Revista B2L Corporate 3

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WWW.B2LAW.COM.BR EDIÇÃO 03 FEVEREIRO/2012

NOVAS ONDAS

Brasil vira porto-seguro para Espanha e Portugal

HORA DE AGIR

Movimente o seu mundo empresarial

REALIDADE

Como a lei da troca chegou ao agronegócio


AO LEITOR

Desafio final CEO: Rodrigo Bertozzi

Presidente do Conselho: Rubens Serra

Sócios: Adriano Mezzomo, André de Vasconcellos Chaves, André Elali, Bruno Coêlho da Silveira, Carlos Colenci, Dalci Mesquita, Daniel Glomb, Danny Fabrício Cabral Gomes, Edson Antônio Sousa Pinto, Emilia Azevedo da Silva, Euclides Ribeiro S Junior, Ezequiel de Melo Campos Netto, Felipe Lollato, Felipe Oliveira, Francisco Rangel Effting, Gustavo Augusto Hanum Sardinha, Helder Nascimento, Ilson Cherubim, José Alcântara Matos Filho, José Henrique Reis de Azeredo, Lara Selem, Luciana Farias, Luiz Guilherme de Melo Lopes, Marcos André Bruxel Saes, Marina Emilia Baruffi Valente Baggio, Mauro Moreira de Oliveira Freitas, Osmar Alves da Silva, Patrícia Brum, Raul Astutti Delgado, Ricardo Barros Brum, Ricardo Becker, Rodrigo Luiz Chaves de Sousa Santos, Telmo Barros Calheiros Júnior, Tito Eduardo Valente do Couto, Ulisses César Martins de Sousa, Wilson Furtado Roberto, Wilton dos Santos Mello Júnior.

EXPEDIENTE

Ao alcançar R$ 40 bilhões em faturamento, o transporte rodoviário representa 15% do PIB do Brasil, com mais de 70 mil empresas envolvidas e 3 milhões de empregos gerados. Setor movimenta 2/3 do total de cargas do País e pelas estradas, transportam-se riquezas, alimentos, insumos e tecnologia. O gigantismo contrasta com as condições das rodovias brasileiras, que elevam em 24,8%, em média, os custos operacionais das empresas. Outro ponto vem do próprio perfil do setor: alto grau de informalidade. Sobre trilhos, vemos a força do investimento privado frente ao marasmo das políticas públicas ao longo das décadas. De 1997 a 2010, R$ 24 bilhões foram investidos pelas concessionárias no setor ferroviário. Valor da união no período foi de R$ 1,3 bilhão. O Brasil “insiste” nas boas notícias: 2012 será o ano que os portos brasileiros deverão movimentar, pela primeira vez, um bilhão de toneladas em cargas. E R$ 20 bilhões é o faturamento do comércio virtual no ano passado. Modal aéreo representa principal meio para o avanço do e-commerce no País. Os modais de transporte representam as escolhas de uma nação. Destinada ao eterno País do futuro ou líder do agora, a logística representa ponto fundamental para apenas uma opção: coadjuvante ou protagonista mundial.

Direção Executiva: Luciana Farias Direção Editorial: Alessandro Manfredini

Em reportagem especial, por todo o País ouvimos empresas médias e gigantes com uma única pergunta: como é possível vencer, na logística, o chamado “custo Brasil”?

Direção de Arte: Marcel Bozza Design: Caio Savaris Direção Comercial: Sergio Escaleira Redação: Alessandro Manfredini Ana Zotto Para notícias, informações e sugestões de pautas: alessandro@b2law.com.br | anazotto@b2law.com.br Fones: (41) 8867-8286 (41) 9688-2565

Soluções em terminais, diferentes modais, investimentos de Norte a Sul, estatísticas completas, erros, avanços e gargalos chegaram. Expoentes do setor abriram dados, frota, faturamento, cases de sucesso e revelam marcantes caminhos de superação. Como as empresas aqui descritas, fazemos o mesmo convite. A casa é sua.

Sucesso a todos.

Publicidade: Sergio Escaleira Para anunciar e informações: escaleira@b2law.com.br Fone: (41) 9656-0186

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Alessandro Manfredini Diretor Editorial

b2law.com.br/revistacorporate


Sumário

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ARTIGO B2L Realidades do Agronegócio

30 4 APOsTAR nO BEm

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CAPA Em reportagem especial, veja como as empresas venceram os desafios da logística

EsPAnhA E PORTuGAL Em tempos de crise, olho vivo no Brasil

TuRIsmO E-commerce no turismo está decolando

Parcerias de sucesso trazem mudanças sociais

sEÇÕEs Case de Sucesso Saúde Empresarial Empreendedoras

27 28 29


Com A PALAVrA

Arquimedes

richard Branson

Pintura de Domenico Fetti | fonte: Wikimedia Commons

É HORA DE AGIR

os corajosos podem nĂŁo viver viv er para sempre, mas os cautelosos nem chegam a viver de verdade.


Com A PALAVrA Como Arquimedes - matemático, físico, inventor e engenheiro grego - costumava afirmar, dêem-me uma alavanca e um ponto de apoio e eu movimento o mundo. A economia pode estar em crescimento lento mas, segundo previsões nas quais aposto, vamos acelerar no terceiro trimestre.

Em seis meses até a progressão do PIB, é hora de agir Campina Grande, na Paraíba, detém um polo de empresas de software de grande imim portância estratégica. O porto de Suape, em Pernambuco, vem sendo “invadido” por empresas nacionais e estrangeiras. São exemplos de indústrias se insins talando, sindicatos patronais fortalecidos, crescimento em números de empregos. Para onde olhamos existe uma forte movimentação rumo ao desenvolvimento, embalado por milhões de brasileiros.

Campo perfeito para atuação de empresários corajosos e inovadores Segundo o The Economist, a inovação é reconhecida como o ingrediente em si mais importante em qualquer economia. Inovar é a resposta aos anseios mais profundos na busca pelo equilíbrio da empresa a longo prazo. Sem olhar para o futuro, seu negócio tende a retroagir, impedindo que a imaginação e as ideias sejam o verdadeiro motor das mudanças. A cada modificação do tecido social, econômico, político e cultural, os empreendedores devem contar com a identificação de oportunidades. Qual o ator mais importante no gigantesco palco econômico? É o empreendedor, você, quem possui o poder de atrair negócios, pessoas, recursos financeiros e domínio para criar. Você é a alavanca de Arquimedes que desenvolve ideias, eventos, projetos e pesquisas. Inovar significa deixar a lógica de atender a um mercado e simplesmente criar um mercado novo. Sim, focar em criar algo novo. Seja em formas ousadas de buscar recursos, sócios ou mentes criativas.

o empresário inovador é mais que um solucionador de problemas reativo, é um visionário que cria mentalmente saídas únicas para seus funcionários, clientes e fornecedores. Ele não se limita na busca do possível. Ele quer o impossível. Segundo Tom Kelley, autor do livro as “10 faces da Inovação”, os projetos de inovação certos, nos momentos certos, são capazes de desencadear movimentos em toda a organização, deflagrando uma cultura de inovação que assume identidade própria. Por conta disto, não mate jovens talentos por questões de ego. Deixe as ideias voarem livres e aplique a racionalidade que coabitam as veias de um empreendedor nato. É a hora de agir como líder e visionário. Seja em qual fase sua empresa se encontra, tenha a certeza de novos ciclos de prosperidade. Contrate consultorias especializadas, aprimore o conhecimento dos funcionários, e, principalmente, deixe a inovação transpirar em cada metro quadrado da empresa. Chegou a hora! Ao olhar-se no espelho, espero que a figura que surja seja a de Arquimedes. Esta é a alavanca de empreendedores como você. Cada vez mais é fundamental observar e atuar em um mercado em constante ebulição. E o ponto de apoio é o contexto econômico. Somadas ao poder de inovar, como será possível não movimentar o mundo, o seu irresistível e inegável mundo empresarial? RODRIGO BERTOZZI CEO da B2L e autor de 13 livros, entre eles: ““Revolution Marketing Place”, “Um Futuro Perfeito” e “A Reinvenção da Advocacia”.

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NEGÓCioS

ProNto PA DEcOlAR mercado ercado brasileiro já é principal alvo para e-commerce no turismo Com US$ 20 milhões investidos para desenvolvimento tecnológico, a Decolar.com segue firme aprimorando plataformas para a venda online de passagens aéreas, hospedagem e pacotes turísticos, incluindo cruzeiros. Líder entre as agências de viagens da América Latina e com operação em 12 países da região, a companhia não foge à regra quando o assunto é Brasil. “Liderando todas as inovações, o Brasil se consolida como o principal motor de crescimento multinacional de serviços turísticos”, diz o CEO da empresa, Alípio Camanzano.

possível reservar e comprar viagens em tempo real, a partir de uma ampla rede formada por mais de 750 companhias aéreas, 200 cruzeiros marítimos, 150 mil hotéis, 70 locadoras de veículos e milhares de pacotes turísticos nacionais e internacionais.

Multinacional de origem argentina, só em 2011, o número de funcionários no Brasil dobrou, aproximando-se à marca de mil. Os planos mais próximos incluem o mapeamento de todos os hotéis nacionais. “Em 2012, queremos estar entre os três maiores vendedores de pacotes do Brasil”. No ano passado, a empresa consolidou a liderança na emissão de passagens internacionais.

Perfil

Para saciar o mercado ávido no e-commerce, pelo portal é

Pioneira em seu segmento de atuação, a Decolar.com também vem se destacando por sua agressiva estratégia de marketing. Além das tradicionais ações digitais comuns entre as empresas de comércio eletrônico, a agência deverá se manter como a maior anunciante do setor em TV aberta do País em 2012.

Em dezembro passado, Buenos Aires liderou a preferência de brasileiros, colombianos e peruanos entre os destinos Top 5 desenvolvido pela empresa. Curiosidade foi para São Paulo - índice revelou o alto volume de brasileiros que retornou ao País, via aeroporto de Guarulhos, para as festas de fim de ano. Já o Rio de Janeiro foi escolhido pela maioria dos chilenos.

Brasil

Argentina

méxico

Chile

Colômbia

Peru

Buenos Aires

miami

Cancún

rio de Janeiro

Buenos Aires

Buenos Aires

miami

Nova York

Los Angeles

Buenos Aires

miami

miami

Nova York

Lima

miami

Punta del Leste

orlando

Santiago

orlando

Bogotá

Nova York

Lima

Nova York

Nova York

São Paulo

Santiago

Las Vegas

Punta Cana

Panamá

São Paulo

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NEGÓCioS

Crescimento No B2C B2C, a Decolar.com está entre os principais canais comerciais também para voos domésticos. “Os resultados integram um histórico de crescimento. Nossa vitória começou há mais de uma década,

quando o mercado ainda não conseguia imaginar a força que teria o e-commerce”, recorda o empresário. Em 12 anos, a internet amadureceu e as operações online ganharam proporções gigantescas.

Queremos estar entre os três maiores vendedores de pacotes do Brasil

CEO da Decolar.com, Alípio Camanzano

Novos voos Com os brasileiros viajando cada vez mais para o exterior, o Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) continua sendo o único que atende a todas as companhias aéreas internacionais com voos diretos. Mas essa realidade começa a mudar. O Rio de Janeiro vem ampliando o número de voos internacionais diretos e desde 2011, o Galeão contou com volta da Alitalia, novos voos da British Airways e a estreia da Emirates Airlines e da Lufthansa. A descentralização vai além. “O Brasil é imenso e as companhias aéreas estão atentas a regiões e Estados impor importantes”, diz Camanzano. Dentro deste cenário, o executivo exemplifica a Pluna, em

Belo Horizonte, com voos para Montevidéu, Buenos Aires e Santiago; ampliações de cidades de origem da TAP, chegando a Campinas e Porto Alegre; voos diretos da Iberia partindo de importantes capitais do Nordeste; Delta já opera em Belo Horizonte e Brasília; Lan tem voo de Foz do Iguaçu para Lima, e de Brasília para a California, entre outros. Ele esclarece que o fortalecimento da economia e o poder de compra dos brasileiros impulsionam o turismo no País e as companhias internacionais estão implantando novos voos para atender à crescente demanda.

Carnaval

Empresa investe em marketing agressivo para atrair consumidores

Entre os dez destinos preferidos dos turistas brasileiros para passar o Carnaval deste ano, sete são nacionais, segundo aponta pesquisa da Decolar.com. O Rio de Janeiro ocupou a primeira posição do ranking, seguido por Salvador e Buenos Aires. Completam a lista Recife, São Paulo, Florianópolis, Vitória, Fortaleza, Nova York e Miami.

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EuroPA

É tEmPo DE nOv OvA Ov vAs As OnDAs DA DAs

Brasil vira porto-seguro para Espanha e Portugal

Com a propriedade de segundo maior investidor, mais de 300 empresas instaladas em território nacional e outras duas mil empresas interessadas em aportar no País, ventos espanhóis não param de soprar. Don Vicente Quintá Alfaya, presidente da Colônia Espanhola no Estado do Rio de Janeiro e membro da Federação de Empresários Galegos no Exterior (Fegaex), reforça: ao contrário dos primeiros investimentos marcados por grandes empresas, surge agora o investidor de pequeno porte. “Na era das privatizações brasileiras na década de 90, foi a vez da Telefonica, Repsol e Santander. Hoje, são as prestadoras de serviços e empresas do segmento da pesca, tecnologia, turismo e infraestrutura” . Alfaya pondera que a Europa passa por um momento delicado, mas as empresas precisam buscar novos mercados. “O Brasil é prioridade”. Entre os entraves,

Interesses Espanha • Commodities, agrobusiness, mineração e petróleo • Infraestrutura • Habitação • Produtos de incremento do consumo interno

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nossas velhas conhecidas como carga tributária, custos trabalhistas, além da falta de segurança referente à legislação brasileira, “que nem sempre é clara e está em constante mudança”, observa. Sobre a crise do Euro, o presidente é enfático: “a Europa precisa e vai superar. O Brasil é a bola da vez e pode se tornar a quarta economia mundial se souber aproveitar a oportunidade”.

a Montenegro (RS) para potencializar a presença no País e na América Latina. A implantação no Brasil nunca foi vista como uma procura de oportunidades a curto prazo. O fator estratégico foi o potencial de crescimento, além do sucesso das políticas de estabilização da economia. “Porém, não imaginávamos que a evolução da empresa fosse tão positiva”, afirma o diretor geral da América do Sul, Victor Llebot.

De nação atrasada, a Espanha emergiu por profundas reformas e bilhões injetados para a entrada na União Europeia. Expostas à competição internacional, as empresas foram modernizadas até o ponto onde as dimensões do País ficaram pequenas para o capitalismo local.

A chegada ocorreu sem parceria com companhias brasileiras. “Isso tem um custo. As peculiaridades do Brasil fazem com que o processo de aprendizagem tome tempo e a penetração no mercado aconteça mais devagar. No nosso caso, priorizamos independência à rapidez”. Consolidados, Llebot confirma que o potencial de crescimento do Brasil, aliado à crise do Euro, está obrigando pequenos e médios empresários espanhóis a procurar oportunidades fora da Europa.

Potencialidades Em 2002, a fabricante espanhola de equipamentos para impressão de embalagens flexíveis para a indústria, Comexi, chegou

Balança Comercial Brasil 2011 Exportações • União Europeia US$ 53 bilhões + 22,7% • Espanha US$ 4,7 bilhões + 20,9% • Portugal US$ 2,1 bilhões + 36,3%

Interesses Portugal • Hotelaria • Telecomunicações (Oi – Portugal Telecom)

• Energia (EDP) • Cimenteira (Cimpor) • Distribuição de bens alimentares • Construção civil, engenharia e arquitetura


EuroPA

PORTUGAl Negócios no mesmo idioma

“Vemos a crise do Euro mais como mudança de paradigmas no cenário econômico do que como uma crise sem fim. É tempo de redefinição do papel do Estado na economia”. Com estas palavras, o presidente da Câmara de Comércio Brasil – Portugal no Rio Grande do Sul (CCBP/RS), Paulo Ferreira, falou à B2L sobre o que esperar da atual economia europeia. Para ele, nos momentos de crise surgem as melhores oportunidades para investimentos e desenvolvimento de negócios. Embora considere a crise como a mais grave da Europa, um processo natural de mudanças chegou a Portugal. Existe um forte processo de privatizações - período propício às médias empresas brasileiras. “É preciso criar um perfil do empresário brasileiro global, com uma visão de projetos de longo prazo. Por outro lado, existe um fluxo grande de investimentos no Brasil, aproveitando o crescimento econômico.”

Idioma aliado Segundo Ferreira, um fator ainda não foi percebido pelos empresários brasileiros. Trata-se da capilaridade da língua portuguesa, falada em diversos países. “Os empresários não se deram conta disso, do grande facilitador para o desenvolvimento de negócios em âmbito mundial. Somos mais de 300 milhões de pessoas falando português no mundo”. O presidente aponta um fluxo de capital vindo da Europa para o Brasil em áreas como infraestrutura, energias renováveis e telecomunicações. Há muito interesse dos portugueses, mas pouco conhecimento, gerando incertezas nos negócios. “Aí entra o papel das Câmaras, no sentido de sanar dúvidas. Quando os empresários procuram uma Câmara de Comércio recebem orientações sobre todos os mecanismos tributários de um País”.

Endutex Brasil. Empresa espera alta de 10% no faturamento em 2012

Timing de decisão Um exemplo de parceria Portugal-Brasil vem da Endutex, de Três Coroas (RS), que produz sintéticos laminados. Das vantagens em desenvolver negócios com as empresas brasileiras, o diretor geral, José Ricardo Machado de Abreu Pinto, cita volume, exigência de agilidade de entrega e negociação, além de timing de decisão rápido. Sobre a busca de investimentos por parte dos europeus, o empresário ressalta que a motivação essencialmente parte da necessidade de diversificar e transferir parte dos negócios para um mercado emergente e, dessa forma, não depender tanto do mercado europeu, que está saturado de oferta e cristalizado no crescimento. Entre os Estados com maior concentração de empresas portuguesas, Machado enumera Ceará, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Santa Catarina e destaques para São Paulo e Rio Grande do Sul. “Na área alimentar – distribuição de bacalhau e azeite – as empresas portuguesas são líderes de mercado”.

Comexi. Desde 2007, a empresa no Brasil representa entre 25 e 30% do total do negócio do grupo

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ARTIGO B2L

O Escambo e o Agronegócio no Brasil Você sabe quanto custa um hectare as despesas operacionais como salários de terra em Campos de Júlio (MT)? dos funcionários, impostos, etc. Normalmente com preços em R$. A grande maioria Se você pensou em R$ X errou. O preço dos agricultores quer sejam grandes, méde um hectare de terra nesta região é 120 dios ou pequenos, não tem disponibilidade sacas de soja, isto mesmo, a saca de soja é de capital para comprar insumos e pagar utilizada como moeda em várias regiões despesas sem um financiamento. do País. A soja tem o seu valor cotado diariamente Imagine como é a vida de um agricultor. pela bolsa de Chicago (CBOT) e dali sai a Ele precisa planejar todo o seu custeio derivação para todo o mundo, ou seja, os agrícola pensando que cada hectare em preços normalmente são calculados por média vai produzir 50 sacas de soja. Co- região com base na bolsa de Chicago, adinhece o preço da saca em sua região na cionados ou subtraídos de um valor. Este época do plantio e a cotação do preço valor é chamado de prêmio, que será calfuturo nas bolsas. Já o real preço na época culado sobre quanto é gasto para se levar da colheita é uma incógnita. o produto ao porto mais próximo. O agricultor precisa comprar sementes, Além do valor da bolsa ser volátil, pois sofertilizantes, defensivos, óleo diesel e pagar fre influência do clima, do volume da safra,

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entre outras variáveis, é sempre dimensionado em dólar. Quando se inicia o plantio, o produtor corre dois riscos econômicos básicos: o valor da soja na época da colheita e o câmbio, isto sem falar no clima, volume total da safra e preços dos insumos. O ciclo de plantio da soja (tempo entre o plantio e a colheita) leva em média 180 dias. Existem várias espécies, algumas mais precoces, que têm um ciclo de 70 dias, e as de ciclo mais longos, de até 200 dias. Se o produtor fosse comprar tudo à vista e vender a produção somente na colheita, ele precisaria investir o seu dinheiro nesse período e receber o valor da sua produção somente após a colheita.


ArtiGo B2L

Como o produtor está mitigando este risco hoje: 1

Vendendo parte da sua produção no mercado de futuros;

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Comprando insumos com financiamento, prazo e safra, praticado pela maioria dos fornecedores destes insumos;

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Fazendo barter (troca).

Percebendo as dificuldades dos agricultores, os fornecedores, principalmente as grandes indústrias de insumos, desenvolveram uma ferramenta de financiamento para barter, praticamente voltando ao escambo. O agricultor tem claramente a visão de quantas sacas produz por hectare e quantas sacas são gastas para o custeio da produção. É comum as empresas terem listas de preços em três moedas: Real, Dólar e Sacas. Isto mesmo! Embora a nossa moeda seja o Real e a lei brasileira proíba transações em moedas estrangeiras, em determinadas regiões, somente se consegue vender insumos se você vender em Dólar. Como isto é possível? É emitida uma nota fiscal em reais no momento da venda, mas o agricultor e vendedor assinam um contrato, onde acordam que o pagamento será X dólares convertidos pela taxa do câmbio na data do vencimento. É emitida uma nota complementar de preço ou nota de crédito para ajustar a contabilidade. Embora este contrato não tenha valor legal, é respeitado pelos compradores.

pelos seus produtos, também assumem o risco das variações do câmbio e do valor da commodity. A exposição a esse risco deve ser administrada com toda a atenção possível. Normalmente quando se assina um pedido, o valor base da soja fica protegido por um contrato de hedge na BM&F ou CBOT (Chicago), sendo somente encerrado quando as sacas forem vendidas com um contrato de venda futura para as grandes tradings passando esse risco para as mesmas. O agronegócio no Brasil, embora tenha uma participação expressiva nas exportações e no PIB, ainda não tem uma ferramenta de financiamento que atenda todas as suas necessidades. O crédito agrícola oficial não é suficiente e as indústrias de insumos normalmente assumem o papel de financiadores para poder vender os seus produtos. O mercado financeiro, em geral, por não entender esses mecanismos e por temer os riscos, não está presente como poderia nesse mercado. Existem muitas oportunidades não exploradas.

OsmaR aLvEs Da sILva Especialista e Sócio B2L.

Em toda a minha vida profissional neste mercado observei pouquíssimos casos em que esse contrato não foi respeitado pelos agricultores, assim mesmo somente em grandes crises, quer sejam cambiais ou do valor da soja. Voltamos ao barter. Muitas empresas montaram departamentos inteiros somente para administrar este tipo de operação: troca de produtos pela produção dos agricultores. A partir do momento que aceitam uma quantidade de sacas

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iNStituCioNAL

b2l fortalece laços com a China Ao longo de 2011, nossos sócios promoveram e participaram de negócios com o gigante mercado chinês. No Paraná, por iniciativa do sócio Ricardo Becker e da Panamericana Consultoria, 16 empresas chinesas e paranaenses dos ramos de telecomunicações, eletrônicos, tecnologia, reciclagem e engenharia realizaram rodadas de negócios. Em busca de investimentos, o sócio Osmar Alves da Silva visitou uma grande montadora de máquinas pesadas chinesa. “Nosso objetivo é montar uma parpar ceria para revenda e assistência técnica dos equipamentos chineses no Brasil”, comenta.

“Inves

tir no

B ra s i at é n a l é u n a n i m i d a de China ”

Em comitiva de empresários de Ribeirão Preto (SP), a sócia Marina Valente participou de feiras em Hong Kong e Guangzhou (China). “Cenários e oportunidades de negócios para a B2L foram traçados”, confirma Marina. Em comum, os sócios da B2L são categóricos: o mundo quer o Brasil!

re n o s ; e de t e r o e d a id il onib taçã bre disp gem, de impor stíveis ab e r s o s la bu ic is m c u o e q c de r os; inesa utária, cnológic . ib ação ch e r t g t , s le a e e t u d is a ná a rq s trabalh iente; p diesel no Para política e de meio amb io b a r a p ção logia exporta e tecno

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iNStituCioNAL

s de presentante posta por re m co a es in vadas Delegação ch estatais e pri

Reunindo pessoa s do mundo inte iro - uma “torre de Babel” -, marina viu en tre idiomas e nacionalidades o mesmo objeti vo: negócios!

empresas

a das Fair, um undo n o t n a is do m ça na C Presen iras comercia e f s maiore

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CAPA

Fronteira final

para o protagonismo do Brasil 12

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CAPA

Como agregar valor, reduzir custos e aumentar lucros? Novos rumos da economia desafiam as empresas brasileiras e a complexidade operacional e a exigência da excelência nos serviços traz a logística na ordem do dia. O planejamento logístico e seus reflexos - reduções de estoque, eliminação das perdas e otimização dos transportes são realidades em muitas empresas de médio e grande portes no Brasil.

Dispor o produto na quantidade, local e nas condições adequadas para o cliente certo ao preço justo são metas da logística. Em um País continental, os gargalos são proporcionais às oportunidades encontradas. Dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT) apontam que o setor de transportes exige R$ 400 bilhões para tornar o Brasil competitivo. Entre os países emergentes, os investimentos em infraestrutura de transporte em 2010

foram: China (10% do PIB), Índia (8%) e Rússia (7%). O Brasil investiu 0,36%. Para as empresas, o deslocamento de carga pelas estradas nacionais equivale a mais da metade da sua receita líquida, chegando a mais de 60% da receita na Agroindústria (62%) e entre as indústrias de alimentos (65,5%). Nesta matéria especial, veja nosso Mapa de Oportunidades, números, erros, avanços e empresas expoentes do setor.

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CAPA

Estado: Espírito Santo Frota: 6.300 veículos Funcionários: 5.600 Faturamento em 2011: R$ 650 milhões Investimentos em 2012: R$ 202 milhões

Forte expertise: Vix Logística Ao completar 30 anos em 2012, a Vix Logística alcança status entre as maiores operadoras logísticas do Brasil e Mercosul. Com média de crescimento de 25% nos últimos anos, as operações são organizadas em quatro segmentos de negócio: logística dedicada (cargas em geral, tais como madeira, celulose, minério, peças de automóveis, placas, bobinas de aço e bebidas); locação e gestão de frotas; transporte de veículos novos (nacionais e importados, para todo o território nacional, e também da Argentina para o Brasil), bem como fretamento. Para o diretor comercial da empresa, Ricardo Kallas, a ineficiência na infraestrutu-

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ra traduz incremento no custo operacional. “Os investimentos privados e públicos ainda estão tímidos frente à precariedade e os gargalos do País, como é o caso da baixa qualidade das rodovias e acessos aos portos e aeroportos, o que acarreta na baixa produtividade operacional se comparados, por exemplo, com os portos de Singapura e Roterdã”. Com forte atuação no Espírito Santo, Bahia e Rio de Janeiro, a cia avança em São Paulo e Minas Gerais. No portfólio de clientes, figuram algumas das principais empresas brasileiras e multinacionais como Aracruz, ArcelorMittal, Tubarão, Vale, Petrobras e Samarco.

Com frota essencialmente própria, a empresa realiza o controle da emissão de CO2 nos veículos que opera e faz o controle regular da sua média de consumo de combustível. Além disso, preserva uma área florestal de quase 2.600 hectares de mata atlântica, localizada na região serrana do Espírito Santo. Kallas vê 2012 com otimismo sem deixar de lado o contexto econômico mundial - retração na Comunidade Europeia e lenta reação norte-americana – sobre a economia brasileira. “Temos tido um crescimento consistente, o que para nós permite vislumbrar um ano positivo.”


CAPA

Soluções criativas: Jolivan

Para atender a global Procter & Glamble Company (P&G) no Nordeste, a transportadora Jolivan adquiriu em Arapiraca (AL) um terreno de 40 mil metros quadrados avaliado em R$ 20 milhões. A mesma quantia foi investida em Duque de Caxias (RJ) com o mesmo propósito. Investimentos constantes deram resultado: em 2011, a Jolivan recebeu nos EUA, pelo terceiro ano consecutivo, o prêmio de excelência como fornecedor corporativo de serviços da empresa. Há 22 anos no mercado, a empresa do Espírito Santo passou por uma renovação na frota de 150 veículos. A Jolivan

transporta cargas fechadas dos segmentos de siderurgia, alimentos, químicos, farmacêuticos, produtos de higiene e saúde, papel e celulose, entre outros, cobrindo todo o território nacional.

Sanduíche Outro case de sucesso vem das soluções criativas apresentadas aos clientes. Para atender a gigante Gerdau, o desafio surgiu do transporte de vergalhões de aço em rolo, da unidade de Santa Cruz (RJ) para o Recife (PE). Após embarque, o produto chegava ao destino totalmente oxidado. Criou-se uma espécie de “sanduí-

che” de madeirite e lona para acondicionar a carga. Processo em camadas garantiu qualidade do produto e satisfação da empresa – um dos principais clientes da Jolivan. Soluções brasileiras. Para o diretor administrativo, Vansionir Paganini, o Estado encontra-se atrasado em infraestrutura de estradas, aeroportos e setor portuário, mas o ânimo cresce quando o olhar volta-se para o Norte do País. “Também transportamos muito ferro para hidrelétricas em Rondônia e no Pará. O Brasil está em crescimento. Onde há desenvolvimento, há ferro”, conclui.

Estado: Espírito Santo Frota: 850 caminhões Funcionários: 1.300 Faturamento 2011: R$ 350 milhões

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CAPA

FOcO nO clIEnTE: BErGAmASChi Qualidade, diferencial na prestação de serviços, frota nova, rastreada e com ligação direta com o cliente – link em tempo real – o que permite acompanhar a qualidade do produto nos baús de transporte. Esta é a marca da Bergamaschi. Localizada em Rondonópolis (MT), a empresa opera o transporte de cargas frias, perecíveis e grãos. Com 25 anos de atuação em logística de precisão, foram investidos R$ 10 milhões em cavalos mecânicos para 2012. “Hoje, na malha rodoviária,

Mato Grosso escoa toda a safra para os portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP). Os investimentos em infraestrutura estão possibilitando a ampliação dos serviços da nossa empresa. Agora atendemos a região de Santarém, mais precisamente a BR 163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA)”, explica Gilmar Martins, gestor administrativo da empresa.

mento uma constante. Todos os motoristas são registrados, passam por treinamento prévio e pelo Programa Guia Volante da ATC - Associação dos Transportadores de Cargas do Mato Grosso - antes de ingressar efetivamente no quadro de colaboradores. Além disso, nas áreas de gerenciamento de cargas, a Bergamaschi implementa forte aperfeiçoamento técnico aos funcionários.

Em contraponto ao já anunciado “apagão” de mão de obra capacitada na logística brasileira, a companhia tem no treina-

Estado: Mato Grosso Frota: 250 caminhões Funcionários: 350 Faturamento 2011: R$ 75 milhões

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CAPA Estado: São Paulo Empregados: 4 mil Faturamento mundial 2011: US$ 32 bilhões Investimentos 2012: US$ 180 milhões para duas novas fábricas em Indaiatuba (SP)

POR DEnTRO DO cEnTRO DE DIsTRIbUIçãO: JohN DEErE Líder mundial na produção de equipamentos agrícolas e florestais e uma das maiores fornecedoras de produtos e serviços para construção, jardinagem e irrigação, a Deere & Company tem mais de 60 mil funcionários no mundo e 64 fábricas localizadas em 17 países.

o Centro de Distribuição de Peças para a América do Sul da John Deere - área construída de 40 mil metros quadrados e R$ 18 milhões de investimentos. A proximidade do aeroporto de Viracopos e diferentes meios de transporte na região foram determinantes para a instalação.

A John Deere Brasil exporta para aproximadamente 50 países e sua rede de concessionários soma hoje 220 pontos de venda. Em 2008, surgia em Campinas (SP),

São 56 docas de recebimento e despacho de produtos, além de alta tecnologia empregada nos processos de planejamento de materiais e nas operações de logística

por meio do recebimento, movimentação, armazenagem e despacho de materiais. O gerenciamento dos produtos tem como base a aplicação do sistema mundial desenvolvido pela John Deere para o planejamento de inventário de peças. Cerca de 300 pessoas trabalham no centro. O movimento de recepção e expedição de peças é calculado em 72 mil toneladas, transportadas por cerca de 6 mil caminhões/ano.

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mAPA DE oPortuNiDADES

Perfil • 2/3 das empresas de logística do Brasil respondem por R$ 100 milhões em faturamento mensal; • 37% das empresas possuem custo logístico que variam entre 2% a 5% do seu faturamento. Para 25% das empresas, o custo logístico alcança até 8%; • 41% das empresas pesquisadas adotam a terceirização logística parcial, com enfoque voltado para transportes; • 44% afirmam que tecnologia é um critério importante na escolha do seu parceiro em logística ou transporte. Fonte: Pesquisa da Associação Brasileira de Logística (Aslog)

Cargas transportadas no Brasil 61% Rodoviário 21% Ferroviário 14% Aquaviário 3,5% Dutoviário 0,5% Aéreo

20% do PIB É o custo da logística no Brasil, o dobro dos países ricos, informa o Banco Mundial.

setor Rodoviário Serviços do setor não estão sujeitos a regulamentação específica, prevalecendo as regras de livre mercado (exceto cargas perigosas). Impactos: • 95% das empresas transportadoras brasileiras são classificadas como micro, pequenas ou médias empresas e com alto grau de informalidade. • 56,6% ,6% da frota de caminhões são controladas por motoristas autônomos.

R$ 40 bilhões Faturamento do transporte rodoviário. Setor movimenta 2/3 do total de cargas do País.

R$ 7,9 bilhões Previsão de faturamento para 2012 para os fabricantes de implementos rodoviários (reboques, semirreboques, carrocerias sobre chassis, terceiros eixos, bitrens e rodotrens). Para o Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre), setor deve crescer 5,4%, emplacando 193 mil unidades (nas linhas leve e pesada).

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120 mil motoristas

É quanto o Brasil necessita para sua frota de 1,3 milhão de caminhões, aponta pesquisa da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística). Na maior parte das empresas, 10% das frotas não circulam por falta de mão de obra apta.

Gargalos

57,4% das rodovias apresentam deficiências, sendo 26,9% com situação crítica (péssima ou ruim), segundo pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) de Rodovias 2011. Custos operacionais das empresas aumentam 24,8%, em média, pelas condições das estradas.

R$ 200 bilhões

Valor necessário para otimizar e garantir projetos prioritários nas rodovias nacionais.

R$ 9,8 bilhões

Valor aplicado pelo Governo Federal em infraestrutura rodoviária em 2010.


mAPA DE oPortuNiDADES

setor hidroviário R$ 2,7 bilhões é o investimento previsto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2) no modal hidroviário para 48 empreendimentos. São ações de dragagem, derrocagem, sinalização e construção de terminais de cargas em 7 hidrovias; construção de 34 terminais hidroviários, e realização de 7 estudos de ampliação da malha hidroviária.

Oportunidades Na hidrovia Tietê-Paraná, empresas aprimoram o transporte de álcool combustível (etanol). Na região Norte, mais de 30.000 toneladas de grãos são transportadas por ano entre Porto Velho-Itacoatiara e SanSan tarém. A hidrovia Tucuruí, entre Marabá e Vila do Conde (PA), permite corredor de transporte de 445 quilômetros. Desde 2010, duas novas

eclusas permitem a navegação de comboios de até 19 toneladas. O modal hidroviário é 50% mais barato que o ferroviário e 75% mais econômico que o rodoviário.

Recorde Em 2012, os portos brasileiros devem movimentar, pela primeira vez, um bilhão de toneladas em cargas, 12,3% mais que no ano passado, segundo estimativa da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

setor Aéreo Existem 32 aeroportos com terminais de processamento de cargas aéreas no Brasil. Segundo a Infraero, setor transportou aproximadaaproximada mente 1,1 milhão de toneladas de carga em 2010.

R$ 8,7 bilhões Total de investimentos que o vencedor da concessão do AeroAero porto Internacional de Viracopos, em Campinas, terá que realizar até 2040. Viracopos será o maior aeroporto cargueiro e de paspas sageiros da América Latina, com terminais com capacidade para receber até 90 milhões de passageiros por ano.

R$ 20 bilhões Faturamento esperado do comércio virtual em 2011. Modal aéreo representa principal meio para o avanço do e-commerce no País.

setor Ferroviário O sistema ferroviário brasileiro totaliza 30.051 km de extensão e é composto por 12 malhas concedidas, sendo 11 à iniciativa privada, somando 28.614 km. O custo do frete, cobrado pelas operadoras nas ferrovias, é 50% mais barato em relação ao transporte rodoviário. Principais produtos: além do minério de ferro (71%), soja/farelo, açúcar e milho. Produtos indusindus trializados estão aumentando sua participação.

R$ 24 bilhões

R$ 7,6 bilhões

Investimentos das concessionárias no sese tor ferroviário entre 1997 e 2010.

Recursos que serão obtidos no mercado financeiro e eventuais parceiros para a criação da empresa de mineração e logística Vetria. Formada pela associação da ALL e Triunfo Participações (ambas de logística) e a mineradora Vetorial, a Vetria atuará na exploração, beneficiamento, transporte, comercialização e exportação de minério de ferro por meio de porto privado a ser construído em Santos (SP).

R$ 1,3 bilhão Valor aplicado pela União no mesmo períoperío do. Dados da Pesquisa CNT de Ferrovias 2011.

R$ 151, 3 bilhões Valor que a malha ferroviária nacional precipreci sa na próxima década para otimizar ampliaamplia ções e correções.

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lOGísTIcA PORTUáRIA

Private equity consolida força do Porto de Paranaguá Em 2011, a Advent International, empresa global de private equity, anunciava a aquisição de 50% do capital social do TCP - Terminal de Contêineres de Paranaguá S/A, terceiro maior terminal portuário de contêineres do Brasil. O valor da transação não foi divulgado. Todos os acionistas do TCP – Pattac Empreendimentos e Participações S/A, TUC Participações Portuárias S/A, Soifer Participações Societárias Ltda., Grup Maritim TCB S.L. e Galigrain S.A – seguiram participação na empresa. Com investimentos de R$ 180 milhões garantidos para os próximos 3 anos, a empresa quer aumentar sua capacidade em cerca de 70% por meio da construção de um terceiro píer de atracação e da compra de novos equipamentos. Desde a sua fundação em 1998, R$ 330 milhões em infraestrutura e tecnologia portuária já foram investidos. Um dos principais diferenciais da empresa em relação

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aos concorrentes diz respeito ao modal ferroviário em parceria com a ALL/Brado que possui desvio entrando no TCP - área alfandegada -, reduzindo assim, custos e tempo. Para a execução das operações portuárias de movimentação e armazenagem de contêineres, o TCP dispõe de um prédio para os serviços administrativos, além de instalações da Alfândega, do Ministério da Agricultura e da Polícia Federal. “Nestes anos de concessão, gestão e operação, o TCP se mostrou fundamental para os Estados da região Sul, consolidando o Porto de Paranaguá como o segundo mais importante do Brasil. A companhia constitui uma plataforma logística de grande importância para o comércio entre os países que integram o Mercosul, além de significativas conexões com Canadá, Europa, África e Oriente”, esclarece Elaine Haas, gerente comercial do terminal.

Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) Estado: Paraná Faturamento 2010: R$ 292 milhões Investimentos: R$ 180 milhões

Expansão Obras civis e aquisição de novos e modernos equipamentos de operação portuária preparam a empresa para aumentar a sua capacidade de movimentação de contêineres, elevando a disponibilidade de berços de atracação para o atendimento da demanda aos navios. Dos 700.000 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés)/ano, serão 1.200.000 TEUs/ano em movimentação, tornando disponíveis 879 metros de linha de atracação, permitindo a operação simultânea de três navios porta-contêiner (de até 8.000 TEUs). “Está prevista a construção de quatro dolphins para atracação de navios que transportam veículos, permitindo o aumento da capacidade de recebimento de caminhões no terminal. Entre novos equipamentos, dois novos portêineres pós-panamax (guindastes aptos a operar em navios de grande porte),


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além de diversos equipamentos como transtêineres, empilhadeiras e caminhões para elevar a capacidade da retroárea do terminal”, acrescenta. Outro plano do TCP é atuar em segmentos adjacentes de logística, oferecendo aos clientes uma solução completa de transporte, desde a retirada da mercadoria na origem até o embarque nos navios. Questionada sobre como o TCP vem trabalhando em prol do desenvolvimento do setor, Elaine ressalta a melhoria contínua com os principais clientes, buscando soluções alternativas para o forte crescimento do Brasil, principalmente na importação. “Na parte governamental, podemos destacar os investimentos feitos na dragagem dos berços realizada em fevereiro de 2011, bem como a dragagem de manutenção do canal que deverá ocorrer até junho deste ano”, adianta.

Perfil:

Advent International Uma das líderes mundiais em private equity, os investimentos da Advent no Brasil incluem a Dufry (maior rede de duty-free do País), CETIP, CSU, Kroton, International Meal Company (Viena, Frango Assado, Grupo RA, além de ativos em outros países), Lojas Quero-Quero, Microsiga, e Paraná Banco. O setor de infraestrutura tem destaque. A Advent é uma das maiores operadoras

de aeroportos da América Latina, como o Aeroporto Internacional da Cidade do México (por meio da Fumisa), além de seis aeroportos na República Dominicana por meio da Aerodom. Desde a fundação em 1984, a Advent levantou US$ 26 bilhões em capital para investimentos em private equity e concluiu mais de 260 transações, avaliadas em mais de US$ 55 bilhões, em 35 países.


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Gigante sobre trilhos:

A LL

Aquisições e fusões foram determinantes para solidez da companhia Cobrindo 65% do PIB do Mercosul, sete dos portos mais ativos do País e da Argentina – responsáveis por 78% das exportações de grãos da América do Sul -, a ALL, maior empresa de logística com base ferroviária da América Latina segue em trilhos os investimentos no Brasil. Exemplos de vigor chegam do Mato Grosso. Integrado à Malha Norte da ALL, o trecho Alto Araguaia a Rondonópolis vai ampliar em 260 quilômetros a malha ferroviária da empresa no Estado. A obra será entregue neste ano ao custo de R$ 700 milhões e, segundo a companhia, vai contar com o maior complexo intermodal do Brasil. Instalado em uma área de 385 hectares em Rondonópolis, o complexo servirá para a movimentação de grãos, combustíveis, fertilizantes, produtos frigorificados, algodão e madeira, entre outros. A capacidade de carga será de 1.200 vagões por dia, com operações independentes de carga e descarga e um sistema duplo de carregamento ferroviário, permitindo o embarque simultâneo de dois trens com produtos diferentes. Estão previstos ainda na área a construção de um shopping center e um hotel. O centro irá gerar 3 mil vagas de trabalho. Com foco no agronegócio do Oeste e na exportação de commodities, investimentos não param.“Estamos aproximando a ferrovia das regiões produtoras de grãos do Estado. Isto irá assegurar uma logística mais eficiente e viável para toda a região”, diz o gerente de Relação com Investidores, Carlos Eduardo Annibelli Baron. Ele explica que ao compararmos com a logística rodoviária, as vantagens da ferrovia são ainda mais nítidas. Para transportar 6 mil toneladas de um produto, apenas uma composição de trem é utilizada, enquanto que na rodovia seriam necessárias 150 carretas bi-trem. Além disso, o transporte ferroviário é 70% mais eficiente no consumo de diesel, além de trazer segurança para a estrada ao diminuir o fluxo de caminhões. “Para se ter uma ideia, um trem de 50 vagões alivia das estradas um volume de 120 caminhões”, acrescenta.

Serviços Pela ALL Holding, a companhia oferece uma grande variedade de serviços logísticos, incluindo transporte ferroviário e rodoviário nacional e internacional,

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distribuição, armazenamento, transporte customizado de contêiner aliado a uma distribuição fracionada e transporte intermodal porta-a-porta. Além de fazer projetos on demand para clientes, a ALL criou a Brado Logística para transporte em contêineres e a Ritmo Logística, para soluções rodoviárias. A Brado opera 6 complexos de logística e 5 terminais intermodais voltados à estocagem, operação de terminais e retro áreas portuárias, além da movimentação de contêineres.

Produtos Tradicionalmente, a ferrovia capta cargas com grande volume, como commodities agrícolas e minerais. Considerando o complexo soja, milho e açúcar, a participação da ALL no mercado nos portos em que opera aumentou de 68% no terceiro trimestre de 2010 para 71% no mesmo período do ano passado.

Bolsa Focada no mercado de capitais, a ALL se tornou pública em 2004. Em 2010, conseguiu migrar para o Novo Mercado, assim que houve o ajuste das regras normativas favoráveis à reestruturação do capital de empresas concessionárias.“Mesmo

quando existiam restrições regulatórias para a ALL ingressar no Novo Mercado, a empresa já operava no Nível II com várias características de Novo Mercado, muito próxima ao nível máximo de governança corporativa”, expressa Baron.

Ações Para manter saltos na produtividade, o Projeto Velocidade Comercial já garante redução no tempo médio de percurso dos trens. A meta é ter um ganho de aumento na velocidade média de até 56% - melhorando a produtividade dos ativos e aumentando a capacidade de transporte sem a necessidade de aquisição de novos ativos (vagões e locomotivas). Outro exemplo são os investimentos em tecnologia, como os trens monitorados em tempo integral por GPS. O computador de bordo (CBL) recebe as autorizações para circular do CCO via satélite (sistema Autotrac) e controla a posição e a velocidade das composições. Caso o maquinista desrespeite os limites de velocidade ou da licença, entra em operação a Cerca Eletrônica, que atua diretamente no freio, para o trem e avisa o centro de controle para que as devidas providências sejam tomadas.

Histórico A empresa segue um histórico sem precedentes de expansão e aquisições. Em 1999, adquiriu as ferrovias argentinas MESO e Central. Em 2004, a ALL começou a negociar suas ações na Bovespa e com a incorporação da Brasil Ferrovias em 2006, incluiu em suas operações o acesso ao Porto de Santos. Em 2010, migrou para o Novo Mercado da Bovespa, e junto com a Standart Logística, criou a

Brado Logística, um operador logístico que pretende transformar a logística de contêineres no Brasil. Em 2011, a ALL e a Ouro Verde criaram a Ritmo Logística, companhia focada em transporte e serviços rodoviários intermodais. Também em 2011 foi criada a Vetria Mineração, em conjunto com Vetorial e Triunfo, que integrará mina, ferrovia e porto, desde Corumbá até Santos.

Estado: Paraná Frota: 1.095 locomotivas e 31.650 vagões Funcionários: 10 mil (Brasil e Argentina) Faturamento em 2010: R$ 3,2 bilhões Investimentos em 2012: média de R$ 650 milhões anuais e R$ 7 bilhões desde 1997

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OPERADOR mUlTI l mODAl: lTI roDoFLY Com operações em logística aérea e rodoviária de cargas fracionadas e encomendas expressas, a Rodofly realiza transporte, armazenagem e distribuição nas regiões Sudeste e Sul nos modais rodoviário e aéreo e nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste no modal aéreo. Segundo o diretor presidente, Adalgiso Maia Neto, já são 1.000 clientes atendidos, com destaque aos segmentos calçadista, cosméticos e perfumaria, confecções e eletroeletrônicos. Para ele, uma legislação inadequada impediu por décadas os avanços no transporte rodoviário. “No Brasil, as empresas contratantes do transporte pagam, na média, 3 vezes menos pelo serviço (carga/

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Estado: Rio de Janeiro Frota: 126 veículos Funcionários: 410 Faturamento em 2011: R$ 40 milhões

quilômetro rodado) que nos EUA. É um pequeno exemplo da grande diferenciação dos serviços, estruturas e pessoas nas empresas do País”. Do setor de carga aérea - ainda que acompanhe a sofisticação, evolução e tecnologia das companhias de transporte de passageiro – Neto aponta as deficiências nos terminais de carga. Segundo o empresário, operadores de carga aérea internacionais encontram grande dificuldade e resistência para atender o cliente global com a mesma excelência (tempo esperado e serviços agregados), como no exterior. “São ainda poucas as opções de terminais com eficiência logística na movimentação deste tipo de carga expressa”.


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Mudanças

Cadeia logística

Para o empresario, entre pontos estratégicos sobre logística, o eixo Rio/São Paulo concentra boa parte do PIB, ainda que os investimentos constantes do governo e setor privado têm se mostrado interessantes para equacionar antigas diferenças regionais. Por outro lado, justificativas pontuais como a Copa do Mundo e Olimpíadas aquecem antigos e novos mercados. “O Brasil nos últimos 10 anos está realizando empreendimentos que não realizou em 50, agregando novas tecnologias e serviços de acordo ao esperado e desejado”.

Nas operações de cargas expressas, a Rodofly é representante da Azul Cargo no Rio de Janeiro e realiza toda a movimentação de embarque e desembarque nos Aeroportos Santos Dumont e Galeão. A ação exige sistema intermodal aéreo e rodoviário para otimizar os destinos de entrega no menor tempo possível. Metade dos clientes da empresa possui operações mistas de transporte.

Operações mistas Expresso: Menor tempo de lead time Dedicado: Agrega serviços no menor lead time; modal Rodoviário Tradicional: Carga fracionada; pode incorporar transferência interestadual e distribuição regional

Quanto à otimização da cadeia logística, Neto explica que para reduzir ao máximo o lead time desde a coleta até a entrega, as empresas precisam obter novos incrementos tecnológicos, mas principalmente ter mão de obra capacitada e uma nova postura para atender um mercado dinâmico. “Nunca se falou tanto de Logística Empresarial. Reflexo disso é a quantidade meteórica de cursos técnicos, de nível superior e especialização na área”. Para ele, a globalização ajudou ainda mais a exigir do setor logístico um reposicionamento no seu formato. “É desta forma que os canais de distribuição irão atender os clientes finais a cada dia menos fiéis”.


mErCADo

A ForÇA DoS mERcADOs vIRTUAIs Até os gigantes do varejo passaram a anunciar seus sites na tV para movimentar a classe C O mercado virtual vem se consolidando nos últimos anos em função do aumento da capacidade e competência de ajustar estratégias de mídia, produto e preços para consumidores que são diferentes dos habituais dos canais convencionais. Mídia Hoje, 90% dos investimentos são direcionados ao mundo online. Buscadores como Google e Buscapé, portais como o Terra e UOL, e-mail mkt e Redes Sociais ocupam a fatia dos investimentos em mídia. Todas plataformas citadas emprestam muito mais agilidade, mobilidade e inovação do que as mídias tradicionais. Isso não significa ser melhor ou pior, mas sim possuir maior adaptabilidade a um mercado muito mais nervoso e competitivo. Os 10% restantes apesar de pequenos começam a crescer em proporção significativa. Trata-se de mídia offline (TV, rádio, jornal, revistas) que levam os clientes que ainda não se aventuram no mundo virtual às suas primeiras experiências. O aumento do poder aquisitivo no mercado brasileiro, a crescente penetração de computadores e o melhor acesso à banda larga levam até os gigantes do varejo a anunciar na Rede Globo seus sites para movimentar a classe C. Produto Se no passado tínhamos dor de cabeça por falta de opções, hoje temos o mesmo para escolher qualquer bem de consumo. O mercado virtual, por não precisar compor estoque físico, trouxe aos consumidores uma “cauda longa” sem precedentes. Agora, você pode ter acesso a todo o aparato consumista de qualquer empresa. Nesse caso, um ponto muito importante para os mercados virtuais: oportunidade de escolha.

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Preço Até o presente momento os preços nos mercado virtuais ainda são mais atrativos em função da desoneração de parte dos componentes humanos (menos pessoas) e dos custos estruturais (aluguéis, luz, água, etc.). Até o recente boom imobiliário e a constante pressão sindical mantém um peso sobre as estruturas de custos das operações físicas, dando ainda mais tempo para os mercados virtuais imporem seus diferenciais de preço.

resta-nos ta-nos agora prestarmos mais atenção na infraestrutura e nas competências de entrega do que no prometido pelo mundo virtual.

No entanto, a competitividade obrigatória que o mundo virtual impõe é cada vez maior. As competências de Marketing, Logística e TI são tão grandes que pressionam por maiores investimentos a ponto de no futuro os preços no online

se equipararem ao físico, mesmo que por variáveis diferentes. O volume transacional desse mercado ainda é pequeno em relação ao total. As empresas mais evoluídas nos mercados virtuais estão chegando a 15% ou 20% de seus negócios. No entanto, a taxa de crescimento é da ordem de 40% ao ano, enquanto o mercado total cresce no ritmo da inflação + PIB. O governo brasileiro está fazendo alguns avanços para levar banda larga para a população de forma massificada. Isso trará uma transformação sem precedentes na nossa economia e o mercado virtual vai explodir em demanda. Resta-nos agora prestamos mais atenção sobre a infraestrutura e nas competências de entrega do que no prometido pelo mundo virtual. O cliente chega ao online cheio de expectativas e com muita informação. Sendo assim, um boom de demanda precisa ser acompanhado de um crescimento da capacidade de entrega das empresas e do próprio governo. Se pudesse dar um recado aos empreendedores, diria que investissem com a mesma força, tanto em plataformas de transações online, quanto em logística.

THIaGO BaIsCH Diretor Comercial de Vendas e Marketing das Lojas Colombo S/A.


CASE DE SuCESSo

P l Ay e r s R E G I O n A I s Com características próprias, redes supermercadistas movem o Pará “Com a expansão do crédito e o ingresso de novos consumidores, nosso crescimento acompanhou, e em certos momentos, ficou acima da média nacional”. A frase vem de Renato Correa, diretor do Grupo Nazaré, uma das maiores redes de supermercados do Pará. Com características próprias, forte apelo regional, setor “genuinamente paraense” tem a preferência dos consumidores locais.

tada ao aprimoramento do trade supermercadista, a feira de produtos, serviços e tecnologias reuniu 40 mil pessoas e R$ 42 milhões em negócios em 2011.

Belém já sedia a maior convenção varejista e de autosserviço da Amazônia e uma das cinco mais importantes feiras do segmento no Brasil, a SuperNorte. Vol-

Ao fazer uma análise do setor, Correa acredita que o segmento está em franca expansão. “O setor investe cada vez mais em novos pontos de vendas, modernização e segue ampliando lojas”. O empresário aponta que o melhor caminho para o crescimento e consolidação das médias empresas passa por uma gestão centrada, seguindo as tendências do mercado e da economia.

Visão

Ações

Há mais de 45 anos no mercado de atacado, o Grupo Nazaré entrou no ramo do varejo em 1976. Da primeira loja no centro de Belém, hoje a rede engloba mais de dois mil funcionários, distribuídos em oito pontos, sendo três supermercados, dois supercenters e três magazines. Até maio deste ano será inaugurado um dos mais modernos centros de distribuição da região, com mais de 25 mil metros quadrados e capacidade para atender a futura expansão do grupo. Crescimento de 35% é esperado para a rede em 2012.

No ano passado, empresa de consultoria em logística foi contratada para remodelar todo o processo que envolve a rede. Atualmente, 85% do volume de cargas são entregues diretamente nas lojas do grupo. Com o novo centro de distribuição, mais de 75% dessa operação será de modo centralizado, que passará a funcionar com um sistema de rádio-frequência, diminuindo erros de quebra e rupturas nas lojas, além de uma recepção e expedição de mercadorias de forma ágil e sincronizada.

Correa explica que a presença familiar na gestão ainda é muito forte e a profissionalização vem ocorrendo de forma gradativa, acompanhando o crescimento da empresa. “Não desprezamos a possibilidade de utilizar o private equity equity, pois admitimos ser uma grande oportunidade para crescermos de forma rápida e sustentável. Percebemos a grande importância nesse novo processo, mas sabemos que vários fatores influenciam uma decisão, visto a importância, visibilidade e força da nossa marca no mercado local”, analisa. Sobre os diferenciais oferecidos, a empresa iniciou um projeto de sustentabilidade, ao doar sacolas retornáveis para os clientes, além de ferramentas de incentivo para sua utilização, como caixas exclusivos.

Raio X Supermercados no Pará: 2.710 Empregos: 29.800 Participação: 10% do PIB do Estado Faturamento bruto: R$ 5,8 bilhões (Dados 2011- ASPAS)

Renato Correa

Com lojas que trabalham com variedade de 25 mil a 42 mil itens, o que eleva o volume de cargas, um amplo sistema de logística exige programas de gestão, tanto na retaguarda das lojas, quanto na administração. Entre os objetivos, o foco é crescimento no varejo, mas vai além do setor supermercadista. “A meta é incrementar nosso ramo de magazine, com a implantação deste segmento em cada uma de nossas lojas, além da farmácia própria”.


SAÚDE EmPrESAriAL

CoNtrAt AtA At tAÇõES DE sUcEssO A economia brasileira está aquecida. Mas também é fato que frente à necessidade cada vez maior de bons profissionais, nos deparamos com uma oferta reduzida de qualificação. Precisamos de uma equipe efetiva para “ontem”, porém, o ato de contratar este time é um calvário, uma árdua tarefa cheia de armadilhas que podem desperdiçar talentos e nos levar a escolher os menos preparados. Sendo assim, devemos ter em mente aspectos fundamentais e emocionais para diminuir esta jornada e torná-la mais branda e, sobretudo, com maior índice de sucesso. Quanto maior sua exigência, maior será a busca pelo candidato ideal. Cuide para não superestimar muito um candidato, evitando assim egos inflados que lhe causarão problemas futuros, principalmente em relação ao trabalho em equipe. Ou seja, a exigência imposta pela vaga é uma exigência também ao contratante. Em algumas grandes corporações, os próprios CEOs escolhem funcionários em todas as categorias, logicamente após dura seleção. Planejar é fundamental. Tudo que fazemos às pressas e sem o planejamento ideal nos traz consequências ruins, além de custo e tempo gastos desnecessários. Nossa mente trabalha de forma mais ordenada e efetiva quando se sabe o caminho. Dedique tempo e reflita sobre o que quer para sua empresa, o tipo de conhecimento que o candidato deve ter e se aquela função é realmente importante. Dedicação e reflexão trarão maior fidedignidade sobre o perfil ideal. Anote tudo e faça tabelas comparativas. Não confie apenas em sua memória. Fique atento ao comportamento no momento da entrevista. A importância dos aspectos não verbais de um candidato pode muitas vezes valer

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mais que as palavras e definir a vaga. Sua gesticulação, salivação, se imita ou não sua postura, a sudorese e tremor, as roupas, os olhos piscando ou desviando-se, o ato de gaguejar, a firmeza na voz, o excesso de sorrisos, enfim, aspectos que parecem naturais, mas que revelam quem é seu candidato.

Bons planos de carreira dão ao colaborador a chance de “se ver ali” e mais do querer estar na empresa, querer ser. Além do comportamento físico, esteja atento ao passado profissional. Isso predirá o futuro, e é fato! Como foi nos locais onde já trabalhou? O que fazia? Como fazia? Por que saiu? Qual o tempo médio de permanência em cada empresa? Como era o convívio interpessoal? Como se relacionava perante a escala de hierarquia? Excelentes currículos escondem muitas vezes pessoas de difí difícil trato, mesmo que tenham longo tempo em empregos anteriores. Por conta disto é importante verificar o comportamento psicológico.

Você consegue visualizar esta pessoa na sua empresa? Faça este teste simples. A resposta é bastante significativa para a escolha ou não do candidato. Através deste exercício mental, nosso cérebro compila tudo o que estamos didaticamente organizando e nos dá um resultado fiel. Mas deixe isso ser um dos últimos passos do processo seletivo, para que não faltem dados à nossa mente e o resultado não seja alterado. Qual a perspectiva deste candidato em relação à vaga? Ele vê futuro ou quer “apenas mais um emprego”? Rotatividade nem sempre é sinônimo de má escolha e muitas vezes, o problema também está no empregador. As empresas com bons planos de carreira e que oferecem um ambiente de trabalho saudável (físico, mental e financeiro) dão ao colaborador a chance de “se ver ali” e de mais do querer estar, querer ser. Invista na sua empresa, em dar este ambiente de trabalho e evitar rotatividade. Um ótimo candidato em uma ótima empresa para trabalhar só tem um resultado: crescimento. Ainda mais se for próximo a você – empresário. Leve sempre em conta uma premissa básica: sua frustração é diretamente proporcional ao grau de expectativa dispensada. Acreditar nas pessoas é fundamental, porém, o excesso é patológico. Ser realista não significa desacreditar. Uma atitude simples que poupará desgaste emocional futuro. Sendo assim: boas contratações. E rumo ao sucesso!

RaquEL HEEP BERTOZZI CRM 22080 – Especialista em Psiquiatria – Integrante da Sociedade Paranaense de Psiquiatria.


EmPrEENDEDorAS

A nçãO, ATE

EmPrESáriAS EmErGENtES BrASiLEirAS Empresárias emergentes há muitas e têm muita energia, em qualquer idade. Mas mesmo as empresas médias e de pequeno portes também precisam se conectar com a América Latina e o resto do mundo. Dois são os motores do crescimento global: novos consumidores e o crescente fluxo de negócios entre os mercados emergentes. Há novos hábitos de consumo (midias sociais, CRM social, e-commerce). Segmentação crescente do mercado, fontes alternativas de capital, novos estilos de vida fazem o consumidor exigir mais qualidade, maior customização, facilidade de acesso a produtos e serviços. As empreendedoras PMEs vão ter que buscar aprofundamento na capacidade de diferenciação de mercado. Rever abordagem e posicionamento de marca, garantir competitividade. Alcançar remunerações superiores. Um estudo da KPMG analisou em 2011 o fluxo de negócios entre 15 economias desenvolvidas e 13 economias de países emergentes. Houve convergência de negócios no sentido Emergentes-Desenvolvidos e vice-versa. A diferença entre os dois vem diminuindo. Os dados mostram que as fusões e aquisições lideradas por economias desenvolvidas, em países emergentes, voltaram. Quem diria que o novo desafio estaria em controlar o fluxo exagerado de capital externo que entra no País? As empreendedoras PMEs devem incrementar sua capacidade de reorganização e de posicionamento, manter competitividade, fortalecer seus pilares, aproveitar as oportunidades. Do varejo aos bens de produção, da construção civil ao turismo, do petróleo à energia eólica, dos pequenos artesanatos aos megaeventos esportivos.

Até 2018, haverá tal dinamismo comercial que vai ajudar os países emergentes a fazerem mais negócios entre si e alguns parceiros a mais. A visão otimista vem da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal). Há uma mudança no eixo de dinamismo mundial que favorece a região. Em 1985, o comércio sul-sul (entre países emergentes) respondia por apenas 6% das transações mundiais, enquanto o norte-norte (entre países industrializados) era de 63%. Agora, os percentuais são de 24% e 38%, respectivamente.

h á apenas seis graus gr aus de separação entre qualquer habitante do planeta.

São muitas razões. A importação/exportação de cérebros aumentou o conhecimento científico e profissional. Queda de pobreza (a mais baixa em duas décadas) e estabilidade macroeconômica. Do aumento da classe média à abundância de recursos naturais, o Brasil exibe impulso em muitas frentes. As pontes comerciais e humanas que conectam o mundo de fato estão mudando de eixo. Pela logística e conectividade de

uns com os outros. Pela expansão da presença brasileira na África, Ásia, Caribe e Leste Europeu, via novas representações diplomáticas (em seis anos novas Embaixadas em 18 países). Do Corredor Bioceânico, que irá ligar 4 mil km de rodovias que atravessarão o continente sul-americano, do Porto de Santos aos países da costa do Pacífico. Mudanças também em relação ao estímulo brasileiro no comércio e investimentos recíprocos com a Cúpula América do Sul - Países Árabes (ASPA). São 22 países da Liga Árabe (pela África e Ásia ultrapassam 200 milhões de habitantes). Jovem ou idosa, sempre há risco quando se busca o próprio caminho empreeendedor. O espírito empreendedorista tem a força da juventude e independe das idades. Como dizem no Sebrae, se o envelhecimento nos deixa menos ousadas, por outro lado oferece sensatez e experiência necessárias. Tudo para aproveitar as boas oportunidades nesta borbulhante economia brasileira. Afinal, o mundo de sete bilhões de habitantes é realmente pequeno. Ou, mais precisamente, há apenas seis graus de separação entre qualquer habitante do planeta. A teoria dos seis graus de separação originou-se a partir de um estudo cientí científico, que criou a teoria de que, no mundo, são necessários no máximo seis laços de amizade para que duas pessoas quaisquer estejam ligadas. NOELY maNFREDINI Empreendedora, colunista e autora de 22 livros.

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ViSÃo

APoStAr nO bEm Grupo Plaenge é referência ao aliar marca à transformação social Entre novos modelos de relação entre instituições e mercados, organizações e sociedade, o que agora chamamos responsabilidade social, antigos conceitos já são práticas do Grupo Plaenge. Para um dos mais tradicionais grupos de engenharia do Brasil, abraçar causas sociais é trabalhar pela sustentabilidade e melhoria da qualidade de vida das pessoas. Assim começou a parceria com a Associação dos Amigos das Crianças com Câncer (AACC/MS), no Mato Grosso do Sul. De Campo Grande, a entidade oferece apoio ao tratamento de crianças e de adolescentes vindos de outros Estados e até países vizinhos. Já são mais de mil atendimentos realizados. Edison Holzmann, diretor da Plaenge, explica que as empresas podem ajudar, inclusive pela transmissão do seu bem mais precioso: sua marca. “Para a obra de mil metros quadrados da Casa de Apoio, a Plaenge e seus colaboradores tiveram o papel de aglutinar, com a força de sua marca, a participação de projetistas, grandes fornecedores e empreiteiros, conseguindo assim, a maior parte dos materiais necessários em forma de doação”. O diretor aposta na mudança por parte das empresas quanto à sensibilidade no auxílio ao próximo. “Há muito a fazer para sair do pensamento econômico antigo e perceber que é importante interferir na sustentabilidade das comunidades.”

Edison holzmann, diretor da Plaenge: parceria de sucesso

Por que ajudar São 70 funcionários distribuídos em atividades de gestão, serviços e captação de recursos (telemarketing) na AACC/ MS. No total, são 400 voluntários. É uma instituição filantrópica e o usuário não paga pelos serviços que recebe. Therezinha Selem, vice-presidente da entidade, explica com dados,

Desde sua fundação, a AACC já atendeu mais de mil crianças e adolescentes

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ViSÃo grandes resultados alcançados. Ao lado do Centro de Tratamento Onco-Hematológico Infantil (CETOHI), que funciona no Hospital Regional, mais de 3.100 pessoas já foram capacitadas, entre médicos, profissionais e agentes de saúde sobre os sintomas e sinais do câncer infanto-juvenil, visando o diagnóstico precoce.

Necessidades “A manutenção da associação está entre as necessidades mais importantes. As despesas são diárias e a luta por recursos é grande”, ressalta Therezinha. E divide o pensamento: na escala de sua aprendizagem, a gratidão mais profunda vem das crianças. “Com elas aprendo todos os dias o tamanho que as coisas devem ter. Tenho clara percepção de que recebo muito mais do que aquilo que me proponho a doar.”

mirian Comparin (presidente da AACC), criança atendida e Therezinha selem

Criança AACC/mS (Fotógrafo: Alexis Prappas)

Taxa de cura

Com a AACC, taxa de cura aproxima-se de 65% no ms

Há um ano no Conselho Deliberativo, o sócio da B2L, Danny Cabral, esclarece que graças ao trabalho da AACC/MS, a taxa de cura no Estado se aproxima de 65%. A entidade tem capacidade para acolher na sede própria 58 crianças ou adolescentes. “Lançamos em 2011 o ‘Programa Empresa Amiga da AACC/MS’, onde a empresa pode escolher o valor de sua contribuição mensal e, em troca, ganha o direito de incluir a logomarca de parceira da instituição em sua estratégia de comunicação”. Toda a verba arrecadada ajuda a manter as ações de apoio às crianças e adolescentes com câncer. Outra parceria de sucesso veio do Instituto Ronald McDonald. Na campanha “McDia Feliz”, mais de R$ 186 mil foram arrecadados e utilizados na aquisição de mobiliário e equipamentos para a instituição, que inaugurou recentemente seis novos apartamentos, sendo dois para transplantados de medula óssea.

Para ajudar: Depósito em conta pelo Banco do Brasil Agência 3496-7, C/C 1968-2 Informações: (67) 3322-8000 www.aacc-ms.org.br

DaNNY CaBRaL Especialista e Sócio B2L.

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NEGÓCioS & VoCê

Batemos a China O Brasil foi escolhido como o segundo melhor País do mundo para se investir em imóveis comerciais, segundo levantamento anual da Associação de Investidores Estrangeiros em Imóveis (Afire). Atrás apenas dos Estados Unidos, fomos eleitos por 18,6% dos entrevistados como o local com a melhor oportunidade de valorização. Detalhe: deixamos a China no terceiro posto. São Paulo saltou do 26.º lugar para a quarta colocação no ranking das melhores cidades para se investir em prédios corporativos no mundo.

Santander O Santander Brasil anunciou a criação de uma empresa independente de fundos de Private Equity. A Mantiq Investimentos é 100% controlada pelo próprio Santander e já soma R$ 2,1 bilhões sob sua gestão. Segundo o gestor Marcos Matioli, “o Brasil tem uma agenda de investimentos de aproximadamente R$ 1 trilhão até 2016, concentrados nos setores de óleo e gás e infraestrutura, que são o nosso foco”.

R$ 65 bilhões É o valor que os fundos de pensão vão injetar no mercado até 2014. Parte dos recursos das entidades hoje alocados em títulos públicos migrará para investimentos privados, como fundos de private equity e CDBs. Objetivo da decisão é garantir rentabilidade melhor diante da queda da taxa básica de juros da economia.

R$ 140 bilhões Desembolsos do BNDES em 2011. Banco registrou o maior número de operações de sua história: 896 mil financiamentos (R$ 49,8 bilhões), ampliando o acesso ao crédito para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). Destaques foram aos projetos estruturantes. O setor de infraestrutura liderou os desembolsos, com R$ 56,1 bilhões ou 40% do total liberado.

Para cima Empresários começam 2012 com otimismo. É o que constata a pesquisa Serasa Experian sobre Expectativa Empresarial. No estudo, 75% das médias empresas estão revendo para cima a previsão de faturamento no primeiro trimestre deste ano, o que significa forte expectativa no aumento das vendas. Por setor de atividade, 84% dos empresários dos serviços irão crescer em faturamento. No comércio são 81% e, na indústria, 68%.

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IED Os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) registraram ingressos líquidos de US$ 66,7 bilhões em 2011 - valor recorde e alta de 37,4% sobre 2010. A participação no capital de empresas no País, incluídas as conversões em investimentos, somou ingressos líquidos de US$ 54,8 bilhões, enquanto os empréstimos intercompanhias totalizaram US$ 11,9 bilhões, no ano.

ABVCAP 2012 Principal fórum de private equity, seed e venture capital da América Latina, o Congresso ABVCAP tem data marcada para 16 e 17 de abril. Especialistas, gestores, autoridades, investidores nacionais e internacionais discutirão o ambiente de investimentos de longo prazo no Brasil diante da nova ordem econômica global. Mais informações: (21) 3970-2432 / e-mail: abvcap@abvcap.com.br

Balanço Fusões e aquisições alcançaram total de 746 transações, seguindo relatório da PricewaterhouseCoopers (PwC). Os fundos de private equity marcaram presença em 42% dos negócios em 2011. A participação desses investidores saltou de 11% para 42% nos últimos cinco anos. As transações, cujo valor foi divulgado, somaram US$ 49,9 bilhões, média de US$ 183 milhões por negócio. Entre os maiores anúncios estão a compra de fatia da Usiminas pela Ternium, de US$ 2,7 bilhões, e a aquisição da Schincariol pela Kirin, de US$ 2,5 bilhões.



O futuro não é aleatório. É sim, uma construção realizada por pessoas de visão e muito trabalho A B2L reúne 39 sócios com perfil empreendedor e estamos presentes em 23 Estados e 5 países. Nossa atuação está focada na compra e venda de empresas, projetos financeiros, investimentos estrangeiros, fusões e aquisições empresariais, captação de recursos e negócios diversificados. Temos em nossa plataforma de negócios mais de R$ 8,5 bilhões cadastrados. Afinal, futuro é nossa especialidade.

A B2L É UM MODELO DE NEGÓCIOS COM CARACTERÍSTICAS ÚNICAS E INOVADORAS

NÓS CONSTRUÍMOS O FUTURO! RECEBA NOSSA NEWSLETTER : WWW.B2LAW.COM.BR


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