A VOZ DE RIO DAS PEDRAS - N º 15

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FOTO DE LAERTE GOMES

LIGHT JÁ ESTÁ CAÇANDO “ GATOS” NO AREAL O programa Light Legal começou pela Rua Flor de Brilhantina, esquina de Leonel Brizola, e vai durar dois anos até que todos os moradores possam ter relógios e medidores PÁGINA 7 FOTO DE LAERTE GOMES

FOTO DE LAERTE GOMES

Crianças da Rua Espada de São Jorge, depois do fim das obras da Cehab, cobram agora a promessa da construção da praça de lazer.

Guardiões do Rio cuidam de segunda à sexta-feira da limpeza do lixo e de vários objetos jogados no valão do rio das Pedras.

PÁGINAS 4 e 5

ANO I - N0 XX - RIO DE JANEIRO, 13 DE FEVEREIRO DE 2014

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I N F O R M A Ç Ã O

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C I D A D A N I A

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Caic sob nova direção. Faltam as aulas Marcadas para começar no dia 3, as aulas da maior escola pública de Rio das Pedras já foram adiadas duas vezes. A antiga diretora foi substituída por um novo diretor vindo do Ciep Ayrton Senna, na Rocinha, que anunciou o fim de ceder a escola para festas e que dará prioridade à educação. Página 3 FOTOS DE MAICON RENAN

DEPOIS DE 10 DIAS SEM COLETA, PINHEIROS INCENDEIA O LIXO Inconformados com a sujeira acumulada, o mau cheiro e o caos no trânsito na Curva do Pinheiro, moradores transformaram a madrugada da segunda-feira, 10 de fevereiro, numa verdadeira sucursal do inferno. PÁGINAS 4 e 5

A impressionante fumaceira saída das montanhas de lixo queimadas pelos moradores do Pinheiros tomou conta do ar da quente madrugada da segunda-feira infernal e deu enorme trabalho aos bombeiros da Defesa Civil

FOTO DE LAERTE GOMES

FOTO DE LAERTE GOMES

O CAMPEÃO VOLTOU

Em jogo para arrecadar fundos e comprar uma cesta básica para seu goleiro titular, Gilson, que contraiu tuberculose, o Juventude marca o terceiro gol na vitória de 3 a 0 sobre o Chelsea. PÁGINA 8

Dona Marília, dona do bar que leva seu nome na Travessa Neocina, fiscaliza a limpeza dos bueiros pelos funcionários da Cedae PÁGINA 6


Na época da ditadura, a violência tirou a voz do povo que não podia se manifestar, mas esta mesma violência a vem calando na democracia.

Rio das Pedras é um verdadeiro Saara de Jacarepaguá, uma espécie de mercadão de Madureira em maior dimensão.

2 RIO, 13 DE FEVEREIRO DE 2014

A VOZ DO

LEITOR Acabaram com a nossa praça Thiago Amorim postou no nosso Facebook fotos da praça na Rua Nova, em frente à Amarp, como era e como está. E lembra: “Nela você encontrava brinquedos característicos de uma praça, como balanço, gangorra, quadra poliesportiva, oficinas etc. Tudo isso deu lugar ao comércio. É justo destruir uma quadra e uma rampa de skate para apenas ter mais espaço para o pagode e festas da associação? Hoje a "praça" ou "pracinha" para os mais antigos, virou um centro comercial, onde se encontra bares, lanchonetes, restaurantes, lan house, mercado, salão de beleza e por aí vai. Será que a utilização do espaço está dentro da legalidade?!" Além da mensagem do Thiago, tem uma foto postada por Álax Rodrigues que teve 140 compartilhamentos, centenas de comentários e curtidas. Reproduzimos a seguir alguns desses comentários: Álax Rodriguesescreveu: “Pô. Só de ver essa foto dá saudade. Isso sim que era praça. Agora é estacionamento, feira, comércio, tudo, menos praça.” Lucas Ferreira escreveu: “Saudades de andar de skate ai.” Vitor Portencio: “Muito relikia. Joguei bola nessa quadra demais em 2002.” Leidy do Vale postou: “Noooossssaaaaa...Olha as crianças escorregando na pista de skate, pessoal jogando volei. Saudades!” Juliana Plácido: “Nossa! Eu lembro de quando ia pra ir escorregar na garrafa.” Catia Souza lembrou: “Verdade já foi o tempo que Rio das Pedras tinha praça.” Sandra Regina desabafou: “Acabaram com o lazer do povo. Agora é só barraquinhas e bar... Fazer o que, né...” Jherry Barbosa também compartilhou a foto de Álax Rodrigues: “Cadê os valores de nossa comunidade?” NOTA DA REDAÇÃO: A propósito das mensagens acima, ouvimos a Subprefeitura da Barra e Jacarepaguá. O subprefeito, Tiago Mohamed, disse que a subprefeitura recentemente restaurou uma pequena área de lazer na Rua Nova, a praça Rio das Flores, que, segundo moradores do local, estava começando a ser utilizada para outros fins. E afirmou Tiago: “Desde que assumimos a subprefeitura em 2009, as nossas ações são para impedir que isso aconteça e acabe privando os moradores de utilizarem o local para o que é realmente destinado. Infelizmente, por conta da falta de espaço, não temos como criar mais áreas de lazer em Rio das Pedras.”

Falta um olhar Numa mensagem encabeçada com o título “Rio das Pedras que passou em minha vida", a leitora Dilma de Almeida, que mora na Tijuca e esteve na nossa comunidade, enviou a seguinte mensagem por e-mail: “No Rio de Janeiro, há muitos cantos e recantos que precisam ser vistos e reconhecidos pelos cariocas. Até há pouco tempo, ao ouvir falar em Rio da Pedras, só existia, no meu imaginário, um rio expondo algumas pedras de forma arredondada. Nesta semana, tive a sorte de visitar e de conhecer o verdadeiro Rio das Pedras. Aí, constatei a necessidade de se conhecer melhor a nossa cidade. Rio das Pedras é um bairro que tem o charme de uma população simples, trabalhadora e simpática que aos poucos vem conquistando seu lugar ao sol. O comércio do bairro foi o que mais me surpreendeu. Entre ruas e vielas entrelaçadas, lojas e lojinhas se organizam oferecendo produtos variados e diversificados capazes de atender à população local, de forma que as pessoas não precisam deslocar-se do bairro para fazer compras. É um verdadeiro centro comercial a oferecer quase tudo que os grandes centros comerciais oferecem. Rio da Pedras já é um bairro de grande expressão populacional, comercial e cultural. O que lhe falta, no momento, é um olhar mais cuidadoso por parte da Comlurb, da Light e da Cedae.”

Falta d’água Simone Peres Alves pergunta se o nosso jornal tem alguma informação sobre a falta de água em Rio das Pedras, que começou no dia 3 de fevereiro, às 13h. E completa: “A Rua Pereira é ‘premiada’, sem água e há 18 dias sem Luz. Ela fica próxima ao Castelo das Pedras em frente ao Varejão Hortifrutti.” NOTA DA REDAÇÃO: Ligamos para a Cedae-Recreio (08002821195) e a informação é a de que há problemas de distribuição devido ao aumento do consumo por causa do calor, mas que a companhia estava providenciando.

Valeu, Adilson! Adilson Junior Andros Dareios, autor do artigo publicado na edição anterior na seção “A Voz do Morador”, escreveu: “Obrigado por publicarem meu material. Espero que nós moradores consigamos mudar um pouco as coisas por aqui. Abraços.”

Procura-se garçom A C2M assessora escreveu em busca de garçom para diretoria na Barra da Tijuca. Atividades: atender a clientes – Diretoria – em lanches e almoços; responsável pela elaboração e preparação de alimentos e bebidas; responsável pela higienização de equipamentos e utensílios; e responsável pela montagem e desmontagem de praça ou carrinho. Horário: de segunda a sexta, das 9h às 18h. Horas extras serão contempladas em banco de horas. Formação: Ensino médio completo e/ou Curso de Garçom. Interessados deverão encaminhar currículo para curriculo@c2mrh.com ou comparecer para entrevista de segunda a sexta das 9h às 16h, à Estrada de Jacarepaguá 7,221, sala 401, Freguesia – ao lado do Prezunic. 쐀 Cartas para a redação de A Voz de Rio das Pedras, a/c do Núcleo de Cidadania, Rua Nova n0 105, loja 2. e -mails para contato@avozderiodaspedras.com.br

A VOZ DO DIREITO

CRISTINA GOMES CAMPOS DA SETA *

ESTE É O RECADO QUE ESTAMOS ENVIANDO?

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ntende-se por democracia a possibilidade de o cidadão participar do processo de tomada de decisões que atingem à coletividade. Um país será considerado mais democrático quanto mais indivíduos possam participar das decisões de fatos capazes de lhes afetar, assim como pelas suas influências nas decisões tomadas em nome da sociedade. Destarte, um país não pode ser considerado democrático apenas porque as pessoas maiores de determinada idade – no caso do Brasil, acima de 16 anos e alfabetizados – estão habilitadas a votar para escolher seus representantes. É preciso que o cidadão possa efetivamente fazer valer a vontade coletiva, fiscalizando as decisões tomadas em seu nome. Assim, no caso do aumento das passagens, por exemplo, não há duvidas sobre a legitimidade do povo para exigir explicações sobre a necessidade do aumento das tarifas, se o valor reflete as necessidades de custeio do sistema.

Contudo, desde o ano passado, estamos vendo nas ruas o emprego da violência, da destruição de bancos, prédios, lojas e, em consequência, a lesão à integridade física das pessoas em nome do exercício da democracia. A pergunta que se faz é: Como podemos participar de uma reunião, de uma manifestação democrática para exigir nossos direitos, se corremos o risco de ficarmos feridos ou até de morrermos? As manifestações se transformaram em praça de guerra, numa disputa entre pessoas que escondem os rostos e a polícia, na qual as vítimas, quase sempre, são pedestres ou profissionais que estão cobrindo os acontecimentos. Divulgam-se notícias de que o artefato que acabou matando um cinegrafista da Rede Bandeirantes de Televisão era para ser dirigido contra a polícia. Esta informação é curiosa na medida em que demonstra que a finalidade da manifestação não era a de contestar o aumento da passagem, mas ferir a polícia. Afinal, a manifestação era para que o povo pudesse

A VOZ DA PSICOLOGIA

GISELLE SANTOS*

A EDUCAÇÃO ESCOLAR IDEAL

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s férias escolares chegaram ao fim, dando início à busca por uma escola ideal para os filhos. Mudança de bairro, filho iniciando na idade escolar ou até mesmo a procura por algo que a escola anterior não ofereceu. Não importam os motivos: essa busca nunca foi fácil para os pais ou responsáveis. Mas pode se tornar menos complicada. Primeiro você deve pensar que não há uma escola ideal ou “a melhor”. O que existe é o que você espera e deseja para a educação dos seus filhos. Uma boa escolha é aquela que combina com os valores e a filosofia da sua família, que atenda às expecta-

tivas da educação que você julga ser a melhor para o seu filho. Afinal, cada família é única no seu modo de funcionar e cada criança possui a sua individualidade, resultando no modo de ser, aprender e apreender, através de sua potencialidade e limitação. Isto quer dizer que, antes de escolher, você deve conhecer alguns aspectos que a escola tem a oferecer, principalmente no que diz respeito ao projeto pedagógico, a metodologia usada no processo de ensino-aprendizagem, o tipo de postura que é adotada diante às situações do dia a dia, entre outros aspectos. Além disso, outras características devem ser levadas em consideração, como a locali-

A VOZ DO MORADOR

ANTÔNIO MARQUES *

POR UMA VIDA MELHOR

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ormigueiro de gente, mosaico de cores e sabores, a comunidade – ou para os menos ofendidos, favela – Rio das Pedras sempre atraiu olhares de quem por ela já passou ou dela já ouviu falar. A impossibilidade de permanecer indiferente diante desse lugar deve-se à sua infraestrutura e aos seus moradores, que despertam atenção, fascínio ou até mesmo uma avaliação pejorativa, pelo uso bem-humorado da expressão “Rio das Trevas”, já conhecida por alguns. Mas é nesse certo bom-humor em dizer Rio das “Trevas” que se escondem – ou se escandalizam - as mazelas e desvantagens de morar nessa comunidade, que, é claro, também possui vantagens e pontos positivos. Para começar, existe aqui um intenso serviço de transporte. Há praticamente ônibus para quase todos os lugares do Rio. A mobilidade é tão verdadeira que, em conversas entre amigos, costuma-se parodiar a clássica frase “todos os caminhos levam a Roma”, substituindo-a por “todos os caminhos levam a Rio das Pedras”, devido ao maciço sistema de transporte que opera em nossa favela. Além do mais, o Rio das Pedras é um verdadeiro Saara de Jacarepaguá, uma espécie

de mercadão de Madureira em maior dimensão. Diferentes de muitos bairros, os moradores daqui não precisam pegar um carro para atividades banais como comprar pão na padaria. Basta sairmos de casa para logo encontrar padarias, salões de beleza, mercadinhos, pet shops, restaurantes, lojas de roupas e de acessórios, consultórios médicos, de advocacia, dentistas, escolas, bares e tantos outros serviços. Mas quando o assunto é bar (costuma-se brincar que há um em cada esquina), há prós e contras. Apesar de ser um ótimo espaço de entretenimento, nem sempre é vantajoso para alguns, já que muitos bares e casas noturnas funcionam durante noite a fora e com música bastante alta. Quem, geralmente, mora próximo a um bar tem frequentes problemas ao dormir, devido à irritante poluição sonora. Quando não são os bares, são os próprios moradores que promovem festa nas ruas, transformando-as em genuínas casas de show a céu aberto. Longe de querer interromper a alegria ou o trabalho dos outros, o fato é que festas, pelo menos as promovidas nas ruas, poderiam ter hora e lugar para acontecer para que não haja perturbação da vizinhança. Caso contrário, o que antes era apenas uma festinha na rua acaba se transformando em estorvo para quem

exigir a sua participação na tomada de decisão ou para confrontar a polícia? Pelo que vem sendo apresentado na mídia, o medo está tomando conta das ruas. Ao sabermos que haverá uma manifestação, decidimos por evitar aquele local, corremos rápido para casa porque tememos estar nas ruas no momento em que ela vai acontecer. Mas se as manifestações são para o exercício da democracia, para demonstração de descontentamentos, sem que o povo participe, ela estará esvaziada. Algumas pessoas justificam o emprego da violência como “arma” para que sejam ouvidas. Este é o recado que estamos enviando? Com esta conduta estamos autorizando a prática da violência contra o povo que deseja protestar. Estamos passando a mensagem de que a violência e a força são elementos para imposição de posições, de decisões, em vez do uso da razão, dos meios legais e jurídicos. Estas são mais indagações do que respostas. Devemos pensar como vencer a violência e garantir o nosso direito de manifestação. Na época da ditadura, a violência tirou a voz do povo que não podia se manifestar, mas esta mesma violência a vem calando na democracia. O exercício da democracia desaparece, assim como desaparece a participação popular. *Cristina Gomes Campos de Seta é juíza da 9ª Vara Cível do Meier

zação da escola, o espaço físico oferecido, a segurança, os professores etc. Pode parecer complicado e até trabalhoso esse tipo de levantamento, porém, você deve sempre pensar que é a formação e o futuro do seu filho que estão em jogo. Estamos falando de uma fase de construção e absorção total da criança. Uma boa dica é visitar as suas opções em um dia de aula com o funcionamento normal da escola. Assim você poderá conhecer de perto as atividades, o modo como elas são realizadas e perceber também se esta ou aquela escola é a melhor opção de parceria para caminhar junto com você numa formação de qualidade para o seu filho, ajudando-o neste processo. Desta forma, as chances de falhar são bem menores e seu filho, com certeza, vai lhe agradecer mais tarde por isso! Boa sorte!

*Giselle Santos é psicóloga, especialista em Recursos Humanos, com trabalhos realizados nesta área e nas áreas social, clínica, escolar e da saúde. Você pode mandar perguntas para ela pelo e.mail: contato@avozderiodaspedras.com.br.

tenta ter uma boa noite de sono antes de começar um dia árduo de trabalho. Outro ponto negativo é a carência de muitos serviços públicos, como saneamento básico para todos os lugares – é comum vermos poças ou verdadeiros rios de esgoto. Além do mau cheiro, o esgoto a céu aberto constitui uma ameaça à saúde da população, principalmente de nossas crianças que com frequência brincam e correm pelas ruas da nossa favela. Outro serviço de que carecemos é a falta de regularização da distribuição de energia elétrica, que aos poucos agora se faz. Em decorrência disso, é comum vermos genuínos “leões” e não simples “gatos” em alguns postes de luz, sem mencionar as inúmeras vezes que somos tristemente surpreendidos pela própria falta de energia elétrica em suadas noites quentes de verão. O fato é que, como todo lugar, Rio das Pedras também enfrenta obstáculos para gozar de bons serviços públicos e de qualidade de vida. Apesar dos percalços, a nossa comunidade também é singular em oferecer aos moradores, e também visitantes apaixonados, um novo olhar sobre a nossa cidade e nosso povo. Um olhar sobre um povo brasileiro que, diferente do estereótipo já cristalizado no exterior, acorda cedo, trabalha pesado e nunca deixa de sonhar por uma vida e um lugar melhor para viver.

*Antônio Anderson Marques de Sousa tem 22 anos. É estudante universitário (Letras) e professor de redação e inglês no projeto Clac-UFRJ. Cearense, mora no Rio desde os dois de idade.

EXPEDIENTE EDITOR-CHEFE

CHEFE DE REPORTAGEM

FOTOGRAFIA

Aziz Ahmed

José Antonio Gerheim

Fábio Costa

(Reg. 10.863 - MTPS) azizahmed@avozderiodaspedras.com.br

gerheim@avozderiodaspedras.com.br

TRATAMENTO DE IMAGENS

CONSULTORES

Eduardo Jardim

EDITOR EXECUTIVO

Cláudia Franco Corrêa Irineu Soares

ANALISTA DE MÍDIA E WEBMASTER

Maria Etatiane Costa Barroso Juliana Barcellos da Cunha e Menezes

claudiamulti@uol.com.bt

Laerte Gomes www.avozderiodaspedras.com.br

laertegomes@avozderiodaspedras.com.br

Claudia Gonzaga

Uma publicação da Livraria e Editora Citibooks Ltda. CNPJ: 05.236.806/0001-5 Rua Jardim Botânico, 710, CEP 22.460-000 para a Associação Comercial do Rio das Pedras (em organização). Rua Nova 105 – Loja, Rio das Pedras

Publicação quizenal / Tiragem: 20 mil exemplares / DISTRIBUIÇÃO GRATUITA / Impresso na Gráfica e Editora Jornal do Commercio

CLASSIFICADOS GRÁTIS! A partir dos próximos números, este jornal vai reservar espaço para que você, morador ou comerciante de Rio das Pedras, possa anunciar bens, serviços ou produtos que esteja disposto a alugar, vender ou, simplesmente, doar. Basta que seja um texto curto e grosso, que vamos publicar de graça. Se quiser "vender seu peixe", encaminhe o anúncio para o setor de classificados para o e-mail contato@avozderiodaspedras.com.br.

APROVEITE!


O novo diretor informou que a verba destinada ao Caic pela Secretaria Estadual de Educação este ano é de R$ 1,3 milhões.

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O Caic Euclides da Cunha tem este ano 1.800 alunos matriculados, divididos em três turnos: de manhã, à tarde e à noite.

RIO, 13 DE FEVEREIRO DE 2014

FOTOS DE MAICON RENAN

CRISE NO CAIC EUCLIDES DA CUNHA DIRETORA CAI, É SUBSTITUÍDA, MAS AS AULAS NÃO COMEÇAM

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nicialmente previstas para começarem no dia 3 de fevereiro, as aulas do Caic Euclides da Cunha foram adiadas para o dia 10, depois para o dia 12, e agora para o dia 17. Mas, diante da grave crise que se abateu sobre a maior escola pública de Rio das Pedras – causando inclusive a queda da antiga diretora, a professora Josefa Guimarães e sua substituição pelo professor Márcio de Macedo Monteiro – fica a dúvida: Será que vão mesmo começar nessa nova data marcada ou os 1.800 alunos matriculados nos três turnos continuarão de férias forçadas? Sete horas da manhã do dia 3: alegres, confiantes, os alunos chegam para iniciar mais um ano na escola que escolheram, naquele clima de contar como foram as férias, quais os planos para encarar 2014, rever os professores e os funcionários. E o que encontram? Professores em clima de grande agitação, inconformados com as condições em que dizem ter encontrado a escola: falta de funcionários em número suficiente para manter a limpeza, falta de ventiladores nas salas para enfrentar o calor e, o pior, falta da merenda escolar. Sem opção, muitos alunos voltaram para casa, outros foram para uma praça próxima ao Caic, enquanto uma comissão de professores se dirigia à Secretaria Estadual de Educação e outra para a Alerj, onde pretendiam discutir o problema e buscar uma solução: – Não há mais como contemporizar com essa situação que se repete a cada ano, de marcarem o início das aulas sem antes ouvir os professores, saber em que condições a escola se encontra, se os equipamentos indispensáveis estão à disposição, se tem água, se tem merenda. É o mínimo de bom senso que se deve exigir – desabafa uma professora, cujo nome preferimos preservar. À tarde veio a confirmação de que a solução encontrada pela Secretaria de Educação para o problema do Caic foi a substituição da diretora-geral Josefa Guimarães pelo professor Márcio de Macedo Monteiro, que dirigia o Ciep (Brizolão) Ayrton Senna, na Rocinha. Solteiro, de 47 anos, Monteiro é morador de Jacarepaguá é professor de matemática, formado pela Universidade Castello Branco. Antes do Ciep Ayrton Senna dirigiu durante 10 anos o Ciep Ulysses Guimarães, em Curicica. Dá aulas também no Colégio Brigadeiro Schorcht, na Taquara, e no Colégio Nossa Senhora Rainha do Coração, no Pechincha. O novo diretor chegou com a certeza

Márcio de Macedo Monteiro, novo diretor do Caic

de que vai ter de mudar muita coisa no Caic, mas diz que terá de ser feito por etapas: – Primeiro a estrutura mínima para o funcionamento da escola, como salas, banheiros, cozinha, dispensa, limpos, reparo imediato das calhas para enfrentar as chuvas e os alagamentos que, pelo que fiquei sabendo, ocorrem com frequência. Temos de ter ventiladores em número suficiente para amenizar o calor, o suprimento regular da merenda. O novo diretor evitou fazer críticas diretas à administração da professora Josefa Guimarães, mas revelou que sua diretriz de gestão terá outra filosofia de trabalho: – Para mim a função prioritária da escola é a educação, é ensinar, é transmitir o conhecimento. O espaço da escola não pode ser cedido para festas particulares ou eventos que não sejam os que se enquadrem nessa filosofia. Se na única escola pública mantida pelo estado em Rio das Pedras as aulas não começaram ainda, nas escolas municipais, elas se iniciaram na data marcada: 12 de fevereiro.

FOTO DE LAERTE GOMES

Professores reunidos na sala da administração à espera da solução para os problemas que culminaram na substituição da antiga diretora Josefa Guimarães e no adiamento do início das aulas na maior escola pública da nossa comunidade

Já os alunos se dividiram em três grupos: um foi para o ginásiodiscutir o que fazer diante da impossibilidade de dar início a mais um ano letivo; outro, sem opção, preferiu aguardar no pátio, preocupado principalmente em saber quando enfim as aulas vão começar; o terceiro grupo resolveu não esperar mais e foi embora para casa


Os moradores da Rua Velha, do lado da Segunda Ponte, voltaram a reclamar da falta de regularidade na coleta do lixo jogado ao lado do campo do Martelão.

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Os responsáveis pela Clínica da Família Otto Alves de Carvalho vão enviar ofício à Comlurb pedindo que a coleta do lixo jogado na Rua Nova, na curva em frente à Quinta Quadra, seja feita pelo menos uma vez por dia, já que seu acúmulo causa desconforto aos pacientes da clínica que fica naquele local.

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RIO, 13 DE FEVEREIRO DE 2014

Pedindo sigilo, soldados da PM disseram que está faltando ação e cooperação da Cet-Rio para organizar melhor o tráfego na Curva do Pinheiro, local da revolta contra o lixo.

RIO, 13 DE FEVEREIRO DE 2014

FOTOS DE MAICO RENAN

MONTANHA DE LIXO ACENDEU O ESTOPIM DA REVOLTA

MORADORES INDIGNADOS BOTAM FOGO NA LIXARADA NA CURVA DO PINHEIRO

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urva do Pinheiro, 4h30min da madrugada de segunda-feira, 10 de fevereiro. Grande parte da população começa a sair de suas casas para pegar os ônibus que as levam ao trabalho. Ao se depararem com a montanha de lixo acumulado durante os dez dias sem coleta, o mau cheiro exalado cada vez mais intenso, não se sabe de onde, alguém acende a chama da revolta. Como? Bota fogo no lixo e as labaredas se alastram tal qual um rastilho de pólvora transformando a Curva do Pinheiro numa sucursal do inferno, literalmente, tornando ainda mais quente o ar desse verão abrasador. A baderna e o caos se propagam até que alguém toma a iniciativa de chamar os bombeiros que, às 5h1min, chegam ao local e começam a batalha para apagar o incêndio e evitar que a situação se prolongasse e colocasse em risco as pessoas e até as casas e lojas comerciais. São 6h48mi, já amanheceu, e após intensa luta, finalmente, o fogo é dominado pelos bombeiros, que recolheram seus equipamentos e deram por terminada a missão. O estranho é que numa situação como essa não apareceu sequer uma só viatura policial para tentar colocar um mínimo de ordem na bagunça. Quem apareceu, às 8h03min, foi uma equipe da Comlurb, para recolher não mais o lixo, mas as cinzas que dele restou. O drama dos moradores ou de quem tinha de passar naquela segunda-feira na Curva do Pinheiro, porém, não havia terminado. Pelo contrário, estendeu-se ainda mais, pois quando do retorno do trabalho às suas casas, no fim da tarde, os moradores voltaram a se deparar com novas montanhas de lixo, ali jogado durante todo o dia pelos que não se cansam de reclamar dos grandes intervalos do recolhimento e também a falta de locais e caçambas adequados para despejarem os detritos. A quantidade de lixo chegou a tal ponto que, às 20h55min, a Curva do Pinheiro estava totalmente entulhada e até dificultava a passagem dos ônibus. A Polícia Militar chegou ao local foi embora após perceber que o tumulto no trânsito não era provocado por novas manifestações ou incêndio da lixarada. Era um problema para a Comlurb. No dia seguinte, terça-feira, às 8 horas, os bravos garis apareceram com os carros coletores, deixando na comunidade o registro de uma rotina ingrata: mais um dia de tensão e sofrimento. (Colaborou Maicon Renan)

O carro da Polícia Militar chega à Curva do Pinheiro, mas não teve como evitar a revolta dos moradores que, depois de ficarem dez dias sem que o lixo fosse retirado, acabaram incendiando o lixo acumulado, transformado rapidamente em grandes fogueiras, que só foram debeladas pela ação dos Bombeiros da Defesa Civil. Abaixo, moradores do Pinheiro acompanham a manifestação na quente madrugada da segunda-feira, 10 de fevereiro

O DIA SEGUINTE FOTOS DE MAICON RENAN

FOTOS DE LAERTE GOMES

Na manhã da terça-feira, 11 de fevereiro, sob fortíssimo calor, bombeiros ainda apagam os últimos focos de lixo queimado na Rua Nova, que fica com trânsito tumultuado, enquanto pedestres são obrigados a tapar o nariz por causa do insuportável mau cheiro

O drama da demora na coleta do lixo pela Comlurb se repete também na Engenheiro, na entrada da Primeira Ponte na Via Light. Mas houve tempo para mais uma boa ação de Laplace, o dedicado funcionário da Comlurb: ajudar um cadeirante a chegar à Rua Velha

FOTOS DE LAERTE GOMES

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TÁ COMEÇANDO A FICAR BOM. SÓ FALTA A PRAÇA DE LAZER Legenda para todos

ano passado foi dramático para os moradores da favelinha do Pantanal, que fica à margem direita do canal do rio das Pedras, na última rua do Areal, a Espada de São Jorge. Hoje, os moradores afirmam que valeu a pena o sacrifício, porque terminaram as obras da Companhia Estadual de Habituação (Cehab) naquele trecho, com a instalação da rede de esgotos e pavimentação. Moradora há 14 anos no pedaço, Dona Ilza Marinho comemora: – A poeira diminuiu com a pavimentação e na última chuva que caiu, em dezembro, não encheu, nem virou lamaçal, como antes. Agora estamos esperando pela nossa conta de luz, que vamos ter em breve, como prometeu a Light. Por enquanto, continuamos a conviver com os "gatos" – completa, enquanto aguarda as obras que a concessionária realiza na Rua Flor de Brilhantina, esquina de Leonel Brizola, e que vão se estender à Rua Espada de São Jorge. As crianças do local – e são muitas – estão felizes, mas cobram outra ação, que dizem ser promessa antiga feita por um político local: – Por que não fazem uma praça para a gente brincar nesse terreno abandonado, onde muita gente acaba jogando lixo nele? – perguntou um dos meninos. O terreno, que pertenceria a um senhor conhecido como Jorge do Gás, está mesmo abandonado há anos. Quem também se deu bem foi a creche da Tia Cláudia, que funcionava Rua Espada de São Jorge e está se mudando para a Rua Amélia, apesar das melhoras com o término das obras da Cehab. O motivo recompensa nosso jornal, como explica a cuidadora Cláudia, dona do pedaço: – Depois da matéria que vocês publicaram, a procura de mães e pais daqui aumentou tanto que eu me vi obrigada a procurar uma casa maior, com mais espaço para continuar minha tarefa de cuidar das crianças para que seus responsáveis possam trabalhar.

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1 - O terreno vazio e abandonado na Espada de São Jorge, na favela Pantanal, que as crianças cobram ser transformado em praça de lazer para elas e para os idosos. 2 - Ester, Vitória e Bruno, de dois anos, que já sabe o que quer: jogar no Flamengo. 3 - Wellington, de um ano, de sunga preta, no colo da irmã, Jenifer, Bia, de camiseta rosa, e Roberta, de 14 anos com o irmão menor. 4 - Elisângela, de 17anos, com o filho de um ano Gabriel e Jaciele, de vermelho, de 17 anos, com o filho Marcos Vinícius, de dois. 5 - Tia Cláudia, da creche que vai mudar para um casa maior na Rua Amélia. 6 - Dona Ilza Marinho, feliz com a obra da Cehab. 7 - Funcionários da Light erguem um novo poste para legalizar a luz na favela do Pantanal

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Falta uma política de fiscalização e de aplicação de multas aos infratores.

Estou feliz aqui. Fico muito triste quando falam mal da nossa comunidade.

6 RIO, 13 DE FEVEREIRO DE 2014

FOTOS DE LAERTE GOMES

FOTOS DE LAERTE GOMES

GUARDIÕES DO RIO, LIMPAM E CUIDAM. FALTA A PARCERIA DA COMUNIDADE Técnicos da Cedae desobstruem um bueiro de esgotos na Travessa Nelcina

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e segunda a sexta-feira, das oito da manhã às cinco da tarde, os Guardiões do Rio, uma equipe formada por um supervisor e cinco servidores especializados em coletar detritos e objetos jogados, sem dó nem piedade, no leito do rio das Pedras, faz um trabalho meritório. Não resolve de maneira definitiva, “apenas ameniza” – diz um deles – o problema da poluição das águas que correm pelo canal que começa na antiga Estrada de Jacarepaguá, no local conhecido como Floresta, passa pelo valão sobre a Engenheiro Souza Filho, e vai até a Areinha e favela Pantanal. Só não conseguem evitar o insuportável mau cheiro que tal poluição produz, principalmente na altura da Estação Azul, na confluência da Via Light com Engenheiro Souza Filho, um dos locais de mais intensa movimentação da comunidade. – A gordura despejada é apenas uma das causas do assoreamento e poluição do rio. Mas não é a principal. Pior mesmo são o incrível volume de sacolas plásticas e outros objetos jogados no seu leito, sem falar das residências que ainda não têm rede de esgoto canalizada pela Cedae – observa o supervisor, que pede para não ter o nome divulgado, porque é norma da empresa Guardiões do Rio, que é uma terceirizada a serviço da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Ainda segundo a fonte, para resolver de vez o problema, será necessário o uso de bombas de sucção, que são acopladas a caminhonetes especializadas, e também uma ampla e persistente campanha para educar nossos moradores no sentido de não jogar lixo no canal por onde passa o rio, uma integração administrativa entre os órgãos envolvidos na coleta de lixo (Comlurb, que é municipal, e Cedae, que é estadual) e estabelecer uma política de fiscalização e multa para os infratores. – Feito isso, a limpeza e a conservação do rio das Pedras (que nasce na localidade de Araticum, no Anil, desce pela Floresta até chegar à Areinha), a gente cuida – conclui.

EQUIPE DE CINCO SERVIDORES ESPECIALIZADOS E UM SUPERVISOR LIMPA DIARIAMENTE O LEITO POLUÍDO DO RIO DAS PEDRAS

POSTO DA CEDAE VEIO PARA FICAR

O

mês de fevereiro, em que pese o calor que assola esta cidade, trouxe uma boa novidade para a nossa comunidade, que todos esperam seja permanente e funcione para valer. Trata-se da instalação de um posto permanente da Cedae, que vai ficar no terreno onde já funciona uma central de coleta de lixo da Comlurb, em frente à Primeira Ponte, na Via Light. Segundo as informações colhidas junto aos integrantes da equipe que já estão trabalhando na comunidade – confirmadas em mensagem enviada ao nosso jornal pela Assessoria de Imprensa da companhia –, eles ficarão permanentemente na comunidade. Dessa vez não se trata de nenhuma ação daquelas do tipo que só vêm em ano de eleição, como é este ano de 2014, quando em outubro o povo votará para eleger presidente da República, governador, senador e deputados federais e estaduais. A Cedae informou que a instalação do

A gordura despejada pelos moradores mal educados é uma das causas do assoreamento e poluição do principal rio que atravessa a nossa comunidade

posto já estava planejada e teria sido resultado de pedido de um político importante, que tem influência na região. – Nossa função aqui não será para resolver problemas de falta de água, serviços que são parte de outro departamento da empresa. Nós viemos com a atribuição principal de manter os bueiros limpos e desentupidos, para evitar que eles transbordem, principalmente quando houver enchentes. É claro que, em alguns casos, poderemos até atender uma ou outra emergência de falta de água ou de um cano estourado – revelou um dos engenheiros responsáveis pelo posto.

Na foto à esquerda, operários trabalham na Travessa Nelcina. No alto, a limpeza da Vila Lídia. Abaixo, o desentupimento das galerias da Rua Velha

FLOR DE MÁRCIA E FÉLIX NASCE NA BARRACA DA DONA JANDYRA FOTO DE AZIZ AHMED

FOTOS DIVULGAÇÃO

N Dona Jandyra posa junto às flores que teriam inspirado os personagens da novela

ão tem “hot-dog do Félix”, porque a receita e o nome americanos não entram no cardápio nordestino. Mas há quem diga que foi na feira que agita a comunidade aos domingos que nasceu um dos símbolos mais emblemáticos da novela “Amor à vida”: a flor colorida usada por Márcia, personagem vivida na trama por Elizabeth Savalla, que também fez a cabeça do afetado gay interpretado pelo ator Mateus Solano. Nossa reportagem descobriu na barraca de bijuterias da Dona Jandyra de Souza, de 60 anos, há 30 anos moradora em Rio das Pedras, a coleção de flores iguaiszinhas das usadas pelos dois atores na novela. Uma moradora que não quis se identificar contou à nossa reportagem, depois que nos viu conversando com a Dona Jandyra, que uma estilista da TV Globo, quando comprou uma coleção de flores naquela banca, teve a ideia de levar os adereços para emissora a fim de compor o figurino de novelas. Caiu na medida certa para completar o visual fashion da ex-chacrete Tetê Para-choque paralama. Lenda ou verdade, Dona Jandyra não está nem aí. Nem

sabia dessa história, contada mais tarde ao repórter por uma freguesa protegida pelo anonimato. Mineira de Santo Antônio de Pádua, há mais de 20 anos que Jandyra vende bugigangas e balangandãs como cordão, leque, brinco, piranha, ligas e, agora, o carro-chefe...as flores. Ela conta: – Comecei a vender essas flores há muito tempo e, agora, aumentei o estoque para o carnaval. Mas com o sucesso que fez na novela as vendas estouraram. Saem dezenas por dia. Cada flor custa cinco reais e ela diz estar muito satisfeita com o negócio. Nestas duas décadas que mantém a pequena barraca, a feira já mudou de lugar e ela segue o roteiro: começou na Rua Nova, foi para o Pinheiro, voltou à Rua Nova e agora ocupa boa parte da Via Light e da Avenida Engenheiro Souza Filho. O ponto dela fica na Via Light, uns 50 metros antes de terminar a feira. Moradora do condomínio São Bartolomeu, Dona Jandira adora Rio das Pedras: – Estou muito feliz aqui. Fico triste, com raiva até, quando falam mal da nossa comunidade. A única coisa que acho ruim é o lixo e a Rua Nova quando o trânsito está engarrafado. O resto é uma maravilha.


Em junho, mais duas empresas contratadas pela Light vão se juntar à Sederle para agilizar o programa.

Pelo planejamento da Light, depois do Areal, será a vez da Areinha receber o programa Light Legal.

7 RIO, 13 DE FEVEREIRO DE 2014

CAÇA AOS “GATOS” NO AREAL VAI DURAR DOIS ANOS FOTOS DE LAERTE GOMES

Funcionários instalam os novos transformadores, com potência de 13 mil volts, que vão distribuir a energia para as residências do Areal, mas, ao lado, na esquina de Flor de Brilhantina com Leonel Brizola, um morador cria um novo “gato”

A

tão prometida e esperada realização do sonho dos moradores de nossa comunidade de receber todo mês a conta de luz com o nome certinho para pagar e até para servir de comprovante de residência, começa a virar realidade. Mas ainda vai demorar pelo menos dois anos. Isso para os moradores do Areal, os primeiros a serem beneficiados pelo programa Light Light, que já começou as obras de instalação dos novos postes e os distribuidores e transformadores que vão finalmente permitir a instalação dos relógios medidores de consumo nas residências e estabelecimentos comerciais A informação foi prestada sob a condição do anonimato por um experiente engenheiro eletricista, especialista em equipamentos de alta tensão, encarregado pela empresa contratada pela Light para o plano de acabar de vez com os "gatos" em Rio das Pedras. Nosso jornal confirmou com o assessor de Imprensa da concessionária, jornalista Mauro Ramos, o início das obras do programa na comunidade. Ele explicou: – Além disso, estamos realizando o levantamento e inspeções na rede existente, prestando atendimento e informações aos clientes com a presença da Agência Móvel e substituindo transformadores e componentes da rede. Serão realizados cerca de 217 Km de reformas e extensão de rede e instalação e substituição de cerca de 4,5 mil postes e 714 trafos. Cerca de 160 mil pessoas serão beneficiadas com o projeto, que contará com 5 unidades do Light Legal. Ações de Eficiência Energética também serão realizadas, como substituição de geladeiras, troca de lâmpadas, trabalho educativo para o consumo consciente, palestras, entre outros – concluiu Mauro Ramos. Já o engenheiro encarregado das obras garantiu que os transformadores que estão sendo instalados são os mais modernos e adequados para que alguém se atreva a fazer ligação clandestina – Ele estará se arriscando a uma descarga elétrica de 13 mil volts e a morrer eletrocutado, virar churrasquinho. E ainda ocasionar o desarme e a interrupção do fornecimento de energia por no mínimo três dias – alertou. Segundo ainda o engenheiro, em junho, mais duas empresas vão se juntar à Sederle para acelerar as obras no Areal. Depois será a vez da Areinha começar a caça aos "gatos". – O tempo que parece às vezes longo para a substituição da energia é devido ao cuidado que se tem para não deixar os moradores sem luz e sem um mínimo de energia durante a instalação dos novos transformadores informa o jovem eletricista formado pelo Senai – Jonatan de Jesus Nascimento.

PROGRAMA LIGHT LEGAL OBJETIVA TRAZER OS BENEFÍCIOS COBRADOS PELA NOSSA COMUNIDADE

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FOTOS DE LAERTE GOMES

ANTES

ENFIM CAI O VELHO POSTE DA RUA ALMIRA

DEPOIS

Quem, finalmente, depois de 15 anos sustentando um imenso ninho de fios e “gatos”, deixou de ameçar cair sobre carros e pessoas na Rua Almira, foi o velho poste de madeira, para alívio dos moradores do local, como seu Otacílio.

Novos equipamentos chegam ao Areal (foto 1); funcionários da Light instalam mais um poste e um transformador na Rua Flor de Brilhantina (fotos 2 e 3); o eletricista Jonata de Jesus Nascimento (4)


O jogo com o Chelsea foi basicamente para arrecadar dinheiro para o goleiro Gil, enfermo.

Com a vitória o time completou oito jogos sem perder, desde o ano passado.

Os clubes querem discutir a taxa de inscrição, de R$ 2 mil, inicialmente prevista para o “Brasileirão” de 2014. Em 2013 era de R$ 1,5 mil. RIO, 13 DE FEVEREIRO DE 2014

FOTOS DE LAERTE GOMES

JUVENTUDE SE PREPARA PARA NOVOS DESAFIOS E TÍTULOS

1 A 0 - CABEÇA

2 A 0 - MICON

Em pé, o técnico Val, com a camisa do Fluminense, João, Elias, Cabeça, o goleiro Bichinho (que é técnico do Só No Pelo), Neto, Marcelo e Michael. Agachados, Micon, Fabiano, Raimundo e Thales. O time, que fez o quarto jogo da pré-temporada contra o Chelsea, também da Areinha, e venceu por 3 a 0, já de olho na temporada oficial, quando vai tentar o bi no “Brasileirão”

3 A 0 - THALES

ELES BRINCAM EM TODAS Amigos fora do campo, companheiros inseparáveis, dentro das quatro linhas eles não enjeitam desafios, sejam quais forem: assim, quem estava no Terceiro Campo, no domingo, dia 9, debaixo de um calor de 40 graus, sensação térmica de 50, não se espantou com o que viu: o artilheiro e ídolo do Juventude, Cabeça, depois de encarar o Chelsea, marcar um gol, 15 minutos depois, lá estava dando uma de goleiro, defendendo o Só No Pelo contra o ataque – e que ataque? – do São Luiz. E no meio de campo, de bermuda verde, camisa branca e tênis, Elias, o zagueiro capitão do Juventude, dava uma de árbitro, como se fosse o famoso Barba. Fanáticos por futebol é pouco para Cabeça também dá uma de goleiro, assim como o técnico Bichinho; já o zagueiro Elias é bom de apito definir a paixão dos dois por uma bola.

O

grande campeão da temporada de 2013, o Juventude, da Areinha, está em plena preparação para repetir a performance este ano, tanto no Campeonato de Rio das Pedras, que terá a partir de maio sua 37ª edição, como nas demais copas e torneios que vierem a ser organizados na comunidade. Ainda neste segundo domingo de fevereiro, o time do técnico Val disputou seu quarto amistoso da chamada prétemporada, enfrentando, no Terceiro Campo, o Chelsea, também da Areinha. Ao final, vitória do campeão, 3 a 0, com um gol de Cabeça, aliás um golaço, em forte chute de fora da área, que lembrou muito o gol marcado pelo argentino Higuain, do Nápoli, na vitória sobre o Milan, de Seedorf por 3 a 1, no sábado, 8; Micon e Thales fecharam o placar. Nos jogos anteriores foram duas vitórias e um empate, informou Val. O jogo teve também um caráter beneficente, para ajudar a pagar o tratamento do goleiro titular do Juventude, Gil, que contraiu tuberculose e se encontra em casa, sob severo tratamento à base de antibióticos: – Com esse dinheiro que arrecadamos hoje com todos os jogadores dos dois times, e ainda dos que vão jogar depois de nós, vamos comprar uma cesta básica completa, frutas, doces e cereais para ele ter uma superalimentação, se recuperar e voltar a jogar o mais breve possível – explicou o capitão e zagueiro do Juventude, Elias, que já passou pelo mesmo drama de Gil. Outra prova de solidariedade veio do técnico do Só No Pelo, que também é goleiro, Bichinho. Como o Juventude foi pego de surpresa com a enfermidade de Gil e estava sem reserva para a posição, ele foi para o gol do campeão. E se saiu bem, pois o Chelsea não conseguiu marcar: – Acho que até mereço um bicho, né? Mas o que vale mesmo é a torcida para o Gil ficar bom logo e voltar a jogar – disse Bichinho.

Juventude – Bichinho, Neto, Elias, João, Raimundo,Fabiano, Michael, Marcelo, Cabeça,;Thales e Micon. Chelsea – Leandro, Amado, Léo, Gláuber, Alex, Daniel, Vinícius, Wallace,,Hércules, Yan, Paulo. Juiz: Júlio. No outro jogo da tarde, o São Luís, que tem camisa igual ao campeão do Maranhão, Sampaio Correia, enfrentou e venceu o Só No Pelo, por 2 a 1.


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