Emparelhar e partilhar Só são precisas duas pessoas para formar um grupo para a colaboração. Os professores emparelham os alunos por inúmeras razões. Pode ser para trabalharem em conjunto num projecto ou para um aluno tutorar outro, ou pode até ser por razões estritamente sociais como, por exemplo, mostrar a escola a um aluno novo. Cada um destes exemplos é geralmente planeado previamente ou, pelo menos, algo organizado formalmente. “Emparelhar e Partilhar” é o nome de uma estratégia de parceria que normalmente é menos formal e que pode ou não ser planeada previamente. Consta simplesmente de pedir aos alunos, durante um intervalo que pode ir dos 20 segundos aos 5 minutos, para partilharem com o colega do lado alguma informação, discutirem as suas opiniões ou colocarem questões um ao outro. Esta técnica de colaboração é altamente compatível com o cérebro por três razões essenciais. Em primeiro lugar, permite aos dois cérebros sociais dos alunos ressaltar ideias de um para o outro durante uns minutos. Em segundo lugar, proporciona segurança emocional através da experimentação de uma ideia ou da colocação de uma questão a apenas uma pessoa em vez de arriscar abertamente com uma turma inteira. E em terceiro lugar, “emparelhar e partilhar” pode ser o veículo para poder proporcionar os dois minutos de mudança no centro da atenção, necessários depois de 20 minutos de uma concentração intensa. Seguem-se alguns bons exemplos da prática “Emparelhar e Partilhar”: · Para rever conhecimento prévio. O professor emparelha os alunos para que possam discutir informação previamente aprendida e de que modo se relaciona com o novo conceito a ser ensinado. · Para corrigir erros. O professor emparelha os alunos para verificarem o trabalho um do outro. Um parceiro pode sugerir melhorias ou ensinar novamente uma competência ao seu colega. · Proporcionar uma conclusão da aula. O professor emparelha os alunos para que possam à vez fazer a síntese do objectivo global da aula, explicarem o que aprenderam ou descreverem quais foram as suas partes preferidas da aula. · Dar voz a uma opinião. O professor emparelha os alunos para contarem um ao outro as suas respectivas opiniões em relação ao tema, a uma resposta dada na aula ou a parte preferida do enredo de uma história. · Experimentar uma resposta. O professor emparelha os alunos para permitir que cada um diga ao outro as suas suposições quanto a uma resposta e para que receba feedback de alguém antes de levantar a mão e anunciá-las para a turma toda. · Para explicar um processo. O professor emparelha os alunos para que cada um fale durante o seu processo de raciocínio de como uma tarefa foi cumprida. Por vezes os alunos aprendem mais facilmente com um colega do que com a explicação do professor.
Fonte: Laura Erlauder, Práticas pedagógicas compatíveis com o cérebro, in http://terrear.blogspot.pt/, 28 de abril de 2014