for it automatically as you cross the front door, through facial recognition, avoiding lines and any contact with employees. It may seem like something out of science fiction, but this is already a reality in some countries like the U.S. and China, examples for Brazil, where contactless paying technologies with credit card or cell phone have just arrived.
If artificial intelligence is changing the world as we know it, it seems we can say that putting coins in a piggy bank and wasting time in lines are bound for extinction. In China, for example, giant retail shop Alibaba makes broad use of digital biometry in online commerce. Moreover, many establishments already have totems to recognize previously registered clients. You just have to smile for the camera to have your purchase automatically approved.
The modern Chinese city of Shenzen started implementing payment through facial recognition even in its subway, where millions of people transit each day. Meanwhile, American company Amazon plans a worldwide expansion of its Amazon Go stores. The idea is to popularize totally automated markets, without cash registers or security personnel: the door is unlocked by a cell phone app and cameras monitor all items taken from the shelves, discounting the amount directly from users’ accounts. So long, packers.



Na Suécia, é cada vez mais comum encontrar pessoas com microchips implantados no próprio corpo, que usam a inteligência virtual para fazer compras ou pagar uma passagem de trem
// In Sweden, it is increasingly common to find people with microchips implanted in their own bodies that use virtual intelligence to purchase items or pay for a train ticket
MICROCHIPS
Na Suécia, o uso da tecnologia para pagamentos e facilidades do dia a dia foi levada a outro nível. Em um dos países mais modernos do mundo — e onde o dinheiro em espécie já parece coisa do passado — é cada vez mais comum encontrar pessoas com microchips implantados no próprio corpo. Eles usam a inteligência virtual para abrir a porta de casa, bater ponto no escritório, fazer compras ou pagar uma passagem de trem.
Menor que um grão de arroz, o microchip é injetado na pele com uma seringa, entre o dedo polegar e o indicador, e pode ser gerenciado por celular ou computador. Basta acenar que a porta de casa abre e fecha. Ou mostrar a mão para os cobradores da empresa nacional de transporte ferroviário e ter seus dados biométricos identificados, autorizando a cobrança da tarifa de trem de uma carteira virtual.
Enquanto isso, no Brasil, tais tecnologias parecem distantes da realidade nacional. De acordo com o IBGE, cerca de 60 milhões de brasileiros com mais de 18 anos, ou metade da população economicamente ativa, sequer possui conta bancária. E 60,2% dos entrevistados pelo Banco Central utilizam dinheiro em espécie como forma de pagamento mais frequente. O que pode explicar por que o pagamento com celular ou cartões contactless ainda engatinham por aqui.
Mas o mercado para novas formas de pagamentos e processamento de dados no país é imenso. Em apenas cinco anos, o Nubank alcançou 6 milhões de clientes e um valor de mercado de US$ 4 bilhões ao oferecer um banco totalmente digital. A concorrência abriu o olho e, na esteira do cartão roxo, vieram Agibank, Inter, Neon, Next e Original. O Brasil é líder na América Latina com mais de 380 fintechs, as startups que atuam no segmento financeiro. Prova de que, num futuro não tão distante, fazer compras no supermercado também será diferente por aqui.
MICROCHIPS In Sweden, the use of technology for payments and daily conveniences was taken to another level. In one of the world’s most modern countries – where cash money seems like a thing of the past, it is increasingly common to find people with microchips implanted in their own bodies, that use virtual intelligence to open house doors, clock in at the office, purchase items or pay for a train ticket.
Smaller than a grain of rice, the microchip is injected in the skin with a syringe, between the thumb and the index finger, and may be administered through cell phone or computer. You just have to wave and the house door opens or closes. Or show your hand to collectors of the national railway transport company and have your biometric data identified, authorizing the billing of the train ticket from a virtual wallet.
Meanwhile, in Brazil, these technologies seem distant from national reality. According to the Brazilian Institute of Geography and Statistics, around 60 million Brazilians over 18, or half of the economically active population, do not have a bank account. Moreover, 60.2% of individuals surveyed by the Central Bank use cash money as the most frequent mode of payment. Which shows why payment with cell phones or contactless cards are still incipient here.
However, the market for new forms of payment and data processing in the country is huge. In only five years, Nubank reached 6 million clients and a market value of US$ 4 billion by offering a totally digital bank. The competition woke up and, in the wake of the purple card came Agibank, Inter, Neon, Next and Original. Brazil is still a leader in Latin America, with over 380 fintechs, the startups that are active in the financial segment. A proof that, in a not so distant future, buying at the supermarket will also be different around these parts.