Revista B2L Corporate 1

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SUMÁRIO SEÇÕES Cases de sucesso Empreendedoras Saúde Empresarial Sustentabilidade

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ESPECIAL ÁFRICA

Um continente à espera do Brasil

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ARTIGO B2L Vento é dinheiro!

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CAPA

Antonio Kandir em entrevista

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SAÚDE

País é rota de investimentos dos grupos farmacêuticos


COM A PALAVRA


MÚLTIPLOS UNIVERSOS POR RODRIGO BERTOZZI*

Imagine que Stephen Hawking e Leonard Mlodinov, dois dos mais

respeitados físicos do mundo estejam certos em sua teoria que defende a tese de múltiplos universos sobrepostos.

Duas ou mais realidades simultâneas. Pense em sua empresa a correr por dois caminhos que em dado instante físico se separam para criar realidades alternativas. A primeira é o futuro automático onde o modelo de negócios que foi construído permanece o mesmo, nada muda em relação ao pensamento estratégico.Sempre deu certo, para que mudar? A segunda é uma nova realidade com mais voracidade na busca pela diferenciação em mercados congestionados por meio de recepção de investimentos e outras ferramentas que estão à disposição do empreendedor. Atravessamos uma época histórica para as empresas brasileiras. Lembra como era há 25 anos? As dificuldades de mudança de regras, planos econômicos, bancos com juros de 45% ao mês quase inviabilizando desconto de duplicatas ou outras operações. Milhares de empreendedores foram dizimados, mas você não! Falar de compra de participação societária para expansão era quase uma piada. Quem iria querer investir em negócios no Brasil em condições desfavoráveis? As adversidades de um futuro imperfeito ficaram para trás. Todo empreendedor acredita no negócio e essa visão fez toda a diferença. Chegou a hora de uma nova política expansionista! Nem ontem ou amanhã: hoje! Inovação e investimentos com capital de terceiros é o motor propulsor do desenvolvimento sustentável da empresa. Menos que isso é aceitar o futuro automático de fazer sempre as coisas do mesmo jeito. Não podemos

permitir que ideias brilhantes sejam atraídas para um buraco negro e exterminadas por falta de capital humano e financeiro. Os dois universos possíveis do pensamento estratégico nas médias empresas: Universo automático (arcaico): a visão de vender parte do negócio sequer era mencionada. Muitos preferiram falir ou mesmo quando buscavam ajuda era tarde demais. Utilizavam o capital próprio para crescer de forma limitada. Expansão orgânica lenta e com falhas na distribuição de produtos, pouco marketing e raros lançamentos. A busca por financiamento era sempre com o custo do dinheiro alto e prazo curto. E a conjuntura econômica desfavorável, planos, inflação absurda e alta complexidade logística para exportar. Universo alternativo (moderno): vender parte da empresa como, por exemplo 40% das cotas e permanecer como presidente mas com capital saudável para a expansão. Os investidores querem a mente brilhante do fundador à frente dos negócios. Expansão rápida territorial e lançamento de produtos via aporte de investidor. Buscar novas fontes com bancos de investimentos especializados em empresas para financiamentos longos com prazos de mais de 7 anos, carência e juros competitivos. Você pode realmente alterar o seu futuro automático quando se fala em expansão. É estudar as opções do mercado, investidores, compra de concorrentes menores, consolidação de uma posição estratégica. A combinação é infinita. Por fim, em qual dos universos pretende seguir?

Capital de terceiros é o motor propulsor do desenvolvimento sustentável da empresa

Se é verdade que todo empreendedor é uma espécie curiosa e ousada então não existe momento econômico mais importante que agora para se reinventar. Cria-se um universo alternativo de inúmeras possibilidades. E isso nunca foi tão emocionante! * CEO da B2L e autor de 13 livros, entre eles: “Revolution Marketing Place”, “Depois da tempestade”, e “Um Futuro Perfeito”.

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MERCADOS

DA CRISE,

AS OPORTUNIDADES

Ondas de investimentos europeus garantem expansão de pequenas e médias empresas brasileiras. Na contramão da crise que assola a Europa, investidores estrangeiros encontram no Brasil um porto-seguro de capital e, segundo especialistas, o momento é de expansão para pequenas e médias empresas. Dados do Banco Central revelam que, nos primeiros sete meses deste ano, investidores europeus triplicaram aplicações em numerosos segmentos do cenário brasileiro. Motivo: turbulência econômica que abala o Velho Continente. Longe da estagnação dos países desenvolvidos, no Brasil o Investimento Externo Direto (IED) atingiu a marca de US$ 23,4 bilhões, em comparação aos US$ 7,9 bilhões no mesmo período de 2010. “A crise norte-americana em 2008 não teve um contágio econômico tão violento como a européia atualmente. Porém, pequenos e médios empresários brasileiros não podem definir o potencial de mercado utilizando como parâmetro menos de 1 mil empresas listadas na bolsa de valores”, declara Rodrigo Bertozzi, CEO da B2L.

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De olho na estabilidade econômica nacional e no mercado consumidor crescente, é comum investidores estrangeiros buscarem especialistas para canalizar recursos em território brasileiro. De acordo com informações da Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil, nos últimos dois anos, houve um aumento de 40 para 2 mil empresas espanholas interessadas em investir no País. Após a “primeira onda” de investimentos espanhóis nos setores de telecomunicações, energia, financeiro e seguros - época das privatizações -, veio uma segunda leva, com destaque para os fornecedores destas grandes empresas. Agora, vive-se um movimento o qual pode-se chamar de “terceira onda”. Chegou a vez das pequenas e médias empresas, ligadas principalmente a serviços, tecnologia, construção civil, turismo e infraestrutura. Para Ricardo Becker, advogado e sócio da B2L, a diversidade cultural – resultado de correntes migratórias do passado – representa outro ponto positivo, pois não gera impacto na adaptabilidade destes investimentos, ao contrário do que ocorre em outros países do BRIC. “A aferição dos resultados sempre positivos que companhias estrangeiras tiveram no Brasil nestes últimos 10 anos foi algo que contribuiu muito para esse cenário”.

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Contágio Em momentos de crise, empresas de todos os segmentos e portes sempre sofrem com o desaquecimento devido à retração econômica. Becker pontua como natural que reflexos negativos fiquem mais diluídos. “Pequenas e médias empresas representam mais de 4 milhões de estabelecimentos, contra menos de 100 mil grandes empresas”. Para escapar do “efeito manada” e apostar na fase para expandir os negócios, a dica é diversificar mercados e produtos, agregar valor aos serviços prestados de forma que não fiquem comoditizados e atentar aos custos e margens, afirmam os analistas da B2L. “São as mentes inquietas e corajosas que movimentam o mundo. Quem apostou tanto em tantos anos não tem porque cair neste contágio. O momento é ideal para agir amparado pela lógica, frieza e apostar na intuição. Estamos sólidos, avançados e, principalmente, as médias empresas têm tudo para expandir e conquistar novos mercados e clientes”, conclui Rodrigo Bertozzi.


ARTIGO B2L

FUSÕES E AQUISIÇÕES:

COMPRAR OU SER COMPRADO POR GUSTAVO SARDINHA*

A avaliação da marca pode, entre outros benefícios, possibilitar aumento do imobilizado da empresa, aumento do patrimônio líquido, redução do grau de endividamento, etc. Mas nem sempre foi assim. Até o final dos anos 80, os analistas de mercado e de investimentos baseavam-se nos métodos tradicionais para análise da saúde financeira das empresas nos processos de tomada de decisão. Eram usados os dividendos distribuídos e valores escriturados no balanço patrimonial. Contudo, esses indicadores subestimavam, por vezes, o valor das negociações. A avaliação dos intangíveis ganhou o cenário mundial, apesar de tentativas fracassadas ocorrerem em anos anteriores. Algumas empresas foram vendidas por valores bem acima do estabelecido pelo mercado. O desafio passou a ser mensurar quanto valia esse acréscimo do intangível. A Nestlé adquiriu a Rowntree pagando 83% acima do valor considerado “contabilizável”, gerando o que era então chamado de goodwill. A Cadbury Schweppes adquiriu a Trebor com 75% de ágio. Essa mudança rápida no cenário mundial levou diversas empresas e analistas a reverem seus métodos e reavaliarem suas empresas. Algumas, para impedirem as ofertas hostis, inseriram seus ativos intangíveis no balanço e ultrapassaram a possibilidade de compra do concorrente. Infelizmente, essa subestimativa do preço ainda ocorre, em especial, no Brasil. Muitas empresas são vendidas e adquiridas todos os dias sem que a marca seja levada em conta. Ou quando a marca é avaliada e considerada, o comprador a adquire com expectativa de redução de custos na criação e gestão de uma nova marca ou apenas com o aumento imediato no faturamento, esquecendo-se da influência nos negócios futuros. É por

isso que 70% das fusões e aquisições que envolvem marcas não geram os retornos esperados. O comprador se esquece que a sua marca e a marca adquirida podem ser incompatíveis, gerando canibalismo das marcas ou mesmo uma quebra com o consumidor a longo prazo.

É importante também ter em mente “para quê” e “para quem” a marca deve gerar valor

Outra explosão de aquisições e fusões está ocorrendo no século XXI. Quem não comprar será comprado! Em 2007, o Brasil bateu seu recorde de aquisições e fusões em 43% – revelou pesquisa da KPMG – com 677 acordos, 204 a mais que no ano anterior, movimentando US$ 59 bilhões. Em 2008, só a aquisição da Brasil Telecom pela Oi movimentou cerca de R$ 20 bilhões, criando a maior operadora nacional de telecomunicações, com receitas superiores a R$ 30 bilhões e metade das linhas fixas em operação no País. Os últimos dados mostram que em 2010 o mercado estava ainda mais aquecido. Foram verificadas 707 operações, o que levou à quebra do recorde histórico de operações. Esses números têm crescido, em sua maior parte, pelo apetite voraz das empresas estrangeiras por aquisições no Brasil. Se você não se ateve ainda para o valor da sua empresa e, especialmente de sua marca, fique atento e esteja preparado. O concorrente, nacional ou estrangeiro, pode bater à sua porta a qualquer momento e dizer: “Quanto você quer na sua empresa?”

Em uma fusão ou aquisição é importante também ter em mente “para quê” e “para quem” a marca deve gerar valor, o que influencia diretamente no montante a ser negociado. Vai depender do que o comprador tem em mente para o futuro da própria marca: gerar melhoria no balanço patrimonial, aumentar o seu leque de produtos ou sua fatia de mercado ou apenas atingir um mercado consumidor específico. Com o big-bang de fusões e aquisições dos anos 90, a necessidade de uma avaliação estratégica da marca se tornou essencial para manutenção no mercado competitivo.

*MBA em Marketing, especialista em Ativos Intangíveis e Avaliação Estratégica de Marcas e sócio da B2L.

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ESPECIAL: テ:RICA


Serão 220 milhões de novos consumidores até 2015. Palco de luta pelas reservas mundiais de matérias primas. Nações que importam “absolutamente tudo”. Em nossa primeira reportagem de prospecção internacional, ouvimos analistas, consultores e empresários. Veredito: as médias empresas nacionais podem começar sua internacionalização por aqui.

ÁFRICA

Seja bem-vindo e negocie à vontade


ESPECIAL: ÁFRICA O que já é realidade para grandes grupos nacionais, a África mais integrada na economia global avisa: além dos produtos do Brasil, quer a internacionalização das médias empresas brasileiras. Frente à crise dos mercados tradicionais e com forte potencial de consumo, em empresas como Odebrecht, Camargo Correa e CSN os investimentos no continente africano chegam a US$ 15 bilhões.

Em relatório lançado pelo Banco Mundial deste ano, o papel do BNDES foi mostrado nessa relação: em 2008, o banco emprestou US$ 477 milhões a empresas brasileiras com operações na África; em 2010, o valor subiu para US$ 649 milhões. O Banco Mundial também cita a participação de pequenas e médias empresas brasileiras na África, com destaque nos setores de bebidas, alimentos, roupas, calçados, automóveis, eletrônicos, construção e cosméticos.

A presença de novos parceiros econômicos como o Brasil é sentida. Relatório de 2011 do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e Comissão Econômica da ONU para a África mostra que embora os parceiros tradicionais ainda sejam responsáveis pela maior proporção do comércio (62%) e dos investimentos (80%), as trocas comerciais do continente com países emergentes dobraram na última década e somam 37% do total. As exportações do Brasil para a África mais que triplicaram entre 2003 e 2010, cerca de US$ 9 bilhões. O estudo pontua que as economias emergentes serão determinantes ao oferecer know-how e tecnologia.

1,4 220 milhões Trilhão

Oportunidades Principal destino dos investimentos brasileiros na África, Angola vive consistente crescimento econômico e tem grande potencial de absorção de bens manufaturados. Estima-se que sua economia cresça, em média, 7,5% ao ano entre 2011 e 2014. O comércio internacional é a principal fonte de dinamismo econômico, e a grande produção de petróleo garante os recursos para a modernização da economia. As exportações brasileiras ao País saltaram de US$ 64 milhões em 1999 para US$ 947 milhões em 2010.

US$

Africanos com acesso apenas para necessidades básicas que serão consumidores até 2015

Previsão de consumo das famílias em 2020, contra US$ 860 bilhões em 2008.

CHINA

Passou os EUA e tornou-se o principal parceiro comercial da África

Crescimento anual do PIB 2000-2008

15 bilhões

Desenvolvidos

4,9%

Menos de 15 anos . A população mais jovem do mundo

Petróleo

2000

35% 43%

2008 *Não essencial

Ouro

Cromo

Platina

10% 40% 84%

Proporção do comércio com Países Emergentes nos últimos dez anos. Principais:

88%

Cidades com mais de 1 milhão de habitantes

Turquia

6,5%

Brasil

7,1%

Europa

7,2%

África

63

América Latina

38%

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52 52

América do Norte 48

14%

China

8

Lares africanos com poder de consumo discricionário*

42% das reservas mundiais de matérias primas

30%

Índia

8,3%

Emergentes asiáticos

44%

Coréia do Sul

4%

África

Investimentos das maiores empresas brasileiras

1 bilhão Habitantes

2%

América Latina

US$

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Ao diversificar os negócios para se libertar da dependência do setor petrolífero, a Nigéria oferece oportunidades para investimentos em geração de energia elétrica, telecomunicação e turismo. Do Brasil, interesse em tecnologias na construção civil. Até 2020, o governo nigeriano quer construir 20 milhões de moradias populares. Nos últimos anos, a nova elite dirigente africana, em sua maioria formada em universidades européias e americanas, tem feito profundas reformas para adaptar procedimentos internos e externos às normas vigentes no relacionamento mundial. China Com um olho aberto nos recursos naturais e outro fechado aos governos ditatoriais africanos, a China investe pesado em relacionamento. Em 2009, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, ofereceu à África empréstimos no total de US$ 10 bilhões, ao longo de três anos. A cláusula é simples. O governo concede financiamento, mas obriga em contrato o serviço por empresa chinesa com o apoio do Eximbank chinês. As trocas dos investimentos nos países africanos são feitas por bens intensivos em recursos naturais – commodities agrícolas ou minerais. O Brasil, ainda que adote a tática, como a construção de terminal de carvão com mineral extraído pela Vale ou de aeroporto em construção pela Odebrecht, ambos em Moçambique, revela que setor público e privado ainda precisam maior sintonia para aumentar seu market share num mercado tão promissor. Fazer negócios na África deve ser visto com foco. Para o advogado e co-fundador da B2L, Rubens Serra, o continente é marcado por problemas, mas é também uma das poucas fronteiras naturais ainda abertas para a expansão de negócios. “Do petróleo, gás e mineração – produtos onde as empresas brasileiras já estão consolidadas – chegamos ao agronegócio e alimentos, áreas com enormes potencialidades para médios empresários investirem. A África pode ser a primeira porta a bater no exterior”.

41% 59 US$

Da população tem celular, o mercado que mais cresce no mundo. Em 2014, dois em cada três africanos terão um aparelho.

bilhões Investimentos estrangeiros diretos em 2010


Tecnologia brasileira em solo africano: 42 Países interessados em linha de crédito de US$ 640 milhões

Arado verde-amarelo A Câmara Brasileira de Comércio Exterior (Camex) aprovou uma linha de crédito para países africanos de US$ 640 milhões (US$ 240 milhões para 2011 e US$ 400 milhões em 2012). O Programa Mais Alimentos África leva transferência de tecnologia, linhas de financiamentos do tesouro nacional e linhas de tecnologias dos produtos industriais. Os financiamentos poderão ser pagos em até 15 anos com 2% de juros ao ano com até três anos de carência. Ao todo, 42 nações demonstraram interesse. Zimbabwe e Gana são os primeiros a poderem liberar para seus produtores rurais crédito para compra de máquinas, equipamentos e veículos do Brasil, em acordo da ordem de US$ 193 milhões.

Sudão Fonte de emprego para 80% da população economicamente ativa, até os anos 80, a produção agrícola sudanesa era feita exclusivamente por tração animal. Em sua primeira visita ao Brasil, Osman Assubaie, CEO do Conselho de Algodão da República do Sudão – entidade privada ligada ao governo – veio conhecer os produtos brasileiros. “Nos espelhamos muito no Brasil. Aqui nos interessam maquinário e tecnologia. O governo do Sudão está abrindo facilidades para entrada de investimentos internacionais e os produtos brasileiros só têm a ganhar”.

Na esteira do programa, João Carlos Marchesan, presidente da Tatu Marchesan, de implementos e máquinas agrícolas, está preparado para aumentar as vendas ao continente. “Até 30% do faturamento da empresa vem das exportações, sendo 8% dos países da África”. Nem sempre foi assim. Considerada entre as maiores da América Latina no setor, a empresa de Matão, no interior paulista, via na África um mercado difícil pelos problemas sociais e políticos, além da insegurança sobre garantia de pagamentos. “Foi preciso desbravar. Hoje existe um grande volume de brasileiros no agronegócio em países como Sudão, Moçambique e Angola. Foram os primeiros a comprar e provaram que nossos produtos têm foco e know-how nos trópicos.” Marchesan ainda explica o maior trunfo para empresas que desejam entrar no continente. “Há uma insistência das empresas e governos em chegar e não transferir tecnologia. Explora-se o mercado e vai embora. O Brasil não tem memória negativa para os africanos”.

É hora de vender: João Carlos Marchesan e empresário do Sudão

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ESPECIAL: CAPA - AFRICA ÁFRICA Segurança nos negócios “Nunca aconselhamos as empresas a concederem prazos de pagamento aos seus compradores enquanto não for estabelecida uma relação comercial de rotina”, declara Abel Domingos, diretor de Relações Internacionais da Câmara de Comércio Afro Brasileira (Afrochamber), ao explicar que em qualquer região do globo existem empresas sérias e não sérias, cabendo aos empresários envolvidos utilizarem rotinas de gerenciamento comercial que assegurem total segurança para suas operações de importação e exportação. Para ele, o Brasil dispõe de tecnologia apta ao clima tropical, o que permite a exportação de máquinas, equipamentos, linha branca, entre outros, sem a necessidade de adaptações – diferente de países europeus e asiáticos. O mesmo se aplica

para alimentos, cosméticos e medicamentos. “É a falta de informações sobre a atual realidade africana que ainda persiste nos médios empresários brasileiros a ideia de mercado pouco promissor, o que não se verifica entre empresas brasileiras de grande porte e multinacionais”.

Gargalos Sobre a atividade bancária, Abel relata que nos últimos anos os Bancos Centrais dos países africanos têm aplicado normas de comportamento para os bancos comerciais, com medidas que levaram inclusive ao fechamento de instituições menores ou sua absorção por bancos tradicionais, garantindo segurança de relacionamento aos mercados mundiais com a região.

Diretor da Afrochamber: Abel Domingos

déficit comercial com alguns países onde a importação é concentrada principalmente no item petróleo (Nigéria). Abel chama a atenção sobre Suazilândia. “Tudo nos leva a presumir que o País está sendo utilizado como ponte para a entrada de produtos asiáticos principalmente da linha eletrônica”.

Já no fluxo comercial, o Brasil costuma ter Raça Senepol

Genética para condições extremas

Conhecer para investir

Com US$ 3,5 milhões negociados em 2011 para Botswana, Angola e Quênia, Jair dos Santos acumula ganhos na venda de embriões e sêmens congelados da raça bovina Senepol. Proprietário da Senepol Água Limpa, no Mato Grosso, Santos explica que a raça veio de um ambiente hostil e condições extremas. “É uma excelente opção para o desenvolvimento e melhoramento genético da pecuária em qualquer País da África”.

A Mckinsey Global Institute elaborou ranking de países em quatros categorias.

Entre os diferenciais, ele destaca a alta performance em produtividade e precocidade da raça. No pasto, aos 24 meses o animal é abatido com mais de 480 quilos. No confinamento, aos 14 meses é abatido com mais de 450 quilos. Para ele, bom produto e cooperar com a produção de alimentos de um País abrem portas. “Nos últimos anos, os países africanos têm incentivado empresários brasileiros do agronegócio a irem e levarem novas tecnologias de produção”

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1) Economias diversificadas: Os principais impulsionadores de crescimento da África: África do Sul, Egito, Marrocos e Tunísia. 2) Exportadores de petróleo: Eles têm o maior PIB per capita do continente mas também as menores economias diversificadas: os três maiores produtores são Argélia, Angola e Nigéria. 3) Economias em transição: Economias em rápido crescimento mas apenas setores agrícolas e de recursos representam cerca de 35 % do PIB e dois terços de exportações: Gana, Quênia e Senegal. 4) Economias em fase de pré-transição: Suas economias ainda são muito pobres, com PIB anual de apenas US$ 353 per capita: Congo, Etiópia e Mali.


“EM ÁFRICA, SÊ AFRICANO” Entrevista Consultor internacional e analista de empresas, Carlos Pedro Barbosa Rodrigues é responsável pela elaboração de projetos de ajuda dos quadros comunitários da Comunidade Européia, além de estudos econômicos e de viabilidade para instituições financeiras e bancárias. Com a Barbosa Rodrigues Investiments & Consulting atua principalmente no Brasil, Portugal, Espanha, Angola e Moçambique. Considerado pelo próprio que “não vive em lado nenhum e em todo o lado”, Rodrigues diz ter por hábito ir dormir em Coruche, uma pequena vila a 70 km de Lisboa, Portugal. Nesta entrevista à B2L Corporate, ele conta por que mais valia deve estar à frente de espírito colonizador quando o assunto é África.

B2L - Quais as principais vantagens

comerciais e econômicas dos países africanos para atração de investidores do Brasil? Há espaço para médias empresas que nunca exportaram? A franca dependência do exterior para tudo traz a possibilidade e facilidade exponencial dos resultados a obter do investimento. A fragilidade das instituições públicas ( grau de inexperiência com o mercado mundial ) permite uma grande facilidade de entrada de capital do exterior. Dos países africanos que têm um capital de sucesso de investimento mais exponencial e de recuperação do capital, listo Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Princípe e em franca expansão a Guiné Equatorial, por questões de um bom relacionamento com a Europa. Há espaço para grandes, médias, pequenas e até micro empresas ou empresários, com e sem experiência de exportação ou de internacionalização em todos os setores de atividade. Alerto que nunca se deverá investir “por catálogo”, pois a experiência diz que os resultados não são os melhores. Um fator de relevância

para uma boa internacionalização, é ter em conta a mentalidade do povo, a sua cultura, isto é, em África sê africano.

B2L - Que países o Brasil já estabeleceu fortes vínculos econômicos e quais são os produtos fabricados aqui que poderiam substituir outros fornecedores mundiais para estes países? O Brasil tem protocolos com todos eles, mas existe com uma maior amplitude, Angola e Moçambique. No caso de Angola, temos a predominância do luxo, da moda, dos gadgets de tecnologia e setor automóvel ( indústria e comércio ). De Moçambique, bens de primeira necessidade, tais como, alimentação, educação, saúde, didático e financeiro.

B2L – E os principais gargalos enfrentados pelas empresas brasileiras que almejam a inserção na África? As fracas estruturas institucionais ( jovialidade ) e de apoio. A necessidade de um sócio nacional, o que muitas vezes é o maior obstáculo, até pelo fato dos valores que pretendem pela participação e viabilização do projeto/atividade e a inexistência de legislação que dê uma maior segurança ao investidor.

B2L - Como inserir empresas brasileiras em mercados que hoje recebem fortes investimentos e financiamentos de países como a China? O governo brasileiro e seus responsáveis deverão criar ou ratificar protocolos de modo a poder obter os mesmos privilégios que a China tem nesses países, entre eles, facilidade na obtenção de vistos, o privilégio aos brasileiros em igualdade de proposta, nos concursos públicos, na realização de obras públicas e privadas, parcerias na educação entre outros requisitos que o Governo julgue pertinentes para um saldo positivo na relação comercial. A nível do investidor privado, a utilização da língua portuguesa, a familiaridade de culturas, dar credibilidade ao projeto de investimento. Outro fator importante na conquista do continente africano: a ação social. O investidor que for além ao criar ou melhorar as condições existentes do povo local vai obter um reconhecimento único e irá potencializar o resultado final no investimento.

Vejo ainda a proximidade da África do Sul - principal fornecedor e recrutador dos recursos humanos qualificados e não qualificados - e o aparecimento de comunidades de investidores indianos e chineses.

B2L - A visão de mercado pouco promissor ainda persiste entre os empresários do Brasil sobre a África? Ainda existe um forte ceticismo, também pela escassa informação que chega aos empresários e investidores. Mas relevo o fato que é com grande prazer que o povo africano vê chegar investidores, essencialmente de língua oficial portuguesa aos seus países, mas como mais valia e não o de espírito colonizador.

Carlos Pedro Barbosa Rodrigues

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INSTITUCIONAL

Sucesso no Primeiro Meeting B2L

André Sá: BR Phar

ma

Realizado em São Paulo no mês da agosto, o 1º Meeting B2L - Investimentos, Expansão, Compra e Venda de Empresas - reuniu 200 empresários e representantes de bancos e fundos de investimento, com objetivo de compartilhar oportunidades. O Brasil nunca recebeu tantos investidores e oportunidades e o principal desafio da conferência foi identificar na prática ideias e soluções para empresas de médio porte. Marcaram as apresentações do Grupo JBS, do Credit Suisse, do BTG Pactual/BR Pharma e da Poit Energia, por meio de seus executivos. A rede de sócios B2L também foi apresentada aos participantes e realizou reuniões com os membros, distribuídos em 21 Estados, no intuito de desenvolver negócios de sucesso com maior eficácia e rapidez. Ampla cobertura da mídia nacional comprovou a série que promete novas iniciativas ao longo de 2012.

ão: Diretor de Redaç Marcel Bozza,

Marcel Bozza, va

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Jeremiah O’ oi Callaghan: JBS Frib

Ao lado: Rodrigo Bertozzi, Jeremiah O’ Callaghan e Rubens Serra


Marcel Bozza, valor t

Diretor de Redaç ão: Marcel Bozza, valor total R$ 100,00

Diretor de Redação: Marcel Bozza, valor total R$ 100,00

Foto: Conferência B2L Sócios B2L

Wilson Poit: Poit Energia

Fabio Jacob: Cred

it Suisse


CAPA

FUNDOS DE INVESTIMENTO Na disputa pelas melhores empresas brasileiras, o eixo Rio-São Paulo deixa de ser o centro. Apto a reconhecer oportunidades, Antonio Kandir avisa que local não é o foco, e sim, o projeto. Poder para investir não falta. Sob sua gestão e de mais quatro sócios, a GG Investimentos tem no patrimônio mais de R$ 2 bilhões. Segundo a Associação Brasileira de Private Equity e Venture & Venture Capital (ABVCAP), através dos fundos de private equity, pequenas e médias empresas que pretendem transformar-se em grandes companhias, passam a dispor de oportunidades efetivas para financiar o seu crescimento, com apoio para a criação de estruturas adequadas de governança corporativa, foco no crescimento e lucratividade, bem como na sustentabilidade futura do negócio. Hoje, os fundos de private equity estão em processo de captação que pode levantar US$ 20 bilhões em recursos

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até 2012. Das gestoras que operam no Brasil, 83% pretendem lançar um novo fundo e captar novos recursos, aponta o Segundo Censo da Indústria Brasileira de Private Equity e Venture Capital, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Por conta dos investimentos públicos e privados voltados para a Copa do Mundo e Olimpíadas, o Brasil só perde para a China entre os mercados de maior interesse do segmento dos países do BRIC. Com investimentos em empresas como Providência (companhia aberta que produz não- tecidos), Ediouro (da área gráfica e editorial), Visum (manufatura de eletrônicos), Rapidão Cometa (logística) e Brasil Foods (alimentos) no portifólio, Kandir fala com exclusividade para a B2L Corporate e revela os requisitos para a próxima empresa ser a sua.


“BUSCAMOS EMPRESÁRIOS MOTIVADOS” Fundos de private equity ganham força em empresas de médio porte

B2L - Quais os requisitos necessários para uma empresa de médio porte atrair investimentos? Geração de caixa? Capacidade de valorização? Ter um excelente projeto com ótimas perspectivas de valorização e um posicionamento claro dos sócios em aceitarem o compartilhamento efetivo em decisões de caráter estratégico.

B2L - Quais as tendências o senhor destaca fora do eixo Rio-São Paulo? O interior do Brasil também é alvo para investimentos? O Brasil inteiro apresenta boas perspectivas para projetos. A GG, através de seus fundos já investiu em Estados fora do eixo, tais como Paraná, Bahia e Pernambuco.

B2L - Onde estão as novas oportunidades e quais setores estão se destacando? O importante é o projeto. Mesmo em setores problemáticos sempre é possível ter boas empresas com empresários inovadores e capazes.

B2L - Até que ponto as empresas brasileiras de médio porte estão preparadas para os fundos de private equity? Persiste o temor e a insegurança da perda de controle e gestão? Nos últimos cinco anos melhorou muito o entendimento dos empresários quanto a contribuição de investidores típicos de private equity. Mas é inegável que muitos ainda tenham dúvidas e insegurança. Mesmo porque existem modelos de atuação distintos entre os diversos operadores de private equity. Conversar bem sobre o modelo de cada um deles é essencial. O empresário não deve dei-

xar de perguntar e entender muito bem a proposição dos fundos que o procurarem.

selho que trabalhem mais detalhadamente certas questões (M&A, RH, auditoria, etc...)

B2L- Qual o perfil do empresário que busca nos investidores alavancar o projeto de expansão?

B2L - De que modo a GG contribui na gestão da companhia investida para agregar valor aos acionistas?

Empresários que acreditam muito no seu negócio e que desejam expandi-los de maneira mais rápida mantendo uma estrutura saudável e sustentável entre dívida e equity.

Cada caso é um caso. Em geral gostamos de aprofundar a discussão estratégica e rever a governança. Ao lado disso, procuramos ajudar a empresa a definir bem os processos internos e estabelecer uma disciplina maior nos processos decisórios, sobretudo os relativos às decisões de investimento.

B2L- De que modo os fundos de private equity mudam a velocidade da empresa, passando pela governança corporativa até o desinvestimento no ciclo final? Esta é uma das contribuições dos fundos de private equity. Eles permitem acelerar os bons projetos sem que isto se traduza em um risco financeiro acentuado. Adicionalmente, a rede de contatos e a experiência dos gestores tende a facilitar a realização mais rápida dos investimentos em benefício dos fundadores e dos novos investidores.

B2L - Qual o comportamento do empresário quando dá entrada nos fundos de investimento?

B2L - O que o empresário de médias empresas pode esperar e qual o foco da GG para 2012? A GG deverá continuar buscando empresas com bom potencial e que tenham em sua liderança empresários motivados. Que acreditem muito em seus negócios e queiram mais do que investidores. Queiram sócios, preferencialmente minoritários, que possam investir e juntos terem uma expressiva valorização do capital da empresa.

A maior dificuldade é a aceitação de procedimentos mais disciplinados nas decisões mais estratégicas.

B2L - A postura como sócio/parceiro e não apenas como investidor financeiro acontece de que forma? Aqui é importante destacar que existem modelos alternativos de fundos de private equity. Falando do caso da GG, nós procuramos ir além da participação em conselhos. Para tanto, procuramos definir junto com os fundadores alguns comitês auxiliares ao Con-

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CAPA

PERFIL DAS INVESTIDAS PELA GG

Providência

Estado: Paraná. Segmento: Líder nacional na fabricação de não-tecidos, produto usado na fabricação de descartáveis higiênicos e hospitalares. Aporte: R$ 930 milhões em consórcio: AIG Capital/ GG/ASAS/banco Espírito Santo. O consórcio adquiriu 100% do capital da empresa. Com US$ 80 milhões investidos, a Companhia Providência inaugurou este ano sua primeira fábrica fora do Brasil. A planta, localizada nos EUA, segue em linha com o planejamento estratégico da empresa de aliar custos logísticos e maior proximidade aos grandes mercados consumidores mundiais. A receita líquida da cia. totalizou R$ 453,3 milhões em 2010 e alta de 10,2% em vendas sobre o ano anterior.

Ediouro

Estado: Rio de Janeiro. Segmento: mercado editorial e indústria gráfica. Um dos principais grupos editoriais brasileiros, com foco na edição de livros de interesse geral, revistas e passatempos, o Grupo Ediouro também atua na indústria gráfica e atualmente é o maior player deste segmento no Rio de Janeiro. Suas marcas são Ediouro, Nova Fronteira, Agir, Thomas Nelson Brasil, Nova Aguilar, Singular, Desiderata, Plugme, Duetto e Coquetel. Em 2010, a receita líquida foi de R$ 229,7 milhões e o lucro líquido, R$ 15, 4 milhões. A área de educação (apostilas) e segmento de bíblias são algumas das novidades do grupo que espera chegar em 2014 com faturamento de R$ 600 milhões.

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A Geradora

Estado: Bahia Segmento: Locação de máquinas e equipamentos. Aporte da GG: R$ 55 milhões. Com faturamento estimado em 2011 de R$180 milhões, a empresa conta hoje com cerca de 900 colaboradores em 18 unidades e registra crescimento médio de 45% nos últimos sete anos. Para sustentar a expansão, a saída foi um sócio estratégico. Em 2010, abriram as portas para um private equity e a GG passou a deter participação minoritária no negócio, mantendo o controle acionário com os fundadores. “Os recursos da GG serão utilizados para promover a abertura de novas filiais, aquisição de novos equipamentos e viabilizar projetos de consolidação”,

explica o presidente da empresa, Enilson Moreira. Com foco nos segmentos industrial, construção civil, mineração e entretenimento, a empresa também atua nas áreas de óleo e gás, agronegócio e telecomunicações. O portifólio da empresa ultrapassa 10 mil equipamentos e entre os clientes figuram a Petrobras, Vale, Odebrecht, Gerdau, Braskem, Dow, Queiroz Galvão, OAS, Andrade Mendonça, Camargo Corrêa, Oxiteno, Mendes Júnior e Rede Globo. A Geradora ainda cogita sua internacionalização em 2013 com unidades na América do Sul e na África. Presidente da A Geradora : Enilson Moreira

Rapidão Cometa

Estado: Pernambuco. Segmento: Transporte e logística. Aporte da GG: não divulgado.

Um dos maiores operadores logísticos em atividade no Brasil. A empresa registra volume superior a 12 milhões de entregas anuais, através de suas 42 filiais e mais de 184 pontos de presença em todo o País. Os cerca de 8 mil funcionários são responsáveis pelo atendimento de mais de 4 mil municípios brasileiros. A empresa ainda atende 220 países graças a um acordo operacional com a gigante norte-americana FedEx. Em 2010, atingiu faturamento bruto de R$ 864 milhões.

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ARTIGO B2L

VENTO É DINHEIRO! POR JOSÉ HENRIQUE AZEREDO*

A energia dos ventos é considerada a melhor em termos ambientais para a geração em larga escala. Os ventos do nosso País - pela constância e pelo clima tropical - estão classificados entre os melhores do mundo. Entre as energias renováveis, a eólica é a que mais cresce no planeta e o Brasil tem total condição de se tornar um dos líderes nessa modalidade limpa de geração. Desde 2004 o setor de energia eólica no mundo teve uma expansão de 600% e os investimentos crescem exponencialmente. Em apenas 4 anos (entre 2004 e 2008) foram registrados investimentos da ordem de US$ 160 bilhões em termos globais. Entretanto, o aproveitamento da energia eólica no Brasil ainda é bastante tímido e, em função disto, existem enormes possibilidades de negócios no setor, que deve atrair nos próximos anos muitos bilhões de reais em investimentos. Hoje temos 44 parques eólicos em operação no Brasil, gerando 1.436 MW de energia (1,3% da matriz energética). De

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acordo com a lista dos Top 10 da Global Wind Estatistics (GWEC), essa capacidade é duas vezes e meia menor do que a gerada na Dinamarca (3.752 MW) e a China aparece em primeiro lugar com a geração de mais 42 mil MW. A Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) sinaliza que, em função dos leilões de 2009 e 2010, a capacidade instalada eólica nacional aumentará pelo menos 3,6 vezes até 2014, quando poderá gerar 5.250 MW, incrementando sua participação na matriz energética para 5,3%. Segundo a entidade, 15 novas usinas em construção vão adicionar 533 MW à atual capacidade instalada. Nove delas (oito no Ceará com capacidade de 211,5 MW e uma no Rio Grande do Sul com 70 MW) tiveram financiamento de pouco mais de R$ 790 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). POTENCIAL O Nordeste é a região que apresenta as melhores condições de ventos (média de 7 e 9m/s). A região litorânea, que tem os Estados do Rio Grande do Norte e Ceará como os melhores locais, permite uma potência instalável de 75,85 GW (mais de 50% de toda a capacidade eólica total do País).

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CAPA

Possuímos um potencial técnico de 143 GW, entretanto, estudos do Ministério das Minas e Energia já apontam que, com a chegada de equipamentos mais potentes e alta tecnologia, este potencial pode chegar a 300 GW, ultrapassando assim o que o potencial hidrelétrico pode atingir. Para se ter uma ideia da grandeza desses números, todo o parque gerador brasileiro atual produz 96 GW. Ainda sob efeitos comparativos, a usina hidrelétrica de Itaipu tem capacidade de 14 GW, ou seja, o potencial eólico brasileiro seria equivalente a 10 Itaipus hoje, e com o avanço tecnológico poderá se equivaler a nada menos que 30 usinas de Itaipu. Somente o Estado do Rio Grande do Norte isolado possui um potencial de 22 GW, a mesma capacidade de uma usina e meia de Itaipu.

Para projetos de energia eólica com entrada em operação prevista até 2013, os investimentos somam R$ 25 bilhões.

Esses números extraordinários causam entusiasmo em um setor com perspectivas fantásticas de crescimento. Considerando que o Brasil precisa, a cada ano, algo em torno de 5 GW de energia a mais para atender a demanda, investir em eólica é o mesmo que estar se construindo “reservatórios virtuais” de energia, o que faz crescer o apetite dos investidores especializados e, ainda, dos aventureiros ou curiosos. Para projetos de energia eólica com entrada em operação até 2013, os investimentos somam R$ 25 bilhões. No BNDES, por exemplo, foram assinados ou estão em processo de assinatura, incluindo duas operações recém-aprovadas, 51 contratos de financiamento diretos e indiretos, no valor total de R$ 4,1 bilhões, para a implantação de 1.369 MW.

BENEFÍCIOS: • Uma usina eólica com geração de 100 MW pode fornecer energia para mais de 400.000 pessoas; • As usinas eólicas demoram, em média, apenas um ano e meio para ficarem prontas, contra três anos das termelétricas e cinco das hidrelétricas; • Em território brasileiro a regularidade dos ventos está entre as melhores do mundo; • As principais jazidas eólicas localizam-se nos arredores dos grandes centros urbanos, o que facilita as conexões com as redes de transmissão existentes.

Apenas no Rio Grande do Norte contabiliza-se, mediante os leilões já efetuados em energia vendida, investimentos da ordem de R$ 8 bilhões. O Estado está investindo pesado no setor e pretende fazer uma cadeia de energia eólica, construindo um Centro de Energia Eólica em nível de Brasil, de América do Sul e mundial. Para isso, já conta com interessados da Dinamarca, Espanha, Gibraltar e da França, dispostos em fazer um aporte de 1% do capital do faturamento para o centro que será nos moldes do CTGás, da Petrobras, oferecendo serviços ao Brasil e à região. Essas perspectivas também estimulam as empresas. Por exemplo, a Wobben Windpower (empresa alemã), pioneira e maior fabricante de aerogeradores no Brasil, dobrou sua capacidade instalada. Em abril desse ano, inaugurou uma terceira unidade no Rio Grande do Norte, somando-se a outras duas, uma em Sorocaba (SP) e outra em Pecém (CE). Hoje estão com 22 usinas para entregar no Brasil até 2012, e mais duas no exterior.

*Especialista em energia e sócio da B2L. Responde pelas Relações Governamentais do CERNE (Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia).

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SUSTENTABILIDADE MAPA DE OPORTUNIDADES

Saúde n Diagnóstico positivo para investimentos O setor saúde hoje representa 7% do Produto Interno Bruto (PIB), com uma movimentação de R$ 300 bilhões por ano. A nível mundial, o mercado do Complexo Industrial da Saúde está avaliado em US$ 1 trilhão, sendo US$ 670 bilhões da indústria farmacêutica, US$ 25 bilhões da indústria de reagentes de diagnósticos e US$ 9 bilhões da indústria de vacinas. A indústria de produtos médicos movimenta US$ 300 bilhões. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil representa apenas 1,2% desse mercado e cerca de 80% estão em poder dos EUA, Japão, Alemanha, Holanda e França. A expectativa de crescimento do mercado brasileiro diante da melhor distribuição de renda, ampliação do acesso a medicamentos, além do envelhecimento da população colocam o Brasil na rota de investimento de grandes grupos farmacêuticos.

Dados da IMS Health, instituto que audita o desempenho da indústria farmacêutica no Brasil e no mundo, apontam que o País deverá crescer entre 8% e 11% até 2013 no mercado de fármacos e medicamentos. Nas próximas páginas, a B2L apresenta um Mapa de Oportunidades para médias empresas. Como um tridente formado por Goiânia, Anápolis e Brasília, a indústria farmacêutica está consolidada na região central do País. Para 2012, Medley e EMS estão construindo plantas industriais em Brasília. A capital também sedia o maior importador de medicamentos do Brasil, o Governo Federal.

Pesquisa da Câmara Americana de Comércio de 2011 junto a 107 executivos de empresas de pequeno, médio e grande portes mostra a movimentação do segmento. A amostra, composta por representantes de companhias do setor de saúde ou impactadas pelo segmento, revelou que, ao longo de 2009 e 2010, um terço das empresas já passou por processos de fusões e aquisições.

Como centro estratégico e logístico, a região conta ainda com o Porto Seco do Distrito Federal. Gerente Geral do porto, Edward Libaino Martins fala da estrutura para armazenagem e movimentação de medicamentos, matérias primas, insumos farmacêuticos e correlatos, destinados exclusivamente à indústria farmacêutica. “Com um complexo local de armazenagem refrigerado, garantimos um padrão internacional de qualidade”. Atualmente, 60 empresas operam no Porto Seco, sendo 12 das principais indústrias farmacêuticas nacionais. “Em movimentação no Porto Seco DF, 60% está relacionado ao setor farmacêutico”, acrescenta o diretor.

No decorrer de 2011, o varejo farmacêutico nacional foi marcado por fusões para formação de grandes grupos. Em 2012, aguarda-se um duelo de gigantes pela liderança do setor.

Das importações no Distrito Federal, apenas de produtos farmoquímicos o volume foi superior a US$ 1 bilhão (2010). Cerca de 70% das operações de importações estão relacionadas à indústria farmacêutica.

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no Brasil Dicas para pequenas e médias indústrias farmacêuticas* 1 - FUSÕES OU AQUISIÇÕES A fusão ou a aquisição é o caminho mais rápido para quem quer entrar nesse setor industrial. Não por acaso, vemos isso com frequência nos pequenos, médios e grandes empreendimentos. Isso se deve especialmente pela burocracia e custos muito elevados para a obtenção dos registros no Brasil. Em alguns casos, um laboratório pode levar até 4 anos para começar a vender a primeira caixa de um produto. Como atalho, comprando ou fundindo a uma empresa em funcionamento, pode significar uma antecipação nos projetos e, obviamente, no faturamento.

2 - LOCALIZAÇÃO

4 - EQUIPAMENTOS

Para quem vai começar do “zero”, o primeiro passo seria contratar uma consultoria para definição do Estado e cidade que a empresa será instalada. Muitas regiões fomentam a industrialização com incentivos fiscais. Além disso, devem ser levadas em consideração a capacidade de mão de obra local, o posicionamento estratégico, a capacidade logística e a proximidade com fornecedores, como cápsulas, caixas, esterilização e manutenção industrial. A melhor saída talvez seja a opção por um polo farmacêutico.

É muito comum que alguns equipamentos demorem até um ano para serem entregues. Por isso, é necessário estar bem atento na escolha e no planejamento para não haver atrasos.

3 - PROJETOS Essa é uma das etapas mais cruciais. É muito importante que uma consultoria especializada defina os parâmetros dos projetos fiscais para os benefícios com os tributos e dos projetos que serão apresentados na Anvisa. Nessa etapa, não se aconselha uma solução doméstica, pois um erro pode atrasar muito todo o cronograma.

5 - INVESTIMENTOS O BNDES possui muitas linhas de crédito interessantes e subsidiadas para a instalação industrial. Mas se essa hipótese não for viável no projeto pelas garantias necessárias, a melhor opção seria buscar - com todos os projetos impecáveis - uma empresa com acesso aos fundos de investimentos para um possível Venture Capital. O mercado farmacêutico está muito aquecido e, por isso, muitos investidores estão buscando esse nicho. *Por Gustavo Sardinha, sócio B2L.

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MAPA DE OPORTUNIDADES

Sobreviver no mercado As farmácias independentes representam mais de 90% do total das farmácias brasileiras. A maioria não tem bandeira e apenas 8% atuam sob o modelo associativista de gestão empresarial. Segundo a Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar), a adesão ao associativismo propicia novas estratégias mercadológicas para pequenos e médios empresários. Dicas para implantar:

. . . . .

Política de melhoria nos preços; Qualidade de atendimento; Promoção de novos serviços; Diversificação do mix de produtos; Produtos com marcas próprias;

532

Indústrias farmacêuticas

Maior economia farmacêutica até o fim de 2015 - prevê o Instituto IMS Health. Hoje, o Brasil detém a 7ª posição no ranking de representatividade no mercado.

3.821

Distribuidoras de medicamentos

50 mil Empregos diretos

42%

Do consumo total de medicamentos vem da classe C

8% e 11% até 2013 Previsão de crescimento da indústria farmacêutica.

2,6 bilhões

Caixas de remédio vendidas. Maior número já registrado no País.

82.204

Farmácias e drogarias Capitais: 18.598 / Interior: 63.606

Genéricos As receitas atingiram R$ 6,2 bilhões, 21% dos R$ 36 bilhões movimentados pela indústria farmacêutica no País. O mercado de genéricos no Brasil aumentou 38% em 2010. A Medley, controlada pela francesa Sanofi-Aventis, é líder em genéricos, seguida pela brasileira EMS. Nos EUA, os genéricos representam 60% das vendas em volume.

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Fora do eixo Rio - São Paulo A participação dos Estados em vendas de medicamentos além dos maiores centros de consumo do Brasil subiu de 56,42% para 57,37% em 2010. Dado divulgado pela Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico (Abafarma), entidade que reúne as 23 maiores distribuidoras de medicamentos do Brasil - 80% do PIB do setor - revela forte expansão descentralizada e novos desafios da atividade atacadista para o segmento.

Exportações A alta no volume de exportações da cadeia produtiva farmacêutica impressiona. De acordo com a Associação Brasileira de Indústria Farmoquímica e de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi), em 2010, o Brasil exportou US$1,7 bilhão em medicamentos e insumos farmacêuticos. Um crescimento de 22,5% se comparado às vendas para o mercado externo em 2009, e de mais de 100% com 2007. Entretanto, o saldo da balança comercial da cadeia farmoquímica-farmacêutica é negativo. Em 2010, o déficit registrado foi de US$ 6,339 bilhões.

R$ 36,2 bilhões Faturamento nacional do mercado de medicamentos em 2010.

Enquanto isso no Amazonas... Cerca de 50% das farmácias instaladas no Amazonas estão atuando irregularmente por falta de alvará sanitário, segundo informações do Sindicato do Comércio Varejista de Drogas do Estado do Amazonas (Sindidrogas). O Estado conta com 700 farmácias, distribuídas entre a capital e o interior. O Sindicato atribui a situação a problemas de ordem trabalhista, que impedem a emissão dos documentos.

Enquanto isso em Portugal... Cerca de 1.800 farmácias portuguesas de um total de 2.700 estabelecimentos correm o risco de fechar. Só na região de Lisboa, mais de 80 farmácias estão à venda por apenas um euro e com passivos muito elevados. Medidas anunciadas pelo Governo – redução do preço dos medicamentos e da margem de lucro das farmácias – seriam a causa da crise no setor.

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Fusões de gigantes em 2011 Drogarias Pacheco + Drogaria São Paulo = DPSP (691 lojas) Receita bruta de R$ 4,4 bilhões: maior empresa de varejo farmacêutico do País, no critério faturamento.

Fonte: Conselho Federal de Farmácias (CFF)/dez2010. Febrafar. Instituto IMS Health.Abafarma. Pró-Genéricos. Abiquifi.Jornais: Correio da Manhã (Portugal) e site D24am.com

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DrogaRaia + Drogasil = Raia Drogasil (720 drogarias) Receita bruta de R$ 4,1 bilhões.


CASES DE SUCESSO

LÍDER NO MERCADO FITNESS

NA AMÉRICA LATINA Guinada de expansão surgiu com fundos de investimento e expertise do setor “Para 2012, a meta são 300 mil alunos em todo o Brasil”. É com esta visão que o presidente e fundador do Grupo Bio Ritmo, Edgard Corona, revela que crescimento agressivo não é plano – é realidade. Com 50 milhões de reais em investimentos e faturamento de 130 milhões de reais em 2011, a considerada maior rede de academias da América Latina quer saltar das atuais 48 para 108 no próximo ano. A expansão teve início em 2009 quando o grupo implantou um formato de baixo custo e ticket médio de 60 reais: nascia a Smart Fit. Segundo Corona, a máxima ocupação de espaço com equipamentos de alta tecnologia sem penalizar o cliente com altas mensalidades foram os diferenciais. Em 2010, a gestora de recursos Pátria adquiriu 50% do capital do grupo. “A entrada de fundos de investimento promoveu recursos e mudamos a velocidade da empresa”. Foram 18 meses de conversação com o fundo. “Não queríamos um choque cul-

tural. Existem fundos arrogantes e que chegam dando ordens. Nós queríamos uma empatia”. Corona conta um episódio de uma unidade onde todos eram contrários à abertura. “Chega um momento que nenhum argumento vence e o seu feeling pode estar errado e ainda assim o fundo fica ao seu lado. Nesta hora você para, pensa e vê quem está ali é muito mais que um financiador”. Fechando o

SETOR NO BRASIL Membros ativos 5,4 milhões Faturamento em 2011 US$ 2,2 bilhões 18,2 mil academias 2º Ranking mundial 24

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episódio, ele diz que não abriu a filial. Com forte presença em São Paulo, Corona vê no sol e calor a relação dos freqüentadores de academias. No Rio de Janeiro, todo o litoral e no Nordeste, a cultura da academia é muito forte, diz ele. “Até em Brasília – aliando alto poder aquisitivo – a

Edgard Corona


cada 50 habitantes, 1 frequenta nossas academias na capital do Brasil”. Ao traçar um paralelo com os norte-americanos, ele explica que regiões como Nova Yorque, pelo clima adverso – verão e inverno rigorosos –, além do estilo de vida do cidadão comum viver em ambientes apertados geram até 35% da população em academias na cidade. Na média dos EUA, o índice chega a 14%. No Brasil, pesquisa internacional feita pela International Health Racquet and Sportsclub Association (IHRSA) mostra 5,4 milhões de membros ativos (veja mais detalhes no quadro).

Concorrência e IPO Com bom humor, o líder de negócios em fitness no Brasil lembra que 50 academias internacionais já passaram pelo Brasil e foram embora. “Quando chegam e olham a burocracia pra conseguir um habite-se ou jeitinho brasileiro para outras questões, simplesmente desistem”. Hoje o grupo está analisando a possibilidade de IPO (abertura de capital) como um plano de voo. Mas são apenas idéias: “Não tenho grandes concorrentes, não tenho dívidas e temos um crescimento orgânico – não vejo um horizonte claro para isso neste momento”.

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CASES DE SUCESSO

VINHOS MADE

IN BRAZIL

Vinho nacional ganha aval no exterior e arma estratégia para aumentar consumo interno Com respaldo de 2.350 prêmios internacionais e com terras consideradas entre as melhores regiões do mundo para cultivo de espumantes, as vinícolas brasileiras querem quebrar o preconceito do mercado interno com a produção de vinhos finos. Se no Brasil, o consumo médio per capita não passa de 2 litros ao ano, longe de índices como a França, Itália e Portugal (70 litros), e Argentina (40 litros), uma das estratégias para reverter o quadro é ganhar visibilidade internacional. Consagrado pelos tradicionais vinhos de mesa com a marca Jota Pe, Benildo Perini, diretor-presidente da Vinícola Perini, uma das cinco maiores em volume produzido, conta a resistência do consumidor brasileiro quando a empresa apostou em evolução qualitativa. “Em 1996 lançamos a Casa Perini – voltada para exclusivos vinhos e espumantes de alta qualidade. Duvidaram se nós poderíamos produzir um produto superior. A resposta veio até do exterior”.

Fotos: Divulgação

Disputado por 210 vinhos de 23 países, o vinho branco Perini Licoroso ganhou a única medalha de ouro do Brasil na 11ª edição do Concurso Internacional Muscat du Monde, disputado este ano, em Frontignan La Peyrade, no Sul da França. O júri de 55 especialistas de diversas nacionalidades, sendo 45% franceses, conferiu medalhas a apenas 33% dos rótulos inscritos. Perini afirma que a conquista vem de esforço. Em 2007, a vinícola trouxe um enólogo chileno para prestar assistência e passou a adquirir

Mercados Com metas de exportação de US$ 4 milhões de vinhos finos engarrafados até o fim do ano, o projeto Wines of Brazil surgiu em parceria entre o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimen-

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tos (Apex-Brasil) e busca a promoção comercial dos vinhos finos brasileiros no exterior. Com oito mercados-alvo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Hong Kong, Países Baixos, Polônia, Reino Unido e Suécia, as vinícolas brasileiras participantes revelam ao

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mundo um vinho cada vez mais apreciado pelo frescor e menor teor alcoólico. Integrante do projeto, Perini fala do primeiro lote de vinhos exportados para os


equipamentos italianos com alta tecnologia que garantem qualidade do manuseio da matéria prima ao produto final. A vinícola foi ainda a primeira do Brasil com 100% dos produtos rastreados. Localizada no Vale Trentino, entre Caxias do Sul e Farroupilha, na Serra Gaúcha, a Vinícola Perini busca, ao lado das demais empresas da região, o chamado Índice Geográfico – um índice de procedência – com o objetivo de agregar valor ao produto no mercado doméstico e no exterior. “A saída para aumentar o consumo de vinho do brasileiro é só uma: unir a bebida à refeição”, responde o presidente sobre como dis-

Estados Unidos no ano passado. “Estamos apenas no início, mas a primeira exportação tem uma emoção diferente”. A mesma emoção faz um paralelo com a história da empresa. Foi em 1876 a chegada

sociar a imagem do vinho ao frio e espera agregar outros valores ao produto como gastronomia e até saúde.

A Vinícola Perini é uma das cinco maiores em volume produzido do Brasil

Com cerca de 600 vinícolas, os gaúchos concentram mais de 90% da fabricação nacional da bebida e espumantes. Segundo o Sindicato das Indústrias do Vinho do Rio Grande do Sul (Sindivinhos), são 3,3 mil empregos diretos vindos do setor, equivalente a 11% da população economicamente ativa na área industrial da Serra Gaúcha.

dos imigrantes Antonio e Giuseppe Perini na região que mais tarde seria considerada berço da colonização italiana no Rio Grande do Sul. Na bagagem, a arte de transformar a uva em vinho e a imagem do Santo

Anjo da Guarda com as bênçãos que até hoje rendem sabor às uvas cultivadas. Lenda ou não, já são quatro gerações dos Perini que afirmam que é melhor não duvidar.

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SAÚDE EMPRESARIAL

VENCER AS ARMADILHAS DE UMA ATIVIDADE DE

ALTA PRESSÃO POR RAQUEL HEEP BERTOZZI*

Desacelerar é preciso. O estresse é uma ameaça invisível que nos consome dia-a-dia, toma nosso tempo sem percebermos e impacta em nossas vidas de forma avassaladora Os empresários estão mais próximos deste ameaçador inimigo do que imaginam. São situações que, de tão rotineiras, já parecem normais. Porém que cobram um preço alto: sua saúde. São tantos prazos, tempo limítrofe, clientes exigentes, equipe desorganizada e improdutiva, contas a pagar, secretárias que não dão os devidos recados, uma família em casa a te esperar, manter uma atividade social, e tanto mais que faz parte de sua rotina. E parece tão normal. Já se acostumou a comer uma fritura qualquer a qualquer hora e de não ir mais à academia para ficar trabalhando. Não faz mais seu exame médico anual. Aniversário de casamento é uma data inexistente. E assim desgastasse a saúde individual, a vida familiar e claro que tudo isso impactará na vida profissional. Há um exagero de informações que os altos executivos de hoje devem assimilar. Mudanças repentinas são impostas. E deve-se dar conta, mas não a qualquer preço. Na maioria das vezes seu corpo dá

sinais que algo errado está acontecendo: palpitações, cansaço persistente, insônia, mudanças de peso, dores de cabeça, falta de ar, dores no peito, dores musculares, hipertensão arterial, e muitas vezes chegando a doenças mais sérias como depressão e ansiedade. Deve-se escutar estes alarmes. Respeite seus limites. Os sinais do estresse (esta doença invisível) são visíveis. “Deixar pra lá”, ou postergar sempre um dia a mais pode custar um alto preço. O executivo começará a perder sua auto-confiança, seu pensamento ficará cada vez mais lento e confuso, sentirá uma impotência enorme perante tantos assuntos inacabados, gerando preocupações crescentes e sentimento de “não ser mais o mesmo”. Porém sua mente consciente sabe e te cobra dar conta de tanto trabalho e pressão. E estes lados opostos é que geram o estresse. E o que fazer? Possivelmente muitos dos leitores estão se vendo descritos nestas linhas. Mas e na prática, o que é possível fazer?

DICAS 1 - Dormir bem: mantendo um sono contínuo de cerca de 7 horas; 2 - Ingestão de água: seu cérebro é feito basicamente de água.

Ele funcionará bem melhor se tiver disposição de matéria-prima;.

3 - Alimentação regular e saudável: procure ter variedade de 3 a 5 vegetais ou frutas de diferentes cores em seu prato, fica fácil e sem erro; 4 - Atividade física: as endorfinas liberadas pela atividade física são “a fonte de juventude” intelectual e física. Apenas 40 minutos diários já farão sua vida mudar muito; 5 - Atitude mental positiva: seja afetivo, tenha bons sentimentos, mas filtre o que entrará. Muitos sentimentos e posturas que temos são puro lixo e devem ser descartados; E assim, driblar o estresse ficará fácil, pois sua barreira será efetiva. A pressão continuará, mas você mudou, e para melhor. * CRM 22080 – Especialista em Psiquiatria – integrante da Sociedade Paranaense de Psiquiatria.

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EMPREENDEDORAS

VOE, MULHER POR NOELY MANFREDINI*

Freud afirmou: mulher é um continente obscuro. Algumas até voam, assim disse o Veríssimo (filho). Nem todas... ainda. Mundialmente, alia características masculinas (ousadia, iniciativa, determinação), com intuição, multifuncionalidade, gosto por conhecimento. Tudo a prepara para ser empreendedora de sucesso. Pode-se pegar um negócio e não entender nada sobre seu funcionamento. Afinal, no Brasil, 10% da população não possui educação formal e 25,5% têm entre 1 e 4 anos de estudo. Sendo pessoa que estuda, é inteligente e determinada, pode aprender muita coisa (53,2% têm entre 5-11 anos de estudo, sendo a média nacional 7 anos - IBGE 2009). No empreender, sabe que faz parte da lista: em 2010 havia aqui um total de 21,1 milhões de empreendedores. E 10,4 milhões são mulheres. Segundo a Forbes Woman, algumas voam tão alto que já são parte da lista de 8 chefes de Estado, 29 executivas de primeiro escalão e celebridades. As 100 mulheres mais influentes do planeta controlam orçamentos que totalizam 12 vezes o PIB do Brasil. Elas voam, mas ainda não é esse o seu caso. Também não é sua praia perder tempo com Concursos de Miss, afinal, dizem, são ninhos de jararacas a morder os tornozelos das rivais. O jogo aqui fora é muito mais duro do que chutar canelas alheias. Portanto, concentre-se em outros dados. Por quê? Empreender é boa opção de carreira para 70% dos países impulsionados por fatores e pela eficiência (59% para os da inovação) - revela a Pesquisa GEM 2010. É ser capaz de fazer coisas novas, independentemente da opinião alheia. É capacitar-se para comparar dados e deles extrair ações. A primeira nação em empreendedorismo feminino é a Islândia, ok. Mas, observa-se no Brasil: à medida que aumentam os anos de estudo da população e a renda pessoal cresce, aumentam as taxas de empreendedorismo. Se a renda familiar aumenta, cresce

o número de empreendedores por oportunidade. Portanto, crescimento quantitativo e qualificativo. E isso leva a melhorar as leis brasileiras. Exemplo? Lei Complementar nº 128/2008. Alterou a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (2006) e criou condições para o trabalhador informal até se tornar Empreendedor Individual Legalizado. Pois é, tudo se aprende. E qualquer mulher apoia-se no aprendizado. Nos 3 pilares da educação: aprender a conhecer; aprender a conviver; aprender a ser. Quando atingir, pra valer, o quarto pilar -

Empreender é capacitar-se para comparar dados e deles extrair ações

aprender a fazer - será capaz de tomar a decisão certa frente à concorrência. Afinal, know how é saber fazer. Exige habilidade, experiência específica e técnica. Mas a brasileira pode e vai crescer, sempre em direção à inovação. Supera situações difíceis. É flexível. Adaptável. Estuda e planeja. Porém... tem lá seus bloqueios e medos? Não está sozinha nisso. Olha só: todo ano o GEM pergunta aos entrevistados se o medo do fracasso impede empreendedores de criar uma empresa. No Brasil a postura é positiva (30%) - percentual abaixo da media. Exemplos? Argentina (34%), China (32%),

Rússia (50%), França (47%), Itália (37%), Japão (49%). E, se empreendedor é pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões... lançar-se ao desafio de criar negócio próprio, literalmente, é ganhar asas. Então, mulher: voe. Empreendedorismo feminino: Brasil (12%). Média mundial (4%). Pesquisa com 11 mil empresas em 39 economias (Consultoria Grant Thornton, junho 2011). Atividades econômicas onde se concentram mulheres - setor terciário/ serviços ao consumidor: comércio e reparação (19,5%), indústria (8,9%), educação, saúde e serviços sociais (16,3%), agricultura (14,2%) IBGE 2011. Ásia e África,dados similares. Abertura de negócios, capital próprio – Brasil (36%); EUA (86%); Rússia (44%); China (67%). Complementação de recursos: 70% socorrem-se nos cônjuges, pais, avós ou irmãos. Média mundial. Motivação para negócios nascentes e novos – Brasil: para cada empreendedor por necessidade, há outros 2 por oportunidade e 43% o fazem na busca de maior independência e liberdade. Islândia: para cada 1 por necessidade, há outros 11 por oportunidade. Faixa Etária – no Brasil, 56,9% está na faixa de 25-34 anos de idade. Tendência mundial. Intenção de começar novo negócio - Brasil (26%). Uganda, Islândia e Equador, as maiores taxas; Costa Rica a menor.

*Empreendedora, colunista e autora de 22 livros.

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SUSTENTABILIDADE

GESTÃO DE FROTAS

TRAZ REDUÇÃO DE CUSTOS E EMISSÕES DE CO2 Ecofrotas é a única companhia no País a gerir 400 mil veículos. Resultados já são sentidos em grandes clientes corporativos

Reduzir o impacto ambiental de uma empresa também pode significar redução de custos. Plano desenvolvido pela Ecofrotas, líder no mercado brasileiro de gestão de frotas, permite que suas empresas-clientes reduzam emissões de CO2 e custos com a frota em cerca de 10%. A empresa investe 18% de sua receita em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Marcos Schoenberger, presidente da companhia, conta que os clientes podem conhecer o padrão de consumo e o nível de emissão de poluentes de suas frotas. “É possível estabelecer critérios para o abastecimento da frota, colocando, por exemplo, que ela só pode ser abastecida por etanol”. Atualmente, a Ecofrotas possui na carteira 7 mil clientes corporativos e é a única companhia no País a gerir 400 mil veículos. Em 2011, o volume transacionado previsto pela empresa será de R$ 2,4 bilhões. Para 2012, o foco de investimentos da companhia será em Carta Frete. Os investimentos devem somar R$ 13 milhões. A expectativa é que, em cinco anos, a Ecofrotas conquiste 10% desse mercado, avaliado em R$ 60 bilhões. Nos últimos três anos, a empresa cresceu 40% ao ano.

Danos Por atuar no segmento de transportes, que é uma das principais fontes responsáveis pelas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), a empresa apresentou ações visando à redução de impactos ambientais. “Serviços de gestão de abastecimento e

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de manutenção, além da identificação de oportunidades resultaram em redução de gastos e danos”, analisa Schoenberger. Resultados foram expressivos para os clientes. Para a Protege, referência no mercado brasileiro de soluções em segurança, a empresa reduziu suas emissões de CO2 em torno de 25%. A Vivo, líder no mercado brasileiro de telecomunicação móvel, queda de 37%. Já a Kimberly-Clark, líder mundial no segmento de higiene e bem-estar, reduziu em 69% suas emissões, economizando com isso quase R$ 1 milhão em três anos.

Gestão Em sistemas de gestão, um diferencial apresentado aos clientes vem dos relatórios de inteligência. Eles possibilitam ao gestor da frota tomar decisões estratégicas, táticas e operacionais, com base em indicadores de alta precisão. Procedimentos incluem desde ações relativas aos recursos humanos, como treinamentos ou até mesmo substituição de equipes, e também às frotas, como a troca de veículos por outros mais adequados para a atividade, mais econômicos e/ou menos poluentes. A empresa ainda disponibiliza o controle de utilização de combustíveis renováveis, que incentiva o uso de etanol nos veículos em que isso for possível, bem como a emissão de relatórios que permitem monitorar a emissão de gases de efeito estufa e um chamado Índice de Ecoeficiência Geral da Frota – por regional, centro de custo, veículo e condutor.

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“É possível estabelecer critérios para o abastecimento da frota”, aponta Schoenberger

Dicas para empresas sustentáveis* Nem todas as empresas têm condições ou mesmo necessidade de implantar complexos sistemas de gestão ambiental (ISO 14001, por exemplo), o que não significa que não devam observar práticas sustentáveis em suas atividades. Tendo em mente os três pilares básicos do desenvolvimento sustentável (ambiental, econômico e social), as empresas podem - e devem - adequar seus procedimentos e relações para atingir resultados sustentáveis.

Algumas atitudes básicas: Investir em educação e treinamento constantes de todos os colaboradores; Incentivar e premiar práticas de proteção ao meio ambiente, redução de custos operacionais e valorização de pessoas; Estabelecer indicadores de sustentabilidade empresarial e monitorar sua aplicação; Adequar, caso necessário, a missão e os valores da empresa aos objetivos de desenvolvimento sustentável; Demonstrar os resultados financeiros das práticas sustentáveis aos stakeholders; *Por Luciana Farias, sócia B2L.

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NÓS CONSTRUÍMOS O FUTURO! 32

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