SaĂşde Ocupacional
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CLINICA DE SAÚDE OCUPACIONAL Denise Oliveira Sousa
Jundiaí 2016
Saúde Ocupacional
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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
CLÍNICA DE SAÚDE OCUPACIONAL Denise Oliveira Sousa
Monografia apresentada para obtenção do título em nível de Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Paulista – UNIP, sob a orientação do(a) Professor(a) M.Sc./ Dr.(a) Pier Paolo Bertuzzi Pizzolato
Jundiaí 2016
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“A gente tem que sonhar, senão as coisas não acontecem.” Oscar Niemeyer
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DEDICATÓRIA Este trabalho é dedicado à DEUS, sem ELE esse sonho não seria possível. Nos momentos em que não conseguia mais caminhar, Ele me carregou no colo!
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AGRADECIMENTOS
Deus, sem o Senhor não estaria aqui, mas tudo posso em Ti que me fortalece! Agradeço ao meu marido pelo companheirismo incondicional e a paciência por tamanha ausência nesses longos anos de curso. Te amo meu príncipe! A minha mãe pela ajuda financeira. Estudante de arquitetura nunca tem dinheiro! Ao meu pai pelas longas noites de espera sem poder dormir esperando o horário para ir me buscar na faculdade, como dizia minhas amigas “pai guerreiro”. Pai e mãe meu muito obrigado pela força e otimismo em saber que esse sonho seria possível. Jani e Ti, meus irmãos gêmeos, pela ajuda nos desenhos e maquetes além da perseverança em não me deixar desistir nos momentos mais difíceis. Jonatas, nunca vou esquecer o que fez por mim, enquanto outros falharam, voce me acolheu. Andressa você chegou no final, mas sei o quanto pediu a Deus por mim e sou muito grata.
Amo vocês família!!! Aos meus amigos de faculdade pelo apoio... Li, obrigada amiga pelas ajudas no Photoshop, preciso aprender né nega. Gi e Will valeu pelas orientações avulsas hehe. Nicinha obrigada amore por ouvir meus desabafos madrugada afora enquanto todos dormiam estávamos fazendo trabalhos. Obrigada pelas inúmeras impressões rsrs. Adoro vocês amigos lindos. Não poderia deixar de agradecer ao meu orientador tão fofo. Pier você vale ouro! Obrigada por tudo, você foi o essencial neste trabalho. Aos professores: Tati obrigada por ler meu trabalho e dar sua crítica construtiva. Vanessa, Flávia e Zanon vocês foram o máximo! Rodrigo e Sr Mauro, meus chefes, obrigada pela paciência e as folgas extras, elas me ajudaram muito mesmo. Todos vocês moram no meu coração e a todos o meu muito obrigada!!!
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RESUMO
A saúde ocupacional é uma área destinada a saúde do trabalhador. Mesmo não estando diretamente ligada a hospitalar, quanto mais abertos forem os ambientes menos suscetíveis a contaminação eles se tornam. Em decorrência disto optou-se por deixar o prédio mais horizontal do que vertical refletindo diretamente no conforto ambiental com ventilação e iluminação natural através do uso adequado da posição do prédio em relação ao norte e o aproveitamento dos ventos predominantes.
Que seja no momento de uma admissão, um periódico ou até mesmo a demissão, a fragilidade psíquica do funcionário exige a integração de muitos fatores tais como: excelência em atendimento, agilidade e por outro lado a beleza dos ambientes. Para que tudo isto ocorra de acordo com o que se espera, é necessário que estes espaços sejam flexíveis. Isto pode ser feito por meio de integração entre os ambientes e facilidade nos acessos.
“O arquiteto deve assumir a função primordial de coordenador e de gerador de novas tecnologias, interagindo com uma equipe multidisciplinar presente em todas as fases da produção de sua obra” (Lima, 2012)
PALAVRAS-CHAVE: saúde ocupacional, trabalhador, projeto arquitetônico
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ABSTRACT
Occupational health is an area for worker health. Even if not directly connected to the hospital, the more open they are less susceptible environments contamination they become. As a result it was decided to leave the building more horizontal than vertical reflecting directly in the environmental comfort with ventilation and natural lighting through the proper use of the building position on the north and the use of the prevailing wind.
It is at the time of admission, a journal or even dismissal, the psychic fragility employee requires the integration of many factors such as: excellence in service, agility and on the other hand the beauty of the surroundings. For all this to happen according to what is expected, it is necessary that these spaces are flexible. This can be done by means of integration between the environment and appropriate access.
“The architect should take the primary role of coordinator and new technology generator, interacting with this multidisciplinary team at all stages of the production of his work” ( Lima, 2012).
KEYWORDS: occupational health, worker, architectural design
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................................................13 OBJETIVOS...........................................................................................................................................................................14 I. GERAIS.......................................................................................................................................................................14 II. ESPECÍFICOS............................................................................................................................................................14 JUSTIFICATIVA......................................................................................................................................................................15 METODOLOGIA.....................................................................................................................................................................16 O TEMA.................................................................................................................................................................................16 SÍTIO......................................................................................................................................................................................17 1. LEITURA URBANA / APRESENTAÇÃO DA REGIÃO.................................................................................................18 1.1. A MACROMETRÓPOLE PAULISTA............................................................................................................................18 1.2. INFRAESTRUTURA VIARIA.......................................................................................................................................19 1.3. FLUXOS INTRAMACROMETROPOLES ...................................................................................................................20 1.4. O AGLOMERADO URBANO DE JUNDIAÍ..................................................................................................................21 1.4.1. DISTÂNCIA ENTRE MUNICIPIOS DO AUJ................................................................................................................22 1.4.2. MOBILIDADE PENDULAR..........................................................................................................................................23 1.4.3. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS E TRABALHADORES ASSALARIADOS..................................................................24 1.4.4. PRODUTO INTERNO BRUTO....................................................................................................................................25 1.4.5. ATIVIDADES ECONÔMICAS......................................................................................................................................26 1.5. O MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ.........................................................................................................................................27 1.5.1. AVENIDA JUNDIAÍ......................................................................................................................................................28 2. ANÁLISE DOS LEVANTAMENTOS............................................................................................................................29 2.1. USOS PERMITIDOS...................................................................................................................................................29 2.2. USO REAL SO SOLO.................................................................................................................................................30 2.3. GABARITO DE ALTURA.............................................................................................................................................31 2.4. CLASSIFICAÇÃO DAS VIAS......................................................................................................................................32 2.5. ÁREAS PERMEÁVEIS................................................................................................................................................33 2.6. TRANSPORTE PÚBLICO...........................................................................................................................................34 2.7. TOPOGRAFIA.............................................................................................................................................................36 2.8. TIPOLOGIA.................................................................................................................................................................37 2.9. ORIENTAÇÃO SOLAR E VENTOS PREDOMINANTES............................................................................................38
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SUMÁRIO
2.10. ZONEAMENTO...........................................................................................................................................................39 2.11. TAXA DE OCUPAÇÃO E COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO...........................................................................39 2.12. RECUOS.....................................................................................................................................................................40 2.13. GABARITO..................................................................................................................................................................41 2.14. ÁREA PERMEÁVEL....................................................................................................................................................42 2.15. REFERÊNCIAS PROJETUAIS...................................................................................................................................43 2.16. HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK SALVADOR – BA.................................................................................................43 2.16.1.1. PLANTA BAIXA PRINCIPAIS PAVIMENTOS....................................................................................................46 2.16.1.2. FLUXOGRAMA DO HOSPITAL SARAH DE SALVADOR.................................................................................47 2.17. NOVOPAVILHÃODOHOSPITALALBERTEINSTEIN.....................................................................................................................48 2.18. HOSPITAL E MATERNIDADE SÃO LUIZ...................................................................................................................53 2.19. VISITA TÉCNICA.........................................................................................................................................................59 3. PROPOSTA.................................................................................................................................................................64 3.1. SUSTENTABILIDADE.................................................................................................................................................64 3.2. PROGRAMA DE NECESSIDADES.............................................................................................................................65 3.3. FLUXOGRAMA............................................................................................................................................................67 3.4. PLANO DE MASSAS..................................................................................................................................................68 3.5. PARTIDO ARQUITETÔNICO......................................................................................................................................69 3.6. PROJETO....................................................................................................................................................................71 3.6.1. MAQUETE ESTRUTURAL .........................................................................................................................................71 3.6.2. IMPLANTAÇÃO...........................................................................................................................................................73 3.6.3. PLANTA BAIXA - LAYOUT...........................................................................................................................................76 3.6.4. PLANTA BAIXA - EIXOS.............................................................................................................................................80 3.6.5. CORTE ESQUEMATICO.............................................................................................................................................84 3.6.6. CORTES......................................................................................................................................................................86 3.6.7. ELEVAÇÕES ...............................................................................................................................................................89 3.6.8. DETALHAMENTO.......................................................................................................................................................91 3.6.9. PERSPECTIVAS.........................................................................................................................................................98 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA..........................................................................................................................................102
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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÃO
FIGURA 1: DIREITO A SAÚDE OCUPACIONAL...................................................................................................................14 FIGURA 2: TERRENO ESCOLHIDO.....................................................................................................................................17 FIGURA 3: MACROMETRÓPOLE PAULISTA.......................................................................................................................18 FIGURA 4: INFRAESTRUTURA VIÁRIA................................................................................................................................19 FIGURA 5: FLUXOS MIGRATÓRIOS....................................................................................................................................20 FIGURA 6: AGLOMERADO URBANO DE JUNDIAÍ..............................................................................................................21 FIGURA 7: DISTÂNCIA ENTRE AS CIDADES DO AGLOMERADO URBANO DE JUNDIAÍ...............................................22 FIGURA 8: AVENIDA JUNDIAÍ E RODOVIA ANHANGUERA EM 1957................................................................................28 FIGURA 9: AVENIDA JUNDIAÍ E RODOVIA ANHANGUERA ATUAL ..................................................................................28 FIGURA 10: USO REAL DO SOLO FONTE: PELO AUTOR................................................................................................30 FIGURA 11: GABARITO DE ALTURA FONTE: PELO AUTOR.............................................................................................31 FIGURA 12: CLASSIFICAÇÃO DAS VIAS FONTE: PELO AUTOR.....................................................................................32 FIGURA 13: ÁREAS PERMEÁVEIS.....................................................................................................................................33 FIGURA 14: TRANSPORTE PÚBLICO.................................................................................................................................34 FIGURA 15: MAQUETE DE ESTUDO TOPOGRAFIA DA ÁREA DE INTERVENÇÃO.........................................................36 FIGURA 16: PERFIL DE ELEVAÇÃO DO ENTORNO..........................................................................................................37 FIGURA 17: ORIENTAÇÃO SOLAR E VENTOS PREDOMINANTES..................................................................................38 FIGURA 18: TO E CA............................................................................................................................................................39 FIGURA 19: RECUOS...........................................................................................................................................................40 FIGURA 20: GABARITO DE ALTURA...................................................................................................................................41 FIGURA 21: ÁREA PERMEÁVEL.........................................................................................................................................42 FIGURA 22: HOSPITAL SARAH – SALVADOR....................................................................................................................43 FIGURA 23: VENTILAÇÃO NATURAL..................................................................................................................................44 FIGURA 24: FORMAS IRREGULARES................................................................................................................................45 FIGURA 25. SALÃO SOCIAL, FISIOTERAPIA E HIDROTERAPIA......................................................................................46 FIGURA 26. AMBULATÓRIO................................................................................................................................................46 FIGURA 27. FLUXOGRAMA DO HOSPITAL SARAH SALVADOR.......................................................................................47 FIGURA 28: NOVO PAVILHÃO DO HOSPITAL ALBERT EINSTEIN....................................................................................48 FIGURA 29: A PASSARELA EM ESTRUTURA METÁLICA FAZ A LIGAÇÃO DA ÁREA SOCIAL DO NOVO EDIFÍCIO COM O ATRIUM PRINCIPAL DO HOSPITAL.................................................................................................................................49
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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÃO
FIGURA 30: PERSPECTIVAS DO HIAE................................................................................................................................50 FIGURA 31: IMPLANTAÇÃO – PAVILHÃO VICKY E JOSEPH SAFRA.................................................................................51 FIGURA 32: PAVIMENTO TÉRREO.......................................................................................................................................52 FIGURA 33: VISTA DO HOSPITAL........................................................................................................................................53 FIGURA 34: PERSPECTIVAS...............................................................................................................................................54 FIGURA 35: ELEVAÇÃO........................................................................................................................................................55 FIGURA 36: SETORIZAÇÃO.................................................................................................................................................56 FIGURA 37: PLANTA BAIXA PAVIMENTO TÉRREO............................................................................................................57 FIGURA 38: PASSARELA METÁLICA...................................................................................................................................58 FIGURA 39: ORGANOGRAMA UNICORP.............................................................................................................................60 FIGURA 40: FOTOS UNICORP.............................................................................................................................................61 FIGURA 41: SUSTENTABILIDADE.......................................................................................................................................64 FIGURA 42: FLUXOGRAMA..................................................................................................................................................67 FIGURA 43: PLANO DE MASSAS.........................................................................................................................................68 FIGURA 44: ESTUDO DE INSOLAÇÃO, VENTOS E FLUXOS.............................................................................................69 FIGURA 45: PERSPECTIVAS...............................................................................................................................................70 FIGURA 46: FOTOS MAQUETE FÍSICA...............................................................................................................................71 FIGURA 47: FOTOS MAQUETE 3D......................................................................................................................................72 FIGURA 48: IMPLANTAÇÃO / COBERTURA........................................................................................................................74 FIGURA 49: IMPLANTAÇÃO / COBERTURA........................................................................................................................78 FIGURA 50: PLANTA BAIXA PAVIMENTO TÉRREO.............................................................................................................77 FIGURA 51: PLANTA BAIXA 1º PAVIMENTO.........................................................................................................................78 FIGURA 52: PLANTA BAIXA 2º PAVIMENTO........................................................................................................................79 FIGURA 53: PLANTA BAIXA PAVIMENTO TÉRREO.............................................................................................................81 FIGURA 54: PLANTA BAIXA 1º PAVIMENTO........................................................................................................................82 FIGURA 55: PLANTA BAIXA 2º PAVIMENTO........................................................................................................................83 FIGURA 56: CORTE 1...........................................................................................................................................................84 FIGURA 57: CORTE 2...........................................................................................................................................................85 FIGURA 58: CORTE AA.........................................................................................................................................................86 FIGURA 59: CORTE BB........................................................................................................................................................86
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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÃO
FIGURA 60: CORTE CC........................................................................................................................................................87 FIGURA 61: CORTE DD........................................................................................................................................................87 FIGURA 62: CORTE EE........................................................................................................................................................88 FIGURA 63: ELEVAÇÃO FRONTAL......................................................................................................................................89 FIGURA 64: ELEVAÇÃO LATERAL DIREITA........................................................................................................................89 FIGURA 65: ELEVAÇÃO LATERAL ESQUERDA..................................................................................................................90 FIGURA 66: ELEVAÇÃO POSTERIOR.................................................................................................................................90 FIGURA 67: DETALHE 01.....................................................................................................................................................91 FIGURA 68: DETALHE 02.....................................................................................................................................................91 FIGURA 69: DETALHE 03.....................................................................................................................................................92 FIGURA 70: DETALHE 04.....................................................................................................................................................92 FIGURA 71: DETALHE 05.....................................................................................................................................................93 FIGURA 72: DETALHE 06.....................................................................................................................................................93 FIGURA 73: DETALHE 07.....................................................................................................................................................94 FIGURA 74: DETALHE 08.....................................................................................................................................................95 FIGURA 75: DETALHE 09.....................................................................................................................................................96 FIGURA 76: DETALHE 10.....................................................................................................................................................97 FIGURA 77: DETALHE 11.....................................................................................................................................................97 FIGURA 78: PERSPECTIVAS...............................................................................................................................................98
TABELA 1: POPULAÇÃO EM IDADE ATIVA E MOVIMENTOS PENDULARES POR MUNICÍPIOS DO AUJ......................23 TABELA 2 : TRANSPORTE PÚBLICO MUNICIPAL...............................................................................................................35 TABELA 3: PROGRAMA DE NECESSIDADES.....................................................................................................................65
GRÁFICO 1: ASPECTOS DEMOGRÁFICOS........................................................................................................................24 GRÁFICO 2: TRABALHADORES ASSALARIADOS..............................................................................................................24 GRÁFICO 3: PIB AUJ............................................................................................................................................................25 GRÁFICO 4: PIB POR ATIVIDADE........................................................................................................................................26
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INTRODUÇÃO
A relação entre a saúde e o trabalho nem sempre foi tratado pelas empresas e órgãos responsáveis com a devida importância. Desde o início da Industrialização no Brasil em 1930, cidadãos que antes trabalhavam no campo, passaram a ter que cumprir jornadas de trabalhos exaustivas. Doenças infectocontagiosas, mutilações e mortes eram frequentes resultados dessa aglomeração humana e perigo enfrentados com as máquinas manuais das quais eram submetidos sem que houvesse treinamento especifico para lidar com este tipo de equipamento que até então era uma novidade. Até metade da década de 80, ainda no Brasil o direito a saúde era um benefício previdenciário sendo este comprado como plano de saúde ou por meio de caridade para aqueles que não tinham condição financeira. Em 1990 houve a regulamentação da Lei Federal 8080/90, e a saúde do trabalhador passou a ser descrita como um conjunto de atividades destinadas através da vigilância sanitária e epidemiológica como promoção e
proteção à saúde do trabalhador, bem como recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos a riscos e agravos decorrente das condições de trabalho. A saúde do trabalhador vive continuamente lidando com questões emergentes tais como a falta de assistência ao trabalhador vítima de acidente de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho. É portanto uma área em constante construção e de fundamental importância para seu desempenho, uma vez que estando bem consigo e no ambiente de trabalho suas atividades serão desenvolvidas com muito mais eficácia e satisfação de acordo com o que se espera. (Site Abennacional, 06/2016). A partir deste panorama e entendendo o Aglomerado Urbano de Jundiaí foi possível elaborar um projeto aproveitando um espaço subutilizado sendo possível devolver um uso à classe trabalhista oferecendo um edifício que proporcione satisfação aos trabalhadores que receberão assistência e ao mesmo tempo ofereça melhores condições de trabalho aos próprios funcionários.
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OBJETIVOS
l. GERAIS
O objetivo deste trabalho final de graduação é a utilização de um espaço subutilizado criando um edificio que promova a intensificação do uso e aproveitando toda a infraestrutura que o entorno pode oferecer. Estar bem amparado no quesito ocupacional otimizando um espaço urbano e promovendo qualidade de vida e interação social são alguns dos fatores levados em consideração. ll. ESPECÍFICOS
O presente trabalho se apresenta como uma proposta de uma clinica de saude ocupacional que envolva a qualidade de vida do trabalhador, aliado a um espaço urbano em uma das principais avenidas da cidade e que dará atendimento ao Aglomerado Urbano de Jundiaí. Neste trabalho serão portanto discutidos assuntos relacionados a saúde do trabalhador.
Figura 1: Direito a saude ocupacional Fonte: Pelo Autor
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JUSTIFICATIVA
Por alguns anos tive a oportunidade de trabalhar em uma clínica que trata exclusivamente da saúde do trabalhador. Neste local embora a grande satisfação fosse atender aos usuários da melhor possível, não havia estrutura apropriada tanto para os funcionários que la trabalhavam, quanto para prestar o devido atendimento. A grande dificuldade era oferecer um espaço propício para a realização de todos os exames concentrando o menor tempo possível. As queixas recebidas eram sempre a dificuldade de locomoção de uma clínica para outra até que todos os exames fossem concluídos. As empresas conveniadas se queixavam de ter que enviar seus funcionários onde os mesmos ficariam o dia todo fora do local do trabalho, isso é, quando não houvesse a necessidade de novos retornos. A partir destes conhecimentos específicos foi visto a necessidade de se ter uma clínica onde num mesmo local o funcionário possa fazer todos os tipos de exames solicit ados na NR 7 - PMCSO (Programa de controle
médico de saúde ocupacional) e aliado as Normas Regulamentadoras que presa pela segurança e medicina do trabalho. 7.1.1. Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. 7.2.3. O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores
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METODOLOGIA
A grande dificuldade deste trabalho se mostrou na busca por projetos arquitetônicos de clínicas de saúde ocupacional. Após estudos foi verificado que não há uma referência projetual de clínicas especializadas nessa área. As clínicas que hoje realizam este tipo de serviço são
residências e áreas comerciais comuns onde o proprietário e/ou médico do trabalho fazem as adaptações para atender ao trabalho, no entanto estes lugares se mostram um tanto quanto inapropriado para este uso conforme será apresentado na visita técnica.
O TEMA
Esta proposta pretende responder aos desafios enfrentados pela Saúde Ocupacional que é uma área que cuida da saúde do trabalhador, especialmente na prevenção de doenças ou problemas provenientes do trabalho tendo como objetivo promover o bem estar tanto físico como mental e social dos trabalhadores no exercício de suas ocupações (Site Saúde Ocupacional SP, 04/2016). Diante das obrigações estabelecidas pela NR 8 que trata das edificações e estabelece requisitos mínimos
para garantir conforto aos que nela trabalhe, foram estabelecidos critérios para o projeto arquitetônico, visando o bem estar do funcionário respeitando as normas da saúde ocupacional e legislações da área. NR 8 - EDIFICAÇÕES (108.000-8) 8.1. Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações, para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalhem.
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O SÍTIO
Localizado na Avenida Jundiaí, o terreno possui um histórico de abrigar serviços destinados a área da saúde. Não há registros sobre o antigo hospital regional que funcionara nesse local, mas segundo contam moradores mais antigos, na década de 70 a 80 quando ainda não havia rede hospitalar particular na cidade de Jundiaí, alguns médicos se uniram e decidiram trazer esse conceito para a cidade, construíram então o Hospital e maternidade da Avenida Jundiaí. Algum tempo depois houve o falecimento do principal proprietário do hospital, ficando a administração fadada à falência. Boa parte do que era o hospital foi demolido e atualmente o local é ocupado por um estacionamento privado.
A escolha do terreno se deu por seu histórico e principalmente por sua localização privilegiada fazendo ligação entre o centro da cidade e a Rodovia Anhanguera. Por estar numa região de fácil acesso a diversas cidades e as principais rodovias como Anhanguera e Bandeirantes, além da proximidade com o centro do município e a Avenida Nove de Julho, tal localização proporciona aos usuários a facilidade de locomoção, tanto para aqueles que possuem veículo próprio quanto para aqueles que dependem de ônibus, visto que há mais de 20 linhas de transporte público entre municipal e intermunicipal circulam nesta região, garantindo o atendimento a todos os municípios do Aglomerado Urbano de Jundiaí e suas circunvizinhas.
Figura 2: Terreno escolhido Fonte: Pelo Autor
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1.
LEITURA URBANA / APRESENTAÇÃO DA REGIÃO
1.1.
A MACROMETRÓPOLE PAULISTA
O Aglomerado urbano de Jundiaí está inserido na Macrometrópole Paulista (figura 3) que compreende 153 municípios que rodeiam a cidade de São Paulo num raio de aproximadamente 200 quilômetros. (Site do Emplasa, 05/2016).
Figura 3: Macrometrópole Paulista Fonte: Emplasa, acesso 05/2016.
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1.2.
INFRAESTRUTURA VIARIA
O Aglomerado Urbano de Jundiaí posiciona-se no centro do maior mercado produtor/ consumidor da América Latina num raio de 50 km que abrange por um lado a grande São Paulo e por outro a região de Campinas conforme apresentado na figura 4, além de oferecer fácil conexão entre os municípios e Estados (Site Prefeitura Municipal de Jundiaí, 05/2016). Toda essa dinâmica mostra o especial papel estruturador das conexões rodoviárias realizadas especialmente através das Rodovias Anhanguera e Bandeirantes contribuindo para a apreciação do crescimento urbano do Aglomerado Urbano de Jundiaí. (Fanelli & Junior)
LEGENDA
Figura 4: Infraestrutura viária Fonte: Emplasa, acesso 05/2016.
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1.3.
FLUXOS INTRAMACROMETROPOLES
No que se diz respeito aos fluxos entre as metrópoles e a contribuição na avaliação para as relações espaciais existentes entre as regiões, os principais fluxos podem ser observados na figura 5, deixando clara a centralização da região metropolitana de São Paulo. Outro fato importante é de que essa migração originada da própria região se dá possivelmente por questões econômicas ou pela busca por um emprego já que em média 46% destes migrantes trabalham no mesmo município para onde se dirigem no ato de migração. Quase um terço destas pessoas continua trabalhando no município de origem e 18% em outro município da região. (Baldusco & Simões Junior, 2014). Em média mais de 73% trabalha no mesmo município de destino. Isso sugere que esses deslocamentos significam muito mais questões econômicas ligadas ao emprego. Na região metropolitana de São Paulo e no Aglomerado urbano de Jundiaí, o índice de pessoas que continuam trabalhando no município de origem é bem menor, o que significa uma importante concentração de trabalhos não manuais e que requerem maior grau de qualificação (Baldusco & Simões Junior, 2014). Mesmo com tais deslocamentos, isso sugere ainda mais usuários para a clínica, visto que de acordo com o Ministério do trabalho todo e qualquer funcionário que possua regime CLT é obrigatório a realização dos exames ocupacionais seguindo a NR 07 conforme descrito:
“7.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores”. NR 7 – PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL. (Ministério do Trabalho, 2014).
Figura 5: Fluxos migratórios Fonte: (Baldusco & Simoes Junior, 2014)
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1.4.
O AGLOMERADO URBANO DE JUNDIAÍ
O Aglomerado Urbano de Jundiaí está localizado entre São Paulo e Campinas e é composto por sete municípios: Cabreúva, Campo Limpo Paulista, Itupeva, Jarinu, Jundiaí, Louveira e Várzea Paulista conforme apresentado na figura 6, é a menor dentre todas as regiões que integra a Macrometrópole Paulista, entretanto essa diversificação de fluxos tanto viários, quanto ferroviários e aeroviários que estrutura seu espaço, tem se mostrado um importante fator para a promoção da dispersão e fragmentação urbana entre as metrópoles diversificando as possibilidades de trabalhar em um municipio e morar em outro. (Baldusco &Simões Junior, 2014). O AUJ possui um parque industrial com mais de quinhentas empresas de grande porte dentre elas: Coca Cola, Siemens, Foxconn, Itautec, Akzo Nobel entre outras. As atividades dessas empresas implantadas em cidades menores tem sido uma das principais responsáveis pelo aumento do fluxo migratório para a região macrometropolitana (Fanelli & Junior).
Figura 6: Aglomerado Urbano de Jundiaí Fonte: http://aglomerado.net/site/conheca-as-cidades-que-compoem-o-aglomerado-urbano-de-jundiai/, acesso 05/2016.
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1.4.1. DISTÂNCIA ENTRE MUNICIPIOS DO AUJ
A figura 7 ilustra o tempo estimado de viagem de cada município do Aglomerado Urbano de Jundiaí até a clínica de saúde Ocupacional localizada na Avenida Jundiai.
É nítido o curto tempo que os usuários levariam para se locomover até a clínica e realizar os exames ocupacionais.
Figura 7: Distância entre as cidades do Aglomerado urbano de Jundiaí Fonte: Google earth, edição 14/08/2016
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1.4.2.
MOBILIDADE PENDULAR
O termo movimento pendular é utilizado para descrever o ato realizado pelos trabalhadores diariamente. Tais indivíduos residem em uma cidade e trabalham em outra, próxima. A tabela 1 abaixo apresentada abarca dados tanto de entrada quanto de saída de indivíduos que realiza movimento pendulares segundo município, demonstra que Jundiaí tem sido o mais receptor e concentra 67,8% dos indivíduos da própria aglomeração e 68,9% de outros mu-
nicípios. Aproximadamente 60% dos pendulares de Jundiaí se abocam para municípios das regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas enquanto que o remanescente se divide em municípios da própria aglomeração. A partir desta análise pode se verificar a relevante centralidade de Jundiaí quanto das regiões metropolitanas que circundam essa aglomeração. (Baldusco & Simões Junior, 2014).
Tabela 1: População em idade ativa e movimentos pendulares por municípios do AUJ
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1.4.3. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS E TRABALHADORES ASSALARIADOS
Até 2010 o Aglomerado Urbano de Jundiaí possuía 697.604 habitantes, concentrava 1,69% do total de pessoas de todo o Estado de São Paulo. De todos os municípios do aglomerado, Jundiaí é o mais populoso compreendendo 52,97% do total de habitantes do Aglomerado (Gráfico 1) seguido de Várzea Paulista com 15,33% (Site Emplasa, 05/2016). A taxa de crescimento da população foi superior a do Estado de São Paulo, sendo a maior delas nos municípios de Itupeva e Louveira. O menor indicador da região
Gráfico 1: Aspectos demográficos Fonte: IMP SEADE, acesso 05/2016.
foi do município de Jarinu (Site Emplasa, 05/2016).Verifica-se pelo gráfico 2 que, 39,62% da população do Aglomerado Urbano de Jundiaí são pessoas assalariadas. Gerando uma probabilidade de aproximadamente 3,30% para clientes da clínica. Importante ressaltar que em todo o Aglomerado Urbano de Jundiaí, existem cerca de 15 clinicas no segmento da Saúde Ocupacional que estão competindo por esse “marketing share”.
Gráfico 2: Trabalhadores assalariados Fonte: IBGE, acesso em 05/05/2016
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1.4.4. PRODUTO INTERNO BRUTO
O Aglomerado Urbano de Jundiaí possuía em 2012 43,91 bilhões de reais o que representa 3,12% do PIB do Estado de São Paulo e 1% do país. Já o PIB per capita de R$ 61.268,70 é o mais alto da Macrometrópole, sendo bastante significativa em comparação ao do Estado (R$ 33.624,41) e ao do Brasil (R$ 22.645,86) (Site Emplasa, 05/2016). Verifica-se pelo gráfico 2 que houve um crescimento de mais de cem por cento do PIB do Aglomerado Urbano de 2003 à 2013, constatando que houve um crescimento na economia cujo cenário se mostrou favorável para a
oferta de emprego, relevante para o projeto da clínica que atende aos trabalhadores assalariados. Mesmo com a crise atual pelo qual o país vem passando, tais trabalhadores ainda precisam realizar o exame demissional para se desvincular da empresa, o que ainda contribui para o projeto da clínica de saúde ocupacional pois de acordo com a NR 07, se faz obrigatório a realização dos exames ocupacionais, sendo estes por exemplo: Admissional, periódico, retorno ao trabalho, mudança de função e demissional.
Gráfico 3: PIB AUJ Fonte: IBGE, 06/2016
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1.4.5. ATIVIDADES ECONÔMICAS
Há um destaque nas atividades econômicas para os serviços e comércios, isso em todos os municípios do Aglomerado, o que contribui especialmente para a geração de empregos. A cerca disto destaca-se a eficácia do setor industrial que abarca diversos segmentos. Com exceção de Jarinu, os demais municípios mostram sua atividade
relevante no setor industrial e sua maior predominância no setor de serviços conforme apresentado no gráfico 4. Por conta de sua localização privilegiada, muitas empresas se instalaram na região, somando-se outros prestadores de serviços consolidando tal atividade como uma das mais importantes do Aglomerado (Site Emplasa, 05/2016).
Gráfico 4: PIB por atividade Fonte: IBGE, acesso em 05/2016.
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1.5.
O MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ
A especial conjugação de localização privilegiada seja qual for o segmento tem se expandido consideravelmente no município nos últimos anos (Site Prefeitura Municipal de Jundiaí, 05/2016). As diferentes probabilidades de acesso ao transporte tanto aéreo quanto a presença das rodovias e ferrovias continuam a atrair diversas indústrias multinacionais e de logística ampliando a internacionalização da região. A cidade de Jundiaí é cortada por duas grandes rodovias, sendo a Anhanguera que possui várias saídas e entradas atravessando por várias cidades do aglomerado urbano, concentra grande fluxo de veículos e é ligada ao centro da cidade através da Avenida Jundiaí privilegiando o terreno escolhido para a implantação da clínica. A outra rodovia é a Bandeirantes que faz ligação entre cidades distante sendo assim de fluxo rápido privilegiando o terreno localizado na Avenida Jundiaí, facilitando os acessos feitos pelas principais rodovias que cortam a cidade. Além destas, há a rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, que começa na cidade e dá acesso a Itu, à rodovia Castelo Branco e a rodovia Constâncio Cintra que dá acesso à Rodovia Dom Pedro II, à Via Dutra e à Rodovia Fernão Dias (Site Prefeitura de Jundiaí).
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1.5.1.
AVENIDA JUNDIAÍ
Vasco Antônio Venchiarutti nasceu em 29 de Maio de 1920 em Araraquara, interior de São Paulo. Foi um arquiteto formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro, após ter feito o curso pré-universitário na seção de Engenharia da mesma Universidade. Por dois mandatos foi prefeito de Jundiaí, sendo o primeiro em 1948 e o segundo em 1956. Ao assumir o cargo de prefeito do município em sua primeira gestão foi o responsável pela construção da Avenida Jundiaí. (Site Escola Técnica Vasco Antônio Venchiarutti). Sua principal finalidade era criar um eixo de ligação entre o centro da cidade e a Rodovia Anhanguera. Hoje a Avenida Jundiaí é um dos principais corredores de comércio e serviços do município. Figura 8. Avenida Jundiaí e Rodovia Anhanguera em 1957 Fonte: Arquivo cedido pelo CMJ
Figura 9. Avenida Jundiaí e Rodovia Anhanguera atual Fonte: http://guiarotabrasil. com.br/aguas-de-lindoiasp/, acesso 06/2016.
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2.
ANÁLISE DOS LEVANTAMENTOS
2.1.
USOS PERMITIDOS
Considerando-se os tipos de uso legalmente permitidos, pode-se observar a ocupação predominantemente residencial do bairro:
Uso residencial: 70,96% Uso comercial e de serviços: 17,15% Uso institucional: 10,87% Uso industrial: 1,02% (Site Prefeitura de Jundiaí)
Vale lembrar que a área total do bairro que compreende mais de 10 loteamentos sendo este por exemplo o Jardim Paulista e Vila Ana, é de 251 mil hectares, correspondendo a 0,58% do território total de Jundiaí. Possui ainda uma densidade habitacional por hectare de 36,90. A população do bairro gira em torno de 9303, correspondendo a 16% da população da Região Oeste.
Toda esta pressão demográfica se principalmente pela motivação da construção da Rodovia Anhanguera que ocorreu na década de 40 e a melhora promovida através da construção da Avenida Jundiaí e o “Bolão” durante a década de 50. Tais fatores contribuíram para o crescimento do bairro. (Fonte: Site Prefeitura de Jundiaí)
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2.2.
USO REAL DO SOLO
Na figura 10 onde é ilustrado o uso real do solo, observa-se a predominância do bairro para o residencial, tal uso é diferente do que se observa na Avenida Jundiaí, onde a predominância se da para comércio e serviços, pode se dizer que isso se refere a fácil ligação da Rodovia
Anhanguera ao Centro. A figura 21 pode se observar a predominância do gabarito de altura de apenas um pavimento, isso se da principalmente nas áreas no entorno da quadra escolhida. Os edifícios com gabarito mais altos são principalmente construções novas e de uso residencial.
LEGENDA Comércio Serviços Residência
Figura 10: Uso real do solo Fonte: Pelo autor
Uso misto Local de intervenção
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2.3.
GABARITO DE ALTURA
Observa-se na figura 11 a predominância para um gabarito menos elevado. Por este motivo optou-se por projetar um edifico que respeite essa dinâmica e mantenha o padrão já existente.
LEGENDA 1 Pavimento 2 Pavimentos Até 5 pavimentos Acima de 5 pavimentos Local de intervenção
Figura 11: Gabarito de altura Fonte: Pelo autor
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2.4.
CLASSIFICAÇÃO DAS VIAS
“... O sistema viário do município é constituído pelas vias municipais, estaduais e federais existentes e projetadas, identificadas na planta integrante da Lei 7.858/12, podendo ser classificadas como vias expressas, arteriais, coletoras, locais, de pedestres, ciclovias, de tráfego seletivo e até mesmo vielas, sendo esta classificação regulamentada na Lei de Zoneamento e Uso e Ocupação do Solo...” (Plano Diretor Participativo, 05/2016)
LEGENDA Via estrutural Via coletora Local de intervenção
Figura 12: Classificação das vias Fonte: Pelo autor
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2.5.
ÁREAS PERMEÁVEIS
Pode se observar na figura 13 a distância entre o terreno escolhido e as áreas verdes. Em virtude disto foram criadas áreas ajardinadas na clínica e em todo o terreno, assim os usuários podem se privilegiar da vegetação existe no local de atendimento.
LEGENDA Rios Áreas permeáveis Local de intervenção
Figura 13: Áreas permeáveis Fonte: Google Earth, 04/2016
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2.6.
TRANSPORTE PÚBLICO
A figura abaixo ilustra de forma sucinta as principais linhas municipais que têm a Avenida Jundiaí como parte integrante de seu percurso que vai de um terminal a outro. Além das diversas linhas que passam em frente ao terreno escolhido para a implantação da clínica, existem ainda as linhas intermunicipais onde algumas têm a Avenida como ponto de partido para cidades como Cajamar,
Louveira e Bragança Paulista. Há ainda aquelas que a utilizam como ponto de parada de podendo citar, por exemplo, para Campinas. Tal configuração demonstra a facilidade de trajeto e que para tanto possibilita ao usuário usufruir dos serviços oferecidos na clínica sem que o mesmo precise se preocupar em ir com veículo próprio, visto que há inúmeras ofertas para utilização do transporte público.
LEGENDA Linha municipal Linha intermunicipal
Figura 14: Transporte público Fonte: Pelo autor
Ponto de onibus municipal Ponto de onibus intermunicipal Local de intervenção
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Tabela 2: Transporte Público Municipal
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2.7. TOPOGRAFIA
Verifica-se pela figura abaixo que o perfil natural do terreno apresenta desníveis mais acentuados para a Avenida Jundiaí. No entanto em virtude da construção do
hospital que outrora ocupava este local houve a necessidade se planificar o terreno.
Figura 15: Maquete de estudo topografia da área de intervenção Fonte: Pelo autor
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2.8. TIPOLOGIA
O Local de escolha para a implantação do edifício possui tipologia baixa, o que contribui para que o partido do projeto seja em manter o padrão existente, preservando
as características da área e não causando sombreamento nos prédios vizinhos.
Figura 16: Perfil de elevação do entorno Fonte: Google maps, acesso 05/2016
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2.9.
ORIENTAÇÃO SOLAR E VENTOS PREDOMINANTES
Para garantir maior conforto térmico aos usuários da clínica, por conta da orientação solar e ventos predominantes a Sudeste ilustrado na figura 17, foi constatado a necessidade de rotacionar o edifício em relação ao terreno para proporcionar ventilação e iluminação natural na maior parte do tempo em que este seja utilizado.
Figura 17: Orientação solar e ventos predominantes Fonte: Pelo autor
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2.10. ZONEAMENTO
O sítio escolhido para elaboração da clínica de Saúde ocupacional pertence à Zona de Desenvolvimento dos Corredores. Nestes locais, correspondem as áreas ao
longo dos principais eixos viários da cidade e são destinadas a implantação de residências, comércios e serviços. (Site Prefeitura Municipal de Jundiaí, 06/2016)
2.11. TAXA DE OCUPAÇÃO E COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO
TO = 19%
Avenida Jundiaí
N
A taxa de ocupação e coeficiente de aproveitamento se comparado ao Plano Diretor vigente se mantém dentro do limite permitido conforme tabela abaixo: CA = 50%
Avenida Jundiaí
Figura 18: TO e CA Fonte: Pelo autor
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2.12. RECUOS
Avenida Jundiaí
Figura 19: Recuos Fonte: Pelo autor
Observa-se na figura acima a dimensão dos recuos considerados para seguir a legislação que nessa área de zoneamento estabelece recuo frontal de 5m e laterais de 3m.
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2.13. GABARITO
A partir da legislação admitida para essa área, nota-se a proporção do gabarito permitido para o gabarito utilizado, isto se dá em decorrência do padrão de altura existente na Avenida Jundiaí. Para que ele seja mantido, optou-se por manter o gabarito mediano em respeito às construções existentes para que as mesmas não sejam sombreadas com a construção de um novo edifício.
Avenida Jundiaí Figura 20: Gabarito de altura Fonte: Pelo autor
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2.14. ÁREA PERMEÁVEL
A legislação vigente define uma taxa de 15% na área permeável. No projeto a área corresponde a 493,80m. Entretanto foi mantido uma área permeável de 1204,44m, somando ao fato de que o edifício possue 3 pavimentos, e em decorrência disso há uma área permeável maior do que a estipulada no plano diretor.
Figura 21: Área permeável Fonte: Pelo autor
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2.15. REFERÊNCIAS PROJETUAIS 2.16.
HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK SALVADOR – BA
Figura 22. Hospital Sarah – Salvador Fonte: https://prezi.com/hy0tiswheisz/copy-of-hospital-sarah-kubitschek-salvador-ba/, acesso06/2016.
Arquiteto: João Filgueiras Lima (Lelé) Projeto: Hospital do Aparelho Locomotor Sarah Kubitschek Área do Terreno: 128.395,84 m². Área: 27.000 m² Local: Salvador- BA Ano: 1994 Localização: Salvador, Bahia, Brasil
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Por se tratar de um edifício destinado a área da saúde a escolha desta referência se deu pelo fato de não haver uma clínica projetada para saúde ocupacional, levando este aspecto em conta observa-se no edifício Sarah a questão de acessos e o uso de ventilação e iluminação natural. A Rede Sarah Kubitschek é uma homenagem à Sarah, esposa do presidente Juscelino Kubitschek, desde a época do seu governo, em Minas Gerais, ela possuía uma entidade filantrópica que atendia aos necessitados por meio de campanhas e caridade. Localizado entre as Avenidas Tancredo Neves e Luiz Viana Filho, também como Av. Paralela. O terreno localizado numa cumeada foi cedido pelo ministério de Previdência e Assistência Social e desmembrado de uma área de zona geográfica central da cidade.
A ventilação natural desenvolvida nesse projeto e em outros executados por Lelé é bem mais eficiente neste caso. Proporciona maior conforto e menos dispersão das partículas nos ambientes. O deslocamento do ar nas galerias é provocado pelo próprio vento ou ventiladores localizados nas aberturas que vão para o exterior conforme apresentado na figura abaixo (Lima, 2012). A preocupação do arquiteto com o alcance social é uma característica marcante em suas obras, por ser um exemplo bem sucedido do uso dos elementos naturais na obtenção de condições térmicas favoráveis a ambientes internos, sua arquitetura sustentável destaca-se no Brasil como um exemplo a ser seguido.
Um dos princípios básicos da sustentabilidade é consumir menos, ou de forma controlada, a fim de não prejudicar as necessidades futuras. E arquitetura deve (ou deveria) colaborar com isso, utilizando-se da própria concepção do espaço construído como uma forma de prover o máximo e melhor possível das necessidades de abrigo, iluminação, proteção, ventilação e conforto, minimizando ou até mesmo eliminando os recursos mecânicos e artificiais. “(DREYER 07/04/2009). Figura 23. Ventilação natural Fonte: https://prezi.com/hy0tiswheisz/copy-of-hospital-sarah-kubitschek-salvador-ba/, acesso em 04/2016.
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As fachadas são compostas por linhas irregulares em virtude dos sheds utilizados. São desiguais e sem vínculo entre si, tornando-a assimétrica e dinâmica. Os sheds de grandes extensões, curvo e que se repetem dezenas de vezes é o que dá forma ao projeto. Varia-se por um vão maior da estrutura que o sustenta que se repercute na maior dimensão do shed, enquanto que a outra é criada pelo fechamento do shed a partir da continuidade da sua curva não havendo necessidade de iluminação. (Site Archdaily, acesso 06/2016). Se tratando de arquitetura hospitalar e sua complexidade em atender diversas funções, o projeto retrata a eficiência em alcançar esse objetivo unindo a estética, a funcionalidade e a sustentabilidade. Mesmo tendo seus diversos anos de construção é um exemplo a ser seguido, simples e funcional, além da utilização de meios arquitetônicos que aproveita a iluminação e ventilação natural.
Figura 24. Formas irregulares Fonte: https://prezi.com/hy0tiswheisz/copy-of-hospital-sarah-kubitschek-salvador-ba/, acesso 04/2016.
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2.16.1.1
PLANTA BAIXA PRINCIPAIS PAVIMENTOS
Circulação Principal
Hidroterapia
Circulação Principal
Salão Social
Varanda de Enfermaria
Ambulatório
Fisioterapia
Figura 25. Salão social, fisioterapia e hidroterapia Fonte: https://prezi.com/hy0tiswheisz/copy-of-hospital-sarah-kubitschek-salvador-ba/, acesso em 04/2016.
O salão social se incorpora no trecho da circulação principal. A fisioterapia esta interligada ao salão social. A hidroterapia está ligada a varanda das enfermarias. Com base nos estudos podemos usar como referência no projeto da clínica de saúde ocupacional que será apresentado, a circulação principal que dará acesso aos blocos ligados através de vegetação que tornarão os ambientes mais agradáveis. Localizado na entrada principal do hospital foi pro-
Espera do Ambulatório
Figura 26. Ambulatório Fonte: https://prezi.com/hy0tiswheisz/copy-of-hospital-sarah-kubitschek-salvador-ba/,acesso em 04/2016.
jetado para isolar o trânsito de pacientes aos de médicose serviços. As salas de espera são sempre integradas a terraços ajardinados. Localizada próximo à circulação da entrada principal, mas projetada de forma independente exemplificado na figura acima. Assim como no estudo de caso do Hospital Sarah Salvador, a área administrativa da clínica será independente das áreas de exames e atendimento em geral, mas com facilidade de acesso para os funcionários.
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2.16.1.2
FLUXOGRAMA DO HOSPITAL SARAH DE SALVADOR
Figura 27. Fluxograma do Hospital Sarah Salvador Fonte: https://prezi.com/hy0tiswheisz/copy-of-hospital-sarah-kubitschek-salvador-ba/, acesso 04/2016.
É possível observar na figura 27 a ampla circulação dando acesso aos diversos setores inclusive aos jardins, facilitando de forma geral para todos os usuários.
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2.17.
NOVO PAVILHÃO DO HOSPITAL ALBERT EINSTEIN
Figura 28: Novo pavilhão do Hospital Albert Einstein Fonte: Site Hospital Arquitetura, 09/2016.
Arquiteto: Albert Kahn Family of Companies Kahn do Brasil Ltda., Arthur Brito, LEED AP, EDAC (responsável), Alan Cobb, AIA, LEED AP, John Hrovat, OAA, LEED AP Projeto: Novo pavilhão do Hospital Albert Einsteins Área do Terreno: 9.211 m2 Área: 70.209 m2 Ano: 2009 Localização: São Paulo, SP
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Optou-se pela utilização deste projeto como referencia pelo fato dele ter recebido certificado LEED. A preocupação com a sustentabilidade faz dele um projeto inovador. O novo pavilhão do Hospital Israelita Albert Einstein se encaixa no conceito de arquitetura sustentável e recebeu certificação LEED GOLD além de respeitar o entorno. Tal sucesso só ocorreu porque o HIAE já tinha como prioridade na concepção do projeto a agenda sustentável. “Tendo entre as prioridades do projeto o atendimento à agenda sustentável desde seus primeiros traços, tivemos a oportunidade de planejar a implantação e o volume do edifício, seus materiais e as sinergias entre sistemas eletromecânicos para oferecer ao hospital um projeto de edifício sustentável sem grandes alterações no custo da obra e, mais importante, de baixo custo de operação e manutenção”, destaca o arquiteto Arthur Brito, LEED AP Diretor de Projetos da KAHN, empresa responsável pelo projeto, gerenciamento da obra e consultoria para certificação LEED do empreendimento. A certificação LEED GOLD tem um mérito especial por se tratar de um edifício hospitalar. “O programa hospitalar apresenta desafios adicionais para a certificação LEED, pois os requisitos técnicos e de segurança são bastante restritivos e a demanda por água e energia, superiores aos de outros programas, como escritórios e escolas”, relata Antônio Carlos Cascão, Diretor de Obras e Infraestrutura da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Além do correto planejamento, o processo de certificação também depende da competência durante a construção. Em adição às práticas de sustentabilidade já adotadas em todas as obras da Racional, o processo de certificação LEED do PVJS consolidou a vocação desta empresa, que foi responsável pela construção do edifício, em construções inovadoras e ambientalmente re
sponsáveis. O projeto previu cobertura com áreas ajardinadas para a convivência conforme apresentado nas figuras 31 e 32. Os pontos que impactam positivamente no projeto foram: Reduções no consumo de água e energia, cuidados na utilização de materiais, em função do seu conteúdo e características de emissão de poluentes, respeito à vizinhança durante a obra e na implantação do edifício, diminuição da carga sobre as redes de drenagem de águas pluviais da cidade, alta qualidade e controle do ar interno e redução do efeito de ilha de calor na região. (Hospital Arquitetura, 09/2016).
Figura 29: A passarela em estrutura metálica faz a ligação da área social do novo edifício com o atrium principal do hospital Fonte: Site Hospital Arquitetura, 09/2016
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“O movimento de Construções Verdes oferece uma oportunidade sem precedentes para responder aos desafios mais importantes dos nossos tempos, incluindo o aquecimento global, dependência de fontes não renováveis de energia e ameaças a saúde humana,” afirma Rick Fedrizzi, Presidente, CEO e fundador do U.S. Green Building Council. “O trabalho inovador em edifícios como o Pavilhão Vicky e Joseph Safra é uma força motriz fundamental no movimento de Construções Verdes”.
Figura 30: Perspectivas do HIAE Fonte: Google imagens, 09/2016
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Figura 31: Implantação – Pavilhão Vicky e Joseph Safra Fonte: Site Hospital Arquitetura, 09/201
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Figura 32: Pavimento Térreo Fonte: Site Hospital Arquitetura, 09/2016
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2.18.
HOSPITAL E MATERNIDADE SÃO LUIZ
Figura 33: Vista do hospital Fonte: Site Galeria Arquitetura, 09/2016
Arquiteto: Zanettini Arquitetura Projeto: Hospital e Maternidade São Luiz Área do Terreno: 7.950 m² Área: 43.816 m² Ano: 2007 Localização: São Paulo, SP
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O edifício escolhido faz relação com a clínica pelo seu escalonamento, embora seja em maior escala, os dois se relacionam. A unidade Anália Franco é a maior da rede em expansão e conta com dois blocos, sendo um a maternidade e o outro geral. Dois grandes volumes escalonados unidos por passarelas fazem a composição da fachada frontal marcando a forma do edifício em sua fachada posterior, transformando o terreno numa praça.
Segundo Zanettini a volumetria rica e solta do solo liberou todo o espaço na sua base incorporando as vias do entorno e abrindo-se para toda a vizinhança. O uso da iluminação e ventilação natural é privilegiado em razão de sua fachada e volumetria, mínima alteração em sua topografia e orientação solar tornam estas estratégias sustentáveis e contribui para sua escolha como referência.
Figura 34: Perspectivas Fonte: Plataforma Arquitectura, 09/2016.
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Figura 35: Elevação Fonte: Plataforma Arquitectura, 09/2016.
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Figura 36: Setorização Fonte: Plataforma Arquitectura, 09/2016.
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Figura 37: Planta baixa pavimento térreo Fonte: Plataforma Arquitectura, 09/2016.
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Figura 38: Passarela metálica Fonte: Plataforma Arquitectura, 09/2016
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2.19.
VISITA TÉCNICA
A visita em questão ocorreu na Unicorp, clinica de saúde ocupacional localizada na Rua Zacarias de Góes, 422 no centro de Jundiaí. A Srta. Elisangela, gerente responsável pela clinica, gentilmente forneceu as informações a respeito do funcionamento e autorizou a tomadas de fotos. A Unicorp surgiu com a necessidade da Unimed Jundiaí em separar os departamentos. Em 2012 a Unimed decidiu através de uma questão econômica, se manter apenas no setor de saúde assistencial, passando sua carteira de clientes para a Unicorp cujos administradores são médicos do trabalho que já trabalhavam no setor antes administrados pela Unimed. A Unimed já possuía sua instalação e a Unicorp assumiu o setor, mantendo-se no mesmo local. Com a nova direção a Unicorp passou a captar mais clientes e com isso o local foi ficando cada vez menor e algumas mudanças tiveram que ser feitas para que dessem conta de atender a demanda. Pode-se observar nas fotos abaixo a dificuldade em vários aspectos apresentados pela clinica. A diretoria ainda não tem intenção de rever a má divisão da clinica e por uma estratégia segundo a Elisangela informa, os exames que são realizados em outros locais acabam servindo para que enquanto alguns usuários saiam, haja tempo hábil para liberação de espaço na recepção. A Unicorp possui pelo menos 200 clientes, e no momento não pode
captar mais, pois o local não comportaria e não possui funcionário suficiente para prestar o devido atendimento e ainda segundo a Elisangela a clinica preza por excelência em atendimento. Várias mudanças internas foram realizadas e observa-se a falta de iluminação e ventilação natural, além de serem locais pequenos, contribuindo para uma aglomeração humana e ainda que a diretoria tenha a intenção de mudar de prédio, não acha conveniente sair do centro da cidade por conta da quantidade de clientes já habituados ao local em que se encontram instalados. No que diz respeito ao fluxo, a empresa entra em contato para prévio agendamento e no dia do exame o funcionário precisa aguardar ao menos 1 hora para passar pelo exame clinico se este for realizado no período matutino, se for à tarde o tempo de espera gira em torno de 30 minutos, caso tenha outros exames o tempo de espera será muito maior, um dos tipos de problema que a clinica apresentada neste trabalho visa sanar. Ainda existe a possibilidade de se ter um atendimento exclusivo, mas para isso a empresa terá um custo maior. Esta não é uma clínica referência de como elas deveriam ser, mas sim dos fatos que devem ser estudados e levados em consideração para que não ocorra tal procedimento e venha pre judicar o bom andamento do correto funcionamento.
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Figura 39: Organograma Unicorp Fonte: Pelo autor
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Figura 40: Fotos Unicorp Fonte: Pelo autor (autorizado pela gerĂŞncia)
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3. PROPOSTA
3.1.
SUSTENTABILIDADE
A construção civil tem sido um dos maiores responsáveis pelos impactos causados à natureza, consome mais da metade de toda a energia que se utiliza em países desenvolvidos além de ser o maior causador de boa parte dos gases que modificam o clima. O projeto de arquitetura que seja sustentável contesta a ideia do edifício ser considerado uma obra de arte e este é compreendido como parte do habitat do ser vivo, ligado ao sítio, a sociedade, ao clima, a região e ao planeta. Cria maneiras de construir causando o menor impacto ambiental, absorve maiores ganhos sociais, contudo, viável economicamente. (Site Arquitetura sustentável, 09/2016). Pensando nessas problemáticas, o projeto de arquitetura a ser apresentado, apresenta soluções sustentáveis que considera não apenas a manutenção do edifício, mas também o ciclo de vida da edificação.
Figura 41: Sustentabilidade Fonte: Pelo Autor
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3.2.
PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades foi definido a partir da NR 07 (PCMSO) onde constam os exames ocupacionais a serem realizados de acordo com o risco de cada função a partir do grau de risco de cada empresa. 7.1.1. Esta Norma Regulamentadora (NR) estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa deControle Medico de saúde ocupacional – PCMSO, com o objeto de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.” (Ministério do Trabalho, 2014). Através de pesquisas realizadas em alguns modelos de PCMSO foram estabelecidos o programa abaixo onde já consta a dimensão de cada ambiente de acordo com a necessidade.
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Tabela 3: Programa de necessidades Fonte: Pelo autor
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3.3.
FLUXOGRAMA
Figura 42: Fluxograma Fonte: O autor
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3.4.
PLANO DE MASSAS
O plano de massas foi elaborado a partir de eixos rotacionados a 45º em relação ao terreno, elucidando a assimetria do projeto e formando áreas verdes em todo o entorno do edifício. Tal configuração se dá para que haja melhor aproveitamento da iluminação e dos ventos predominantes.
N
Legenda: 1: Acesso principal 2: Praça central 3: Acesso secundário 4: Vegetação 5: Bloco atendimento/Adm 6: Auditório 7: Exames 8: Circulação vertical 9: Estacionamento funcionários 10: Acesso estacionamento 11: Saída estacionamento
Avenida Jundiaí
Figura 43: Plano de massas Fonte: O autor – sem escala
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3.5.
PARTIDO ARQUITETÔNICO
O presente projeto destina-se a instalação de uma clínica de saúde ocupacional localizada na Avenida Jundiaí no Bairro Anhangabaú. A clínica possuirá áreas de atendimento destinadas às realizações dos exames ocupacionais além de área administrativa, auditório e de convívio para os funcionários. A premissa básica foi de criar uma linguagem moderna além de funcional e agradável criando blocos interligados e circulação com áreas ajardinadas.
A volumetria do edifício foi definida a partir do plano de massas e dos eixos traçados de forma a aproveitar as áreas ajardinadas que se repetem por todo o terreno e proporciona a integração entre os blocos e a vegetação. Foram observadas as condições climáticas conforme pode se observar na figura abaixo, para melhor aproveitamento da iluminação e ventilação natural para que estas contribuam de forma significativa para cada ambiente.
Figura 44: Estudo de insolação, ventos e fluxos. Fonte: Pelo autor – sem escala
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A configuração adotada é de três blocos que ocupe a área central do terreno, proporcionando maior integração com as áreas verdes e facilidade de acessos. O programa foi definido para atender a demanda do município e região, onde em um único local o usuário poderá realizar todos os exames ocupacionais até a conclusão do seu ASO, garantindo atendimento rápido e eficiente além de proporcionar satisfação aos usuários.A principal entrada se da pela Avenida Jundiaí conforme apresentado no estudo da figura acima, como acesso secundário, foi criado uma entrada pela Avenida Dr. Sebastiao Mendes da Silva. Os acessos de veículos são exclusivos para médicos e funcionários, a entrada se da pela Avenida Jundiaí e a saída pela Avenida Dr. Sebastiao Mendes da Silva. A definição das plantas se deu a partir da volumetria pré-estabelecida onde no primeiro bloco está à recepção principal, a e área administrativa. No segundo bloco cuja ligação é feita por um corredor aberto, estão localizados as áreas de exames e os consultórios. Já o terceiro bloco dá lugar ao auditório com capacidade para 108 pessoas incluindo portadores de necessidades especiais. A estratégia utilizada foi à segmentação dos setores, a partir daí tudo estaria em seu devido lugar. Estas diretrizes proporcionam aos usuários ambientes agradáveis e aconchegantes.
Figura 45: Perspectivas Fonte: Pelo autor – sem escala
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3.6.
PROJETO
3.6.1.
MAQUETE ESTRUTURAL
Figura 46: Fotos maquete física Fonte: Pelo autor – sem escala
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Figura 47: Fotos maquete 3D Laje protendida convencional Laje protendida nervurada Fonte: Pelo autor – sem escala
Para a estrutura do edifico optou-se por utilizar lajes protendidas para o bloco estreito pois, este possui menor vão e lajes protendidas nervuradas para o setor que possui maior vão segundo o pré-dimensionamento realizado. As vigas e pilares são convencionais, não há a necessidade de vigas especificas neste caso.
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3.6.2. IMPLANTAÇÃO
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Figura 48: Implantação / cobertura Sem escala
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Figura 49: Implantação / cobertura Escala indicada: 1:300
Saúde Ocupacional
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3.6.3. PLANTA BAIXA - LAYOUT
Saúde Ocupacional
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Figura 50: Planta baixa pavimento térreo Sem Escala
Saúde Ocupacional
78
Figura 51: Planta baixa 1º pavimento Sem escala
Saúde Ocupacional
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Figura 52: Planta baixa 2º pavimento Sem escala
Saúde Ocupacional
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3.6.4. PLANTA BAIXA - EIXOS
Saúde Ocupacional
81
Figura 53: Planta baixa pavimento térreo Escala indicada: 1:250
Saúde Ocupacional
82
Figura 54: Planta baixa 1º pavimento Escala indicada: 1:250
Saúde Ocupacional
83
Figura 55: Planta baixa 2º pavimento Escala indicada: 1:250
Saúde Ocupacional
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3.6.5.
CORTE ESQUEMATICO
Figura 56: Corte 1 Escala indicada: sem escala
Saúde Ocupacional
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Figura 57: Corte 2 Escala indicada: sem escala
SaĂşde Ocupacional
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3.6.6.
CORTES
Figura 58: Corte AA Escala indicada: 1:200
Figura 59: Corte BB Escala indicada: 1:200
SaĂşde Ocupacional
87
Figura 60: Corte CC Escala indicada: 1:200
Figura 61: Corte DD Escala indicada: 1:200
SaĂşde Ocupacional
88
Figura 62: Corte EE Escala indicada: 1:200
SaĂşde Ocupacional
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3.6.7.
ELEVAÇÕES
Figura 63: Elevação frontal Escala indicada: 1:200
Figura 64: Elevação lateral direita Escala indicada: 1:200
Saúde Ocupacional
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Figura 65: Elevação lateral esquerda Escala indicada: 1:200
Figura 66: Elevação posterior Escala indicada: 1:200
Saúde Ocupacional
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3.6.8.
DETALHAMENTO
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
COBERTURA METÁLICA PLATIBANDA COM RUFO E PINGADEIRA
TELHA METALICA TERMOACUSTICA i=5%
VIGA
CALHA
ESTRUTURA
Figura 67: Detalhe 01
FORRO
PLATIBANDA COM RUFO E PINGADEIRA
TELHA METALICA TERMOACUSTICA i=5%
Figura 68: Detalhe 02
FORRO GESSO ACORTONADO
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Saúde Ocupacional
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ESQUADRIAS
Figura 69: Detalhe 03 Janela MAXIM-AR. Escala 2:25
Figura 70: Detalhe 04 Janela de correr com bandeira inferior fixa. Escala 1:25
SaĂşde Ocupacional
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ACÚSTICA Auditório
Figura 71: Detalhe 05 Traçada de raios. Escala: 1:100
B
A
Figura 72: Detalhe 06 Refletores. Eslala: 1:100
Saúde Ocupacional
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TELHADO VERDE
VEGETAÇÃO
GUARDA CORPO SUBSTRATO
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CAPA PROTETORA
LAJE
IMPERMEABILIZANTE
COLETOR DE AGUA QUE LEVA A CISTERNA
FORRO
Figura 73: Detalhe 07 Telhado verde. Escala 1:25
Saúde Ocupacional
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JARDIM COMESTÍVEL
SEIXO ROLADO
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GRAMA ESMERALDA
CASCA DE ÁRVORE
Figura 74: Detalhe 08 Flores comestíveis. Escala 1:25
Saúde Ocupacional
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HORTA ORGÂNICA
SEIXO ROLADO
GRAMA ESMERALDA
CASCA DE ÁRVORE
Figura 75: Detalhe 09 Horta: Escala 1:25
Saúde Ocupacional
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LAJE NERVURADA | GUARDA CORPO
MESA ARMADURA PRINCIPAL
VAZIO
NERVURA
Figura 76: Detalhe 10 Laje Nervurada. Escala 1:25
PERFIL 40x40mm DE ALUMÍNIO ANODIZADO BRANCO
PERFIL ø2" DE ALUMÍNIO ANODIZADO BRANCO
PROJEÇÃO DA LAJE
Figura 77: Detalhe 11 Guarda Corpo. Escala 1:75
Saúde Ocupacional
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3.6.9.
PERSPECTIVAS
Saúde Ocupacional
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SaĂşde Ocupacional 100
SaĂşde Ocupacional 101
SaĂşde Ocupacional 102
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Livros consultados: Baldusco, L. F., & Simoes Junior, J. G. (2014). Entre Metropoles: Aglomerado Urbano de Jundiaí. Revista Nacional de Gerenciamento de Cidades , 19. Fanelli, A. F., & Junior, W. R. (s.d.). O Aglomerado Urbano de Jundiaí (SP) e os desafios para a mobilidade metropolitana paulista. Lima, J. F. (2012). Arquitetura uma experiencia na área da saúde. São Paulo: Romano Guerra Editora. Ministério do Trabalho. (2014). Segurança e Medicina do Trabalho (14º ed.). Saraiva. Plano Diretor Participativo
Sites consultados: EMPLASA, Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S/A. Disponível em: <http://www.emplasa.sp.gov.br/ emplasa/>. Acesso em: 27 mar. 2015. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 27 mar. 2015. SEADE, Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. Disponível em: <www.seade.gov.br>, Acesso em: 05 abr. 2015. http://www.archdaily.com.br/br/01-36653/classicos-da-arquitetura-hospital-sarah-kubitschek-salvador-joao-filgueiras-lima-lele https://prezi.com/hy0tiswheisz/copy-of-hospital-sarah-kubitschek-salvador-ba/ http://www.dearquiteturas.com/2011_05_01_archive.html
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