CASTELO SIMÕES LOPES P r ese r v a ç ã o , r e f o r ma e r e q u ali f ica ç ã o
Preservação, reforma e requalificação do Castelo Simão Lopes Pelotas – RS PROPOS TA PAR A DESEN VO LVI MEN TO DE PR OJE TO C U LT U RA L E TR AMI TAÇ ÃO N AS LEI S DE I N C EN T I V O
2014
APRESENTAÇÃO
N
o encontro da Avenida Brasil com a rua Saturnino de Brito, em Pelotas, sobre as copas das árvores e das palmeiras do jardim, desponta a torre do Castelo Simões Lopes, patrimônio histórico do Estado do Rio Grande do Sul. Um local repleto de memórias, de valor simbólico e arquitetônico. Para compreender todo o valor da obra é necessário contextualizá-la no seu tempo e remontar a trajetória do seu idealizador e primeiro proprietário, Dr. Augusto Simões Lopes.
Augusto Simões Lopes
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ugusto Simões Lopes nasceu em Pelotas em 1880 e deu prosseguimento à tradição política da família. Seu pai, João Simões Lopes, foi combatente na Revolução Farroupilha, vice-presidente da Província do Rio Grande do Sul e distinguido com o título de Visconde da Graça. Augusto foi seu filho caçula com a segunda esposa Zeferina Antonia da Luz Simões Lopes. Na época da construção do casarão já era um homem público destacado na cidade, chegando a ser Intendente do Município de Pelotas de 1924 a 1928 e Prefeito em 1932, justamente numa fase de transição política nacional que culminou na Revolução de Trinta. Dentre diversas outras autoridades, o castelo recebeu exatamente os dois personagens máximos dessa transição, o presidente deposto Washignton Luiz e o seu sucessor Getúlio Vargas. Foi por quase duas décadas importante tribuna política da Região Sul do estado e uma referência na cidade. Após concluir o curso elementar e secundário em Pelotas, Simões Lopes, viajou para estudar na Universidade de Direito de São Paulo. Formado, regressou a sua cidade natal, onde iniciou carreira política e também atuou como advogado, jornalista e professor. Idealizou e fundou o clube de futebol Grêmio Esportivo Brasil, o Brasil de Pelotas, e foi seu presidente em 1917, ano da conquista do primeiro título Citadino. Como Deputado Federal foi o líder da bancada gaúcha e fez parte dos Constituintes na Assembléia Legislativa, em 1934. Logo a seguir foi eleito Senador da República chegando a vice-presidência do Senado Federal, cargo que ocupou até 1937. Em 1941, aos 61 anos de idade, faleceu na cidade do Rio de Janeiro. Fez parte das Instituições Santa Casa de Misericórdia, Beneficência Portuguesa e do Asilo de Mendigos. Na sua administração da cidade foram construídos oito estabelecimentos de ensino e revitalizadas a Escola de Agronomia e o Colégio Pelotense. Construiu em 1914 o bairro denominado “Dr. Augusto Simões Lopes”, onde está localizada a sua residência.
O CASTELO
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castelo foi construído entre os anos de 1920 e 1922, período de fortes contestações aos valores vigentes. Se em São Paulo a Semana de Arte Moderna lançava o seu manifesto anunciando a nova cultura da antropofagia, no Rio Grande do Sul ainda se conservavam antigos valores sociais. No campo político nacional, o movimento tenentista levantava-se contra a velha república brasileira; período que a construção de uma fortaleza poderia ser justificável. No entanto, apesar da propriedade dos Simões Lopes ser chamada de castelo pela população local, trata-se mais especificamente de um solar, denominação mais apropriada para os amplos casarões de famílias tradicionais. Para construção da propriedade, Simões Lopes chamou o arquiteto alemão Fernando Rullman. O projeto, que previa um chalé suíço, foi sofrendo modificações até assumir as características de um castelo medieval. Sendo, por vezes, redesenhado pelo próprio Dr. Augusto. Foi a primeira casa da cidade a ter uma estrutura completa de calefação, importada da Suíça. Uma fornalha a carvão e a lenha localizada no porão distribuía o calor aos radiadores espalhados por todas as mais de trinta peças dos dois pavimentos do casarão. O valor subjetivo do castelo está abrigado nos seus detalhes e no potencial de imersão histórica capaz de proporcionar: nos seus corredores e cômodos; na peculiaridade da arquitetura militar medieval com torres, ameias e merlões; no seu porão habitável onde abrigou uma adega; nos amplos avarandados do segundo pavimento; no jardim, outrora colorido de crisântemos, ponto de encontro dos cidadãos e enredo das crônicas da cidade. Em síntese, representa a imponência de um palco de decisões políticas e de costumes de outras décadas tão valorosas à memória de Pelotas e do Rio Grande do Sul.
HISTÓRIA RECENTE
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m 1991 o local foi desapropriado pela prefeitura de Pelotas e passou a abrigar um sanatório, o Centro de Atenção Psicossocial (Caps), até ser desativado em 2009.
Em 2012, o Castelo Simões Lopes foi tombado como Patrimônio Histórico Estadual pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae); reconhecimento promovido pela empenho constante da Associação Victorino Fabião Vieira. O Secretário de Estado da Cultura e o diretor do Iphae assinaram no município o livro tombo acrescentando o Castelo ao patrimônio público juntamente com a Catedral São Francisco de Paula, em Pelotas.
A AVFV
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Associação Victorino Fabião Vieira foi criada em 2012 por um grupo que percebeu a oportunidade de cooperar com o Poder Público e com a sociedade para a promoção da cultura, das artes e da preservação do patrimônio cultural, social histórico e arquitetônico do Rio Grande do Sul, em especial da cidade de Pelotas. A Associação Victorino Fabião Vieira recebeu esse nome em homenagem a um cidadão simples e altaneiro que amava seu estado e que tinha um carinho imenso pela cidade onde nasceu. Um pelotense que trazia em si o requinte, a educação esmerada e o entusiasmo pelas artes; tudo isso aliado ao gosto pelo campo, pelo cavalo, pelo mate e pelas coisas do Rio Grande. Desde de sua fundação os integrantes da AVFV tomaram para si o desafio de resgatar o Castelo Simões Lopes - edifício símbolo da instituição. Conseguiram que o valor histórico e cultural do prédio fosse reconhecido pelo Estado e garantido o seu tombamento. No entanto, entendendo que essa é apenas uma etapa do trabalho, a AVFV continua batalhando por um restauro que devolva ao Castelo Simões Lopes a importância de outros tempos e por um uso que privilegie a democratização de seu espaço. Começamos o trabalho por aqui!
DIMENSÕES
• 610m2 de área interna aproximadamente; • Terreno com cerca de 6.000m2 de área; • Pavilhão nos fundos do terreno onde abrigava antigo orquidário; • A construção ocupa menos de 1/8 da área total do terreno.
Restauro e Revitalização do Castelo Simões Lopes
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restauração e revitalização do Castelo Simões Lopes visa proporcionar aos cidadão de pelotas e do Rio Grande do Sul motivos de interação com a sua própria cultura; trazendo à tona o passado para reaproximá-lo do presente, do cotidiano da sua comunidade. Para isso, o trabalho de restauração e revitalização engloba todo um processo real e, também, simbólico de reapropriação do local, de reavivamento de uma peça esquecida que carrega na sua estrutura de concreto o valor imaterial do tempo. Apresentamos os objetivos principais: 1. Devolver para a comunidade de Pelotas e do Rio Grande do Sul uma edificação que integra o patrimônio urbano
há quase 100 anos e que atualmente está sem uso e sem função; 2. Democratizar o local garantindo o acesso irrestrito dos cidadão e ampla participação da comunidade; 3. Enriquecer o ambiente urbano, que é composto pelas praças, ruas, avenidas e especialmente pelas edificações;
A partir da revitalização e restauro, o uso contemporâneo de sua área, envolvendo parcerias com a iniciativa privada, pode assegurar os recursos necessários para a manutenção do Castelo Simões Lopes. Uma forma de dar um destino viável e definitivo para a utilização do espaço, abrangendo a ação conjunta de diferentes setores da sociedade. Para dar prosseguimento a esse empenho de valorização do nosso passado, contamos com a sua cooperação!
Mais informações sobre a AVFV: Site: www.avfv.org.br E-mail: contato@avfv.org.br Fone: 53 3261.6597