EDIÇÃO BRASIL
MARÇO 2017
Medir a velocidade do ar na altura das aves Mike Czarick & Brian Fairchild p.7
Permanência do vírus influenza aviária na cama de aves Rodrigo A. Gallardo DVM, PhD, Dipl.ACPV p.62
EDIÇÃO BRASIL
Dr. Técnico
Guillermo Zavala MVZ, MAM, MS, PhD., Dipl. ACPV Avian Health International, LLC; Universidade da Geórgia, Athens, Geórgia, EUA
7/16 Medir a velocidade do ar na altura das aves pode não ser aconselhável Embora o ideal fosse medir a velocidade do ar na altura das aves, a natureza tão variável dessas medições pode nos confundir devido à inexatidão das medições a essa altura, o que pode levar a conclusões incorretas.
Michael Czarick & Brian Fairchild Departamento de Zootecnia Avícola, Universidade da Geórgia, Athens, Geórgia, EUA
19/30 Microtrincas em ovos férteis A incidência de microtrincas em ovos pode variar de 0,5% a 10%. Essas microtrincas são importantes porque podem causar diminuição da taxa de nascimentos, contaminações, má qualidade dos pintos e maior mortalidade nos primeiros 14 dias.
Winfried Bakker Serviço Técnico Cobb-Vantress, Siloam Springs, Arkansas, EUA
1 aviNews América Latina Março 2017
EDIÇÃO BRASIL
32/37
52/57
Técnica de vacinação inguinal em matrizes pesadas
Sistemas de produção de codornas
Embora o método de vacinação inguinal não seja nova, sua utilização não está amplamente difundida em todo o mundo e poderia beneficiar muitas empresas, especialmente aquelas que são forçadas a usar múltiplas vacinações com bacterinas e / ou vacinas inativadas.
Há duas espécies de codornas que geralmente são utilizadas: a Coturnix coturnix japonica, que é mais utilizada na produção de carne e ovos; e a Colinus virginianus, que é capturada nas áreas permitidas.
Raúl Otálora1 & Guillermo Zavala2 Quail International, Greensboro, Geórgia, EUA Avian Health International, LLC, Flowery Branch, Geórgia, EUA
1 2
Bret Rings & Winfried Bakker Cobb-Vantress, Siloam Springs, Arkansas, EUA
38/42 Perdas no abate por sinovite associada à fraqueza nas pernas: ruptura do tendão do gastrocnêmio Como determinar o aparecimento de lesões associadas à ruptura dos tendões nas aves.
58/61 Chapecó, berço da avicultura comercial do Brasil Expoente da eficiência e da qualidade da avicultura nacional, capital brasileira da agroindústria, Chapecó é um dos mais icônicos polos de produção de proteína animal do Brasil e do mundo.
Priscila Beck
62/68 Dianna Bourassa Departamento de Ciências Aviárias, Universidade de Auburn, Auburn, Alabama, EUA
43/50 Considera produzir ovos no sistema livre de gaiolas? Alguns dos desafios mais relevantes para as empresas que decidem explorar a produção de ovos no sistema livre de gaiolas ou sem antibióticos.
Guillermo Zavala MVZ, MAM, MSc, PhD Avian Health International, LLC
2 aviNews América Latina Março 2017
Permanência do vírus da influenza aviária de alta e baixa patogenicidade na cama de aves e a efetividade dos pedilúvios em seu controle O fato de que os pedilúvios são incapazes de eliminar as partículas virais infecciosas deve ser um alerta para examinar e avaliar as medidas de biosseguridade das granjas, a fim de evitar a introdução de doenças tanto exóticas como endêmicas.
Rodrigo A. Gallardo DVM, PhD, Dipl. ACPV Programa de Medicina Avícola, Universidade da Califórnia, Davis, Califórnia, EUA
71/80
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Micotoxinas: como gerenciar o risco e minimizar o problema
As várias funções da rede de laboratórios avícolas da Geórgia
As micotoxinas são parte dos novos desafios enfrentados pela indústria, que, por razões econômicas e de saúde pública, tornaramse um dos fatores que recebem cada vez mais atenção.
Em geral, o principal objetivo dos laboratórios de avicultura é diagnosticar doenças e, no caso de laboratórios em instituições acadêmicas, fomentar a pesquisa e o ensino. No entanto, a missão dos laboratórios de avicultura deve ir mais além do diagnóstico de doenças. O Grupo de Comunicação Agrinews gostaria de destacar e diferenciar o compromisso notável e significativo de contribuição e colaboração dos autores dos artigos. O esforço conjunto tornou possível oferecer a nossos leitores um conteúdo técnico de qualidade, portanto, queremos reiterar nossos sinceros agradecimentos.
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3 aviNews América Latina Março 2017
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É HORA DE A AMÉRICA LATINA ACORDAR
BRASIL
EDITOR
S
em a pretensão de se envolver em questões políticas, é preciso olhar para a América Latina e refletir sobre seus desafios socioeconômicos, políticos e culturais. Seja qual for nossa perspectiva no presente e para o futuro dessa região, é evidente que o clima político internacional mudou e está mudando drasticamente em muito pouco tempo. O ressurgimento do nacionalismo populista, protecionista e inclusive isolacionista em países de muita influência política, econômica e militar deve nos fazer refletir sobre o impacto dessa nova ordem no panorama socioeconômico e político latino-americano. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM), Brasil, México e Argentina representam a 9ª, a 15ª e a 20ª economias do mundo, respectivamente. As economias da Venezuela, Colômbia, Chile e Peru estão muito atrás, embora estejam listadas entre as 55 maiores economias do mundo. Nesses e nos demais países latinoamericanos, ainda há muito por fazer para solucionar os problemas de desnutrição; o sistema de educação da região, que é cronicamente deficiente; a “administração”, que poderia ser muito melhor; os sistemas de saúde, que apesar de melhorarem, ainda ficam muito a desejar; e a desigualdade na distribuição da riqueza, que continua sendo um grande problema. As recentes manifestações do neonacionalismo nos países poderosos são muito perigosas e podem resultar em mandatos presidenciais e ações muito prejudiciais às economias da região. Grande parte da América Latina depende de grãos, insumos, máquinas, tecnologias, medicamentos e serviços produzidos até agora pelos países mais avançados.
É a hora de acordar. Até agora, a América Latina tem sido consumidora, mas não produtora de tecnologias, por isso vem dependendo dos países produtores de bens, serviços e tecnologias. Seria possível pensar os países latino-americanos trabalhando juntos, daqui em diante, para mudar a ordem regional? Seria possível que a região forme um consórcio produzindo seus próprios automóveis, sua engenharia aeroespacial, seus alimentos e medicamentos; que integre suas economias, facilitando o comércio internacional em vez de construir muros e se isolar (como está sendo observado em outros países) que haja um compromisso para solucionar os problemas administrativos; que de uma vez por todas sejam combatidos, de maneira estratégica, os problemas que impedem o desenvolvimento da América Latina?
GRUPO DE COMUNICACIÓN AGRINEWS S.L. DESIGN GRÁFICO & WEB Marie Pelletier Enrique Núñez Ayllón Karina Goto Maitê Paier Antunes Sergio Rodríguez Núñez PUBLICIDADE Nathalia Ferrufino +54 9 (11) 3611-2200 int@grupoagrinews.com Luis Carrasco +34 605 09 05 13 lc@agrinews.es DIREÇÃO TÉCNICA Guillermo Zavala, MVZ, MAM, MS, PhD., Dipl. ACPV
REDAÇÃO José Luis Valls Osmayra Cabrera Daniela Morales COLABORADORES O que é preciso para que um país e uma região manifestem seu verdadeiro potencial? Em primeiro lugar, é necessário nutrir seus cidadãos; em segundo, é fundamental mantê-los saudáveis; em terceiro, é imprescindível educá-los; e em quarto, contar com sistemas de governo que amem de verdade seus países e governem desejando o melhor para seus concidadãos.
L. Dufour-Zavala Winfridus Bakker Bret Rings Mike Czarick Dianna Bourassa Raúl Otálora
Priscila Beck Rodrigo A. Gallardo C.Augusto Mallmann Paulo Dilkin A. Olnei Mallmann
Barcelona, España Tel: +34 93 115 44 15 info@grupoagrinews.com
www.avicultura.info
Revista de distribuição gratuita DIRIGIDA A VETERINÁRIOS E TÉCNICOS
Depósito Legal Avinews B11597-2013 A direção da revista não é responsável pela opinião dos autores. Todos os direitos reservados. Imagens: Noun Project / Freepik
5 aviNews América Latina Março 2017
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MEDIR
VELOCIDADE
DO AR NA ALTURA DAS AVES PODE NÃO SER ACONSELHÁVEL Mike Czarick & Brian Fairchild Departamento de Zootecnia Avícola, Universidade da Geórgia, Athens, Geórgia, EUA
N
o período de calor, a manutenção do ar fresco nas aves de corte depende diretamente da
velocidade do ar. O conceito é bastante simples. Quanto maior é a velocidade do ar dentro do galpão, maior será a energia térmica retirada das aves; menor será sua temperatura corporal; e melhores serão
o ganho de peso e a conversão alimentar. Embora as cortinas de evaporação ajudem a retirar o calor das aves no período de calor, seu uso aumenta necessariamente os níveis de umidade, o que reduz a capacidade das aves de regular sua temperatura, evaporando água através de seu sistema respiratório.
7 aviNews América Latina Março 2017 | Medir a velocidade do ar
frango
A
O fato é que sem ter uma velocidade do ar suficiente sobre as aves, as cortinas de
evaporação podem causar mais prejuízos que benefícios. Por ser a ferramenta mais importante que os produtores têm para poder oferecer ar fresco às aves, a velocidade do ar deve ser
monitorada cuidadosamente nos períodos de calor.
A dificuldade em medir a velocidade do ar em um galpão com ventilação de tipo axial está relacionada a uma grande variação existente na largura do galpão.
frango
A velocidade do ar tende a ser maior até o centro do galpão e cada vez menor conforme nos aproximamos das paredes,
VELOCIDADE MENOR
VELOCIDADE MAIOR
do piso e do telhado.
Figura 1. Velocidade do ar ao longo do galpão
O grau de variação da velocidade depende de diversos fatores, tais como:
A TEXTURA DAS PAREDES A PRESENÇA OU AUSÊNCIA DE COMPORTAS DE AR PARA O VENTILADOR DE TIPO AXIAL PRESENÇA DE CORTINAS DE EVAPORAÇÃO O TIPO DE SISTEMA DE AQUECIMENTO E SUA LOCALIZAÇÃO A QUANTIDADE DE SAÍDAS DE AR A PRESENÇA, A DENSIDADE E O TAMANHO DAS AVES
8 aviNews América Latina Março 2017 | Medir a velocidade do ar
VELOCIDADE MENOR VELOCIDADE MENOR
M 0A 12:0
0 PM 10:0
0 PM 8: 0
0 PM 6: 0
PM 4:00
0 PM 2: 0
0 PM 12:0
M 0A 10:0
M
M 0A 8: 0
0A 6: 0
AM 4:00
0A 2: 0
0A 12:0
M
Gráfico 1. Velocidade do ar registrada em 15 pontos diferentes em um galpão de 40 x 500 pés (12 x 150 metros) de largura, em aves de corte. M
Velocidade do ar (pés/minuto)
800 750 700 650 600 550 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0
Esses fatores podem ocasionar variações de velocidade do ar em até 100% em diferentes pontos do galpão (Gráficos 1 e 2). Essa variação não apenas dificulta a medição exata da velocidade do ar como
Gráfico 2. Localização dos pontos de medida para ilustrar a leitura presente na Figura 1.
também atrapalha a comparação da velocidade do ar entre diferentes galpões.
PROBLEMAS AO MEDIR A VELOCIDADE PERTO DO PISO As medições de velocidade do ar
Já que o ar que se espalha de forma imediata sobre as aves produz o efeito de ar fresco, pretendemos medir intuitivamente a velocidade do ar no nível das aves.
próximas ao piso podem produzir erros de medida de até 100 pés (30 m) por minuto ou mais
O problema é que esse é um dos locais mais difíceis de se obter valores corretos em galpões com ventiladores de tipo axial. Durante o período de 12 horas, as velocidades registradas na altura de 24 polegadas (60 cm) foram de aproximadamente 100 pés/min (30 m) menores que as registradas na altura de 48 polegadas (120 cm), o que é bem frequente em galpões com ventilação de tipo axial.
Os valores da velocidade do ar tendem a variar muito mais quando estão próximos ao piso do que em
600 575 550 525 500 475 450 425 400 375 350 325 300
48”
18h
17h
16h
15h
14h
13h
12h
11h
10h
9h
8h
7h
24”
6h
frango
Velocidade do ar (pés/minuto)
outros lugares do galpão.
Gráfico 3. Velocidade do ar em um galpão de 40 x 500 pés (12 x 150 m) com frangos de corte de oito semanas de idade.
A linha verde se refere à velocidade registrada na altura de 24 polegadas (60 cm); a linha vermelha exemplifica a velocidade do ar registrada na altura de 48 polegadas (120 cm). Cada medição foi realizada a 10 pés (3 m) de distância da parede e a aproximadamente 100 pés (30 m) do fundo do galpão, onde estão localizados os extratores. Figura 2. Suporte com anemômetros em um galpão com frangos de corte.
10 aviNews América Latina Março 2017 | Medir a velocidade do ar
O anemômetro mais próximo ao piso foi colocado 12 polegadas (30 cm) acima da cabeça das aves quando estavam no local (Figura 2; dados não mostrados no gráfico). As medições foram realizadas entre 6 h e 18 h.
A redução da velocidade do ar próxima ao
piso se deve ao fato de que os corpos das aves atuam como obstáculos físicos. Os postes ou travessas adjacentes à
parede, quando existentes, podem desviar o ar, reduzindo sua velocidade. Isso também ocorre no piso com os corpos
dos frangos, especialmente quando
565
670
511
660
604
624
667
638
653
657
627
578
675
572
628
Figura 3. Perfil da velocidade do ar em um galpão de 40 × 500 pés (12 x 150 metros) quando todos os extratores estão funcionando na ausência das aves.
593
659
517
670
602
624
641
675
678
610
543
485
554
498
529
frango
atingem o período de abate.
As figuras 3 e 4 mostram os perfis da velocidade em um galpão de 40 × 500 pés (12 x 150 m) na presença e ausência das aves. Quando o galpão estava vazio, a média da velocidade do ar na altura de 24 polegadas (60 cm) foi de aproximadamente 600 pés (180 m) por minuto. Quando as aves de corte estavam presentes no galpão, a velocidade do ar no nível do piso foi de aproximadamente 100 pés/min mais baixa do que quando medida no galpão vazio.
Figura 4. Perfil da velocidade do ar em um galpão de 40 × 500 pés (12 x 150 metros) quando todos os extratores estão funcionando na presença das aves de corte.
A velocidade do ar em pontos mais altos foi maior porque não houve nem obstáculos nem aves nos pontos distantes do piso 11 aviNews América Latina Março 2017 | Medir a velocidade do ar
Durante as horas de escuridão, as aves tendem a deitar e ficam inativas. As aves imóveis apresentam um
obstáculo relativamente menor para a circulação do ar, o que resulta em um aumento da velocidade do ar que chega às aves com as luzes apagadas.
As aves também causam variações
significantes de velocidade do ar em outras camadas próximas ao piso. As aves levantam e se deitam
frequentemente, o que resulta em uma mudança constante na superfície
próxima ao piso e sobre a qual
frango
o ar tem que se mover, o que produz
uma considerável variação na velocidade do ar.
O Gráfico 4 ilustra a velocidade do ar e a temperatura no galpão de 50 × 560 pés (15 x 168 m) na presença das aves de corte e quando todos os extratores estão funcionando 24 horas por dia.
O Gráfico 4 ilustra a oscilação da velocidade do ar em diferentes pontos de medição próximos ao piso. 85
750
82
650
76
600
74
550
72 70
500
68
450
Temperatura do galpão
Velocidade do ar
Gráfico 4. Velocidade do ar na altura de 24 polegadas (60 cm) sobre o piso de um galpão com ventilação axial, com todos os extratores funcionando 24 horas/dia (as luzes são apagadas às 21 h e ligadas às 3 h da manhã).
12 aviNews América Latina Março 2017 | Medir a velocidade do ar
12h
10h
8h
6h
4h
2h
24h
2 2h
20 h
18h
16h
14h
66 12h
Temperatura (F)
78
Velocidade do ar (pés/min)
700
80
As luzes do galpão são apagadas às 21 h e ligadas às 3 da manhã. Durante o dia, quando as aves estão mais ativas, a velocidade do ar próxima ao piso é de aproximadamente 600 pés (180 m) por minuto. A partir das 18 h, as aves diminuem sua atividade, o que apresenta uma superfície menos irregular no piso e um menor obstáculo para o vento, por isso foram obtidas velocidades do ar mais elevadas do que quando as aves estavam mais ativas. Quando todas as aves estão deitadas até às 21 h, a velocidade do ar próxima ao piso aumenta em até 100 pés (30 m) por minuto, comparado com o que ocorre durante o dia, quando as aves estão ativas.
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As medições realizadas próximas ao piso podem oscilar de 50 a 100 pés (15 a 30 m) por minuto em um período de tempo muito curto, o que dificulta ter um valor realmente representativo, se queremos medir a velocidade no nível das aves (Gráfico 5). Complicando ainda mais, quando são realizadas medições com o objetivo de determinar a velocidade do ar e sua variação, as aves tendem a se afastar dos pontos de medição, o que pode ocasionar grandes desvios nas medições da
frango
600 575 550 525 500 475 450 425 400 375 350 325 300
48”
14:0 0
13:5 5
13:5 0
13:4 5
13:4 0
13:3 5
13:3 0
13:2 0
13:2 0
13:1 5
13:1 0
24”
13:0 5
13:0 0
Velocidade do ar (pés/min)
velocidade do ar próxima às aves.
Gráfico 5. Velocidade do ar em um galpão de 40 × 500 pés (12 x 150 m) na presença de frangos de corte de oito semanas de idade.
As medições foram realizadas nas alturas de 24 e 48 polegadas sobre o piso (60 e 120 cm) e de 10 pés (3 m) de distância do extremo do galpão onde estão localizados os extratores, entre 13 h e 14 h.
15 aviNews América Latina Março 2017 | Medir a velocidade do ar
Embora seja ideal medir a velocidade do ar
no nível do piso, a natureza tão oscilante das medições pode nos confundir devido à inexatidão das medições nesse nível, o que
pode levar a valores incorretos. Por isso, é melhor medir a velocidade
do ar a uma altura de 4-5 pés (120-150 cm) acima do piso, conscientes de que a velocidade do ar no nível do piso será
aproximadamente de 100 pés (30 m) por minuto menor que a registrada na altura de 4-5 pés, quando os extratores estão funcionando. Para obter uma média, podem ser feitas
medições em 4-6 pontos na largura do galpão.
frango
Apesar de isso não estabelecer uma determinação perfeitamente exata, pelo menos pode representar valores
repetidos e representativos da velocidade do ar em galpões com ventilação de tipo axial.
16 aviNews América Latina Março 2017 | Medir a velocidade do ar
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MICROTRINCAS EM
OVOS FÉRTEIS
reprodutoras
Winfried Bakker Engenheiro de Serviço Técnico Cobb-Vantress, Siloam Springs, Arkansas, EUA
SEMANA
em ovos pode variar
0,5%
Microtrincas
semanas de vida
Essas microtrincas são importantes porque podem causar diminuição da má qualidade dos pintos e maior mortalidade nos primeiros 14 dias.
0,75%
15
de 0,5 a 10%.
taxa de nascimentos, contaminações,
50
Semanas de idade
últimas
A
incidência de microtrincas
0
Microtrincas
65
Uma incidência de 0,5% de microtrincas é relativamente normal até as 50 semanas de vida. Depois, são aumentadas gradativamente até atingir 0,75% nas últimas 15 semanas de vida.
Figura 1. Incidência esperada de microfraturas em ovos férteis
19 aviNews América Latina Março 2017 | Microtrincas em ovos férteis
A Tabela 1 resume as taxas de nascimento e de qualidade dos pintos que podem ser esperadas a partir de ovos intactos, comparados com ovos com microtrincas. Existem seis principais áreas que precisam de atenção, como se pode observar na Tabela 1:
Ovos intactos
Nascimento total
Pintos de segunda qualidade
Pintos eliminados
Inférteis
Mort. precoce
Mort. intermediária
Mort. tardia
Ovos explosivos
89,6
0,9
0,7
4,0
2,9
0,2
3,1
0,2
Microtrincas
66,4
5,1
4,4
3,8
12,5
0,3
13,7
3,3
Diferença
-23,2
4,2
3,7
-0,2
9,6
0,1
10,6
3,1
reprodutoras
Tabela 1. Taxas de nascimento e de qualidade dos pintos a partir de ovos intactos, comparados com ovos com microtrincas
FATORES INERENTES ÀS GALINHAS 1
As galinhas bicam os ovos.
2
Algumas galinhas podem botar ovos fora do ninho.
CAUSA
Frequente em galpões com piso de grade ou quando a postura ocorre
CAUSA
Desenvolvimento e preparação
no chão, esse problema se acentua
insuficientes antes de receber a
com condicionamento insuficiente
fotoestimulação.
configurados; com piso de grade de plástico mal estruturado ou quando
RECOMENDAÇÃO
os ninhos não atraem as galinhas. Garantir a correta quantidade e distribuição de ninhos; evitar a postura no piso e garantir que os ninhos sejam confortáveis
20 aviNews América Latina Março 2017 | Microtrincas em ovos férteis
RECOMENDAÇÃO
durante a maturação; em galpões mal Garantir condição e desenvolvimento suficientes, especialmente desde as 16 semanas até a fotoestimulação
PROBLEMAS DE MANUSEIO DOS FUNCIONÁRIOS 1
Pode ter muitos ovos acumulados nos ninhos sobre a esteira de coleta ou sobre as mesas RECOMENDAÇÃO
de coleta.
2
Aumentar a frequência das coletas
Nos ninhos mecânicos podem existir esteiras de transporte que se movem rapidamente, o que pode provocar
Estar o maior tempo possível no galpão para detectar esses problemas e supervisionar os funcionários Não permitir que sejam acumulados
RECOMENDAÇÃO
mais de três ovos no ninho, nem que muitas galinhas utilizem ao mesmo tempo o mesmo ninho, o que pode ocasionar ninhos insuficientes ou condições
RECOMENDAÇÃO
heterogêneas dentro do galpão Garantir a quantidade suficiente de ninhos e que as galinhas utilizem ambos os níveis de ninhos, garantindo uma altura correta e que não tenha ninhos fechados
21 aviNews América Latina Março 2017 | Microtrincas em ovos férteis
reprodutoras
RECOMENDAÇÃO
a quebra dos ovos.
PROBLEMAS MECÂNICOS 1
Os rolamentos nos ninhos podem estar
6
Problemas de ajuste na tensão da esteira de transporte.
2
As minicortinas dos ninhos comunitários
RECOMENDAÇÃO
podem precisar de manutenção.
3
Tensionar a esteira corretamente para
Trocar os rolamentos RECOMENDAÇÃO
RECOMENDAÇÃO
muito desgastados.
que os ovos fiquem bem distribuídos sobre a esteira Nos sistemas com esteiras duplas, no centro entre as duas filas de ninhos não deve ter excesso de espaço (Figura 2 )
Trocar ou reposicionar as minicortinas conforme necessário
O rolamento dos ovos nas esteiras pode ter
a
ESTEIRAS DUPLAS DE COLETA DE FIBRA SEPARADAS NO CENTRO
RECOMENDAÇÃO
Verificar se o rolamento está instalado corretamente, se as esteiras de coleta não estão deformadas, e se os grampos mantêm a esteira em seu lugar
4
Quando a esteira de transporte não é suficientemente larga, pode não suportar
RECOMENDAÇÃO
uma grande quantidade de ovos.
5
Aumentar a frequência da coleta
b ESTEIRA CENTRAL ÚNICA COM CONTADOR DE OVOS NA PARTE SUPERIOR
de ovos
Se a velocidade da esteira de coleta é muito alta, os ovos podem se quebrar ao chegar à mesa de coleta.
RECOMENDAÇÃO
reprodutoras
dificuldade.
Ajustar a velocidade de transporte dos ovos e evitar o acúmulo de ovos na mesa de coleta
22 aviNews América Latina Março 2017 | Microtrincas em ovos férteis
Figura 2. Exemplos de sistemas de coleta automática. Duas esteiras paralelas que se observam na fotografia a; ou apenas uma esteira central de plástico na fotografia b. A largura da esteira de plástico é normalmente de 50 cm; ou 2 x 25 cm nas esteiras duplas de fibra.
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Frequência insuficiente de coleta. Aumentar a frequência de coleta para
RECOMENDAÇÃO
8
evitar a existência de muitos ovos no sistema e o choque entre eles
Excesso de microtrincas ocorridas nos sistemas que tenham somente uma esteira
9
Diferenças entre esteiras de transporte de
de transporte no centro compartilhada por
fibra e esteiras de plástico.
ninhos em ambos os lados. Nos sistemas mal ajustados, os ovos
levando os ovos a ficarem presos em alguns pontos, a se sujarem
uns com os outros ou ficar presos no
e quebrarem
Os ninhos devem ter uma configuração correta, e as esteiras devem estar
Isso é menos frequente em esteiras
RECOMENDAÇÃO
espaço entre as duas esteiras.
largas e de plástico do que nas esteiras de fibra
separadas adequadamente
10 Problemas durante o transporte CAUSA
O manuseio brusco durante a embalagem e o transporte de ovos é causa comum de microtrincas
RECOMENDAÇÃO
RECOMENDAÇÃO
As esteiras podem se desajustar,
podem rolar até o centro, chocando-se
11
RECOMENDAÇÃO
CAUSA
CAUSA
reprodutoras
7
Supervisionar os funcionários para evitar manuseios bruscos e conscientizar os motoristas sobre a fragilidade dos ovos
Carrinhos de ovos em mau estado Verificar a integridade das rodas dos carrinhos de ovos e substituí-las quando necessário
25 aviNews América Latina Março 2017 | Microtrincas em ovos férteis
PROBLEMAS NUTRICIONAIS 1
Os valores no Gráfico 1 são somente de referência, e não uma garantia de que todos os lotes dessa linhagem genética terão o mesmo comportamento
Diversos problemas nutricionais podem afetar a qualidade da casca dos ovos. A análise frequente da gravidade específica permite estabelecer padrões de referência em cada empresa. O Gráfico 1 mostra os padrões esperados para os ovos férteis de reprodutoras Cobb 500 em distintas idades.
reprodutoras
Valores iguais ou superiores a 1.080 indicam que a qualidade da casca é ideal
No Gráfico 1, os números representam a média de 100 ovos em cada amostra, com valores esperados acima e abaixo da média. Valores iguais ou superiores a 1.080 indicam que a qualidade da casca é ideal. Recomenda-se sempre obter uma amostra pelo menos de 100 ovos em cada amostra.
1,083 1,082
1,081
1,080 1,079 1,078
25
30
35
40
45
50
55
1,077
60
65
Gráfico 1. Valores esperados de gravidade média específica em ovos Cobb 500 em distintas idades.
As melhores condições para realizar esse teste são na incubadora. O procedimento pode ser simplificado utilizando somente uma solução de sal que detecte uma gravidade específica de 1.080.
Quando há uma porcentagem de ovos com uma gravidade específica inferior ao padrão da idade correspondente será necessário preparar várias soluções de sal para determinar as gravidades específicas (o procedimento para medir a gravidade específica será apresentado em outro texto).
,
26 aviNews América Latina Março 2017 | Microtrincas em ovos férteis
A saúde alimentar começa na granja
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2 Quando a qualidade da casca se
3
4
As partículas de calcário grosso são
deteriora significativamente, é difícil
importantes para utilizar à tarde e à
corrigir completamente.
noite, momento em que é formada a casca. São recomendadas
É importante prevenir quedas drásticas
partículas de 2-3 mm de diâmetro,
da gravidade específica através de
que permanecerão nas aves pelo
constantes medições, garantindo a
menos 24 horas.
disponibilidade de cálcio e sua correta
5
granulometria, os níveis adequados de
Em dias frios ou durante o inverno
fósforo disponíveis e seu equilíbrio, e os
as galinhas podem ser alimentadas
níveis recomendados de vitamina D3.
7-8 horas depois do início do período de iluminação, para permitir que o cálcio seja utilizado na formação da casca do ovo durante a tarde.
reprodutoras
Gema Ovário
Formação da membrana
Formação da clara Formação da casca
Figura 3. Processo de formação da casca
28 aviNews América Latina Março 2017 | Microtrincas em ovos férteis
RECOMENDAÇÕES PARA A AQUISIÇÃO DA PEDRA CALCÁRIA 7 Adquirir um volume suficiente que laboratório.
vitamina D3, pode causar cascas frágeis.
8
devido a problemas de misturas também
Utilizar o produto de fornecedores que garantam os níveis e solubilidade do cálcio e fazer testes
Os níveis baixos ou variáveis de cálcio causam microtrincas.
9
de laboratório 1-2 vezes ao ano.
As partículas de cálcio muito finas ou uma elevada proporção de cálcio fino na alimentação também podem favorecer o
Comprar diretamente do produtor
aparecimento de microtrincas.
original e evitar os intermediários.
Esse problema é bastante frequente na alimentação com pellets ou com migalhas derivadas de pellets, pois é mais difícil adicionar cálcio em partículas grossas com o alimento comprimido. Nesses casos deve ser fornecida alguma fonte de cálcio separadamente.
Se as microtrincas são um problema constante, será melhor utilizar o carbonato de cálcio em vez da pedra calcária.
10
Os compostos químicos como as micotoxinas e a contaminação acidental
6
Às vezes existem problemas com a biodisponibilidade de cálcio. A pedra calcária pode variar em dureza e
do alimento com nicarbazina (na concentração maior que 3-5 ppm) podem afetar a cor da casca.
solubilidade. Algumas empresas não
O uso prolongado de elevadas doses
realizam os testes de laboratório como
de clortetraciclina na alimentação
deveriam.
(>400 ppm) pode deteriorar a qualidade
A pedra calcária dolomítica pode
da casca.
conter elevados níveis de magnésio (>10%), que compete com o cálcio por pontos de absorção no intestino, além de poder funcionar como laxante. Por esses motivos, a pedra calcária dolomítica deve ser evitada na alimentação das reprodutoras.
29 aviNews América Latina Março 2017 | Microtrincas em ovos férteis
reprodutoras
justifique o custo dos testes de
A variação dos níveis de cálcio, fósforo e
PROBLEMAS AMBIENTAIS & DE VENTILAÇÃO 1
O estresse causado pelo calor e/ou os problemas de ventilação que resultam em elevadas temperaturas podem causar hiperventilação nas galinhas, alcalose respiratória e uma qualidade da casca deficiente.
DESAFIOS PARA A SAÚDE
reprodutoras
1
A bronquite infecciosa, a doença de Newcastle, a influenza aviária e outras doenças afetam o oviduto e, em consequência, a qualidade da casca.
2
Os ovos de boa qualidade a ser incubados devem apresentar uma cor saudável e uma aparência brilhante, o que reflete o bom estado de saúde e alimentar.
30 aviNews América Latina Março 2017 | Microtrincas em ovos férteis
Em síntese, as microtrincas nas cascas podem ser ocasionadas por diversas causas, dentre as mais importantes se destacam alguns fatores inerentes às galinhas, problemas de manuseio dos funcionários, problemas mecânicos e nutricionais, deficiências na qualidade do meio ambiente e da ventilação, e desafios para a saúde. Embora essas causas não sejam as únicas existentes, elas representam alguns fatores de risco que aumentam a frequência de microtrincas nos ovos.
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TÉCNICA DE
VACINAÇÃO INGUINAL EM
MATRIZES PESADAS reprodutoras
Dr. Bret Rings e eng. Winfried Bakker Cobb-Vantress, Siloam Springs, Arkansas, EUA
Cada produção precisa de um programa de vacinação específico para enfrentar os problemas locais. Nesses problemas encontram-se as doenças de Newcastle (ND), bronquite infecciosa (BI), laringotraqueíte infecciosa (LTI), salmonelose, colibacilose e influenza aviária, entre outras doenças.
32 aviNews América Latina Março 2017 | Técnica de Vacinação Inguinal em Matrizes Pesadas
Em alguns países, os programas de vacinação podem ser frequentes, em algumas ocasiões as aplicações podem ser a cada duas semanas, o que necessita do manejo individual de cada ave, para tomar as vacinas via subcutânea no pescoço ou intramuscular no peito. É comum que nesse manejo sejam aplicadas as vacinas via ocular ou na membrana da asa das aves.
Um programa de vacinação intenso causará estresse nas aves, aumentando o consumo de alimentos e atrasando o desenvolvimento delas devido à resposta imunitária, sendo um fator que pode postergar a produção de ovos e/ou o pico de produção.
#1 Manter o programa o mais simples possível.
#2 Garantir que as vacinas sejam
realmente inoculadas nas aves empregando uma técnica adequada de vacinação e avaliando frequentemente as técnicas.
A ideia não é necessariamente realizar
#5 Considerar que cada vacinação
produz estresse e faz desviar para o sistema imune os nutrientes que seriam destinados ao crescimento até as 21 primeiras semanas de vida. O programa de nutrição e de alimentação deve sempre considerar esse aspecto.
#6 Revisar, pelo menos uma vez por ano, o programa de vacinação,
uma vacinação extremamente rápida,
para determinar se são necessárias
mas contar com um bom programa de
mudanças devido à variação das
imunização que assegure que todas as
doenças.
aves receberão uma dose de cada vacina.
#7 Finalizar as vacinações individuais no máximo nas 21 semanas de
#3
Contar com um intervalo
vida, embora seja ideal não
suficiente entre as vacinas
ultrapassar as 18-19 semanas de
para obter uma boa resposta
vida, especialmente quando as
imunológica.
aves serão transferidas do berçário
#4 Implementar um excelente
à produção.
sistema de monitorização do estado imunológico dos bandos e monitorar continuamente a aplicação das vacinas.
33 aviNews América Latina Março 2017 | Técnica de Vacinação Inguinal em Matrizes Pesadas
reprodutoras
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES NOS PROGRAMAS DE VACINAÇÃO
TÉCNICA DE VACINAÇÃO INGUINAL
VANTAGENS VACINAÇÃO INGUINAL
A vacinação inguinal reduz o estresse nos programas de vacinação considerados moderados ou muito intensos.
#1
Esse procedimento é rápido e eficaz.
A área inguinal está localizada no lado interno do quadril na porção superior das pernas, onde a pele é dobrável com mais facilidade e onde
#2
Não produz traumas nas aves de nenhuma forma (reduz os erros).
existe suficiente espaço para aplicar injeções subcutâneas.
#3
As vacinas inativadas podem ser aplicadas em ambas as pernas.
#4
Os músculos do peito não são
reprodutoras
afetados, por isso não se deteriora a qualidade deles, assim podem ser utilizados para consumo humano no final do ciclo de produção.
#5
O método pode ser utilizado nas 12 e 18 primeiras semanas de vida.
#6
É ideal para empresas que aplicam muitas vacinas inativadas e bacterianas.
Figura 1. Mesa de vacinação com rampa de descida; e aplicação da vacina subcutânea na área inguinal
34 aviNews América Latina Março 2017 | Técnica de Vacinação Inguinal em Matrizes Pesadas
BENEFÍCIOS ADICIONAIS Um dos benefícios adicionais desse tipo de vacinação é que se a vacina é aplicada acidentalmente nos músculos da coxa,
Geralmente quando a aplicação
não causará muitos problemas.
é realizada corretamente não são
O único problema significativo ocorre no uso de agulhas muito longas (por exemplo, nas agulhas com calibre 20 ½”; ou 0,9 mm por 13 mm) em vez das recomendadas (18 ¼“; ou 1,2 mm por 6 mm). Quando a vacina é aplicada com agulhas muito longas, pode chegar à cavidade abdominal (cavidade celômica) e/ou ao fígado.
causados problemas locomotores. A vacinação inguinal pode ser realizada sobre uma mesa utilizando uma esteira rolante ou carrossel.
Vacina contra a E. coli aplicada nas 18 semanas com a vacina contra Salmonella (dupla).
reprodutoras
VACINAÇÃO E SUGESTÕES PARA UMA APLICAÇÃO EFICAZ Vacinação inguinal contra Salmonella entre 12 e 18 semanas em uma perna e outras vacinas inativadas na parte interna da outra perna. Utilizar uma mesa de aço inoxidável na altura ajustável segundo a estatura dos funcionários. É comum ter uma mesa de 23 cm de largura (9”); 2,2 m (7’) de comprimento; e 90 cm (3’) de altura (Figuras 1 e 2).
As agulhas devem ser trocadas a cada mil aves para reduzir o risco de infecção e para que não seja afetada a integridade da agulha.
Verificar a dose do aplicador a cada vez que as agulhas sejam trocadas.
Manter a vacina em temperatura amena para facilitar seu fluxo através do aplicador e para reduzir as reações nos tecidos.
35 aviNews América Latina Março 2017 | Técnica de Vacinação Inguinal em Matrizes Pesadas
Figura 2. Manipulação e posicionamento corretos das aves para aplicar a vacina via inguinal Seguram-se duas aves pelas asas sobre a mesa. Quem vai aplicar a vacina levanta uma das pernas da ave e administra a(s) vacina(s). Depois colocam-se as aves para se reposicionar, para que seja destacado o outro ligamento, e outra pessoa repete o processo aplicando a injeção subcutânea.
reprodutoras
Embora a velocidade não seja tão alta nesse procedimento, é garantida uma boa vacinação sem que sobre nenhuma ave sem tomar a vacina.
VELOCIDADE PARA A APLICAÇÃO DA VACINA
12
semanas
Em geral, pode-se calcular uma x
x
velocidade de aplicação de
4
aproximadamente 1.000 aves/hora
4 Na 12ª semana de vida das aves, são necessárias
Na 18ª semana, é necessário um
oito pessoas para realizar
grupo de seis pessoas, das quais:
quatro vacinações;
Quatro pessoas para segurar as aves (duas por pessoa); quatro pessoas aplicam as vacinas via ocular, na membrana da asa e na perna dessas aves. x
18 semanas
4
Quatro seguram as aves (duas por pessoa) e duas pessoas aplicam as vacinas nessas aves. Dessa maneira, seis pessoas podem vacinar 6 mil aves em 6 horas. Logo depois da vacinação na 18ª semana de vida, pode ser realizada uma seleção com duas pessoas
x
2
a mais caso seja necessário por existir problemas de uniformidade.
36 aviNews América Latina Março 2017 | Técnica de Vacinação Inguinal em Matrizes Pesadas
RESULTADOS DA VACINAÇÃO VIA INGUINAL Testes ELISA IBD - XR
Foram vacinadas com esse procedimento muitas aves matrizes.
30000
Nos gráficos 1 e 2, podem ser vistos os 20000
resultados da vacinação via inguinal para imunizar as matrizes pesadas contra a
10000
doença de Gumboro (IBD). O Gráfico 1, à esquerda, representa o teste de a l)
a l)
Elisa para a doença infecciosa da bolsa de
uin o4
(In g
Fabricus (ELISA IBD-XR), e o Gráfico 2 mostra os coeficientes de variação.
An
o3
(In g
uin
a l) An
uin (In g o2 An
An
o1
(Pe sco ço)
0
Métodos de vacinação e sequência
Figura 3
80
reprodutoras
60 40 20
a l) uin (In g o4 An
(In g o3 An
uin (In g o2 An
uin
a l)
a l)
0 (Pe sco ço)
O Gráfico 2 ilustra os coeficientes de variação para os testes de Elisa IBD-XR nos mesmos lotes de matrizes. As barras horizontais representam a média e o desvio-padrão.
100
o1
O Gráfico 1 mostra a média de testes para a IBD em lotes de matrizes vacinadas por via subcutânea (ano 1) ou inguinal (anos 2, 3 e 4). Cada grupo envolveu de 81 a 93 lotes de matrizes de 16-18 semanas de vida, vacinadas com as mesmas vacinas e com o mesmo programa de vacinação.
CV para testes ELISA IBD - XR
An
Gráficos 1 e 2. Resultados de amostras serológicas para a vacinação contra a doença infecciosa da bolsa de Fabricus (IBD)
Métodos de vacinação e sequência
Figura 4
Foi observado que a vacinação por via inguinal apresentou elevados valores nos anos 3 e 4 se comparados com o ano 2, referente à vacinação subcutânea no pescoço (ano 1). Os coeficientes de variação foram comparados entre a vacinação inguinal no ano 1 e a vacinação subcutânea no pescoço. Dado que na vacinação dos anos 3 e 4 adquiriu prática a aplicação via inguinal, a média dos resultados do teste Elisa e o coeficiente de variação foram melhores que a vacinação subcutânea no pescoço (ANOVA one-way p<0,005).
Chega-se à conclusão de que a vacinação via inguinal melhora a média dos valores do teste Elisa e os coeficientes de variação, além de contribuir com a redução do estresse nas aves. Embora esse método de vacinação não seja novo, sua utilização não está muito difundida mundialmente, sendo que esse tipo de técnica pode beneficiar muitas empresas, principalmente as que precisam utilizar múltiplas vacinações com bactérias e/ ou vacinas inativadas.
37 aviNews América Latina Março 2017 | Técnica de Vacinação Inguinal em Matrizes Pesadas
PERDAS NO
ABATE POR
SINOVITE
ASSOCIADA
FRAQUEZA NAS PERNAS À
RUPTURA DO TENDÃO DO GASTROCNÊMIO
abate
Dr. Dianna Bourassa Departamento de Ciências Aviárias Auburn University, Auburn, Alabama, EUA
Gastrocnêmio
38 aviNews América Latina Março 2017 | Perdas no abate por “Sinovite”
H
á diferentes causas para as perdas no abate em plantas de processamento de frangos de
Problemas de processamento
corte. Nos Estados Unidos, as perdas
Problemas internos
geralmente podem ter duas causas:
CAUSAS DAS PERDAS NO ABATE NAS PLANTAS DE PROCESSAMENTO As causas das perdas no abate, ocasionadas nas plantas de processamento, podem ser: Ausência de vísceras;
abate
Cadáver (quando as aves já chegam mortas à planta de processamento e por acidente são colocadas nas linhas de processamento; essas aves são facilmente identificadas pela cor escura e porque não passaram pelo processo de sangria como as demais aves; Contaminação (refere-se à contaminação fecal pela ruptura dos órgãos do trato intestinal, embora isso ocorra com maior frequência quando as aves não são submetidas a um período de jejum suficiente antes de serem processadas); Escaldagem excessiva (canais que foram submetidos a uma temperatura excessiva no tanque de escaldagem pré-depenagem e/ou a uma escaldagem muito prolongada); “Outra causa”, que inclui qualquer outra razão atribuída à planta de processamento, que não sejam as quatro últimas.
39 aviNews América Latina Março 2017 | Perdas no abate por “Sinovite”
CAUSAS DAS PERDAS NO ABATE POR PROBLEMAS INTERNOS As causas das perdas no abate referentes a
“Outra” (que inclua qualquer outra possível
problemas internos são classificadas como:
causa de perdas no abate ocasionadas por
Canal completo (os motivos são muito diversos); Septicemia/toxemia (geralmente inclui canais muito pequenos, ou com evidência de septicemia, ou mal congestionados); Aerossaculite (frequentemente associada à bronquite infecciosa e/ou micoplasma e/ ou problemas ambientais causados por má
abate
ventilação, pó amoníaco etc.);
problemas internos, mas que não foram necessariamente relacionadas a outras causas internas aqui citadas); Miopatias ou alterações na qualidade da carne (peito de madeira, estrias brancas, miopatia dorsal superficial, necrose do músculo do peito profundo etc.); Sinovite (qualquer evidência de engrossamento, deformação ou infecção das articulações, incluindo
“Processo infeccioso” ou celulite (que
a inflamação e a ruptura dos tendões,
consiste em lesões inflamatórias da pele e do
evidenciada nas alterações de cores
espaço subcutâneo);
avermelhada a esverdeada, dependendo do tempo de lesão).
“Leucose” ( “leucose” pode ser um termo que causa confusão, o que é incorreto, porque as leucoses são problemas neoplásticos causados por leucócitos de
Hematomas
diversos tipos, e, no caso da leucose de frangos perdidos no abate, tem como causa em geral a doença de Marek, que causa linfomas ou linfomas de células T, de modo que as perdas por “leucose” não reflitam necessariamente “leucose linfoide” ocasionada por outros vírus); Hematomas (resultado de lesões ou traumatismo que provocam alterações na cor da pele);
40 aviNews América Latina Março 2017 | Perdas no abate por “Sinovite”
Sinovite
>
Uma das perdas frequentes nas plantas de processamento são pernas
Essa cor esverdeada ocorre quando o
48 h
de frangos quando apresentam uma cor esverdeada.
tendão passou mais de 48 horas rompido, antes de começar o
Isso ocorre porque o tendão
processamento das aves.
do músculo gastrocnêmio foi rompido total ou parcialmente, produzindo na região afetada uma cor esverdeada nas pernas dos frangos (Figura 1).
A cor avermelhada, por sua vez, nessa mesma região, ocorre quando o tendão passa menos de 48 horas rompido, antes do
A ruptura do tendão do músculo
Figura 1. Partes perdidas no abate como resultado da ruptura dos tendões.
gastrocnêmio é o resultado do estresse físico
abate
<
48 h
sofrido nos tendões enfraquecidos.
processamento das aves.
responsáveis pelo enfraquecimento e ruptura dos tendões.
3
Os tendões também podem se
INATIVIDADE
Há causas infecciosas e não infecciosas
CAUSAS NÃO INFECCIOSAS enfraquecer como resultado da inatividade, quando ocorre a falta de movimento em bandos apáticos. Os tendões podem apresentar rupturas parciais ou totais quando aplicam
CAUSAS INFECCIOSAS
se já estão fracos ou machucados.
Os tendões podem se enfraquecer durante o crescimento de frangos de corte ou sofrer danos por infecções
2
Algumas infecções bacterianas como
BACTERIANAS
virais como o reovírus.
as ocasionados pela Staphylococcus aureus são também causadoras da sinovite ou tenosinovite infecciosa.
4 INATIVIDADE + AUMENTO PESO
VIRAIS
1
maior peso sobre eles, principalmente
A combinação entre a falta de atividade e o aumento significativo do peso corporal em frangos de corte pesados pode facilitar o aumento da frequência de perdas no abate por esse tipo de lesão, conhecida popularmente como “fraqueza nas pernas”, associadas à ruptura parcial ou total dos tendões.
41 aviNews América Latina Março 2017 | Perdas no abate por “Sinovite”
Devido à ruptura do tendão em uma perna,
Quando ocorre a ruptura dos tendões do
o tendão da outra perna sofrerá um estresse
músculo gastrocnêmico, as aves geralmente têm
adicional por tentar compensar o peso da perna
claudicação e ficam inativas. Nesse processo, são
do tendão rompido.
facilmente visíveis lesões esverdeadas depois
O resultado disso é que, no mesmo local, em
que o canal passou pela máquina depenadora.
ambas as pernas, haverá lesões visíveis que
Embora a ruptura do tendão nesse músculo seja
gerarão perdas no abate.
típica de matrizes pesadas com lesões agudas ou crônicas, essa ruptura ultimamente está sendo observada em frangos de corte extremamente pesados, e os problemas são facilmente
FOTO RUPTURA DOS TENDÕES: CRESA
observados na planta de processamento.
abate
Quando ocorre a ruptura dos tendões do músculo gastrocnêmico, as aves geralmente têm claudicação e ficam inativas
Em síntese, é necessário considerar as possíveis causas da ruptura dos tendões e de aparecimento da fraqueza nas pernas, para que possam ser estudadas as possíveis causas internas e com ajuda do laboratório.
A aviNews tem autorização da dr. Bourassa para publicar este texto. Dianna Bourassa é professora assistente do Departamento de Ciências Aviárias da Universidade de Auburn é mestre em Zootecnia Aviária e doutora em Bioquímica e Biologia Molecular pela Universidade da Geórgia. Sua área de especialização é a segurança microbiológica em plantas de processamento e no processamento de aves. A Dr. Bourassa atualmente é uma importante colaboradora da aviNews.
42 aviNews América Latina Março 2017 | Perdas no abate por “Sinovite”
Guillermo Zavala MVZ, MAM, MSc, PhD Avian Health International, LLC, Flowery Branch, Geórgia, EUA
ovos
CONSIDERA
PRODUZIR OVOS NO SISTEMA LIVRE DE GAIOLAS?
43 aviNews América Latina Março 2017 | Considera Produzir Ovos no Sistema Livre de Gaiolas?
A
ativistas do bem-estar animal, que
A indústria produtora de ovos está
utilizam a bandeira da resistência aos
buscando maneiras para que essas
antibióticos para pressionar um pouco
mudanças não sejam prejudiciais, de
mais a indústria produtora de ovos.
forma que agreguem valor a seus
indústria produtora de ovos comerciais se transformou no principal alvo para os grupos
Já está se tornando realidade em algumas regiões da União Europeia, América do Norte e Australásia, e a seguinte região será, pelo menos em parte, a América Latina.
produtos.
Por exemplo, os ovos do sistema livre de gaiolas, orgânicos, do campo ou livres de antibióticos têm uma sobretaxa no valor para os consumidores que podem absorver os maiores custos em seus alimentos. Embora a indústria de ovos esteja aprendendo rapidamente a se adaptar
ovos
a essa nova realidade, muitas empresas A indústria deverá transformar seus
sofrem infortúnios no processo de
sistemas de produção para satisfazer
aprendizagem.
os consumidores, as redes de supermercados, as redes de restaurantes
Este artigo aborda alguns dos desafios
de comida rápida, as empresas de
mais relevantes para as empresas que
processamentos de alimentos e toda a
decidem explorar a produção de ovos
indústria que dependa significativamente
no sistema livre de gaiolas ou sem
do uso de ovoprodutos, simplesmente
antibióticos.
para manter e melhorar sua imagem corporativa, ou porque realmente se preocupa com o bem-estar animal.
Figura 1. Exemplos de empresas, restaurantes e redes de supermercados que manifestaram sua intenção de utilizar somente ovos produzidos fora de gaiolas na América do Norte (Canadá, Estados Unidos, México).
44 aviNews América Latina Março 2017 | Considera Produzir Ovos no Sistema Livre de Gaiolas?
Os principais desafios que devem saber antes da transição para a produção dos ovos no sistema livre de gaiolas são os seguintes:
MAIOR MORTALIDADE Essa maior mortalidade poderá ser por traumatismos, bicadas, ataques de animais selvagens e infecções gastrointestinais por vírus, bactérias ou parasitas.
Um dos pontos mais importantes é saber que nem todas as linhagens genéticas se adaptam facilmente à produção de ovos em sistemas livres de gaiolas.
Isso ocorre especificamente em aves Leghorn genéticas servem para produzir fora de gaiolas; algumas dessas linhagens são muito nervosas e podem sofrer uma alta mortalidade devido ao constante estresse e ao nervosismo dessas aves em espaços abertos.
Em países da União Europeia, a mortalidade das aves por ataques de raposa ou águias chega a alcançar mais de 10%. Além disso, há situações em que as aves podem desenvolver problemas de canibalismo, por isso é importante cuidar de todos os aspectos do manejo direcionados a
É importante consultar as empresas de genética para utilizar as linhagens genéticas que melhor se adaptem à produção no piso em galpões convencionais ou em sistemas aviários ou similares.
reduzir os problemas de bicadas e afogamentos.
+
Ademais, as aves criadas no chão naturalmente estão suscetíveis a infecções bacterianas e parasitárias.
Os problemas de enterite necrótica, cólera aviária, erisipela e histomoníase são constantes
Para produzir ovos orgânicos e de campo, as aves necessitam de acesso ao exterior, tornando-se alvo de animais predadores
em aves de chão e com acesso ao exterior, ao passo que esse tipo de problema não é encontrado em aves que vivem em gaiolas. O Gráfico 1 mostra como exemplo a mortalidade registrada em uma empresa que passou recentemente por uma transição de produção em gaiolas para a produção em sistema livre de gaiolas.
45 aviNews América Latina Março 2017 | Considera Produzir Ovos no Sistema Livre de Gaiolas?
ovos
brancas, pois somente algumas linhagens
O Gráfico 1 traz um exemplo de experiências de empresas em transição da produção de ovos em gaiolas para produção de ovos sem gaiolas. A empresa exemplificada no gráfico tinha como média de mortalidade de aproximadamente 4-5% nas 60 semanas de idade (barras azuis), mas essa mortalidade foi praticamente duplicada ao iniciar a produção em aviários sem gaiolas (barras amarelas).
Essa empresa também descobriu tardiamente que existem linhagens genéticas que são mais adaptáveis à produção fora de gaiolas.
ovos
Uma grande parte da mortalidade das galinhas alojadas nos aviários foi causada por infecções intestinais e traumatismos provocados pelos aparelhos nos galpões.
Além disso, a empresa teve que aprender a imunizar suas galinhas contra doenças que não contavam no programa de vacinação ou de controle, por exemplo, a coccidiose, enterite necrótica e cólera aviária.
Média da mortalidade em aviários nas 60 Sem = 7,95%
12.00 10.00
Média da mortalidade em gaiolas nas 60 Sem = 4,15%
8.00 6.00 4.00
0.00
2011-1 2011-3 2012-10 2012-12 2012-2 2012-4 2012-6 2012-8 2013-1 2013-3 2013-5 2014-1 2014-3 2015-1 2015-2 2015-4 2015-6 2015-8 2016-2 2016-4 2012-2 2012-4 2014-1 2015-1 2015-3 2015-5
2.00
C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C AAAAAAAAAAAAA
Gráfico 1. Mortalidade nas 60 Semanas (%)
46 aviNews América Latina Março 2017 | Considera Produzir Ovos no Sistema Livre de Gaiolas?
MAIOR PRODUÇÃO DE OVOS NO PISO
OVOS HIGIÊNICOS & ALIMENTOS SEGUROS
Um dos problemas de manejo mais importantes
Há muitos anos, quando a indústria decidiu
na produção em sistemas sem gaiolas é a
produzir ovos de galinhas em gaiolas, isso
postura de ovos no chão.
ocorreu em grande parte para melhorar a higiene dos ovos e evitar seu contato com o
mais problemas na postura de ovos que outras e é importante buscar informações sobre esse problema antes de começar a buscar linhagens genéticas para esse tipo de produção. Apesar de existir uma predisposição genética para a postura de ovos no piso no início da produção, o manejo favorecerá essa postura.
Por exemplo, o acúmulo de ovos no piso não deve ocorrer, devendo ser recolhidos o mais rápido possível, enquanto o lote de galinhas atinge o pico de produção. Além disso, os locais mais escuros devem ser evitados para que não haja postura de ovos nesses locais.
chão e a matéria fecal. Uma grande desvantagem da produção de ovos no sistema livre de gaiolas é a potencial contaminação de patógenos que coloquem em risco a segurança alimentar. Isso não significa que a produção higiênica de ovos no sistema livre de gaiolas não seja possível; mas pode ser difícil manter os altos padrões de segurança.
ovos
Algumas linhagens genéticas apresentam
que todos os ovos devem ser lavados,
MENOR PORCENTAGEM NO USO DOS OVOS
desinfetados e refrigerados antes da
Em empresas nos países onde não é costume
Na América do Norte, a legislação determina
comercialização. Essa legislação possibilita a minimização dos impactos dos ovos no piso ou pela sujeira, pois ao serem lavados e desinfetados uma grande porcentagem de ovos sujos são recuperados.
lavar e desinfetar os ovos, ou essa prática é proibida, naturalmente será mais difícil manter uma alta porcentagem no uso dos ovos produzidos, já que muitos ovos podem estar sujos o suficiente e não vão receber a
Na União Europeia, por sua vez, as regras são
classificação para serem vendidos.
totalmente diferentes, não é permitido lavar e desinfetar ovos sujos, por isso, quando existem ovos sujos no piso e/ou muito sujos, os prejuízos são grandes, dado que atualmente existe uma grande proporção de ovos comercializados que são produzidos por galinhas livres de gaiolas nessa região.
47 aviNews América Latina Março 2017 | Considera Produzir Ovos no Sistema Livre de Gaiolas?
Quais os principais problemas esperados, a partir do ponto de vista sanitário ou veterinário?
Sete principais problemas devem ser esperados:
Vírus
1
DOENÇAS GASTROINTESTINAIS Vírus intestinais que causam problemas nas duas primeiras semanas de vida, incluindo Astrovírus, Reovírus, Enterovírus, Rotavírus, Parvovírus e
Bactérias
Intestino infectado ao mesmo tempo por Astrovírus e Reovírus
Vários parasitas, que causam enterite, aumentam a mortalidade e a necessidade de tratamentos.
Como exemplo, as distintas coccidioses, histomoníases e infestações por vermes nematoides (Capillaria, Ascaridia y Heterakis) ou platelmintos (tênias diversas).
ovos
Corte intestinal de uma ave saudável com menos de uma semana de idade
Parasitas
Picornavírus.
Bactérias, dentre as quais as mais importantes são as que causam a enterite ulcerativa (C. colinum) e a enterite necrótica (C. perfringens). Também deve-se levar em consideração que a probabilidade de infecção por Salmonella é bem comum.
Lesão conhecida como enterite multicística, associada frequentemente a infecções de vírus intestinais
2
TRAUMATISMOS & PREDAÇÃO A maioria das perdas associadas a traumatismos é ocasionada por lesões produzidas pela grande quantidade de aparelhos que existem dentro dos aviários, pela propensão das galinhas produtoras de ovos marrons a se acumularem em alguns pontos dos galpões chegando a se afogarem; e pelos
Figura 2. Os danos causados por vírus no intestino
ataques de animais predadores.
48 aviNews América Latina Março 2017 | Considera Produzir Ovos no Sistema Livre de Gaiolas?
3
4
SEGURANÇA ALIMENTAR
PARASITAS
Vários estudos que trataram de determinar
As aves criadas em gaiolas estão
os riscos de contaminação por salmonela
suscetíveis a infestações com
em granjas de aves com gaiolas ou em
endoparasitas e ectoparasitas,
granjas livres de gaiolas chegaram a
semelhantes às aves alojadas em sistemas
resultados contraditórios.
livres de gaiolas.
É necessário ponderar que não se trata
No entanto, não há dúvidas de que as
de uma competição entre aves livres
aves com acesso ao chão e ao exterior
de gaiolas e aves engaioladas quanto à
têm um risco maior de serem afetadas por
qualidade microbiológica do produto final.
Coccidias e Histomonas (sem mencionar
É relevante considerar que, se vamos produzir ovos no sistema livre de gaiolas, devemos reconhecer os riscos e trabalhar para minimizá-los.
os riscos da influenza aviária). É necessário traçar planos para prevenir essas infestações, além de conscientizar da possibilidade desses animais sofrerem infestações massivas por vermes. Inclusive
ovos
pode haver reclamações de consumidores relatando a presença ocasional de vermes nos ovos, o que pode se tornar um grave problema comercial.
Ascaridia
Histomonas
Coccidiose (E. tenella) Heterakis
Figura 3. Alguns parasitas observados com frequência em galinhas alojadas em aviários livres de gaiolas e com acesso ao exterior
49 aviNews América Latina Março 2017 | Considera Produzir Ovos no Sistema Livre de Gaiolas?
5
6
INFECÇÕES BACTERIANAS As cinco doenças ou infecções bacterianas
A principal razão por deixar de produzir
que devemos nos preocupar mais são:
em gaiolas é melhorar as condições de
Salmonella, Clostridium, E. coli, Erisipela e
vida das galinhas e, assim, os padrões de
Pasteurella.
bem-estar animal.
A primeira medida contra essas
Contraditoriamente, a criação de
bactérias é a biosseguridade, limpeza e
galinhas fora de gaiolas em determinados
desinfecção, além de medidas de manejo
momentos causam maiores mortalidades
para minimizar esses problemas.
e traumatismos, além disso, as galinhas podem ser infectadas com agentes para
No caso do Clostridium, como fator de
os quais ainda não existem remédios
predisposição é essencial prevenir e
autorizados, ou simplesmente a medicação
controlar efetivamente a coccidiose, além
não é liberada quando a produção está
de manter a saúde intestinal em bom
classificada como orgânica e livre de
estado. Há vacinas para prevenir a coccidiose (como fator de predisposição) e vacinas
ovos
BEM-ESTAR ANIMAL
ou bactérias contra a Salmonella, Colibacilose e Pasteurelose (cólera
7
antibióticos.
NUTRIÇÃO As aves livres de gaiolas consomem
aviária).
e necessitam de mais alimentos
No caso da Erisipela, essa doença pode ser prevenida através de bactérias autógenas e limitando a exposição à bactéria no campo.
e nutrientes. Não é incomum observar que as aves no piso, e particularmente em aviários, consomem até 18% a mais de alimento, especialmente se o sistema de produção inclui temperaturas inferiores à zona de conforto (menos de 21°C).
Em síntese, ao fazer a transição de produção em gaiola para a produção livre de gaiolas, as diversas áreas devem estar monitorizadas
Algumas das áreas mais importantes incluem infecções por vírus, bactérias e parasitas. Em alguns casos, maiores mortalidades serão esperadas por infecções ou infestações intestinais, traumatismos e predação. Apesar desses riscos, é possível ter sucesso na produção de ovos no sistema livre de gaiolas com um valor agregado para aqueles nichos de mercado que podem pagar um valor maior por esse sistema.
50 aviNews América Latina Março 2017 | Considera Produzir Ovos no Sistema Livre de Gaiolas?
MELHORAM a saúde digestiva
i DIMINUEM e/ou eliminam o uso de antibióticos Diminuem
DESINFETANTES TRATAMENTOS DE ÁGUA DETERGENTES ALGICIDAS ACIDIFICANTES SECANTES DE CAMA REIDRATANTE EM GEL PARA PINTINHOS DISENTERIA, ILEITIS
DESMAME DE PORCOS SEM ANTIBIÓTICO
´v
SISTEMAS DE
PRODUÇÃO
DE CODORNAS
codornas
Raúl Otálora Quail International, Greensboro, Geórgia, EUA
H
á duas espécies de codornas que geralmente são
utilizadas para produzir carne ou ovos ou para ser caçada em áreas permitidas.
A Coturnix coturnix japonica, que é mais utilizada na produção de carne e ovos; e a Colinus virginianus, que é capturada nas áreas permitidas.
52 aviNews América Latina Março 2017 | Sistemas de produção de codornas
CODORNA AMERICANA A Colinus virginianus, perdiz da Virgínia ou codorna americana (Bob White) é uma espécie semisselvagem, criada normalmente 14 A 16 SEMANAS
até as 14-16 semanas antes de ser solta em áreas permitidas para depois ser caçada na temporada oficial
14 OVOS
Sua produção é de uma sequência média de 14 ovos
O período de incubação é de 23 dias 23 DIAS
codornas
Seus filhotes são criados livres de gaiolas em galpões fechados (Figura 1) ou em poleiros no exterior, mas cobertos por telas. Durante a criação, é necessário que essas aves tenham um mínimo contato com o ser humano, para que não seja afetada sua condição de aves de caça.
!
A codorna americana em confinamento é bastante suscetível à enterite ulcerativa causada por Clostridium colinum; a parasitoses (nematódeos da traqueia, como Syngamus trachea); à Capillaria esofágica; ao Oxyspirura mansoni, verme dos olhos; ao nematódeo Tetrameres americana, instalado no proventrículo glandular; e a outros nematódeos. Além disso, essa espécie de codorna é altamente suscetível ao vírus
Figura 1. Padrão de galpão para os filhotes de codorna americana. Essas aves geralmente são criadas em galpões com poleiros pequenos até os 21 dias de vida, antes de serem mudadas para galpões como o desta figura, devendo permanecer até as 14-16 semanas
influenza aviária.
53 aviNews América Latina Março 2017 | Sistemas de produção de codornas
CODORNA JAPONESA
Dos países latino-americanos, o México, a Colômbia e o Brasil têm uma produção significativa. Nos Estados Unidos, a região sudeste concentra a maior
A espécie japonesa, Coturnix coturnix
produção do país.
japonica, é a mais importante para a indústria de codornas, sendo domesticada inicialmente no Japão até
Nos lotes das reprodutoras é frequente
o século XI. Essa espécie de codorna
a postura de ovos das 6 primeiras
é indicada para a produção de carnes,
até as 30 semanas de vida ou seja,
ovos e para plantel.
a postura dura, pelo menos, 24 semanas de produção.
A codorna japonesa tem um crescimento muito rápido. Em apenas seis semanas, começa a postura ativa, e a produção
Nesse período, as reprodutoras
desses ovos dura facilmente
ficam alojadas com os machos na
30 semanas de vida ou mais.
proporção de um macho para cada três fêmeas, assim os ovos produzidos podem ser destinados à incubação para produzir a seguinte
codornas
geração, ou ser utilizados como ovos para consumo humano.
Produção de filhotes
Engorda
5 semanas
17 Dias Seleção de reprodutores Incubação
Produção de ovos
6-34 semanas
(20-24 Semanas de Produção)
6 semanas
A Figura 2 apresenta o resumo do sistema de produção das codornas japonesas. Na produção de reprodutoras da codorna japonesa, as reprodutoras crescem até seis semanas de vida no piso; e o ciclo de produção de ovos ocorre em gaiolas comunitárias até 30 semanas de vida (Figura 3). Cada lote de reprodutoras contém aproximadamente 22 mil fêmeas com os correspondentes machos, mas isso varia entre empresas dependendo da quantidade de produção necessária.
Figura 2. Sistema de produção de codornas japonesas
54 aviNews América Latina Março 2017 | Sistemas de produção de codornas
É comum utilizar gaiolas comunitárias com capacidade para 30 fêmeas e 10 machos. Embora cada linhagem genética seja diferente, geralmente cada fêmea produz de 110 a 120 ovos entre 22 e 24 semanas de produção, com uma produção em média de 86 a 88%.
matrizes pesadas, utiliza-se somente um ciclo de produção de ovos.
Figura 3. Gaiolas comunitárias para matrizes. A coleta de ovos férteis é mecânica
As codornas possuem uma alta taxa de fertilidade (mais de 96%) e de incubação (>80%), dependendo de cada lote e da linhagem genética
Os filhotes de codorna são criados em galpões, semelhantes aos galpões de frangos de corte, mas a densidade pode ser muito maior (Figura 4 ). O período de engorda dos filhotes de codornas dura aproximadamente cinco semanas, quando é interrompido o
As reprodutoras são submetidas a um
crescimento para processar as aves nas
período de iluminação de 16 a 17 horas,
plantas de processamento semelhantes
igual que as galinhas matrizes, e recebem
às utilizadas nos frangos de corte.
30 a 35 gramas de ração por dia. O sistema de produção de filhotes de codornas de corte é semelhante ao realizado com os frangos de corte, com exceção para a necessidade energética na alimentação inicial que é consideravelmente mais alta.
! As codornas de corte apenas podem engordar até cinco semanas de vida, pois chegam à maturidade sexual nas seis semanas de vida, sendo que a produção de ovos geralmente é iniciada nas seis semanas de vida. Cada empresa de produção de codorna tem seu próprio sistema de reabastecer o plantel.
55 aviNews América Latina Março 2017 | Sistemas de produção de codornas
codornas
Semelhante ao ciclo das galinhas
Um sistema muito comum é realizar uma seleção genética no final do período de engorda das aves. As aves são selecionadas segundo suas características fenotípicas incluindo, por exemplo:
PESO CORPORAL
Figura 4. Codornas japonesas de corte
FORMAÇÃO COR DAS PENAS
Considerando que existem numerosas
FORÇA DAS PERNAS OUTRAS CARACTERÍSTICAS QUE SÃO MUITO PARTICULARES DE CADA EMPRESA E DE CADA VARIEDADE DE AVES
espécies ou variedades genéticas, as codornas que são engordadas até os 35 dias de vida podem atingir um peso vivo variável, entre 200 e 300 gramas, dependendo da linhagem genética, nutrição, sistema de
O importante dessa seleção não é
codornas
enfatizar somente as características de produção de carne, mas também conservar ou melhorar as características de reprodução da linhagem ou de linhagens genéticas utilizadas.
Figura 5. Ovos de codorna férteis prontos para ser incubados
produção e estado de saúde. A mortalidade nas codornas de corte tende a ser proporcionalmente maior que os frangos de corte por diferentes motivos.
Os ovos férteis têm uma cor intensa e são manchados (Figura 5 ), por isso é difícil selecionar e separar os ovos de boa qualidade e identificar microtrincas, problemas de contaminação ou sujeira dos ovos. Além disso, não é fácil selecionar famílias genéticas para melhorar a qualidade da casca do ovo.
Figura 6. O processamento de codornas é semelhante ao de frangos de corte e segue as mesmas normas sanitárias, de segurança e de bem-estar animal dos frangos de corte
56 aviNews América Latina Março 2017 | Sistemas de produção de codornas
Por esses motivos, torna-se fácil a contaminação dos ovos por fungos ou bactérias.
É de suma importância a manutenção do nível de segurança altamente exigente na incubadora. O período de incubação depende também da subespécie ou da variedade, mas normalmente leva de 16 a 17 dias.
A transferência das incubadoras para os berçários ocorre por volta dos 14 dias de incubação, sendo que a incubação é realizada em máquinas incubadoras com única etapa para facilitar sua desinfecção e manter os altos níveis de segurança dos alimentos. Os filhotes de codornas são muito pequenos e frágeis, já que os ovos férteis geralmente pesam entre 12 e 15 gramas, o que mostra a importância do manejo desde cedo com essas aves. Os problemas de saúde mais frequentes nas codornas japonesas são (Figura 7 ):
DOENÇAS FÚNGICAS (ASPERGILOSE) COLIBACILOSE (E. COLI) BRONQUITE DAS CODORNAS (ADENOVÍRUS). CÓLERA AVIÁRIA (PASTEURELLA MULTOCIDA). ERISIPELA (ERYSIPELOTHRIX RHUSIOPATHIAE). VÍRUS DA VARÍOLA AVIÁRIA (POXVÍRUS DAS AVES). INFLUENZA AVIÁRIA (ORTHOMYXOVIRIDAE, INFLUENZA A). RETICULOENDOTHELIOSIS (GAMMARETROVIRUS).
Encefalite fúngica (Aspergillus fumigatus)
Bronquite das codornas por Adenovírus serotipo 1 (corpúsculos de inclusão intranucleares indicados por setas)
Hepatomegalia e esplenomegalia por reticuloendotheliosis (fígado e baço superiores) Celulite fibrinoide associada à cólera aviária (Pasteurella multocida serotipo 1)
Linfomas causados por vírus reticuloendotheliosis
Figura 7. Algumas lesões em codornas japonesas
57 aviNews América Latina Março 2017 | Sistemas de produção de codornas
codornas
Aspergilose sistêmica
CHAPECÓ, BERÇO DA AVICULTURA COMERCIAL DO BRASIL Priscila Beck
reportagem
Expoente da eficiência e da qualidade da avicultura nacional, capital brasileira da agroindústria, Chapecó é um dos mais icônicos polos de produção de proteína animal do Brasil e do mundo
L
ocalizada no oeste de Santa Catarina, berço da avicultura brasileira, Chapecó desempenha um papel preponderante
para a atividade avícola nacional. Com modernos sistemas de produção, extremo rigor sanitário e produtores altamente capacitados, a avicultura desenvolvida em Chapecó e região é um dos mais eloquentes exemplos de eficiência e produtividade do agronegócio brasileiro.
58 aviNews América Latina Março 2017 | Chapecó, berço da avicultura comercial do Brasil
Com cerca de 300 estabelecimentos de aves comerciais de corte (frango e peru de corte), a cidade tem capacidade de alojamento estimada em 6,14 milhões de aves, segundo dados da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola (CIDASC), órgão ligado ao Governo do estado de Santa Catarina.
Chapecó é um expoente da avicultura nacional e cresce em ritmo fantástico! É um dos mais icônicos polos de produção de proteína animal do Brasil e do Mundo.
Coração da avicultura catarinense, Chapecó lidera uma região (que inclui municípios de expressiva produção avícola como Seara, Videira, Joaçaba, Xanxerê, Concórdia, São Miguel do Oeste etc.) com
Francisco Turra, presidenteexecutivo da ABPA
mais de 2,9 mil granjas comerciais e capacidade de
Considerada capital nacional da agroindústria, a cidade é um dos principais polos avícolas do país. Seu pioneirismo ajudou a moldar a moderna avicultura brasileira, fazendo da região um dos símbolos da força e da competitividade da produção avícola do Brasil. De acordo com a CIDASC, o saldo de aves de Chapecó e região é de aproximadamente 65 milhões, número que corresponde a 79% da avicultura de Santa Catarina, segundo maior produtor e exportador brasileiro de carne de frango.
“A região de Chapecó é um dos berços do sistema de produção integrada, um dos alicerces para o sucesso da avicultura brasileira. Lá se desenvolveu, também, uma robusta cadeia fornecedora de equipamentos para granjas, abatedouros, transporte e outros elos da produção. Chapecó é um expoente da avicultura nacional e cresce em ritmo fantástico”, completa.
Mas não é apenas pelo aspecto econômico que a atividade avícola se destaca na região. Através da geração de emprego, distribuição de renda e da valorização do pequeno produtor, a avicultura também se notabiliza pelo desenvolvimento social que proporciona à região e ao estado. Chapecó ostenta hoje um dos indicadores
"Chapecó é um dos mais icônicos polos
socioeconômicos mais elevados do país. Seu
de produção de proteína animal do Brasil
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), por
e do mundo. É sede de uma das maiores
exemplo, é o 67º entre os municípios brasileiros
cooperativas do Brasil, a Aurora, e sedia
e o 18º em Santa Catarina. “Sem dúvida, esse
também uma planta da maior empresa
desempenho está intimamente ligado à cadeia
exportadora de frango do mundo, a BRF”,
avícola e também suinícola, que é muito forte
afirma Francisco Turra, presidente-executivo
na cidade e região”, afirma José Antonio Ribas
da Associação Brasileira de Proteína Animal
Junior, Presidente da Associação Catarinense de
(ABPA), observando que na região também
Avicultura (ACAV). “Essa condição demonstra
estão localizadas unidades produtivas de
que as atividades rural e agroindustrial
outras gigantes do agronegócio, como é o
promovem riqueza e progresso e que um dos
caso de Seara, Xaxim, Xanxerê, Concórdia,
maiores atributos da avicultura é a manutenção
Maravilha, São Miguel do Oeste, Pinhalzinho
do homem no campo e a geração de renda e
e outros.
riqueza no interior do país”, conclui.
59 aviNews América Latina Março 2017 | Chapecó, berço da avicultura comercial do Brasil
reportagem
alojamento para 52,48 milhões de aves.
Além do pioneirismo na produção e de sua excelência produtiva, a avicultura chapecoense tem na sanidade um de seus grandes diferenciais competitivos. Chapecó é hoje o polo de uma das regiões com melhor status sanitário avícola do mundo. Segundo dados da CIDASC, dos cerca de 300 estabelecimentos de aves comerciais de corte instalados em Chapecó, 85% estão registrados de acordo com as atualizações da Instrução
reportagem
Normativa nº 56/2007, do Governo Federal.
A média de estabelecimentos regularizados no município, inclusive, fica um pouco acima da média do estado de Santa Catarina, que é de 80%. Isso lhe dá uma condição sanitária sem paralelo no Brasil e no mundo, e funciona como uma chancela de qualidade para os mais exigentes países compradores do mercado internacional.
NO CORAÇÃO DA AVICULTURA CATARINENSE
CENTRO DE EXCELÊNCIA SANITÁRIA
Chapecó está localizada na região oeste de Santa Catarina, segundo maior produtor e exportador de carne de frango do Brasil. Em 2016, as exportações de carne de frango do estado superaram um milhão de toneladas para mais de 100 países. “A avicultura tem o maior Valor Bruto da Produção Agropecuária catarinense, com um faturamento de R$ 7,1 bilhões em 2016”, explica a Diretora de Defesa Agropecuária da CIDASC, Priscila Belleza Maciel. Dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), relativos aos abates realizados no âmbito das unidades abrangidas pelo Sistema de Inspeção Federal (SIF), indicam que em janeiro de 2017 foram abatidos, em Santa Catarina, um total de 76,48 milhões de aves, representando um aumento de 3,25% em relação a dezembro, e de 14,69% na comparação com o mesmo período de 2016.
Segundo a Diretora, além do reforço na
A parceria entre governos,
atenção às notificações, a CIDASC realiza
iniciativa privada e sociedade civil
o monitoramento dos plantéis avícolas,
organizada também é destacada
fiscalizações em propriedades e pontos de pouso
pelo presidente da ACAV, José
de aves migratórias, ações de vigilância sanitária
Antonio Ribas Junior. “Existe um grupo de
do trânsito animal por meio de barreiras fixas e
trabalho formado por lideranças, a Sociedade
volantes e atividades de educação sanitária.
Amigos de Chapecó, de conscientização do produtor, que vai além das condições estruturais exigidas pelo governo”, explica.
A excelência sanitária é um patrimônio
Segundo Ribas, por ser uma avicultura
conquistado pelo agronegócio
baseada em pequenas propriedades de
de Santa Catarina, resultado da
agricultura familiar, o setor apresenta índices
parceria dos produtores,
zootécnicos muito eficientes. “Porque é o dono
iniciativa privada e
e a família cuidando, o que lhe garante muita
Governo do estado.
competência na geração e na busca desses resultados diferenciados”, observa. “E manter essa competência sanitária em propriedades
Priscila Belleza Maciel, médica veterinária e diretora de Defesa Agropecuária da CIDASC
pequenas é um desafio muito grande, que remete à conscientização, ao profissionalismo e comprometimento dos produtores em fazer isso de maneira muito criteriosa, no rigor dos controles de biossegurança”, completa.
60 aviNews América Latina Março 2017 | Chapecó, berço da avicultura comercial do Brasil
OS DESAFIOS E O FUTURO DA AVICULTURA CHAPECOENSE A avicultura catarinense tem múltiplas
O segundo grande desafio apontado por Ribas
oportunidades em seu horizonte. E como
é o abastecimento de grãos. “É uma região
principal centro produtor do estado, Chapecó
que demanda muitos grãos, principalmente
e região terão participação especial, com
milho e soja, e não é autossuficiente”, observa o
grandes chances de aumentar sua já expressiva
presidente da ACAV.
Para o presidente da ACAV, a curto prazo, tanto Chapecó quanto o estado de Santa Catarina vão abrir novos mercados. “Nós temos hoje mais de 30 países comunicando eventos sanitários de influenza aviária e essas ocorrências vão gerar mais demanda pelo frango produzido em Santa Catarina”, observa. “Isso é inevitável, Chapecó é hoje a única região produtora do mundo que tem todos os certificados e, cada vez mais, vamos levar nosso produto para a Europa, Oriente Médio, Ásia”, completa. Em que pese o futuro promissor, a avicultura de Chapecó e região têm alguns desafios à frente para manter seu protagonismo, assevera Ribas. Segundo o presidente da ACAV, Chapecó e região têm como principal desafio manter seu bom status sanitário. “Sem a menor sombra de dúvida, o primeiro grande desafio da avicultura chapecoense é a manutenção de seu status sanitário, até pela concentração de aves na região”, afirma. “Existe um trabalho de conscientização muito grande e, cada vez mais, garantir que toda a atividade da região esteja bastante protegida de eventos sanitários é
Diante das dificuldades geográficas e topográficas para a ampliação da produção de grãos, observa Ribas, a região precisa, em médio prazo, viabilizar um sistema de abastecimento que garanta a competitividade do setor. “E esse é um gargalo que nos traz um terceiro desafio, que é o logístico. Ou seja, como garantir grãos de forma mais barata para essa região e como escoar a produção avícola até os portos ou
reportagem
participação nas exportações avícolas brasileiras.
centros consumidores de forma competitiva”, completa o executivo. Manter o dinamismo do setor é outro aspecto apontado por Ribas, tanto no aspecto produtivo quanto agroindustrial. “Chapecó foi pioneira em uma série de coisas, sendo uma delas, os primeiros aviários automatizados e climatizados do Brasil e tem o desafio de manter esse trabalho”, afirma. “Ao mesmo tempo, para continuar competitiva, a indústria avícola da região tem que continuar se especializando em agregar valor, reduzindo a exportação e venda de produtos menos elaborados como frango inteiro e in natura, ampliando a oferta de cortes processados e de alto valor no mercado”, afirma.
fundamental”, completa.
61 aviNews América Latina Março 2017 | Chapecó, berço da avicultura comercial do Brasil
PERMANÊNCIA DO VÍRUS
INFLUENZA AVIÁRIA
patologia
&
NA CAMA DE AVES A EFETIVIDADE DOS PEDILÚVIOS EM SEU CONTROLE
Rodrigo A. Gallardo DVM, PhD, Dipl. ACPV Professor do Programa de Medicina Avícola, Universidade da Califórnia, Davis
O
último surto de gripe aviária altamente patogênica de 2015 foi o mais grave da história da
indústria avícola dos Estados Unidos.
Esse surto foi responsável por acabar com aproximadamente 6% de perus e 9% de galinhas poedeiras. O vírus de alta patogenicidade H5N8 (subtipo 2.3.4.4) se originou na Ásia, onde afetou matrizes pesadas e galinhas poedeiras, principalmente na Coreia do Sul.
62 aviNews América Latina Março 2017 | Permanência do vírus Influenza aviária na cama de aves
Foi por meio das aves migratórias que esse vírus chegou ao território norte-americano.
2015
Em dezembro de 2014, o vírus foi detectado no Canadá causando surto em frangos comerciais e perus. Pela rota migratória do Pacífico esse vírus chegou ao noroeste dos Estados Unidos em 2015. Posteriormente, o vírus foi capaz de recombinar seu genoma com o dos vírus endêmicos da América do Norte, gerando assim um vírus de alta patogenicidade (HPAI, sua sigla em inglês), H5N2, causador do surto em regiões do centro-norte da América do Norte, sendo propagado pelas aves migratórias por meio das rotas centrais e do rio Mississippi.
O motivo pelo qual esse vírus perdurou tanto tempo causando grandes prejuízos à indústria não é muito conhecido. O clima da região, a densidade das aves, os problemas com a biosseguridade das granjas e as diferenças no comportamento do vírus são hipóteses estudadas na tentativa de explicar a permanência desse surto.
63 aviNews América Latina Março 2017 | Permanência do vírus Influenza aviária na cama de aves
patologia
2014
BIOSSEGURIDADE COMO ESTRATÉGIA Na Universidade da Califórnia, campus de Davis, analisamos a efetividade de medidas práticas de biosseguridade, como pedilúvios, no controle do vírus H5N8, causador dos surtos de alta patogenicidade na Califórnia. Comparamos este vírus de alta patogenicidade com o H6N2, de baixa patogenicidade, isolado com anterioridade em frangos. Finalmente, analisamos a permanência do vírus Influenza aviária de alta patogenicidade e de baixa patogenicidade na cama de frangos,
patologia
perus e galinhas poedeiras.
EM PRIMEIRO LUGAR Foi realizado um questionário com os produtores de frangos, perus e
Os sistemas de aplicação também
galinhas poedeiras da Califórnia sobre a
se mostraram variáveis:
preparação, utilização e manutenção dos pedilúvios.
Existem desde um pedilúvio no
As soluções de desinfetantes mais
qual as botas são submersas,
utilizadas pelos produtores foram:
até bombas de pressão,
cloro granulado, amônio quaternário
que lançam determinada
e glutaraldeído.
concentração de desinfetante nas botas. Este último sistema
A preparação e a manutenção
parece ser mais vantajoso por
dos pedilúvios foram inconstantes
eliminar a etapa da escovação
no processo.
das botas para remover matéria
Alguns produtores relataram que fazem a
orgânica.
manutenção diariamente, enquanto outros disseram que fazem em até quatro dias
A prática da escovação das
entre a preparação de um pedilúvio e sua
botas não foi comum entre
reposição, o que mostra a inconsistência
as granjas pesquisadas.
na utilização dessa prática.
64 aviNews América Latina Março 2017 | Permanência do vírus Influenza aviária na cama de aves
É importante lembrar que diante da impossibilidade de realizar os pedilúvios em determinadas explorações, o “Sistema Dinamarquês” é uma excelente alternativa, o qual necessita de barreiras físicas e da troca
Quanto à efetividade dos desinfetantes, focamos nos três mais utilizados, e realizamos um experimento, conforme mostra a Figura 1.
1
do calçado por botas de uso exclusivo. Também é fundamental lembrar que os pedilúvios funcionam igualmente como uma barreira física para a entrada das pessoas nos suportes onde as aves ficam alojadas.
Resumindo, cada um dos pedilúvios realizados utilizou um dos desinfetantes. As botas foram impregnadas com fezes contaminadas pelo vírus Influenza aviária de alta patogenicidade e de baixa patogenicidade, cobrindo suas ranhuras.
2
Botas de borracha experimentalmente impregnadas com material de cama contaminado
As botas foram submersas em um dos três diferentes pedilúvios durante cinco segundos
Coleta de matéria orgânica
Foram utilizadas várias botas em diferentes pedilúvios. As botas foram submersas por cinco segundos antes de obter as amostras do interior das ranhuras.
patologia
Material de cama inoculado com 105.75 DIE50/ml
3 As amostras foram processadas e utilizadas para detecção molecular (RT-PCR) e isolamento do vírus nos ovos embrionados.
4 Foram detectados ambos os vírus (por RT-PCR e por isolamento do vírus), a cada 24 horas e no total de 72 horas, em todas as amostras retiradas das botas contaminadas sem o tratamento desinfetante e também nas tratadas com pedilúvios preparados com amônio quaternário e amônio quaternário com glutaraldeído.
Processamento das amostras através do isolamento do vírus e da RT-PCR Figura 1. Experimento para determinar a efetividade dos pedilúvios contra o vírus Influenza aviária de alta patogenicidade e de baixa patogenicidade
65 aviNews América Latina Março 2017 | Permanência do vírus Influenza aviária na cama de aves
O cloro granulado foi capaz de eliminar o vírus, não sendo detectado (utilizando a RT-PCR e o isolamento do vírus) durante todo o experimento (Tabela 1).
Horas depois de preparado o pedilúvio
0 LPAI
HPAI
LPAI
48 HPAI
LPAI
72 HPAI
LPAI
HPAI
Controle (fezes sem desinfetante)
+1
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
Amônio quaternário + Glutaraldeído
+
+
+
+
+
+
+
+
Amônio quaternário
Cloro granulado
patologia
24
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
-2
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Vírus detectado Vírus não detectado
1 2
RESULTADOS
Tabela 1. Detecção do vírus Influenza aviária de alta (HPAI) e baixa (LPAI) patogenicidade por técnicas moleculares (RT-qPCR) e isolamento do vírus em fezes contaminadas, que foi obtido das ranhuras de botas submersas em pedilúvios preparados com diferentes desinfetantes.
Esses resultados demostram a incapacidade dos pedilúvios em eliminar o vírus Influenza aviária caso não sejam tomadas medidas de manutenção, além da incapacidade de remoção do material orgânico, seja utilizando escovas ou desinfetante por pressão. Para a nossa surpresa, o cloro granulado foi capaz de eliminar ambos os vírus desde a primeira amostra. No entanto, deve-se considerar que durante a coleta das amostras alguns grânulos de cloro podem ter caído na solução do meio de cultura, onde a amostra foi colhida, e assim esse cloro pode ter causado a inativação e desintegração do vírus Influenza na amostra.
66 aviNews América Latina Março 2017 | Permanência do vírus Influenza aviária na cama de aves
No segundo experimento, verificamos a
MENOR QUANTIDADE DO VÍRUS DE ALTA PATOGENICIDADE H5N8
permanência dos vírus Influenza aviária HPAI e LPAI na cama de frangos, perus e galinhas poedeiras de ovos comerciais.
1 Para isso, as amostras com os substratos
PERUS
FRANGOS
POEDEIRAS
mencionados anteriormente foram contaminadas com o vírus Influenza aviária
MAIOR QUANTIDADE DE VÍRUS DE BAIXA PATOGENICIDADE H6N2
de alta patogenicidade, H5N8, ou de baixa patogenicidade, H6N2.
2 A permanência do vírus e sua vida útil FRANGOS
foram verificadas a cada 12 horas,
POEDEIRAS
PERUS
até o total de 96 horas.
3 em todas as amostras e durante todo o
patologia
O material genético do vírus foi detectado Algo interessante ocorreu com a
experimento.
medição da vida útil desses vírus.
VÍRUS DE ALTA PATOGENICIDADE Cama de Frangos
Galinhas Poedeiras
Cama de perus
Sobreviveu menos de 60 horas em cama de frangos e perus, diferente
Horas depois de contaminadas
LPAI
HPAI
LPAI
HPAI
LPAI
HPAI
desse vírus em cama de galinhas
0
+1
+
+
+
+
+
poedeiras, que se manteve até a
12
+
+
+
+
+
+
última medição, das 96 horas.
24
-2
+
-
+
-
+
36
-
+
-
+
-
+
48
-
+
-
+
-
+
60
-
-
-
+
-
-
72
-
-
-
+
-
-
utilizados, o que comprova a maior
96
-
-
-
+
-
-
permanência do vírus de alta
Vírus ativo detectado 2 Vírus ativo não detectado 1
VÍRUS DE BAIXA PATOGENICIDADE Permaneceu menos de 24 horas ativo em todos os substratos
patogenicidade. É importante mencionar que não foi
Tabela 2. Detecção da vida útil de partículas virais em cama de frangos, perus e galinhas poedeiras a cada 12 horas e até 96 horas depois de contaminada com o vírus Influenza de alta (HPAI) e baixa (LPAI) patogenicidade por isolamento do vírus nos ovos embrionados.
considerado o número de vezes em que foram utilizadas as camas de frango e perus (Tabela 2).
67 aviNews América Latina Março 2017 | Permanência do vírus Influenza aviária na cama de aves
Podemos concluir que a maior permanência do vírus Influenza de alta patogenicidade.
patologia
O fato de que os pedilúvios são incapazes de eliminar as partículas virais infectadas deve servir de alerta para revisar e analisar as medidas de biosseguridade nos diferentes complexos avícolas, com a finalidade de prevenir a introdução de doenças tanto exóticas quanto endêmicas.
Este texto foi escrito pelo doutor Rodrigo Gallardo para aviNews. Uma versão mais ampla pode ser encontrada em:
Este trabalho foi financiado pelo Egg Industry Center (EIC). As opiniões, os resultados e as conclusões ou recomendações são de responsabilidade dos autores e não necessariamente da EIC ou da Iowa State University.
68 aviNews América Latina Março 2017 | Permanência do vírus Influenza aviária na cama de aves
MICOTOXINAS
GERENCIAR RISCO & MINIMIZAR PROBLEMA
COMO O O
A
nutrição, para a maioria das espécies, atingiu, nos últimos anos, níveis de cuidados que são traduzidos nos
excelentes resultados produtivos apresentados na produção animal. Nutrição adequada, manejo apropriado, sanidade controlada e genética apurada fizeram que surgissem outros fatores com impacto na atividade outrora não observados.
Na maioria das vezes, a presença de micotoxinas em matérias-primas está em menos de 0,001%
As micotoxinas fazem parte desses novos desafios, sendo, portanto, fatores que recebem cada vez mais atenção, por razões econômicas e de saúde pública. A presença de micotoxinas em matérias-primas não é homogênea, estando na maioria das vezes em menos de 0,001% dos grãos. Concentração de partes por bilhão (ppb) em uma matriz como o milho representa o equivalente ao peso de 1 grão em uma massa total de aproximadamente 350 toneladas.
71 aviNews América Latina Março 2017 | Micotoxinas: como gerenciar o risco e minimizar o problema
micotoxinas
Dr. Carlos Augusto Mallmann, Dr. Paulo Dilkin, MSc Adriano Olnei Mallmann. Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Laboratório de Análises Micotoxicológicas (LAMIC), CEP 97105-900, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brazil.
Colheita Essas constatações, por si só, caracterizam um problema praticamente insolúvel no diagnóstico preciso de micotoxinas. Portanto, os procedimentos
Recepção do grão
usuais empregados no recebimento de cereais e na indústria de processamento de rações levam uma determinação de micotoxinas com um grau de incerteza significativo (WHITAKER et al., 2011). Como as decisões sobre o destino e
Plataformas de descarga
medidas de controle das micotoxinas basear-se-ão em resultados de análises, a amostragem representa o passo mais
Armazenamento do grão
crítico do processo e deve ser tratada com um grau de cuidado maior do que
micotoxinas
utilizado para, por exemplo, amostras destinadas a avaliações de umidade.
Cinta transportadora
A seguir são descritas algumas etapas entre a colheita e o processo de produção de alimentos em que a amostragem poderá ser efetuada.
Amostragem de rações Amostragem no local de consumo
Amostragem com suspeita clínica
A coleta de amostras para o controle das micotoxinas é a etapa mais crítica do processo e deve ser tratada com um maior grau de atenção
POSSÍVEIS ETAPAS DE AMOSTRAGEM
72 aviNews América Latina Março 2017 | Micotoxinas: como gerenciar o risco e minimizar o problema
ETAPAS DE AMOSTRAGEM AMOSTRAGEM ESTÁTICA EM CAMINHÕES Pontos de amostragem
NA COLHEITA
x
A amostragem neste momento apresenta como vantagem a obtenção de uma informação antecipada e que permite decisões quanto ao destino dos cereais. A necessidade de metodologias analíticas de detecção ultrarrápidas inviabilizam sua utilização, com exceção dos produtos com alto valor agregado, os quais na maioria das vezes não são as matérias-primas utilizadas na alimentação animal.
x
x A
x x
x x x x
x
x x
Cargas com 20 a 32 T = 10 kg de amostra coletiva
x x
x x
B Cargas com 13 a 20 T = 6 kg de amostra coletiva
micotoxinas
Figura 1. Pontos de amostragem em caminhões
NAS UNIDADES DE RECEBIMENTO DE GRÃOS
Recepção
O uso de caladores como o trado manual, em primeira instância, é a forma mais utilizada para a amostragem na maioria das pequenas unidades. É fundamental que se colete no mínimo 8 pontos para caminhões truck e 10 pontos para carretas, distribuídos uniformemente na carga, que deve ser seguida em todos os processos descritos neste resumo (MALLMANN et al., 2013) (Figura 1).
Amostragem manual
O uso de caladores pneumáticos deve seguir as mesmas disposições.
Amostras coletadas ETAPAS DO PROCEDIMENTO DE COLETA DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE DE MICOTOXINAS
Processo de moer Redução da amostra
Amostras para análises
73 aviNews América Latina Março 2017 | Micotoxinas: como gerenciar o risco e minimizar o problema
TIPOS DE CALADOR DE GRÃOS
NAS PLATAFORMAS DE DESCARGA A coleta das amostras durante a descarga da matéria-prima tem vantagens e inconvenientes. Velocidade de extração Melhor uniformidade, visto que a coleta ocorre enquanto o material está em movimento
Calador manual
Como vários lotes do cereal são descarregados na mesma moega, fica bastante difícil segregar adequadamente a matéria-prima, caso haja alguma contaminação
micotoxinas
O grande número de cargas torna o processo oneroso
AMOSTRAGEM EM UNIDADES ARMAZENADORAS DE GRÃOS Calador pneumático Pode-se realizar uma amostragem dos silos e armazéns com a utilização de sonda pneumática, por meio da qual são coletadas amostras de todo perfil do silo. Atualmente pesquisas estão sendo desenvolvidas nesta área, pois amostragem nesse ponto fornece informações antecipadas, possibilitando melhor destinação da matéria-prima e ajuste da sua matriz nutricional (MALLMANN et al., 2014).
Figura 2. Imagens dos processos de extração de amostras com calador manual e pneumático
74 aviNews América Latina Março 2017 | Micotoxinas: como gerenciar o risco e minimizar o problema
Nos preocupamos pelos animais. E pelas pessoas também.
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TRANSPORTE INTERNO Amostragem de grão inteiro e moído A movimentação das matérias-primas dentro dos sistemas de processamento (caracóis, redler e cintas transportadoras) promove uma certa homogeneização do material, permitindo a colheita de amostras que levam a uma avaliação mais precisa das micotoxinas.
micotoxinas
Amostrar os grãos inteiros muitas vezes é mais fácil, porém a representatividade da amostra é incrementada quando os grãos forem previamente moídos, pois a moagem faz que um grão se fragmente em várias partículas, que acabam se dispersando e tornando a matéria-prima mais homogênea. Caso não seja possível a moagem prévia, recomenda-se que esta seja realizada na amostra global coletada, antes da sua redução para um volume menor que será destinado ao laboratório de análise. O sistema mais prático utilizado é conhecido popularmente como “Furo na Rosca”, o qual consiste em um orifício localizado em um ângulo de 45° no caracol.
Com a coleta da amostra nesse processo dinâmico e respeitando-se um volume de amostra por lote em kg = √(20 x toneladas do lote) com a posterior moagem da amostra, (no caso de grãos inteiros) obtemos amostras com uma maior representatividade (MALLMANN et al., 2014) Figura 3.
AMOSTRAGEM DE RAÇÕES Essa amostragem nos permite avaliar a real contaminação da ração destinada ao consumo, pois os processos de mistura conferem uma boa dispersão das partículas contaminadas, o que resulta em amostras com melhor representatividade.
Esse sistema permite que pequenas porções de matéria-prima sejam colhidas durante o fluxo do material.
Assim, essa amostra é a que se aproxima mais da realidade para avaliação do “Risco Micotoxinas” (RM). A sua utilização implica em dois fatores que devem ser criticamente avaliados. Somente os métodos analíticos que empregam a cromatografia líquida (HPLC) têm precisão suficiente para subsidiar uma tomada de decisões em um monitoramento de rações.
Recomenda-se fazer o “Furo na Rosca” na etapa de transporte, no qual a mistura está mais homogênea, ou antes que ocorra etapas de segregação.
Por outro lado, o resultado, na maioria das vezes, somente será obtido quando os animais já estiverem consumindo a dieta.
SISTEMA DE AMOSTRAGEM DINÂMICA “FURO NA ROSCA” As setas (A e B) indicam o fluxo do farelo de milho na rosca transportadora Os incrementos são coletados através do tubo C e armazenados no recipiente D (amostra global)
B
A
E (45º) C
C D
D
76 aviNews América Latina Março 2017 | Micotoxinas: como gerenciar o risco e minimizar o problema
Figura 3. Amostragem dinâmica - sistema “Furo na Rosca” aplicado em matérias-primas em movimento para análise de micotoxinas.
AMOSTRAGEM COM SUSPEITA CLÍNICA
AMOSTRAGEM NO LOCAL DE CONSUMO Para fins de monitoramento a colheita de amostras raramente é utilizada nesse ponto. A produção de uma fábrica de rações é distribuída em inúmeras propriedades resultando na inviabilidade de monitorar uma empresa desta forma. Recomenda-se o seu uso, apenas em casos com suspeitas de conservação inadequada ou longos períodos de estocagem.
Esse tipo de amostragem somente é realizada em casos de sinais clínicos compatíveis com alguma micotoxicose, como diagnóstico complementar ou na análise forense. Essa última deverá ter alguns cuidados como: Estarem presentes as partes envolvidas com testemunhas Seguir um procedimento de amostragem Armazenar e enviar dentro das condições ideais de conservação e utilizar um método de análise confiável como HPLC. A amostragem/análise nessa etapa na maioria das vezes torna-se desnecessária, pois está diretamente relacionada ao monitoramento frequente das matérias-primas.
Com MINAZEL PLUS, as micotoxinas não são mais um problema.
Acabei com o Piolho Vermelho. Naturalmente, con RIDOFMITE.
Em 1993, começamos com a fabricação de produtos e assessoria técnica para a indústria de produção animal, a partir de uma pequena fábrica no centro da Europa. Desde então, temos crescido até nos tornarmos uma das empresas de aditivos para alimentos mais respeitado no mundo.
Para a SAÚDE INTESTINAL, na minha equipe usamos PATENTE HERBA .
MINAZEL me protegerá das AFLATOXINAS e AMONÍACO.
Apesar do nosso crescimento, algumas coisas nunca mudam. Ainda chamamos as fazendas e fábricas de alimentos nossa casa. Durante os últimos 20 anos nossa equipe e parceiros têm desfrutado de todos e cada um dos desafios, graças ao seu empenho e amizades forjadas, nos permitem manter intacta nosso compromisso para melhorar a produção animal.
Esperamos que as próximas duas décadas sejam igualmente emocionante
ETAPAS DE ANÁLISES & CONTROLE FREQUÊNCIA DE ANÁLISES
MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO
Para a monitoria de micotoxinas a definição
As metodologias empregadas no monitoramento
da frequência de análise tem o mesmo grau
de micotoxinas são basicamente:
anteriormente.
Os kits ELISA (Enzyme Linked
O RM pressupõe a construção de um histórico capaz de mostrar as tendências e pontos críticos. Portanto deve ser estabelecido uma frequência de pelo menos uma amostra diária. As amostras semanais (mínimo de cinco) serão utilizadas para estabelecer as médias de contaminação e os percentuais de positividade que serão empregadas no cálculo do RM.
O HPLC (High Performance Liquid
Immunosorbent Assay)
Chromatography) A cromatografia de camada delgada, muito utilizada no passado, hoje está praticamente abandonada para o monitoramento de rotina. Já os kits ELISA têm como principal vantagem: A possibilidade de realização da análise in situ O baixo custo operacional Facilidade de uso
CRITÉRIOS A CONSIDERAR PARA A REALIZAÇÃO DE ANÁLISES PERIÓDICAS
micotoxinas
de importância que a amostragem descrita
Volume de ração produzida A heterogeneidade do material a ser amostrado A sensibilidade da espécie
Tão importante quanto fazer uma boa amostragem é conhecer a frequência das análises a serem realizadas
A faixa etária A frequência em que os lotes de ração são produzidos
78 aviNews América Latina Março 2017 | Micotoxinas: como gerenciar o risco e minimizar o problema
Os kits ELISA só devem ser utilizados como indicadores da presença de micotoxinas
No entanto, apenas resultados semiquantitativos e restritos a matrizes simples como o milho são possíveis,
Figura 4. Equipamentos de Cromatografia Líquida acoplados à Espectrometria de Massas Sequencial (LC-MS/MS) utilizados para quantificação de micotoxinas.
limitando a segurança na tomada de
Já os métodos cromatográficos, como modernamente a cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas sequencial (LC-MS/MS), fornecem um
Amostragem
+
Análises
= RM
Risco de Micotoxinas
resultado seguro para a tomada de uma decisão (Figura 4). Evidentemente que para esse fim a metodologia deve ser acreditada pelas normativas internacionais da ISO/IEC 17.025.
O RM é o resultado do algoritmo para cada micotoxina, considerando: A intensidade da contaminação (média das amostras semanais em ppb)
APLICAÇÃO DAS INFORMAÇÕES A obtenção dos resultados seguindo-se os passos de amostragem e análise permitem a formação de uma curva denominada “Risco
Positividade (percentual de positividade da semana) Fator de amostragem (que é avaliado in loco e varia conforme o plano de amostragem adotado)
Micotoxinas” (RM). O acompanhamento por um período não menor que 6 meses permite a observação das inflexões no RM que se alteram conforme a positividade e contaminação média.
O RM determina o nível de pressão micotoxicológica ao qual todo o rebanho da empresa é submetido.
79 aviNews América Latina Março 2017 | Micotoxinas: como gerenciar o risco e minimizar o problema
micotoxinas
decisões críticas.
CONCLUSÕES
Essas informações são utilizadas para:
A presença de micotoxinas nas
Dar destino adequado ao produto final
dietas fornecidas aos animais pode
Recall de produtos
determinar perdas consideráveis na cadeia produtiva. O controle depende da implantação de políticas
Descarte do fator micotoxinas no diagnóstico dos problemas de desempenho, entre outros.
Uso de aditivos antimicotoxinas (AAM)
adequadas no âmbito do manejo agrícola, dos sistemas de produção e armazenagem, raízes do problema. Pesquisas nessas áreas estão em curso e resultarão em melhores resultados produtivos
micotoxinas
No Gráfico 1 pode-se observar um exemplo do RM de uma empresa. O RM serve como parâmetro para tomada de decisão em utilizar ou não um Aditivo Antimicotoxinas (AAM) comprovadamente eficiente (avaliação in vivo seguindo-se as recomendações do Grupo de Trabalho do MAPA - Portaria Nº 13, de 24 de maio de 2006) para cada micotoxina na espécie animal específica de criação.
e econômicos na produção animal, bem como, na melhoria da sanidade dos alimentos destinados à alimentação humana. A considerável presença das micotoxinas nos principais componentes da dieta, determina
A decisão do limite do RM aceitável para utilizar ou não um ingrediente ou um AAM varia conforme a realidade de cada empresa, espécie animal, fase de criação, nutrição, genética, sanidade, manejo e demais fatores associados.
que se adote um programa contínuo de monitoramentos das matérias-primas e rações destinadas ao consumo dos animais. O monitoramento possibilita
RISCO MICOTOXINAS 1000
o gerenciamento do Risco Micotoxinas, que estabelece os
ALTO Risco
critérios técnicos para a tomada
750
de decisões.
500
MÉDIO Risco
250
BAIXO Risco 1
7
13
19
25
29 2013
35
41
47
A utilização de Aditivos Antimicotoxinas em dietas 51 2
8
14 20 2014
Gráfico 1. Risco Micotoxinas semanal de uma empresa
26
30
contaminadas é de importância estratégica, pois uma vez formada a toxina, processos de descontaminação se tornam onerosos e inviáveis.
80 aviNews América Latina Março 2017 | Micotoxinas: como gerenciar o risco e minimizar o problema
AS VÁRIAS FUNÇÕES DA REDE DE
LABORATÓRIOS AVÍCOLAS
E
reportagem
DA GEÓRGIA
m geral, o principal objetivo dos laboratórios de avicultura é
diagnosticar doenças e, no caso de
laboratórios em instituições acadêmicas, fomentar a pesquisa e o ensino. No entanto, a missão dos laboratórios de avicultura deve ir mais além do diagnóstico de doenças.
Para exemplificar a importância desse conceito apresentamos uma descrição das várias funções da Rede de Laboratórios Avícolas da Geórgia, nos Estados Unidos
(Georgia Poultry Laboratory Network, GPLN), que é uma organização de importância ímpar para a Geórgia.
81 aviNews América Latina Março 2017 | As Várias Funções da Rede de Laboratórios Avícolas da Geórgia
Esse estado é o maior produtor de frangos de corte do país, produzindo quase 1 bilhão de frangos de corte por ano.
Além disso, conta com o maior estoque de matrizes do país, suficiente para produzir quase 1 bilhão de pintos por ano.
Também conta com uma grande população de matrizes pesadas, classificadas como
“multiplicadoras” e especializadas na O estado da Geórgia não é um grande produtor de ovos comerciais,
produção de ovos férteis para o mercado
internacional.
mas mesmo assim conta com cerca de 12 milhões de poedeiras comerciais em produção, além de
aves de reposição em crescimento e muitas das matrizes rápidas
reportagem
necessárias ao mercado local. Como se isso não fosse o bastante, as maiores empresas produtoras de carne e ovos de codornas estão
também no estado da Geórgia.
Com uma indústria aviária desse porte e de grande impacto econômico é necessária uma rede de laboratórios do mais alto nível para monitorar, diagnosticar e controlar doenças
importantes que afetam a economia e o comércio; além de patógenos relevantes para o bem-estar animal e para a saúde pública.
Considerando que a indústria dos Estados
18%
Unidos exporta aproximadamente 18% de sua produção de frangos; 6% de sua produção de ovos e 15% de sua produção de perus,
é imprescindível contar com laboratórios
6%
certificados que possam atestar o estado de
15%
saúde dos produtos para exportação.
O GPLN é um grande laboratório de avicultura norteamericano, e por isso é de interesse geral comprovar a missão e as funções de um laboratório desse porte
82 aviNews América Latina Março 2017 | As Várias Funções da Rede de Laboratórios Avícolas da Geórgia
DIRETORIA, INSTALAÇÕES & HISTÓRIA
O GPLN possui uma rede de laboratórios chefiada pela diretoraexecutiva Louise Dufour.
GPLN começou a funcionar em 1936 com o objetivo principal de eliminar a Pulorose aviária
A rede é liderada pela Comissão de Melhoramento Avícola do Estado da Geórgia e funciona como uma agência
A partir desse momento, sua missão se
oficial estatal que representa na região
transformou conforme as necessidades
o Programa Nacional de Melhoramento
da indústria, e atualmente sua principal
Avícola (NPIP, sua sigla em inglês).
missão é de monitorar a Influenza aviária, o Mycoplasma e a Salmonella, além de
Departamento de Agricultura dos Estados
oferecer outros serviços, dos quais 96% são de monitorização e 4% de diagnóstico.
Unidos (USDA, sua sigla em inglês), mas
O laboratório central do GPLN está
sua administração é de forma independente
localizado estrategicamente no norte da
sob a tutela de uma diretoria formada
cidade de Gainesville, GA, e compreende
por representantes da indústria da
uma área superior a 3.500 m2 (Figura 1).
reportagem
O NPIP é uma agência que depende do
avicultura do estado. Conta com diversas áreas biosseguras O GPLN é responsável pelos programas oficiais de monitorização da Influenza aviária, Mycoplasma e Salmonella e dos padrões de biossegurança nacionais.
de níveis BL2 e BL3 para receber amostras, necropsia, avaliar a qualidade dos pintos, preparar meios de cultura, bacteriologia, histologia, virologia e sorologia, além de salões e salas de reuniões para a educação continuada e cursos técnicos.
Figura 1. Fachada do edifício principal do GPLN
83 aviNews América Latina Março 2017 | As Várias Funções da Rede de Laboratórios Avícolas da Geórgia
QUANTIDADE
O GPLN possui 50 funcionários, dos quais muitos participaram ativamente de projetos das novas instalações. O andar superior do edifício tem vitrines que permitem que os visitantes observem todas as áreas de trabalho. A área para os visitantes contém muitos materiais didáticos para mostrar ao público em geral e à indústria da avicultura a importância do laboratório para a economia
O total de casos admitidos no laboratório ultrapassa 60.000 por ano, e a quantidade de exames de laboratório supera 1.200.000. Os usuários têm acesso seguro e confidencial aos resultados dos exames de laboratório de maneira remota e de qualquer lugar com acesso à internet.
agropecuária do estado da Geórgia.
reportagem
MISSÃO
INFLUENZA AVIÁRIA O GPLN é responsável pelas ações
A missão principal do laboratório é
iniciais contra doenças catastróficas
“proporcionar serviços de monitorização
como a Influenza aviária.
e diagnóstico da granja à mesa dos consumidores e contribuir para a saúde das aves, assim como para a segurança delas e dos produtos aviários”.
O laboratório, em conjunto com o Departamento de Agricultura, criou um plano detalhado de contingência para o controle de doenças como a Influenza aviária. Estabelece frequentes simulações para despovoar granjas em situações de emergência e também realiza cursos periódicos referentes à prevenção e ao controle da Influenza aviária. Além disso, o laboratório implementa um treinamento de controle de doenças para todos os produtores das empresas de avicultura do estado.
84 aviNews América Latina Março 2017 | As Várias Funções da Rede de Laboratórios Avícolas da Geórgia
SALMONELOSE & MICOPLASMOSE
O GPLN é um dos grandes laboratórios de monitorização para salmonela nos Estados Unidos. Esse laboratório obtém e recebe amostras de campo e de laboratório para isolar, caracterizar e identificar os sorotipos no mesmo laboratório de qualquer mostra (Figura 2). No laboratório oficial, o GPLN organiza e participa ativa e periodicamente de cursos técnicos e práticos sobre detecção e
reportagem
controle de Salmonelose e Mycoplasmose.
CERTIFICAÇÃO O GPLN trabalha lado a lado com a indústria para a certificação da saúde das aves, das granjas ou das empresas, para os quais também realiza constantemente auditorias de granjas e incubadoras.
Figura 2. Uma das tarefas mais importantes do GPLN é controlar, isolar e a caracterizar a Salmonella
Um dos trabalhos mais importantes do
EDUCAÇÃO CONTINUADA
laboratório é proporcionar educação continuada para 100% dos produtores do estado com temas importantes como biossegurança, planos de contingência e conhecimentos básicos sobre doenças como Mycoplasmose, laringotraqueíte infecciosa e Influenza aviária.
85 aviNews América Latina Março 2017 | As Várias Funções da Rede de Laboratórios Avícolas da Geórgia
Granjas de matrizes
Fábrica de ração
Granja de frangos de corte
Granja de produção de ovos comerciais
O Porto de Savannah para exportação
reportagem
Figura 3. Parte de uma maquete educativa no GPLN sobre a estrutura da indústria da avicultura na Geórgia
TRABALHO SOCIAL
O público em geral, inclusive muitos jovens, visita o laboratório para se familiarizar com a indústria avícola e com o importante suporte desse laboratório para a economia do estado. As principais etapas da produção avícola estão representadas em uma grande maquete, que é utilizada para explicar a estrutura da indústria da avicultura para todos os visitantes (Figura 3). Além disso, qualquer visitante pode
Figura 4. Todos os laboratórios e a maioria das áreas de trabalho podem ser observados pelos visitantes desde o mezanino, especialmente planejado para esse propósito
observar, desde o mezanino, as principais áreas de trabalho no laboratório e receber explicações sobre suas distintas funções (Figura 4 ).
86 aviNews América Latina Março 2017 | As Várias Funções da Rede de Laboratórios Avícolas da Geórgia
Uma importante função do laboratório é seu trabalho social com as novas gerações ao apresentar as várias áreas de atuação da indústria da avicultura.
Os alunos do ensino fundamental, os estudantes de biologia, de microbiologia, de biologia molecular, de medicina veterinária e os profissionais de diversos países visitam constantemente o laboratório para se familiarizar com o sistema de suporte fundamental para a indústria da avicultura e para descobrir novas oportunidades dentro dessa indústria.
O GPLN tem o propósito de se aproximar da indústria de outras regiões
reportagem
LOCALIZAÇÃO POR SATÉLITE & EPIDEMIOLOGIA
SERVIÇOS INTERNACIONAIS
O laboratório é responsável pelos sistemas
Recentemente, o GPLN começou
de informática para localizar por satélite
um novo tipo de serviço de suporte
todas as granjas, incubadoras, fábricas
à indústria da avicultura em outros
de rações, plantas de processamento e
países.
outras instalações de toda a indústria da avicultura.
Nem todos os serviços aqui mencionados
O GPLN utiliza esses dados
internacionais devido à impossibilidade de
constantemente para estudar a
importar determinados materiais;
epidemiologia da distribuição e
no entanto, muitos desses serviços, que
propagação das doenças em tempo real.
são de alto custo, podem ser realizados
Enquanto isso, convoca toda a indústria para informar a propagação de surto de doenças e para obter sua colaboração no controle de patógenos.
podem ser fornecidos para empresas
seguindo as instruções no site www.gapoultrylab.org. Nesse site, pode-se ter acesso aos requisitos e baixar as licenças de importação necessárias.
88 aviNews América Latina Março 2017 | As Várias Funções da Rede de Laboratórios Avícolas da Geórgia
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