Sumário CAPA Cooperativismo De agricultor a empresário rural, o Brasil que avança
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MAPA de oPortunidAdes Celulose e Papel tem novo ciclo de expansão
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seÇÕes Artigo B2L Saúde Empresarial Empreendedoras
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endeAvor O que são empreendedores de alto impacto?
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Com A PALAVrA
A novA erA dAs
marcas pessoais Benjamin Franklin, uma marca pessoal inegável quando se trata de realizações humanas, escreveu certa feita que você não deve querer ser como aqueles que passam metade da vida a dizer o que vão realizar e a outra metade a explicar porque não o realizaram. Palavras duras e realistas. Para ter sucesso, um dos principais fatores é a marca PESSOAL. Compreender como as marcas pessoais são percebidas na mente de quem nos rodeia atrai oportunidades únicas: seja com clientes internos ou externos. O ciclo de contatos ganha a cada dia mais consciência do valor das marcas pessoais. Isto, por vezes, pode gerar um problema quando houver mudança na companhia, mas é melhor que nada existir. Sim, as empresas do novo milênio estão se tornando um corpo orgânico que se movimenta, pensa e executa tarefas. Fantasioso? Observe empresas como Apple, EBX, Natura, BTG, Virgin, TAM (antigamente). São pessoas. Ou memes se preferir. As pessoas de hoje, mais do que em qualquer outro tempo, cruzam informações e referências até chegar à sua porta. Pode ser uma busca pela internet, por indicação de uma pessoa próxima, a feliz coincidência de ler um artigo seu ou assistir a uma palestra. Este conjunto irá influenciar na contratação do seu serviço. As marcas pessoais em uma época veloz e midiática ficaram dominantes, principalmente quando o foco e o segmento são claramente definidos em suas ações como executivos.
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Ter um histórico fantástico de sucessos não é mais suficiente como no passado para construir uma marca (construir reputação). As pessoas precisam saber disto por meio de relatórios, boletins informativos, um site interativo, entrevistas e assim por diante. Chama-se a isto de comunicação integrada e evidentemente nem todos sabem usar. Estes acabam sumindo afogados pelos executivos concorrentes. A marca pessoal tem uma identidade. Uma origem (DNA) e principalmente um foco. Não permita que uma equipe fraca ou um desvio de recursos para outros negócios enfraqueçam o poder de sua marca. Ela, a sua reputação, é o que um executivo de ponta possui e que pode ser destruída por descuido ou desinteresse. A função de um sócio é manter-se atento às oportunidades e aumentar o nível e a complexidade dos assuntos em que atua e gerenciar o relacionamento com os clientes com um grande número de interações com eles. Procure identificar o mercado, segmentar a comunicação e estabelecer a base (ativos, inativos e em prospecção) para quem a sua mensagem deve ser direcionada. O importante é partir para a ação,
Há cerca de dois anos dei-me conta de que já não era mais uma pessoa, mas uma marca. Martha Stewart
realizar visitas, participar de reuniões sindicais, opinar sobre assuntos do momento, organizar encontros e palestras. É estar ativo o tempo inteiro para que a marca circule livremente. Acredite que lembramos de quem se faz presente. Faça uma breve análise de executivos, pensadores ou líderes empresariais que mais admira e veja como eles possuem uma característica em comum: marca pessoal com bases sólidas. A verdade pura e simples é esta: os espaços estarão ocupados. Ou se ocupa agora ou a extinção parece ser o destino certo de executivos que abandonaram sua marca pessoal. Saia imediatamente de toda e qualquer zona de conforto. Elas são como uma areia movediça que engole qualquer marca. E como líder, não permita que outros permaneçam nela. Entramos em uma era em que a competição tornou-se diferente. Se antes valia somente determinada expertise, hoje é o conjunto que o seu serviço ou produto representa – e sua marca pessoal. Uma manifestação, um projeto, uma meta, enfim, é uma nova era das batalhas empresariais. As duras batalhas pelo posicionamento na mente coletiva da humanidade.
RODRIGO BERTOZZI CEO da B2L, especializada em expansão, compra e venda de empresas. Sócio-fundador da Selem, Bertozzi e Consultores Associados, administrador, autor dos livros – ““Revolution Marketing Place”, “A Reinvenção da Advocacia”, “Um Futuro Perfeito”, entre outras obras.
ArTiGo B2L
Hermes x HAdes A batalha do mercado varejista brasileiro Muito se tem falado em crise em 2012. A crise que se iniciou na Grécia, avançou por boa parte do mercado europeu e Hades, deus grego, tem tentado “arrastar” muitos países para o seu “mundo dos mortos”. E é fato inegável que estamos sofrendo algumas influências da crise europeia no Brasil; desde as oscilações do dólar, prontamente combatidas pelo governo federal, até a diminuição de operações comerciais realizadas com países europeus. Some-se a isso a crise norte-americana de 2008 que ainda reverbera naquele mercado como um instrumento idiofone. Mas um setor em especial sustenta-se de forma impressionante: o varejo. Com a ascensão das classes C, D e E, o mercado brasileiro tem presenciado um crescimento no segmento como poucas vezes se viu. Mais de 30 milhões de pessoas passaram das classes D ou E para algo entre 4 e 10 salários mínimos. A compra de medicamentos de melhor qualidade, a aquisição de bens duráveis e o consumo de alimentos processados aumentou consideravelmente nestas classes. Por isso, há um movimento se desenhando, nos últimos três anos, de consolidação das redes de varejo. As médias redes têm se consolidado regionalmente. Já as grandes redes movimentam-se para adquirir as regionais e ampliar o seu mercado. As redes médias e regionais têm apresentado rotatividade tão forte que deve alterar o cenário nacional do setor no ano de 2012, fazendo frente às grandes redes, como Wal-Mart e Sam’s
Club, Carrefour e Pão de Açúcar (com as redes Extra e Assaí). São empresas como Supermercados BH (Minas Gerais), Salfer (Paraná) e Big Ben (Pará), com faturamento médio de R$ 1 bilhão. Além disso, as empresas estrangeiras que ainda não estavam no Brasil se apressaram para morder sua fatia. É o caso da chilena Cencosud, que comprou a Perrini (Salvador), a rede Bretas (com 76 lojas em Minas Gerais e Goiás) e a G Barbosa (Sergipe). O que percebemos com esse turbilhão de fusões, aquisições e expansões regionais é que o mercado começa a dar sinais de como irá se comportar daqui em diante. É fato que as grandes continuarão grandes e farão de tudo para continuar crescendo com seu plano esmagador de expansão com aquisições bem agressivas. Mas o que mais chama a atenção é o crescimento anunciado do middle market, que tem tornado esse “segundo escalão” um foco para investidores. Nesse mercado secundário, o atacarejo, modelo que envolve tanto o pequeno atacado, voltado às pequenas empresas, quanto o varejo, tem se destacado. Como essas empresas chegam ao mercado com preços bem agressivos, elas conseguem abocanhar, especialmente, a fatia dos consumidores em expansão da classe C. Podemos ressaltar também que o crescimento das redes de varejo (nacionais ou regionais), tanto do ramo supermercadista como nos demais (por exemplo, o de eletros) surfa também na crescente
onda dos shopping centers, seja na expansão, seja na inauguração. Por mês, circulam cerca de 329 milhões de brasileiros (1,7 vezes a população total) pelos corredores de shoppings no País, segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (ABRASCE). Em 2012, estima-se 50 novos malls no Brasil. E cada novo mall representa a inauguração de incontáveis lojas de varejo. O ano de 2012 promete. E as empresas do middle market têm nele uma oportunidade ímpar, talvez única. É importante que, além da tutela de Hermes, deus grego protetor dos comerciantes, todos os movimentos dados pelas médias sejam calculados. Expansão regional; aquisição das redes nacionais via avaliação da empresa e auditoria independente dos resultados financeiros; fusão ou aliar-se estrategicamente com semelhantes para evitar um atropelamento das grandes redes. Essa preparação permitirá aos médios, expandindo ou sendo adquiridos pelos grandes, uma mudança nos rumos da história do mercado de varejo no Brasil. Hermes parece estar vencendo a batalha mitológica, ao permitir um cenário espetacular no comércio varejista. GUSTAVO SARDINHA Especialista e Sócio B2L.
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neGÓCioS
Conexão rio-Lisboa
Crise lá, bom aqui, saldo é: duplas oportunidades Seja no campo “porta de entrada do Brasil na Europa”, ou “da crise surge a oportunidade”, famosos chavões representam as relações bilaterais entre Brasil e Portugal. Senso comum ou não, o fato é que globalmente, o comércio luso-brasileiro já alcançou US$ 684,7 milhões no primeiro trimestre, dos quais US$ 183,2 milhões foram superávit para o Brasil. Em 2011, a corrente de comércio foi de US$ 2,9 bilhões, com um saldo favorável ao Brasil de US$ 1,2 bilhão. Incentivar parcerias entre as empresas brasileiras e portuguesas e identificar negócios e investimentos. Essas são as estratégias da Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro, presidida por Paulo Elísio de Souza. A entidade se diz pronta para ajudar aos brasileiros interessados em abrir frentes para mercados como Europa e África, assim como auxiliar aos portugueses que chegam ao Brasil a montarem suas empresas. Os megaeventos esportivos nos próximos anos na cidade, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, também podem soar “já batidos” nas opiniões de analistas, mas se revelam atrativos inegáveis para um grande volume de investimento internacional. “O cenário positivo da economia brasileira, aliado às transformações sócio-econômicas ocorridas no Rio de Janeiro, sem dúvida, intensificaram o interesse de companhias estrangeiras em investir no mercado nacional”, analisa.
Onde investir Souza declara que as principais oportunidades de investimentos para os portugueses no Brasil estão em setores de infraestrutura, turismo, tecnologia, indústria criativa, eventos, serviços financeiros, transporte, turismo, segurança e lazer. “Com o reforço do processo de internacionalização da economia portuguesa, hoje existem no Rio centenas de empresas portuguesas fortemente envolvidas nos setores financeiros, óleo e gás, telecomunicações, energia, transporte, construção civil, turismo, além dos segmentos tradicionais onde Portugal sempre esteve presente”. Para a chegada dos investidores de médio porte, a tendência mostra que a atração será feita pelo setor de serviços.
Pedro Passos, Primeiro-Ministro de Portugal, ao lado de Paulo elísio de souza
Brasil é favorito para fundos portugueses Em março passado, o Brasil passou a ser o maior mercado externo para o investimento em ações dos fundos portugueses, superando os Estados Unidos. De todo o capital aplicado pelos fundos portugueses em ações, se Portugal representa 22,6%, o Brasil assumiu participação de 18,5%. Na carteira dos fundos de investimento portugueses, destaques: Bradesco, que tem participações cruzadas com o Banco Espírito Santo (BES), seguidos por Itaú, Vale, Petrobras e Banco do Brasil. (Fonte: Portugal Digital)
Balança Comercial As exportações brasileiras para Portugal somaram US$ 433,9 milhões no primeiro trimestre de 2012. Os produtos mais vendidos foram o petróleo (46% do total), cana-de-açúcar (18%) e soja (10%). Na pauta das importações, destaques foram azeite (17%), gasolina (13%) e bacalhau (11%). (Fonte: MDIC)
inSTiTuCionAL
São Paulo voltou a ser palco de Investimentos, Expansões, Compras e Vendas de Empresas. O 2º Meeting B2L, realizado em maio passado, reuniu 155 líderes empresariais nacionais. A segunda edição foi desenvolvida com base em casos práticos para empreendedores e para as operações negociais de empresas de médio porte. Crescer em todo o potencial que o mercado oferece: um lema para a B2L! Rodrigo Telles (Endeavor) contou diversos casos de empreendedorismo de empresas pequenas e médias dentro do conceito de alto impacto (empresas que crescem no mínimo 20% ao ano). Casos inspiradores para os presentes.
tti Raul Astu os sócios sa Luzzoli a e u q ta Ro de s Público, aniela da Daya n D e o d a lg De
Carlos Wizard Martins (Grupo Multi) demonstrou como uma empresa de origem familiar pode se transformar em uma corporação de 2,3 bilhões de faturamento e com um projeto de IPO a caminho. Ricardo Lacerda (BR Partners) respondeu sobre como os fundos nacionais vêem o empresário brasileiro e que estamos em um momento espetacular da economia. Porém, é preciso fazer a lição de casa: governança corporativa, auditoria e gestão profissional.
Sócio B2L, Rodrigo Valverde
CEO e C o -f u n d a do r Rodrig o Berto B2L, zzi
Thomaz Assumpção (Urban Systems) apresentou pesquisas, históricos e mapas de negócios sensacionais, demonstrando que o empresário não necessita ser intuitivo, mas atrelar sua tomada de decisão com base em estudos aprofundados e assim reduzir a margem de erro. 25 Microrregiões foram analisadas pelo palestrante com oportunidades para segmentos como educação, varejo, saúde e imobiliário. Diogenes A guiar Caja d o, B da Silveira (sócio), Fra runo Coêlho ncisco Held er
inSTiTuCionAL
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Rodrigo Telles – Presidente da Endeavor, Carlos Alberto e Rubens Serra
umpção Thomaz Ass an Systems Sócio da Urb
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Sócio B2L, Francisco Rangel Effting
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Sergio Escaleira (diretor comercial revista B2L Corporate) e Rodrigo Bertozzi
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Presidente do Conselho e Co-fundador B2L, Rubens Serra Público em São Pa
cellos ndré de Vascon Sócios B2L, A de ra ei or M ro Chaves e Mau s ta ei Fr a ir Olive
lado de ens (B2L) ao a BR Partners b u R e go ri te d Rod or Presiden erda – Diret Ricardo Lac
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Sócios B2L, Mar ina Emilia Baru ffi Valente Baggio e Adriano Mezzo mo
Alberto Morelli e José Márcio Mendonça
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ENTREVISTA
Empreendedor de alto impacto Endeavor quer potencializar negócios no Brasil Perfil, potencial de crescimento, grau de inovação e desenvolvimento. Requisitos imprescindíveis para empresas que almejam o apoio da Endeavor, organização internacional com 12 anos de Brasil. Com escritórios em 15 países, por aqui, a principal ponte da empresa é a rede de contatos e mentores. Os candidatos passam por uma seleção rígida, que inclui entrevistas, apresentações diante de conselheiros, um painel nacional de avaliação e ainda uma rodada internacional, na qual presidentes de grandes empresas e pesquisadores de instituições como Harvard e Stanford avaliam os interessados. Para passar pela avaliação, os empresários podem se cadastrar no site da entidade (www.endeavor.org.br) ou ser indicados por ex-membros ou parceiros. Com sede em Nova Iorque, a Endeavor Initiative Inc. foi criada em 1997 por um grupo de ex-alunos da Universidade de Harvard que, tendo trabalhado em mercados emergentes, identificou a inexistência de uma cultura de incentivo ao desenvolvimento de novos negócios e de programas que efetivamente apoiassem empreendedores.
Temos evoluído, mas precisamos avançar mais. Boa parte das legislações criadas ajudam o pequeno empreendedor. Porém, sobre o alto empreendedor, ou seja, àquele que começa pequeno e cresce de forma acelerada, o impacto acaba sendo pequeno. Pesquisas internacionais apontam que o crescimento mínimo para uma empresa é de 20%. Tais empresas são as grandes geradoras de emprego e renda no País. No segundo ano de existência as empresas acabam saindo do regime do Simples dado o seu rápido crescimento. A figura do Micro Empreendedor Individual e do Simples ajuda apenas os pequenos.
Qual a melhor forma de conduzir a mudança de tributação?
Marcos Simões, diretor de Seleção e Serviços aos Empreendedores
A mudança deve ser feita de forma mais lenta, para que o impacto não seja tão grande. Hoje, o mesmo modelo de tributação é aplicado para empresas de R$ 40 milhões (lucro real) e para a Ambev, que fatura mais de R$ 10 bilhões no Brasil. Faltam modelos intermediários. Outros desafios englobam a legislação trabalhista e a tributação de impostos.
Em entrevista exclusiva à B2L Corporate, Marcos Simões, diretor de Seleção e Serviços aos Empreendedores, faz uma avaliação do empreendedorismo de alto crescimento no Brasil.
Pesquisas apontam o Brasil como um dos países mais empreendedores do mundo. Dado é polêmico quando Comparado com a América aponta que o empreendedoLatina ou aos países emer- rismo nacional é pouco inogentes de mesmo porte do vador. Qual sua visão? Brasil, como o País vê seus O conceito de empreendedores de alto crescimento na maior parte dos países foi empreendedores?
A que velocidade caminha o Brasil em políticas públicas para o avanço da cultura empreendedora?
O Brasil não tem patamares ruins. Por outro lado, o Chile, por exemplo, possui um ecossistema empreendedor mais favorável do que o brasileiro. O Brasil vive desafios de países em desenvolvimento. Os problemas não são exclusivos do nosso País.
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sendo distorcido porque empreendedorismo era fortemente ligado à figura do dono.
Como funciona a correlação entre informalidade e empreendedorismo?
enTreViSTA
Das 4 milhões de empresas no Brasil hoje, 99% são pequenas e micro. Apenas 30 mil são consideradas de alto crescimento, conforme aponta pesquisa realizada pela Endeavor e IBGE. Quando olhamos para as empresas, observamos que temos muito a evoluir. O grau de informalidade ainda é muito grande, aliado à pouca qualificação. A Endeavor tem olhar atento para os empresários que buscam crescer com qualidade, dentro de um ambiente de formalidade.
Temos um processo seletivo rigoroso. Cerca de 1% das empresas entrevistadas participam do Empreendedor Endeavor. Alguns critérios são mais objetivos. Analisamos empresas que estão em grandes mercados. Não apostamos em planos de negócios e não trabalhamos tanto com ideias. A proposta é potencializar negócios: não buscamos empreendedores que só cresceriam com a ajuda da Endeavor. Buscamos sim, acelerar o crescimento, para que tais empresas não cometam os mesmos erros que outras.
Tipos de indústria Empreendedores Endeavor Brasil:
A Endeavor Brasil tem como missão transfor transformar o País em referência de empreendedorismo. Como e quais ações são utilizadas? Existem passos únicos para a realidade nacional?
Serviços Indústria Comunicação Saúde Bens de Consumo
6%
Outros
24%
Para transformar o Brasil, a Endeavor utiliza estudos da OCDE (Organização para Crescimento e Desenvolvimento Econômico), um braço da ONU, cujo trabalho é desenvolvido em seis pilares: cultura empreendedora; capacitação; acesso a capital; inovação; mercado e ambiente regulatório. Atuamos mais nos dois primeiros e estamos desenvolvendo com mais intensidade acesso a capital e inovação.
8% 9% 28%
9% 16%
TI
Qual a percepção dos empresários brasileiros sobre a Endeavor? Somos conhecidos em muitos setores. Venture Capital, tecnologia, enfim, temos muito espaço para crescer. A ideia é trabalhar cada vez mais com o empresariado. Até 2010, tínhamos escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro. Agora, estamos também no Paraná, Rio Grande do Sul e na região Nordeste. Muitas vezes as iniciativas são mais reconhecidas do que a própria Endeavor. Essa é nossa intenção, a exemplo da Semana Global do Empreendedorismo, que acontece no Brasil desde 2008 (no mundo desde 2004). Na 3ª semana de novembro, cerca de 3 milhões de pessoas são impactadas pelo evento, a cada edição, que ocorre simultaneamente em mais de 90 países. Queremos que os empresários brasileiros tenham percepção sobre o alto empreendedorismo, não sobre a Endeavor.
Como é feita a captação de conselheiros e mentores? Como a Endeavor é mantida? À medida que vamos enfrentando os desafios, buscamos especialistas que possam ajudar os empresários. Reunimos grandes nomes, incluindo os melhores e maiores empreendedores do Brasil. São 40 grandes empreendedores que acreditam na causa e são mantenedores da Endeavor. Nomes como Natura, Santander, Sebrae, Ernst&YoungTerco integram o universo dos nossos parceiros.
Comente os serviços globais oferecidos aos empreendedores nacionais selecionados.
Como a Endeavor identifica os chamados empreendedores de alto impacto? Olhamos para o potencial de mercado, ou seja: quão facilmente o empreendedor consegue replicar o modelo, quão mais leve é o negócio em mercado de capital. Se vende um produto que vai dar receita ao longo do tempo. Empreendedores que tenham algo único a oferecer. Por fim, o quanto o empreendedor é apaixonado e tem perfil para o negócio crescer.
Endeavor em números: • 431 empresas e 691 empreendedores • faturamento anual do portfólio de empreendedores em 2011: US$ 2,4 bilhões • mais de 14.500 empregos gerados • presente nos EUA, México, Colômbia, Chile, Brasil, Uruguai, Argentina, África do Sul, Turquia, Jordânia, Egito, Indonésia, Dubai, Singapura e Líbano • média de crescimento do faturamento dos empreendedores Endeavor no Brasil: entre 40% e 50% ao ano • No Brasil, a entidade apoia 55 empresas e 106 empreendedores
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VISÃO
Regionalismo +
Criatividade
acordos operacionais com agências locais são práticas também no Pará.
No Norte do Brasil, o caráter regional ganha expertise com a Mendes Comunicação. Fundada em 1961, a agência está entre as 10 com 50 ou mais anos de idade em funcionamento no País.
Formado por particularidades, o mercado regional também é Brasil, como aponta o diretor. “O que acontece no Sul e Sudeste, mais cedo ou mais tarde também ocorre aqui”.
A experiência ajuda a compreender o mercado publicitário do Pará. Oswaldo Mendes Filho fala da competitividade do mercado regional, com boas e criativas agências. “Aliás, no aspecto criatividade, o Pará sempre se destacou no cenário nacional”.
Portes A diferenciação entre o porte dos clientes é descartada pela agência. “Todos são atendidos pela mesma equipe, pelo mesmo espírito profissional. Se assim não fosse, não teríamos uma das maiores taxas de fidelização. Dos 50 clientes atendidos atualmente pela Mendes, 26 deles possuem mais de 15 anos de casa”.
Com anunciantes concentrados no setor público e no varejo, segmentos de destaque estão nos supermercados, farmácias, lojas de departamentos, concessionárias de veículos e imobiliárias. Seguindo os cenários de outras regiões brasileiras, Mendes confirma a entrada de grupos nacionais, internacionais, e confirma:
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Oswaldo Mendes Filho
Sobre novos anunciantes, o próprio mercado se encarrega de criá-los. Para isto ocorrer, Mendes lembra a máxima do mestre Chacrinha: “Quem não se comunica, se trumbica”.
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Nordeste Vive Alto Potencial de Consumo Enquanto alguns mercados ainda dependem excessivamente das verbas do setor público ou estão à espera do anunciante nacional, a força da comunicação com o consumidor local garante solidez às agências nordestinas.
“A SLA sempre buscou entender as pessoas, seus desejos, sentimentos e percepções para melhor definir a estratégia de comunicação. Não existe motivo para resistência e, sim, para comemorar mais um nicho de mercado a ser trabalhado com potencial e volume.”
Indicadores mostram que os nove Estados da região têm potencial. São grandes obras de infraestrutura como a Transnordestina, no porto de Suape, a duplicação da BR 101, além de investimentos nos setores petroquímico, imobiliário e industrial. Aliado a isso, com forte aumento e distribuição de renda, empresas nacionais enxergam no mercado nordestino um filão sem precedentes.
Lima explica que os mercados regionais sofreram muito com a transferência da tomada de decisão para o eixo Rio/SP. “A centralização das operações de grandes grupos privados, muitos deles comprados/incorporados, acabou por fragilizar a dinâmica do mercado de comunicação nas pontas operacionais”. Clientes de telefonia, alimentos e eletrodomésticos passaram a ter compras de mídia centralizadas nas agências que atendem a Matriz do Grupo, deixando pouca flexibilidade e gerência às agências regionais.
Para anunciar, acordos operacionais garantem às agências nacionais a expertise encontrada nas locais. “O mix da nossa carteira nos capacita e habilita a comunicar com chefes de Estados, formadores de opinião, consumidores de baixa renda e assim por diante”. A análise de Luis Eduardo Lima, vice-presidente de Novos Negócios da agência baiana SLA, responde sobre a ascensão da chamada classe C, grupo responsável por uma nova dinâmica econômica regional no mercado publicitário.
A agência também já percebe o movimento de entrada de grandes grupos no mercado baiano. “Agências foram vendidas integralmente ou em parte. Esse movimento é natural”. Para não perder espaço, a fórmula consiste na busca pela excelência da prestação do serviço: planejamento, criatividade e capacidade operacional. “É claro que alguns players podem entender que a fusão ou aquisição para incrementar a carteira de clientes é
uma alternativa estratégica de sobrevivência”, continua o vice-presidente. Fundada há 20 anos, a agência possui na carteira nomes como a Claro, Banco do Nordeste, Ministérios como da Justiça e governos estaduais e municipais. A SLA vê a diminuição das agências 100% nacionais entre as líderes no Brasil como um movimento sem volta. Lima afirma que os grandes conglomerados de comunicação buscam se fortalecer a partir de aquisições locais, ampliando a participação de mercado e o raio de atuação.
Preço Ao falar de concorrência predatória e desafios, o quesito preço é destacado. “Nossa atividade é, essencialmente, intelectual. Nossa equipe é o grande ativo. Não é possível entregar estratégias consistentes para aqueles que se preocupam apenas em pagar menos”. Com 60 colaboradores, as diferenças regionais em salários, estrutura e faturamento entre os players do setor também são lembradas pela SLA. De agências regionais de porte nacional a agências de um só cliente – casos refletem diretamente na qualificação e remuneração dos profissionais. Luis Eduardo Lima, da SLA
Nossa atividade é, essencialmente, intelectual
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Experiências de consumo Referência no ramo imobiliário do Espírito Santo, a agência Liga de Marketing sustenta a importância do marketing promocional. “O cliente ou o colaborador já não aceitam o mesmo cafezinho com bolacha nos eventos ou nas convenções. As pessoas buscam experiência de consumo”, diz Marcelo Braga, sócio diretor da Liga. Realizados pelos departamentos internos das empresas como RH e Marketing, hoje, os eventos são terceirizados e pedem resultados efetivos. Braga conta que a profissionalização, para a sorte do setor, foi inevitável. “O mercado é muito bairrista e exige conhecimento local. Várias agências de publicidade nacionais já vieram e voltaram. Se não entender os anseios do consumidor, não tem espaço”. Agências nacionais como DPZ, Contemporânea e Ampla já possuem filiais no Estado. O sócio aponta que a Liga possui plenas condições de competir de igual para igual, seja em lados opostos ou como parceiros com as
47 polegadas 3D e assinatura de 180 canais, dominam o mercado”, pontua Braga. O sócio analisa que a concorrência não ocorre entre marcas de um mesmo produto, mas entre segmentos. “Comprar uma TV ou fazer um Cruzeiro? Comprar um tênis ou trocar o celular? O foco tem que estar no valor de marca”.
Marcelo Braga da Liga de Marketing
agências nacionais. “Não temos que ter medo de crescer e/ou ser absorvido, pois jamais conseguirão viver sem o nosso conhecimento. Isso não se compra do dia para a noite”.
Nova Classe C Para a Liga de Marketing, a nova classe C é uma constante quebra de paradigmas. “As marcas que desvendaram os desejos desse público que anda de ônibus, mas tem uma TV
A busca por públicos distintos deve estar alinhada com o planejamento do produto/ serviço. Segundo a agência, comunicação é um investimento alto que o empresário enxerga como gasto. “Anunciar na TV é caro, e Jornal depois do meio dia só serve para embrulhar peixe”. Com estratégias bem construídas, é possível pulverizar os investimentos em várias frentes. “Com o marketing promocional, é possível encontrar com o público sem gastar fortunas. Tudo depende dos objetivos”.
Status aos legumes e emoção ao aço Presente há 25 anos no mercado, a MP Publicidade conta com 43 profissionais multidisciplinares. Diretor da agência, Pierre Debbané explica que, mesmo com 1,8% do PIB do Brasil e mercado não tão atrativo para grandes agências nacionais, o Espírito Santo também recebeu novas agências. A razão: grandes incorporadoras de fora movimentaram o mercado imobiliário regional.
empresas. “Se transformamos o varejo de frutas, verduras e legumes em verdadeira celebridade e, se conseguimos colocar emoção na composição do aço é porque nosso olhar vai além das linhas de um briefing.” Ele compara toda ação de comunicação a um tijolo a mais na grande obra de construção de marcas sólidas, perenes e atraentes.
“Aqui, o movimento foi de associação com agências locais, para atendimento às demandas das incorporações realizadas. Também no setor público, há agências de fora participando das concorrências do Governo”, acrescenta. Sobre fusões, o diretor analisa como boa alternativa para se ganhar escala e conseguir sinergias que possibilitem a redução de custos, item com alto impacto na rentabilidade do negócio e na sobrevivência da atividade.
Dos aspectos conjunturais que colocam o Brasil como “bola da vez” no mercado publicitário mundial, Debbané analisa que, dada a crise prolongada nos países do chamado 1º mundo, os mercados emergentes ganharam notória importância com a força de seus mercados. “São mais concorrentes de olho num mercado já
Com sede em Vila Velha, a MP atende amplos segmentos do mercado como siderurgia, incorporação imobiliária, varejo de hortifrutigranjeiros, operadores de saúde e instituições públicas. “Essa diversidade permite à agência um olhar mais investigativo, dinâmico e inovador.” O diretor pontua a especialidade da agência no varejo de produtos e serviços com a comunicação institucional e corporativa das
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Equipe da MP Publicidade
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Fusões
também no Sul Os grandes anunciantes do mercado publicitário paranaense têm em seu universo os setores públicos, de varejo e algumas indústrias de produtos de consumo. As empresas do Grupo OM - OpusMúltipla, Brainbox Design Estratégico e House Cricket Digital & Direct - têm como foco todos eles. Do porte nacional como O Boticário, passando por empresas líderes regionais como Livrarias Curitiba e órgãos estaduais e municipais, anunciantes expressivos formam a carteira da agência que divide espaço num mercado acirrado: são mais de 400 agências apenas no Paraná, sendo 70 bem estruturadas.
Fusão Em 1986, a agência passou por um movimento de fusão. A Opus Propaganda e a Múltipla Propaganda criaram a OpusMúltipla Comunicação Integrada. “Recentemente implantamos o Grupo OM Comunicação Integrada, cujas empresas são especializadas em propaganda, branding, retail, packaging e comunicação digital & direct”, explica José Dionísio Rodrigues, diretor presidente do grupo que reúne 115 funcionários. Os grandes grupos nacionais e internacionais estão presentes, inclusive na região Sul. “Nossos diferenciais são o conhecimento profundo do mercado local
e regional, muita agilidade, velocidade e flexibilidade.”
Ferramentas “Considero importante para introduzir o cliente no mundo da comunicação a elaboração de sua marca. Sem uma boa marca, não dá para crescer, pois ela transmite seriedade, credibilidade, segurança, competência.” Outra ferramenta é a embalagem, explica o diretor, ao defender que marca e embalagem bem construídas são essenciais para enfrentar mercados competitivos. “Estamos aqui falando de diferenciação”, sustenta.
Sobre marcas: estamos aqui falando de diferenciação
Rodrigues amplia ainda o papel das universidades no desenvolvimento de novos nichos de anunciantes. “Ao preparar novos talentos em comunicação, estes certamente ingressarão no mercado com a correta visão do papel da comunicação na construção de marcas”. Com receita bruta de R$ 15 milhões, a OpusMúltipla aponta como desafio a prática de preços irrisórios no mercado. Há também as agências que apresentam campanhas sem um diagnóstico adequado. “Nossa atividade pode ser comparada à de um médico. Só com um diagnóstico competente é possível receitar o tratamento pertinente e relevante”.
José Dionísio Rodrigues
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mAPA de oPorTunidAdeS
papeL e ceLuLose novo ciclo de expansão Raio X no Brasil 222 empresas
Exportações: US$ 7,2 bilhões
539 municípios
Saldo Comercial: US$ 5,1 bilhões
18 Estados
Impostos pagos: R$ 2,2 bilhões
2,2 milhões de hectares de florestas plantadas para fins industriais
Investimentos: US$ 12 bilhões nos últimos 10 anos
2,9 milhões de hectares de florestas preservadas
2,4 milhões de hectares de área florestal total certificada
68 mil
47 mil
industria floresta
115 mil empregos diretos
575 mil empregos indiretos
Fonte: Associação Brasileira de Celulose e Papel – Bracelpa 2011
mAPA de oPorTunidAdeS
KLabin
Gigante anuncia r$ 6,8 bi no Paraná
“Este é o maior investimento do setor privado na história do Paraná”. Com esta frase, o governador Beto Richa celebrou investimentos de R$ 6,8 bilhões do novo complexo industrial da Klabin no Estado.
Dados Financeiros 2011
A área industrial ocupará 1.450.000 m2, e produção de 1,5 milhões de toneladas de celulose por ano. Com previsão de operação em 2015, de início, serão gerados 1.600 empregos diretos e, no pico da obra, cerca de 7 mil vagas de empregos deverão ser abertas.
R$ 3,9 bilhões
A Klabin, empresa brasileira com 113 anos, é a maior produtora, exportadora de papéis do Brasil e a maior recicladora de papéis da América Latina. É líder na produção de papéis e cartões para embalagens, embalagens de papelão ondulado e sacos industriais, além de comercializar madeira em toras. Possui 16 unidades industriais no Brasil e uma na Argentina.
EBITDA:
R$ 1.077 milhões Área florestal (PR, SC, SP) Área total:
505.407 hectares
Entre as principais áreas de atuação, destaques às indústrias alimentícia, de bebidas, de higiene e limpeza, brinquedos e eletrodomésticos, entre outras. São produzidos por ano, em toneladas: Papéis para embalagens (1,9 milhão); celulose (1,7 milhão) e madeira para o mercado (2,5 milhões).
Font0: ANPr
Com negócios em 70 países de todos os continentes, volume exportado em 2011 atingiu 587 mil toneladas.
florestas plantadas:
238.013 hectares de pínus e eucalipto florestas preservadas:
212.623 hectares de matas nativas
unidade Monte Alegre (Pr): maior fábrica de papéis do País
Fonto: Franklin Xavier
70 Países
diretor da Klabin, Fábio schvartsman, ao lado do governador Beto richa
Receita líquida:
MAPA DE OPORTUNIDADES
Suzano Dólar alto para alavancar resultados A alta do preço da celulose no mercado internacional, somada ao dólar mais valorizado, deverá alavancar o resultado financeiro da Suzano Papel e Celulose no segundo trimestre de 2012. A expectativa é reverter as perdas com a queda do preço médio de celulose, de US$ 850 para US$ 750 por tonelada, que afetou as margens operacionais da companhia.
Unidade de celulose em construção no Maranhão
Empresa de base florestal com mais de 80 anos de atuação, a Suzano é de capital aberto, controlada pela Suzano Holding. Tem operações em dois segmentos: celulose, voltada para 31 países, e papel, vendido em 86 nações. Segunda maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, ocupa ainda a oitava posição entre as produtoras de celulose, liderando o mercado de papéis brancos no Brasil e na América do Sul.
Balanço
“Concentramos 77% de nossas vendas no Brasil e nas Américas, região onde temos margens melhores”, afirma o presidente da empresa, Antonio Maciel Neto. A receita com as vendas de papel foi de R$ 587 milhões, alta de 7,8% se comparada a igual período de 2011. Segundo o presidente, a Companhia permanecerá forte no segmento de papel e aumentará sua capacidade produtiva em celulose de mercado, além de ampliar seu escopo de atuação em novos produtos e serviços. Alvos são a produção de pellets de madeira para energia renovável, serviços de gestão de florestas de terceiros e biotecnologia. “Com esse foco de atuação, a Companhia se tornará até 2024 – quando o Grupo Suzano completará 100 anos de atuação – uma das or-
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ganizações empresariais mais importantes e eficientes do mundo focada no setor de base florestal”, acrescenta Maciel.
Conjuntura
segue em forte ritmo. Trata-se de um investimento que encontra respaldo na crescente demanda de celulose, mas que só deverá gerar caixa após cerca de sete anos.
A Suzano registrou lucro líquido de R$ 71,830 milhões no primeiro trimestre de 2012, 50% menor do que o registrado em igual período no ano passado. A fabricante reportou EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 238,193 milhões de janeiro a março, queda de 32,6% sobre o registrado no mesmo período de 2011. Por outro lado, o resultado financeiro líquido do primeiro trimestre foi positivo em R$ 88 milhões, ante R$ 5,587 milhões negativos em igual trimestre de 2011.
Fonto: Sérgio Zacchi
Com os dados financeiros apresentados em maio passado, 62% das vendas no primeiro trimestre de 2012 foram no mercado interno, seguido de América do Sul e Central, com 15% do total de papel vendido.
Maranhão A construção da nova unidade de produção de celulose no Maranhão (Imperatriz)
Antonio Maciel Neto, presidente da Suzano
mAPA de oPorTunidAdeS
VISÃO SUZANO
Investimentos totais 2012: R$ 3,5 bilhões Em ação:
Futuro:
Obra: Unidade de celulose Local: Maranhão Investimento: US$ 2,9 bilhões Capacidade anual será de 1,5 milhão de toneladas de celulose de mercado e geração excedente de energia de 100MW. O start-up está previsto para 2013
Suzano Energia Renovável Local: Nordeste Investimento: US$ 800 milhões A Companhia está avaliando alternativas de estrutura de capital para a Suzano Energia Renovável. Projetos incluem 3 unidades de produção de pellets de madeira no Nordeste com capacidade de 1 milhão de toneladas cada e início de operação em 2014
Obra: Unidade de celulose Local: Piauí Investimento: US$ 3 bilhões Serão 1,5 milhão de toneladas de celulose de mercado e geração excedente de energia de 100MW. A base florestal está sendo formada e a previsão para decisão de investimento industrial no Estado será em 2014
arauco Aumenta capacidade
A Arauco do Brasil - subsidiária do grupo chileno Celulosa Arauco y Constitución - anunciou este ano a ampliação da fábrica de Jaguariaíva (PR). Segundo o diretor de Assuntos Corporativos, Fernando Lorenz, os investimentos serão da ordem de R$ 272 milhões na linha de MDF II e R$ 25 milhões na aquisição da terceira linha de revestimento melamínico. Com isto, a líder mundial na fabricação de produtos florestais sustentáveis aumentará em 50% a capacidade de melaminização de suas plantas no Brasil. A Arauco, a maior companhia florestal do hemisfério Sul, está situada em nove unidades no Brasil, entre administrativas, industriais e florestais. No mundo, emprega 35 mil pessoas por meio de operações florestais e industriais no Chile, Argentina e Brasil. A empresa conta ainda com uma rede de escritórios de vendas internacionais. As áreas da Arauco incluem 1.006.660 hectares de florestas plantadas e 374 mil hectares de florestas nativas protegidas. A Arauco fabrica um total de 3,2 milhões de toneladas de celulose branqueada e não branqueada no mercado, um total de 2,8 milhões m3 /ano de madeira serrada e 3,2 milhões m3 /ano de painéis derivados de madeira (MDF, aglomerado).
Arauco em Jaguariaíva (Pr)
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mAPA de oPorTunidAdeS
Avanço A demanda mundial por celulose deve crescer entre 3% e 4% ao ano na próxima década. Brasil caminha para estar entre os três maiores fabricantes globais. Hoje o País é o quarto maior produprodu tor, com 14 milhões de toneladas por ano
salto O consumo de MDF no mercado brasileiro passou de 1,4 milhão de m3 por ano em 2005 para 3,2 milhões de m3 em 2010, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira (ABIPA). A indústria de painéis de madeira programou investimentos de US$ 1,2 bilhão entre 2010 e 2014 no Brasil
us$ 20 bilhões É o que estima a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) com relação aos investimentos a serem recebidos dentro do novo ciclo de expansão do setor, em dez anos. A cifra inclui ampliação da base florestal em 45%, para 3,2 milhões de hectares; da produção de celulose em 57%; e de papel, em 30%
Apagão florestal Levantamento da consultoria Pöyry Silviconsult aponta para um déficit mínimo da ordem de 1,3 milhão de hectares plantados até 2020. Caso todos os projetos sejam implantados, o déficit de área plantada chegará a 2,3 milhões de hectares. A situação deve gerar um desequilíbrio na oferta de madeira, principalmente no Sul e no Sudeste, e reforçar a migração de projetos para as regiões Centro-Oeste e Norte
exportações Os setores de papel e celulose juntos tiveram, no ano de 2010, um volume de exportações de US$ 6.770 milhões (FOB – Free on Board). Em 2011, o número saltou para US$ 7.190 milhões, com uma variação de 6,2%. De janeiro a abril do ano passado foram exportados US$ 2.348 milhões contra US$ 2.194 milhões no mesmo período de 2012, registrando queda de 6,6%
importações US$ 1.900 milhão foi o valor importado pelos dois setores em 2010. Número subiu para US$ 2.128 milhões em 2011, com variação de 12%. De janeiro a abril de 2011 o volume de imporimpor tações atingiu US$ 722 milhões contra US$ 657 milhões em mesmo período de 2012. Variação apontou queda de 9%
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rio+20 Numa iniciativa conjunta, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o International Council of Forest and Paper Associations (ICFPA) e a Bracelpa promovem este mês o seminário internacional “Forests: the Heart of a Green Economy”. O objetivo é debater a contribuição da atividade florestal no desenvolvimento sustentável e na erradicação da pobreza.
Queda A margem EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Suzano recuou de 33% no primeiro trimestre de 2011 para 23% no primeiro trimestre de 2012. Parte das perdas registradas pela queda do preço da celulose foi equilibrada pela alta do dólar no período
mAPA de oPorTunidAdeS
14 milhões de toneladas É o que o Brasil fabrica de celulose por ano e deverá alcançar produção de mais de 20 milhões de toneladas até o fim da década
nova fábrica A fabricante chilena de painéis de madeira Masisa deve investir R$ 55 milhões para ampliação da unidade de Ponta Grossa (PR). A unidade de Montenegro (RS) receberá R$ 15 milhões. A empresa está entre as cinco maiores fabricantes do Brasil, com 10% do mercado no segmento
r$ 1 bilhão A paranaense Berneck S/A Painéis e Serrados é uma empreempre sa de origem familiar que faturou R$ 700 milhões em 2011. A empresa espera atingir R$ 1 bilhão este ano. Para a entrada em operação da nova unidade em Santa Catarina, foram investidos R$ 320 milhões entre recursos próprios, financiafinancia mentos do BNDES e de bancos estrangeiros. No final de 2012, a Berneck ainda inaugura em Curitibanos (SC) uma serraria com investimentos de mais R$ 90 milhões
dinamismo Em novembro de 2011, foi aprovada a incorporação da FloresFlores tal Brasil S.A pela Eldorado. A Florestal foi constituída em 2007 e entre suas atividades florestais está o plantio de eucalipto e produção de mudas florestais em viveiro próprio
r$ 220 milhões A Klabin irá implantar uma nova máquina para fabricação de papéis e sacos industriais com investimento de cerca de R$ 220 milhões em sua unidade de Correia Pinto (SC). Com a nova máquina, a empresa estima que sua capacidade de produprodu ção de papel para sacos industriais atingirá 213 mil toneladas em 2014
Gigante i
Gigante ii
A futura fábrica da Eldorado está sendo construída no mumu nicípio de Três Lagoas (MS) no Km 231 da Rodovia BR 158 e a área da unidade industrial é de 5.700.000 m2. O investimento estimado é de R$ 6,2 bilhões. Pretende chegar à posição de 5º maior do mundo em produção de celulose de fibra curta, em uma linha única de produção. Após sua conclusão, prevista para o final de 2012, a indústria terá capacidade para produzir 1,5 milhão de toneladas por ano de celulose branqueada
A nova fábrica será responsável por 20% do total do setor das exportações brasileiras, com Receita estimada em US$ 1 bilhão/ano. A Eldorado recentemente fechou contrato com a ALL - América Latina Logística, hoje a maior companhia ferroviária do Brasil. Pelas suas linhas vão transitar 800 mil toneladas por ano
Fonte dos dados: ABiPA, PA, Bracelpa, Berneck, Gazeta do Povo, Época, exame, Suzano, Arauco, Klabin, Stora enso, eldorado
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CAPA
Coamo, Campo Mour達o (PR)
CAPA
A Gigante Coamo
No Brasil
Mais de 100 mil pessoas recebem benefícios diretos do cooperativismo, entre cooperados, funcionários e familiares
Cooperados
24.372
1.523 Cooperativas Agropecuárias
969.541
R$ 5,97 bilhões Produtores
Receitas Globais
US$ 6,1 bilhões
R$ 369,48 milhões Exportações
Sobras Líquidas
R$ 4,50 bilhões Ativo total
R$ 2,19 bilhões Patrimônio Líquido
5,08 milhões Capacidade de Armazenagem (Estática)
de toneladas
5,65 milhões Recebimento da Produção
de toneladas de produtos agrícolas
3,5% da produção Participação
agrícola do Brasil
5.540 diretos
Fotos: Assessoria de imprensa Coamo
Empregados
R$ 284,34 milhões Impostos, taxas e contribuições
R$ 599,50 milhões Alimentos Coamo
(10% do faturamento total)
(+39,8%)
Fonte: OCB/2011
Ano Internacional das Cooperativas declarado pela ONU, 2012 será marcado pela visibilidade, discussões e impactos do movimento cooperativista. No mundo, 1 bilhão de pessoas estão envolvidas nas cooperativas, divididas em 13 segmentos. Por aqui, são 30 milhões de brasileiros beneficiados. Abertas às potencialidades, as cooperativas revelam a cada dia novos empreendedores, e comprovam que soluções coletivas superam barreiras individuais. Do cafezinho da manhã ao frango no jantar, hoje, mais de 50% de toda a produção agropecuária do País passam, direta ou indiretamente, por uma cooperativa. Para o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Freitas, o cooperativismo representa alternativa socioeconômica sustentável. “Vamos aproveitar esse momento para mostrar de que forma já contribuímos e podemos somar ainda mais para o desenvolvimento global, por meio da prática dos valores e princípios cooperativistas. A intenção é disseminar essa essência e mostrar que a força desse movimento está justamente na valorização do capital humano.” Por seu criador, conheça a criatura Coamo - síntese absoluta de liderança entre as cooperativas agropecuárias no Brasil.
CAPA
Alguns dizem que vou durar 100 anos. na a verdade, vou durar 120. José Aroldo Gallassini
A frase vem do fundador e presidente da Coamo Cooperativa Agroindustrial, José Aroldo Gallassini, ao falar dos 36 anos à frente da maior cooperativa da América Latina. Com voz decidida, o engenheiro agrônomo catarinense, 71 anos, afirma só sair da presidência por dois motivos: falta de saúde ou o dia em que os cooperados não o quiserem mais. Durante a entrevista à B2L, a cada resposta números revelam a grandiosidade desta obra escrita e protagonizada por um mito do agronegócio. Um exemplo claro vem do faturamento da gigante no ano passado: quase R$ 6 bilhões. Montante
Visão Das perspectivas para o setor nos próximos anos, ele é enfático ao dizer que: existem no Brasil 90 milhões de hectares a serem aber abertos. “Podemos ser privilegiados neste aspecto para produzir alimentos, biodiesel e etanol”. Sobre o segredo de sucesso da Coamo, Gallassini rebate: “Não temos segredo. Jogamos aberto”. Créditos são muitos. Ele aponta a grande participação das pessoas que acreditam na Coamo, e da diretoria, que coordena o trabalho de funcionários com interesses voltados aos cooperados. “Um depende do outro”. Para o presidente, a capitalização é um ponto crucial. “É o segredo dos bons negócios – na hora da compra é preciso negociar bons preços; na venda, o poder de barganha e o bom atendimento ao cliente. Isso somado resulta no sucesso.”
fez de 2011 um marco na história da Coamo, ao registrar um sólido desempenho econômico-financeiro com crescimento de 25% em relação ao ano anterior. Assim como as empresas mais modernas do mundo, a Coamo divide seus bons resultados. Os associados recebem um cheque cujo valor do bônus é de acordo com o volume de produção entregue. A distribuição das sobras alcançou R$ 161 milhões. Até 2014, R$ 275 milhões serão investidos para modernização das 40 unidades de produção e a construção de 8 novos es-
tabelecimentos no Paraná e Mato Grosso do Sul. Com atuação em 63 municípios nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, a Cooperativa, com sede em Campo Mourão (PR), recebeu em suas 115 unidades uma produção de 5,65 milhões de toneladas de grãos e fibras, equivalente a 3,5% da produção nacional. No campo das aquisições, oito cooperativas que entraram em dificuldade foram assumidas pela Coamo. No momento está sendo incorporada a cooperativa Coagel, de Goioerê (PR).
Palavras “José Aroldo Gallassini é um empreendedor nato, um homem que tem dedicado sua vida na valorização dos agricultores. Um líder que tem contribuído em prol do desenvolvimento da agricultura e do cooperativismo brasileiro. Uma pessoa que não esmorece diante das dificuldades, e que sempre está disposto a contribuir para que o agronegócio continue sendo a grande locomotiva que movimenta nossa economia.” João Paulo Koslovski, presidente do Sistema OCEPAR – Organização das Cooperativas do Estado do Paraná.
CAPA
Foco no Varejo Com forte perfil exportador de commodities, R$ 81 milhões estão sendo investidos para industrialização e agregar valor à produção dos associados. Com um parque industrial próprio, 1,76 milhão de toneladas de soja e 49,61 mil toneladas de trigo foram industrializados no ano passado, além de 2,04 mil toneladas de café beneficiados e 6,68 mil toneladas de algodão em pluma. A área alimentícia do grupo, Alimentos Coamo, atingiu o recorde de R$ 599,50 milhões, 10% do faturamento total, alta de 62% sobre ano de 2010. Hoje, as linhas de margarina e óleo de soja da Cooperativa estão entre as cinco mais vendidas do País. A aposta de conquista de mercado no varejo segue nas redes de médio porte de supermercados fora do eixo Rio/São Paulo. Ataque às grandes redes é questão de tempo, marketing, além de novas formas de financiamentos.
Made in Brazil Sob o slogan “Eu colho oportunidades a partir dos riscos”, Gallassini foi garoto-propaganda durante um mês no The New York Times, em 2007. Convite partiu da Bolsa de Valores de Chicago. Não é para menos: a Cooperativa é líder no ranking dos maiores exportadores do Paraná e está na 35ª posição entre os exportadores do Brasil. Em 2011, foram exportados pelos portos de Paranaguá (PR), Santos (SP) e São Francisco (SC), um total de 2,59 milhões de toneladas que resultaram no montante de US$ 1,15 bilhão, 37% do faturamento total. As exportações são realizadas pela Coamo Internacional, subsidiada da Coamo. A Cooperativa opera na Bolsa de Valores de Chicago e São Paulo.
CAPA
Aposentadoria do Cooperado Para atender aos cooperados, um modelo de gestão foi criado para o resgate de capital. Aos 65 anos – e tendo dez anos de Coamo – é possível para o cooperado resgatar 50% do acumulado durante o período (equivale a 1% do que o produtor entrega e comercializa). “A Coamo retém, mas é dele”. Os outros 50% podem ser retirados aos 70 anos, deixando o capital mínimo (R$ 400) para não perder o vínculo com a Cooperativa. Finalmente, após esta etapa, a cada dois anos, pode-se retirar o que acumulou – fora os R$ 400. “É a aposentadoria do cooperado”, compara Gallassini.
Formação e Sucessão A Coamo investe ainda na formação e educação cooperativista. Um exemplo é o Programa Coamo de Jovens Líderes Cooperativistas, idealizado em 1998, com mais de 600 jovens atingidos. “Estamos colaborando para o aumento do conhecimento e na formação de uma nova geração de empreendedores com a prática de novos conceitos de administração e gerenciamento rural”, argumenta Gallassini. O objetivo é a melhoria gradual e contínua dos resultados e da qualidade de vida no ambiente produtivo rural. O presidente acredita que os jovens do campo são os grandes responsáveis pela implantaimplanta ção de um novo modelo de administração rural, muito mais profissional. “Eles trabalham de forma arrojada, sem esquecer as lições da família passadas de geração em geração”, e ressalta que aqueles com potencial para assumir um processo sucessório, participam de cursos de MBA.
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CAPA
Credicoamo A Credicoamo Crédito Rural Cooperativa tem como principal diretriz financiar as atividades produtivas dos associa associados. Só no ano passado, a Credicoamo efetivou a aplicação de recursos na ordem de R$ 516,31 milhões na concessão de financiamentos de crédito rural e nas demais modalidades de empréstimos e financiamentos, com a contratação de 14.927 operações de crédito. O presidente qualifica a Credicoamo como o banco dos associados. Nela, os cooperados encontram linhas exclusivas de produtos e serviços, capazes de proporcionar rentabilidade com segurança. Entre as modalidades disponibilizadas, estão conta corrente, cartão de crédito internacional, empréstimos para capital de giro, financiamentos de custeio e investimento para agricultura, pré-comercialização, financiamento complementar, entre outros. Com expressivo volume de atuação, o seguro agrícola, cuja importância segurada foi de R$ 264,91 milhões e 2.411 apólices, apontou alta de 34,85%. Performance credencia a Credicoamo como uma das principais angariadoras do seguro agrícola em nível nacional.
CAPA
cooperativas miram merCAdo inTernACionAL investimentos no Paraná chegam a r$ 5,5 bilhões Dos US$ 6,1 bilhões em produtos exportados pelas cooperativas brasileiras em 2011, US$ 2,2 bilhões vieram do Paraná – líder nacional. Estudo da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (OCEPAR) apontou como fatores principais os bons preços internacionais das commodities na bolsa de Chicago - CBOT, a expansão no setor de carnes (frango), e a última safra agrícola de 162,8 milhões de toneladas, considerada a maior de todos os tempos pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Em cinco anos, os investimentos em novas estruturas de armazenagem e de agroindústrias superaram R$ 5,5 bilhões, mais de R$ 1 bilhão/ano. Das 240 cooperativas estaduais, 80 atuam no setor agropecuário. Juntas, reúnem 745 mil cooperados e abrigam 2,5 milhões de paranaenses, entre cooperados, colaboradores e familiares. Com 1 milhão e 500 mil postos de trabalho no Estado, a movimentação econômica alcançou R$ 32 bilhões no último ano. Hoje existem 11 cooperativas com receitas superiores a R$ 1 bilhão cada, promovendo a interiorização dos negócios e dinamizando toda a economia nas regiões onde atuam. As cooperativas agropecuárias são responsáveis por 55% de
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toda produção agrícola paranaense. Segundo o presidente do sistema OCEPAR, João Paulo Koslovski, mais de 100 países compram das cooperativas do Paraná – fruto de investimento na busca de novos mercados e forte agroindustrialização. Dos desafios do setor no Brasil, ele aponta a alta carga tributária “que penaliza sobremaneira as cooperativas e todo o setor produtivo. Os déficits de infraestrutura aliados ao seu elevado custo têm gerado muita preocupação e até mesmo prejudicado a nossa competitividade”, alerta. Na visão do presidente, é preciso ainda viabilizar a aguardada Lei Cooperativista em discussão no Congresso Nacional, bem como aprovar políticas públicas de incentivo ao desenvolvimento do cooperativismo no País e, especialmente, fortalecer a atuação sistêmica, fomentando uma maior interação e atuação estratégica entre as cooperativas. O crescimento das cooperativas de crédito tem demonstrado que é possível atender as demandas dos milhares de cooperados que integram este ramo. Na área de saúde já são mais de 1,5 milhão de paranaenses atendidos pelas cooperativas do setor. Cresce também o trabalho na área de transporte, educação, infraestrutura, dentre outros.
CAPA
Força do Interior Com 5.631 empregados, a C. Vale Cooperativa Agroindustrial, com sede em Palotina (PR), possui 12.858 cooperados. Seu faturamento em 2011 foi de R$ 2,78 bilhões. Entre os produtos exportados pela cooperativa para mais de 30 países estão soja, milho e carne de frango. Ampliação do leque de clientes e diversificação das fontes de receita são fortes motivos para a exportação dos produtos citados. A C.Vale é considerada a segunda maior cooperativa singular - que opera diretamente com produtores - do Paraná e do Brasil em faturamento, conforme “Maiores e Melhores” da Revista Exame. Também entre as líderes em exportação em nível nacional, a Copacol Cooperativa Agroindustrial Consolata (Copacol), com sede em Cafelândia (PR), gera sete mil empregos diretos e conta com 4,7 mil associados. Ao faturar R$ 1,388 bilhão no ano passado, os destaques entre os produtos exportados pela cooperativa são: cortes, miúdos e industrializados de frango, além de pele de tilápia. Entre as vantagens da exportação, a cooperativa aponta melhores preços e diversificação de mercados.
Recorde de vendas 2012 US$ 1,293 bilhão. Total do primeiro trimestre de 2012 em vendas internacionais - maior resultado desde o início da série histórica, em 2006. No total, 125 cooperativas em 17 Estados exportaram para 118 países.
Importações As importações tiveram expansão de 12,7% e totalizaram, no período, US$ 54,7 milhões. De janeiro a março deste ano, as cooperativas importaram principalmente ureia, máquinas e aparelhos para preparação de carnes. Os EUA foram principais vendedores, seguidos do Japão, Paraguai, Espanha e a Ucrânia. Nove Estados realizaram importações por meio de 60 cooperativas. O Paraná também liderou as importações, com 48,5% do total.
Para diversificar fonte de receitas, produtos da C.vale são vendidos em mais de 30 países
Ranking Exportações Produtos Açúcar refinado US$ 297,3 milhões Café em grãos US$ 177,5 milhões Farelo de soja US$ 139,5 milhões Frango US$ 138,4 milhões Estados Paraná US$ 419,9 milhões (32,5% do total) São Paulo US$ 350 milhões (27,1%) Minas Gerais US$ 191,7 milhões (14,8%) Santa Catarina US$ 103 milhões (8%) Rio Grande do Sul US$ 101,4 milhões (7,8%) Destino China US$ 142,4 milhões (11% do total) Estados Unidos US$ 118,7 milhões (9,2%) Alemanha US$ 108,5 milhões (8,4%) Emirados Árabes Unidos US$ 98,1 milhões (7,6%) Países Baixos US$ 77 milhões (6%)
CAPA
Gaúchos querem crédito Com participação de 60% no PIB agropecuário gaúcho, as cooperativas querem políticas públicas de crédito e fiscal. Presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (OCERGS), Vergilio Perius fala dos discursos políticos favoráveis, mas das medidas distantes. “Não temos políticas públicas de acesso ao crédito, como tem o BNDES/PAR, que repassa grandes fatias de recursos a empresas privadas, concorrentes das cooperativas”.
Precisamos de linhas de crédito federais adequadas à realidade cooperativa, com prazos e juros compatíveis.
Para ele, a falta de um sistema de crédito próprio, autônomo e independente de outras instituições impede o avanço do País. “No Brasil este processo é embrionário, não chegamos a 3% do mercado nacional. O Canadá tem 46%. Em nível de País, este é um desafio estratégico”. Ele acrescenta a necessidade de modernização do processo cooperativo para compras coletivas, de escala, além de modelos de gestão e governança.
Exportação Perius ressalta que o Rio Grande do Sul tem uma posição conservadora em relação à exportação. “As commodities, notadamente grãos e matéria-prima in natura, expulsam o homem do campo, já que a máquina faz o serviço por ele. Podemos ver, em diversas cooperativas que possuem agroindústria, que a juventude fica no campo, pois há mão de obra”.
vergilio Perius (oCerGs)
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Foto: Carolina Barcelos
Cooperativas Agropecuárias/ RS Empregados Associados
166 27.271 290.474
(Fonte: OCERGS/Mar2012)
Sobre investimentos para os cooperados, o presidente enumera vantagens como assistência técnica permanente e garantia da comercialização da produção com preço justo, de modo que o produtor não fique escravo e refém de monopólios e oligopólios. As cooperativas gaúchas têm 126 rádios que divulgam preços, mercados, “com informações transparentes, não especulativas”, afirma o representante da OCERGS. “Por último, eu diria que é o aspecto social das cooperativas, que conseguem manter o homem no campo com custeios, repasses e projetos de irrigação. Isto é inclusão social”.
Fonte: 2LikePhotoStudio
CAPA
AGrisHoW - 19ª Feira internacional de tecnologia Agrícola em Ação: Cooperativas presentes
PAuLiSTAS ABrAçAm CooPerATiViSmo Com 30 caravanas de 100 municípios das regiões do Vale do Paranapanema, Marília, Piracicaba, São José dos Campos, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto, produtores rurais participaram da edição da AGRISHOW 2012, de Ribeirão Preto, em maio passado. Segundo dados da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (OCESP), o setor responde por 10 milhões de cooperados no Brasil e 3,3 milhões no Estado. Nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, os cooperativados já representam 50% da população.
Em todo o País, o setor agropecuário reúne cerca de 970 mil produtores rurais e 300 mil empregos diretos. O presidente da Agrishow 2012, Maurílio Biagi Filho, destacou o potencial de crescimento da agropecuária nacional. “Produzimos hoje 150 milhões de toneladas de grãos, mas temos potencial para produzir o dobro, triplo até o quíntuplo disso”, afirmou. Ao superar os R$ 2 bilhões em negócios realizados, envolver 20 mil profissionais e 780 expositores, a AGRISHOW já ocupa o 3º lugar no ranking mundial de feiras do setor.
SAÚde emPreSAriAL
dez ideias
Todos querem ser produtivos. Isso é fato! E é fundamental que aconteça para o crescimento pessoal e corporativo. Ser produtivo é sinônimo de sucesso. Mas chegar lá não é tão fácil e perdemos rapidamente o foco. Seleciono dicas práticas de como e o que fazer para facilitar este caminhar.
1
Treine o cérebro: em sua parte frontal, existe uma área destinada ao funcionamento executivo. Direcione-o para O QUE você quer. Esta região é responsável por prever situações e executar tarefas, das mais simples às mais complexas na vida profissional e diária. E assim como um músculo, o cérebro precisa de estímulo. Peça a ele sempre mais.
2
Visualize a solução, não o problema: ao traçar uma meta, visualize o pensamento nos resultados. Para problemas, mentalize o que você quer dele. Vá além e veja o resultado. Este deve ser o foco.
3
Administre as emoções: controle ativamente o estado emocional. Seja perceptivo. Ao perceber que sua mente pode lhe prejudicar, tente mudar seu foco. Pense em um episódio em que esteve num estado emocional positivo e tente voltar àquela sensação. Deixar as emoções terem fluxo livre é um erro.
4
Avalie prioridades: faça uma relação das prioridades dos clientes e, ao lado, uma relação das suas. Compare-as. Seja frio e racional, subtraia as emoções e analise o que realmente é prioritário. Habitue-se a ouvir os critérios pessoais de outras pessoas relevantes. Concentre sua atenção nos aspectos mais produtivos e deixe claro à equipe o porquê, assim irá motivá-los também.
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Detecte e previna obstáculos: é sempre melhor evitar problemas antes que ocorram. Para isso, tente reconhecer mudanças súbitas no comportamento dos outros. Esteja sensível com a equipe.
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Seja o tutor de si mesmo: aperfeiçoe a autorreflexão para maximizar o desempenho. Olhe para si e busque pontos fortes e fracos. Abuse das tarefas que possam explorar potencialidades. Porém, nunca recuse desafios.
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junho 2012
SoBre ProduTiVidAde nA PerCePção Abuse das tarefas que possam explorar potencialidades. Porém, nunca recuse desafios. 7
Saiba aliar pessoas: fique junto daqueles que promovem crescimento. Ao ser deficiente em algum ponto, é possí possível encontrar força em pessoas ao redor. Se na equipe não há pessoas prontas para suprir deficiências, contrate-as. Utilizar a inteligência emocional para isso é a chave.
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Durma bem: parece tolice falar de sono aqui, mas é tão importante que trarei um artigo específico sobre o sono na próxima edição. Dormir nos faz fixar memórias, equilibra os hormônios, ajuda na função cardíaca, evita infecções e é fundamental para uma boa saúde mental. É necessário dormir de 6 a 8 horas por noite. Acordar bem disposto faz a produtividade ir às alturas.
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Relaxe: dê tempo ao corpo e mente para atividades que tragam prazer. Tantas coisas são necessárias e são vistas como perda de tempo. Não são! Relaxar também é preciso.
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Tenha uma mente do futuro: antecipe-se sempre. Os melhores executivos são pessoas que “jogam xadrez” na mesa de negociações. A mente quando aliada à empatia traz uma incrível percepção e projeta ações para o futuro.
Trabalhar a mente para ser produtivo é parte de um intrincado quebra-cabeça da gestão pessoal. Quando praticada com técnica, resultados chegam para construir um profissional mais forte. Não será fácil cumprir tudo. Leva tempo e empenho. Aceita o desafio?
RAqUEL HEEP BERTOZZI CRM 22080 – Especialista em Psiquiatria – Integrante da Sociedade Paranaense de Psiquiatria.
emPreendedorAS
crescimento inteLiGente O Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica 2012 realizado em Florianópolis, no mês de maio, induz a números. O Brasil produz, a cada ano, 500 mil novos graduados ou licenciados e cerca de dez mil novos pesquisadores doutores. Nos cursos técnicos 1,15 milhão. Nos cursos tecnológicos, 708 mil. Mas há escolas insuficientes e desigualdades regionais nas vagas ofertadas. E o número de matrículas no Ensino Técnico corresponde a apenas 18% dos matriculados no Ensino Superior. Dedução? Cifras são irrisórias, se comparadas com a matrícula do Ensino Médio, de 9,8 milhões, e Ensino Superior, de quase 6 milhões. Não atendem às exigências da complexidade dos setores produtivos. O conceito de Smart Growth (Crescimento Inteligente) existe no vocabulário dos norte-americanos há anos. Cada grupo interessado no desenvolvimento econômico de seu País define-o à sua maneira. Mas para europeus e brasileiros, há mais versões. Pelo plano “Europa 2020”, o crescimento inteligente privilegia o setor do conhecimento em três itens: 1) investigação e inovação - criar produtos e serviços que sejam resposta aos desafios sociais, tais como alterações climáticas, eficiência energética, saúde, evolução demográfica; 2) educação - encorajar a aprender ou atualizar competências; 3) sociedade digital - utilizar melhor a informação e comunicação, reforço da investigação à comercialização.
Por que precisa a Europa de um crescimento inteligente? Sua taxa de crescimento é inferior à dos concorrentes. Há déficit de produtividade (pouco investimento em inovação). A utilização das tecnologias digitais é insuficiente. Estratégias? Uma delas será aumentar o sucesso escolar: reduzir as taxas de abandono escolar para menos de 10%. Aumentar a porcentagem dos que concluem e ampliam o Ensino Superior. Replanejar qualificações de nível médio (inadequadas para o mercado de trabalho). Por que o Brasil necessita do crescimento inteligente? Mais motivos ainda. O percentual de universitários entre 18 e 24 anos é de 17%, contra a meta oficial de 33% em 2020. Apenas 4,5% dos jovens do Ensino Médio fazem algum curso técnico, contra 20% do Cone Sul. Não se incentiva, suficientemente, mulheres em início de carreira à vida empresarial, a ampliar o interesse por técnicas de nível médio e tecnologia superior. Precisa-se, pois, de gente capaz. Técnicos e tecnólogos. Masculinos e femininos. Segundo o MEC, há seis universitários para cada egresso de escola técnica. Estamos caminhando. Resultados parciais do Sistec indicam a marca de 4.463 escolas técnicas. Portanto, a educação profissional voltou a ser valorizada, desde 2008. Há promessa do PRONATEC de gerar 1,6 milhão de vagas em 2012. Existem dois catálogos do MEC que devem ser consultados por toda empresária.
O Catálogo Nacional de Cursos Técnicos agrupa 12 eixos tecnológicos que somam 185 ofertas de cursos. Por exemplo, o eixo tecnológico “Gestão e Negócios” (como o da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica do AmazoAmazo nas). O eixo tecnológico “Infraestrutura” (Mato Grosso). O de “Produção Industrial” (Rio Grande do Norte). O Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia relaciona cursos em 112 graduações organizadas em 13 eixos tecnológicos, 20 áreas profissionais bem definidas. Os tecnólogos são profissionais de nível superior. Cursos mais curtos do que nas faculdades e podem ser ofertados em módulos, com certificação parcial. Integralizados todos os módulos, o egresso tem direito ao diploma de validade nacional e os mesmos direitos dos bacharelados e licenciados. Tais alunos, todos eles, devem ser premiados pelos esforços. Em uma dessas categorias, mulher empreendedora, você deve buscar seu futuro funcionário. Ou fazer, você mesma, a atualização das suas competências e ambições. Isto sim é crescimento inteligente. NOELY MANFREDINI Empreendedora, colunista e autora de 22 livros.
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NEGÓCIOS & VOCÊ
Rio Investors Day
Private Equity
Incluir a capital carioca no calendário financeiro global. Iniciativa em maio passado reuniu 60 empresas de capital aberto, sendo 600 investidores brasileiros e estrangeiros. Cidade quer atrair bancos de investimento, butiques financeiras, fundos de private equity e venture capital. A Pimco, maior gestora de recursos de renda fixa do mundo, que administra US$ 1,77 trilhão, anunciou sua vinda. A H.I.G Capital, que tem US$ 8,5 bilhões sob gestão em fundos, já plantou pés no Rio.
A gestora de recursos Rio Bravo, do ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, concluiu captação de mais de R$ 163 milhões para investir em projetos de energia renovável. O fundo de private equity FIP Rio Bravo Energia I já totaliza cerca de R$ 463 milhões. O objetivo é desenvolver um portfólio de dez pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), totalizando 161 megawatts. Com mais de R$ 5,6 bilhões em ativos sob gestão, a Rio Bravo atua nas áreas de fundos imobiliários, private equity, infraestrutura, renda fixa, dentre outros.
Previdência Aberta O número de participantes de planos de previdência privada aberta cresceu 334% de 2005 a 2011. A intenção das empresas, de acordo com dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), é dobrar o valor administrado até 2019, chegando à marca de R$ 1 trilhão.
+ Rio A Standard & Poor´s é a terceira agência internacional de avaliação de risco que confere ao Rio grau de investimento igual ao da União – feito inédito no âmbito municipal. Em 2011, a cidade - assim como a União - recebeu as notas Baa2 e BBB, das agências Moody´s e Fitch, respectivamente.