ANO XXVI • Nº 578 • 29 DE JULHO A 4 DE AGOSTO DE 2018 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO
CAMPANHA NACIONAL 2018
Setor que mais lucra no Brasil se recusa A garantir empregos na CCT Conquistada 24ª reintegração p. 2
Sindicato protesta contra ataques aos planos de saúde de autogestão p. 3
Campanha 2018 é destaque no VII Encontro dos Bancários do Interior em Arcoverde p. 4
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Sindicato conquista 24ª reintegração neste ano
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Sindicato dos Bancários de Pernambuco pauta a defesa do emprego como uma de suas principais bandeiras de luta. Assim, no dia 24 de julho, a entidade conquistou a 24ª reintegração deste ano, garantindo o retorno do funcionário Alexandre do Rêgo Barros à agência Bradesco Paissandu, no Recife (PE). Com a assessoria das secretarias de Assuntos Jurídicos e de Saúde, o bancário comprovou o adoecimento ocupacional e conquistou na Justiça do Trabalho decisão favorável em menos de seis meses de trâmite do processo. A documentação organizada pelo Sindicato foi fundamental para a agilidade e su-
cesso da ação judicial. “Eu tenho LER/DORT no membro superior desde 2010. E, por orientação do Sindicato, sempre realizei os exames médicos semestrais para manter atualizado um dossiê feito pela entidade sobre a minha saúde”, lembra Alexandre. O bancário tem uma nova perícia no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) agendada para o mês de agosto, que avaliará as condições de saúde do trabalhador. “Os bancos adoecem os funcionários e depois demitem arbitrariamente. É isso que estamos colocando na mesa de negociação da Campanha 2018. O Sindicato não aceita sob nenhuma hipótese
Comando negocia com Banco do Nordeste A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), assessorada pela Comissão Nacional dos Funcionários do Banco do Nordeste (CNFBNB), se reuniu com diretores do Banco, no dia 26 de julho, na segunda negociação específica. Foram colocadas em pauta as cláusulas sobre Plano de Cargos e Remuneração (PCR), concurso, concorrências, reestruturação e repasses da Camed Corretora. A negociação contou com a presença do secretário-Geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga e representantes sindicais do Banco do Nordeste, entre eles, o dirigente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Ricardo Vaz. Os representantes dos trabalhadores colocaram na mesa a necessidade de suspensão do reajuste da contribui-
ção para a Camed, principalmente a cobrança retroativa ao mês de janeiro deste ano. Após debate com a direção do banco, solicitou-se ampliação do prazo do pagamento das parcelas atrasadas, para até 24 meses, se assim o funcionário optar. A ampla defesa da revisão do Plano de Cargos e Remuneração (PCR) e a cobrança do novo processo de concorrências foram feitos pelos representantes dos trabalhadores. O Banco informou que vai reabrir o processo com mais de 220 concorrências. “A direção do Banco do Nordeste está sensível às reivindicações dos funcionários, mas está amarrada pelos órgãos controladores que, sob o comando do governo ultraliberal de Temer, limitam as possibilidades de acordos na mesa de negociação”, avalia Ricardo Vaz.
Alexandre é reintegrado em menos de seis meses de ação judicial
essa prática e seguirá combatendo as arbitrariedades cometidas pelos
banqueiros”, afirma o dirigente sindical, Wellington Trindade.
Negociações específicas com Caixa e BB não avançam Assim como na mesa da Campanha Nacional 2018, as negociações com a Caixa Econômica Federal e com Banco do Brasil não tiveram avanços significativos para os bancários. No dia 26 de julho, os representantes dos funcionários do BB debateram as cláusulas sociais e sindicais, enquanto os representantes dos empregados da Caixa discutiram Saúde Caixa e Funcef. A direção do BB apresentou a proposta de abrir a possibilidade de parcelamento de férias em três períodos, dentro das regras vigentes na legislação pós-reforma trabalhista; e de reduzir para apenas um ciclo avaliatório de Gestão de Desempenho por Competências (GDP) o período para o descomissionamento. “Essa proposta traz mais insegurança para os funcionários e pode facilitar as situações de assédio
e perseguição”, avalia a secretária-Geral Sandra Trajano. Já a direção da Caixa afirmou na mesa que a Resolução nº 23 – CGPAR será o parâmetro para as decisões do banco em relação ao Saúde Caixa. Os representantes dos trabalhadores protestaram contra essa decisão unilateral, pois a medida onera o associado, além de quebrar o princípio de solidariedade. Sobre os temas pertinentes ao fundo de pensão dos empregados da Caixa, o banco trouxe argumentos evasivos e não garantiu reivindicações importantes, como a revisão da metodologia de equacionamento do REG/Replan. “Com o impasse na negociação, a categoria terá de participar ativamente. A nossa apatia fortalece os banqueiros”, afirma a secretária de Bancos Público, Cândida Fernandes.
EXPEDIENTE Coordenação e supervisão: Tempus Comunicação
Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Ed. 578 / Circulação semanal Redação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife/PE Telefone: (81) 3316 4233 E-mail: comunicacao@bancariospe.org.br Site: www.bancariospe.org.br Tiragem: 7.000 exemplares
Jornalista responsável: Micheline Américo Conselho Editorial: Adeílton Filho, Cleonildo Cruz, Epaminondas Neto, Jonatas Campos, Micheline Américo e Suzineide Rodrigues Redação: Beatriz Albuquerque e Brunno Porto Diagramação: Bruno Lombardi Fotos: Agência Lumen e Tempus Comunicação
29 de julho a 4 de agosto de 2018
DIRETORIA EXECUTIVA Presidenta: Suzineide Rodrigues Comunicação: Epaminondas Neto Secretária-Geral: Sandra Trajano Finanças: Terezinha Santiago Administração: Geraldo Times Assuntos Jurídicos: João Rufino Bancos Públicos: Cândida Fernandes Bancos Privados: Expedito Solaney
Cultura, Esporte e Lazer: Adeilton Filho Assuntos da Mulher: Eleonora Costa Saúde do Trabalhador: Andreza Camila Formação: Adriana Correia Intersindical: Rubens Nadiel Ramo Financeiro: Diana Ribeiro Aposentados: Maria José Leódido
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Setor que mais lucra no Brasil se recusa a garantir empregos na CCT
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ó a mobilização da categoria bancária poderá garantir os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). É o que aponta o Comando Nacional dos Bancários, que saiu da quarta rodada de negociação, no dia 25 de julho, sem acordos concretos com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) relativos às reivindições sobre empregos e contratações no setor que mais lucra no País. A presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, participou da mesa e não avalia positivamente os rumos da negociação. “A terceirização, o teletrabalho e a garantia do emprego foram debatidos. E embora os bancos aleguem que nos oito meses de implementação da nova legis-
Comando aponta mobilização como única saída para garantir CCT
lação trabalhista não houve mudanças no comportamento das empresas, não aceitaram assinar uma cláusula que traga segurança para as trabalhadoras e trabalhadores. Diante das negativas, o Comando continuará mobilizando a categoria, pois só a nossa resistência vai fazer com que os direitos de nossa CCT sejam mantidos”, afirma.
Desde 2016, 40 mil postos de trabalho bancário foram eliminados. Os bancos reconheceram esses dados e afirmaram não querer promover demissões ou troca de funcionários por empregados precarizados. O termo “confiança” foi usado ao se recusarem a incluir a cláusula na CCT. “Se dizem que não vão contratar
intermitentes, temporários e terceirizados, por que não assinam e não colocam na CCT? Negociação prevê assinatura. É assim que se firmam compromissos”, afirma a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e uma das coordenadoras do Comando, Juvandia Moreira. A próxima rodada será no dia 1º de agosto, em São Paulo, para debater as cláusulas econômicas. Na ocasião, a Fenaban deverá apresentar uma proposta final para a categoria. Os bancários reivindicam mesa única, manutençao da CCT, aumento real para salários, vales, auxílios e piso; e PLR maior. A categoria cobra ainda respeito à igualdade de oportunidades e de ascensão profissional para todos nos bancos.
Sindicato protesta contra ataques aos planos de saúde de autogestão
Para impedir que os bancários sejam penalizados com os impactos da Resolução nº 23 da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR) nos planos de autogestão, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco aderiu ao Dia Nacional de Mobilização, no 25 de julho, com realização de atos em defesa do Saúde Caixa, Cassi e Camed. Os dirigentes sindicais denunciaram as propostas apresentadas para o custeio e governança dos planos em atos realizados no Banco do Brasil agência Estilo – Agamenon Magalhães, Superintendência do Banco do Nordeste e departamentos da Caixa Econômica Federal. Embora o BB tenha se recusado
a discutir o deficit da Cassi na mesa de negociação, o movimento sindical apresentou proposta de sustentabilidade para a caixa de assistência, sem a quebra do princípio da solidariedade. Para a secretária-Geral do Sindicato, Sandra Trajano, este é o ponto central das discussões. “A nossa proposta não abre mão de algumas premissas: não aceitamos a quebra da solidariedade, princípio que caracteriza um plano de autogestão; e somos contrários à implementação de cobrança por dependente e faixa etária, que afeta principalmente os funcionários que recebem até R$ 5 mil e aposentados”, afirma. O Sindicato também não concorda com a proposta do diretor eleito da Cassi, Luiz Satoru. “Infelizmente, o corpo funcional votou numa equipe que hoje
está fazendo o que o banco manda. Satoru está andando o País com o dinheiro do participante para defender uma proposta que também quebra a solidariedade”, critica Sandra. O BB é responsável por 60% do custeio e os funcionários por 40%, segundo o Estatuto. A proposta apresentada é de redução para o banco (58%), e aumento para os participantes (42%). Para tanto, é necessária a aprovação de 2/3 do corpo funcional. Sustentável e superavitário, o atual modelo de custeio do Saúde Caixa estabelece que o banco pague 70% das despesas assistenciais, e aos usuários os outros 30%. Entre os itens dos desmontes, estão mensalidades mais altas; cobranças por faixa etária e exclusão dos aposentados.
“A nova direção do Sindicato está disposta a enfrentar mais este golpe contra as empregadas e empregados da Caixa. Vamos nos unir cada vez mais e, caso seja necessário, iremos paralisar nossas atividades contra mais esta tentativa de retirada dos nossos direitos”, ressalta o secretário de Assuntos Jurídicos, João Rufino. A Camed, por sua vez, estipulou reajuste de 1,5% para 2,5% da remuneração bruta de cada associado. “O banco anunciou o reajuste, mas não apresentou os números que demonstram as dificuldades financeiras da Camed. Somos contra a aprovação de uma proposta que não passou por negociação e discussão com a base”, critica o dirigente sindical Antônio (Batata).
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Campanha 2018 é destaque no VII Encontro dos Bancários do Interior em Arcoverde
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om o objetivo de debater a Campanha Nacional Unificada 2018, trabalhadores do ramo financeiro do Sertão do Moxotó e regiões próximas estiveram no município de Arcoverde para participar do VII Encontro dos Bancários do Interior, promovido pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco, no dia 28 de julho. A agenda segue uma serie de encontros e reuniões com as bases que vão acontecer em todo Estado. Serra Talhada, no dia 21 de julho, foi o pri-
Base mobilizada em defesa de seus direitos
meiro município a receber a caravana. Destacando o contexto dos ataques aos direitos trabalhistas presentes nas quatro rodadas de negociação entre
o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, ressalta a
necessidade da participação da categoria para defender suas conquistas. “As negociações estão acontecendo e observamos que os bancos só querem deixar o tempo passar. Estamos diante de uma perigosa articulação contra nossa categoria e, caso não estejamos juntos e bem articulados, poderemos perder direitos fundamentais. Esses encontros no Interior são necessários para deixar as bancárias e bancários mais esclarecidos e unidos para uma possível paralisação”, alerta.
Bancários e petroleiros realizam ato em defesa da soberania nacional O Sindicato dos Bancários de Pernambuco uniu-se à Federação Única dos Petroleiros (FUP), no dia 26 de julho, em um Ato Nacional contra a Privatização do Sistema Petrobras, na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Com a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, a unidade foi posta à venda, em um pacote fechado, que inclui ainda cinco terminais e 770 Km de oleodutos. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional dos Empregados da Caixa (Fenae) conquistaram uma liminar do Supremo
Tribunal Federal (STF) que impede o governo de vender empresas públicas sem autorização do Legislativo, barrando momentaneamente a venda dos ativos da Petrobras. Para o secretário de Bancos Privados do Sindicato e dirigente da CUT Nacional, Expedito Solaney, apenas a unidade dos trabalhadores será capaz de defender a soberania nacional. “Este governo golpista está querendo entregar aos banqueiros e empresários internacionais o patrimônio construído pelas trabalhadoras e trabalhadores brasileiros. Estamos fazendo não só a defesa da Petrobras, mas da Caixa, do
1 de agosto bancarios recebem proposta final da Fenaban
Bancários e petroleiros em defesa das empresas públicas
Banco do Brasil, do Banco do Nordeste, da Eletrobras e de todas as estatais ameaçadas de privatização”, destaca. O governo pretende entregar à concorrência 60% do controle acionário das refinarias do Nordeste e do Sul do
País, em dois grandes conjuntos de ativos, que incluem as unidades que atendem cada uma destas regiões, além de todo o sistema de logística da Transpetro para distribuição e escoamento dos derivados produzidos por elas.
Convênio
BUENOS AIRES - Os bancários associados ao Sindicato podem comprar pacotes de viagem para Buenos Aires para o período de 6 a 10 de setembro, com valores promocionais na agência conveniada PontesTur. O pacote inclui passagem aérea com saída de Recife, hospedagem, traslados e city tour. O valor por pessoa em apertamento duplo custa a partir de U$ 173 de entrada mais 11 parcelas de U$ 48 e taxas. Para mais informações: (81) 3302-4510 ou pacotes@pontestur.com.br
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