aviNews Brasil Março 2019

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MARÇO 2019

ESTABELECIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO

PROGRAMA EFETIVO DE BIOSSEGURANÇA

DE UM

A. Gregorio Rosales P. 7

avicultura.info


Profissionalismo Assessoria Garantia Serviço

marca o valor de uma e inovação d s o n a 0 3 m o c

em avicultura

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7

Estabelecimento e implementação de um programa efetivo de Biossegurança A. Gregorio Rosales

MVZ, MS, Ph.D DACPV Consultor em Sanidade Avícola Diretor técnico aviNews LA

17

Perus comerciais: produção & desafios sanitários Rodrigo Castillo Agrícola Ariztía

Desperdício: outro

26 grande desafio durante o

processamento de frangos Eduardo Cervantes López Consultoria Internacional Gerência Produtiva e Inovadora em Processamento de Aves

Temperatura das

33 aves: do nascedouro à granja

Juan Carlos Lopez

Hendrix Genetics, Kitchener, Ontário, Canadá

Uniformidade

38 das reprodutoras Cristiano Emanuelli Pereira Gerente Técnico da Cobb

1 aviNews Brasil Março 2019


47

A importância da recria no rendimento produtivo de galinhas poedeiras

52

Dr. Fernando Perazzo

Dr. Nan-Dirk Mulder

Universidade Federal da Paraíba

avicultura.info

Perspectivas globais e regionais da produção de proteína animal na América Latina Analista Sênior Proteína Animal Rabobank

59

Saúde intestinal e plantas – Uma forma promissora a ser incorporada à produção de aves Equipe Técnica Delacon

56 ESTUDOS EM DIVERSAS ESPÉCIES DEMONSTRAM SUA EFICIÊNCIA. +200 ESTUDOS IN VITRO. EFICAZ CONTRA AS MICOTOXINAS. A MELHOR RAZÃO DE

β-GLUCANAS: MOS, MAIOR ESTABILIDADE E RESISTÊNCIA NO TRATO DIGESTIVO.

EFICAZ EM BAIXAS DOSAGENS.

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66

Desafios atuais na nutrição e no manejo de frangos de corte e reprodutoras pesadas nos Estados Unidos Dave Burnham B.Sc, M.Sc, M.B.A.

75

Gallibacterium anatis: um patógeno emergente na avicultura? Natalie K. Armour y Martha Pulido-Landínez

Poultry Research and Diagnostic Laboratory Department of Population Animal Health Mississippi State University

Entrevista com

84 Joanita Karoleski Presidente da Seara Alimentos

Eventos: Cobrasul Ovos 2019

88 debate a avicultura de postura do futuro

Direção Técnica Dr. Gregorio Rosales

Eng. Eduardo Cervantes

MVZ, MS, PhD., DACPV

Consultor internacional de processamento avícola

Dr. Edgar Oviedo

Prof. Antônio Bertechini

Especialista de extensão, nutrição e manejo de frangos de corte NCSU

Professor titular da Universidade Federal de Lavras e pesquisador do CNPq

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A ÚNICA RESPOSTA

PARA O DESAFIO BRASILEIRO

CONTRA A BRONQUITE INFECCIOSA BR

GANHE

DE PONTA A PONTA

Juntos, além da saúde animal


brasil

DESAFIOS DA INDÚSTRIA LATINO-AMERICANA DE FRANGO

A

América Latina é uma grande região de contrastes comerciais, pois uma vez que o frango atinge o peso de processamento nas granjas, há três importantes destinos reservados para ele:

Uma vez atingida a meta de produzir mais quilos de carne de frango, torna-se necessário desenhar um programa sistemático diário para incentivar o consumo massivo desta carne nos diversos nichos de mercado da sociedade, cujo espectro começa com as crianças e termina com os adultos de idade mais avançada. Esses dois conglomerados lideram a demanda de muitos alimentos. Em nosso negócio representa oferecer uma variedade de produtos que garanta a esses grupos de pessoas uma alimentação saudável e nutritiva.

A venda, ainda vivo, nas bancas do mercado, onde é sacrificado diante do olhar atento dos consumidores finais. O envio para as plantas de beneficiamento, onde dependendo da técnica utilizada para o escaldamento leve, é possível obter frangos com epiderme, o que dá a aparência de ter sido criado no campo.

Para conseguir isso, propomos seguir estratégias de neuromarketing de efetividade comprovada, que têm como objetivo tornar os consumidores fãs de nossos produtos.

O processamento industrial, retirando a epiderme. Este tem sido o maior mercado em todo o continente.

Em síntese, propõe-se colocar em prática o novo conceito da economia comportamental, para orientar de forma personalizada os clientes para o consumo da carne de frango e seus subprodutos, por meio do conhecimento pormenorizado de suas preferências.

Adicionalmente, observa-se o aumento gradual da demanda pela carne de frango nos últimos anos. Nós, que estamos envolvidos com este importante setor da economia, comemoramos com grande otimismo o posicionamento desta carne como a proteína mais econômica, nutritiva e saudável.

Esta bem-sucedida estratégia comercial, gera uma progressiva e próspera dependência, tal como fizeram algumas prestigiadas empresas mundiais, como Netflix, Amazon e Google.

É nossa responsabilidade torná-la cada dia mais acessível para todos os estratos da população.

necessário desenhar “ Torna-se um programa sistemático

Eng. Eduardo Cervantes

diário para incentivar o consumo massivo desta carne nos diversos nichos de mercado da sociedade

Consultoria Internacional - Gerência Produtiva e Inovadora em Processamento de Aves A direção da revista não se responsabiliza pelas opiniões dos autores. Todos os direitos reservados. Imagens: Noun Project / Freepik/Dreamstime

Este grande objetivo propõe o desafio de garantir, para um mundo que não para de crescer em número de pessoas e em mudanças de hábitos alimentares devido ao aumento de sua renda per capita, nossa capacidade de atender o aumento de sua demanda.

EDITOR

GRUPO DE COMUNICAÇÃO AGRINEWS S.L. DESIGN GRÁFICO & WEB Marie Pelletier Enrique Núñez Ayllón Maitê Paier Antunes Sergio Rodríguez Núñez Oriol Marquès PUBLICIDADE Luis Carrasco +34 605 09 05 13 lc@agrinews.es Simone Dias +55 (11) 98585-2436 brasil@grupoagrinews.com DIREÇÃO TÉCNICA Dr. Gregorio Rosales, MVZ, MS, PhD., DACPV

Edgar Oviedo, Especialista de extensão-nutrição e manejo de frangos de corte

REDAÇÃO José Luis Valls Osmayra Cabrera Daniela Morales Priscila Beck TRADUÇÃO Diana Sorgato | Tikinet PREPARAÇÃO/REVISÃO Hamilton Fernandes | Tikinet Mônica Silva | Tikinet COLABORADORES Winfridus Bakker Juan Carlos López Mike Czarick Dr. Susan Watkins Rodrigo Castillo Jorge Amado

Brian Jordan Ramiro Hernán Delgado Franco Douglas Waltman Douglas Zaviezo Víctor Naranjo

Barcelona - Espanha Tel: +34 93 115 44 15 info@grupoagrinews.com redacao@grupoagrinews.com

www.avicultura.info

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ESTABELECIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO

PROGRAMA EFETIVO DE BIOSSEGURANÇA

DE UM

A

demanda por produtos avícolas continua crescendo mundialmente devido a sua popularidade, conveniência, valor nutritivo e preço razoável. De fato, o ovo de mesa e a carne de frango são produtos da cesta básica de alimentos em muitos países do mundo . Ao mesmo tempo, a avicultura entrou em uma nova era em que enfrenta novos desafios estabelecidos por novas tendências comerciais, preferências dos consumidores, exigências regulatórias e a premente necessidade de melhorar a prevenção de doenças.

biossegurança

A. Gregorio Rosales MVZ, MS, Ph.D Ph.D DACPV Consultor em Sanidade Avícola Diretor técnico aviNews

7 aviNews Brasil Março 2019 | Estabelecimento e implementação de um programa efetivo de biossegurança


BE

D E AV I Á RI

Figura 1. a biossegurança é um investimento para conquistar objetivos. A biossegurança é um investimento para alcançar objetivos. Como será descrito neste trabalho, o estabelecimento e a implementação de um programa de biossegurança requer investimento tanto em recursos físicos como humanos. Compreensivelmente, este investimento se justifica pelo grau de risco presente e o retorno de capital esperado sob diversas condições de campo.

8 aviNews Brasil Março 2019 | Estabelecimento e implementação de um programa efetivo de biossegurança

PR

M-E

ESA

S

ES

R

TA

Este trabalho é um resumo de conceitos e estratégias que servem para estabelecer e implementar um programa efetivo de biossegurança. Este resumo tem como objetivo apresentar uma perspectiva para desenvolver e manter uma cultura sólida e efetiva de biossegurança que ajudará a garantir a produtividade, competitividade e sustentabilidade das empresas produtoras de hoje e do futuro.

AL S TA R A N I M S U LT O BI ADOS OTÉCNIC A LID ZO ED ADE D A & S U S T E N TA B I L I D

REN

A pergunta então é se estes produtos serão produzidos por empresas nacionais, ou se as necessidades dos consumidores serão satisfeitas mediante a importação de produtos importados de países livres de Influenza Aviária e indústrias com melhores padrões de biossegurança.

A biossegurança se define como o conjunto de normas e práticas de produção desenhadas para prevenir a entrada e disseminação de agentes patogênicos. Esta é a primeira barreira e a defesa mais importante contra as doenças aviárias. A biossegurança é um investimento que serve como cimento para que os produtores consigam preservar a saúde e o bem-estar das aves e obter os melhores resultados zootécnicos e rendimentos econômicos possíveis.

EM

As análises de mercado recentes, inclusive nos países que sofreram surtos recentes de gripe aviária altamente patogênica, indicam que a demanda por produtos avícolas permanece sólida, rentável e que continua crescendo paralelamente com a população e seu poder de compra.

A biossegurança é um investimento

A

biossegurança

Igualmente, a pressão para eliminar e/ou reduzir o uso de antibióticos e proteger o bem-estar animal estão e continuarão induzindo melhorias gradativas nos maiores sistemas de produção em todo o mundo. Diante da ameaça de múltiplas doenças que podem ter um impacto econômico severo, os empresários e profissionais da indústria avícola estão obrigados a dar prioridade à concepção e execução de programas de biossegurança que lhes permitirão garantir a rentabilidade e o futuro de suas empresas.


Em termos gerais, um programa sólido e efetivo tem os seguintes benefícios: Garantir a produtividade (conseguir objetivos zootécnicos e econômicos) Cumprir com projeções para a venda e distribuição de produtos, evitando falhas no fornecimento de produtos e perdas de mercados

Satisfazer os requisitos de clientes domésticos e/ou de exportação Evitar perdas devido a doenças, eliminação prematura de lotes, quarentenas e períodos prolongados de descanso sanitário Reduzir custos ao evitar ou reduzir o uso de tratamentos. É complicado estabelecer o custo-benefício específico de cada medida conceitual, estrutural ou operacional de biossegurança sob diversas condições de produção e desafios de campo.

Níveis do programa É sumamente importante que todos os membros da empresa entendam que o programa de biossegurança é essencial para alcançar os objetivos de produção, atender os requisitos de mercado e garantir a estabilidade de seu emprego, recurso econômico e possibilidade de progresso. Portanto, o sucesso do programa depende em grande parte da educação e treinamento de todos os níveis de pessoal e a adoção das medidas de biossegurança como uma responsabilidade de todos. A execução ou implementação adequada de cada um destes níveis é crucial para o sucesso do programa.

Indiscutivelmente a avicultura comercial é uma indústria que continua evoluindo mediante a incorporação de tecnologia cada vez mais avançada nas áreas de manejo, nutrição e alojamento; no entanto, proteger a saúde das aves, ou prevenir as doenças é prioritário para alcançar os benefícios esperados. Consequentemente, a biossegurança não é puramente uma área técnica, mas sim é um dos pilares de todo o sistema de produção para conseguir o máximo retorno dos investimentos que tenham sido feitos nas outras áreas.

biossegurança

Cumprir com normas de controle e qualidade

O PROGRAMA DE BIOSSEGURANÇA TEM 4 NÍVEIS:

CONCEITO (localização da granja, tamanho, número de idades, isolamento de outros lotes).

INFRAESTRUTURA (tipo de construção, portas e cercas perimetrais)

EXECUÇÃO PRÁTICAS OPERACIONAIS (mudanças de roupa e calçado, banheiros de entrada, limpeza e desinfecção de instalações e equipamentos)

CULTURA CORPORATIVA (compromisso, treinamento, auditorias)

Figura 2. Níveis de biossegurança e importância de sua correta execução

9 aviNews Brasil Março 2019 | Estabelecimento e implementação de um programa efetivo de biossegurança


A identificação dos fatores de risco que podem resultar na introdução de doenças é um dos passos iniciais para conceber e estabelecer um programa de biossegurança para cada empresa e/ou granja específica. Igualmente, é indispensável estabelecer e Implementar procedimentos de isolamento -evitar contatos com outros lotes-, limpeza e desinfecção –veículos, equipamento, ferramentas de trabalho-, e controle de trânsito à granja - pessoas e veículos.

biossegurança

Em 2017, o Programa de Melhoramento Avícola (“NPIP”) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (“USDA”) estabeleceu, como parte de seus padrões oficiais, uma lista de princípios básicos que serve como um modelo dos elementos mínimos requeridos para estabelecer um programa de biossegurança (wwwpoultryimprovement.org ). Estes princípios são os seguintes:

1. Pessoa(s) responsável(is) 2. Treinamento 3. Linha de separação 4. Área perimetral neutra 5. Manejo de pessoal 6. Controle de aves silvestres, roedores e insetos 7. Manejo de equipamento e veículos 8. Eliminação da mortalidade 9. Manejo de cama e esterco 10. Saúde das aves de substituição 11. Estado da água de bebida 12. Manejo de alimento e cama nova 13. Relatórios de morbidade e mortalidade 14. Auditorias do programa (internas e oficiais)

Equipamento & veículos Pessoas Água Aves Silvestres Trânsito Isolamento Outras granjas & animais Limpeza & desinfecção Roedores Insetos Cama Instalações/Galpões Alimento Incubadora Pintinhos

Figura 3. Fatores de risco potencial para a introdução de doenças

Na produção avícola, como nas muitas outras indústrias, é cada vez mais comum o uso de análises de riscos que permitem avaliar processos e identificar as virtudes e debilidades dos mesmos. A análise de riscos é um método sumamente útil para avaliar periodicamente um programa de biossegurança e identificar oportunidades para seu melhoramento. Seguindo esta metodologia, uma vez que um fator de risco (não destacado anteriormente e/ou emergente) é identificado, seu potencial pode ser analisado e seguido pelo planejamento e execução de novas medidas ou modificações focadas em eliminar ou minimizar seu impacto. Idealmente, a efetividade destas ações também deve ser avaliada.

IDENTIFICAR RISCO

Figura 4. Diagrama do processo de análises de riscos

ANALISAR RISCO

AVALIAÇÃO & MONITORAMENTO

PLANO DE AÇÃO EXECUÇÃO

10 aviNews Brasil Março 2019 | Estabelecimento e implementação de um programa efetivo de biossegurança


As normas e práticas de biossegurança podem ser percebidas em muitas ocasiões como “custosas, inconvenientes ou dogmáticas”. Estas percepções dificultam o desenvolvimento de uma cultura e interferem na aceitação e implementação de um programa. Esta barreira cultural somente pode ser dissipada mediante educação/ treinamento e estabelecimento de objetivos comuns. A implementação do programa de biossegurança é um compromisso que deve ser comunicado, entendido, aceito, apoiado e executado por todos e cada um dos membros da empresa. A biossegurança deve se transformar na filosofia que guie todas as decisões e operações cotidianas de uma empresa. Conseguir isto também requer liderança, trabalho em equipe e comunicação. O mecanismo para criar e manter a cultura de biossegurança é mediante um programa obrigatório de educação e treinamento anual para todos os empregados.

Também é importante estabelecer: Requisitos obrigatórios para o emprego de pessoal Treinamento básico Normativas de trabalho diárias Obrigações e consequências por falhas no cumprimento ou notificação de infracções do programa.

Por outro lado, uma vez que se desenvolveu um programa e que se investiu em infraestrutura e recursos humanos, não deve assumir que todos os empregados cumprem com os requisitos e procedimentos estabelecidos todos os dias e/ou sem erros. Experiências publicadas, bem como observações reportadas pelo autor em colaboração com outros especialistas, demostram que a implementação das práticas de biossegurança pode fracassar por falta de treinamento, conscientização do pessoal de uma empresa e recursos. De pouco serve um programa puramente teórico de biossegurança, quando não há suficiente roupa e calçados limpos na granja, se o desenho dos módulos de biossegurança e banheiros de entrada é deficiente, se não se conta com sabão e água quente, se a pressão da água à entrada é insuficiente etc.

biossegurança

Implementação e desenvolvimento da cultura de biossegurança

Para garantir o sucesso do programa devese contar com um sistema de auditoria interna, que sirva para avaliar rotineiramente a implementação das normas e práticas estabelecidas e detectar falhas, tanto estruturais, quanto operacionais, a fim de tomar medidas corretivas de forma imediata. Auditorias periódicas por pessoal externo especializado em biossegurança podem ajudar também a identificar áreas de melhoramento e contribuir à educação do pessoal de uma empresa. A execução do programa nunca dever apoiada apenas por ações punitivas. Novamente, a cultura e implementação adequadas do programa são garantidas com educação, comunicação e estabelecimento de um sistema de incentivos, ou reconhecimento (tanto para empregados, como para produtores) por dedicação ao cumprimento do programa, ou por contribuições para o melhoramento do mesmo.

11 aviNews Brasil Março 2019 | Estabelecimento e implementação de um programa efetivo de biossegurança


O papel dos laboratórios de diagnóstico À medida em que a produção avícola avança tecnologicamente, depende cada vez mais do serviço e informação gerados pelos laboratórios de diagnóstico. Estes laboratórios realizam testes de monitoramento rotineiro para determinar o estado de saúde dos lotes, avaliar níveis de imunidade e verificar a efetividade dos programas de biossegurança e vacinação – processo conhecido como monitoramento ativo. Também, e cada vez com maior frequência, os laboratórios podem realizar testes para detectar precocemente a introdução de certas doenças. Isto se consegue a partir de amostras colhidas por pessoal de produção, ou veterinários, seguindo o aparecimento de sinais clínicos –aumentos de mortalidade e baixas de produção– e/ou presença de lesões específicas –processo de monitoramento passivo. Esta tarefa é de vital importância, já que permite ao pessoal de uma empresa tomar medidas de contingência e evitar a transmissão de uma doença a outras granjas na área, ou sistema de produção.

Por outro lado, o monitoramento do estado de saúde, seguindo procedimentos de programas oficiais, é exigido para a certificação dos lotes e sua prole como livres de várias doenças. Em vários países esta certificação é necessária para a venda e distribuição doméstica e internacional de ovos incubáveis e pintinhos de um dia.

Outras tarefas realizadas pelos laboratórios incluem testes de controle de qualidade em produtos de consumo, que em conjunto com os métodos de monitoramento de saúde, geram informação que permite detectar desafios, falhas no cumprimento de procedimentos de biossegurança ou normas sanitárias e dão vez a planejamento e execução de medidas corretivas.


A biossegurança é fundamental para manter a saúde dos lotes, alcançar os objetivos de produção esperados e garantir a rentabilidade e sustentabilidade das empresas do presente e do futuro.

O sucesso do programa depende da medida com que este faça parte da cultura da empresa e do treinamento contínuo do pessoal da mesma

biossegurança

Conclusões

A demanda de produtos avícolas e exigências crescentes por parte dos consumidores e organismos reguladores, unidas à ameaça iminente de doenças como a gripe aviária, requerem que as empresas avícolas invistam no estabelecimento e implementação de um programa efetivo de biossegurança.

O estabelecimento de uma cultura de biossegurança é conseguido quando todos e cada um dos membros da empresa a entendem, a aceitam como sua responsabilidade e a cumprem diligentemente ao realizar inúmeras atividades cotidianas.

Para garantir a efetividade do programa, o mesmo deve estar sujeito a auditorias contínuas com o propósito de identificar falhas de implementação, deficiências de recursos ou treinamento e tomar ações corretivas de forma imediata. Este deve ser um processo voltado a encontrar oportunidades de melhorias constantes.

13 aviNews Brasil Março 2019 | Estabelecimento e implementação de um programa efetivo de biossegurança


PROCEDIMENTOS

CUSTO*

BENEFÍCIOS POTENCIAIS

Isolamento/distância de outras granjas Eliminação da cama longe de outras granjas Monitoramento sorológico do estado de saúde do lote Introdução de aves com saúde conhecida Sistema tudo dentro / tudo fora Cerca perimetral em volta das instalações/galpões Porta de acesso controlada Sinalização proibindo entrada de pessoal não autorizado Área de estacionamento longe de instalações/galpões Requisitos para a entrada de veículos Lugares para a lavagem e desinfecção de veículos Portas com fechaduras ou cadeados Eliminação de aves mortas da granja Mudar cama depois de cada lote Período de descanso de pelo menos 2 semanas Sistema integral de controle de insetos e roedores

biossegurança

Restrições para a entrada de visitas Instalações com chuveiros na entrada e saída Roupa limpa proporcionada na granja Calçado limpo proporcionado na granja Uso de botas de plástico Mudança de roupa ao sair e regressar à granja Auditoria

Tabela 1. Adaptada de J. P. Vaillancourt. The Cost-Benefit of Biosecurity. Canadian Poultry Magazine (Abril 2001). *Esta é uma comparação relativa de custos

Como uma parte dos processos na produção avícola de hoje, os laboratórios de diagnóstico têm um papel importante, realizando exames para determinar o estado de saúde e níveis de imunidade das aves, além do cumprimento das normas de qualidade. Estas análises também servem para avaliar a efetividade do programa de biossegurança e ajudam na tomada de decisões para manter a saúde e prevenir a introdução de enfermidades.

Agradecimento a Amevea Colômbia por autorizar a publicação desta memória do IVX Seminário Internacional de Patologia e Manejo Aviário de Athens. EUA, 2018

Finalmente, e diante os desafios atuais e futuros, a avicultura comercial está e continuará evoluindo e conseguindo melhorias contínuas em seus sistemas de produção. Os produtores avícolas deixaram de ser “negócios de frangos e ovos” para se transformar em indústrias modernas produtoras de alimentos saudáveis, nutritivos, confiáveis e econômicos para a população do mundo. Estabelecimento e Implementação de um Programa Efetivo de Biossegurança BAIXAR EM PDF

14 aviNews Brasil Março 2019 | Estabelecimento e implementação de um programa efetivo de biossegurança


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PERUS COMERCIAIS PRODUÇÃO

&

DESAFIOS SANITÁRIOS Rodrigo Castillo Agrícola Ariztía

disponível sobre a produção industrial de perus na América

perus

N

ão existe muita informação

Latina. Além disso, são relativamente poucas as publicações científicas, ou técnicas que contribuam de maneira considerável, rápida e efetiva para a obenção do máximo potencial genético da espécie. Além dos manuais técnicos fornecidos pelas empresas de seleção genética, há poucas fontes de informação que proporcionem orientações para produzir: Tamanho e peso ótimos das aves; Rendimento por metro quadrado; Técnicas de produção; Taxa de crescimento e conversão alimentar esperadas; Viabilidade.

Estes e outros aspectos são parâmetros a serem considerados quando um produtor decide investir nesse negócio.

17 aviNews Brasil Março 2019 | Perus comerciais: produção & desafios sanitários


PRODUÇÃO MUNDIAL DE PERUS

PRODUÇÃO MUNDIAL DE CARNE DE PERU NO ANO DE 2013 Milhares de Toneladas Métricas

País

Porcentagem da Produção Mundial

Estados Unidos

2,623

49.1

União Europeia

1,909

35.7

Brasil

520

9.7

O rendimento por metro quadrado da

Canadá

165

3.1

produção de perus comerciais ao ano é

Rússia

100

1.9

menor comparado à produção de frangos.

Outros

24

0.4

Total

5,341

100.0

Somado a isso, nos últimos anos a

Figura 1. Principais países produtores de carne de peru no mundo

produção e consumo mundiais de perus vêm se mantendo constantes, sendo

Três países do continente americano

Estados Unidos, Brasil, Itália e França

e um da América Latina figuram

os principais produtores (Figura 1).

entre os maiores produtores de carne de peru do mundo.

Entre eles, os EUA são indiscutivelmente o

perus

maior protagonista, com uma participação de 49% da produção mundial (2013).

ÍNDICE DE CONVERSÃO & RENDIMENTO DE CARCAÇA A ocorrência de Influenza Aviária nesse país no

O progresso genético do peru nos últimos

ano de 2015 significou

anos se caracterizou por uma forte pressão

uma redução muito

de seleção para melhorar a conversão

substancial na oferta

alimentar e conseguir maior peso da ave

e, consequentemente,

viva, com a importante contribuição do

um aumento de preços

corte mais nobre do peru, que é o peito.

da carne de peru.

Um dos aspectos que pode estimular o produtor a optar pela produção de perus é o

Para que o peru expresse todo o seu potencial, deve existir um perfeito equilíbrio entre o ambiente, sanidade e nutrição. 18 aviNews Brasil Março 2019 | Perus comerciais: produção & desafios sanitários

maior rendimento de carcaça, em comparação com o rendimento do frango. Porém, ainda assim, o grande desafio da indústria é poder comercializar as carnes escuras do peru (principalmente as pernas).


RENDIMENTO POR METRO QUADRADO

Outro fator importante para o início desta atividade é o rendimento por metro quadrado, que exerce uma grande pressão para identificar quais fatores devem ser corrigidos e manejados para permitir maior obtenção de carne.

FATORES NUTRICIONAIS

Dentre os fatores nutricionais que são particularmente relevantes na produção de perus encontram-se: O alto nível de energia que se deve

O rendimento por metro quadrado

incluir na dieta, o que repercute

da produção de perus comerciais é

vigorosamente no custo de produção.

aproximadamente 15% menor ao ano comparado à produção de frangos.

O custo de uma dieta de perus é, em média, 6% mais caro que o da dieta

a mortalidade o mais baixa possível durante a primeira semana de vida, até o final do cliclo de engorda, para reduzir o custo de produção.

de frangos de corte. E esta diferença pode ser, inclusive, maior no caso de

perus

Um exemplo disto é a importância de manter

países que não são produtores de grãos, onde deve-se buscar fontes alternativas de energio e/ou melhoradores da utilização das gorduras, assim como

Para isso, o melhoramento dos sistemas

uma excelente saúde intestinal.

de calefação, ventilação e iluminação é fundamental para que permitam otimizar as densidades na criação e engorda e, com isso, o rendimento e a eficiência na produção de perus.

O custo da alimentação de perus é 6% mais caro que o custo da de frangos

19 aviNews Brasil Março 2019 | Perus comerciais: produção & desafios sanitários


PRODUÇÃO NA AMÉRICA LATINA

CRIAÇÃO DE PERUS

No caso da América Latina, os países onde se produz peru de forma industrial são Brasil, Peru, Equador, Colômbia e Chile. Outros países têm alguma produção menor e primordialmente sazonal. CRIAÇÃO

ENGORDA

No caso do Chile, as empresas são proprietárias de toda a cadeia produtiva, desde os planteis de reprodutoras até a

35-38 Dias

comercialização dos produtos, passando por fábrica de ração, incubadoras

Os perus são enviados da planta de incubação

O principal destino das carnes de peru é a exportação a diferentes mercados como México, EUA e União Europeia, entre outros,

às granjas, onde são sexados pela cloaca.

CRIAÇÃO

perus

e plantas de processamento.

A criação abrange desde o dia de chegada dos filhotes até os 35-38 dias. A preparação do galpão é fundamental para o sucesso desta etapa.

além da elaboração de embutidos (presuntos,

Uma prática comum é colocar comedouros e

salsichas etc.) para consumo interno.

bebedouros suplementares para os primeiros dias. Geralmente os pavilhões utilizados para essa finalidade contam com sistema de ventilação mínima e, em alguns casos, com opção de ventilação forçada de túnel. Porém, frequentemente, encontramos apenas ventilação natural (cortinas laterais automáticas).

VAZIO SANITÁRIO Uma vez vazias, as granjas de criação são preparadas para um novo lote a partir de lavagem, desinfecção e acondicionamento, antes de iniciar uma nova criação.

O tempo mínimo de vazio sanitário entre lotes é de 15 dias 20 aviNews Brasil Março 2019 | Perus comerciais: produção & desafios sanitários


6,5 - 6,7 kg 78-80 Dias

18 -20 kg 120 - 140 Dias

ENGORDA

ENGORDA

ENGORDA

A etapa de engorda contempla, para as fêmeas, um primeiro cenário até os 78-80 dias com um

ENGORDA

Por terem menor peso, as fêmeas normalmente são destinadas à produção de perus inteiros e são desunhadas (corta-se a última falange do dedo médio) com o objetivo de diminuir os problemas de pele por arranhões, que resultam em condenações na planta de processamento e perdas de categoria.

peso da ave viva de cerca de 6,5 a 6,7 quilos; e/ou até os 90 dias com 8 quilos de peso da ave viva. Para o caso dos machos, o objetivo é alcançar 18-20 quilos aos 128-140 dias de idade.

perus

90 Dias 8 kg

DENSIDADES As densidades normais usadas no caso de se ter galpões com apenas um sexo, são de 6 perus/m2 no caso das fêmeas e 3,2 perus/m2 para os machos. Para o caso de galpões mistos, as densidades dependerão do peso objetivo das fêmeas, pois

Na América Latina, a prevenção da coccidiose em perus

os machos necessitam espaço para poder se mover

é feita a partir da incorporação de anticoccidianos

e deslocar dentro do galpão, com o objetivo de

ionóforos na dieta, coisas que em outros países se

fortalecer as pernas que, depois dos 100 dias, devem

faz através da aplicação de vacinas durante a primavera

suportar um crescimento substancial do peito.

e verão, além de ionóforos no outono e inverno.

A IMPORTÂNCIA DE PESAR OS ANIMAIS É importante, tanto na

Para isso existem balanças eletrônicas no mercado, que

A informação sobre

criação, como na engorda,

além de informar o peso médio, fornecem outros valores

o consumo de água e

monitorar semanalmente

como uniformidade expressa em coeficiente de variação

ração também é muito

o peso das aves.

(CV), ajudando a realizar uma melhor gestão do lote.

importante e útil.

21 aviNews Brasil Março 2019 | Perus comerciais: produção & desafios sanitários


PROBLEMAS SANITÁRIOS RECORRENTES

Por isso, o foco deve ser a prevenção em vez da terapêutica, para o que deve-se contar com medidas de biosseguridade muito boas, evitando ao máximo a entrada de aves silvestres nos galpões, pois podem ser portadoras mecânicas.

No caso de um surto é necessário isolar completamente o galpão, fazer uso de

HISTOMONIASE

roupas e botas exclusivas para o galpão afetado e instalar barreiras antimigratórias

perus

Essa doença é produzida pelo protozoário Histomonas meleagridis e pode se manifestar em qualquer etapa, porém é muito mais severa nos machos em crescimento.

no seu interior para formar currais que ajudem a diminuir a disseminação do parasita entre seções do galpão, podendo enviar as aves para a planta de processamento o mais rápido possível.

Ainda que as fêmeas também possam apresentar sinais e lesões, o aumento da mortalidade é mais

SALMONELLA SPP.

modesto que nos machos. Se não for realizado nenhum tratamento, a morbidade e mortalidade podem chegar a 100%. O problema hoje em dia é que os produtos utilizados para seu controle estão fortemente regulados e alguns deles já não são produzidos e, portanto, não estão disponíveis no mercado.

As Salmonellas móveis normalmente não causam problemas clínicos nos perus, porém representam um importante problema de segurança dos alimentos, tornando-se um limitante para a comercialização da carne. Ainda que existam ferramentas úteis como vacinas, aplicação de acidificantes para a água de bebida, probióticos e prebióticos, o principal é contar com um excelente programa de biosseguridade na granja.

22 aviNews Brasil Março 2019 | Perus comerciais: produção & desafios sanitários


CÓLERA AVIÁRIA A cólera aviária causada pela Pasteurella multocida pode gerar um grande impacto econômico. É importante contar com um correto e oportuno diagnóstico que inclua isolamento, identificação e serotipificação da bactéria isolada, com o objetivo de determinar se é necessário incorporar bacterinas autógenas se o serotipo identificado não

A correta aplicação do PLANO DE BIOSSEGURIDADE no galpão é o primeiro escalão de uma criação de perus de sucesso

está incluído nas vacinas, ou bacterinas comerciais disponíveis localmente. Quando são permitidas, as fluoquinolonas (e. g. Enrofloxacina) são bastante efetivas no controle da infecção.

Quando MAIOR é MELHOR


MICOPLASMOSE

Causada por Mycoplasma gallisepticum é outra doença de alto impacto na produção de perus, pois é muito contagiosa e age como precursora de quadros clínicos bacterianos secundários severos, que podem provocar a morte dos animais

perus

e/ou gerar grandes condenações na planta de processamento. O uso de fármacos antimicoplásmicos (macrólidos) contra um surto ajuda a contê-lo, porém o lote deverá ser enviado à planta de processamento com a maior brevidade possível. Isolar o setor e restringir o movimento ao máximo para evitar disseminar a doença são ações muito necessárias, assim como extremar as medidas de biosseguridade. Uma vez retiradas as aves e a cama, deve-se lavar e desinfectar o galpão e os equipamentos, além de garantir um período de descanso adequado antes de repovoar a granja.

24 aviNews Brasil Março 2019 | Perus comerciais: produção & desafios sanitários


PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS

Também pode-se observar problemas respiratórios como a infecção por Ornithobacterium rhinotracheale e/ou Metapneumovirus aviário (ORT/TRT). Esas infecções são mais patentes durante o inverno, quando se tende a

PROBLEMAS DIGESTIVOS

Também podem surgir casos de Enterite Necrótica (Clostridium perfingens), que geralmente são precedidos por algum fator estressante (interrupções no fornecimento de água, falta de ventilação, excesso de calor, coccidiose etc.).

fechar mais os galpões, deteriorando-

perus

se a qualidade do meio ambiente.

Em resumo, a produção de perus é um ramo da avicultura no qual: Faltam muitos campos a serem pesquisados e melhorados; Muitas técnicas e experiências são derivadas e adaptadas da indústria produtora de frangos de corte; Nunca se deve esquecer que os perus são um tipo de ave diferente e que, não necessariamente, respondem da mesma maneira. A indústria de perus trabalha para produzir uma proteína animal alternativa de alta qualidade, saudável e de custo acessível.

Perus comerciais: produção & desafios sanitários

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25 aviNews Brasil Março 2019 | Perus comerciais: produção & desafios sanitários


DESPERDÍCIO

OUTRO GRANDE DESAFIO O

DURANTE

PROCESSAMENTO DOS FRANGOS

matadeiro

Eduardo Cervantes López Consultoria Internacional - Gerência Produtiva e Inovadora em Processamento de Aves

Por que ocorrem? A título de exemplo, se relacionam as seguintes circunstâncias pontuais:

T

radicionalmente, nas fábricas se centraliza a atenção na Redução de Condenações. Estas são definidas

como as retiradas parciais ou total das aves, resultado de um inadequado manejo durante as operações de Pré-abate e Abate Animal. Durante as visitas às fábricas processadoras se observa outra Oportunidade de Melhoramento, a qual se encontra sobre os equipamentos e os andares principalmente: Cortes ou frangos Qualidade Grau A. O propósito deste artigo é convidar aos leitores para que dentro do controle de perdas em rendimento, incluam esta situação denominada: Desperdícios, que em algumas fábricas chegam a representar uma importante quantidade de quilos de primeira, que acabam aumentando os subprodutos que são recebidos nas fábricas que os processam.

Apesar de os ganchos serem adequados para o peso das aves que estão sendo processadas, o pessoal não encaixa os pés até o fundo dos ganchos.

Atualmente, são processados frangos grandes – pesos superiores a 3.0 quilos -, cujos pés são grossos. Portanto, sua espessura e a rigidez do gancho não permitem que eles cheguem até a parte inferior dos mesmos. Como os pés não ficam devidamente presos, alguns frangos estão inseridos nas seguintes etapas do processo: Sangria Escalda Depenagem Evisceração

26 aviNews Brasil Março 2019 | DESPERDÍCIO: Outro grande desafio durante o processamento dos frangos


O movimento dos tambores porta dedos, ao passar pelas aves, facilita sua queda. Em muitas fábricas as penas são recolhidas usando esteiras transportadoras, que as leva para fora da fábrica, onde são armazenadas temporariamente em tremonha. Nos outros casos, os frangos caem diretamente no canal que se encontra no chão. Uma permanente recirculação de água, evacua as penas misturadas aos frangos a outra seção, onde são depositadas transitoriamente em tremonha. O posicionamento das aves nos equipamentos que formam a infraestrutura automática, às vezes não é o adequado. É por isso que, durante o funcionamento das máquinas, os frangos caem sobre a bandeja coletora localizada na parte inferior. Em outros casos, acabam no chão. A regulamentação Sanitária em alguns países – especialmente os que preparam produtos para exportação -, não permite o reprocessamento. Consequências: esta carne é enviada às fábricas processadoras de subprodutos.

27 aviNews Brasil Março 2019 | DESPERDÍCIO: Outro grande desafio durante o processamento dos frangos

matadeiro

Túnel de Sangria Escalda

Produto do movimento da água para facilitar a abertura do folículo, os frangos se soltam dos ganchos. Ao terminar o processo, uma vez que os tanques tenham sido desocupados, encontramse totalmente cozidos. São outra parte da matéria-prima circunstancial que a processadora de subprodutos recebe.

Evisceração

Dependendo da velocidade do processo e das características desta área, em muitas ocasiões as aves não podem ser retiradas para serem penduradas novamente. Por isso, o sangue vai cobrindo-as. Por esta razão, chegam, finalmente, à fábrica onde os subprodutos são processados.

Depenagem

EXPLICAÇÃO


Uma situação similar ocorre com os miúdos: fígados, corações, moelas, pescoço e pés.

SEÇÃO DE CORTES E DESOSSA

Na seção de Cortes e DESOSSA a porcentagem de desperdícios é muito crítica em algumas fábricas. Nelas se percebe os seguintes detalhes:

Cortes

O processamento das aves requer que elas sejam deslocadas penduradas em transportadores aéreos ao longo do abate. Portanto, deve-se dispor de uma rede de canais em algumas seções na área de Evisceração. Em certas ocasiões observa-se que os canais coletores não estão instalados, especialmente entre as diferentes máquinas. Ao soltarem-se dos ganchos, as aves caem no chão, onde são contaminadas. Dependendo do quão estrita seja a regulamentação sanitária, chega-se a situações em que o reprocessamento não é aceito.

As partes são mobilizadas em esteiras transportadoras que, ao momento de serem descarregadas aos contêineres, não são depositadas dentro deles. Caem ao chão porque a parte do canal, ou tobogã é muito curta e estreita. No caso de uma repressão de peças, estas também vão saindo dos canais e caem no chão.

Carne desossada

matadeiro

Infraestrutura Ineficiente

É transportada através de esteiras. Por não ter a espessura adequada, pequenos pedaços se alojam debaixo da esteira sanitária. Continuam colados a esta até caírem no chão, ou terem sua textura totalmente afetada, sendo enviados ao tanque de descartes.

28 aviNews Brasil Março 2019 | DESPERDÍCIO: Outro grande desafio durante o processamento dos frangos


Soluções para esta custosa problemática. QUEDA DE FRANGOS DOS GANCHOS NO TRANSPORTADOR AÉREO DE ABATE.

Em fábricas onde o processo de evisceração não é automático, a pendura dos frangos no transportador aéreo demanda especial cuidado. Se as aves não são bem colocadas e presas nos ganchos, soltam-se durante sua manipulação pelo pessoal que retira, gradativamente, todas as partes do sistema digestivo, caindo no canal onde são descarregadas as vísceras e tornandose não aptas ao consumo humano. Em outras partes do trajeto também caem ao chão. Com o objetivo de solucionar este problema, recomenda-se revisar: As condições ergonômicas do pessoal que pendura os frangos no transportador aéreo. Igualmente, o método de trabalho utilizado. Ambos aspectos devem ser os adequados.

matadeiro

Felizmente, já existem ganchos expansíveis na área onde se deslizam os pés, permitindo que cheguem até a parte inferior. O sistema retrátil de fixação garante que os frangos não se soltem durante as operações de Sangria, Escalda e Depenagem. Resultado deste redesenho operacional, os ganchos também garantem que na passagem dos frangos pela depenadeira, os dois pés se mantenham corretamente localizados. Desta forma, soluciona-se o problema de ter que posicionar uma pessoa à saída da última depenadeira para reencaixe dos pés no gancho. Consequentemente, os frangos chegam à cortadora de pés bem posicionados, a fim de que esta operação seja realizada de forma adequada.

O uso cotidiano dos ganchos faz com que se expanda a área por onde são deslizadas as pontas, afetando o nível de suporte que precisam ter. Constatar esta condição crítica nos ganchos é uma tarefa permanente na jornada da equipe gestora da fábrica, principalmente, da área de evisceração, junto com o grupo da manutenção.

Com o propósito de evitar que os miúdos – fígados, corações, moelas -, caiam ao chão, o percurso, o deslocamento destes produtos, através das bandejas, canais e tubos, deve ser fluido. Desta maneira, não se formam gargalos.

29 aviNews Brasil Março 2019 | DESPERDÍCIO: Outro grande desafio durante o processamento dos frangos


matadeiro

Em suma, a diminuição dos desperdícios Na seção de cortes e desossa, o supervisor deve monitorar a forma como os operários manipulam os frangos inteiros e partes removidas. A meta é que ambos os fluxos se dêem pelas esteiras transportadoras. Quando estas partes não são colocadas de forma correta na superfície do transportador, começam a se deter, a se acumular e, por último, a cair ao chão. Uma situação similar ocorre quando o mecanismo que retira a estrutura óssea do peito se desajusta e não as descarrega dentro das caixas, ou tanques. Este material é processado mecanicamente em outro lugar.

é uma atividade que demanda a avaliação permanente da Qualidade e Efetividade dos diferentes processos que são realizados na fábrica. Os trabalhadores devem manipular todas as partes que sejam para a venda, com um nível de rendimento e muito cuidado, com o objetivo de que sempre sejam deslocadas dentro do sistema de transporte que tem a fábrica. A administração também deve estar monitorando cada detalhe que, potencialmente, possa facilitar a queda de produtos ao chão. Esta disciplina operacional ajuda a aumentar o Rendimento em carne na fábrica. Esta quantidade de quilos adicionais torna possível reduzir o custo unitário dos produtos que são processados. DESPERDÍCIO: Outro Grande Desafio Durante o Processamento dos Frangos

30

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TEMPERATURA DAS

AVES

DO NASCEDOURO À GRANJA incubação

Juan Carlos López, PhD Hendrix Genetics, Kitchener, Ontario, Canadá

N

o momento do nascimento das aves de produção há três sistemas fisiológicos que não estão

completamente desenvolvidos: O digestivo O imune O termorregulador

Neste artigo abordaremos o termorregulador.

33 aviNews Brasil Março 2019 | Temperatura das aves: do nascedouro à granja


Ao sair do ovo, as aves se comportam como

a

animais poiquilotérmicos: sua temperatura

Saíd

Temperatura corporal ao nascimento

corporal aumenta ou diminui conforme a

ovo do

temperatura exterior, o que causa nas aves um esforço metabólico. Deverão transcorrer em torno de 4 dias

Tª corporal em função da Tª exterior

em aves provenientes de lotes adultos e de 5 a 6 dias em aves provenientes de lotes jovens para que seu sistema termorregulador se comporte como homeotérmico (temperatura corporal constante).

incubação

Pressupõe-se que as aves provenientes de lotes mais jovens apresentam uma diferente composição de lipídios em sua gema, o que seria o fator que faz com que elas precisem de mais tempo para passar totalmente de poiquilotérmicos a homeotérmicos

Zona de conforto Existe uma faixa de temperatura

Definição

corporal chamada zona de conforto. Nesta faixa as aves se encontram em uma zona de temperatura na qual, sem maior esforço, estão confortáveis com a temperatura ambiente:

Atividade metabólica mínima

A temperatura ideal deve estar entre 39,5-40,5 ºC (103-105 °F) nos primeiros três a quatro dias após sair da casca. Aos 7 dias, a temperatura cloacal deve superar os 41,1 ºC (106 °F).

Baixo gasto energético

A melhor forma de “encontrar” essa zona de conforto é medindo a temperatura cloacal das aves.

Se a temperatura cloacal for superior ou inferior a essa faixa, deverão ser feitos ajustes na temperatura ambiental.

34 aviNews Brasil Março 2019 | Temperatura das aves: do nascedouro à granja


Onde medir a temperatura cloacal? Nascedouro Essa informação nos ajudará 6 horas antes de retirá-las do nascedouro No momento da retirada

a ajustar a temperatura e a ventilação do nascedouro de acordo com o lote de aves que há nesse momento dentro da máquina. Se a temperatura das aves for superior a 40,5 ºC (105 °F) e o sistema de esfriamento da máquina não permitir reduzir mais a temperatura, as aves deverão ser retiradas e alojadas em um recinto que proporcione sua zona de conforto.

O da esquerda, depois de nascer, foi exposto a uma correta temperatura no nascedouro e retirado a tempo para sua sexagem e processamento.

Após o processamento ou serviço Durante a sexagem, a vacinação ou os tratamentos de bicos ou dedos, a temperatura das aves diminuirá para faixas entre 38,3- 38,9 ºC (101-102 °F).

Deve-se ter um cuidado especial com as aves após a exposição a vacinas por aspersão, já que sua temperatura pode cair muito se a gota administrada não for a correta. Ao terminar tais manejos, já no recinto onde aguardam para serem carregadas ao caminhão, as aves devem recuperar sua temperatura corporal entre 39,5-40,5 ºC (103-105 °F).

A ave da direita foi exposta a altas temperaturas por um tempo prolongado dentro do nascedouro. Chama a atenção a desidratação do peito da ave da direita.


Durante seu transporte Ao chegar à granja de destino, à medida que as aves são descarregadas do caminhão, deve-se monitorar a temperatura das aves no interior das caixas.

incubação

Se possível, em diferentes partes do caminhão, principalmente quando este for de grande porte.

Na granja Além da correta temperatura do ar do galpão, é importante que o chão esteja climatizado antes da chegada das aves.

A foto abaixo mostra como se distribuem as aves em um círculo de recepção dependendo da temperatura do chão. Nota: não somente a baixa temperatura, mas também a alta temperatura fará com que as aves não procurem bebida e alimento. Sobreviverão durante dois ou três dias graças aos nutrientes que encontrarem no saco da gema, mas morrerão logo depois.

33,3ºC

36 aviNews Brasil Março 2019 | Temperatura das aves: do nascedouro à granja

31,1ºC 30,0ºC


A foto ao lado mostra um erro comum em algumas empresas As aves, após terem sido descarregadas do caminhão, passam longos períodos dentro das caixas empilhadas antes de ter acesso a comida e bebida.

Se as aves se recusarem a beber e comer como consequência de uma situação ambiental muito adversa, a necropsia revelará sinais de:

incubação

Emaciação e desidratação como inflamação renal. Ureteres distendidos com uratos Aumento de tamanho da vesícula biliar e distensão com bile Músculos escurecidos e desidratados, principalmente os peitorais, os quais perdem sua aparência carnuda.

A temperatura corporal de nossas aves depende totalmente de nossos manejos nos primeros dias. Ao estarem as aves fora de sua zona de conforto 39,5-40,5 ºC de cloaca (103-105 °F), elas realizam ajustes metabólicos que geram gasto energético.

Esse gasto se reflete em baixo ganho de peso, pobre conversão alimentar e desuniformidade. Se a situação de estresse térmico for forte e prolongada, as aves deixarão de beber e de se alimentar ao ponto de morrer.

Temperatura das aves: do nascedouro à granja

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37 aviNews Brasil Março 2019 | Temperatura das aves: do nascedouro à granja


UNIFORMIDADE DAS

REPRODUTORAS

reprodutoras

Cristiano Emanuelli Pereira Gerente Técnico da Cobb para SC, RS e Sudoeste do PR

O

principal objetivo de uma operação de matrizes de corte é a produção de pintos de corte de qualidade, no volume necessário para atender o fomento agropecuário. Entendemos como produção de pintos de corte, o atendimento de, no mínimo, o número de pintos por matrizes contemplado nos padrões Cobb 500. Da mesma forma, quando observamos padrões de qualidade de pintos, buscamos a uniformidade como um dos principais indicadores de boas práticas, pois essa uniformidade e qualidade refletem diretamente nos resultados de desempenho inicial de frangos de corte, peso 7 dias e como consequência desempenho superior.

38 aviNews Brasil Março 2019 | Uniformidade das Reprodutoras


A capacidade de gerar os indicadores corretos para medir o resultado das tarefas executadas e gerenciá-los é essencial para correção dos desvios que sempre ocorrem.

Entre inúmeros indicadores, a gestão da curva de peso padrão durante a recria é uma das tarefas mais críticas durante essa fase. Seguir com os ganhos de pesos esperados a cada semana é fundamental.

Para isso precisamos ter boa qualidade de formulação e ingredientes, atingindo previsibilidade nos estímulos realizados com o GAD padrão (gramas ave dia), qualidade de equipamentos de pesagens e a distribuição de ração, que também é outro aspecto crucial para bom controle de peso, assim como a escolha do melhor programa de restrição alimentar.

A velocidade do circuito de distribuição de ração deve ser boa, de forma a completar o giro em menos de 3 minutos.

Caso esse seja um fator limitante, considerar a utilização de caçambas complementares para melhorar a distribuição de ração em aviários longos.

reprodutoras

Bons resultados de uniformidade em produção são consequência de trabalho técnico sendo muito bem feito em recria. E, para isso, não basta apenas conhecimento e habilidades técnicas, a capacidade de mapear atividades críticas a serem realizadas, planejar, organizar e acompanhar essas atividades são vitais. Sem isso a execução estará comprometida.

No caso de comedouros prato, sistemas de pesagens que possibilitem o conhecimento e gerenciamento do volume de ração distribuído por circuito é fundamental para o controle de peso e uniformidade. Tão importante quanto a distribuição da ração, também são os: Controles das densidades de aves Espaço de comedouro e bebedouro semanalmente Intensidade luminosa uniforme e adequada

39 aviNews Brasil Março 2019 | Uniformidade das Reprodutoras


A Jamesway sabe que quando você investe em um equipamento de incubação, espera algo mais que uma simples máquina. Você quer um aliado, que entenda como funciona sua planta de incubação, garantindo produtividade excelente e projetando um equipamento de longa duração. A Jamesway está ao seu lado desde o início, ao longo de sua primeira incubação e durante todo o tempo em que você possua as máquinas. E se são da Jamesway, será por muito tempo.

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Com o sucesso no controle de peso durante a recria teremos, consequentemente, a conformação de peito esperada para cada fase, assim como uma adequada reserva de gordura pélvica e na asa, atingindo os objetivos de formação de uma reprodutora pronta para receber o primeiro estímulo de luz.

A pesagem deve ser feita pela asa, pesando individualmente para ser possível calcular a uniformidade e o Coeficiente de Variação (CV).

O controle de peso das aves dentro do padrão Cobb é fundamental e, para tanto, torna-se necessário um bom sistema de pesagem.

3% para fêmeas 10% dos machos

Deve-se fazer pontos fixos e prédeterminados em todo o aviário. Durante o crescimento, devemos pesar fêmeas e machos separadamente. A pesagem deve ser feita na idade de fechamento da semana, aniversário do lote (data de chegada na granja) e caso haja diferentes datas de alojamento, definir uma idade única, aproximando para pesagem das aves. Lembrar de fazer a correção de peso de acordo com a idade é um ponto importante para evitar erros nesse quesito. É importante ressaltar que, na primeira e segunda semana (no mínimo), a pesagem deve ser feita na idade correta. O início das pesagens deve ser pela manhã, mantendo sequência de aviários durante todo o ciclo.

Respeitando esse percentual em todas as categorias e nunca menos de 30 aves nem que 2 pontos de pesagem por box, pesando todas as aves fechadas.

reprodutoras

A amostragem do lote deve ser:

Levar em consideração os pesos com e sem ração no papo, conforme padrão de peso Cobb. As balanças devem ser constantemente aferidas, pois interferem diretamente na qualidade das seleções. Desde o primeiro dia separamos as aves leves, fornecendo para essa categoria melhor aquecimento, maior consumo de água e ração. A separação de aves leves é um trabalho de rotina desde o recebimento, até a primeira seleção 7 dias. Contudo, a separação de aves menores deve ser feita através de apanha desde os primeiros dias. Não aguardar a seleção 7 dias para ser essa primeira separação. Fazer isso desde os primeiros dias. As aves leves apanhadas devem receber ração à vontade, até atingirem o peso padrão.

41 aviNews Brasil Março 2019 | Uniformidade das Reprodutoras


A realização de seleções 100% deve seguir o programa abaixo:

1ª seleção 100% (balança)

7 dias

2ª seleção 100% (balança)

28 dias

3ª seleção 100% (balança)

8 sem.

4ª seleção 100% (balança)

12 a 14 sem.

reprodutoras

A partir de 18 semanas podemos realizar seleção por fleshing, onde se separam as mesmas por escore de peito. As aves com peito mais fraco em relação às demais, poderão receber suplementação de ração para ajustar a conformação. As aves ainda poderão ser transferidas por categoria de peito, montando lotes com mesmas características. A seleção das 18 semanas, se o pessoal da granja não for bem treinado para separar as aves por fleshing, também pode ser realizada por balança.

Pesadas Todas as aves que apresentarem peso superior a 8 a 10% do peso médio (na 2ª, 3ª e 4ª seleção).

Médias Todas as aves com peso superior às fracas e inferior às pesadas.

Leves

Todas as aves que apresentarem peso inferior a 8 a 10% do peso médio (em todas as seleções: 1ª, 2ª, 3ª e 4ª).

Super-leves Todas as aves que apresentarem peso inferior ao peso médio nos seguintes percentuais: 2ª Seleção (- 25%), 3ª Seleção (- 20%), 4ª Seleção (- 15%).

42 aviNews Brasil Março 2019 | Uniformidade das Reprodutoras

O objetivo dessas seleções é proporcionar uma competição mais justa na disputa pelo alimento e, também, fornecer um volume adicional de ração para as aves menores, controlando os ajustes para as pesadas, evitando o sobrepeso.

Na definição dos pontos de cortes, considerar que quanto maior a amplitude definida para a categoria de médias (exemplo + 10% e -10%), poderemos ter maior desuniformidade dentro dessa categoria, quando poder-se-ia ter uma amplitude menor (exemplo + 7% e – 7%). Com isso, tem-se maior número de aves nas categorias de pesadas e leves, trabalhando o controle de estímulos, com incrementos e restrição, ajustando o ganho de peso e conformação dessas aves mais rapidamente e evitando refugagem, ou sobrepeso dessas dentro da categoria de médias.


A partir de 18 semanas, o ideal é realizar uma seleção por fleshing, separando assim as aves por escore de peito. Essa separação irá facilitar o manejo de administração de estímulos de GAD no final da Recria, afim de buscar o correto escore de peito e reserva de gordura pélvica na transferência.

O mesmo raciocínio vale para categorias de super-leves. Esse trabalho possui crucial importância na fase compreendida entre 8 e 12 semanas, quando desejamos ter um controle muito acentuado do ganho de peso e massa muscular de peito das aves, ou seja, quando desejamos “adormecer o frango”. Não à toa temos duas seleções 100% nos limites dessa fase, 8 e 12 semanas.

Obter a conformação correta das aves é fundamental para obter uma boa manutenção da produção pós-pico. Lotes com conformação inadequada possuem a tendência de ter baixa manutenção do pico de produção.

Idade

Gordura Pélvica

Fleshing 2

3

4

12

60%

40%

16

40%

60%

-

-

19

<15%

70%

15%

>40%

20

<10%

60%

30%

>75%

21

<5%

50%

45%

>85%

22

-

40%

60%

>90%

Nessa seleção por peito, não devemos misturar as categorias das aves. Sendo assim, deve-se, dentro da mesma categoria, separar aves com escore de peito adequado e inadequado.

reprodutoras

Outro critério importante que pode ser aplicado é utilizar, a partir da seleção da quarta semana, o peso padrão como referência para os cortes, fornecendo as informações necessárias para conduzir o lote para o peso padrão. Em lotes com boas uniformidades iniciais, tem-se maior facilidade para trabalhar com esse critério. Contudo, em lotes desuniformes pode-se ter grande parte das aves concentradas em poucas categorias.

Formato do Fleshing das fêmeas Baseado na idade

Condições necessárias em um mínimo de 95% das fêmeas 4 semanas formato # 3-4 12 semanas formato # 2-3 (60% # 2 & 40% #3) 16 semanas formato # 3-2 (60% # 3 & 40% # 2) 21-22 semanas formato ## 4-3 (60%# 3& 40% # 4) No momento da simulação de luz Gordura pélvica >90% fêmeas 25 semanas formato ## 3-4 (50%-50%)

43 aviNews Brasil Março 2019 | Uniformidade das Reprodutoras


reprodutoras

Dessa maneira, teremos aves da “categoria leve” com peitos adequados e inadequados, “categoria média” com peitos adequados e inadequados e “categoria pesada” com peitos adequados e inadequados. As aves com peitos inadequados, ou insuficientes para idade, devem receber uma suplementação a mais de GAD, afim de obter a correta conformação na transferência. Esse volume de suplementação semanal leva em consideração a recuperação do lote. Observa-se sempre a diferença de peso, comparando com o peso das aves médias do lote. Fundamental ter a gestão da recuperação e controle de peso das aves, utilizando todos os recursos possíveis: visita ao lote, avaliação manual das aves, acompanhamento, em gráficos, da evolução dos pesos de cada categoria.

Não esperar a próxima seleção 100% para ajustar os ssuplementos. Reduzi-los se os pesos recuperarem já na primeira semana pós seleção. Normalmente, quando a resposta do lote ocorre já na primeira semana, é mais prudente aguardar mais uma semana antes da redução, evitando ganho e perda de peso. Uniformidade, peso e conformação são os três principais indicadores gerenciados durante a recria. Possuem como origem as pesagens semanais, seleções e avaliações técnicas de conformação de peito, reservas de gordura pélvica e na asa, sendo a realização de todas essas, executadas por equipe técnica especializada. Do contrário, a gestão desses números nos levará a tomadas de decisão equivocadas.

Uniformidade das Reprodutoras

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44 aviNews Brasil Março 2019 | Uniformidade das Reprodutoras



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A

IMPORTÂNCIA DA

RECRIA NO

RENDIMENTO PRODUTIVO DE

GALINHAS POEDEIRAS

N

Dr. Fernando Perazzo Universidade Federal da Paraíba

a avicultura moderna, o objetivo básico refere-

poedeiras

se à necessidade de

alojar aves que possam expressar todo seu potencial durante o período de postura. O sucesso até aqui se deve aos altos índices de produtividade que são influenciados pela genética, nutrição, ambiente e manejo. No entanto, o manejo apropriado da atividade avícola deve estar vinculado a uma administração adequada para alcançar os melhores resultados técnicos e econômicos dentro dessa granja. Para que isso ocorra, é preciso um planejamento bem feito no que se refere às instalações, temperatura ambiente, alimentação das poedeiras e todos os fatores relacionados com a uniformidade do lote.

47 aviNews Brasil Março 2019 | A importância da recria no rendimento produtivo de galinhas poedeiras


Temperatura Por ser un animal homeotérmico, a temperatura do ambiente é um parâmetro relacionado ao conforto térmico, sendo a região de termoneutralidade necessária para que a ave possa expressar todo seu potencial genético, havendo maior aproveitamento das estratégias nutricionais. A temperatura ambiente é um fator muito importante que pode afetar o rendimento das aves poedeiras. Temperaturas superiores a 27 °C causam: Perdas produtivas, com redução da espessura da casca, proporcionando a incidência e contaminação por bactérias e/ou coliformes;

poedeiras

Perda de peso dos componentes do ovo; Má formação do ovo e redução da taxa de postura.

O estresse térmico, dependendo da magnitude e duração, pode causar altos índices de mortalidade. Durante o período de cria e recria, a influência da temperatura ambiente causa a redução de ingestão voluntária das aves, o que reduz a ingestão de nutrientes, afetando diretamente a produtividade do lote, culminando na redução do aumento de peso e armazenamento de gordura.

Densidade de alojamento A alta densidade nas gaiolas se torna cada vez mais frequente na criação de poedeiras comerciais, como forma de reduzir os custos de alojamento e equipamentos por ave. No entanto, a redução da área da gaiola por ave, assim como da área de comedouro e bebedouro, se practicada em excesso, pode causar efeito negativo no crescimento e desempenho da poedeira, já que está vinculada à queda no consumo de ração e, consequentemente, redução no peso vivo e desenvolvimento muscular e esquelético da ave. Os manuais das diversas linhagens de postura comercial disponíveis no mercado, apresentam recomendações variadas para densidade, na recria em piso, ou em gaiolas na fase de postura. Entretanto, o uso indiscriminado desta prática pode causar desuniformidade no lote, antecipação, ou atraso da maturidade sexual e, consequentemente, no pico de postura, redução na persistência e produção total, além de desuniformidade no peso dos ovos. Também podem ocorrer prolapso de oviduto, canibalismo e morte.

O que prejudica a uniformidade do lote para o início da postura das aves. O estresse por frio também prejudica a uniformidade do lote, devido ao aumento do consumo de ração, com o objetivo de aumentar o catabolismo e a produção de calor endógeno.

48 aviNews Brasil Março 2019 | A importância da recria no rendimento produtivo de galinhas poedeiras


O monitoramento da avaliação do peso corporal das aves nos períodos de cria e recria é imprescindível para obter boa uniformidade. Aves fora do padrão podem atrasar e anticipar o início da produção de ovos. No entanto, em qualquer das situações haverá compromisso com o rendimento do lote. Para evitar isso, a meta é alcançar 80% de uniformidade, representando uma variação de peso individual de 10% abaixo e 10% acima do peso médio. Deve-se considerar que o desenvolvimento corporal da poedeira ocorre de acordo com uma sequência de eventos.

1 2

Até as 6 semanas de idade, os órgãos do trato digestivo e o sistema imunológico apresentam grande parte de seu desenvolvimento. De 6 a 12 semanas está compreendido um período de crescimento rápido. Etapa na qual a galinha obtém a maior parte do crescimento adulto, ou seja, grande desenvolvimento muscular, dos ossos e plumagem, sendo que 95% do esqueleto se desenvolve ao final das 12 semanas.

Portanto, as boas práticas de produção devem ser buscadas e seguidas desde a incubação, até as fases de cria, recria e produção dos ovos.

Quando o lote é uniforme, há uma garantia de: Um bom pico de postura; Maior massa de ovos; Maior persistência; Um tamanho de ovo uniforme.

Corte de bicos Aves poedeiras, devido à intensificação da produção, são mais suscetíveis a desenvolver agressividade e canibalismo. A manifestação deste tipo de comportamento pode estar associada a: Forma do bico,

poedeiras

Avaliação do peso corporal e uniformidade

Intensidade da luz, Predisposição genética para agressividade, Idade, Nutrição, Densidade na gaiola ou Hierarquia das aves dentro do grupo. O corte de bico, além de evitar o canibalismo, é uma prática de manejo que reduz a mortalidade e o declínio do desempenho produtivo das aves, proporcionando melhor aproveitamento da ração.

Para isso é fundamental a preocupação com a sanidade do plantel, fornecimento da ração, água e temperatura, espaço do comedouro, debicagem, densidade da forma adequada.

49 aviNews Brasil Março 2019 | A importância da recria no rendimento produtivo de galinhas poedeiras


A perda de penas resultante da agressão de outra ave pode causar tanto problemas econômicos ao produtor, quanto problemas de bemestar para as aves. A perda econômica se deve ao fato de que a remoção das penas, leva a problemas na manutenção da temperatura corporal, causando aumento no consumo de alimentos, assim como o aumento na incidência de ovos bicados. O estresse, resultante do mal procedimento e falhas na debicagem, pode afetar a produção inicial de ovos.

poedeiras

Portanto, o corte dos bicos é considerado uma operação de precisão, em que a experiência da equipe que a executa é uma característica fundamental para seu sucesso.

As fases de cria e recria são responsáveis pelo bom, ou mal desenvolvimento das aves, podendo ser influenciadas por diversos fatores que interferem no consumo de alimento, tais como: Ambiente Genética da linhagem, onde haverá peculiaridades específicas; Saúde Exigência nutricional Esses fatores estão inter-relacionados e seus efeitos nas aves são interdependentes, como por exemplo: o arranque inadequado das poedeiras pode influenciar o peso corporal das aves, o que perjudica o período produtivo e peso dos ovos. Os programas de alimentação são parte dos fatores que fornecem uma boa uniformidade ao lote. Sua função é: Ajustar os níveis de nutrientes de acordo com a idade e o desenvolvimento das aves; Fornecer quantidades adequadas de acordo com o requisito;

Alimentação Atualmente, é comum observar o lançamento de galinhas poedeiras no mercado, com altos índices de produção e persistência de produção, junto com um baixo consumo de alimento. Consequentemente, as aves tornaram-se mais exigentes e com dificuldade no ganho de peso.

Otimizar custos; Reduzir excesso de nutrientes e reduzir a excreção de nutrientes não utilizados.

Para que a implementação do programa seja adequada, é necessário conhecer os principais aspectos nutricionais do estágio de desenvolvimento das poedeiras.

Esta prática dará autonomia ao produtor sobre as decisões a serem tomadas a partir da idade e peso do lote, podendo reduzir ou aumentar os níveis nutricionais e regular o consumo de ração de acordo com a necessidade das aves.

50 aviNews Brasil Março 2019 | A importância da recria no rendimento produtivo de galinhas poedeiras


Programa de luz Diversos fatores ambientais cumprem papeis importantes no controle das funções biológicas das aves, sendo a luz um deles. Os programas com iluminação artificial vêm sendo utilizados na criação de poedeiras e espécies para reprodução, com o objetivo de aperfeiçoar o ganho de peso, controlar a idade, retardando a maturidade sexual das galinhas ao estimular o sistema reprodutor no período adequado. A partir daí, o objetivo é estimular a produção de ovos e sincronizar a postura.

Alguns dos efeitos observados em aves criadas sem um programa de luz fora de temporada são:

Aumento da produção de ovos na primeira fase de produção e melhora no número de ovos para incubação, aumentando o tamanho dos primeiros ovos e reduzindo o excesso de peso em aves devido ao armazenamento excessivo de gordura, uma vez que os aumentos de ração nesta fase são para manutenção e produção.

A escolha do tipo de lâmpada dependerá de vários fatores, como custo, durabilidade, manutenção e eficiência. Em termos práticos, lâmpadas incandescentes e fluorescentes são utilizadas por apresentarem maior intensidade e durabilidade.

poedeiras

✗ Atraso de três a quatro semanas na idade do início da produção;

✗ Baixos picos e atrasos de produção;

Conclusão

✗ Falta de persistência na produção; ✗ Diferenças na maturidade sexual entre fêmeas e machos, além de possíveis problemas de eclosão

✗ Sobrepeso das fêmeas.

Quando os procedimentos de controle de luz são realizados adequadamente, mudanças são observadas em vários fatores de produção, tais como:

✔ Casca de ovo de melhor qualidade

No caso de uma mudança na qualidade do alimento, deve-se levar em conta que, para ter boas taxas de produção, é necessário que as práticas de controle de temperatura, densidade de alojamento, avaliação do peso corporal, uniformidade, corte de bicos, alimentação e programa de luz sejam aplicados corretamente. Estes cuidados servem para favorecer o bom desenvolvimento e crescimento das aves, assim como permitir bons índices produtivos na fase de postura e assim garantir o sucesso da atividade.

✔ Menor número de ovos de duas gemas e deformados

✔ Menor mortalidade por prolapso

A importância da recria no rendimento produtivo de galinhas poedeiras

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51 aviNews Brasil Março 2019 | A importância da recria no rendimento produtivo de galinhas poedeiras


PERSPECTIVAS

GLOBAIS E REGIONAIS DA PRODUÇÃO DE

PROTEÍNA ANIMAL NA AMÉRICA LATINA

indústria

Dr. Nan-Dirk Mulder Analista Sênior - Proteína Animal Rabobank

52 aviNews Brasil Março 2019 | Perspectivas globais e regionais da produção de proteína animal na América Latina


A

indústria global de proteína animal enfrentará grandes desafios nas próximas duas décadas. O mercado mundial da carne crescerá 45%, impulsionado pelo aumento da

população, o crescimento dos ganhos e as mudanças de preferência. A carne de aves e o ovo serão as proteínas mais beneficiadas, com um crescimento total, em 20 anos, de 65% e 50%, respectivamente. Essa crescente demanda de proteínas animais, sobretudo pela carne de ave e pelo ovo, é um grande desafio para a indústria avícola de todo o mundo.

indústria

Os mercados se enfrentarão especialmente em países emergentes, onde um desenvolvimento econômico contínuo mudará a demanda dos consumidores de produtos a base de grãos para proteínas animais, com a passagem da compra em mercados tradicionais para a distribuição moderna.

Mercados de consumo: um grande desafio Os crescentes e dinâmicos mercados de consumo serão um grande desafio, especialmente porque 90% do crescimento em proteína animal estará nos mercados emergentes e 65% na Ásia. A América Latina será responsável por 20% dessa porcentagem e continuará sendo um lugar-chave para o crescimento da demanda global. Mas principalmente o crescimento do mercado asiático será um desafio para a indústria, uma vez que a disponibilidade de recursos nessa parte do mundo será muito limitada em termos de disponibilidade de água e terra. Acreditamos que este é um dos grandes desafios estratégicos para os investimentos a longo prazo na indústria mundial de proteína animal.

53 aviNews Brasil Março 2019 | Perspectivas globais e regionais da produção de proteína animal na América Latina


Provavelmente, a indústria asiática será obrigada a se modernizar rapidamente, investindo em métodos de produção mais abrangentes, mais eficientes e verticalmente integrados.

As indústrias também serão levadas a se internacionalizar não só através das importações de grão a baixo custo de países como Brasil, Argentina, Ucrânia e Rússia, mas também de investimentos diretos para garantir o fornecimento.

Problemas sociais: um aspecto cada vez mais relevante Com certeza, os problemas sociais serão mais importantes. A maior pressão sobre os recursos obrigará a abordar a questão da sustentabilidade e dos problemas sociais, que terão uma prioridade inédita, implicando: Mais ênfase na responsabilidade social corporativa Uso de práticas sustentáveis

indústria

Desenvolvimento de conceitos de carne de ave e de ovos que deem soluções aos consumidores mais críticos, como aves de crescimento lento, ovos de galinhas não confinadas ou produtos orgânicos A decisão de introduzir ovos de galinhas não confinadas, inciada na Europa e agora levada a outras partes do mundo, incluindo a América Latina, é um exemplo que exigirá investimentos bilionários na próxima década. Os substitutos da proteína animal também se tornarão uma alternativa crescente, embora atualmente tenham uma participação no mercado ainda pequena (<0,5%). O mercado de substitutos da proteína animal certamente crescerá, dados os grandes investimentos de capital privado, de investidores do Vale do Silício e de empresas da indústria da carne. Mas é provável que a participação desse setor se mantenha abaixo dos 2%-3% em 2025.

54 aviNews Brasil Março 2019 | Perspectivas globais e regionais da produção de proteína animal na América Latina


América Latina: principal objetivo para os investidores

Nas próximas décadas, a América Latina será uma das áreas mais dinâmicas e atrativas para os investidores.

indústria

Sua posição como principal produtora de grãos, especialmente em países com excedentes, como Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, lhe oferece a oportunidade de ocupar a liderança como produtora e exportadora de carne de aves e ovo em mercados globais como o Brasil e, em menor medida, na Argentina, que teve um boom nas últimas duas décadas.

Crescimento mundial O comércio mundial avícola continuará crescendo à medida que a expansão do mercado aumentar a pressão sobre os recursos da Ásia. O consumidor e o varejista também aumentarão suas expectativas sobre os produtos importados, sendo que os exportadores deverão sempre se adiantar às condições dinâmicas do mercado a fim de assegurar sua posição. Isso significa a modernização contínua de padrões e instalações por parte de investidores, com os investimentos sempre próximos dos clientes internacionais.

Vínculos mais estreitos entre importadores e exportadores serão estabelecidos por meio de investimentos globais para aumentar a oferta e a demanda. A América Latina é também uma das indústrias de proteína animal que mais cresce no mundo, representando mais de 20% do crescimento mundial. Países como Colômbia, Peru, México e Argentina pertencem às áreas de maior crescimento no mundo e oferecem muitas oportunidades de investimento não só em termos de expansão de volume, mas também em termos de criação de valor, uma vez que os mercados se modernizam através da participação crescente na distribuição moderna.

55 aviNews Brasil Março 2019 | Perspectivas globais e regionais da produção de proteína animal na América Latina


Muitos desses países têm uma preferência tradicional por produtos avícolas. E podese esperar que suas indústrias se tornem gradualmente regionais, como visto em outras partes do mundo, como Europa, Ásia Central e Oriente Médio. Muitos varejistas e restaurantes fast-food já estão trabalhando em toda a América Latina, mas as indústrias até agora têm se mantido relativamente nacionais.

Perspectivas globais e regionais da produção de proteína animal na América Latina

Certamente, também haverá certa volatilidade nos mercados, como vimos no passado. Mas, pela perspectiva do investimento, a América Latina, junto com o Sudeste Asiático e o Leste Europeu, será a área de investimento em indústria avícola mais atrativa na próxima década. Na região, haverá oportunidades contínuas em termos de volume (mais frangos), valor (mais produtos processados, mais conceitos, mais vendas para o varejo) e investimentos mais consolidados e internacionalizados, com plataformas líderes no mercado e indústrias avícolas de mais rápido crescimento no mundo.

indústria

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56 aviNews Brasil Março 2019 | Perspectivas globais e regionais da produção de proteína animal na América Latina



Pensando um passo à frente:

Combinamos natureza com alta tecnologia

Se você está buscando aditivos para alimentos para animais que melhorem a saúde intestinal e o desempenho, os aditivos fitogênicos para alimentos (AFAs) – derivados de ervas, temperos e plantas – são sua escolha natural. Descubra porque os AFAs estão em pleno crescimento em operações convencionais e sem antibióticos. Encontre mais informações online!

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SAÚDE INTESTINAL & PLANTAS

FORMA PROMISSORA A SER INCORPORADA À PRODUÇÃO DE AVES fitogênicos

UMA

Equipe técnica Delacon

59 aviNews Brasil Março 2019 | Saúde intestinal e plantas – uma forma promissora a ser incorporada à produção de aves


Hoje em dia, a avicultura enfrenta vários desafios: se não são os altos custos de matérias primas para rações ou os baixos preços da carne em diferentes regiões do mundo, são as contínuas discussões sobre a produção animal livre de antibióticos (AB-free), o bem-estar animal e o impacto ambiental da produção avícola intensiva. Com a crescente pressão para reduzir o uso de antibióticos na alimentação animal, o uso de agentes anticoccidianos também vem entrando em evidência, já que tampouco se pode descartar a resistência a longo prazo destes agentes.

fitogênicos

Além disso, como já ocorreu com os antibióticos em 2006, também se fala de possíveis proibições do uso de agentes anticoccidianos. Cada vez mais, destaca-se a importância de se obter aves saudáveis, com elevado e uniforme desempenho durante a criação. Esta é uma meta que pode ser alcançada, principalmente, a partir de aproveitamento otimizado de alimentos oferecidos às aves. Os pré-requisitos básicos para isso giram em torno da otimização dos processos de absorção e digestão. Em resumo: aves com intestino saudável. Contudo, a saúde intestinal pode rapidamente se desequilibrar. O seu ecossistema é bastante competente na habilidade de realizar suas tarefas fisiológicas, porém, é igualmente sensível à quaisquer distúrbios.

60 aviNews Brasil Março 2019 | Saúde intestinal e plantas – uma forma promissora a ser incorporada à produção de aves


Coccidiose O inimigo temido nos galpões avícolas

As infestações se espalham rapidamente, promovendo significativos impactos econômicos na produção animal moderna. As perdas globais, incluindo as de produção, prevenção de doenças e custos de tratamento, chegam a mais de 5 bilhões de dólares ao ano. As manifestações subclínicas, acompanhadas de perdas de desempenho (ex. redução na ingestão de alimentos, baixa eficiência alimentar, etc.) se somam aos impactos econômicos. Diferentes espécies parasitas de protozoários do gênero Eimeria são identificadas como causadoras de coccidiose. Dependendo do estado imunológico do hospedeiro e do número de oocistos ingeridos, a doença pode apresentar diferentes manifestações, produzindo lesões mais ou menos severas ao epitélio intestinal do hospedeiro. Além do mais, as infestações parasitárias não se limitam a apenas uma espécie; geralmente, a coccidiose é resultado de várias Eimeria spp. que acometem diferentes porções do intestino, ao longo da vida das aves. Essa diversidade de afecções dificulta muito o controle da doença.

Contudo, não são somente as infestações por coccídios que causam prejuíso. As lesões ao epitélio acabam favorecendo a ação patogênica de Clostridium perfringens, que se beneficia dos nutrientes mal absorvidos e do aumento de muco excretado pela mucosa intestinal, como mecanismo de defesa.

fitogênicos

A coccidiose é uma doença bastante séria causada por protozoários unicelulares, transmitida de animal para animal pelas fezes. Estes organismos parasitas mitigam seriamente a integridade intestinal das aves, reduzindo significativamente a capacidade de absorção de nutrientes e, consequentemente, o desempenho produtivo dos animais.

Estas infecções secundárias diminuem ainda mais a integridade do epitélio intestinal, muitas vezes resultando em quadros agudos de enterite necrótica. Recomenda-se combater a coccidiose o mais breve possível, porém, essa prevenção não é tão fácil, já que os oocistos são muito resistentes, inclusive à limpeza e desinfecção dos silos. Ainda assim, adotar medidas de higiene é o primeiro passo no controle destes agentes etiológicos no meio ambiente. Quanto aos hospedeiros, deve-se buscar a criação e manutenção de um ambiente intestinal estável e saudável, para que o órgão seja resiliente aos ataques destes protozoários e outros patógenos.

Oocistos de Eimeria

61 aviNews Brasil Março 2019 | Saúde intestinal e plantas – uma forma promissora a ser incorporada à produção de aves


A prevenção é melhor que o combate

fitogênicos

Os métodos de profilaxia convencionais para prevenir e controlar a coccidiose, baseados no emprego de agentes coccidiostáticos e anticoccidianos, vêm sendo questionados quanto ao potencial não-descartável de seleção e surgimento de cepas fármaco-resistentes. Além do mais, os agentes anticoccidianos ionóforos são enquadrados como quimioterápicos antibacterianos, mesmo que pertencentes uma classe diferente aos antibióticos humanos. Com o aumento da pressão do consumidor em relação a problemas de resistência, o amplo emprego destes fármacos na profilaxia contra Eimeria tem sido visto de maneira crítica; há, inclusive, indícios de possíveis proibições do uso dos mesmos. Sem dúvidas, é improrrogável encontrarmos soluções alternativas aos métodos atuais para proteger os lotes de aves da ação parasitária e patogênica de Eimeria.

A resposta parece estar na saúde intestinal, como dizem: “intestino saudável = animal saudável”. Um bom status de saúde intestinal é prérequisito para se obter ótimos desempenho e rentabilidade, particularmente, sob condições desafiadoras como a produção livre de antibióticos ou quadros de coccidiose e enterites. Assim, para fortalecer, estabilizar e melhorar a resiliência do intestino contra patógenos, exige-se uma proteção eficiente... e ainda melhor se for uma solução natural.

Não há substituto para a natureza Quais alternativas naturais aos antibióticos melhoram a resistência contra infecções intestinais, ou seja, combinam a proteção efetiva direta contra os patógenos e o suporte indireto da saúde intestinal? A melhor estratégia para garantir um desempenho adequado e um retorno financeiro é prevenir os desafios, em vez de ter que tratar problemas como a coccidiose ou enterite necrótica (causada pela rápida proliferação da C. perfringens). A solução é simples e vem, novamente, da mesma mãe natureza: os fitogênicos (compostos bioativos a base de plantas) são armas seguras e eficazes, que podem reduzir o dano intestinal provocado pela coccidiose, não apenas de maneira direta, como também indireta, no controle sustentável de infecções primárias e secundárias. A Delacon, líder mundial no mercado e pioneira em aditivos fitogênicos, tem um amplo conhecimento em seleção, combinação e formulação de compostos botânicos para soluções efetivas, feitas sob medida frente aos desafios da produção animal, como melhorar a resistência das aves contra as infecções intestinais. E são precisamente essas soluções fitogênicas completas e bem formuladas, as que claramente se destacam no todo. Não só combinam valiosos compostos bioativos, como os flavonoides, óleos essenciais e saponinas, como agregam a interação sinérgica de todos os ingredientes, proporcionando ações que vão além daqueles efeitos de uma única substância.

62 aviNews Brasil Março 2019 | Saúde intestinal e plantas – uma forma promissora a ser incorporada à produção de aves


Segundo nível

No segundo nível, há a inibição de Quorum sensing (interrupção das vias de comunicação entre bactérias), o que reduz alguns fatores de virulência bacteriana (ex. supressão da produção de enterotoxinas por C. perfringens), evitando-se assim o potencial patogênico de colonização e dano ao epitélio intestinal, assim como, estabilizando o ecossistema intestinal. No terceiro nível, as propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes dos compostos fitogênicos reduzem a reatividade inflamatória e o potencial oxidativo no organismo das aves frente aos desafios enfrentados pela mucosa intestinal. Estes efeitos têm impacto direto na utilização metabólica de nutrientes absorvidos, destinando-os à deposição de proteína animal.

O resultado: redução de lesões por patógenos, aumento da imunidade local e melhora da integridade intestinal, o que leva a uma maior absorção e deposição de nutrientes, para a obtenção de melhores desempenho e rentabilidade sob condições de desafio.

63 aviNews Brasil Março 2019 | Saúde intestinal e plantas – uma forma promissora a ser incorporada à produção de aves

fitogênicos

Primeiro nivel

No primeiro nível de defesa, os aditivos interferem no ciclo reprodutivo da Eimeria, resultando em uma excreção significativamente menor de oocistos, reduzindo a concentração destes na cama, bem como, a pressão parasitária.

Terceiro nível

Compostos fitogênicos adequadamente selecionados têm potencial para dar suporte à saúde intestinal das aves de produção em condições desafiadoras, em particular quando do aumento da pressão coccidiana e/ou clostridiana, ao mesmo tempo que protegem as aves desde o primeiro dia de vida, a partir de níveis distintos de modo de ação:


% de alteração comparado ao controle

As vantagens dos fitogênicos se refletem no melhoramento da resiliência contra as infestações parasitárias por Eimeria e as infecções bacterianas secundárias. Portanto, observa-se redução de lesões associadas, redução na excreção de oocistos e aumento de desempenho. 10 8 6 4 2 0 -2 -4 -6 -8

8,3%

2,3%

-6%

fitogênicos

Ganho de peso

Consumo de alimento

Conversão alimentar

Figura 1. Efeito de compostos fitogênicos sobre o desempenho Os efeitos benéficos dos compostos fitogênicos ao desempenho estão apresentados na Figura 1 (representa os efeitos sobre o desempenho zootécnico ao final de 42 d). Devido à melhora na resiliência contra as infecções intestinais pelos compostos fitogênicos bioativos, as aves infectadas apresentaram melhora em ganho de peso (+8.3%), consumo de alimento (+2.3%) e conversão alimentar (-6.0%), comparativamente ao controle (grupos infectados, porém, não tratados).

Não se preconiza a substituição completa dos programas convencionais de prevenção e controle de coccidiose por compostos fitogênicos, porém, estes compostos podem ajudar as aves em sua defesa contra a doença. Resultados positivos foram observados quando da combinação de vacinas contra a coccidiose e compostos fitogênicos, uma vez que estes não interrompem por completo o ciclo reprodutivo da Eimeira e a excreção de oocistos ao ambiente. Isso é importante, pois garante a suficiente geração de imunidade contra coccidiose a partir do processo de vacinação. Desta forma, comprova-se que os compostos fitogênicos podem ser administrados às aves sem risco à eficácia de vacinas contra a coccidiose. Os aditivos fitogênicos não somente são efetivos em combinação com as vacinas, mas igualmente em combinação sem restrição com outros aditivos não-fitogênicos que proporcionem atividades adicionais, para fornecer a máxima proteção ao trato intestinal, particularmente quando da retirada de antibióticos.

64 aviNews Brasil Março 2019 | Saúde intestinal e plantas – uma forma promissora a ser incorporada à produção de aves


A necessidade contínua de controlar as doenças intestinais em aves (ex. a coccidiose) em um mundo com uma pressão cada vez maior para reduzir o uso de antibióticos na produção, faz com que soluções alternativas se tornem o centro de interesse entre cientistas, nutricionistas, gestores de fábricas de ração, produtores de aves e consumidores. Uma destas soluções alternativas é representada por extratos selecionados de algumas plantas, já que seu complexo de compostos bioativos apresenta efeitos diversos neste sentido. O uso de compostos fitogênicos adequadamente formulados representa uma estratégia relevante para enfrentar os desafios da produção avícola moderna, decorrente de sua eficácia comprovada ou dos efeitos benéficos sobre a digestão, a utilização de nutrientes e a saúde intestinal, além de serem completamente naturais e seguros aos animais e aos consumidores finais.

Tudo se torna ainda mais relevante a partir do momento que a demanda por proteína animal livre de resíduos ou do uso de antibióticos vem sendo cada vez mais evidenciada.

Saúde intestinal e plantas – uma forma promissora a ser incorporada à produção de aves

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65 aviNews Brasil Março 2019 | Saúde intestinal e plantas – uma forma promissora a ser incorporada à produção de aves

fitogênicos

Conclusões


DESAFIOS ATUAIS EM

FRANGOS DE CORTE REPRODUTORAS PESADAS NOS ESTADOS UNIDOS

DE E

NUTRIÇÃO E MANEJO

manejo

Dave Burnham B.Sc, M.Sc, M.B.A Pittsboro, Carolina do Norte, EUA David Burnham é um conhecido especialista em nutrição e manejo, que compartilha conosco seus pontos de vissta e experiênicas frente a tendências recentes na produção de frangos de corte.

H

á 40 anos, quando me formei na Universidade de Pretória, a indústria estava voltada para o uso de métodos científicos para melhorar o bemestar, o rendimento e a rentabilidade da produção animal. Como indústria, devemos ficar muito orgulhosos dos excepcionais avanços que conquistamos, os quais vão muito além do que qualquer um de nós poderia ter imaginado.

66 aviNews Brasil Março 2019 | Desafios atuais em nutrição e manejo de frangos de corte e reprodutoras pesadas nos Estados Unidos


A era da ciência e os avanços no rendimento

GENÉTICA

Não podemos ignorar o grande impacto das vacinas, que reduziram drasticamente a mortalidade e a morbilidade, diminuindo a necessidade de utilizar medicamentos. Provavelmente, foi uma das principais contribuições para alcançar os maiores avanços em rendimento. As melhoras em saúde, bem-estar, eficiência no uso de nutrientes (eficiência alimentar) e rendimento cárnico são notáveis. Avanços em controladores eletrônicos, painéis de refrigeração, ventilação de túnel, sistemas de alimentação e bebedouros de tetina.

A melhora no uso dos ingredientes e a redução da superfície cultivável necessária para alimentar as aves são verdadeiramente espetaculares — poderia arriscar-me a dizer que estes tiveram um impacto real na sustentabilidade. AMINOÁCIDOS CRISTALINOS:

Chegamos a compreender a nutrição com aminoácidos comerciais, formulando com valores de aminoácidos digestíveis e utilizando “níveis ideais”. Excluindo a metionina, sem a qual é muito difícil alimentar os frangos, o uso de L-lisina e L-treonina permite economizar até 11,50 dólares por tonelada em custos atuais de ingredientes e reduzir as emissões de nitrogênio em 10-15%.

67 aviNews Brasil Março 2019 | Desafios atuais em nutrição e manejo de frangos de corte e reprodutoras pesadas nos Estados Unidos

manejo

Do ponto de vista nutricional, o desenvolvimento de aminoácidos cristalinos e suplementos vitamínicos para as rações provavelmente tiveram o maior efeito nutricional sobre o rendimento e os custos da produção animal.

ALOJAMENTO

VACINAS

NUTRIÇÃO

AVANÇOS CIENTÍFICOS SIGNIFICATIVOS:


A ERA DO BENCHMARKING:

Os gerentes de produção não compreenderam a “ciência” nem as práticas deste novo sistema de produção. Com isso, um “simples” relatório tabulado que mostrava seu rendimento em relação aos outros produtores se tornava a ferramenta de manejo da empresa, entrando na era do benchmarking. Acredito que este sistema causou importantes danos à indústria: Minimizou a importância da pesquisa nas universidades. Apropriou-se de muitas responsabilidades do comprador.

manejo

Eliminou a responsabilidade do nutricionista de pesquisar as práticas nutricionais mais eficientes. Substituiu a pesquisa tradicional. Isolou as divisões de produção e as colocou em silos separados. Concentrou o rendimento na conversão calórica e no custo mais baixo. A conversão calórica deve ser a medida de rendimento menos confiável de todas. Compartilhou os números e os custos de produção com os fornecedores e clientes da indústria. Em minha opinião, o benchmarking levou à mediocridade, em lugar de promover a excelência.

A era da regulamentação governamental, os ativistas a favor dos direitos animais, as resistências antimicrobianas, os alarmistas sobre o meio ambiente, a sustentabilidade e o aquecimento global, o movimento ecológico e o marketing ativista.

Os governos, que “nunca desperdiçam uma crise”, começaram a impor regulamentações adicionais à produção animal. “A doença da vaca louca” foi a escusa perfeita, os cidadãos exigiam que se tomassem medidas e, consequentemente, os governos agiram. Posteriormente chegaram as resistências antimicrobianas; acredito que os grupos a favor dos direitos dos animais realmente acreditaram que este seria o último prego no “caixão” da indústria da carne. No entanto, há muitos cientistas envolvidos nesta indústria e eles não demoraram muito para encontrar uma forma de criar os frangos sem o uso de antibióticos promotores do crescimento. Presumo que os consideráveis avanços em matéria de tecnologia vacinal, aditivos alimentares e nutrição tenham permitido que isso fosse possível. Os ativistas (ecologistas e defensores dos direitos dos animais) se encorajaram durante essa época e conseguiram influenciar a mídia e os legisladores para aumentar as regulamentações sobre a produção animal.

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O EFEITO DO MARKETING ATIVISTA

Isso nos traz à atualidade e aos desafios da nutrição avícola. FRANGAS E REPRODUTORAS:

Conforme se mencionou anteriormente, as casas de genética de reprodutoras conquistaram um enorme progresso no que diz respeito ao rendimento. As reprodutoras de alto rendimento trouxeram consigo alguns desafios para a produção de pintos. Devido aos altos custos associados à mão de obra nos Estados Unidos, optamos por: Não classificar as frangas por peso (“granding”). Juntar os galos com as galinhas durante a etapa de crescimento.

Também nos orientamos pelos números do benchmarking em lugar das melhores práticas científicas. Estas ações têm dificultado o manejo dessas aves.

Estratégias nutricionais, em minha experiência, para otimizar a fertilidade em reprodutoras: Altos níveis de aminoácidos sulfurados, baixo nível de lisina e balanceamento com outros aminoácidos e minerais para o desenvolvimento esquelético. Atenção ao acesso e distribuição do alimento. Observei que colocamos excessiva pressão nos comedouros, que geralmente são especificados para 15 aves por prato. Isso, geralmente, é suficiente até as 12 semanas de idade, mas não para depois disso. Às 16 semanas cabem aproximadamente 12 aves em torno do comedouro, o que implica que 25% delas terão de competir por espaço, afetando a ingestão diária de nutrientes. A ingestão de alimento tem um impacto muito maior na “ingestão diária de nutrientes”, do que a formulação do alimento. As frangas com deficiências de aminoácidos tenderão a arrancar e comer as penas. Com o objetivo de melhorar a plumagem, muitos se sentem tentados a aumentar a concentração de aminoácidos (ou de proteína crua), podendo exacerbar a situação. Os aminoácidos adicionais são destinados ao peito e podem dar lugar a uma reprodutora com excessivo desenvolvimento muscular.

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As empresas de serviços alimentícios — restaurantes e supermercados — têm sido o alvo desses grupos de ativistas, que exigem o apoio dessas empresas às práticas que eles promovem. As empresas que não se aliam a suas exigências são humilhadas e submetidas a assédio através da mídia.


Torne a observação das aves no momento de comer uma prática de manejo rotineira. Isso requer chegar antes de se acenderem as luzes e sentar-se em silêncio para observar o comportamento das aves. Considerando que às 25 semanas as aves passaram pela muda final, as penas que tiverem nessa idade são as mesmas que terão durante a fase de produção. A maior parte da perda de penas durante a postura se deve a danos mecânicos. Comparemos uma galinha em postura com uma que não está às 60 semanas: No comedouro (a restrição de espaço leva a empurrões para fora deste).

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Durante a cópula, um número excessivo de machos agrava a situação. No acesso aos ninhos.

Verifiquemos o espaço de comedouro. As reprodutoras são maiores e mais largas do que há 20 anos. Em um galpão padrão de 10 mil galinhas, uma ave ¼ mais larga se traduz em 64 m (210 pés lineares) de espaço de comedouro. A perda de condição física do macho devido ao roubo de alimento pelas fêmeas ou um espaço de comedouro insuficiente levam a uma regressão testicular que, em conjunto, representam a maior causa da baixa fertilidade. A pesagem dos ovos é uma excelente ferramenta para controlar a retirada de alimento durante a fase de postura. Alimentação diária das frangas. É evidente que nos conduziremos para uma alimentação diária durante os próximos anos.

REPRODUTORAS:

Casca do ovo: certifique-se de que as reprodutoras não sofram estresse devido ao calor, já que o arquejo leva à alcalose respiratória, afetando os níveis de cálcio no sangue e produzindo ovos com cascas finas. Esta situação é especialmente importante na primavera, quando há curtos períodos de frio e calor. Alimentar as reprodutoras com mais de 4,8 gramas de cálcio por dia tem se mostrado uma prática benéfica para melhorar a qualidade da casca. Certifique-se de que os ovos estejam limpos, sejam coletados com frequência, colocados em bandejas de incubação desinfetadas, refrigerados corretamente e armazenados em um ambiente fresco e limpo na planta de incubação. Controle da temperatura na planta de incubação; o calor metabólico — utilize termômetros e câmeras infravermelhas para avaliar e corrigir temperaturas heterogêneas nas bandejas e incubadoras. Garanta que os pintos não sofram estresse devido ao calor durante a sua permanência na incubadora e o transporte para a granja.

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CRIAÇÃO:

Tente propiciar um ambiente o mais próximo possível à perfeição. Verifique a temperatura de incubação. As temperaturas elevadas provocam o arquejo e afetam a integridade do intestino. A presença de cloacas sujas indica que as aves sofreram estresse térmico, o que representa um desafio para o manejo.

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1

12/5/17

Verifique os níveis de gases; <25ppm amoníaco, <2.500 ppm dióxido de carbono. Garanta o livre acesso e a disponibilidade de alimento e água fresca. Verifique a cada 24 horas o enchimento do bucho.

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Provavelmente, o mais importante é compreender as bases de uma boa nutrição. Isso implica garantir uma parede intestinal saudável e uma população microbiana saudável no trato gastrointestinal: Utilize ingredientes altamente digestíveis e de boa qualidade. Em caso de uma dieta vegetal, procure utilizar outras fontes de proteína além da farinha de soja, mas observe o balanceamento de aminoácidos.

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Compreenda a importância da concentração de nutrientes. Uma menor densidade de nutrientes poderia resultar em uma cama mais seca e, em consequência, em uma menor incidência de coccidiose e enterite necrótica?

Garanta que os nutrientes estejam balanceados corretamente. Verifique os níveis de aminoácidos digestíveis além dos aminoácidos sulfurosos, lisina e treonina. As aves depositam urina no cólon para recuperar água, de tal forma que um excesso de nutrientes na urina pode tornar-se uma fonte de nutrientes para organismos patógenos nas porções distais do intestino. Durante o processo de fabricação do alimento, as temperaturas de peletização excessivas provocam o escurecimento (reação de Maillard) e a menor disponibilidade de alguns nutrientes para as aves. Os pellets de boa qualidade melhoram a ingestão de alimento e os rendimentos. O controle da coccidiose é, sem dúvida, o maior desafio. A restrição do uso dos ionóforos, permitindo somente o uso contínuo de coccidiostáticos químicos, é talvez uma das práticas mais incompreensíveis que temos permitido em nossa indústria. Qualquer perturbação entérica que resulte na perda da mucosidade intestinal resultará em uma cama úmida. Manter a cama seca ajuda a reduzir a presença de patógenos. A mucosidade intestinal exige altos níveis de aminoácidos. O desafio de qualquer programa de alimentação é manter uma microbiota intestinal saudável e minimizar a perda da mucosidade.

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ADITIVOS:

Temos observado um grande aumento na disponibilidade e no uso de aditivos no alimento e na água a fim de “substituir” os antibióticos.

CONCLUSÃO

A melhor coisa que podemos fazer é fazer as coisas da maneira correta, conhecendo as necessidades das aves relacionadas a luz, espaço, ar, temperatura, água, saúde e exigências nutricionais. Do contrário, simplesmente não deveríamos fazer nada.

manejo

Devemos ficar orgulhosos de nossas conquistas nos últimos 50 anos, melhorando continuamente o rendimento e o bem-estar das aves na produção avícola. Não permitamos que nosso árduo trabalho e compromisso sejam ofuscados. Como indústria, realizamos um trabalho notável para prover proteína segura, nutritiva, econômica e saudável para os cidadãos do mundo. Desafios atuais em nutrição e manejo de frangos de corte e reprodutoras pesadas nos Estados Unidos

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abcd


GALLIBACTERIUM ANATIS UM PATÓGENO EMERGENTE

NA

AVICULTURA? Natalie K. Armour & Martha Pulido-Landínez Poultry Research and Diagnostic Laboratory, Department of Pathobiology and Population Medicine, College of Veterinary Medicine, Mississippi State University

patologia

O

Gallibacterium anatis bv, haemolytica (conhecido anteriormente como Pasteurella haemolytica) é um comensal habitual do trato respiratório superior e do trato reprodutivo inferior de galinhas saudáveis, mas esta bactéria também foi identificada como causadora de salpingite e peritonite em galinhas reprodutoras pesadas e galinhas de postura em muitos países, levando a uma redução na produção de ovos e a um aumento da mortalidade.

O recente aumento no isolamento e os relatórios significativos da doença, a mortalidade e as perdas econômicas associadas a infeções causadas por G. anatis sugerem que esta bactéria poderia ser um patogênico emergente na avicultura.

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Biovares de G. anatis O Gallibacterium anatis, um membro da família Pasteurellaceae, apresenta dois biovares: G. anatis bv. haemolytica e G. anatis bv. anatis.

A bactéria patogênica G. anatis bv. haemolytica, denominada assim por sua capacidade de provocar a hemólise das hemácias, anteriormente foi designada Pasteurella haemolytica. O G. anatis está associado à salpingite e peritonite em galinhas de postura, e também foi isolado como causador de doença em patos, gansos e avestruzes.

A transição de comensal para patogênico

Gráfico 1. Isolamento de Gallibacterium anatis no PRDL (Poultry Research and Diagnostic Laboratory, Mississippi State University)

G. anatis foi identificado também como causador de septicemia, pericardite, hepatite, ooforite, salpingite, peritonite e degeneração folicular, com os efeitos negativos conseguintes sobre a sobrevivência e produtividade do lote

40 35 30 N.º de isolamentos

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Apesar de ter sido identificada como causadora de doença em galinhas, particularmente em galinhas de postura –Gráfico 1–, o potencial patogênico do G. anatis é controvertido. Por um lado, o G. anatis pode aparecer formando parte da microbiota do trato respiratório superior e o trato reprodutivo inferior das galinhas, sem provocar nenhum tipo de efeito adverso sobre sua saúde ou produtividade.

25 20 15 10 5 0 Jul-Dez 2015

Jan-Jun 2016

Jul-Dez 2016

Período 76 aviNews Brasil Março 2019 | Gallibacterium anatis - Um patógeno emergente na avicultura?

Jan-Jun 2017


Fatores que contribuem para a potencial ação patogênica de G. anatis Embora o mecanismo pelo qual se produz a mudança de comensal para patógeno ainda não seja de todo conhecido, existe uma série de fatores dependentes do hospedeiro que contribuem para a potencial ação patogênica de G. anatis: Idade Influências hormonais Estresse

Diversidade de cepas Além dos fatores extrínsecos à bactéria, existem fatores intrínsecos, específicos da cepa que parecem ter um importante papel, determinando a apresentação e magnitude da infecção.

Mudanças sazonais Predisposição genética (presumivelmente) O G. anatis é isolado com maior frequência em galinhas reprodutoras e de postura em torno do pico de postura, embora também tenha sido isolado durante todas as fases produtivas. O G. anatis também é isolado com frequência junto com a E. coli, sendo muito possível que a coinfecção com esta bactéria ou outros microrganismos possa potenciar a ação patógena de G. anatis. No entanto, também é possível isolar G. anatis a partir de lesões mediante cultivos puros.

Estudos realizados mediante técnicas moleculares para a diferenciação de cepas identificaram múltiplas cepas de G. anatis com importantes variações em relação à sua virulência patologia

Imunossupressão

A diferenciação de cepas de G. anatis é uma importante ferramenta que facilita a pesquisa, os estudos epidemiológicos e o desenvolvimento de vacinas

Do total de necropsias realizadas em galinhas reprodutoras, nas quais se isolou G. anatis nos últimos dois anos em PRDL, 50% dos casos implicavam unicamente o isolamento de G. anatis, enquanto nos 50% restantes, isolou-se G. anatis junto com E. coli.

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Transmissão horizontal vs vertical

Epizootiologia Embora a transmissão horizontal seja aceita como via principal de transmissão entre lotes, existem evidências que sugerem a possibilidade de se produzir uma transmissão vertical –transovariana– de G. anatis. No PRDL, o G. anatis foi isolado junto com E. coli a partir do encéfalo de frangos de corte de 4 dias de vida com encefalite. Isso poderia decorrer do isolamento mais precoce de G. anatis, o que faz que nos questionemos se neste caso se produziu uma transmissão transovariana.

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A ascensão a partir da cloaca é considerada como a rota mais provável de infecção do trato reprodutivo em galinhas de postura, mas o frequente isolamento de G. anatis a partir do trato respiratório, e sua capacidade de multiplicar-se em lesões do trato reprodutivo quando são infectados por via intranasal, implica que a infecção por via respiratória poderia ocorrer sob certas circunstâncias.

Fatores de virulência As variações na expressão de fatores de virulência entre as diferentes cepas poderiam explicar as diversas apresentações da infecção por G. anatis. Na atualidade, estão sendo realizados estudos para identificar os fatores de virulência associados a G. anatis a fim de esclarecer sua ação patogênica no organismo, podendo também assentar as bases para o desenvolvimento de vacinas. O fator de virulência mais bem caracterizado do Gallibacterium anatis, a toxina GtxA –Gallibacterium toxina A–, tem atividade hemolítica e leucotóxica. A fimbria FlfA –família de fimbrias F17like– também se revelou importante para a virulência do G. anatis. Outros possíveis fatores de virulência incluem a capacidade de o G. anatis produzir material capsular, secretar metaloproteinases capazes de degradar as IgG da galinha, formar biopelículas e produzir a hemaglutinação de hemácias.

Curiosamente, o G. anatis foi isolado a partir de testículos ou sêmen de galos infectados por via intranasal, o que sugere que esses animais também poderiam desempenhar um papel importante na transmissão da bactéria.

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Sinais clínicos e patogenia

Figura 1. Perihepatite por Gallibacterium anatis

O G. anatis é cada vez mais reconhecido como um importante causador de salpingite e peritonite em galinhas de postura, o que resulta em uma elevada mortalidade e em uma redução da produção de ovos. Após a infecção natural e experimental de galinhas reprodutoras e de postura, observou-se:

Figura 2. Inflamação dos folículos ovarianos, associada à infecção por G. anatis, com presença de gema na cavidade celômica

Hepatite –Figura 1. Lesões do trato respiratório superior.

Inflamação com hemorragias com ruptura e regressão dos folículos ovarianos, gemas na cavidade celômica –Figura 2.

Hemorragias no oviduto e quedas na produção de ovos.

Figura 3. Peritonite e salpingite associadas ao Gallibacterium anatis

A coinfecção de G. anatis com outros patógenos aviários

Pode aumentar a severidade

As lesões associadas à infecção por G. anatis não são patognomônicas e podem ser indistinguíveis das produzidas por E. coli.

Demonstrou-se que casos de Coriza Infecciosa se exacerbavam e apresentavam uma maior mortalidade quando se produzia a coinfecção com Avibacterium paragallinarum e G. anatis. Em galinhas de postura na América Latina diagnosticadas com Tifo Aviário –causado por Salmonella gallinarum–, o G. anatis pode ser isolado a partir de traqueia, folículos ovarianos e ovidutos. A mortalidade e a queda da postura foram maiores nos galpões infectados com Salmonella Gallinarum e G. anatis do que naqueles afetados somente por Salmonella Gallinarum. Além dos sinais associados ao Tifo Aviário, as galinhas coinfectadas com Salmonella Gallinarum e G. anatis apresentavam maiores sinais de doença respiratória.

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patologia

Peritonites e salpingite –Figura 3.


Figura 4a. Septicemia por G. anatis e E. coli: Hemorragia do pericárdio, miocárdio e gordura coronária

No PRDL, recentemente identificamos como causa da elevada mortalidade em um lote de galinhas reprodutoras de 42 semanas uma coinfecção com G. anatis e E. coli O128:H14.

Figura 4b. Septicemia por G. anatis e E. coli: Hemorragia do proventrículo

patologia

A mortalidade diária no galpão mais afetado atingiu um pico de 2,36% (231 galinhas), precedido de uma queda na produção diária de ovos de 16% durante um período de 10 dias. Observaram-se lesões hemorrágicas em múltiplos órgãos internos, incluindo os folículos ovarianos e as vísceras –Figuras 4a-d–, como resultado de uma severa bacteriemia multiorgânica com vasculite. Essas lesões foram confirmadas mediante histologia –Figura 4e. O G. anatis e a E. coli foram isolados a partir de amostras de baço e medula óssea, sem que se pudessem detectar outros patógenos mediante cultivo bacteriano, isolamento de vírus ou PCR.

Figura 4c. Septicemia por G. anatis e E. coli: Hemorragia intestinal

Figura 4d. Septicemia por G. anatis e E. coli: Inflamação e hemorragia do folículo ovariano

Figura 4e. Septicemia por G. anatis e E. coli: Pulmão – embolia bacteriana intravascular (200x, coloração H&E) (Imagem: Dr. B. Baughman)

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Antibióticos Tratamento e resistência O G. anatis se destaca por sua grande resistência antimicrobiana e constitui um desafio do ponto de vista terapêutico, o que evidencia a importância de aplicar técnicas de cultivo e identificação bacteriana, incluindo a determinação da sensibilidade antimicrobiana –antibiograma–, para implementar um tratamento adequado do lote.

100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

Resistente

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Sensibilidade intermediária Sensível

Gráfico 2. Sensibilidade antibiótica de 49 isolados de G. anatis recentemente avaliados no PRDL Dos isolados de G. anatis avaliados recentemente pelo PRDL, 46 de 49 (94%) foram multirresistentes (resistentes a três ou mais tipos de produtos antimicrobianos) –Gráfico 2: Resistência geral a clindamicina, novobiocina, tetraciclinas e tilosina. Sensibilidade geral aos aminoglucosídeos, ceftiofur, enrofloxacina, florfenicol e sulfatrimetroprim. Sensibilidade intermediária a eritromicina, espectinomicina e sulfatiazol. Resistência variável a β-lactâmicos e sulfadimetoxina. Resultados similares foram reportados por outros autores.

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Prevenção e controle

patologia

Da mesma forma que em outras doenças aviárias, excelentes medidas de biossegurança, altos padrões de manejo do lote, condições ambientais adequadas e atenção ao bem-estar animal são ferramentas importantes para a prevenção e o controle das infecções por G. anatis.

O desenvolvimento de vacinas eficazes contra G. anatis constitui um desafio devido à grande diversidade genética desta bactéria, existindo ainda dúvidas sobre a validade destas vacinas em condições de campo.

Dado que G. anatis se manifesta frequentemente como um patógeno oportunista, a prevenção e o controle de doenças imunossupressoras é importante.

Considerando a capacidade de G. anatis para formar biopelículas, devem implementar-se medidas especiais para prevenir sua formação, incluindo uma qualidade excelente da água para beber, bem como limpeza e desinfecção regular das dutos de água

82 aviNews Brasil Março 2019 | Gallibacterium anatis - Um patógeno emergente na avicultura?

As bacterinas para G. anatis (geralmente contêm a cepa mais prevalente em uma região ou país) são utilizadas atualmente em alguns países.

Algumas vacinas de subunidade e de membrana externa têm sido desenvolvidas e aplicadas experimentalmente


O recente aparecimento de G. anatis como patógeno relevante para a produção avícola é cada vez mais evidente, tal e como se deduz do aumento do isolamento desta bactéria e os informes cada vez mais frequentes de casos severos de doença, mortalidade e perdas na produção de ovos.

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Estudos recentes ampliaram nossos conhecimentos sobre a diversidade de cepas e fatores de virulência de G. anatis, mas ainda há muito que descobrir sobre a epizootiologia e a patogênese desse organismo.

A propagação de G. anatis resistente aos antimicrobianos ressalta a necessidade de medidas de controle alternativas, incluindo o desenvolvimento e a aplicação de vacinas seguras e eficazes.

Gallibacterium anatis - Um patógeno emergente na avicultura? BAIXAR EM PDF As referências deste artigo estam disponíveis sobre petição.

83 aviNews Brasil Março 2019 | Gallibacterium anatis - Um patógeno emergente na avicultura?


Entrevista com...

JOANITA KAROLESKI

entrevista

Joanita Karoleski fala sobre como atua a líder mundial em processamento de frangos

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a edição da aviNews de março traz uma entrevista com Joanita Karoleski, que possui mais de 20 anos de experiência nos segmentos de agronegócio e alimentos e, desde setembro 2015, é presidente da Seara.

aviNews - O uso responsável de antibióticos é uma discussão mundial. Como ele é abordado entre o corpo técnico que determina as ações da Seara e com os produtores que abastecem a empresa?

Presente no mercado brasileiro há mais de 60 anos, desde 2013 a Seara é uma das empresas da JBS S.A. A companhia oferece um amplo portfólio nos segmentos de carnes de aves in natura, alimentos preparados e refeições prontas e congeladas.

uso de antibióticos muito rígida, seguida em todas as plantas há várias décadas.

Em 1975, pela primeira vez, a Seara, exportou 240 toneladas de frango para o Kwait, sendo essa sua primeira transação internacional. Em 1982 foi a primeira empresa brasileira a exportar carne de frango para a Europa e hoje chega a mais de 100 países. Em 2016 a empresa abateu 5,7 milhões de aves por dia, gerando 64 mil empregos diretos e contando com mais de 9 mil integrados. Veja o que nos disse Joanita Karoleski sobre os temas que ocupam a pauta de debates da avicultura.

84 aviNews Brasil Março 2019 | Entrevista com Joanita Karoleski

Joanita Karoleski - A Seara possui uma política de

Os controles, as definições, restrições e estratégias de uso são definidos pelo time corporativo de médicos veterinários especialistas. A empresa atende a legislação brasileira, dos mercados importadores e, inclusive, requerimentos específicos de clientes que são referências globais no tema. De acordo com o contrato de parceria, os integrados somente podem usar produtos fornecidos pela equipe da Seara, mediante avaliação do lote por um médico veterinário especialista e sob sua prescrição. Existe controle sobre o que é usado e garantia de rastreabilidade em toda a cadeia produtiva. Além dos controles oficiais sobre o uso de medicamentos, a Seara possui o seu próprio programa de monitoramento de resíduos em produtos cárneos para garantir total conformidade e confiabilidade para seus produtos.


JK - A Seara segue os mais rigorosos padrões de bem-estar animal e investe constantemente em treinamentos de toda a equipe de agropecuária, indústria e produtores integrados. Os padrões seguidos pela Companhia atendem aos critérios dos clientes mais exigentes do mundo. A empresa possui check lists para monitorar indicadores desenvolvidos com base nas legislações vigentes, exigências de clientes e certificações nacionais e internacionais. A Seara também mantém um Comitê que é responsável por implementar e monitorar as ações de bem-estar animal, assim como diversos projetos especiais. Como o bem-estar físico e comportamental dos animais é afetado pela sua capacidade de expressar seu comportamento natural, trabalhamos com uma ação cujo foco é no Enviromental Enrichment, provendo elementos naturais para garantir o ambiente mais natural na criação das aves. Temos também a linha de frango free range Nhô Bento, que é feita com frangos criados soltos. Já a Seara DaGranja é uma linha de cortes de aves criadas sem antibióticos e alimentadas com ração 100% vegetal. A empresa atua de forma alinhada aos mais rigorosos e sofisticados padrões internacionais de qualidade, com certificado de bem-estar animal.

AN - Salmonella é um tema muito sensível no setor avícola. Como a Seara aborda essa questão? JK - Há muitos anos, a Seara mantém programa de controle que engloba todos os processos produtivos e inclui uma série de procedimentos, controles e análises laboratoriais que monitoram toda a cadeia. A Seara possui uma estrutura laboratorial muito robusta, sendo boa parte voltada para a prevenção e o controle de Salmonella. A Companhia mantém um Comitê corporativo que trata do tema, composto por executivos da alta liderança da empresa, e cada unidade tem o seu comitê para tratar do tema. Especificamente falando de União Europeia, a Seara vem mantendo os embarques para esse importante mercado, em função desse trabalho de controle sério e rígido dos nossos processos produtivos.

AN - Qual o principal desafio enfrentado pela Seara na produção de carne de frango, em termos de nutrição animal?

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AN - Como a Seara vê a questão do bemestar animal na produção de frangos?

JK - Nossas aves são alimentadas com rações balanceadas, que buscam assegurar o máximo desempenho e garantir aspectos como saúde animal e bem-estar animal ao longo de todo o processo produtivo. A Seara entende que a melhoria contínua dos processos, notadamente por meio da adoção de novas tecnologias em sinergia a boas práticas de produção, estruturas e equipamentos desenvolvidos planejados para atender a elevados padrões de necessidades dos clientes e excelência na busca de mão de obra qualificada, asseguram um melhor ambiente, que estimula os animais a expressarem todas as suas potencialidades zootécnicas de saúde e bem estar-animal. A inovação também faz parte da rotina da Seara, e a empresa está sempre buscando novos ingredientes, testados em granjas experimentais, de modo a proporcionar o incremento constante de saúde e bem estaranimal das nossas aves.

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AN - A Seara é detentora da primeira unidade produtora de frango de corte do mundo com certificação de compartimentação. Como se deu esse trabalho e há planos futuros para novas compartimentações? JK - A empresa vem trabalhando no compartimento em Itapiranga (SC) desde o início de 2007, quando ABPA, Mapa e OIE começaram a tratar o tema e definiram que seria feito um projeto-piloto abrangendo desde matrizes até a produção. A Companhia se sente orgulhosa de ter participado da implantação e ajudado a descrever e detalhar o processo, com elevado nível de biossegurança.

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Com a certificação pelo Mapa em 2018 a planta ganhou status sanitário diferenciado, reduzindo o risco de sanções comerciais impostas ao Brasil por mercados externos no caso de eventos sanitários relevantes. Mais do que isso, o reconhecimento comprova que foram feitos investimentos importantes em processos de qualidade, atendendo aos mais elevados níveis de exigência do mercado internacional e consolidando a Seara como referência na indústria alimentícia.

86 aviNews Brasil Março 2019 | Entrevista com Joanita Karoleski

Para o futuro, a Seara já vem estudando e implementando ações para expansão do projeto de compartimentação, priorizando plantas conforme critérios internos e estratégicos. Além da compartimentação, a Seara vem desenvolvendo um projeto de regionalização da produção, também com o objetivo de melhoria dos parâmetros de biosseguridade. A Companhia acredita e aposta nos benefícios e diferenciais que essas iniciativas nos trazem junto ao mercado global de alimentos, não só no que tange a biossegurança dos nossos processos de produção, mas como uma empresa que prioriza a qualidade dos seus produtos.

A Seara vem desenvolvendo um projeto de regionalização da produção, também com o objetivo de melhoria dos parâmetros de biosseguridade


JK - Os produtos Seara chegam a mais de 100 países, com uma estratégia de estabelecer um relacionamento mais próximo e transparente com os parceiros e consumidores globais, com fortalecimento da estrutura comercial no exterior. Aproximadamente metade do volume produzido em todas as categorias segue para o exterior, com destaque para a crescente demanda por produtos mais elaborados e customizados, com valor agregado maior. Existem diretorias comerciais e estruturas próprias para atendimento de clientes em sete diferentes mercados internacionais, incluindo China, Japão, Cingapura, Europa (Holanda e Reino Unido), Emirados Árabes Unidos e África do Sul. No Chile contamos com uma empresa para a venda de nossos produtos, assim como no México temos parceria com a Pilgrim’s Mexico para as vendas no mercado local. Também contamos com importantes parceiros responsáveis pela venda dos produtos Seara em plataformas internacionais de e-commerce, como o JD.com, que iniciou a comercialização de itens do nosso portfólio em junho de 2018, e o gigante global Alibaba, cuja parceria foi firmada em novembro do último ano, durante a primeira edição da China International Import Expo. O lançamento dos sites ajuda a empresa a ganhar mais visibilidade junto aos clientes internacionais, tanto no segmento de food service (www. searaprofessional.com), quanto os consumidores finais (www.searainternational.com).

Entrevista com Joanita Karoleski

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AN - De que maneira os nichos de consumo influenciam a produção de carne de frango da Seara? JK - Ganham espaço cada vez mais os produtos pautados na inovação, que reúnem atributos como sustentabilidade, qualidade, saudabilidade, praticidade e funcionalidade. Por isso, a estratégia de negócios contempla diversificação do mix de produtos, priorizando itens de maior valor agregado. A linha Seara DaGranja representa uma inovação no setor de alimentos ao oferecer ao consumidor os cortes de aves criadas sem antibióticos e alimentadas com ração 100% vegetal. Trata-se também da primeira empresa alimentícia brasileira a oferecer frangos naturais para o Oriente Médio – a exportação ao mercado externo teve início em novembro de 2018, após a consolidação no mercado brasileiro e as devidas adequações para consumidores globais.

entrevista

AN - A grande aposta da Seara é o mercado internacional?

Essa linha de cortes de aves também conta com os mais rigorosos e sofisticados padrões internacionais de qualidade, com certificado de bem-estar animal. A linha recebeu um importante reconhecimento internacional, em Paris, durante a última edição da SIAL, destaque no display Innovation Selection 2018, que reúne as principais inovações do mundo no segmento. A linha também é finalista ao prêmio Gulfood Innovation Award, na categoria “Produto de Carne Bovina ou de Ave Mais Inovador” (Most Innovative Meat or Poultry Product). No Brasil, a linha conquistou a 3ª posição na categoria Produto Alimentício Mais Inovador de 2018, na premiação Fi Innovation Awards, organizada pela FiSA (Foodingredients South America). Já a nova categoria de refeições Seara Rotisserie, feita a partir da tecnologia PowerVac, exclusividade da marca, preserva o sabor e frescor dos ingredientes sem necessidade de adição de conservantes, corantes e aromatizantes. Outro exemplo é a expansão do portfólio com a tecnologia IQF de rápido congelamento individual de cada corte de carne, em embalagem abre-fecha, que permite descongelar somente o que for ser consumido.

87 aviNews Brasil Março 2019 | Entrevista com Joanita Karoleski


eventos

P

2a CONBRASUL OVOS 2019 DEBATE AVICULTURA DE POSTURA DO FUTURO

ara qual direção caminham as transformações globais da produção de ovos? Quais são as tendências mais importantes da comercialização e consumo de ovos? Quais são as estratégias mais eficientes para o uso cada vez mais restrito de antibióticos na produção animal? Enfim, como será a produção e o consumo de ovos no futuro? Estas são algumas das perguntas que serão respondidas por alguns dos principais especialistas do mundo durante a 2a Conbrasul Ovos (Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Ovos), que vai acontecer de 16 a 19 de junho, em Gramado, no Rio Grande do Sul. Organizado pela ASGAV (Associação Gaúcha de Avicultura)/Programa Ovos RS, o encontro vai debater as principais perspectivas de mercado e as mais recentes pesquisas e tecnologias para a avicultura de postura, com temas como produção, saúde animal, biosseguridade, bem-estar animal, além de apresentar alguns cases de sucesso na produção de ovos, antecipa o diretor Executivo da ASGAV e coordenador executivo do evento, José Eduardo dos Santos.

A expectativa é reunir cerca de 500 participantes, entre produtores, empresários, representantes das principais entidades da cadeia produtiva, da agroindústria e dirigentes dos segmentos de equipamentos e tecnologias, além de órgãos de comunicação setorial e convidados internacionais. Apoio das principais empresas e entidades da avicultura de postura mundial. Já consagrada em sua primeira edição em função do elevado nível de público, dos debates e palestrantes, a Cobrasul Ovos conta co o apoio institucional de algumas das mais renomadas entidades do mundo, como ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), IOB (Instituto Ovos Brasil), IEC (International Egg Commission), Organização Mundial da Indústria e Produção de Ovos e Egg Farmers Canadá. A Revistas AviNews é uma das relevantes mídias do segmento que já confirmou participação na 2a Conbrasul Ovos.

88 aviNews Brasil Março 2019 | 2a Conbrasul Ovos 2019 debate avicultura de postura do futuro


A programação técnica e científica será aberta às 9h com um Painel de Mercado e Economia e uma apresentação de boas-vindas. A partir das 9h05 o debate será sobre “A transformação global da produção de ovos e os desafios para os produtores e indústrias”. “Perspectivas e rumos para o agronegócio brasileiro no cenário econômico nacional e internacional”;

Colóquio: Lideranças Egg Business - “O cenário atual e perspectivas para o mercado nacional e internacional de ovos e derivados”, “Sanidade: biosseguridade na produção de ovos”, “Bem-estar animal: criações alternativas x custo de produção e impactos no mercado” e “Tecnologia, inovação, exportações e as políticas governamentais de amparo ao setor”. “Tecnologias e sistemas para rastreabilidade na produção e indústria de ovos” Jantar especial night Conbrasul Ovos 2019.

“Bioterrorismo: alertas e cuidados no agronegócio”-

Sessão Marketing e Promoção: Cases Nacionais e Internacionais RS, PE, IOB; Ovo Gastronomia Restaurante; Argentina; Canadá.

“Visão dos supermercadistas sobre o comércio de proteína animal na atualidade, tendências e comportamento do consumidor (carnes, ovos e laticínios)”; Painel Produção e Qualidade - “Qualidade dos ingredientes e das dietas como fatores decisivos na produção sustentável das proteínas de origem animal”;

O Painel Sanidade e Medidas de Prevenção abre o programa científico às 8h45 com um debate sobre “Atividades e programas da OIE sobre a influenza aviária e outras enfermidades no mundo” Painel Antimicrobianos e a produção de ovos - “Atualizações e diretrizes do MAPA referentes ao uso de antimicrobianos na produção de proteína animal”; “Estratégias e alternativas ao uso de antibióticos”, “O amparo ao produtor e o papel dos órgãos de pesquisa”.

“Importância das marcas e variedades de produtos em uma produção de ovos em larga escala” Quarta-feira, 19/6

Segunda-feira, dia 17/6

A organização do encontro já disponibilizou um programa prévio do evento. De acordo com a programação preliminar, a secretaria da 2a Conbrasul Ovos será aberta a partir das 14h do dia 16 de junho para credenciamento e retirada de material.

Terça-feira, dia 18/6

Programação

O Painel Bem-Estar Animal abre a programação com o tema “Bem-Estar Animal e os rumos da produção mundial de ovos” - “Atividades e diretrizes da I.E.C e WEO sobre conceitos de bem-estar animal para galinhas poedeiras no mundo”; “Trâmites na O.I.E. do código terrestre de bem-estar animal para aves poedeiras”; “A atuação e o papel das certificadoras de bem-estar animal na produção de ovos”; “A visão setorial e os impactos na produção de ovos com as exigências de bem-estar animal”. 2a Conbrasul Ovos 2019 debate avicultura de postura do futuro

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Selecionando para Produzir 510 Ovos de Primeira Qualidade!


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