Ações e gestão do plantel: Os impactos nos resultados da incubação e Produção Katiucia Cristine Sonálio e Alex Maiorka Universidade Federal do Paraná amaiorka@ufpr.br
Sumário
Introdução Idade
Matriz
Curva de crescimento do pintinho
Correlação peso inicial e peso ao abate
Considerações Finais
Nutrição
Introdução Fatores responsáveis pela variação no peso do pintinho
Genética
Manejo sanitário da matriz
Qualidade da casca
Perda de peso do ovo durante o período de incubação
Condições de incubação (temperatura, umidade, abertura de máquina...)
Peso e nutrientes no ovo
Janela de eclosão (jejum pós-eclosão, novas tecnologias: nutrição in ovo)
Introdução Contém
os
nutrientes
necessários
para
o
desenvolvimento e crescimento embrionário
Exceção é o oxigênio que é obtido do ambiente externo
através dos poros da casca
Introdução Composição (%)
Ovo
Gema
Clara
Água
73,6
48,7
87,9
Proteínas
12,8
16,6
10,6
Lipídeos
11,8
32,6
-
Os embriões têm a capacidade de regular seu desenvolvimento de acordo com a disponibilidade de nutrientes Simkiss, 1980
Carboidratos
1,0
1,0
0,9
Minerais
0,8
1,1
0,6 Gonzales, 2008
Introdução 1 g a mais no peso do pinto aumenta 13 g no peso do frango ao abate North & Bell, 1990
1 g a mais na eclosĂŁo 10 g no peso de frangos oriundos de matrizes de idades diferentes Vargas et al., 2009
AMC-1957
AMC-1978
34 g
42 g
Ross-308
44 g Zuidhof et al., 2014
Idade da Matriz FolĂculo Imaturo
Hierarquia Folicular
Idade da Matriz Matrizes mais Velhas
Aumento no intervalo entre Ovulações Redução na taxa de Postura Folículos Maiores
Aumento do tamanho dos ovos
A mesma quantidade de gema é depositada em um menor número de folículos
Zakaria et al., 1983
Idade da Matriz Peso do saco vitelino em relação ao peso corporal na eclosão
Cobb-Vantress, Inc.
Idade da Matriz Distribuição do peso dos ovos Tratamento
Categoria matriz
Idade
Categoria de peso ovos
Peso ovos (g)
T1
Jovem
31
Médios
59,19
T2
Madura
41
Leves
58,02
T3
Madura
41
Pesados
70,90
T4
Velha
56
Médios
72,10
Dahlke, 2017
Idade da Matriz Distribuição do peso dos ovos
Dahlke, 2017
Idade da Matriz 12
a
a
11
Glicogênio Hepático
10 ab
9 8 7
31 S
b
56 S
6 5
41 Pes
a
4
ab
3
41 Leve
ab
b
a
2 b
1
ab
ab
0 18
18
IP
Bic Int
Hatch
Eclosão
Estágio de incubação Dahlke, 2017
Idade da Matriz
Peso do ovo (g) 68 – 73,6
Idade da matriz (semanas) 61 Médio 42 Pesada 61 Leve
62,3 – 67,9
56,6 – 62,2
42 Médio 28 Pesada 42 leve
28 Médio
Peso da progênie ao nascimento (g)
CV (%)
P-valor
47,7 45,3
a b
3,6
0,0040
43,2 44,0 41,4
ab a b
3,4
0,0047
3,1
0,3154
39,6 40,2
Moreno, Dahlke, Maiorka, 2018
Idade da Matriz
Peso do ovo (g) 68 – 73,6
Idade da matriz (semanas)
CR (g)
GPM (g)
143 ± 7 141 ± 5
131 ± 6 129 ± 3
1,097 ± 0,02 1,089 ± 0,02
137 ± 3 a 139 ± 5 a
125 ± 4 a 128 ± 4 a
1,097 ± 0,03 a
42 Leve
123 ± 6 b 130 ± 9 a
107 ± 6 b 119 ± 8 a
1,145 ± 0,03 b 1,094 ±0,05 a
28 Médio
117 ± 12 b
102 ± 12 b
1,151 ± 0,07 b
61 Médio 42 Pesada 61 Leve
62,3 – 67,9
42 Médio 28 Pesada
56,6 – 62,2
CA
1,088 ± 0,03 a
Moreno, Dahlke, Maiorka, 2018
Idade da Matriz Idade da matriz (semanas)
61
42
28
Peso de ovo Pesado Médio Leve Pesado Médio Leve Pesado Médio Leve
CR (g) 1055 ± 1028 ± 979 ± 1035 ± 977 ± 959 ± 939 ± 919 ± 915 ±
61 63 48 25 47 57 44 64 42
GPM (g) a ab b a b b
669 ± 7 641 ± 13 603 ± 6 650 ± 8 599 ± 15 579 ± 9 559 ± 6 536 ± 10 535 ± 13
a ab b a b b
CA 1,572 ± 1,581 ± 1,591 ± 1,567 ± 1,599 ± 1,609 ± 1,619 ± 1,643 ± 1,633 ±
0,02 0,02 0,02 0,03 a 0,03 ab 0,03 b 0,03 0,04 0,04
Moreno, Dahlke, Maiorka, 2018
Nutrição da Matriz Carboidratos
Vitamina E
Proteínas Minerais
Minerais Complexados
Aditivos Fitase Antioxidantes - Cantaxantina
Efeitos Antioxidantes diretos e indiretos
Lipidios Vitaminas Aditivos
Nutrição da Matriz Incubação de ovos de matrizes com 29 semanas, recebendo dois níveis de Vit E e duas fontes de Se
Vit E 30 mg/kg Vit E 120 mg/kg Selenito de sódio L-selenometionina Vit E Selênio Vit E x Selênio
Fertilidade (%) 96,51 96,44 95,64 97,31 0,940 0,098 0,606
Taxa de eclosão (%) 87,37 90,58 88,00 89,95 P-valor 0,020 0,146 0,646
Peso de pintinho (g) 42,08 41,84 41,75 42,18 0,941 0,064 0,293
Urso et al., 2015
Nutrição da Matriz Ação anti-nutricional do fitato Proteína
Papo Proventrículo Moela
Fitato
# Menor solubilidade das proteínas # Resistente a degradação pela pepsina # Hiper-secreção de pepsina e HCl # Maior secreção de mucina
Perdas endógenas
Intestino Delgado Fitato Na+ Fitase
# Maior fluido de aminoácidos # Proteína menos soluvél # Absorção de aminoácidos comprometida #Aumento da perda de aminoácidos endógenos e alimento
Tranportadores dependentes de Na+ Bomba Na/K
Nutrição da Matriz Aumentam a secreção de mucina. Aumentando as perdas endógenas
Excreção de Ácido Siálico Excretion of sialic acid (mg) (mg)
principalmente de determinados Aa como a treonina
7 6 5 4 3 2 1 0
185%
54%
Gli Glu
Gli FTU GluFTU
Gli IP6 GluIP6
Gli IP6 FTU GluIP6FTU
Treatment Tratamentos Cowieson et al., 2004
Nutrição da Matriz Incubação de ovos de matrizes com 48, 57 e 61 semanas, recebendo diferentes doses de fitase e dois DGM de calcário
Fino 500 Grosso 500 Fino 1500 Grosso 1500 Fino - 419 µm Grosso - 2661 µm 500 FTU/Kg 1500 FTU/Kg DGM Fitase DGM x Fitase
Fertilidade (%) 81,46 82,65 88,34 85,57 84,90 84,11 82,06 86,96 0,543 0,001 0,131
Taxa de eclosão (%) 69,72 68,28 75,38 72,46 72,55 70,37 69,00 73,92 Probabilidades 0,178 0,002 0,645
Eclodibilidade (%) 86,26 82,49 85,30 84,71 85,78 83,60 84,37 85,00 0,194 0,707 0,344 Durau, 2019
Nutrição da Matriz Desempenho de pintinhos oriundos da incubação de ovos de matrizes com 61 semanas, recebendo na dieta diferentes doses de fitase e dois DGM de calcário
Fino 500 Grosso 500 Fino 1500 Grosso 1500 Fino - 419 µm Grosso - 2661 µm 500 FTU/Kg 1500 FTU/Kg DGM Fitase DxF
CR (g) 139 141 138 138 139 139 140 138 0,855 0,410 0,709
1-7 d GP (g) 114 116 117 115 116 116 115 116 0,917 0,502 0,366
CA (g/g) 1,225 1,212 1,177 1,198 1,201 1,203 1,218 1,186 0,880 0,027 0,284
CR (g) 1018 1019 1046 1033 1032 1026 1019 1039 0,869 0,077 0,577
1 -21 d GP (g) 710 714 736 728 723 721 712 732 0,869 0,077 0,577
CA (g/g) 1,434 1,429 1,423 1,418 1,429 1,424 1,431 1,421 0,773 0,538 0,995 Durau, 2019
Nutrição da Matriz Fitase e concentração de minerais em ovos 120
1,2
a
abb a a
1,0
a ab bb
0,8
PC NC
0,6
0,4
ab
110
NC+300
100
b
c
90
NC+1500 abaa
80
0,2
Ca, %
P, %
Se, mg/kg
70
b
ab
a
b
Zn, mg/kg
Iron, mg/kg
Soto-Salanova et al., 2013
Nutrição da Matriz Fontes de Se e conteúdo na gema
Paton et al., 2002
Nutrição da Matriz Lipídios
Glicerol
Ácido Graxo
Coenzima A
Gliceraldeido Fosfato Glicólise
Acido Pirúvico
ß Oxidação na Micocondria
Acetil Coa
Ciclo de Krebs
Clivagem enzimática fragmentos de 2C
Nutrição da Matriz No início da incubação o oxigênio é restrito, limitando a glicólise anaeróbica ao teor de glicose presente no ovo, que é principal fonte de energia metabólica. Células sanguíneas imaturas e sistema vascular pouco desenvolvido.
Formação do Blastodisco e diferenciação celular
Desenvolvimento dos vasos sanguíneos
Moran, 2007
Nutrição da Matriz A membrana corioalantóide torna-se funcional e O² permite a produção de energia através de reações de beta-oxidação. Ácidos graxos saturados da gema tornam-se a fonte primária de energia.
E5 ao E18 intenso crescimento embrionário
Intensa hipertrofia celular
Sato et al., 2006; Moran, 2007
Nutrição da Matriz Peroxidação lipídica
TBARS MDA mg
-1
Proteína
25
a
a
20 15
b Controle Cantaxantina
b
10 5 0 0
1
2
7
3
14
4
18
Dias de incubação
Rosa et al., 2012
Nutrição da Matriz Mortalidade Embrionária (%)
Mortalidade Embrionária (%)
5,46 6
3,72
4
Controle Cantaxantina
2
0
Controle
Cataxantina
Rosa et al., 2012
Curva de Crescimento Embrião Transição 50 45 40
Gramas
35
30 25 20 15 10 5 0 9
11
13
Dias
15
17
21
Curva de Crescimento
Everaert et al,. 2012.
Curva de Crescimento Fase de emergĂŞncia
Curva de Crescimento O processo de eclosão pode ser comparado ao exercício de alta intensidade e longa duração para um atleta
Os estoques de glicogênio são esgotados durante a eclosão devido ao alto gasto energético
Curva de Crescimento Gema, glicogĂŞnio hepĂĄtico (GH) e muscular (GM) de pintinhos ao nascimento, de ovos inoculados com glicerol, oriundos de matrizes com 32 semanas
Ovo leve Ovo pesado
0 6 12 0 6 12
0 mg/ml 6 mg/ml 12 mg/ml Ovo Leve (55,6 - 58,6 g) Ovo Pesado (64,6 - 67,6 g) Dose Peso Dose*peso
Gema (g) 7,46 6,23 6,11 8,32 9,35 8,76 7,89 7,79 7,44 6,60 b 8,81 a 0,735 0,001 0,148
GH (mg/g) 13,60 ab 11,51 b 12,75 b 12,87 b 17,15 a 12,75 b 13,24 14,33 12,67 12,57 b 14,26 a 0,251 0,045 0,006
GM (mg/g) 6,85 7,57 6,35 6,92 6,07 5,56 6,89 6,82 5,95 6,92 6,18 0,208 0,123 0,407 Dal Pont, 2018
Curva de Crescimento Peito, fĂgado e desempenho de frangos de corte aos 7 dias nascidos de ovos inoculados com glicerol, de matrizes com 32 semanas
0 mg/ml 6 mg/ml 12 mg/ml Ovo Leve (55,6 - 58,6 g) Ovo Pesado (64,6 - 67,6 g)
Peito (g) 11,68 13,44 11,96 11,86 12,85
Dose Peso Dose*peso
0,130 0,187 0,810
FĂgado (g) 6,29 6,76 6,77 6,10 b 7,12 a P-value 0,570 0,021 0,074
CR (g) 81,1 b 90,9 a 91,2 a 84,8 b 90,6 a
GP (g) 65,3 b 72,9 a 72,4 a 68,2 72,2
CA (g/g) 1,22 1,24 1,23 1,23 1,24
0,001 0,012 0,313
0,009 0,067 0,182
0,274 0,346 0,628
Dal Pont, 2018
Curva de Crescimento Atraso entre nascimento e acesso ao alimento e água
Desidratação, cetose, ↓ desenvolvimento e ganho de peso, enterócitos imaturos
Curva de Crescimento Metabolismo energĂŠtico
Curva de Crescimento Metabolismo energético durante o jejum pós eclosão
Curva de Crescimento Tratamento
Nascimento (horas)
Alojamento (horas)
Programa alimentar
Precoce
478-483
503
Jejum (20-25h)
Precoce
478-483
483
Imediata
Pico
488-493
503
Jejum (10-15h)
Pico
488-493
493
Imediata
Tardios
498 - 503
503
Imediata
Matrizes - 49 semanas
Ovos: 64 Âą 2g
(n = 3.000 ovos)
Carneiro, Maiorka e Dahlke, 2018
Curva de Crescimento Eclosão - Nascedouro
Abertura 503 h
Pico de eclosão 488 – 493 h
Precoces 478 – 483 h
Tardios
A L O J A M E N T O
498 – 503 h 15 – 10 horas jejum 25 – 20 horas jejum
Carneiro, Maiorka e Dahlke, 2018
Curva de Crescimento Consumo de ração (g) aos 7 dias de idade 145 a
140 135 130
a
b
jejum
b
Alimentado
125 120 115
cedo Precoce
médio Pico
tarde Tardio
Jejum x alimentados
Carneiro, Maiorka e Dahlke, 2018
Curva de Crescimento Consumo de ração (g) aos 7 dias de idade 142 A
140
A
138 136 134
Alimentado
B
132 130 128 126
Precoce cedo
Pico médio
Tardio tarde
Todos alimentados
Carneiro, Maiorka e Dahlke, 2018
Curva de Crescimento Ganho de peso (g) aos 7 dias de idade 118
A
116 114
A
112 alim
110 B
108 106 104 102 cedo Precoce
medio Pico
tarde Tardio
Todos alimentados Carneiro, Maiorka e Dahlke, 2018
Curva de Crescimento Ganho de peso (g) aos 21 dias de idade 820 a
815
a
810 805 800
Alim
b
795 790 785 cedo Precoce
medio Pico
tarde Tardio
Carneiro, Maiorka e Dahlke, 2018
Curva de Crescimento Ovo
Dieta Exógena
Expressão do potencial genético é dependente da adaptação à nutrição exógena
Curva de Crescimento Ganho de peso de frangos de corte machos e fĂŞmeas 5
Peso (Kg)
4
3
2
Frango Macho Frango FĂŞmea
1
0 0
1
2
3
4 5 Idade (Semanas)
6
7
8
9
Curva de Crescimento Músculo
Taxa de deposição
Ossos
Tempo
Gordura
Correlação do peso inicial e ao abate 2150 2140
Peso g
2130 2120
2137
2110 2100 2090 2080
2083
2070 2060 2050
Mort. aos 7 dias %
<1%
>1%
Quanto menor a mortalidade maior o peso A cada 0,1 (1% acima) na mortalidade aos 7 dias ď&#x192; 10 gramas a menos ao abate
Cobb-Vantress, Inc.
Correlação do peso inicial e ao abate Ganho de peso aos 28d (g)
Peso aos 7 x Peso 28 dias 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0
GP aos 28 dias
<150
<160
<170
<180 <190 <200 Peso aos 7 dias
<210
<220
*Aumento de 150 para 180g no 7º dia resultam em aumento de 100g no peso aos 28 dias
Cobb-Vantress, Inc.
Correlação do peso inicial e ao abate 1760 1740
Peso aos 28 dias (g)
1720 1700
1680 1660 1640 1620 1600 1580 <140
140-149
150-159
160-169
170-179
>180
Peso (g) 7 dias
Não há ganho nos pesos finais em pintinhos de 140 a 159 g Cobb-Vantress, Inc.
Considerações Finais ✓ Diversos fatores intrínsecos influenciam no peso do saco vitelino e consequentemente do ovo ✓ O peso do pintinho é determinado primariamente pelo peso do ovo ✓ O entendimento do processo de utilização energética durante o desenvolvimento embrionário é imprescindível
Considerações Finais ✓ A suplementação de alguns nutrientes e aditivos na dieta das matrizes podem apresentar respostas impactantes durante a o incubação e os primeiros dias pós-
eclosão ✓ Estas respostas dependem de inúmeros fatores que envolvem nutrição, sanidade e
manejo das matrizes ✓ Devemos considerar a alta correlação entre o peso inicial e o peso ao abate
Grupo de Pesquisa em Nutrição de Não-Ruminantes UFPR (CNPq) Pós -Graduandos
Graduandos Geovane C Senger Isabella Dias Josieder Batista Luana Lugarini Rosiane Alves
Professores
Alex Maiorka Ana V Fischer da Silva Ananda P Felix Chayane da Rocha Everton L Krabbe Fabiano Dahlke Sebastião A Borges Simone G Oliveira
Adenise Bottcher Aimée C F P Stresser Eduardo Trevisol Filipe A Moreno Francielle O Marx Josiane C Panisson Kariny F Silva Leandro N Kuritza Leopoldo Almeida Letícia Dzierva Lucas S Bassi Marley C Santos Rafael F Sens Thiago A. Cruz Katiucia C. Sonálio
Alex maiorka Professor Associado| Universidade Federal Do Paranรก amaiorka@ufpr.br