ANO XXII • Nº 492 • 29 DE SETEMBRO A 05 DE OUTUBRO DE 2014 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO
CAMPANHA NACIONAL DOS BANCÁRIOS 2014 Greve foi aprovada pelos bancários em assembleia realizada na última quinta-feira
AGORA É GREVE Jaqueline Mello
A
partir desta terça-feira, dia 30, os bancários de todo o país cruzam os braços e encaram mais uma greve por tempo indeterminado. Em Pernambuco, a paralisação foi aprovada em assembleia realizada pelo Sindicato na última quinta-feira, dia 25. Segundo a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, a greve foi o único meio encontrado pelos bancários para garantir avanços nas negociações da Campanha Nacional 2014. “Estamos negociando com os bancos desde o dia 11 de agosto, quando entregamos a nossa pauta de reivindicações. Sempre apostamos numa solução dialogada para a nossa campanha, mas infelizmente as discussões não avançaram e os bancos nos empurraram para a greve”, explica Jaqueline. Ela destaca que só as cinco maiores instituições financeiras lucraram quase R$ 30 bilhões nos pri-
meiros seis meses deste ano. “Não há motivos para não atender nossas reivindicações”, diz. Jaqueline convoca todos os bancários para participarem da greve. “Agora, precisamos construir uma greve forte em todas as agências e departamentos dos bancos. Não adianta fechar a sua unidade e continuar fazendo trabalhos internos. Temos que parar tudo. Só assim, com muita força, teremos uma greve eficaz para pressionar os bancos e garantir uma proposta decente”, afirma. Entre as principais reivindicações dos bancários estão o reajuste salarial de 12,5% e a valorização do piso para R$ 2.979,25, valor equivalente ao salário mínimo calculado pelo Dieese. Os bancários também têm reivindicações que visam proteger o emprego, acabar com a terceirização e combater dois dos maiores problemas que a categoria enfrenta hoje: as
metas abusivas e o assédio moral. Depois de sete rodadas de negociação, os bancos só ofereceram 7% de reajuste no salário, na PLR e nos auxílios, além de 7,5% de aumento no piso. A proposta dos bancos não atende nenhuma reivindicação sobre emprego, saúde, condições de trabalho e outras importantes demandas dos bancários. GREVES
Os bancários têm realizado greves em todos os anos, desde 2004, por culpa dos bancos. A organização, unidade e luta dos trabalhadores têm garantido várias conquistas. “Nos últimos dez anos, o aumento real acumulado chega a 18,33%. A valorização do piso ultrapassa a marca de 35% acima da inflação. Isso sem falar das outras conquistas, como a melhora da PLR e o projeto-piloto de segurança bancária, implantado no ano passado nas
WWW.BANCARIOSPE.ORG.BR
agências de Recife, Olinda e Jaboatão”, conta Jaqueline. ESPECÍFICAS
Também não houve avanços nas negociações específicas com os bancos públicos e com o Santander. Na semana passada, Banco do Brasil, Caixa e Banco do Nordeste apresentaram suas propostas, mas elas ficaram bem aquém das expectativas dos bancários (veja as propostas em www.bancariospe. org.br). O Santander cancelou as negociações da semana passada e não agendou nova data. NOVA ASSEMBLEIA
Nesta segunda-feira, dia 29, véspera da greve, os bancários realizam uma nova assembleia para organizar a paralisação. O encontro começa às 19h, na sede do Sindicato (Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife).
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4 CAMPANHA NACIONAL
Confira as orientações do Sindicato para a greve
Não aceite pressão e ajude a ampliar o alcance do movimento
NOTAS
Campeonato
No primeiro final de semana de outubro, o Campeonato de Futebol dos Bancários faz uma pausa por conta das eleições. Até o fechamento desta edição, a Apcef-PE liderava a disputa no saldo de gols, depois de uma vitória de 10 a 0 contra o Bradesco Olinda. Mas a classificação estava embolada: o Bradesco empatava com o time da Caixa em número de pontos. Em seguida vinham Santander e Itaú.
BNDES
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sua participação é fundamental para o sucesso da greve e para que os bancos atendam às reivindicações
da Campanha Nacional 2014. Entre em contato com o Sindicato (3316-4233) para avaliar a melhor maneira de colaborar, mobilizar o
maior número possível de bancários e denunciar qualquer tipo de pressão. E lembre-se das seguintes orientações:
• Cuidado com e-mails, jornais e comunicados que não sejam do Sindicato. • Período de greve não pode ser usado para compensar horas extras realizadas. Não aceite pressão. • Caso seja convocado para trabalhar na greve, denuncie ao Sindicato. • Com orientação do Sindicato, você e outros bancários podem ajudar a viabilizar protestos em outros locais além do seu. • Desligue ou “perca” seu celular para que o gestor não te encontre. • Nas paralisações e manifestações, reúna os colegas, avise o Sindicato que seu local de trabalho está paralisado e faça o debate com os outros funcionários para que participem da mobilização. • Vá às reuniões convocadas pelo Sindicato. Elas são importantes para debater e fortalecer a estratégia de mobilização para pressionar os bancos.
Banco Central
97% DIZ SIM
Quase 8 milhões de votos no Plebiscito pela Reforma Política O Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político arrecadou 7.754.436 votos em urnas fixas espalhadas por todo o país e por meio da internet. Desses, 97,05% (7.525.680) foram favoráveis à convocação da constituinte. Em Pernambuco, foram mais de 120 mil votos e o Comitê do Sindicato dos Bancários contri-
Na primeira rodada de negociação específica da Campanha 2014, no dia 18, a diretoria do BNDES não apresentou propostas concretas para os funcionários. Os representantes do banco apenas confirmaram a manutenção do acordo anterior enquanto perdurarem as negociações. A empresa informou que o GEP-Carreira está em fase de finalização. Na próxima rodada a empresa deverá apresentar uma resposta sobre a reivindicação, que já é compromisso de acordos anteriores.
Comitê do Sindicato dos Bancários recolheu 4.173 votos
buiu com 4.173 votos, dos quais 93% disseram SIM à instalação da constituinte da reforma política.
29 de setembro a 05 de outubro de 2014
O plebiscito foi realizado na semana de 1 a 7 de setembro, fruto de uma campanha organizada por 477 entidades da sociedade civil. O resultado das urnas será entregue para a Presidência da República, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, nos dias 14 e 15 de outubro, quando será realizado um ato unificado em Brasília.
Bancários de todo o país realizam manifestações em frente à sede e às representações do Banco Central, no dia 2 de outubro, para protestar contra as propostas de independência do BC e para defender o fortalecimento do papel dos bancos públicos. Tratam-se de bandeiras dos bancos privados e da Fenaban, que se chocam frontalmente com as posições que os bancários têm defendido historicamente em suas conferências nacionais.