FOTO DE FABIO COSTA
FOTO DE FABIO COSTA
Tiago Tit Medeiros, o produtor das imagens, Sandra Lima, com sua energia aflorada em seus cabelos vermelhos, e o mestre Egeu Laus: um trio de causar inveja
O VERMELHO QUE SERVE PARA ABRIR MUITOS CAMINHOS
Thalita (à esquerda) e Luciene: alvos de muitos elogios
LUZ QUE OS ‘GATOS’ DA COMUNIDADE NÃO CONSEGUEM ROUBAR
Contamos como a ativista cultural Sandra Lima viveu os momentos que antecederam a escolha do documentário Caminho das Pedras entre um dos selecionados do projeto da 1ª Feira Favela Criativa, num evento recheado de emoção antes, durante e depois.
Com charme e beleza, Thalita e Luciene tornam agradável o trabalho da Light de cadastramento de moradores para terem sua energia legalizada. PÁGINA 6 ANO II - N0 38 - RIO DE JANEIRO, 11 DE FEVEREIRO DE 2015
I N F O R M A Ç Ã O
E
C I D A D A N I A
w w w.avozd er io d a s pedra s.com.br
PÁGINA 3
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Jornal on-line: http://issuu.com/avozderiodaspedras
SEU LIXO PODE MATAR! Se você faz parte dos incivilizados que insistem em jogar o lixo de qualquer forma pelas ruas de nossa comunidade, leia com atenção a reportagem especial da nossa série sobre o lixo e veja o que você está fazendo com seus amigos, parentes, mulher, filhos e com si próprio. Se você faz parte dos que se indignam pelas redes sociais, saia de trás do computador e se mobilize com seus amigos e vizinhos e vá para rua protestar contra estado de calamidade pública que insiste em ornamentar nossa paisagem com o aspecto visual mais repugnante que existe e com o cheiro mais abjeto que toma conta do ar da nossa amada comunidade. Você gosta de viver assim? Não? Então mude!
E S O R I P S O T P E RATO = L
E D I O F I T E R B E F = S A T A R A B E S A C M OS
E U G N E D = S O T I MOSQU
OBJETOS CORTANTES = TÉTANO
PÁGINA 3
E MAIS
FOTO DE JÔ SERFATY/DIVULGAÇÃO
FOTO ARQUIVO PESSOAL
CINEMA COM ARTE E DOSE DE GARRA
O FUTURO EM UM PORTAL Programa social do Senac-RJ se destaca ao valorizar, antes da formação profissional, a autoestima, o caráter, direitos, deveres e a capacidade de organização, tudo com muito estilo, postura e educação que vem fazendo a cabeça e o coração de jovens entre 16 e 21 anos. PÁGINAS 4 e 5
Num projeto audacioso, quatro jovens (na foto, a partir da esquerda, Natália, Ronaldo, Caio e Karolaynne) de Rio das Pedras foram escolhidos pela cineasta Jô Serfaty para darem os primeiros passos na admirável e sofisticada arte cinematográfica. PÁGINA 6
Os brasileiros se deixam levar pelo que ouviram dizer, aumentando ou distorcendo os reais alcances das leis”
Rio das Pedras deveria ser mais reconhecida. Será que teremos de abrir uma boca de fumo para chamar a atenção?”
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A VOZ DO DIREITO
N
o Brasil, no ano passado, foi promulgada uma lei que visa a proibir tratamento cruel ou degradante como forma de educação de crianças e de adolescentes. Lamentavelmente, a sociedade em geral passou a chamá-la de lei da palmada. Daí que vem sendo erroneamente divulgado que os pais estão proibidos de dar uma palmada nos filhos, sob pena de se submeterem a processos criminais. Não há como se equiparar duas situações tão diferentes, como vem sendo ressaltado por vários criminalistas em todo o Brasil. O que se proibiu foi a agressão física, o tapa agressivo, como forma de impingir agressão física às crianças e adolescentes, o que não se confunde com o tapinha dado por alguns genitores quando a criança está fazendo pirraça ou sendo desobediente. No dizer de um famoso professor
CRISTINA GOMES CAMPOS DE SETA *
O PAPA E A PALMADA de Direito Penal, o alcance da lei não é para se inserir como conduta penalmente relevante às chamadas palmadas de efeito simbólico, de correção. Caso se interprete a lei em sua literalidade, os genitores também não poderão colocar os filhos de castigo porque isso gera sofrimento físico. Não se poderá repreender, porque isso gera mágoa e, consequentemente, sofrimento físico. Não se está aqui afirmando se é certo ou errado dar palmadas nos filhos. O que se coloca é
(como ocorreu com o Papa) porque se está fazendo apologia ao crime. A censura está ocorrendo ao contrário, porque, se vivemos numa sociedade com liberdade de expressão, as opiniões podem ser afirmadas sem medo de represálias, desde que, com isso, não se agrida ou ofenda outra pessoa. Pelo que se percebe, dois grandes problemas que assolam a sociedade são a desinformação e a falta de debates públicos, com a participação de toda a população, sobre temas rele-
do Lixo.” Sandra Barboza: “Quando não tem lixeiras reclamam, e quando tem jogam o lixo no chão.” Iãe Maria Lima: “Gente, pelo amor de Deus. Vocês que jogam lixo no chão, tomem vergonha! Vocês parecem crianças, que têm de ouvir as mesmas coisas pelo resto da vida, não é? Coloquem o lixo na lixeira. Vamos zelar por nossa cidade. Aiiii, tem hora que você precisa desabafar, me desculpem.” Maria Lima: “Povo nojento. O lixo tinha de voltar para dentro da casa deles!” Moyses Souza: "Para mim, isso não é uma comunidade, é uma favela. As pessoas não têm educação e só pensam em si mesmas (não é todo mundo)." Lukas Sweecker: "As pessoas não têm consciência, elas gostam disso na nossa comunidade, da sujeira. Tem um pessoal que tem preguiça de abrir a tampa do 'laranjão'. Depois reclamam que a Engenheiro fica alagada quando chove. Claro, é lixo para todo lado! Podiam pensar bem antes de fazer essa besteira. Se todos fizessem sua parte nossa comunidade ia ser outra!" Raphael Bottinelli: "Um bando de porcos, isso sim. Pode colocar um caminhão de lixo, encostado, que eles não estarão nem aí. É assim que é visto o nosso Brasil, um lixo mesmo." Robson Jardim: “As lixeiras estão vazias porque só recolhem o lixo que está dentro. Se a lixeira estiver lotada e colocarem lixo em volta, esse lixo não será recolhido.” Leandro Moura: "Só não entendi por que colocaram os 'laranjões' na rua, pois o trânsito na Engenheiro já é um transtorno." Clebson Amorim: "Se o povo não fosse tão porco, essas lixeiras resolveriam o problema, mas estão jogando lixo fora delas." Carla Paiva: "Muito bom. Pena que as pessoas não têm o mínimo de educação e zelo pelo lugar onde moram e não valorizam as melhorias. No dia em que eles colocaram os 'laranjões', logo depois as pessoas simplesmente jogavam o lixo do lado com preguiça de abrir a caçamba. O problema não é Rio das Pedras em si, mas sim as pessoas que vivem aqui!" Cidinha Costa:"Muito boa essa ideia, adorei. Agora vamos ver se o povo colabora e para de jogar lixo nas ruas. Mas Rio das Pedras ainda precisa de muitas dessas caçambas, pois a população é muito grande. Se cada um colaborar, vamos conseguir manter as ruas limpas. Todos sabemos que Rio das Pedras é a comunidade que mais tem lixo nas ruas. Vamos acabar com isso. A Comlurb está de parabéns!!!
homem tentando não pisar no lixo sobre a rua alagada ou a dos pais com as crianças tentando driblar o lixo.” Janiele Ferreira: “Tem de haver uma união entre o serviço público e a população. Só depende dos dois.” Sergio Menezes: ”Isso aí também é o reflexo da falta de educação da nossa população, que não descarta o lixo no lugar correto. Vem a chuva forte e acontece isso aí.” Valéria Gomes: “Triste esse descaso com a comunidade, emaranhado de fios...” Sidney Azevedo Souza: “Se fosse no tempo das eleições, o Pezão teria até aparecido aqui e colocado os pés na água e prometido que acabaria com esse problema. Mas agora é tarde, só daqui a quatro anos.” Rubens Santos: “Muitas vezes os próprios moradores jogam lixo no chão, nos bueiros. Quando chove, vira esse rio de lixos. Vamos pensar um pouco... Na sua casa você joga lixo por todos os lados? #concienciadetodos.” Alessandra Carvalho: “Cadê o Brazão?”
*Cristina Gomes Campos de Seta é juíza da 9ª Vara Cível do Méier
A VOZ DO LEITOR
Moradores aprovam ‘laranjões’ e reprovam a falta de educação O problema do lixo continua a mobilizar a nossa gente. A foto e vídeos dos "laranjões" postados no Facebook pelo nosso repórter Ricardo de Souza bombaram. Leiam o que escreveram os moradores: Núbia Corrêa: “Em 2013, a Comissão de Meio Ambiente de Jacarepaguá fez um trabalho em conjunto com o Núcleo Socioambiental, a Amarp e diversos órgãos do município, trabalho esse focado no lixo. Foram quatro eventos ao longo de um ano, e — pasmem! — o esforço dos envolvidos só conseguiu uma melhora de menos de 1% em relação à mudança de hábitos. Chegamos a fazer um trabalho focado em geração de renda através do lixo, e esse nem surtiu efeito. A Comlurb faz um trabalho sensacional na comunidade, mas se não houver colaboração da população de nada adiantará tanto esforço. Neste mesmo ano houve a morte de uma criança especial pela picada de um tipo de aranha que se prolifera no lixo, e ainda assim em nada mudou a consciência dos moradores. Óbvio que não estou aqui generalizando, mas, numa comunidade de 160 mil moradores, uma mudança de menos de 1% em seus hábitos significa que há algo de muito errado. Na minha opinião, enquanto não doer no bolso de quem não toma consciência de nada vai adiantar focar na educação ambiental." Everton Morais: “Outro dia reparei nesse mesmo lugar que as caçambas estavam cheias, cheias mesmo, e por isso botavam o lixo fora do lugar devido. Logo depois o caminhão da Comlurb esvaziou as caçambas e o lixo continuou no chão. Quem passa depois do acontecido tem a impressão de que a população não coloca dentro das caçambas.”Adnilson Ponte: “Antigamente se fazia assim: os moradores, quando viam esses caras colocando lixo fora do local devido, chamavam o sujeito, davam o lixo na sua mão e avisavam: ‘Coloca na lixeira senão eu coloco na sua porta.’ Eu era moleque de uns 10 anos e vi muitas lixeiras irregulares acabarem assim. Mas hoje em dia a galera só quer dinheiro. Vamos fazer o quê? A população hoje, além de maleducada, é oportunista. Se você chamar a atenção, tomar uma atitude mais enérgica, como citei, é chamado de miliciano e coisas do gênero...” Ana Maria Arruda Duarte: “Já cansei de falar e de ser xingada pelo que falo, mas isso é pura falta de educação.” Marcos Albuquerque: “Seria legal colocar fiscais em cada ponto de coleta, e quem
que, no Brasil, a população se deixa levar por aquilo que ouviu dizer, ou pela deturpação do que está escrito ou o que foi dito, aumentando ou distorcendo os reais alcances das leis. Daí que toda verdade dita a uma pessoa, passa a ser assédio moral, logo, não se pode mais falar nada a ninguém sob pena de sofrer represálias processuais. Não se pode proibir badernas em shoppings, porque se está recriando ditadura. Não se pode afirmar que não se acha errado determinadas condutas
vantes. Tudo no Brasil vira “lei”, fruto de “decisões” de grupos específicos e bem articulados politicamente. É como se a mera publicação de uma lei, por si só, num “passe de mágica”, fizesse com que todos os problemas nela elencados desaparecessem, como se costumes seculares fossem aniquilados e todos passassem, a partir da data da promulgação da lei, a concordar com as alterações por ela apresentadas. Antes de promulgar uma lei é preciso verificar se ela reflete os costumes e a vontade da população. A lei não educa. A modificação de comportamentos pressupõe educação, acesso à informação de qualidade, reflexão e vontade de mudanças. Bom carnaval a todos!
jogasse o lixo fora da caçamba seria multado com um alto valor em dinheiro. Talvez assim eles aprendessem." William Castro: “Vocês acreditam que de domingo para segunda, lá pelas 4h30min da manhã, eu vi um homem indo trabalhar? Ele carregava um saco de lixo e teve a má educação de jogar o saco no chão, e não dentro dessas lindas lixeiras (‘laranjões') que estão espalhadas por toda a nossa comunidade. Perguntei por que ele não jogou dentro da lixeira, ele respondeu que estava atrasado para pegar o ônibus. Isso aconteceu próximo ao Cicle Neném." Alvaro Oliveira: "Lamentável a falta de compreensão da comunidade. E não é somente nas lixeiras que está acontecendo isso não. No prédio onde moro, tive de colocar um portão porque as pessoas pegavam cartas e ali deixavam os seus lixos. Também estavam transando na escada, fazendo cocô e xixi de madrugada e roubando as pessoas do prédio. Uma bagunça geral. Aguentei isso durante seis anos. Depois do portão, graças a Deus melhorou um pouco. Poxa, é uma vergonha. Estou indignado com tudo isso, num lugar tão maravilhoso de se viver! Eu já moro aqui há 32 anos é amooo o lugar!” Quitéria Bezerra: “Será que a solução é colocar um chip na cabeça dos imundos? Talvez se eduquem, porque eu moro no fim da Areinha e vou até a Engenheiro com meu lixo e coloco na lixeira que fica do lado do ponto do ônibus. No caminho encontro uns dez amontoados de lixo, principalmente do lado do supermercado e da farmácia. Não faço parte dessa porcaria.” Joaojmm Joaojmm: “Poxa, eu andei defendendo a população dessa comunidade em outros comentários, mas agora posso ver que a população não tem nenhum compromisso em manter seu local de morar limpo. É uma vergonhosa atitude. Sem educação, esse é o termo certo!” Maria Eduarda do Nascimento: “Acorde, pessoal! Vamos parar de sujar o lugar que nós habitamos!!!” Fátima Ribeiro: “Não adianta, porcos são porcos, morrerão na sujeira. Já fui moradora, daí mudei de cidade para uma comunidade, sem palavras. Estou no paraíso, em Nova Friburgo!” Silvana Ramos: “Aqui perto da minha casa tem também, mas fazem do mesmo jeito: a caçamba vazia e o lixo fora, na rua. Não tem jeito.” Alcideia Andrade: “Às vezes tenho vergonha de dizer que moro em Rio das pedras, porque as pessoas dizem que o lugar deveria ser chamado de Rio
Sobre o álbum "Nossos problemas", postado pelo nosso fotógrafo Fábio Costa com imagens de flagrantes da nossa comunidade, recebemos as seguintes mensagens: Quitéria Bezerra: “Nossa, não sei se a pior, a foto mais vergonhosa, é a do
tem tráfico. Por exemplo, o RJTV chamou jovens de várias favelas para serem jovens aprendizes, mas só de favelas pacificadas ou com tráfico. Até outro dia, a Taça das Favelas também não tinha time daqui. Contra isso e outras coisas é que quero que este jornal ganhe força para bater de frente com a Globo, com a prefeitura etc. Se precisar, podem contar comigo para divulgar e denunciar as injustiças da nossa comunidade. Estou em Rio das Pedras há 24 anos, já vi e vivi muita coisa aqui. Já vi meu pai montar e desmontar muito barraco na lama. Não quero que continuemos assim. Pela idade que o bairro já tem, deveria ser mais reconhecido. Será que vamos ter de abrir uma boca de fumo aqui para poder chamarmos a atenção?"
Quero Trabalhar Meu nome é Bianca Adão Ribeiro, estou à procura de emprego de doméstica. Tenho recomendação, se acharem necessário. Meu contato é 99167-7018.
Morte na enchente Sobre a publicação do jornal “O Globo” que compartilhamos e dizia da morte de um homem atingido por um raio em Rio das Pedras. Clebson Amorim: “Que é isso? Ele não foi atingido por raio nenhum. Ele foi cortar um fio de alta-tensão e morreu eletrocutado. Geral, quem estava na rua viu.” Eva Alves: “Uma grande falta de respeito com as pessoas. O acidente aconteceu por volta das 4 horas, mais ou menos, o corpo ficou jogado no local até as 10 horas da manhã, quando o Corpo de Bombeiros apareceu...”
Som ensurdecedor Vinimax Marcus: "Rio das Pedras é um bom lugar, mas a semana toda tem um bar na entrada da Areinha com um som ensurdecedor até 5, 6 horas da manhã. Os trabalhadores não conseguem dormir em plena segundafeira. É um absurdo contra os trabalhadores! Está ruim para dormir." Soly Lopes: "O controle, a disciplina e o respeito aos trabalhadores aqui não existem. Que pena!" Jani Sousa: "Eu assino embaixo, como moradora do Rio das Pedras. Há mais de 20 anos aqui já teve mais moral. Hoje, quem dá moral nas ruas são os donos de bares. Acho um abuso com trabalhadores e crianças."
Descaso com a comunidade Marcus Vinicius Izidoro avaliou a página do Face do nosso jornal com nota máxima e comentou: "Ótimo, mas espero que não informem só coisas ruins. Queria que A Voz de Rio das Pedras fosse mais que um jornalzinho de bairro. Temos de denunciar o descaso que o governo tem com a gente. Nenhum benefício nos é dado porque aqui não
Mensagens ao nosso jornal Michael Di Jesus parabeniza: “Simplesmente show! Show! Showww! Parabéns a todos que fazem A Voz de Rio das Pedras. Em breve visitarei este lugar com diversidade cultural ampla e autossustentável. Tenho certeza de que poderei (me instalando, quem sabe?) aprender muito e contribuir um pouco para o êxito de atividades sociais e culturais. Mais uma vez, parabéns ao jornal.” Lúcio Ricardo se identifica conosco: “Je suis A Voz do Rio das Pedras, o 'New York Times' das comunidades, que está cada vez melhor. E que capa! Abraços.” Sérgio Barreto reconhece: “Um jornal popular muito benfeito.” Tina Representações elogia: “Parabéns, cada vez melhor." A coordenadora de projetos sociais Soly Lopes recomenda: “Amigos, leiam este jornal. Ele traz assuntos importantes a respeito da nossa comunidade... A Voz de Rio das Pedras é um parceiro incondicional, o importante jornal faz presença nas ações sociais. Um dos grandes responsáveis pelo sucesso do jornal é também colunista do jornal “O Povo do Rio”: Aziz Ahmed. Um grande amigo! Parabéns ao Irineu Soares. Diante de tanta violência devemos mediar os conflitos.” Márcia Guimarães escreveu: “Adorei o jornal de cabo a rabo. Adorei a pauta, as entrevistas, o texto leve e afetuoso. Parabéns ao Ricardo de Souza e ao Haroldo Habib. E principalmente, amei Rio das Pedras sob esse olhar amoroso de quem destaca o que é bom, o que dá certo, gente bonita e corajosa, criativa e alegre. Gostei demais. Aquela Casa Nordestina é devastadora. Tudo que eu amo. Obrigada por me enviar o jornal. Fiquei fã.”
쐀 Cartas para a redação de A VOZ DE RIO DAS PEDRAS, a/c do Núcleo de Cidadania, Rua Nova n0 105, loja 2. e -mails para contato@avozderiodaspedras.com.br
EXPEDIENTE EDITOR-CHEFE Aziz Ahmed
REPORTAGEM Ricardo de Souza
TRATAMENTO DE IMAGENS Eduardo Jardim
ANALISTA DE MÍDIA E WEBMASTER Claudia Gonzaga
(Reg. 10.863 - MTPS) azizahmed@uol.com.br
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Haroldo Habib brigliahabib@gmail.com
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EDITOR EXECUTIVO Laerte Gomes
FOTOGRAFIA FOTOGRAFIA Fábio Costa Costa Fábio
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CONSULTORES Cláudia Franco Corrêa Irineu Soares
Maria Etatiane Costa Barroso Juliana Barcellos da Cunha e Menezes
Uma publicação da Livraria e Editora Citibooks Ltda. CNPJ: 05.236.806/0001-5
Rua Jardim Botânico 710, CEP 22.460-000 para a Associação Comercial do Rio das Pedras (em organização). Rua Nova 105 – Loja, Rio das Pedras - Tel.: 4108-8439 41088 439
PUBLICAÇÃO 20 mil-exemplares - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA - Impresso Gráfica e Editora Jornal do Commercio na Gráfica e Editora Jornal dona Commercio PUBLICAÇÃO QUIZENALQUIZENAL Tiragem: 20Tiragem: mil exemplares DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Impresso
Crianças em contato com o lixo mal descartado podem ser acometidas por doenças que causam verminoses e que levam até a morte"
É preciso conscientizar sobre a importância de que a simples ação do acondicionamento do lixo corretamente é o mais importante"
3 RIO, 11 DE FEVEREIRO DE 2015
FOTO DE RICARDO DE SOUZA
EDUCAÇÃO
É ARMA CONTRA O LIXO rdszavozderiodaspedras@gmail.com
"A
no-novo, lixo velho!" e "Até com os 'laranjões', gente?" Essas foram as duas manchetes deste ano entre tantas outras que fizemos para chamar a atenção da população, da Comlurb e dos órgãos afins para o absurdo cenário do lixo em nossa favela. Porém, uma questão ainda não havia sido abordada: as doenças causadas pelo lixo. Você sabia que o lixo descartado de qualquer forma na comunidade provoca doenças fatais? Sim, ao jogar lixo no chão de qualquer forma você se torna responsável pela morte de um amigo, parente, vizinho ou mesmo seu próprio filho, já que as crianças são as principais vítimas de doenças como leptospirose, dengue e tétano, entre outras, que podem levar à morte (confira no boxe nesta página). Para traçar um panorama mais completo dos riscos que você impõe a si mesmo (e à sua família) ao descartar o lixo de forma inadequada, conversamos com Renata Rabello, de 29 anos, dona currículo admirável. Sanitarista, epidemiologista e veterinária, a moradora do Méier faz doutorado na Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz). — O lixo atrai vetores, que são moscas, baratas, ratos e outros responsáveis por doenças. As pessoas que descartam lixo de forma errada também acabam contribuindo para levar doenças para dentro das residências — ressalta a doutora Renata. Não bastasse, a moça ainda está fazendo a coordenação de campo da pesquisa Diagnóstico de Saúde em Rio das Pedras, um convênio da Fiocruz com a Universidade de Columbia (EUA) e com o Núcleo de Cidadania de Rio das Pedras, no
PREOCUPADA, MAS ESPERANÇOSA, SANITARISTA RENATA RABELLO ALERTA E EXPLICA AS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DESSA RELAÇÃO PROMÍSCUA QUE PARTE DA COMUNIDADE TEM COM O LIXO qual também funciona a sede do nosso jornal (ver boxe). Renata fez um breve relato sobre Rio das Pedras e a primeira questão levantada por ela foi sobre o consumo. — Que lixo é esse que produzimos? Precisamos consumir tanto, dessa forma desenfreada como hoje fazemos? — questionou. Sem entrar no mérito da questão, ela emendou um outro comentário provocar profunda reflexão do morador sobre o que ele está fazendo com o lugar escolhido para morar. — Rio da Pedras é uma comunidade relativamente jovem, com muitas crianças. E essas crianças, em contato com esse lixo disposto da forma absurda como é feita aqui, podem ser acometidas por diversas doenças que causam verminoses como diarreia, vômito, febre e pode levar à morte — diz, com ar preocupado. O que espanta Renata, entre tantas outras coisas que ela vê, é a dificuldade das pessoas para entenderem que, ao jogar o lixo de qualquer forma, são elas as principais vítimas de sua ação incivilizada.
— Com as doenças, as crianças não vão à escola, os pais têm gastos extras... Sem falar nos prejuízos causados pelas enchentes nas casas do moradores — atesta Renata. Muito mais grave do que os danos materiais causados pelas enchentes são os danos na saúde da população. Renata enfatiza que as pessoas precisam ter responsabilidade sobre o lixo produzido, que vai muito além do ato de colocá-lo no lugar certo. Mais do que isso, é preciso descartálo de forma certa. — As pessoas não entendem que mesmo tirando lixo da casa e colocando na calçada, o lixo ainda é nosso. A legislação diz que o lixo é de nossa responsabilidade até a hora em que a Comlurb faz a coleta — ensina. Uma das formas enxergadas pela doutora Renata para atenuar o quadro estarrecedor do lixo em nossa comunidade seria criar um programa integrado entre a Comlurb, os ativistas que trabalham com a questão em Rio das Pedras e as escolas. Sobre reciclagem, Renata foi objetiva: — A reciclagem seria algo posterior, porque falta a conscientização básica do acondicionamento do lixo. Que tipo de lixo colocamos nas sacolas? Como o colocamos para a Comlurb recolhê-lo? A Comlurb o recolhe da forma correta? A única certeza de Renata: a educação é a base para iniciarmos a virada que tanto queremos para nossa amada Rio das Pedras. — A educação é questão fundamental. É preciso conscientizar as pessoas da importância de que a sua simples ação do acondicionamento do lixo de forma adequada é o mais importante — afirmou Renata, que frisou algumas vezes a importância de se fazer um trabalho junto às escolas.
ESPAÇO RESERVADO PARA OS COLABORDORES DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE RIO DAS PEDRAS Contato: arcead@gmail.com
RATO, LEPTOSPIROSE — É transmitida pelo rato, que tem uma bactéria que entra em contato com o ser humano por enchentes ou quando descartamos o lixo de forma inadequada. SINTOMAS: febre alta, mal-estar, dor muscular, especialmente na panturrilha, de cabeça e no tórax, olhos vermelhos, tosse, cansaço, calafrios, náuseas, diarreia, desidratação, manchas vermelhas no corpo, meningite. PODE MATAR. MOSCAS E BARATAS, FEBRE TIFOIDE — É transmitida pelo consumo de água e alimentos contaminados ou pelo contato direto, em razão da presença de bacilos eliminados nas fezes e urina humanas dos portadores da doença. É endêmica nos locais em que as condições sanitárias e de higiene são precárias, como nossa comunidade. SINTOMAS — Febre prolongada, diarreia com sangue, dor de cabeça, falta de apetite, mal-estar, prostração, aumento do fígado e do baço, distensão e dores abdominais, náuseas e vômitos. Sem tratamento, esses sintomas se agravam e podem provocar complicações graves, como hemorragias abdominais e perfuração do intestino. PODE MATAR. DENGUE — É transmitido pela picada da fêmea do Aedes aegypti, mosquito diurno que se multiplica em depósitos de água parada acumulada nos quintais, dentro das casas ou nas sacolas de lixo descartados de forma errada. SINTOMAS — Febre alta (39º a 40º), de início repentina, associada à dor de cabeça, prostração, dores musculares, nas juntas, atrás dos olhos, vermelhidão no corpo e coceira. Nas crianças, o sintoma inicial também é a febre alta acompanhada de apatia, sonolência, recusa da alimentação, vômitos e diarreia. Em sua forma hemorrágica, as manifestações iniciais são as mesmas da forma clássica. Entretanto, depois do terceiro dia, quando a febre começa a ceder, aparecem sinais de hemorragia, como sangramento nasal, gengival, vaginal, rompimento dos vasos superficiais da pele (petéquias e hematomas), além de outros. Em casos mais raros, podem ocorrer sangramentos no aparelho digestivo e nas vias urinárias. PODE MATAR.
OBJETOS CORTANTES, TÉTANO — É uma doença infecciosa grave, não contagiosa, causada por toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani. Contamina através de cortes causados pelo descarte das sacolas de lixo com objetos cortantes, como vidro, ferro, seringas e etc). A toxina produzida pela bactéria ataca principalmente o sistema nervoso central. Rigidez muscular em todo o corpo, mas principalmente no pescoço, dificuldade para abrir a boca (trismo) e engolir, riso sardônico produzido por espasmos dos músculos da face são as principais características. PODE MATAR
https://www.facebook.com/ASCORPE
O Portal do Futuro não é um curso, é um programa social no qual o aluno passa por várias etapas antes da sua capacitação profissional”
O programa é completado com 576 horas de aulas para o curso escolhido pelo aluno e que são distribuídas em oficinas que compõem três programas a serem cumpridos.
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Você entra no curso de um jeito e sai de outro. É uma experiência que modifica a pessoa para o resto da vida”
São muitas as opções de endereço para quem deseja se inscrever num dos cursos oferecidos pelo Senac-RJ. Confira no quadro abaixo o mais conveniente para você.
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RIO, 11 DE FEVEREIRO DE 2015
RIO, 11 DE FEVEREIRO DE 2015
PORTAL DO FUTURO, MUITO MAIS QUE UM CURSO PROGRAMA SOCIAL DO SENAC-RJ BUSCA MODIFICAR A REALIDADE DOS JOVENS PARA TRANSFORMÁ-LOS EM PROFISSIONAIS COM COMPETÊNCIAS COMPORTAMENTAIS, QUE É O DIFERENCIAL NO MERCADO DE TRABALHO FOTOS DIVULGAÇÃO/SENAC
FOTO ARQUIVO PESSOAL
rdszavozderiodaspedras@gmail.com
NASCIDO PARA VOOS BEM MAIS ALTOS
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e que adianta ser um cara ou uma mina espertos, que dominam uma determinada disciplina mas nunca chegam no horário, se vestem inadequadamente ou têm postura imprópria para um ambiente de trabalho com atitudes e gírias que pouco servem para quem quer prosperar na carreira dos sonhos? Para que o sonho não se transforme em pesadelo — ou naquela enorme frustração que nos joga nos descaminhos da vida — é que o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) mantém, há 15 anos, o programa Portal do Futuro, no qual, durante sete meses, jovens entre 16 e 21 anos são preparados para sua primeira experiência profissional. — O Portal do Futuro não é um curso, é um programa social no qual o aluno passa por duas etapas antes de ser capacitado para uma profissão — OPÇÕES PARA QUEM explica a gerente de SE INTERESSAR Responsabilidade Social da instituição Ana Paula Nunes. Senac nas UPPs: leva capacitação profissional a comunidades A preocupação pacificadas de Ana Paula em Senac na Comunidade: qualifica distinguir o propessoas em comunidades de baixa grama de um curso renda no Estado do Rio de Janeiro tem uma razão Sem Limite: capacita para tamanho cuiprofissionalmente pessoas com dado e paciência deficiência em explicar como Pessoas com mais de 21 anos: funciona o Portal podem participar desses programas, do Futuro: desde que cumpram os pré-requisitos — Durante a (como escolaridade) exigidos. duração do programa, os alunos recebem até 576 horas de aulas distribuídas em oficinas que compõem três projetos: Ser Pessoa, Ser Cidadão e Ser Profissional. Na primeira fase, atividades de autoconhecimento e reforço da autoestima auxiliam os jovens a traçar perspectivas concretas de futuro. Na etapa seguinte, os focos são os direitos, deveres e o papel do indivíduo nas comunidades em que vivem. Na terceira e última fase do programa os jovens recebem até 200 horas de capacitação profissional no curso escolhido nas áreas de Gestão e Turismo (auxiliar administrativo, auxiliar de operações em logística, recepcionista em meios de hospedagem e vendedor), além de 60 horas de aulas de inglês. Na última etapa, o aluno passa por 28 horas de vivência em empresas para observar o cotidiano de trabalho e já pode ser encaminhado para oportunidades de emprego por intermédio do Click Oportunidades, um serviço exclusivo do Senac-RJ que conecta talentos ao mercado de trabalho.
Samuel Vaz, de 18 anos, há 13 morador da Areinha, ama aviação e sonha ser comissário de bordo. Inscreveu-se no Portal do Futuro para fazer a capacitação em Técnico de Segurança do Trabalho, mas confessa estar arrependido e diz que teria sido melhor se tivesse escolhido Técnico em Enfermagem. — Trabalho como assistente administrativo numa empresa na Barra que é da área de construção civil. Como eles contratam muitos técnicos, resolvi também ter essa formação — explicou o rapaz, que demonstra ter o perfil adequado para ingressar no Portal do Futuro e apenas aguarda resposta dos responsáveis pelo processo de seleção. Nascido em João Pessoa, capital da Paraíba, Samuel tem a determinação típica do nosso povo nordestino que vem para a cidade grande ganhar a vida e faz desse foco quase uma obstinação. Uma prova dessa adequação ao perfil de Samuel está no extremo cuidado que tem com seu futuro profissional. Ele diz: — Depois de cursar a faculdade de Enfermagem pretendo cursar comissariado de bordo. Essa carreira tem um tempo curto e por isso quero ter um outro curso superior como plano B, porque, quando o tempo passar, seguirei adiante como enfermeiro. Prudente, ele não se importa com o tempo que vai ficar ainda mais escasso. — Antes eu fazia espanhol, inglês, natação e ainda estudava à noite — disse Samuel. Depois de soltar um largo sorriso, ele afirma não querer levar namoro algum a sério porque agora prefere ficar centrado na sua formação profissional.
GOSTO X NÃO GOSTO EM RP
Grupo prepara parte das 576 horas de aulas dos três projetos: Ser Pessoa, Ser Cidadão e Ser Profissional. Na primeira fase, atividades de autoconhecimento e reforço da autoestima auxiliam para perspectivas concretas de futuro
Como de costume em nossas reportagens, também perguntamos a Samuel do que ele mais gosta e menos gosta em nossa comunidade. Ele não vacilou: — O que mais gosto são a proximidade e a facilidade que tenho para comprar qualquer coisa de que preciso. E o que menos gosto é a lamentável desordem. Alguns moradores reclamam, mas não fazem nada para consertar. Samuel usou as chuvas para comprovar a falta de educação de parte da nossa população, pela forma de tratar os detritos que transformam Rio das Pedras
num verdadeiro mar de lixo a céu aberto. — No sábado, eu estava indo para o curso no Centro e tudo na Engenheiro Souza Filho estava boiando de tanta água. Inacreditavelmente, um morador, que estava muito próximo das novas coletoras de lixo (os "laranjões"). em vez de colocar o lixo na coletora simplesmente jogou na rua para se juntar tantos outros que boiavam — lembrou, sem disfarçar a indignação que incomoda não somente a ele, mas também a grande maioria da nossa gente.
FOTO ARQUIVO PESSOAL
OUTRA FAMÍLIA PARA A VIDA TODA Nascida e criada na nossa comunidade, Vanessa Salustino, de 17 anos, moradora na Rua Velha, é uma entre centenas de jovens que tiveram suas vidas transformadas pelo Portal do Futuro. E não foi apenas pelo curso que escolheu, Hotelaria — recepcionista em meio de hospedagem. Mesmo porque não se trata do curso, mas a mudança radical que as etapas do programa social do Senac operaram em sua vida. — Não se trata apenas de um curso, é muito mais que isso! — comenta, empolgada, em conversa por telefone e com um discurso que até parece ensaiado. Vanessa cita as etapas do programa (Ser Pessoa, Ser Cidadão), que antecedem a formação profissionalizante propriamente dita, e se considera uma pes-
soa crítica, que não gosta de elogiar muito. Mas com o Portal a coisa muda de figura. E explica: — Você entra de um jeito e sai de outro. É uma experiência que modifica a pessoa para o resto da vida. O programa fala de postura, jeito de se vestir, forma de andar, os gestos. Nunca tinha visto nada parecido. Foram sete meses maravilhosos. Ela faz questão de afirmar que vai continuar na área de turismo e o motivo dessa verdadeira devoção pelo Portal tem uma razão. Ela já trabalha como jovem aprendiz no Copacabana Praia Hotel, mas o motivo de orgulho não é só pela sua colocação no mercado. Ela faz questão de dizer que a maioria dos colegas de turma também está bem
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Vanessa e seu grupo. Trabalho no Copacabana Praia Hotel é motivo de orgulho não só pela oportunidade no mercado. Ela faz questão de dizer que a maioria da turma também está bem colocada e que esse êxito tem uma responsável: Rosali, coordenadora do Senac Barra 2
colocada e esse êxito tem uma responsável: Rosali, coordenadora do Senac Barra 2, sua "segunda mãe", que é a chave do sucesso de todos os ex-alunos, a ponto de a turma até hoje se encontrar para confraternizar. — É uma ligação difícil de ser quebrada, somos uma família — elogia, para, em seguida, citar a própria família de sangue e os amigos. — Nossos pais logo sentiram a diferença depois que começamos no Portal. Volta e meia um de nós liga para fazer o curso, mas não podemos. Vanessa lamenta e explica o motivo do "veto": — A gente só pode se inscrever no programa uma vez e isso é o que mais dói.
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SERVIÇO Inscrições: de 14 de janeiro a 13 de fevereiro Endereço eletrônico: www.rj.senac.br/portaldofuturo2015 INÍCIO DAS AULAS: 9 DE MARÇO ALGUNS LOCAIS DAS AULAS:
쏅Unidade Barra II – Avenida Prefeito Dulcídio Cardoso 2.000 Manhã (das 8h às 12h) - Curso: Auxiliar de Operações em Logística Tarde (das 13h às 17h) - Curso: Recepcionista em Meios de Hospedagem 쏅Unidade Bonsucesso – Rua Dona Isabel 700 Tarde (das 13h às 17h) - Curso: Auxiliar Administrativo 쏅Unidade Botafogo – Rua Bambina 107 Tarde (das 13h às 17h) – Cursos: Auxiliar administrativo e Recepcionista em Meios de Hospedagem 쏅Unidade Campo Grande – Rua Barcelos Domingos 58 Manhã (das 8h às 12h) - Curso: Auxiliar de Operações em Logística Tarde (das 13h às 17h) - Curso: Auxiliar Administrativo 쏅Monte Horebe/Campo Grande – Rua Benedito Lacerda 235, Vila Nova Tarde (das 13h às 17h) - Curso: Vendedor 쏅Posto Escola/Bonsucesso - Avenida Brasil 6.355 Manhã (das 8h às 12h) - Curso: Vendedor Tarde (das 13h às 17h) - Cursos: Auxiliar Administrativo e Auxiliar de Operações em Logística 쏅Unidade Copacabana – Rua Pompeu Loureiro 45 Tarde (das 13h às 17h) - Curso: Recepcionista em Meios de Hospedagem 쏅Unidade Duque de Caxias – Avenida Brigadeiro Lima e Silva 764 Tarde (das 13h às 17h) - Curso: Auxiliar Administrativo 쏅Unidade Irajá – Rua Emiliano Felipe 173 Manhã (das 8h às 12h) - Curso: Auxiliar Administrativo Tarde (das 13h às 17h) - Curso: Auxiliar de Operações em Logística 쏅Unidade Madureira – Rua Ewbanck da Câmara 91 Manhã (das 8h às 12h) - Curso: Auxiliar Administrativo Tarde (das 13h às 17h) - Curso: Vendedor 쏅Instituição CEI Alcântara/São Gonçalo – Rua Tiago Cardoso 35, Alcântara Manhã (das 8h às 12h) - Curso: Vendedor 쏅Unidade Niterói – Rua Almirante Teffé 680, Centro Tarde (das 13h às 17h) - Curso: Auxiliar Administrativo 쏅Unidade Nova Iguaçu – Rua Coronel Carlos Matos 86 Tarde (das 13h às 17h) - Curso: Auxiliar de Operações em Logística 쏅Unidade Riachuelo (Centro Politécnico) – Rua Vinte e Quatro de Maio 543 Manhã (das 8h às 12h) - Curso: Auxiliar Administrativo Tarde (das 13h às 17h) - Curso: Recepcionista em Meios de Hospedagem 쏅Instituição Ser Cidadão/Santa Cruz – Rua Fernanda 140 Manhã (das 8h às 12h) - Cursos: Vendedor e Recepcionista em Meios de Hospedagem Tarde (das 13h às 17h) - Cursos: Vendedor e Recepcionista em Meios de Hospedagem
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Dei aula num Ciep e percebi a garra dos estudantes, a vontade de fazerem mais coisas, pois as opções de cultura deixam a desejar”
6 RIO, 11 DE FEVEREIRO DE 2015
FOTOS DE JO SERFATY/DIVULGAÇÃO
E D E T R AA A R A N I ENS A M E N I FAZER C 3
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brigliahabib@gmail.com
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cineasta Juliana Serfaty, ou simplesmente Jô, modificou o famoso ditado que diz uma câmera na mão e uma ideia na cabeça. Ela saiu de casa somente com a ideia, pois precisava de patrocínio para levar adiante um projeto antigo para fazer uso de sua câmera. Andou por vários lugares, conversou com autoridades de vários segmentos, empresários, investidores... Nada, sempre ouviu uma negativa. Quase perdeu o rumo. Quase, porque, enfim, bateu na porta certa (sem trocadilho), a porta do Rumos Itaú Cultural. E que projeto é esse, como surgiu a ideia? — O nome é Projeto Diário de Férias, realizado nos meses dezembro e janeiro. Ele foi contemplado pelo edital Rumos Itaú Cultural, que teve 2.500 inscritos e cem foram selecionados. O projeto envolve práticas de cinema, arte contemporânea, além de arte sonora e a arte do corpo. A ideia surgiu quando eu dei aula de cinema no Ciep Lauro de Oliveira Lima e vi potencial em al-
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CINEASTA DESENVOLVE PROJETO DIÁRIO DE FÉRIAS E ENCANTA RIO DAS PEDRAS guns jovens — explicou Jô. Com a verba disponibilizada, Jô, que além de idealizadora é a coordenadora do projeto, partiu para outra missão: encontrar um lugar no qual pudesse ministrar as aulas com a sua equipe, formada também por Júlia Motta (ajudante) e Ricardo Fogliatto (produtor). Conseguiu uma sala, que alugou por dois meses, na Associação de Moradores. E pôs mãos à obra.
Os privilegiados "descobertos" por Jô foram Ronaldo Lessa, Caio Neves, Karolaynne Rebech e Natália Costa. A eles foi dada a missão de criar filmes, fazer fotos, produzir vídeos, paisagens com sons recolhidos na comunidade, entre outras atividades, como participação em cenas de teatro, performances cinematográficas, etc. Foi uma oficina dinâmica e criativa, da qual resultou uma série de produções artísticas que estimularam a expressão individual dos quatro inteligentes jovens, como atestou Jô: — Durante o tempo em que dei aula percebi a garra dos estudantes de Rio das Pedras, a vontade de fazerem mais coisas, pois as opções de cultura no lugar, de entretenimento, deixam a desejar. Estava certa, porque a repercussão foi por demais positiva. Verdade. Os encontros foram uma troca muita rica tanto para os quatro participantes quanto para os moradores de Rio das Pedras. E também para os artistas (a cada semana um profissional de alguma arte esteve na Associação) que se deslocaram da Zona Sul da cidade para entrar em contato com o espaço, a cultura e o imaginário criativo dos jovens de Rio
2 1 – Natália prepara Caio para uma performance, sob o olhar atento de Karolaynne; 2 – Caio, personificado de Preto Velho, faz pose; 3 – Ronaldo (à esquerda), Natália e Caio num instante de descontração durante uma das saídas do grupo; 4 – Sentados, os quatro escolhidos por Jô estudam texto; 5 – A equipe num momento de decidir sobre a próxima tarefa; 6 – Numa das muitas aulas práticas, os quatro escolhidos ganham a companhia de outros integrantes da equipe: Jô é a terceira a partir da direita, e Juliana, a primeira; 7 – os quatro ‘cavaleiros de Jô’: Caio, Natália, Ronaldo e Karolaynne; 8 – Karolaynne sendo preparada para uma apresentação das Pedras. Em vez do ócio de férias anteriores, os escolhidos tiveram a oportunidade de conviver com uma arte tão admirada. As aulas foram de segunda-feira a sexta-feira, das 14 horas às 18 horas. Como parte do trabalho, Natália, Karolaynne, Caio e Ronaldo tiveram ajuda de custo, além de ganharem um tablet cada um, brinde oferecido pela organização do projeto. Jô está disposta a repetir a dose todos os anos. Mas depois de algumas sondagens começou a perceber que a tarefa de conseguir um patrocinador para o próximo projeto será mais árdua. Ela admite que os Jogos Olímpicos poderão atrapalhar, e muito, seus planos. Talvez porque patrocinadores e investidores estejam guardando dinheiro para investir no evento do próximo ano no Rio de Janeiro. Porém, depois da obstinação que demonstrou para levar adiante o projeto que terminou no dia 30 de janeiro, é bem provável que consiga. E se conseguir, mais uma vez ela mudará um outro ditado, este surgido com a criação do cinema: luz, câmera, ação! No caso, passará a ser luz, câmera, Jô!
MAIS UM GOL DE PLACA DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL
FOTO DE JULIANA BARCELLOS
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oi um sucesso e todos querem repeteco. É o mínimo que se pode dizer da repercussão do I Curso de Contabilidade Básica ministrado pela Associação Comercial de Rio das Pedras para comerciantes, no período de 21 a 27 de janeiro, das 18 horas às 20 horas. O curso teve como objetivo capacitar os participantes com técnicas contábeis, como mensuração de custo, valor e formação de preço, apresentando a contabilidade como ferramenta de gestão. Gratuito, o curso foi ministrado pela professora de Contabilidade Clara Marici Hummel Capucho. A primeira turma contou com a participação dos representantes dos seguintes estabelecimentos: Vesty Rio, Casa Kit, Sula Modas, Óticas Mendonça e Apimentada Modas. A Associação Comercial (Rua Nova 105) já está formando a próxima turma, com aulas programadas para o próximo mês. Vá logo garantir a sua, porque as vagas são limitadas! Para maiores informações ligue para (21) 4108 8439.
A partir da esquerda, Ana Paula, Alice, Maria de Fátima, Lurdinha, Simone e Marcilene: sorridentes, elas exibem o diploma do Curso de Contabilidade Básica
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Estou fazendo o recadastramento de medidores aqui na Areinha. O trabalho está tranquilo, o povo daqui está sendo muito receptivo e estou achando interessante”
A etapa do Areal foi finalizada: 100% dos clientes já têm medidores e a modernização de rede elétrica foi concluída. Agora estamos atendendo a região de Areinha”
7 RIO, 11 DE FEVEREIRO DE 2015
AGENTES DA LIGHT LEVAM LUZ PRÓPRIA À AREINHA FOTOS DE FAVIO COSTA
azizahmed@uol.com.br
THALITA E JUCILENE CADASTRAM O DESEJO DOS MORADORES DE TER ENERGIA LEGALIZADA
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ecostada numa moto estacionada na Avenida Daniel Marinho, na Areinha, a carioca Thalita dos Santos Moreira, de 27 anos, agente de relacionamento da Light, conferia algumas fichas presas à sua prancheta. Morena bonita, não escapou do galanteio de um safadinho que passava batido, pedalando uma bicicleta. — Eta mulata porreta! Isso aí não precisa da Light. Já está iluminada! — exclamou, encantado com a beleza da moça, que nem o uniforme formal nem o capacete de proteção conseguiam esconder tão fulgurante luz própria. Foi a senha para que me aproximasse dela para trocar uns dedos de prosa. Perguntei o que estava fazendo e Thalita, de início, resistiu, alegando que precisava de autorização do chefe para dar entrevista. Mas deixei claro que a nossa intenção não era criticar, pelo contrário, e a moça acabou respondendo: — Estou fazendo o recadastramento de medidores aqui na Areinha há três meses. O trabalho está tranquilo, o povo daqui está sendo muito receptivo e estou achando interessante. A comunidade está mostrando interesse em participar do programa Light Legal. Antes que encerrasse o papo com a musa, juntou-se a nós outra carioca servindo no exército de “caçadores de gatos”, a cadastradora Jucilene Santos, de 25 anos, que foi logo dizendo que está muito satisfeita com a missão que lhe foi confiada pela concessionária: — O trabalho está fluindo bem. A relação com os clientes está perfeita. Há quatro meses trabalhando aqui na comunidade constatamos que os moradores querem ter o fornecimento de energia legalizado, querem pagar as contas de luz, querem estar em dia com seus deveres de cidadão para cobrar os seus direitos. Está sendo uma tarefa gratificante. As duas funcionárias confirmaram o que a nossa reportagem vem informando desde a primeira edição: o povo daqui de Rio das Pedras quer ter seus relógios de luz,
pagar as contas normalmente, com tarifa social, até porque as faturas da Light servem de comprovante de residência, valem como um atestado de cidadania. Segundo a Gerência de Imprensa da Light, as agentes de atendimento, como Thalita e Jucilene, estão sempre presentes na comunidade e prestam atendimento personalizado, analisando e cuidando de cada cliente por meio do seu perfil de consumo e pelas suas instalações. — Além de realizarem o cadastro de novos clientes, eventualmente negociam dívidas de pagamento e propõem parcelamento de débitos, adequando-os
ao poder aquisitivo dos clientes (os valores são cobrados somente na conta de energia). A equipe da Light também está sempre pronta para esclarecer dúvidas sobre economia de energia e segurança na rede elétrica, promovendo o consumo eficiente. Todos os agentes de atendimento, técnicos e eletricistas da Light estão sempre com uniforme do Light Legal — explica um porta-voz da empresa.
As agentes da Light Thalita Moreira (foto maior) e Lucilene Santos cadastram os clientes na Areinha, enquanto os técnicos da empresa prosseguem “caçando os gatos” de energia
UM INVESTIMENTO DE R$ 90 MILHÕES EM OBRAS
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m nota, a Light informou à nossa reportagem que vem realizando um grande projeto para levar melhor fornecimento de energia, eliminar ligações clandestinas e dar maior segurança e conforto aos clientes de Rio das Pedras. Na nota, a empresa garante que o programa Light Legal, que abrangerá toda a comunidade, será resultado de investimentos de R$ 90 milhões, com o objetivo de terminar a regularização de todo o fornecimento de energia para a comunidade até o fim deste ano. "A etapa do Areal foi finalizada: 100% dos clientes já têm
medidores e a modernização de rede elétrica foi concluída. A segunda fase, que atenderá mais seis mil clientes, vem sendo realizada na região da Areinha desde outubro de 2014. O projeto está dentro do prazo esperado e já tem contribuído para a melhoria na qualidade do fornecimento de energia nessas áreas. É importante ressaltar que a parceria entre o Light Legal e a Associação de Moradores facilitou o andamento dos trabalhos, organizando o trânsito, convocando a população para conhecer o projeto, facilitando os acessos obstruídos, entre outras ações", diz um dos trechos
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da nota. A nota da Gerência de Imprensa da concessionária alertou, ainda, para a importância de o cliente ficar atento ao atendimento: "É importante que o cliente, ao perceber qualquer anormalidade no atendimento das equipes de campo da Light, peça a identificação dos mesmos ou registre, com fotos ou de outra forma, a irregularidade. Em seguida, entre em contato com o Disque-Light Emergência, no número 0800-0210-196. Os dados do denunciante serão mantidos em sigilo."
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Se nós não formos contemplados, não importa. Eu vou atrás do patrocínio para conseguir realizar o documentário!”
Foi mais um dia de muitas e fortes emoções. Eu estou enfraquecida, mas sou guerreira e preciso continuar na luta” RIO, 11 DE FEVEREIRO DE 2015
CAMINHOS ABERTOS COM NERVOS À FLOR DOS CABELOS FOTOS DE FABIO COSTA
balhos. Esse dinheiro serve para, além de pagar nossos custos, financiar dois articuladores locais, seis pesquisadores e um técnico de áudio, todos da comunidade — explicou Sandra. Diante de tamanha ansiedade, Sandra quase derrapou na hora de expor ao público e aos investidores os motivos que a fizeram desenvolver o projeto, como ela própria reconheceu. — Falei para os organizadores e falo para vocês também. Meu negócio é atrás das câmaras, filmando e produzindo — disse, emocionada, Sandra para a plateia, justificando a dificuldade em apresentar o Caminho das Pedras. Passado o nervosismo inicial, Sandra apresentou os protagonistas da cultura e do ativismo social da nossa favela, como Cleusa, da Patrulhinha da Limpeza, Marta Mariano, do Mulheres de Atitude de Rio das Pedras, Juba Lima, músico de MPB de ótima qualidade, entre outros que estavam na base de apoio. Após a apresentação, Sandra recebeu uma informação que elevou ainda mais a tensão em seus cabelos vermelhos. Um telefonema informava que sua mãe de criação, dona Adelaide, acabara de falecer. Sandra desabou. E foi no outro dia que o melhor estaria por vir. Assim como na música de Chico Science, principal expoente do Mangue Beat, de Recife, Sandra também foi da lama ao caos, do caos à lama e ressurgiu de suas cinzas espirituais para celebrar a vitória particular e, mais importante, a vitória da comunidade de Rio das Pedras, que ela tanto ama. — Ontem foi um dia de fortes emoções. Estou enfraquecida, mas sou guerreira e preciso continuar na luta — afirmou, antes de saber o resultado que a escolheu como uma das 40 contempladas em meio a mais de cem concorrentes.
PROJETO DE DOCUMENTÁRIO SOBRE ARTISTAS DE RIO DAS PEDRAS É CONTEMPLADO NA 1a FEIRA FAVELA CRIATIVA rdszavozderiodaspedras@gmail.com
O
relógio marcava 15h55min quando Sandra Lima, produtora cultural com estreita e antiga ligação com nossa comunidade, foi chamada para apresentar seu projeto, na verdade nosso. Isso porque, como ela e os parceiros Tiago Tit Medeiros e Egeu Laus fazem questão de dizer, o projeto do documentário Caminho das Pedras é de Rio das Pedras, dos moradores. Para falar do que aconteceu depois que Sandra foi chamada é preciso voltar um pouco no tempo, mais precisamente às 13h45min. Foi a hora em que a equipe de reportagem chegou ao Liceu de Artes e Ofícios para torcer para que o projeto do trio fosse escolhido e contemplado com os R$ 50 mil destinados a cada um dos 40 selecionados entres os 53 que chegaram à final. Ao encontrar Sandra, ficou claro que a moça dos cabelos vermelhos não estava em seu estado normal, pois se mostrava extremamente nervosa e ansiosa. — Foram três meses de produção, em que abrimos mão de diversos tra-
Sandra Lima, produtora cultural com antigos laços afetivos e estreitos com a comunidade de Rio das Pedras, fala com entusiasmo sobre o seu documentário e de suas ideias para o futuro; Na foto ao lado, entre Tiago Tit Medeiros (à esquerda) e Egeu Laus, imita o gesto de positivo dos parceiros no projeto
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